UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DA INFORMAÇÃO CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
LARISSA SANTOS SOARES
ANÁLISE QUANTITATIVA E DESCRITIVA DOS ESTABELECIMENTOS DA CIDADE DE LAGOA D’ ANTA - RN
ANGICOS 2019
LARISSA SANTOS SOARES
ANÁLISE QUANTITATIVA E DESCRITIVA DOS ESTABELECIMENTOS DA CIDADE DE LAGOA D’ ANTA - RN
Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador(a): Profª. Drª. Enai Taveira da Cunha
ANGICOS 2019
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
S 676 a
Soares, Larissa Santos .
Análise quantitativa e descritiva dos
estabelecimentos de Lagoa D' Anta - RN / Larissa Santos Soares. - 2019.
63 f. : il.
Orientadora: Enai Taveira da Cunha.
Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Ciência e
Tecnologia, 2019.
1. Empreendedorismo. 2. Empreendimentos. 3.
Empreendedores. 4. Desenvolvimento econômico. I.
Cunha, Enai Taveira da, orient. II. Título.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me permitido chegar até aqui, por ter me acompanhado durante toda essa minha trajetória e por sempre estar mostrando que ele me ouve e está presente em tudo o que faço.
Agradeço aos meus pais por todo o apoio e por terem sido pilares essenciais na minha vida, por sempre estarem torcendo por mim e por terem me tornado a pessoa que eu sou hoje.
Agradeço aos meus irmãos Jackson e Leticia por toda a paciência quando eu precisei de ajuda, por sempre estarem me aconselhando e me ouvindo e por todo o apoio me dado até hoje.
Agradeço aos meus amigos e as pessoas que estão ao meu redor, por acreditarem na minha capacidade e por torcerem por mim.
Agradeço a todos os meus amigos em que fiz na minha jornada acadêmica até aqui, por todas as ajudas e por todo o incentivo quando eu precisei. Sem dúvidas, um dos maiores presentes da minha vida foi ter a amizade de vocês!
Agradeço a minha orientadora Profª. Enai Taveira da Cunha, por ter aceitado me orientar, e pelo compromisso para que fosse possível a realização desse trabalho.
Obrigada.
Agradeço a Universidade Federal Rural do Semi-árido, por todas as oportunidades me dadas e por ter contribuído para o meu crescimento acadêmico.
Agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, meu muito obrigado.
RESUMO
Devido ao aumento significativo do desemprego no país nos últimos anos, o empreendedorismo passou a ser visto como uma solução para várias pessoas que se encontram sem uma fonte de renda. Não só na cidade de Lagoa d’ Anta, mas em outras cidades do estado do Rio Grande do Norte, estão surgindo diversos tipos de empreendimentos e devido a isso, observou-se a carência de dados quantitativos sobre os empreendedores e empreendimentos do estado, o que acaba interferindo no seu desenvolvimento econômico, já que acarretará na impossibilidade do surgimento de novos empreendimentos. Com isso, o objetivo dessa pesquisa é apresentar as características dos empreendimentos e o perfil dos empreendedores da cidade de Lagoa d’ Anta. Para a realização deste trabalho, utilizou-se de pesquisa quantitativa, por meio de questionários pré-estabelecidos. Com os dados obtidos através dos questionários, foi utilizado a ferramenta Excel para a obtenção dos gráficos e tabelas para a análise dos resultados. Este estudo teve como base o projeto coordenado pelo Prof. Dr. Maristélio da Cruz Costa que tem como tema
“CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E PERFIL DOS
EMPREENDEDORES DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RN”. Na caracterização dos empreendimentos e perfil dos empreendedores, foi possível observar que no município de Lagoa D’ Anta as mulheres empreendem mais que os homens, a faixa etária em destaque é a de 21 a 30 anos, e com relação ao grau de escolaridade, muitos deles têm ensino médio completo. Quanto aos empreendimentos, verificou- se que boa parte deles são jovens, o setor predominante é o comercial, e são comércios relativamente pequenos, já que a maioria se consideram microempreendedores e possuem até 9 funcionários.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Empreendimentos. Empreendedores.
Desenvolvimento econômico.
ABSTRACT
Due to the significant increase in unemployment in the country in recent years, entrepreneurship has come to be seen as a solution for several people who find themselves without a source of income. Not only in the city of Lagoa d 'Anta, but in other cities of the state of Rio Grande do Norte, several types of enterprises are emerging and due to this, there was a lack of quantitative data on state entrepreneurs and enterprises, which ends up interfering in its economic development, since it will entail the impossibility of the emergence of new ventures.
With this, the objective of this research is to present the characteristics of the enterprises and the profile of the entrepreneurs of the city of Lagoa d 'Anta. For the accomplishment of this work, we used a quantitative research, through pre- established questionnaires. With the data obtained through the questionnaires, the Excel tool was used to obtain the graphs and tables for the analysis of the results.
This study was based on the project coordinated by Prof. Dr. Maristélio da Cruz Costa whose theme is "CHARACTERIZATION OF ENTREPRENEURSHIPS AND PROFILE OF ENTREPRENEURS IN THE MUNICIPALITIES OF THE STATE OF RN". In the characterization of entrepreneurship and profile of the entrepreneurs, it was possible to observe that in the municipality of Lagoa D 'Anta, women undertake more than men, the age group is 21 to 30 years old, and in relation to the educational level, many of them have completed high school. As for the enterprises, it was verified that a good part of them are young, the predominant sector is the commercial one, and they are relatively small businesses, since the majority considers themselves microentrepreneurs and they have up to 9 employees.
