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O PROCESSO DE MARCAÇÃO CE NUMA INDÚSTRIA DE ESTRUTURAS METÁLICAS

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O PROCESSO DE MARCAÇÃO CE NUMA INDÚSTRIA DE ESTRUTURAS METÁLICAS

Ana Catarina Ferreira da Silva

Orientador

Martinha Pereira Mariana Carvalho

Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas Integrados de Gestão QAS

fevereiro, 2019

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O PROCESSO DE MARCAÇÃO CE NUMA INDÚSTRIA DE ESTRUTURAS METÁLICAS

Ana Catarina Ferreira da Silva

Orientador

Martinha Pereira

Mariana Carvalho Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas Integrados de Gestão QAS

fevereiro, 2019

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DECLARAÇÃO

Nome: Ana Catarina Ferreira da Silva

Endereço eletrónico: catarinaasilva02@gmail.com

Título do Projeto: O processo de Marcação CE numa indústria de estruturas metálicas Subtítulo do Projeto:

Orientador: Martinha Pereira Coorientador: Mariana Carvalho Ano de conclusão: fevereiro, 2019

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão QAS

Nos exemplares das Dissertações /Projetos/ Relatórios de Estágio de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de Provas Públicas, e dos quais é obrigatoriamente enviado exemplares para depósito legal, deve constar uma das seguintes declarações:

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO (indicar, caso tal seja necessário, nº máximo de páginas, ilustrações, gráficos, etc..), APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

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O PROCESSO DE MARCAÇÃO CE NUMA INDÚSTRIA DE ESTRUTURAS METÁLICAS

RESUMO

A presente dissertação tem como objetivo o desenvolvimento de uma metodologia para aplicação da Marcação CE numa indústria de estruturas metálicas. Aplicado a um estudo de caso, pretende-se compreender todo o processo necessário à referida marcação bem como a sua aplicação prática.

A Marcação CE funciona como “livre trânsito” para a comercialização de mercadorias, dentro do espaço Europeu. Assim, permite às entidades fiscalizadoras verificar se os fabricantes garantem, ou não, a conformidade do seu produto relativamente aos requisitos de saúde, segurança e proteção ambiental da União Europeia. Essa conformidade deve ser documentada pelo fabricante, garantindo assim que todo o processo é controlado e verificado, para que se possa atestar o cumprimento de todos os requisitos.

Inicialmente será realizado um levantamento das normas em vigor e aplicáveis ao caso concreto das estruturas metálicas. Este trabalho reveste-se de grande importância uma vez que permite estabelecer regras, e qual a metodologia, quais os critérios e as recomendações para assegurar a conformidade da produção e instalação das referidas estruturas metálicas.

Posteriormente serão analisadas as operações de serralharia, para que se perceba a sua relevância para o processo. Por fim serão apresentados os documentos resultantes do estudo do presente caso. Aqui se demonstrará como é feito o controlo da produção e dos demais requisitos exigidos pelas normas Europeias aplicáveis.

Palavras-chave: Marcação CE, Conformité Européenne, Norma EN1090, Controlo, Qualidade.

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ABSTRACT

The present dissertation aims to develop a methodology for the application of CE marking in a metal structures industry. Applied to a concrete case study, it is intended to understand all the process necessary to the said marking as well as its application in the field.

CE marking works as a "free transit" for the commercialization of goods within the European area. This enables inspectors to verify whether manufacturers ensure compliance of their product with the European Union's health, safety and environmental protection requirements. Such compliance shall be documented by the manufacturer, thus ensuring that the entire process is controlled and monitored so that all requirements can be met.

Initially, a survey will be made of the rules in force and applicable to the concrete case of metal structures.

This work is of great importance since it allows to establish rules, and which methodology, which criteria and recommendations to ensure the conformity of the production and installation of said metallic structures.

Subsequently the locksmithing operations will be analyzed, so that their relevance to the process can be perceived. Finally, the documents resulting from the study of the present case will be presented. Here you will demonstrate how the production control and other requirements required by the applicable European standards are made.

Keywords: CE Marking, European Conformity, Standard EN 1090, Control, Quality.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração do presente trabalho apenas foi possível pela colaboração de várias pessoas e instituições.

Em primeiro lugar agradecer à Dra. Martinha pela sugestão de projeto e pela disponibilidade que sempre demonstrou. Agradecer também à Dra. Mariana pela disponibilidade e toda a ajuda que prestada.

Em segundo, lugar agradecer aos responsáveis da Euroberço, por me aceitarem receber, bem como a todos os funcionários que nela trabalham, pela simpatia com que sempre me receberam e pela disponibilidade para que este projeto fosse realizado com sucesso.

Agradeço ainda à minha família por todo o apoio que sempre demonstraram durante esta etapa da minha vida. Ao Gil pelo amor, pela compreensão e companheirismos que sempre demonstrou.

Às minhas amigas e companheiras de curso, porque nunca me deixaram desistir.

Agradecer ainda ao IPCA, e a todos os professores que durante todo o curso contribuíram para a aquisição de todos os conhecimentos necessários para que este projeto fosse implementado.

A todos os que contribuíram de alguma forma na realização deste projeto, o meu profundo e sincero obrigado.

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DEDICATÓRIA

Dedico este projeto á minha família e ao amor da minha vida, Gil.

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LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal CC – Classe de Consequência

CE - Conformité Européenne

CEE - Comunidade Económica Europeia CEN - Comité Europeén de Normalisation CPF - Controlo de Produção em Fábrica DAE - Documento de Avaliação Europeu DPC - Diretiva dos Produtos de Construção EEE - Espaço Económico Europeu

EN - European Norm (European Standards)

EOTA - European Organization for Technical Assessment EXC – Execução

IPQ - Instituto Português da Qualidade

ISO - International Organization for Standardization IT – Instruções de Trabalho

JOUE - Jornal Oficial da União Europeia MP – Matérias Primas

NANDO - New Approach Notified and Designated Organizations NP - Norma Portuguesa

OAT - Organismo de Avaliação Técnica ON - Organismo Notificado

OS – Ordem de Serviço PC – Classe de Produção

PCP – Plano de Controlo Produção

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PCR – Plano de Controlo à Receção PIB – Produto Interno Bruto

PME – Pequenas e Médias Empresas

RPC - Regulamento dos Produtos para Construção SC – Categoria de serviço

SPQ – Sistema Português de Qualidade UE - União Europeia

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ÍNDICE

RESUMO ... I ABSTRACT ... III AGRADECIMENTOS ... V DEDICATÓRIA ... VII LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS ... IX ÍNDICE ... XI INDICE DE FIGURAS ... XIII INDICE DE TABELAS ... XV

