g e s t a ç ã o e a m a m e n t a ç ã o
Futura mamãe
Esta cartilha é um guia oferecido pela Eletrobras Distribuição
Rondônia para você que vai ser mamãe e precisa de toda atenção
nesse período. Parte desta atenção está na informação que você
recebe. Os exames e o acompanhamento no pré-natal, atenção,
presença paterna e familiar são muito importantes para a saúde da
gestante e do(a) bebê. Leia com atenção a sua cartilha e procure
sempre o acompanhamento de um médico especialista.
Você está grávida...
A gravidez exige cuidados redobrados em relação à saúde da mãe e do(a) bebê. Por isso toda grávida deve procurar a assistência pré- natal do seu município já nos primeiros dias de gestação.
Sinal de gravidez
O primeiro e o mais comum sinal de gravidez é o atraso menstrual.
Depois de 2 semanas de atraso, é preciso fazer o exame. Mas há
também outros sintomas, como enjoos, vômitos, falta ou excesso
de apetite, tonturas e aumento das mamas, que podem ficar duras
e doloridas. No entanto, algumas mulheres podem apresentar
apenas alguns destes sintomas.
Período da gravidez
O tempo de gravidez é contado a partir do primeiro dia da última menstruação.
A gravidez dura, em média, 9 meses e 1 semana (40 semanas ou 280 dias), mas isso pode variar muito. Apenas 5% das mulheres dão à luz na data prevista para o parto. Confira, na próxima página, a relação aproximada da idade gestacional, em meses, e em semanas e dias.
Quando a menstruação se apresentar irregular ou quando a mulher não recordar da última menstruação, o profissional de saúde pode solicitar um exame por ultrassom. Se o acesso ao exame for difícil, o médico poderá avaliar, apalpando o abdômen e medindo o útero com fita métrica (no segundo e terceiro trimestres).
Desde o útero o(a) bebê registra no subconsciente, sons externos,
toque, estímulos. Papai converse, cante, acaricie a barriga, crie um
vínculo de amor com seu(sua) bebê!
Meses Semanas e Dias
1 mês 4 semanas e 3 dias
2 meses 8 semanas e 5 dias
3 meses 13 semanas
4 meses 17 semanas e 3 dias
5 meses 21 semanas e 6 dias
6 meses 26 semanas e 1 dia
7 meses 30 semanas e 3 dias
8 meses 34 semanas e 5 dias
9 meses 39 semanas
9 meses + 1 semana 40 semanas
Tabela de mês/semanas
Papai acompanhe
a mamãe
em seu
pré-natal!
Mamãe, coma bem
e previna-se de doenças
A gestante precisa ter uma alimentação variada e bem balanceada, ingerindo, principalmente, frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, milho e mandioca.
A dieta ainda deve incluir carnes cozidas, peixes, leites e derivados.
É essencial beber bastante água e sucos, e a comida não pode conter muito sal.
A partir do terceiro mês de gravidez, toda gestante tem direito de receber, em postos de saúde, gratuitamente e por indicação do profissional de saúde, vitamina contra anemia: a suplementação de ferro (sulfato ferroso), que deve ser tomada todo dia até o fim da amamentação.
Com orientação, a futura mãe deve tomar também ácido fólico, vitamina que pode prevenir malformações no bebê, se possível, antes da gestação, sobretudo, nos três meses que antecedem a concepção e no primeiro trimestre da gravidez.
Mãe: faça o pré-natal
O acompanhamento do pré-natal da gestante é essencial para a sua saúde e de seu(sua) bebê. No pré-natal podem ser detectados possíveis problemas e, complicações na gestação.
• Se você suspeitar que está grávida, procure o serviço de saúde, para confirmar a gravidez por meio de exames e iniciar o seu pré-natal.
• As consultas do pré-natal serão marcadas mensalmente logo no início da gestação e com mais frequência no final da gestação.
• O pré-natal é indispensável e as consultas serão marcadas até
ocorrer o parto. Não existe alta do pré-natal.
Nas consultas do pré-natal deverão ser realizadas as seguintes ações:
• avaliação do estado de saúde da mulher – avaliação de risco;
• medida de pressão arterial;
• verificação do peso;
• exame das mamas;
• medida do tamanho do útero;
• escuta do coração do(a) bebê;
• pedido de exames básicos de rotina e outros que forem necessários;
• aconselhamento e oferta do teste anti-HIV;
• vacinação antitetânica;
• preenchimento adequado do cartão da gestante;
• informações sobre grupos de gestantes;
• esclarecimento de dúvidas;
• marcação da próxima consulta;
• orientação quanto à maternidade adequada.