Keywords: Entrepreneurship. Enterprises. Entrepreneurs. Economic development.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - TAXAS (EM %) ESPECÍFICAS1 E ESTIMATIVAS2 (EM MILHÕES) DO NÚMERO DE EMPREENDEDORES POR GÊNEROS SEGUNDO ESTÁGIOS DO EMPREENDEDORISMO – BRASIL –2017 ... 17 FIGURA 2 - TAXAS (EM %) ESPECÍFICAS1 E ESTIMATIVAS2 (EM MILHÕES) DO NÚMERO DE EMPREENDEDORES POR FAIXAS ETÁRIAS SEGUNDO ESTÁGIOS DO EMPREENDIMENTO - BRASIL -2017 ... 18 FIGURA 3-LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA ... 27 FIGURA 4–IMAGEM SATÉLITE DA CIDADE DE LAGOA D’ANTA -RN ... 28
LISTA DE TABELAS
TABELA 1-SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DE IDENTIDADE LIGADAS AO CICLO DE VIDA DOS INDIVÍDUOS, ADAPTADO DE ERICKSON (1998, P.178). ... 19 TABELA 2-EXEMPLOS DE EMPRESAS COMERCIAIS (VAREJISTA E ATACADISTA) ... 21 TABELA 3-EXEMPLO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS ... 22 TABELA 4-CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA PELO SEBRAE PARA O TAMANHO DAS EMPRESAS .... 24 TABELA 5 - CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM SUA RECEITA OPERACIONAL BRUTA ANUAL ... 25 TABELA 6-DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR GÊNERO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D'
ANTA –RN ... 30 TABELA 7 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR FAIXA ETÁRIA DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA -RN ... 31 TABELA 8 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR ESCOLARIDADE DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA –RN ... 32 TABELA 9 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR IDADE DOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA ‘DANTA -RN ... 34 TABELA 10-DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR RAMO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 35 TABELA 11- NÚMERO DE EMPRESAS REGISTRADAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA-RN
... 35 TABELA 12 - DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS QUE POSSUEM EMPRÉSTIMOS DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA -RN ... 36 TABELA 13 - DISTRIBUIÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA -RN ... 37 TABELA 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS DE ACORDO COM O PORTE DAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 38 TABELA 15 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR TIPO DE NEGÓCIO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 39 TABELA 16-CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO USO DE TECNOLOGIAS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 40 TABELA 17- FINALIDADE DO USO DE TECNOLOGIAS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 41 TABELA 18 - UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS NAS TECNOLOGIAS EXISTENTES NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 42 TABELA 19- EMPREENDIMENTOS QUE UTILIZAM ALGUM MEIO DE PAGAMENTO OU SOMENTE EM ESPÉCIE DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 43 TABELA 20-MOTIVOS QUE LEVAM OS EMPREENDEDORES A NÃO USAR UM MEIO ELETRÔNICO DE PAGAMENTO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 44 TABELA 21 - COMO SÃO DIVULGADOS OS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA –RN ... 45 TABELA 22 -CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM SEU CARÁTER DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 46
TABELA 23 - PONTO DOS ESTABELECIMENTOS DAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 47 TABELA 24-POSSIBILIDADE DE PROMOVER MELHORIAS NOS EMPREENDIMENTOS ATUAIS OU DESENVOLVER OUTRO NEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 48 TABELA 25 - COMO SURGIU A IDEIA DE MONTAR A EMPRESA NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 49 TABELA 26 - O EMPREENDEDOR POSSUI OUTROS EMPREENDIMENTOS ALÉM DESTE NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN? ... 50 TABELA 27-ESTA É A ÚNICA ATIVIDADE DE SUSTENTO FAMILIAR? ... 51 TABELA 28 - PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS NOS EMPREENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 52 TABELA 29-SUGESTÕES DADAS PARA O MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 53
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1- DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR GÊNERO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D'ANTA -RN ... 30 GRÁFICO 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR FAIXA ETÁRIA DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D'ANTA -RN ... 31 GRÁFICO 3 - DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR ESCOLARIDADE DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA –RN ... 32 GRÁFICO 4-DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR IDADE DOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA ‘DANTA -RN ... 33 GRÁFICO 5-DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR RAMO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 34 GRÁFICO 6- NÚMERO DE EMPRESAS REGISTRADAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 35 GRÁFICO 7 - DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS QUE POSSUEM EMPRÉSTIMOS DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA -RN ... 36 GRÁFICO 8 - DISTRIBUIÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE
