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JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

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Academic year: 2021

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JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

TERMO:

DECISÓRIO

FEITO:

RECURSO ADMINISTRATIVO(Contra)

REFERÊNCIA:

EDITAL nº.: 588/2007-00

RAZÕES:

INABILITAÇÃO DE PROPOSTA

OBJETO:

Contratação de Empresa especializada para o fornecimento e instalação de equipamentos e acessórios de energia para rede estabilizada 110 VAC, do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes- DNIT, conforme seguir: a)Sistema No-Break: 03 (três) UPS, com capacidade de 200KVA cada; b) Sistema de alimentação alternativo: 01 (um) Grupo Motor Gerador com capacidade para 500KVA.

PROCESSO nº.:

50600.003169/2007-13

RECORRENTE(S):

ENGEREDE ENGENHARIA E REPRESENTAÇÃO LTDA.

RECORRIDO(A): COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DO

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNIT

Vistos etc...

I - Das Preliminares

RECURSO ADMINISTRATIVO interposto,

tempestivamente, através de seu representante legal, pela empresa ENGEREDE

ENGENHARIA E REPRESENTAÇÃO LTDA., devidamente qualificado na peça inicial,

CONTRA a decisão que inabilitou sua proposta com fundamento na Lei nº. 8.666/93.

II - Das Formalidades Legais

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III - Das Alegações do (a) RECORRENTE

Insurge-se a RECORRENTE, através de seu Recurso, contra a decisão do pregoeiro que inabilitou a sua proposta no certame, após a etapa de lances, em que a mesma figurou em 1º lugar.

Inicialmente, alega a RECORRENTE, que sua proposta comprova de maneira irrefutável a sua capacidade técnica para a prestação do serviço que se constitui objeto do certame.

Em seguida, tece em sua peça recursal os seguintes argumentos, no sentido de demonstrar que sua proposta técnica está em conformidade com as alíneas “a”, “b” e “c” do item 14.3 do Anexo I do Edital:

“I) Para a alínea “a” do item 14.3, em que se requer a comprovação de que a licitante tenha fornecido e instalado um Sistema de No-Break, basta atentar-se para a descrição dos serviços desenvolvidos para aquele órgão, especificamente, para o item 10, em que se atesta ter sido executado o fornecimento e instalação de No-Break com capacidade de redundância de 200 KVA, tal qual exigido pelo Edital.

II) Em seguida, no que concerne à comprovação da alínea “b”, do mesmo item 14.3, vale registrar que o atestado em comento para o item 10 no mesmo atestado descreve o serviço executado de fornecimento e instalação de “Grupo Motor-Gerador em Sistema Redundante” com capacidade para 450 KVA e características iguais e compatíveis com às exigidas pelo ato convocatório.

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No tocante à alínea “c” do item 14.3 do Anexo I do Edital, assim argumenta a RECORRENTE: “outrossim, ainda sobre uma suposta

incongruência do Atestado da recorrente e as exigências do Edital, convém destacar que a alínea “c” exige a comprovação de fornecimento de quadro de energia em padrão TTA, o

que foi exatamente desempenhado pela recorrente e atestado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que foi quem emitiu o Atestado em comento”. (Grifo nosso)

Ademais, afirma: “o item 19 da descrição dos serviços prestados informa que a recorrente forneceu e instalou quadro de distribuição de energia no total de 450 KVA, porém, na realidade, não foi explícito quanto ao fato de ser

padrão TTA.” (Grifo nosso)

Alega a RECORRENTE que o fato de não estar expresso em sua proposta o padrão “TTA”, não constitui motivo hábil para desabonar a qualificação técnica da empresa, pois uma simples diligência do Sr. Pregoeiro ou da Comissão de Licitação, já poderia suprir essa lacuna.

Argumenta, outrossim, que o Sr. Pregoeiro pode promover diligências para sanar alguma dúvida ou para obter qualquer esclarecimento acerca da documentação da recorrente, informando, inclusive, o art. 43, parágrafo 3º da Lei de Licitações.

Logo após, assim expressou-se a RECORRENTE em seu recurso: “NÃO É RAZOÁVEL QUE A PROPOSTA COMERCIAL DA EMPRESA ORA

RECORRENTE SEJA DESCLASSIFICADA EM FUNÇÃO DE UMA DESATENÇÃO DO SR. PREGOEIRO, QUE ACARRETARÁ PREJUÍZO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”. E, não contente, opinou: “Vê-se com clareza solar que não houve por parte do Sr. Pregoeiro a devida atenção aos documentos da recorrente, demonstrando uma atitude que beira à improbidade, em eventual privilégio de algum licitante.”