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 ENQUADRAMENTO ... 2

1.2 A ORGANIZAÇÃO ... 2

1.3 OBJETIVOS ... 2

1.4 ESTRUTURA ... 3

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 4

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR METALOMECÂNICO EM PORTUGAL ... 4

2.2 O CONCEITO DE QUALIDADE ... 4

2.2.1 NORMALIZAÇÃO ... 5

2.3 MARCAÇÃO CE ... 8

2.3.1 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO ... 9

2.3.2 NOVA ABORDAGEM ...10

2.3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MARCAÇÃO CE ...11

2.3.4 OBTENÇÃO DA MARCAÇÃO CE...12

2.4 MARCAÇÃO CE PARA ESTRUTURAS METÁLICAS ... 17

2.4.1 REGULAMENTO (UE) N.º 305/2011 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO DE 9 DE MARÇO DE 2011 ...17

2.4.2 EN 1090:2009 + 1A ...18

2.4.3 CONTROLO DE PRODUÇÃO EM FÁFRICA ...19

3. A ORGANIZAÇÃO: DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ... 21

3.1 OPERAÇÕES DE SERRALHARIA ... 22

3.1.1 CORTE ...22

3.1.2 FURAÇÃO ...26

3.1.3 ENFORMAGEM ...27

3.1.4 SOLDADURA ...29

3.1.5 TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE ...34

4. IMPLEMENTAÇÃO DA MARCAÇÃO CE ... 43

4.1 DETERMINAÇÃO DA CLASSE DE EXECUÇÃO ... 43

4.1.1 CLASSE DE CONSEQUÊNCIA ...43

4.1.2 CATEGORIA DE SERVIÇO ...44

4.1.3 CATEGORIA DE PRODUÇÃO ...44

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4.2 FLUXO DE PRODUÇÃO ... 45

4.3 PROCEDIMENTO DE CONTROLO DE DOCUMENTOS E REGISTOS ... 46

4.4 PROCESSO DE GESTÃO LOGÍSTICA ... 47

4.4.1 PROCEDIMENTO DE GESTÃO DE COMPRAS ...47

4.4.2 PROCEDIMENTO DE GESTÃO DE ARMAZÉM ...48

4.4.3 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES ...48

4.5 PROCESSO DE PRODUÇÃO ... 49

4.5.1 PROCEDIMENTO DE PRODUÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS ...49

4.5.2 PROCEDIMENTO DE PRODUÇÃO DE ACESSÓRIOS ...50

4.5.3 PLANO DE CONTROLO À PRODUÇÃO ...51

4.6 DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO ... 55

4.7 ETIQUETA DE MARCAÇÃO CE... 55

CONCLUSÕES ... 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 59

ANEXOS ... 63

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Grafismo da Marcação CE ... 9

Figura 2 - Representação Modular do sistema de Avaliação de Conformidade ... 12

Figura 3 - Organigrama da Euroberço. ... 21

Figura 4 - Metodologia de execução de vértices num perfil - Corte longitudinal... 22

Figura 5 - Guilhotina 2 - Corte de chapas de espessura até 1.5mm ... 23

Figura 6 – Guilhotina1 - Corte de chapas de espessura até 0.5 mm... 23

Figura 7 - Serrote ... 24

Figura 8 - Tocha de Oxicorte ... 25

Figura 9 - Punçoadora ... 27

Figura 10 - Soldadura com porosidades ... 30

Figura 11 - Soldadura com inclusões ... 31

Figura 12 - Soldadura com falta de fusão ... 31

Figura 13 - Soldadura com fenda ... 31

Figura 14 - Soldadura com falta de penetração ... 33

Figura 15 - Tipos de corrosão ... 35

Figura 16 - Fluxo de decapagem química ... 36

Figura 17 - Fluxo de decapagem mecânica ... 36

Figura 18 - Fluxo de Lixagem ... 37

Figura 19 - Fluxo de desengorduramento ... 38

Figura 20 - Fluxo de produção de Estruturas Metálicas ... 46

Figura 21 - Fórmula de cálculo de Avaliação de Fornecedores ... 49

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INDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Revisão dos Módulos de Avaliação de Conformidade (adaptado do

Blue Guide) ... 13

Tabela 2 - Sistemas de Avaliação e Verificação da Regularidade de Desempenho ... 16

Tabela 3 - Exemplos de defeitos de forma ... 32

Tabela 4 - Tipos de defeitos de pintura ... 40

Tabela 5 - Matriz de definição da Classe de Execução ... 43

Tabela 6 - Determinação da classe de Consequência ... 44

Tabela 7 - Determinação da Categoria de Serviço ... 44

Tabela 8 - Determinação da Categoria de Pordução ... 45

Tabela 9 - Folgas nominais para parafusos e cavilhas ... 52

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1. INTRODUÇÃO

Preconizada desde os primórdios da União Europeia, a livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais dentro do Espaço Económico Europeu (EEE), é hoje uma realidade a que assistimos. No que diz respeito a mercadorias, a livre circulação implica adotar e respeitar normas, diretivas e regras que garantam a qualidade, a integridade e a segurança das mesmas. Tornou-se assim necessário criar uma abordagem legislativa comum que torne possível que todas as mercadorias/produtos estejam em “pé de igualdade”. Não se pode comparar o que é diferente, não se pode competir sem se assegurar a qualidade máxima do produto.

Nasceu assim, dentro do EEE, uma marca que garante qualidade e segurança dos produtos/equipamentos que a ostentam, a Marcação CE.

As indústrias portuguesas, ainda reticentes quanto à certificação, tinham como principal barreira à exportação dos seus produtos a falta de confiança dos consumidores, bem como os custos de produção que se refletem no custo para o consumidor. Com o progredir da atividade de certificação em Portugal, e mais concretamente com a Marcação CE, houve uma abertura dos mercados. Nenhum estado-membro pode restringir, proibir ou impedir a entrada no seu mercado de um produto que detenha a marcação CE, a menos que este tenha provas de que o mesmo não cumpre, ou não esteja a aplicar corretamente, as diretivas para aquele produto/equipamento. Caso contrário, um produto/equipamento ao qual tenha sido aposta a Marcação CE, goza da presunção de que nele foram aplicadas todas as Diretivas Comunitárias aplicáveis, desde a fase de projeto até à fase de conceção do mesmo.