LAGOA D’ANTA -RN ... 37 GRÁFICO 9 - CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS DE ACORDO COM O PORTE DAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 38 GRÁFICO 10 -DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR TIPO DE NEGÓCIO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 39 GRÁFICO 11 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO USO DE TECNOLOGIAS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 40 GRÁFICO 12-FINALIDADE DO USO DE TECNOLOGIAS NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 41 GRÁFICO 13 - UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS NAS TECNOLOGIAS EXISTENTES NOS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 42 GRÁFICO 14-EMPREENDIMENTOS QUE UTILIZAM ALGUM MEIO DE PAGAMENTO OU SOMENTE EM ESPÉCIE DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA -RN ... 43 GRÁFICO 15 - MOTIVOS QUE LEVAM OS EMPREENDEDORES A NÃO USAR UM MEIO ELETRÔNICO DE PAGAMENTO DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 44 GRÁFICO 16-COMO SÃO DIVULGADOS OS EMPREENDIMENTOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA –RN... 45 GRÁFICO 17-CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM SEU CARÁTER DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 46 GRÁFICO 18-PONTO DOS ESTABELECIMENTOS DAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 47 GRÁFICO 19 - POSSIBILIDADE DE PROMOVER MELHORIAS NOS EMPREENDIMENTOS ATUAIS OU DESENVOLVER OUTRO NEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 48 GRÁFICO 20 – COMO SURGIU A IDEIA DE MONTAR A EMPRESA NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’
ANTA -RN ... 49 GRÁFICO 21 - O EMPREENDEDOR POSSUI OUTROS EMPREENDIMENTOS ALÉM DESTE NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN? ... 50
GRÁFICO 22-ESTA É A ÚNICA ATIVIDADE DE SUSTENTO FAMILIAR? ... 51 GRÁFICO 23 - PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS NOS EMPREENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 52 GRÁFICO 24-SUGESTÕES DADAS PARA O MUNICÍPIO DE LAGOA D’ANTA –RN ... 53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SOFTEX - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro GEM - Global Entrepreneurship Monitor
TEA - Taxa de Empreendedores Iniciais
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano PIB - Produto Interno Bruto
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ... 14
2 REFERENCIAL TEORICO ... 16
2.1 GÊNERO ... 16
2.2 FAIXA ETÁRIA ... 18
2.3 GRAU DE ESCOLARIZAÇÃO ... 19
2.4 RAMO DAS EMPRESAS ... 20
2.4.1 Empresas Industriais ... 20
2.4.2 Empresas Comerciais ... 21
2.4.3 Empresas de Prestação de Serviço ... 21
2.5 EMPRESAS REGULARIZADAS ... 22
2.6 COMPROMETIMENTO FINANCEIRO ... 23
2.7 PORTE DAS EMPRESAS ... 24
2.8 USO DE TECNOLOGIAS ... 25
2.9 MARKETING DAS EMPRESAS ... 26
2.10 LAGOA D’ ANTA ... 26
2.10.1 Origem da cidade ... 28
3 METODOLOGIA ... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 30
4.1 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR GÊNERO ... 30
4.2 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR FAIXA ETÁRIA ... 31
4.3 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR ESCOLARIDADE ... 32
4.5 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR RAMO ... 34
4.6 NÚMERO DE EMPRESAS REGISTRADAS ... 35
4.7 DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS QUE POSSUEM EMPRÉSTIMOS ... 35
4.8 DISTRIBUIÇÃO DE FUNCIONÁRIOS NOS EMPREENDIMENTOS ... 36
4.9 CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS DE ACORDO COM O PORTE DAS EMPRESAS ... 37
4.10 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS POR TIPO DE NEGÓCIO ... 38
4.11 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO USO DE TECNOLOGIA NOS COMÉRCIOS DA CIDADE ... 39
4.12 FINALIDADE DO USO DA TECNOLOGIA NOS EMPREENDIMENTOS ... 40
4.13 UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS NAS TECNOLOGIAS EXISTENTES NOS EMPREENDIMENTOS ... 41
4.14 EMPREENDIMENTOS QUE UTILIZAM ALGUM MEIO DE PAGAMENTO OU
SOMENTE PAGAMENTO EM ESPÉCIE ... 42
4.15 MOTIVOS QUE LEVAM OS EMPREENDEDORES A NÃO USAR UM MEIO ELETRÔNICO DE PAGAMENTO ... 43
4.16 COMO SÃO DIVULGADOS OS EMPREENDIMENTOS ... 44
4.17 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM SEU CARÁTER ... 45
4.18 PONTO DOS ESTABELECIMENTOS ... 46
4.19 POSSIBILIDADE DE PROMOVER MELHORIAS NOS EMPREENDIMENTOS ATUAIS OU DESENVOLVER OUTRO NEGÓCIO ... 47
4.20 COMO SURGIU A IDEIA DE MONTAR A EMPRESA ... 48
4.21 O EMPREENDEDOR POSSUI OUTROS COMÉRCIOS ALÉM DESTE? ... 49
4.22 ESTA É A ÚNICA ATIVIDADE DE SUSTENTO FAMILIAR? ... 50
4.23 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS NOS EMPREENDIMENTOS . 51 4.24 SUGESTÕES DADAS PARA O MUNICÍPIO DE LAGOA D’ ANTA – RN ... 52
5 CONCLUSÃO ... 54
REFERÊNCIAS ... 56
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO PARA VERIFICAR OS EMPREENDIMENTOS E A ANÁLISE DO PERFIL DOS EMPREENDEDORES DO MUNICÍPIO DE LAGOA D’ ANTA– RN. ... 59
1 INTRODUÇÃO
Empreendedorismo por Dornelas (2001) é compreendido como sendo o envolvimento de indivíduos e processos que, quando estão juntos, transformam ideias em oportunidades. Nos últimos anos, esse conceito de empreendedorismo está sendo bastante discutido no Brasil, isso porque estão tendo uma preocupação maior com a geração de pequenas empresas duradouras e a necessidade de diminuir as elevadas taxas de mortalidade dos empreendimentos.