A ultrassonografia é importante
• Exame muito importante, obrigatório e solicitado pelo(a) profissional de saúde.
• É essencial quando é preciso confirmar o tempo de
gestação, se a grávida perdeu água da bolsa, se há doença ou
complicação. Também é importante para avaliar o bem-estar
do(a) bebê, em caso de gravidez de alto risco, e quando há
gêmeos na gestação.
Atenção
Procure o serviço de saúde com urgência em caso de:
• dor para urinar;
• febre;
• dor de cabeça;
• inchaço no rosto, mãos e pernas;
• vômitos frequentes;
• sangramento vaginal;
• corrimento vaginal com mau cheiro ou coceira;
• endurecimento da barriga (contração), com frequência, antes de 8 meses;
• diminuição dos movimentos do(a) bebê.
A grávida fica mais sensível, requer mais atenção e cuidado.
O apoio familiar, a companhia do pai do (a) bebê durante as
consultas garante mais segurança e tranquilidade!
Ao assistir o nascimento do(a) bebê, o pai fortalece o vínculo de
amor familiar.
Vem um bebê aí!
Procure a sua maternidade de referência quando aparecer:
• endurecimento da barriga (contração), de 2 a 3 vezes em 10 minutos;
• perda de líquido pela vagina.
Esses sinais sugerem que você está em trabalho de parto, portanto deve ser examinada na maternidade.
Maternidade
A maternidade de sua preferência é a primeira que você deve procurar em seu município. Caso não haja vaga ou haja outro problema, a própria maternidade é responsável por identificar outra e encaminhá-la em uma ambulância.
O parto normal é um processo tão natural como a concepção, a gestação e a amamentação. Não precisa ter medo é só deixar a natureza agir!
Vantagens do parto normal
Para a mãe
• Consciente durante todo o processo;
• Recuperação mais rápida;
• Facilidade de contato imediato com o(a) bebê;
• Favorece a produção de leite materno;
• Possibilidade de iniciar o aleitamento materno;
• Menor perda de sangue;
• Menor chance de complicações (hemorragia, trombose, infecção no resguardo, dor após o parto, complicação anestésica);
• O útero retorna ao seu tamanho normal mais rápido;
• Menor ingestão de medicamentos como antibióticos.
Para o(a) bebê
• Menor índice de nascimentos antes do tempo;
• Menor índice de problemas respiratórios;
• Tem seu tempo respeitado, ao iniciar o trabalho de parto;
• O contato corporal com a mãe acalma o (a) bebê e fortalece o vínculo afetivo;
• Mais ativo e responsivo ao nascer.
• Procure praticar uma atividade física a partir do terceiro mês, como hidroginástica, caminhada, pilates, yoga ou indicada pelo(a) seu(sua) médico(a). Essas atividades preparam o corpo/
organismo para um parto normal
mais rápido e tranquilo.
Cesariana, só com indicação médica
A cesariana pode ser indicada em algumas situações identificadas com antecedência pelo (a) profissional que presta assistência ao parto.
Problemas de saúde da gestante, que contraindicam o parto normal.
Variação da posição do(a) bebê dentro do útero (sentado, atravessado).
Complicações no trabalho de parto, que exijam a retirada imediata do(a) bebê.
Atenção após o parto:
a saúde de seu(sua) bebê depende disso
Logo após receber alta, procure saber o resultado dos exames realizados durante a sua internação e receber as orientações para o período do pós-parto.
O seu Cartão da Gestante e a Caderneta da Criança deverão ser pegos e preenchidos, ainda na maternidade, contendo os dados do parto e do(a) bebê, e a declaração de nascimento para o registro no cartório.
Se tiver dúvidas ou dificuldades com a amamentação, procure a maternidade ou o posto de saúde mais próximo.
Nos dias seguintes após o parto, leve seu(sua) filho(a) ao posto de saúde para avaliação, vacinação e realização do teste do pezinho.
Outras dúvidas, procure o seu médico ou pediatra na Rede Pública
de Saúde.
Cuidados com o(a) bebê e com a mãe
Teste do Pezinho - É a retirada de gotas de sangue do calcanhar do(a) bebê para exame no laboratório.