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1.1 ENQUADRAMENTO

A maior consequência da globalização é a concorrência que aumenta a cada dia que passa, por isso torna- se essencial que os produtos nacionais consigam competir com os produtos oriundos de outros países de forma igual e com reconhecimento por parte dos consumidores. Para garantir a segurança e saúde destes, é fundamental que os produtos sejam regulamentados, sendo a Marcação CE a garantia dessa regulamentação.

O principal objetivo da Marcação CE é dar garantias de qualidade e segurança do produto fabricado, bem como garantir que durante todo o processo, desde o projeto à execução dos produtos, são respeitados todos os requisitos legislativos europeus aplicados ao setor.

Capacitar os produtos da organização escolhida com Marcação CE, fará com que a mesma se torne mais competitiva no mercado interno e externo e trará mais confiança aos seus consumidores.

1.2 A ORGANIZAÇÃO

A Euroberço – Construções Metálicas, Lda. é uma empresa dedicada ao fabrico e montagem de todo o tipo de estruturas em ferro e coberturas metálicas, exercendo a sua atividade em áreas tão diversas como a edificação de naves industriais, armazéns, pérgolas, condutas, coberturas, fachadas e todo o tipo de caixilharia em ferro.

Foi fundada em 2005 e teve uma rápida ascensão no mercado da metalomecânica, sendo reconhecida pela qualidade dos seus serviços e produtos. Em 2010 foi distinguida com o título de PME LIDER, no âmbito do Programa FINCRESCE, pelo seu bom desempenho. A sua estratégia é alcançar a excelência pela satisfação dos clientes.

A Euroberço visa consolidar e evoluir o seu posicionamento no setor das estruturas metálicas para se tornar uma referência no mercado nacional, onde já ocupa um lugar de destaque. A sua área de atuação abrange todo o território nacional tendo iniciado o processo de internacionalização em 2010 com serviços em Espanha e em França (Euroberço, n.d.).

1.3 OBJETIVOS

Num mundo cada vez mais global, onde a concorrência aumenta a cada dia, é fundamental que as empresas nacionais consigam competir com outras de países diferentes de forma igual e com reconhecimento por parte dos consumidores. Porém, como salvaguarda da segurança e saúde dos consumidores, é fundamental que os processos produtivos sejam regulamentados e fiscalizados. A Marcação CE revela assim uma importantíssima missão para esse objetivo.

Conseguir que uma organização possa comercializar os seus produtos com marcação CE é o principal objetivo deste trabalho.

O presente projeto visa aplicar o processo de Marcação CE na empresa Euroberço, Lda. garantindo assim a segurança e a qualidade das estruturas metálicas produzidas pela empresa.

Podemos assim dizer que o presente projeto tem com principal objetivo a construção de um instrumento de trabalho capaz de gerar mais-valias em prol da diferenciação da empresa face à concorrência, em especial,

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através da melhoria da eficácia e do desempenho dos processos produtivos, satisfazendo as exigências requeridas pelos clientes. Por outro lado, é também uma oportunidade de motivar os colaboradores, assim como identificar novas necessidades internas, tais como: recursos humanos, infraestruturas, formação, entre outros.

Desde 2014 que a norma EN 1090, relativa à execução de estruturas de aço e de estruturas de alumínio, fez com que a Marcação CE se tornasse de aposição obrigatória. Esta norma estabelece os requisitos de avaliação da conformidade de componentes estruturais das estruturas metálicas produzidas. Esse é o trabalho proposto. Assim, pretende-se:

1. Identificar quais os requisitos essenciais dos produtos produzidos e aplicar métodos para avaliação de conformidade dos mesmos.

2. Aplicar numa primeira fase ensaios iniciais aos produtos.

3. Implementar os mecanismos de controlo interno de produção tendo como objetivo final a certificação de acordo com a EN 1090.

1.4 ESTRUTURA

O presente projeto apresenta-se estruturado em 5 capítulos. Inicialmente será feita uma revisão da literatura para que se possa compreender em que consiste a Marcação CE e quais os seus requisitos essenciais para posteriormente aplicar na empresa.

No primeiro capítulo foi realizada uma pequena nota introdutória ao tema apresentando-se os objetivos e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo faz a revisão da literatura. Iniciando-se com a caracterização do setor da indústria metalomecânica em Portugal, passando pela “qualidade” e o que se pretende quando nos referimos a produtos com qualidade. Estabelecido, esse ponto essencial, avança-se para a caraterização da normalização, em que consistem as normas harmonizadas, bem como da identificação dos organismos envolvidos na Normalização.

À posteriori entramos no cerne da questão deste projeto: em que consiste a Marcação CE, como chegamos à Marcação CE que temos nos dias de hoje e quais os elementos fulcrais para obtenção da mesma, nomeadamente as normas a aplicar ao presente projeto e quais os seus requisitos essenciais.

Num terceiro capítulo serão descritas as operações de serralharia que ocorrem nas instalações da Euroberço, capítulo de veras importante uma vez que sustentará todo o trabalho prático realizado posteriormente.

O quarto capítulo tem por função dar a conhecer o trabalho posto em prática ao longo dos últimos meses.

Seguindo uma estrutura baseada na abordagem por processos, identificam-se os mesmos, tendo como base a revisão da literatura efetuada anteriormente, elaboram-se todos os documentos e registos para que se cumpram os objetivos deste projeto. Ou seja, para que a certificação da Marcação CE seja alcançada.

Segue-se, por último, mas não menos importante, um capítulo de conclusões.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR METALOMECÂNICO EM PORTUGAL

Em 2015, a indústria metalomecânica compreendia 2% das empresas em Portugal o que representa 7% do volume de negócios, empregando 6% do número de trabalhadores em Portugal. O setor representava cerca de um quarto do agregado das indústrias transformadoras, revestindo-se assim de grande importância a nível nacional.

De acordo com a AIMMAP, as vendas ao exterior efetuadas pelas empresas portuguesas do setor metalúrgico e metalomecânico ascenderam no passado mês de outubro de 2018 ao valor de €1.696 milhões de euros, o que revela, um crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior (AIMMAP, n.d.). Isto reflete o grande crescimento do setor. Para que este crescimento ocorra de forma sustentável torna-se necessário alertar para a consciencialização e a importância da certificação.