Desse modo, essas são as principais razões que tornou o termo empreendedorismo popular no país. O governo tem dado maior atenção para o empreendedorismo, pelo fato de ter tentado várias vezes estabilizar a economia do país, por isso, muitas empresas buscaram alternativas para elevar a competitividade, diminuir os custos e se manter no mercado.
Ainda de acordo com Dornelas (2001), o acontecimento mencionado gerou um aumento na taxa de desemprego e como consequência disso, houve a necessidade por meio dos ex-funcionários de abrir suas próprias empresas.
Através desse trabalho, procuramos compreender o perfil dos empreendedores da cidade de Lagoa d’ Anta, como também o funcionamento dos empreendimentos da mesma, com o intuito de auxiliar no crescimento do município, visto que o empreendedorismo é de extrema importância para o desenvolvimento e a geração de emprego em uma cidade.
A referente pesquisa fornecerá dados quantitativos sobre os empreendimentos do município, como: informações dos proprietários, identificação do ramo das empresas que predominam na cidade, análises das possíveis oportunidades para novos empreendimentos, tendo assim, informações que possibilitarão uma caracterização empreendedora desse município, tentando facilitar o gerenciamento e o crescimento dos empreendimentos. Além disso, com esses dados obtidos, iremos ter diversas informações que poderão ser vistas por empreendedores que estão pensando em abrir um negócio na cidade, analisando através das mesmas, o melhor setor, o melhor comercio em que pode ser investido nesse município, o que irá facilitar e ajudar no desenvolvimento dessa cidade.
Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa coordenado pelo Prof. Dr.
Maristélio da Cruz Costa “CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E PERFIL DOS EMPREENDEDORES DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RN” que
tem por finalidade determinar o perfil dos empreendedores e o funcionamento dos empreendimentos dos municípios do Rio Grande do Norte.
2 REFERENCIAL TEORICO
Segundo Bueno (2016), empreendedorismo é a capacidade que um indivíduo possui de detectar problemas e oportunidades, desenvolver soluções na formação de algo com benefícios para a sociedade. Para Chiavenato (2007), o empreendedor é uma pessoa que inicia um negócio para colocar em prática uma ideia pessoal, a qual assumirá riscos e responsabilidades e sempre buscando inovações.
Ainda por Chiavenato (2007), o espirito empreendedor se faz presente em todos os indivíduos, mesmo estes não tendo fundado uma empresa ou iniciado seu próprio negócio, porém, estão preocupados em assumir riscos e inovar. De fato, um bom empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, pois é atribuído de sensibilidade para os negócios, senso financeiro e possui habilidade de identificar oportunidades, assim, o empreendedor transforma ideias em realidade, para se auto beneficiar e para beneficiar a comunidade.
No Brasil, o empreendedorismo começou a ser visto em 1990 quando surgiu duas entidades, o Sebrae e a Softex. Elas tinham como função auxiliar os empreendedores. Antes, praticamente não se ouvia falar em empreendedorismo e em criação de empresas.
Nesse tópico, serão apresentados pontos que caracterizam o perfil do empreendedor e o empreendedorismo no Brasil, serão abordados os conceitos de gênero, a faixa etária e a escolaridade que predominam mais nos empreendimentos atualmente, assim como, o ramo das empresas, a regularização das mesmas, o porte, o comprometimento financeiro, o uso de tecnologias e o marketing nas empresas.
2.1 GÊNERO
O termo gênero é usado para identificar e diferenciar os homens e as mulheres. No empreendedorismo, os homens empreendem mais que as mulheres, uma diferença de aproximadamente três pontos percentuais. Nos empreendedores estabelecidos existe uma diferença maior, chegando a quatro pontos percentuais.
Entretanto, ao analisar os empreendedores iniciais, pode-se observar que as mulheres ultrapassam os homens em quase um ponto percentual (GEM Brasil – 2017).
Figura 1 - Taxas (em %) específicas1 e estimativas2 (em milhões) do número de empreendedores por gêneros segundo estágios do empreendedorismo – Brasil – 2017
Fonte: GEM Brasil 2017
Nos estudos sobre mulheres no empreendedorismo são abordados diversos pontos que caracterizam a forma como mulheres empreendedoras gerenciam seus negócios, são eles: a personalidade das mulheres como empreendedora, o modo que elas administram seus negócios, as estratégias utilizadas, sua forma de se relacionar com o mercado, como também, a forma que obtém o capital para inserir seu empreendimento no mercado.
Com relação a personalidade das mulheres empreendedoras e do seu comportamento, elas são vistas como mulheres persistentes, que buscam sua realização pessoal e sua independência, são mulheres ágeis, persuasivas, que visam sempre à inovação, são precisas e se adaptam a modificações, sempre com o pensamento de que o destino é fruto das suas ações (MACHADO, 1999).
Os motivos que levam as mulheres ao empreendedorismo é um tema também abordado por pesquisadores que estudam o empreendedorismo feminino. De acordo com Possati e Dias (2002), as mulheres envolvidas no mercado de trabalho relataram que a possibilidade de ajudar outras pessoas, a oportunidade de aprender novas coisas, o poder de decisão e o senso de realização são relevantes aspectos recompensadores no trabalho. Para Lombard (2001) os principais motivos que levam as mulheres a colocarem sua própria empresa é o desejo de impor suas ideias e colocá-las em prática, assim como, sua independência para agir como quiserem e a flexibilidade de horários, para assim conseguir conciliar sua vida pessoal e profissional. Por último é que está o desejo da sua independência financeira.