Esse procedimento serve para descobrir, logo após o nascimento, se há algumas doenças que causa retardo mental ou outras que podem trazer problemas graves por toda a vida, tais como:
• anemia falciforme;
• fenilcetonúria;
• hipotiroidismo congênito;
• toxoplasmose.
Se o tratamento for iniciado bem cedo, o bebê poderá ter uma vida normal.
A participação do pai neste período é fundamental, pois a mãe ainda estará de resguardo e necessitará também de cuidados especiais.
Vacine seu(sua) bebê contra tuberculose (BCG) e hepatite B
Essas vacinas são indicadas a partir do nascimento, e podem ser feitas também na maternidade ou no posto de saúde logo ao nascer. As duas doenças ainda são muito comuns em nosso meio.
Se o(a) seu(sua) bebê apresentar uma forte coloração amarela nos
olhos e na pele, especialmente abaixo da cintura, leve-o(a) para
avaliação no posto de saúde.
Não esqueça de fazer a avaliação de resguardo
É importante verificar a ocorrência de sinais de infecções – febre, dor e vermelhidão nos pontos; secreção vaginal com mau cheiro;
sinais de anemia – palidez e tontura. Anemia, hemorragia e
infecção devem ser tratadas o mais rápido possível, para garantir a saúde da mulher.
Aleitamento materno: amor e proteção
O aleitamento materno é muito mais que uma alimentação completa: é um momento único para a mãe e o bebê. É na amamentação que a criança recebe todos os nutrientes
necessários para ter uma vida cheia de saúde, sendo um momento de amor e proteção.
Dicas importantes para o sucesso da amamentação
• O leite materno nunca é fraco. Deve ser a única alimentação do(a) bebê até os 6 meses de vida.
• O leite dos primeiros dias é chamado de colostro e sua
produção é pequena, mas suficiente para as necessidades do(a) bebê. Ele age como uma verdadeira vacina, protegendo o bebê contra doenças comuns da infância.
• O colostro é transparente ou amarelado e tem alto valor nutritivo.
• O organismo da criança não está preparado para receber outros leites, o que pode causar problemas nos rins, no intestino, alergias e obesidade.
• Não é preciso dar chá, água, suco, outro leite ou qualquer outro alimento além do leite materno até os 6 meses de vida.
• A amamentação satisfaz as necessidades nutricionais e
emocionais do(a) seu(sua) filho(a);
Amamentar, apesar de
ser exclusividade da
mãe, você pai, pode
também se envolver!
Leite materno: quanto
mais o(a) bebê mama,
mais leite a mãe produz.
Leite materno: quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz
• É importante identificar os sinais de fome do (a) bebê, antes que ele (a) chore.
• Sugar o peito estimula a produção de leite.
• Começar a amamentar desde a sala de parto facilita a descida do leite.
• Mantenha o bebê ao seu lado, até a alta da maternidade (alojamento conjunto).
• O bebê deve esvaziar um peito antes de sugar o outro, para mamar o leite anterior (que mata a sede) e o leite posterior (que mata a fome e engorda).
• Amamente o quanto quiser, respeitando sempre a vontade do(a) bebê, por mais que sejam várias vezes, dia e noite. Assim, ele não necessita de mais nada, nem chás, águas, sucos ou outro leite até os 6 meses de vida.
• Quando a criança pega o peito corretamente e com a boca bem aberta, o leite sai em quantidade suficiente, o bebê engole tranquilamente e a mãe não sente dor para amamentar e evita rachadura no mamilo.
• Para que o bebê sugue bem, ele precisa pegar não só o bico do peito, mas grande parte da aréola (parte escura do peito).
• Coloque o corpo de bebê totalmente voltado para o seu (barriga com barriga).
• O pai deve ajudar, trocando o (a) bebê de uma mama para a outra;
• O pai pode acomodar o (a) filho (a) junto à mãe, na posição
mais confortável para ambos;
O contato e a participação mais efetiva do pai em todas as fases do desenvolvimento do (a) seu (sua) filho (a) é
uma oportunidade de fortalecer o vínculo
emocional, numa conexão de amor.
Tenha cuidado com as mamas
• Tome banho de sol nas mamas, sempre que possível.
• Não use cremes e nem pomadas nos mamilos.
• Troque o sutiã quando estiver molhado.
• Use sutien reforçado e próprio para a amamentação.