A atividade de certificação em Portugal tem vindo a progredir nos últimos anos. As indústrias portuguesas tinham como barreiras para a venda dos seus produtos, aspetos fundamentais como o custo de produção, a segurança e a aceitação dos seus produtos pelos respetivos consumidores, tanto internos como externos. A maior preocupação era cumprir os requisitos essenciais sem que para isso o custo atingisse níveis insustentáveis. Conseguir com o menor custo possível, com maior qualidade e certificação, atingir o reconhecimento, a nível interno como externo, é o objetivo das indústrias portuguesas. Ao que parece a consciencialização para a certificação já ocorreu, sendo reflexo disso os resultados atingidos no ano passado.

2.2 O CONCEITO DE QUALIDADE

“Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas de um objeto” (IPQ, n.d.)

Enquanto consumidores estamos habituados a usar o termo qualidade para aquilo que procuramos, que desejamos consumir. Mas será que existe uma definição de qualidade que agrade a todos os consumidores?

Vários autores o tentaram fazer, desde Edwards Deming, Joseph Juran, Walter Shewhard, Philip Crosby ou David Garvin. A suas definições não estavam de todo erradas nem de todo o modo corretas.

Começou por entender-se que a qualidade estava no produto fornecido, o produto que os consumidores estavam dispostos a comprar seria de alta qualidade e apenas assim valeria o propósito da venda. Mas de que serve um produto com qualidade se não tem um propósito? Pois, assim concluiu-se que para haver qualidade o produto teria de ser apto ao uso a que se destinava. Bem como teria de ter valor económico. Nasceu assim a produção focada no cliente e na sua satisfação. Ainda assim, o conceito de Qualidade é obrigatoriamente um conceito subjetivo, sendo que cada pessoa, cliente ou grupo de clientes criará o seu próprio significado de

“Qualidade”.(Eliézer Pinheiro, n.d.)

Numa tentativa de uniformização de conceitos têm vindo a ser criadas organizações, instituições e legislação para controlar, padronizar e normalizar requisitos técnicos de produtos e serviços, como a Qualidade, a segurança, e o ambiente, entre outros. A mais conhecida destas organizações é a International Organization

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for Standardization (ISO), que no seu entender definiu a Qualidade como sendo o “Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas de um objeto”.

Também a nível Europeu houve a criação de uma harmonização legal. Assim, e desde 1985, que surgiu uma nova estrutura legislativa, que veio criar um conjunto de novas Diretivas comunitárias denominadas de

“Nova Abordagem”. Esta nova estrutura legislativa tem como primordial objetivo, entre outros, a harmonização e a normalização de um conjunto de requisitos essenciais de caráter obrigatório, destinado a assegurar um nível elevado de proteção do interesse público em questões de saúde, segurança, defesa do consumidor bem como proteção do ambiente.

Ora, a “Nova Abordagem” impõem aos fabricantes a Marcação CE que se trata, nada mais nada menos, de uma garantia para os consumidores de que aquele produto que estão a comprar tem qualidade e cumpre todos os requisitos legais a ele aplicáveis.

2.2.1 NORMALIZAÇÃO

“Uma norma é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que define regras, linhas de orientação ou características por atividades ou seus resultados, destinadas a utilização comum e repetida, visando atingir um grau ótimo de ordem, num dado contexto (NP EN 45020:2009)”.

Salvo algumas exceções, em que as normas são de implementação obrigatória, uma norma tem caráter voluntário. Estas têm como missão fornecer regras, bem como orientações ou características para os produtos ou serviços a colocar no mercado. São estabelecidos por consenso e são aprovados por um organismo de normalização reconhecido, sendo que têm por base resultados comprovados, científicos, técnicos ou até mesmo experimentais. (Universidade de Aveiro, n.d.)

Regra geral a designação das normas é composta por um prefixo alfabético seguido por um código numérico. As normas portuguesas utilizam o prefixo NP (Norma Portuguesa). Quando se trata de normas portuguesas que adotam uma norma europeia designam-se por NP EN (Norma Europeia). As NP EN ISO identificam as normas portuguesas que resultaram da adoção de uma norma europeia, que por sua vez resultou da adoção de uma norma internacional (Universidade de Aveiro, n.d.).

Deste modo, a Normalização é a atividade destinada a estabelecer, face a problemas reais ou potenciais, disposições para a utilização comum e repetida, tendo em vista a obtenção do grau ótimo de ordem, num determinado contexto. (IPQ, 2018)

A normalização tem diversos benefícios, como sejam:

Garantir a segurança dos produtos equipamentos e sistemas;

Diminuir o erro;

Reduzir custos;

Garantir o cumprimento, por parte do fabricante, de toda a legislação nacional e europeia;

Assegurar a compatibilidade e a interoperabilidade;

Facilitar as transações comerciais;

Abertura/entrada em novos mercados (Lisboa, n.d.).

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2.2.1.1 Normas harmonizadas

De acordo com o Regulamento (CE) n.º 765/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 9 Julho de 2008 “«Norma harmonizada», norma adotada por um dos organismos europeus de normalização constantes do anexo I da Diretiva 98/34/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de junho de 1998, relativa a um procedimento de informação no domínio das normas e regulamentações técnicas e das regras relativas aos serviços da sociedade da informação, com base em pedido apresentado pela Comissão nos termos do artigo 6º da mesma diretiva.”(PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO & de 9 Julho de 2008, n.d.)

Podemos assim definir uma norma harmonizada como um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que de um modo geral fornece regras, linhas diretrizes ou até características, para as atividades ou os seus resultados, garantindo um nível de ordem absoluto num dado contexto.

Estas normas contêm os requisitos essenciais em termos de regras técnicas, bem como define limites para determinados produtos, sendo que o fabricante é livre de as utilizar ou não. Daí o seu caráter absolutamente voluntário. Porém, caso não as utilize, o seu produto não beneficiará da conformidade prevista nas Diretivas Comunitárias que lhe são aplicáveis. O objetivo das normas harmonizadas é conferir uma garantia de conformidade para com as Diretivas para as quais foram elaboradas.

As normas Harmonizadas são normas europeias (EN) elaboradas sob mandato de Normalização emitido pela Comissão Europeia, pelo Comité Europeu de Normalização (CEN), pelo Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC) e pelo Instituto Europeu de Normalização para as Telecomunicações (ETSI).

2.2.1.2 Organismos de normalização

Os organismos de normalização dividem-se em: Organismos Internacionais de Normalização, Organismos Regionais de Normalização (Organismos Europeus), bem como Organismos Nacionais de Normalização.

(Carlos Alves, n.d.)