2.2 FAIXA ETÁRIA
Analisando o empreendedorismo por faixas etárias observou-se, segundo GEM Brasil (2017), que os jovens com faixa etária de 25 a 34 anos tem destaque por serem ativos na geração de novos empreendimentos, 30,5% desses indivíduos são donos e administram seu empreendimento na sua fase inicial. 20,3% dos jovens com faixa etária de 18 a 24 anos estavam envolvidos na criação de novas empresas.
Os empreendedores estabelecidos com idade entre 45 e 54 anos são os que mais se sobressaem, o qual 25,9% são proprietários que gerenciam seus negócios já estáveis.
Figura 2 - Taxas (em %) específicas1 e estimativas2 (em milhões) do número de empreendedores por faixas etárias segundo estágios do empreendimento - Brasil - 2017
De acordo com Erickson (1980), os indivíduos durante toda sua vida passavam por diversas fases. Para ele, a vida humana era dividida em oito fases, dessas, apenas três serviram como análise para o empreendedorismo: os jovens, adultos e velhos.
Fonte: GEM Brasil 2017
Tabela 1 - Síntese das características de identidade ligadas ao ciclo de vida dos indivíduos, adaptado de Erickson (1998, p.178).
Fase do Ciclo de Vida Construção Social Construção Psicossocial Juventude Padrões de cooperação e
competição
Perder-se e encontrar-se no outro.
Idade Adulta Predomínio da Educação e tradição
Construir-se e tomar conta de alguém.
Velhice Sabedoria Ser através do que foi, do
passado. Encarar sem ser.
Fonte: Adaptado de Machado e Gimenez (2000) - Empreendedorismo e diversidade: uma abordagem demográfica de casos brasileiros
Quando são jovens, é notório que os indivíduos sofrem influências externas bem maiores, comparados com as outras faixas etárias, isso ocorre devido o processo de seus ideais ainda está em formação nessa fase que se encontram.
Com os adultos, essa construção já está consolidada. Na velhice, a construção social se dá através de análises de situações e ações passadas.
Com relação ao empreendedorismo, os jovens tendem a procurar modelos de empreendimentos que sirvam como exemplo para a sua construção. Não se vê muito isso acontecer com os adultos ou os idosos. Segundo Filion (1999), a construção do sistema de relações, importante na prática da atividade empreendedora, tende a ser mais estruturada na fase adulta do que para a fase da juventude, devido às experiências vividas. Para ele, quanto mais jovem for o empreendedor, maior será a influência do ambiente familiar e quanto mais velho for o empreendedor, maior será a influência com o meio de negócios ou da experiência anterior e das práticas de aprendizagem.
“O comportamento dos jovens no trabalho tende a ser mais aquilo que os outros determinam e menos o que ele próprio define porque a sua identidade de papel, isto é, aquela relacionada com o desempenho do trabalho, está ainda em construção” (MACHADO; GIMENEZ, 2000 p. 135).
2.3 GRAU DE ESCOLARIZAÇÃO
O GEM usa quatro faixas de escolaridade para estudar o empreendedorismo, são elas: (i) “alguma educação”, para os indivíduos que têm o ensino fundamental completo e médio incompleto; (ii) “secundário completo”, para aqueles que possuem
ensino médio completo e superior incompleto; (iii) “pós-secundário”, para os que tem curso superior completo e especializações ou mestrado incompletos; (iv)
“experiência pós-graduação”, para indivíduos com mestrado completo e doutorado incompleto ou completo. Esta última passou a ser vista a partir da pesquisa realizada pela GEM em 2016, nos anos anteriores, essa faixa não era considerada, pelo fato da quantidade reduzida de dados.
No Brasil, a faixa que apresenta maior índice é a de “experiência pós- graduação”, a qual consta um elevado número de indivíduos envolvidos em novos empreendimentos, chegando a uma taxa de 22,9%. No entanto, com essa verificação, não quer dizer que os novos negócios sejam formados por doutores ou mestres, visto que as porcentagens dessa população são inferiores as porcentagens dos indivíduos com menor escolaridade.
No Brasil, somente 13,1% da população com idade superior a 25 anos tem curso superior integral. Pode-se dizer que as taxas percentuais nas diferentes faixas de escolaridade são equilibradas com relação aos novos empreendimentos, a qual os que correspondem à faixa com “alguma educação” apresentam TEA (Taxa de Empreendedores Iniciais) de 19,5%, os que fazem parte da faixa com “secundário completo” possuem taxa de 20,5% e os indivíduos que se encontram na faixa com
“pós-secundário” tem menor TEA, com uma porcentagem de 14,4 (PNAD 2014).
2.4 RAMO DAS EMPRESAS
Para Chiavenato (2012), empresas existem para desenvolver produtos ou prestar serviços para a sociedade. As mesmas são como organizações que são destinadas a produzir algo e podem ser encontradas em diferentes ramos de atividades. Ainda segundo Chiavenato (2012), elas podem ser classificadas em:
2.4.1 Empresas Industriais
São empresas que transformam matérias-primas em mercadorias ou produtos, produzindo bens de consumo ou bens de produto. As empresas que fazem bens de consumo oferecem suas mercadorias para os consumidores finais, já aquelas que produzem bens de produto, fornecem produtos para outras empresas.