• Deixe o corpo do(a) bebê voltado para o seu corpo, com a boca bem aberta pegando grande parte da aréola. Isso pode evitar que as mamas fiquem machucadas, com rachaduras, e você não sentirá dor para amamentar.
• Para evitar rachaduras no mamilo, óleo de amêndoas ajuda. O pai do (a) bebê pode fazer massagens em movimentos leves e circulares;
Todo(a) bebê tem direitos básicos
Ser registrado gratuitamente, receber a Caderneta de Saúde da Criança, realizar gratuitamente o teste do pezinho (na primeira semana de vida) são itens básicos dos direitos da criança recém-nascida.
Conheça mais alguns
• Realizar gratuitamente o teste da orelhinha.
• Ter acesso a serviços de saúde de qualidade.
• Receber gratuitamente as vacinas indicadas no calendário básico de vacinação.
• Mamar exclusivamente no peito durante os primeiros 6 meses de vida.
• Ser acompanhado pela família e pelos profissionais de saúde em seu crescimento e desenvolvimento.
• Ser acompanhado pelos pais durante a internação em hospitais.
• Ter uma família e convivência com a comunidade.
• Viver num lugar limpo, ensolarado e arejado.
• Viver em ambiente afetuoso e sem violência.
Dicas de amamentação
Boa posição
• O(a) bebê e a mãe devem estar confortáveis. O pai pode ajudar a posicionar o (a) bebê junto à mãe;
• O pescoço do(a) bebê deve estar ereto ou um pouco curvado para trás, sem estar distendido.
• O corpo da criança deve estar totalmente em contato com o corpo da mãe.
• Todo o corpo do(a) bebê defve receber sustentação.
• Mantenha contato visual, fale amorosamente ou cante para ele(a).
Boa pega
• A boca do(a) bebê deverá estar bem aberta.
• Ao amamentar, a mãe não deve sentir dor.
• O queixo deve estar tocando a mama.
• O lábio inferior deve ficar virado para fora.
• Deverá haver mais aréola visível para a mãe, acima da boca do(a) bebê do que abaixo.
• Mãe, se conseguir amamentar normalmente, dê somente leite materno até os 6 meses de vida.
• A oferta de água e chás, além de aumentar os riscos de
doenças, diminui o volume de leite materno ingerido, e é mais nutritivo.
• O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura,
vitaminas e água que o(a) seu(sua) bebê necessita para ser saudável.
• Contém a quantidade de água suficiente para as necessidades do(a) bebê, mesmo em climas quentes e secos.
• A oferta de água e chás diminui o volume de leite materno ingerido, que é mais nutritivo, além de aumentar os riscos de doenças.
• É importante esvaziar as mamas, e o tempo para que isso ocorra depende do ritmo de cada bebê.
• Introduza outros alimentos, a partir dos 6 meses, de forma lenta
e gradual (aos poucos).
• A criança pode rejeitar as primeiras ofertas, porque tudo para ela é novidade (a colher, o sabor e a consistência do alimento).
• Nessa fase, é necessário oferecer água tratada, filtrada e fervida, nos intervalos das refeições.
• Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até 2 anos ou mais. O leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças.
• Ofereça o seio ou mamadeira primeiro, depois os alimentos sólidos
Enquanto alimentam o (a) bebê, pai e mãe se nutrem e fortalecem
laços afetivos!
Direitos da Mãe que amamenta
• É assegurado o direito de a empregada amamentar o seu filho até que este complete 6 meses de idade.
• A empregada, durante a jornada de trabalho, terá direito ao gozo de 2 intervalos, de meia hora cada um, para amamentar seu filho em ambiente apropriado.
CLT
• Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.
• Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.
Mais algumas dicas importantes
• Amamente e proteja a saúde do seu (sua) filho (a). Amamentar é mais que um ato de amor, é um dom divino!
• Para que esse momento seja pleno de amor deve ser desejado pela mulher, que deve ter uma disposição interna.
O pai também deve interagir nessa relação
• Pegar o (a) bebê no colo e levar ao seio da mãe;
• Fazer o (a) bebê arrotar;
• Atender a mãe em suas necessidades no período de resguardo;
• Banhar, trocar fraldas, fazer dormir dentre outras atividades;
• Contribuir em alguns afazeres domésticos pode evitar o estresse
e preocupação da mãe, fatores que ajudam na não produção do
leite materno.
SELOPRÓ-EQUIDADE DE GÊNERO