Destacam-se a nível internacional:

Organização Internacional de Normalização (ISO): normas ISO

A ISO iniciou a sua atividade em 1946, quando delegados de 25 países se reuniram no Instituto de Engenheiros Civis em Londres e decidiram criar uma nova organização internacional "para facilitar a coordenação e a unificação internacional de padrões industriais", tendo iniciado operações a 23 de fevereiro de 1947. Desde a sua criação já foram publicadas mais de 22309 Normas Internacionais abrangendo temas desde a tecnologia até à manufatura.

Muito embora se trate de uma organização não governamental conta com a participação de 162 países e 784 comitês técnicos e subcomités que garantem o desenvolvimento e atualização dos padrões a definir para cada setor de atividade. (International Organization for Standardization, n.d.).

Comissão Eletrotécnica Internacional (CEI ou IEC): normas CEI ou IEC

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A International Electrotechnical Commission é a organização global líder que prepara e publica Normas Internacionais baseadas em consenso e gere sistemas de avaliação de conformidade para produtos, sistemas e serviços elétricos e eletrónicos, bem como tecnologias afins.

Sediada em Genebra, Suíça, conta atualmente com a representação de cerca de 80 países. Sendo que a IEC e a ISO são organizações que partilham os mesmos objetivos, adotam regras comuns para a elaboração de documentos normativos internacionais. (International Electrotechnical Commission, n.d.)

International Telecommunication Union (ITU)

A ITU é uma suborganizarão das Nações Unidas, também se encontra sediada em Genebra, na Suíça, e é especializada em tecnologias de comunicação e informação. Conta com a participação de 193 Estados Membros, que contribuem para formular recomendações. Estão ainda representadas organizações do setor privado e de organizações nacionais e regionais (ITU, n.d.)

A nível Regional destacam-se:

Comité Europeu de Normalização (CEN): normas EN

O Comité Europeu de Normalização é uma associação Europeia que reúne os organismos nacionais de normalização de 34 países.

O CEN é uma plataforma cujo objetivo é o desenvolvimento de Normas Europeias e outros documentos técnicos relacionados com vários tipos de produtos, materiais, serviços e processos. Assim sendo apoia atividades de normalização dos mais variados setores, como por exemplo: aéreo espacial, produtos químicos, construção, produtos de consumo, defesa e segurança, energia, ambiente, alimentos e rações, saúde e segurança, cuidados de saúde, TIC, maquinaria, materiais, equipamentos sob pressão, serviços, vida inteligente, transporte e embalagem.(CEN, n.d.)

Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC)

Este organismo foi criado em 1973, e trata-se de uma organização técnica sem fins lucrativos ao abrigo das leis belgas, composta pelos Comités Nacionais Eletrotécnicos de mais de trinta países europeus.

A sua principal missão é preparar normas eletrotécnicas de carater voluntário que auxiliem no desenvolvimento de um Mercado Europeu Único para bens e serviços elétricos e eletrotécnicos abolindo assim barreiras para o comércio, criando novos mercados.(ANACOM, n.d.-a)

Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações (ETSI): normas ETS

O Instituto Europeu de Normas de Telecomunicações é uma organização europeia de normalização, que tem por missão a produção de normas europeias na área das telecomunicações, desenvolvendo igualmente atividades de pré-normalização e normalização nas áreas das tecnologias da informação e da radiodifusão televisiva e sonora. O ETSI teve origem na Conferência Europeia das Administrações de Correios e Telecomunicações (CEPT), tendo sido formalmente autonomizado em 1988.

Sediado em Sophia Antipolis, no sul de França, o ETSI integra mais de 750 membros, oriundos de 62 países, incluindo administrações, operadores de rede, prestadores de serviços, centros de investigação e consumidores. O programa de trabalho do Instituto é determinado pelos seus membros, que também são responsáveis pela aprovação das deliberações. (ANACOM, n.d.-b)

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A nível nacional a entidade responsável por esta área é o:

Instituto Português da Qualidade (IPQ)

De acordo com o Decreto-Lei n.º 71/2012, de 21 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 80/2014, de 15 de maio, o IPQ tem por missão a coordenação do Sistema Português da Qualidade (SPQ) e de outros sistemas de qualificação regulamentar que lhe forem conferidos por lei, a promoção e a coordenação de atividades que visem contribuir para demonstrar a credibilidade da ação dos agentes económicos, bem como o desenvolvimento das atividades necessárias à sua função de laboratório nacional de metrologia.

No que diz respeito à participação internacional, é da responsabilidade do IPQ a representação de Portugal em inúmeras estruturas europeias e internacionais de grande importância para a sua missão, nomeadamente no European Committee for Standardization (CEN), no European Committee for Electrotechnical Standardization (CENELEC), na International Electrotechnical Commission (IEC), na Conference General des Poids et Mésures (CGPM), na International Organization for Legal Metrology (OIML), e na International Organization for Standardization (ISO). (Instituto Português da Qualidade, n.d.)1

2.3 MARCAÇÃO CE

O Mercado Único Europeu representa cerca de 20% do total das importações e exportações mundiais, com mais de 20 milhões de PME por toda a europa e com 500 milhões de consumidores, representa 7% da população mundial, é detentor do maior PIB de todas as economias mundiais (EU Law and Publications, 2013). Só foi possível chegar a este nível de crescimento através da união de todos os Estados-Membros (EM) na persecução do mesmo objetivo comum.

Um mercado único, onde pessoas, bens, serviços e capitais circulem sem entraves.

Inicialmente foi deixado ao critério de cada Estado-Membro a criação de legislação técnica. Porém, surgiram inúmeras diferenças na forma como os diversos países abordavam a regulamentação, o que obrigava a que a exportação de produtos tivesse de ser aprovada por um organismo especializado de cada EM. Esta abordagem criou muitas limitações ao que se pretendia com a livre circulação de bens dentro da União Europeia.

A conformidade legal dos requisitos que têm de ser cumpridos é simbolizada pela marcação CE que foi criada em 1992. As letras maiúsculas CE representam a designação francesa “Conformité Européenne” que significa “conformidade Europeia”.

De acordo com a diretiva 93/68/EEC (Conselho Europeu, 1993) a Marcação "CE" de conformidade é constituída pelas iniciais "CE" tal como representada na Figura 1.

No caso de redução ou de ampliação da imagem da marcação "CE", devem ser respeitadas as proporções resultantes do grafismo da Figura 1. Os diferentes elementos da marcação "CE" devem ter sensivelmente a mesma dimensão vertical, que não pode ser inferior a 5 milímetros.”