Empresas como essas abrangem desde artesanato até as grandes fábricas.
2.4.2 Empresas Comerciais
São aquelas que comercializam produtos ou mercadorias prontas diretamente ao consumidor, o que conhecemos como comercio varejista e as que compram do produtor para vender ao varejista, é o que conhecemos como comércio atacadista.
Comércio Varejista Comércio Atacadista Supermercados e hipermercados Atacado de produtos alimentícios
Lojas em geral Atacado de vestuário
Açougues e casa de carnes Atacado de materiais de construção Restaurantes e fast-foods Distribuidora de revistas
Postos de gasolina Livrarias e papelarias
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012) - Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor
2.4.3 Empresas de Prestação de Serviço
Empresas que fornecem seu próprio trabalho ao consumidor e não fornecem a entrega de mercadorias como as demais empresas mencionadas acima.
Tabela 2 - Exemplos de empresas comerciais (varejista e atacadista)
Tabela 3 - Exemplo de empresas prestadoras de serviços
Empresas Prestadoras de Serviços
Bancos e financeiras Lojas e comércio em geral Escolas e universidades Contabilidade e auditoria Hospitais e clínicas médicas Hotéis e resorts
Advocacia e consultoria legal Serviços de mecânica e eletricidade Agências de propaganda Estilo e decoração
Veículos de comunicação Promoção e propaganda Transporte urbano e interurbano Seguros em geral
Transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aêreo
Postos de gasolina e lubrificação
Consultoria tributária Consultoria organizacional
Corretagem de imovéis Consultoria em recrutamento e seleção Laboratórios médicos Treinamento e desenvolvimento
proficional
2.5 EMPRESAS REGULARIZADAS
De acordo com a Receita Federal, a seleção dos optantes do Simples Nacional foram objeto do Alerta do Simples Nacional 4. Os mesmos constataram aproximadamente 25 mil colaboradores com indícios de omissão de receita.
“Resultado de parceria envolvendo 35 Fiscos das três esferas de governo, as divergências apontaram omissões da ordem de R$ 15 bilhões de receita bruta, base de cálculo para apuração dos tributos que compõem o Simples Nacional”.
Essa edição do Alerta do Simples Nacional segue três linhas de ação, considerando operações de Fisco federal, estadual e municipal, são elas:
A diferença entre os valores de notas fiscais eletrônicas e a receita bruta declarada;
A diferença entre os valores de notas fiscais de serviço eletrônicas e a receita bruta declarada;
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012) - Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor
A diferença entre os valores de cartões de crédito e débito e a receita bruta declarada.
Na visão da empresa MF Contadores, o governo tem o intuito de descobrir divergências, mostrá-las aos colaboradores para assim, trazer o dinheiro para os cofres públicos. Para esses colaboradores, esse ato irá controlar os tributos por parte do governo, proporcionando uma melhoria na estratégia do nosso país, pois para eles, um país sólido traz aos empreendedores mais vantagens nos seus negócios.
2.6 COMPROMETIMENTO FINANCEIRO
Para Helfert (2000, p. 77) desempenho financeiro “é a medição das consequências financeiras e econômicas das decisões de gestões passadas que esquematizam investimentos, operações e financiamentos ao longo do tempo”.
Para realizar uma análise de desempenho de uma empresa, existem diversas técnicas, porém, a que mais tem destaque é a Análise de Índices Econômico- Financeiros (CAMARGOS E BARBOSA (2005)).
Segundo Matarrazo (1995, p.153) índice “é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. Desta forma, os indicadores representam a metodologia de análise mais utilizada, tendo como finalidade disponibilizar uma visão econômico-financeira das empresas.
Para esse caso, a contabilidade oferece grupos de usuários através de relatórios e documentos, que são capazes de subsidiar a formação de indicadores financeiros que liberam a mensuração do desempenho econômico-financeiro das empresas para melhor auxiliar nas decisões.
Para Camargos e Barbosa (2005 p. 103) essa técnica nos diversos demonstrativos contábeis é uma “fonte de dados, que são compilados em índices, cuja análise histórica possibilita identificar a evolução do desempenho econômico e financeiro da empresa”. Deste modo, a utilização dos índices pode mostrar como a empresa se encontra atualmente, assim como, pode mostrar uma possível hipótese de como a empresa pode se encontrar futuramente.
Segundo Gitman (2003) pode-se dividir os indicadores financeiros em cinco tipos: liquidez; atividade; endividamento; rentabilidade; valor de mercado, definidos como sendo:
Os Índices de Liquidez são medidos através do cumprimento das obrigações da empresa em curto prazo.
Os índices de atividade determinam a velocidade na qual as contas são transformadas em vendas ou caixa.
Os índices de endividamento mostram o volume de dinheiro de terceiros que são utilizados como forma de gerar lucro.
Os índices de rentabilidade possibilitam uma análise dos lucros na empresa com relação a certo nível de vendas, de ativos ou de volume de capital investidos pelos donos.
Os índices de valor de mercado ligam o valor de mercado da empresa, medido através do preço de ações, a certos valores contábeis. Eles mostram a situação da empresa, mostrando seus riscos e o que vão ter de retorno.
2.7 PORTE DAS EMPRESAS
Para Chiavenato (2012), as empresas são classificadas em grandes, medias e pequenas empresas. Para essa classificação, são usados alguns critérios universais como o número de empregados existentes na empresa, o volume de vendas, o volume dos ativos, o volume dos depósitos, e muitos outros. O critério mais utilizado para classificar o tamanho de uma empresa é o número de empregados. A tabela abaixo mostra como essa classificação é feita.