Prosseguindo, informa a RECORRENTE que a decisão do Pregoeiro não deve prosperar, por entender que possui escopo absolutamente contrário ao interesse público e à moralidade administrativa. Afirma ainda, que esta Comissão de Licitação estaria violando o Princípio basilar do interesse público.

Desta forma, requer seja reformada a decisão do Pregoeiro, para que a RECORRENTE seja declarada a vencedora do certame, e que lhe seja adjudicado o objeto do Pregão nº 588/2007, e caso seja mantida a decisão impugnada, requer que sejam explicitados, em razões fundamentadas, os motivos pelos quais, esta Comissão resolveu manter seu posicionamento.

Por fim, convém ressaltar que a RECORRENTE assim terminou sua peça recursal: “NA HIPÓTESE DE NÃO SER REFORMADA A DECISÃO ORA

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IV – Das Contra-Razões da empresa DELTA

ENGENHARIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

Inicialmente, a DELTA ENGENHARIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. aduz que não houve qualquer impugnação específica da aludida norma por parte da ora Recorrente, ou seja, ocorreu a anuência tácita das regras técnicas do edital, nos termos do item 4.1.3 do ato convocatório.

Afirma, logo após, que a RECORRENTE apresentou Atestado de Capacidade Técnica incompatível com as exigências do certame, mais precisamente, as condições previstas no item 14.3, alíneas “a”, “b” e “c” do Anexo I do Edital.

Argumenta que a RECORRENTE não atendeu o disposto na alínea “a”, pois o documento colacionado pela mesma não se enquadra no estabelecido pelo edital, vez que se trata de um aparelho diverso com características díspares das exigidas.

No tocante à alínea “b”, assim afirma a DELTA: “O edital

é taxativo ao afirmar que o Sistema de Grupo Gerador de Emergência deve ter potência igual ou superior a 500KVA, sendo que o apresentado pela Recorrente possuía apenas 450KVA, ou seja, em evidente desacordo com a norma do certame.”

Em seguida, salienta: “na hipótese da Recorrente

entender que a exigência do edital era indevida, ou que o seu atestado de capacidade era compatível segundo um suposto documento do CREA/DF, o qual é amplamente questionável e sem qualquer valor probatório nesse esfera recursal, a mesma deveria ter impugnado o edital no momento oportuno.”

Sobre a alínea “c”, assim afirma: “Em relação à alínea

“c” do item 14.3 a violação da Recorrente é ainda mais evidente, pois reconhece que o atestado de capacidade técnica apresentado não contempla as exigências do edital em razão do mesmo deixar de mencionar a instalação do Sistema de Quadro Elétrico Geral de Baixa Tensão em padrão TTA.” Ademais, conclui: “Como os documentos apresentados pela Recorrente não fazem qualquer menção sobre experiência com quadros de energia padrão “TTA”, o atestado de capacidade técnica é inadequado para os fins do edital.”

Por fim, requer a improcedência do recurso.

V - Da Análise do Recurso

Antes de mais nada, convém ressaltar a obediência às regras estabelecidas no processo licitatório e em cada procedimento do certame.

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Técnica, emitidos a seu favor, por pessoas jurídicas de direito público ou privado devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, onde comprove ter executado ou estar executando obra que seja pertinente e compatível ao objeto, no(s) qual (is) conste referência à parcela de maior relevância técnica, assim considerada:

a) Obra de fornecimento e instalação de Sistema de No-Break eletrônico microprocessado trifásico com potência unitária igual ou superior a 200KVA. Incluindo Banco de Baterias para 30 minutos de autonomia”.

Quanto à alínea “b”, o Edital exigiu uma obra de fornecimento e instalação de Sistema de Grupo Gerador de Emergência com Quadro de Comando Automático microprocessado (USCA) com potência unitária igual ou superior a 500KVA, sendo que o Atestado de Capacidade Técnica da RECORRENTE informa a

potência inferior, 450KVA.

Sobre à alínea “c”, o Edital exigiu que o Atestado Técnico informasse que o equipamento possuísse o padrão “TTA”, o que também não foi observado pela RECORRENTE, sendo até mesmo admitido pela mesma, a ausência desta característica em seu Atestado. Assim dispõe a referida alínea:

“c) Obra de fornecimento e instalação de Sistema de Quadro Elétrico Geral de Baixa Tensão padrão TTA com potência unitária igual ou superior a 250 KVA”.

Realizados tais comentários, cumpre expor o que se segue:

Primeiramente, convém ressaltar que, como a própria RECORRENTE apresenta em sua peça recursal, o Edital constitui Lei entre as partes (Administração Pública e Licitantes). Assim, o Edital deve ser seguido, e esta Comissão de Licitação assim o fez, agindo na mais perfeita lisura, observando não só as normas editalícias, como também observando todos os princípios da Administração Pública, e os princípios licitatórios, sobretudo o Princípio da Vinculação ao Instrumento vinculatório.