Esta sigla deve ser colocada pelo fabricante ou pelo seu mandatário estabelecido na Comunidade Europeia, de forma visível, legível e indelével em produtos novos, usados, importados e alterados substancialmente, antes

1 Todos os logótipos relativos aos Organismos de Normalização encontram-se no Anexo 1.

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de serem comercializados no mercado europeu. É ao fabricante que incumbe, em última instância, a responsabilidade pela conformidade do produto (“EUR-Lex - l21013 - Marcação CE de conformidade,” 2008) De acordo com o Guia Azul de 2016 (Comissão Europeia, 2006) sobre a Aplicação das Regras da UE em matéria de Produtos, “a marcação CE indica a conformidade do produto com a legislação da União aplicável ao produto e que prevê a marcação CE” assim como “A marcação CE é aposta nos produtos que serão colocados no mercado do EEE e da Turquia, independentemente de os mesmos serem fabricados no EEE, na Turquia ou noutro país.”

A marcação CE não constitui uma barreira técnica para impedir que países externos à união exportem os seus produtos para o mercado da EU, é apenas uma forma de harmonização e unificação de procedimentos, normas e legislação, com o fim último preconizado nos inícios da união com a criação de um mercado interno europeu comum.

2.3.1 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

Winston Churchill foi um dos primeiros a preconizar a criação dos “Estados Unidos da Europa”. Com base nesta ideia e num pós Segunda Guerra Mundial, que deixou a Europa desolada, nasce a união de seis países com a intenção da criação de uma Europa pacífica, unida e próspera (europa.eu, 2018)

Assim, seguiram-se uma série de mudanças de perspetiva que levaram ao panorama atual da UE, tal e qual como a conhecemos hoje. Apresenta-se, em seguida um breve cronograma que nos dá uma perceção histórica dessa evolução:

1957 - Tratado de Roma, criação do Mercado Comum;

1959 - Legislação comunitária para o trabalho, livre circulação de pessoas e bens, produtos e segurança;

1985 - Introdução da “Nova Abordagem”;

1987 - Primeira referência à marcação CE para os produtos;

1992 - É definido o Espaço Económico Europeu (EEE). A Comunidade Económica Europeia (CEE) passa a intitular-se, com o Tratado de Maastricht, Comunidade Europeia (CE);

2008 - É criado um novo quadro legislativo para a comercialização de produtos;

2009 - Reforma radical, tanto na política, quanto na tomada de decisão da EU;

Figura 1 - Grafismo da Marcação CE

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Desde que a Marcação CE foi criada em 1992 que podemos concluir que têm sido obtidos resultados positivos, permitindo não só o aumento das exportações, mas também nos restantes objetivos (Nordic AB Hällefors, 2016)

Diminuição de acidentes no trabalho através do aumento de segurança;

Redução de custos para os produtores;

Procedimentos uniformes;

2.3.2 NOVA ABORDAGEM

Em 1983 adotou-se a Diretiva 83/189/EEC de 26 de março. Mais tarde, em julho de 1985, o Conselho Europeu reconhece que “a normalização constitui uma contribuição importante para a livre circulação dos produtos industriais e para a criação de um ambiente técnico comum a todas as empresas...” “…contribuindo para a competitividade industrial, tanto no mercado comunitário quer nos mercados externos” (Conselho Europeu, 1985)

A "Nova Abordagem", é a expressão pela qual é conhecida a referida Resolução do Conselho, de 1985, e segundo a qual, as diretivas passam a referir os requisitos essências de saúde, segurança e bem-estar das pessoas e animais bem como de proteção do meio ambiente que os produtos devem cumprir e as formas de comprovação da conformidade com esses requisitos. Os documentos normativos (EN – Normas Europeias) definem as características técnicas dos produtos, sendo transpostas para os ordenamentos técnicos nacionais através dos organismos acreditados. As diretivas elaboradas de acordo com esta resolução designam-se por

"Diretivas Nova Abordagem".(aeportugal, n.d.)

Deste modo, os Estados-Membros devem abstrair-se de introduzir na legislação nacional qualquer outra marcação de conformidade que não seja a Marcação CE, sendo que esta é a única que garante a conformidade dos produtos industriais com as diretivas.

Para cada família de produtos abrangida por um Norma Europeia harmonizada é publicada uma norma no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE). Aquando dessa publicação, a Comissão Europeia define, para cada uma, a data a partir da qual a Marcação CE é obrigatória, bem como o período de transição no qual há a possibilidade de ainda se fazerem circular produtos sem a Marcação CE. Sempre que um produto que esteja abrangido por uma Diretiva Nova Abordagem, a Marcação CE tem caracter obrigatório (desde que a Diretiva assim o exija) e deve ser colocada antes do produto a ela sujeito ser introduzido no mercado e entrar em serviço.

Deste modo, a Marcação CE de produtos que estejam abrangidos por uma Diretiva da Nova Abordagem, e ao qual a sua aposição tenha caráter obrigatório, beneficiam de uma presunção de Qualidade e Segurança na sua comercialização, face a produtos não produzidos dentro da União.

As normas harmonizadas são normas de características de produtos elaboradas pelo Comité Europeu de Normalização (CEN), sob mandato da Comissão Europeia. Na grande maioria dos casos, estas normas contêm partes voluntárias ou não harmonizadas, referentes a características dos produtos não regulamentadas em nenhum Estado-Membro. Por isso, em todas as normas harmonizadas elaboradas inclui-se um anexo informativo ZA, no qual se identificam os requisitos objeto de regulamentação e as cláusulas da norma onde

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eles são tratados, que constituem assim a parte harmonizada da norma a partir da qual a marcação CE é atribuída.

Contudo, as diretivas contêm somente os requisitos básicos e legais, sendo que os detalhes técnicos dos métodos de teste, limites e níveis estão contidos nas Normas Europeias (as EN). A resolução acima referida remete para as Europeias Harmonizadas as especificações técnicas e bem como os métodos de ensaio/teste indispensáveis para que os produtos estejam em conformidade com determinada diretiva, assim como os meios de comprovação, disponíveis para essa mesma conformidade.

2.3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MARCAÇÃO CE Principais vantagens da Marcação CE (Comissão Europeia, 2006) Para os fabricantes

Cumprimento legal e normativo dos seus produtos;

Acesso ao Mercado da União Europeia;

Qualidade de Produção;

Estabelecimento de procedimentos de controlo (redução de custos);

Maior valorização dos produtos;

Maior valorização da empresa (imagem da organização);

Mais e melhor informação prestada aos clientes;

Conduz a maior número de vendas e a uma maior satisfação dos clientes;

Garantia da manutenção da qualidade para o consumidor.