Tabela 4 - Classificação utilizada pelo Sebrae para o tamanho das empresas
Classificação (porte)
Número de Empregados
Indústria Comercio e serviços
Pequena empresa 20 a 99 10 a 49
Média empresa 100 a 499 50 a 99
Grande empresa 500 ou mais 100 ou mais
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012) - Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor
Segundo o site do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (2015), as empresas também são classificadas de acordo com sua receita operacional bruta anual, como mostra a tabela abaixo.
Tabela 5 - Classificação das empresas de acordo com sua receita operacional bruta anual
Porte Faturamento anual
Microempresa Até R$ 2,4 milhões
Pequena empresa Acima de R$ 2,4 milhões até R$ 16 milhões
Média empresa Acima de R$ 16 milhões até R$ 90 milhões
Empresa média-grande Acima de R$ 90 milhões até R$ 300 milhões
Grande empresa Acima de R$ 300 milhões
Fonte: Adaptado de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (2015)
2.8 USO DE TECNOLOGIAS
De acordo com um artigo feito pela empresa DNA Sistemas, todo empresário começa um negócio com o objetivo de crescer cada vez mais e devido ao avanço tecnológico estão surgindo novas oportunidades que farão com que esse crescimento aconteça de uma forma mais rápida.
Para eles, a tecnologia no empreendedorismo traz muitos benefícios, a qual vai desde o uso de uma simples ferramenta como o e-mail até o uso de ferramentas mais complexas. Por meio de dados, os mesmos afirmam que atualmente 99% dos empreendimentos usam correio eletrônico cotidianamente, não só para uma simples comunicação, mas sim para adquirir novos negócios por meio do e-mail marketing.
Além disso, o computador passou a ser considerado um instrumento principal e essencial de trabalho por 71% de donos de empresas e os softwares de gerenciamento são usados por cerca de 29% das empresas.
A tecnologia torna mais simples gerenciar as finanças, permite deixar todos conectados o tempo todo onde estiverem, simplifica e qualifica o relacionamento com o cliente, além de oferecer recursos de segurança avançados mesmo aos pequenos negócios.
2.9 MARKETING DAS EMPRESAS
Para Kotler e Keller (2012), o marketing identifica e satisfaz as necessidades humanas e sociais, tendo como definição “suprir necessidades gerando lucro”.
Conceitos centrais são vistos no livro com o intuito de explicar a função do marketing. Para os autores, os conceitos centrais estão relacionados com a escolha do mercado-alvo, com o reconhecimento dos clientes potenciais e do que eles necessitam, assim como, o desenvolvimento do produto conforme a necessidade dos consumidores.
Na teoria, a maneira como se dá o planejamento de marketing de uma empresa é formado pela observação de oportunidades, pela escolha do público-alvo, por planejar estratégias, pelo desenvolvimento de programas e por gerenciar o esforço do marketing. Porém, na prática no ramo de empresas mais competitivas, o planejamento de marketing é mais fluido e continuamente atualizado.
As empresas estão cada vez mais buscando novos programas de marketing, modernizando seus produtos, procurando sempre saber as necessidades de seus clientes. Os responsáveis pelo marketing em uma empresa devem tentar manter equilibrado o aumento dos gastos relacionados as suas ações, a mídia social e outras ferramentas com um nível de gastos de marketing tradicional. Os mesmos devem colocar isso em prática quando a empresa tiver nos tempos de dificuldades econômicas, no momento em que a responsabilidade passa a ser prioridade e o retorno do que foi investido seja feito em cada marketing executado pela empresa.
2.10 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE LAGOA D’ ANTA/RN
Lagoa d’ Anta é um município pertencente ao estado do Rio Grande do Norte (RN), e se encontra localizado na microrregião do Agreste Potiguar, com uma área de 105,652 km² (de acordo com dados do IBGE/2017). Segundo o censo de 2010 realizado pelo IBGE, o município possui uma população de 6.227 habitantes e com uma estimativa de 6.728 para o ano de 2018.
Em relação aos aspectos físicos e geográficos, a cidade possui clima muito quente e semi-árido. Os solos têm fertilidade natural alta, possui textura argilosa e arenosa, relevo, suave ondulado, imperfeitamente drenado e rasos. Segundo o IDEMA/2008, a vegetação presente na região é de clima semi-árido, apresenta arbustos e árvores com espinhos e de aspecto menos agressivo do que a Caatinga Hiperxerófila.
Figura 3 - Localização do município de Lagoa d’ Anta
Fonte: Vanessa Lima (2019)
Quanto aos recursos econômicos, Lagoa d’ Anta se destaca pela sua agropecuária, pesca, extração vegetal e silvicultura (IDEMA 2008). Possui um IDHM de 0.601 (dados obtidos pelo IBGE em 2010) e sua contribuição para o PIB do estado do Rio Grande do Norte equivale a R$ 7.024,11 reais (IBGE 2015).
2.10.1 ORIGEM DA CIDADE
A história de Lagoa d’ Anta - RN se deu início a partir de 1875 (século XIX) com a chegada do Senhor Narciso da Silva no município. Narciso veio da região do Seridó, do Estado do Rio Grande do Norte e se instalou na cidade, numa região denominada Baixa Grande.