Neste diapasão, é de suma importância salientar que o Edital traz em seu bojo regras que devem ser cumpridas, e assim, o item 14.3 deveria ser respeitado, o que não fez a RECORRENTE. Esta Administração recorre ao Princípio acima citado quando da inabilitação da RECORRENTE. Se esta não cumpriu o que o Edital dispôs, não pode prosseguir no certame, sob pena de não apenas desrespeitar a vinculação ao instrumento vinculatório, como também a vários outros princípios, inclusive o da moralidade. Assim, ao contrário do que argumenta a RECORRENTE, habilitá-la implicaria em afronta a legalidade.

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agora reclama do mesmo, quando seu Atestado Técnico fora CORRETAMENTE considerado incompatível.

Prosseguindo, a RECORRENTE afirma que o Sr. Pregoeiro analisou com desatenção sua proposta, e que por este motivo fora inabilitada. É de suma importância esclarecer que o Pregoeiro não trabalha sozinho, sendo auxiliado por sua equipe técnica amplamente qualificada. Aliás, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes, e mais precisamente, a Coordenação Geral de Cadastro e Licitações, conta com um corpo de ENGENHEIROS do mais alto gabarito, com larga experiência profissional, e que também analisaram a proposta da RECORRENTE, e a entenderam inapta. Desta forma, a análise da documentação habilitatória da RECORRENTE fora feita não apenas pelo Pregoeiro, mas por ele em conjunto com engenheiros extremamente competentes, O QUE DÁ TOTAL RESPALDO À INABILITAÇÃO DA MESMA.

Não obstante as palavras de desrespeito ao Sr. Pregoeiro, que é uma autoridade administrativa, e que se norteia pela legalidade em seus atos, a RECORRENTE ainda insere em sua peça recursal, o art. 30, parágrafo 1º, inciso I, Lei 8.666/93, com o intuito de demonstrar que as exigências editalícias devem limitar-se exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos. Ocorre que o inciso I fala da Capacitação Técnico-Profissional. A RECORRENTE não expôs em sua peça o que determina o mesmo art. 30, inciso II, in verbis:

“Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I-(...)

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;” Ora, tais limitações a que o Edital deve limitar-se dizem respeito à capacitação técnico-profissional, e não das exigências do Atestado de Capacidade Técnica-operacional da empresa. Neste caso, o referido inciso II do art. 30 da Lei 8.666/93 permite que o Edital peça características dos produtos de acordo com o objeto do Edital.

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autoridade administrativa a que o art. 43, parágrafo 3º da Lei 8.666/93 alude, e não uma obrigação. Ademais, quando da análise da documentação apresentada, não pairou qualquer dúvida sobre a capacidade e o tipo de serviço ali certificado. Ademais, o Pregoeiro pauta-se no Princípio da Celeridade, característico da modalidade de licitação que é o Pregão Eletrônico. Fazer tais diligências sugeridas pela RECORRENTE consubstanciada na ausência de informações suficiente, e não em dúvidas, é mero capricho, fere o cotado princípio, que é mais condizente com a modalidade de licitação Pregão Eletrônico, sobrepondo-se ao disposto no art. 43, parágrafo 3º da Lei 8.666/93, que é é subsidiaria da Lei 10.520/2002 e ao Decreto 5.450/2005.

Portanto, oferecer o menor preço, não implica em aceitação obrigatória da sua proposta, menosprezando as demais exigências do certame. A RECORRENTE apresentou o menor preço, contudo, não há como saber se a mesma pode executar o contrato conforme requerido por esta Administração Pública em seu Edital, pois faltam as informações necessárias no seu Atestado de Capacidade Técnica, conforme acima comprovado, o que significa não ser a melhor proposta.

Concluindo, o Pregoeiro e a Coordenação de Licitações entendem que não procedem as alegações exaradas pela ENGEREDE ENGENHARIA E REPRESENTAÇÃO LTDA., e que todos os atos desta Coordenação foram feitos com absoluta LEGALIDADE e LISURA. Todavia, registro que esta decisão será apreciada pela autoridade superior, Diretoria Colegiada, tendo em vista que não foi reformada.

VI – Da Decisão

Isto posto, sem nada mais evocar, conheço do recurso para NEGAR PROVIMENTO, mantendo INABILITADA a RECORRENTE no certame regido pelo Edital nº 588/2007.

Brasília-DF, 16 de janeiro de 2008.

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