Para os consumidores

Informação mais clara acerca dos produtos;

Garantia da qualidade mínima dos produtos;

Conformidade dos produtos com os requisitos legais;

Maior valorização e credibilidade dos produtos.

Principais desvantagens da Marcação CE Para os fabricantes:

Esforço financeiro significativo para as empresas, geralmente de pequena dimensão;

Custos em ensaios iniciais;

Custos em equipamentos de medição;

Custos com a calibração dos equipamentos;

Custos com ensaios periódicos;

Processo encarado como burocrático e moroso;

Dificuldade na caracterização de todos os produtos;

A comercialização de novos produtos é dificultada pela morosidade na obtenção do certificado, mesmo para empresas certificadas;

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2.3.4 OBTENÇÃO DA MARCAÇÃO CE 2.3.4.1 Avaliação da Conformidade

A avaliação da conformidade é o processo de verificação realizado pelo fabricante através do qual se demonstra o cumprimento dos requisitos específicos aplicáveis a um determinado produto. Um produto é sujeito a uma avaliação da conformidade tanto durante a fase de conceção como durante a fase de produção, quer isto dizer que a avaliação da conformidade é da responsabilidade do fabricante. Mesmo que um fabricante subcontrate a conceção ou a produção, continua a ser ele o responsável pela avaliação da conformidade. O objetivo da avaliação da conformidade é, assim demonstrar, que os produtos colocados no mercado cumprem os requisitos constantes das disposições da legislação que lhe corresponde. (Comissão Europeia, 2006)

Na legislação de harmonização da União, os procedimentos de avaliação da conformidade abrangem as fases de conceção e de produção e são compostos por um ou dois módulos, sendo que alguns módulos abrangem ambas as fases, e noutros casos, são utilizados módulos distintos para cada fase. A Decisão n.º 768/2008/CE de 9 de julho de 2008, propõe um «menu horizontal» de módulos de avaliação da conformidade e estabelece a forma como os procedimentos são compostos por módulos. (PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, 2008)

Dependendo dos riscos que estão associados aos produtos ou aos seus processos de produção, e sempre que seja exigida a avaliação da conformidade, as diretivas aplicáveis podem indicar que essa avaliação seja feita por autoridades públicas, pelos fabricantes ou por organismos notificados. O Anexo 2 da Decisão n.º 768/2008/CE, de 9 de julho de 2008 (PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, 2008) descreve as maneiras de proceder através de módulos. O Blue Guide foi especialmente criado para clarificar essa modularização, tendo para o efeito proposto o fluxograma representado na Figura 2 abaixo.

Fabric an te

Módulo A

Conformidade Módolo B

Módulo C Módulo D Módulo E Módulo F Módulo G

Módulo H

Figura 2 - Representação Modular do sistema de Avaliação de Conformidade

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Existem oito módulos (designados pelas letras A a H). Estes módulos determinam as responsabilidades quer do fabricante e do seu mandatário quer do grau de envolvimento do organismo notificado ou da unidade interna acreditada. Constituem os componentes dos procedimentos de avaliação da conformidade definidos nos termos da Decisão n.º 768/2008/CE, isto é, o «menu horizontal» conforme a Tabela 1.

Tabela 1 - Revisão dos Módulos de Avaliação de Conformidade (adaptado do Blue Guide) Módulo Descrição

A Controlo interno da produção: Abrange a conceção e a produção.

O próprio fabricante assegura a conformidade dos produtos com os requisitos legislativos (não implica nenhum exame UE de tipo).

B Exame EU de tipo: Abrange a conceção.

É sempre seguido de outros módulos através dos quais a conformidade dos produtos com o tipo UE aprovado é demonstrada. Um organismo notificado examina a conceção técnica e/ou a amostra de um tipo e verifica e atesta a conformidade com os requisitos do instrumento legislativo aplicável mediante a emissão de um certificado de exame UE de tipo.

Existem três maneiras de efetuar um exame UE de tipo:

1) tipo de produção,

2)combinação do tipo de produção e do tipo de conceção 3) tipo de conceção.

C Conformidade com o tipo baseada no controlo interno da produção: Abrange a produção e segue-se ao módulo B. O fabricante deve controlar a sua produção a nível interno a fim de assegurar a conformidade dos produtos com o tipo UE aprovado no âmbito do módulo B.

D Conformidade com o tipo UE baseada na garantia da qualidade do processo de produção:

Abrange a produção e segue-se ao módulo B. O fabricante aplica um sistema de garantia da qualidade da produção (parte relativa ao fabrico e inspeção do produto final) a fim de assegurar a conformidade com o tipo UE. O organismo notificado avalia o sistema de qualidade.

E Conformidade com o tipo UE baseada na garantia da qualidade do produto: Abrange a produção e segue-se ao módulo B. O fabricante aplica um sistema de garantia da qualidade total do produto (qualidade da produção sem a parte relativa ao fabrico) aprovado para a inspeção e o ensaio finais dos produtos a fim de assegurar a conformidade com o tipo UE.

Um organismo notificado avalia o sistema de qualidade.

A ideia subjacente ao módulo E é semelhante à do módulo D: ambos se baseiam num sistema de qualidade e seguem-se ao módulo B. A diferença é que o sistema de qualidade no âmbito do módulo E visa garantir a qualidade do produto final, enquanto o sistema de qualidade no âmbito do módulo D visa garantir a qualidade de todo o processo de produção

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(incluindo a parte relativa ao fabrico e os ensaios do produto final). Deste modo, o módulo E é semelhante ao módulo D sem as disposições relativas ao processo de fabrico.

F Conformidade com o tipo UE com base na verificação do produto: Abrange a produção e segue-se ao módulo B. O fabricante garante a conformidade dos produtos fabricados com o tipo EU aprovado. O organismo notificado realiza exames ao produto (ensaios realizados a cada produto ou verificações estatísticas) a fim de controlar a conformidade do produto com o tipo UE.

G Conformidade baseada na verificação das unidades: Abrange a conceção e a produção.

O fabricante garante a conformidade dos produtos fabricados com os requisitos legislativos.

O organismo notificado verifica cada produto individual a fim de assegurar a conformidade com os requisitos legislativos (não implica o tipo UE)

H Conformidade baseada na garantia da qualidade total: Abrange a conceção e a produção.