De acordo com a neta do Senhor Narciso, Joaquina Narciso, na época em que o seu avô chegou à cidade, não existia à compra de terras, lá funcionava por meio de posse, isto é, as pessoas marcavam e tomavam a posse das terras. Com isso, o fazendeiro patrão do Senhor Narciso, informou uma terra onde tinha uma grande lagoa, a qual havia várias antas. O lugar era considerado fértil, adequado para a criação de gado, culturas de feijão, milho, babata, mandioca e outro produtos agrícolas, enfim, era um lugar ideal para se viver.
As terras remarcadas pelo o Senhor Narciso começavam da Igreja Católica até as imediações do Pau-Queimado. Dona Joaquina conta que seu avô, pegou uma índia a “casco de cavalo”, ou seja, ele correu em um cavalo atrás de uma índia pelo meio da mata, mas nas primeiras tentativas não conseguiu. Posteriormente, prosseguiu a perseguição e conseguiu captura-la, amarrou-a e trouxe para sua casa, que era localizada onde hoje é o Posto de Saúde da cidade. Narciso casou com a índia e eles tiveram 13 filhos, apenas 7 criaram-se. Eles foram os primeiros habitantes no município (Portal do Município).
Fonte: GOOGLE EARTH PRO 2019
Figura 4 – Imagem satélite da cidade de Lagoa D’ Anta - RN
3 METODOLOGIA
Esse tópico terá como finalidade, apresentar a metodologia utilizada para a obtenção dos dados e resultados da pesquisa, a qual foi realizada por meio da aplicação de questionários nos estabelecimentos do município.
O presente estudo teve como principal objetivo a obtenção de dados quantitativos e descritivos do município de Lagoa D’ Anta – RN, procurando compreender o perfil dos empreendedores dessa cidade, como também o funcionamento dos empreendimentos da mesma.
Para a realização desse trabalho utilizou-se o método de pesquisa quantitativa e descritiva. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva é caracterizada por descrever as características de algumas populações ou fenômenos. Esse tipo de pesquisa utiliza de técnicas padronizadas de coletas de dados, como questionários e observações sistemáticas. Segundo Fonseca (2002), na pesquisa quantitativa as amostras obtidas são geralmente grandes e consideradas características da população, na qual os resultados são vistos como se formassem um retrato real de toda a população a qual a pesquisa está sendo destinada.
Foram entrevistados 28 empreendedores e a pesquisa foi realizada no dia 17 de outubro de 2018.
Para o tratamento dos dados obtidos, foi utilizada a ferramenta Microsoft Office Excel, a qual possibilitou o desenvolvimento de gráficos e tabelas, apresentando os resultados obtidos por meio da pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR GÊNERO
Partindo dos dados adquiridos por meio do questionário, pode-se verificar que no município de Lagoa D’ Anta as mulheres empreendem mais que os homens, isso pode ser visto no gráfico 1. As mesmas representam 64,29% dos empreendimentos da cidade.
Como foi visto anteriormente, de acordo com o GEM Brasil (2017), as mulheres vem se destacando por estarem ganhando espaço no empreendedorismo e se tornando cada vez mais independentes.
Gráfico 1 - Distribuição dos empreendedores por gênero do município de Lagoa D' Anta - RN
Fonte: Autoria própria (2019)
Na Tabela 3 a seguir, encontra-se os valores em quantidade e seus respectivos dados coletados na entrevista relacionados ao gênero dos empreendedores.
Tabela 6 - Distribuição dos empreendedores por gênero do município de Lagoa D' Anta – RN
Gênero Quantidade Percentual (%)
Masculino 10 35,71
Feminino 18 64,29
Total 28 100
Fonte: Autoria própria (2019)
Masculino Feminino
35,71%
64,29%
Porcentagem
4.2 DISTRIBUIÇÃO DOS EMPREENDEDORES POR FAIXA ETÁRIA
Segundo o GEM Brasil (2017), os jovens são destaques por serem ativos na geração de novos empreendimentos, e uma boa parcela deles são donos e administram seus negócios na sua fase inicial.
Analisando os empreendimentos da cidade, observou-se que boa parte dos empreendedores são jovens e adultos, a qual constitui uma faixa etária de 21 a 30 anos, e representa 39,29% dos empreendedores do município. Em seguida, os empreendedores que estão na faixa etária de 31 a 40 anos também são destaques, já que constituem 21, 43% dos empreendedores locais. O restante distribui-se em 4 categorias (Até 20 anos – 10,71%; 41 a 50 anos – 17,86%; 50 a 60 anos – 7,14% e mais de 60 anos – 3,57%). Esses dados podem ser observados no Gráfico 2 e na tabela 4.
Gráfico 2 - Distribuição dos empreendedores por faixa etária do município de Lagoa D' Anta - RN
Fonte: Autoria própria (2019)
Tabela 7 - Distribuição dos empreendedores por faixa etária do município de Lagoa D’ Anta - RN
Faixa Etária Quantidade Percentual (%)
Até 20 anos 3 10,71
21 a 30 anos 11 39,29
31 a 40 anos 6 21,43
41 a 50 anos 5 17,86
51 a 60 anos 2 7,14
Mais de 61 anos 1 3,57
Total 28 100
Fonte: Autoria própria (2019)
Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos Mais de 61 anos 10,71%
39,29%
21,43%
17,86%
7,14%
3,57%
Porcentagem