O fabricante aplica um sistema de garantia da qualidade total a fim de assegurar a conformidade com os requisitos legislativos (não implica o tipo UE). O organismo notificado avalia o sistema de qualidade.

Esses não são os únicos módulos aplicáveis para a avaliação da conformidade, pelo que existem módulos dedicados a casos específicos, tal como pode ser observado na tabela completa no anexo II da Decisão n.º 768/2008/CE de 9 de julho de 2008.

2.3.4.2 Dossier técnico

De acordo com The Blue Guide (Comissão Europeia, 2006) cabe ao fabricante elaborar toda a documentação técnica do produto com para que assim possa demonstrar a conformidade do mesmo com os requisitos da UE.

Habitualmente é designado por “dossiê técnico”, o conjunto de documentação que contém informações relativas à conceção, ao fabrico e ao funcionamento do produto. O conteúdo do referido dossiê é estabelecido de acordo com o produto em causa, tendo em consideração as Diretivas aplicáveis, de forma a que a avaliação da conformidade esteja documentada, podendo incluir os seguintes elementos:

descrição geral e desenhos do equipamento

normas, diretivas e especificações técnicas utilizadas;

medidas de proteção implementadas para eliminar/reduzir os perigos identificados;

manual de instruções/utilizador;

declaração CE de conformidade;

resultados de ensaios, caso estes tenham ocorrido;

Para salvaguarda do fabricante, de uma futura fiscalização, toda a informação contida no dossiê técnico deve ser guardada durante um período mínimo de 10 anos a contar da última data de produção.

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2.3.4.3 Declaração de Desempenho

O fabricante ou o seu mandatário estabelecido na União deve redigir e assinar uma declaração UE de desempenho no âmbito do procedimento de avaliação da conformidade previsto na legislação de harmonização da União. A declaração UE de desempenho deve conter todas as informações pertinentes a fim de identificar a legislação de harmonização da União nos termos da qual é emitida, bem como os dados sobre o fabricante, o mandatário, o organismo notificado, se for caso disso, o produto e, se necessário, uma referência às normas harmonizadas ou a outras especificações técnicas.

Se um produto for abrangido por vários atos legislativos de harmonização da União que exigem uma declaração UE de desempenho, será exigida uma única declaração. A declaração de desempenho única pode ser constituída por um processo que contenha todas as declarações de desempenho individuais pertinentes.

A declaração UE de desempenho deve ser conservada durante dez anos a contar da data de colocação do produto no mercado, a menos que a legislação preveja qualquer outra duração.

O conteúdo da declaração UE de desempenho refere-se ao modelo de declaração contido no anexo III do Regulamento (UE) 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho de 9 de março de 2011, e deve conter os seguintes elementos (PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, 2011):

1. Código de identificação único do produto-tipo:

2. Número do tipo, do lote ou da série, ou quaisquer outros elementos que permitam a identificação do produto de construção, nos termos do n. o 4 do artigo 11º:

3. Utilização ou utilizações previstas do produto de construção, de acordo com a especificação técnica harmonizada aplicável, tal como previsto pelo fabricante:

4. Nome, designação comercial ou marca comercial registada e endereço de contacto do fabricante, nos termos do n.º 5 do artigo 11º

5. Se aplicável, nome e endereço de contacto do mandatário cujo mandato abrange os atos especificados no n.º 2 do artigo 12º:

6. Sistema ou sistemas de avaliação e verificação da regularidade do desempenho do produto de construção tal como previsto no anexo V:

7. No caso de uma declaração de desempenho relativa a um produto de construção abrangido por uma norma harmonizada: (nome e número de identificação do organismo notificado, se pertinente) realizou no âmbito do sistema (descrição das tarefas efetuadas enquanto terceiros referidas no anexo V) e emitiu (certificado de regularidade do desempenho, certificado de conformidade do controlo de produção em fábrica, relatórios de ensaios/cálculos – conforme o caso);

8. No caso de uma declaração de desempenho relativa a um produto de construção para o qual tenha sido emitida uma Avaliação Técnica Europeia: (nome e número de identificação do organismo de avaliação técnica, se pertinente) emitiu (número de referência da Avaliação Técnica Europeia) com base em, (número de referência do documento de avaliação europeia) (descrição das tarefas efetuadas enquanto terceiros referidas no anexo V) e emitiu (certificado de regularidade do

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desempenho, certificado de conformidade do controlo de produção em fábrica, relatórios de ensaios/cálculos – conforme o caso)

9. Desempenho declarado

10. O desempenho do produto identificado nos pontos 1 e 2 é conforme com o desempenho declarado no ponto 9.

Sendo que a declaração de desempenho é emitida sob a exclusiva responsabilidade do fabricante identificado no ponto 4. E deve ser assinado por e em nome do fabricante pelo responsável.

Assim, para identificação do correto Sistema de Avaliação e Verificação da Regularidade do Desempenho, o Regulamento referido anteriormente identifica cinco Sistemas de Avaliação e Verificação da Regularidade no seu anexo V. Estando eles representados na Tabela 2.

Tabela 2 - Sistemas de Avaliação e Verificação da Regularidade de Desempenho Sistema Tarefa do Fabricante Tarefa do organismo Notificado 1+ Controlo da produção em fábrica;

Ensaios adicionais de amostras colhidas na fábrica de acordo com um programa de ensaios previamente estabelecido;

Emite certificado de regularidade de desempenho do produto, baseando-se:

- Na determinação do produto-tipo com base nos ensaios de tipo (incluindo a amostragem), nos cálculos de tipo, nos valores tabelados ou em documentação descritiva do produto;

- Na inspeção inicial da unidade fabril e no controlo da produção em fábrica;

- No acompanhamento, apreciação e avaliação contínuos do controlo da produção em fábrica;

- Nos ensaios aleatórios de amostras colhidas antes da colocação do produto no mercado.

1 Controlo da produção em fábrica;

Os ensaios adicionais de amostras colhidas na fábrica pelo fabricante de acordo com um programa de ensaios previamente estabelecido;

O organismo de certificação de produtos notificado emite o certificado de regularidade de desempenho do produto, baseando-se:

- Na determinação do produto-tipo com base nos ensaios de tipo (incluindo a amostragem), nos cálculos de tipo, nos valores tabelados ou em documentação descritiva do produto;

- Na inspeção inicial da unidade fabril e no controlo da produção em fábrica;

No acompanhamento, apreciação e aprovação contínuos do controlo da produção em fábrica;

Referências

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