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História em Quadrinhos: A gota d'água 1

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Academic year: 2021

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História em Quadrinhos: A gota d'água1

Guilherme Lorande ALVES2 Laison Cley Oliveira dos SANTOS3 Angélica Aparecida Silva ARIEIRA4

Afrânio Teodoro MOUTINHO5 Douglas Baltazar GONÇALVES6

Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA),Volta Redonda, RJ

RESUMO

Dentre todos os recursos naturais que o homem utiliza, sem dúvida, a água está entre os mais importantes. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo a conscientização da sociedade com o foco, principalmente, nas crianças, fomentando assim uma educação ambiental para a problemática da água. Observa-se hoje nas diferentes mídias, diversos informes em relação à crise hídrica que o mundo, e atualmente o Brasil, vem enfrentando e as possíveis alternativas para minimizar tais impactos provocados pelas ações antrópicas.

Pensando em atingir o público infantil, será utilizada uma ferramenta familiar a esse perfil, com a finalidade de transmitir a mensagem de forma lúdica, objetiva e clara, que vem a ser uma história em quadrinhos.

PALAVRAS-CHAVE: conscientização; crise hídrica; história em quadrinhos; água.

1 INTRODUÇÃO

Fomentar práticas de educação ambiental para o público infantil é de suma importância, visto que ela pode ser entendida como educação social, cultural e financeira.

Afinal, educação é um dos direitos essenciais do ser humano. Todo planejamento educacional tem que responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é possível fazer funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. (FREIRE, 1985)

Este projeto consiste na construção de um material informativo, conhecido popularmente como história em quadrinhos (HQ). Foi utilizada a ludicidade para reforçar a criação de subjetividade, com interesses na formação prévia do público infantil, adquirindo posturas sustentáveis no futuro. Com a utilização dessa mídia, tem-se a possibilidade de dar uma amplitude ao debate global, em relação a água e sua utilização, e, ao mesmo tempo segmentar várias subtemáticas com a divisão por meio de episódios ilustrados. A HQ foi

1 Trabalho submetido ao XXII Prêmio Expocom 2015, na Categoria PT08 - Histórias em Quadrinhos (avulso)

2 Aluno líder do grupo e estudante do 1º ano do Curso de Publicidade e Propaganda, e-mail: gui.lorande@hotmail.com_.

3 Estudante do 1º ano do Curso de Publicidade e Propaganda e-mail:

4 Orientadora do trabalho. Professora do Curso de Publicidade e Propaganda, e-mail: angélica.arieira@gmail.com

5Orientador do trabalho. Professor do Curso de Publicidade e Propaganda, e-mail: afraniomoutinho@gmail.com

6Orientador do trabalho. Professor do Curso de Publicidade e Propaganda, e-mail: douglasbgoncalves@gmail.com

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desenvolvida de maneira prática e de fácil compreensão visual. Buscou-se trazer variedade de imagens, bem como de cores, poucas falas ou, em alguns episódios, sem utilização desse recurso, o que garantiria até a compreensão individual da criança, sem a necessidade da companhia de um adulto alfabetizado. O entendimento da solução sustentável possibilitaria, desta forma, a leitura dinâmica por indivíduos de qualquer idade.

2 OBJETIVO

O projeto tem como principal objetivo provocar a mudança de comportamento infantil para a melhor utilização dos recursos hídricos.

3 JUSTIFICATIVA

Mudar culturas estabelecidas não é uma tarefa fácil, daí a proposta deste trabalho voltado ao público infantil. Entende-se que a importância deste trabalho está justamente no fato de que traz duas das tarefas fundamentais da Publicidade, propagar e publicizar. Neste caso não se ateve a produtos, mas a uma ideologia.

Incutir em crianças propostas de educação ambiental se torna, por tanto, uma tarefa, acredita-se, mais assertiva, tendo em vista que estas são pessoas cuja formação pseudo, intelectual e cognitiva, ainda está em processo.

Este trabalho, por tanto, justifica-se não só pela possibilidade de execução de práticas profissionais sendo colocadas em teste por estudantes de comunicação social, mas potencialmente pelo fato de que o projeto almeja contribuir de alguma forma para a construção de sujeitos, mas reflexivos, e proativos no que tange suas responsabilidades socioambientais.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS

O envolvimento entre o acadêmico e a ilustração já existia anteriormente à faculdade. No entanto, percebendo sua vocação, um dos professores da Agência de Comunicação Integrada do UniFOA, o convidou para elaborar desenhos que passassem uma temática contextualizada, na intenção de servir de mensagem às crianças. Foi quando em decorrência da proximidade do Dia Mundial da Água (22 de março) a História em Quadrinhos começou a ser confeccionada.

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O público embora fosse infantil o aporte do trabalho seria o blog do curso de Publicidade e Propaganda (www.atitudedigital.com). A intenção era disponibilizar o quadrinho em um ambiente que o mesmo pudesse servir de subsídio educativo a qualquer pessoa.

A primeira história foi pensada com a utilização de diálogos, o que só permitia a compreensão por meio de crianças que fossem alfabetizadas ou que tivessem auxílio de alguém para a realização da leitura. Num segundo momento, a história tem continuidade, mas, desta vez, com dois desfechos sem a inclusão da linguagem verbal. A intenção foi trazer a possibilidade de que somente por meio da observação a criança ainda não alfabetizada pudesse compreender as mensagens. Vale ressaltar que o universo proposto é o do imaginário infantil. O que se justifica pela constatação de Eisner (1999, p.16): “A ausência de qualquer diálogo para reforçar a ação serve para demonstrar a viabilidade de imagens extraídas da experiência comum”.

Foram utilizados para o projeto técnicas de ilustração em estilo cartoon, buscando personagens com traços infantis para atingir com maior facilidade o público-alvo.

Os quadros não se estendem a mais de três por linha para trazer mensagens diretas.

Quando a história tem diálogo o número de quadros tem a se firmar em seis quadros.

A temática circunda sempre em torno da água, daí a opção pelo nome “A gota d’água” em referência literal ao que se está promovendo: a economia de cada gota. No entanto, a interpretação do título do quadrinho pode ir além, fazendo referência ao fato de que não se pode esperar mais para que haja uma mudança comportamental. A polissemia de sentidos por tanto, foi proposital.

Vale ressaltar que a história será postada no blog supracitado com periodicidade mensal. E que a história abaixo trazida se refere ao primeiro trabalho dos acadêmicos.

4.1 PERSONAGENS/ CORES

O enredo é composto de dois personagens principais: o “menino humano” chamado Pedrinho que não adota hábitos sustentáveis oriundos da mentalidade egoísta e individual da sociedade atual e sua personalidade consiste na inocência, curiosidade, inteligência e velocidade de raciocínio. O outro personagem chama-se Nina “ninfa d’água”7 um ser mitológico criado com o propósito de conscientizar seu amigo Pedrinho, informando-lhe

7 Personagem criada tendo como inspiração as musas greco-romanas do período da literatura clássica.

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conceitos e atitudes coerentes à ideia geral do projeto. Suas principais atitudes são em relação ao uso correto da água.

Nos quadrinhos foram utilizadas cores fortes para simbolizar as características e aparência dos personagens, pois de acordo com (FARINAS,1997), cada tonalidade é única e reflete para cada ser humano posições culturais e sensações físicas distintas. As cores possuem uma sintaxe que pode ser inclusive ensinada e obviamente estão ligadas aos processos e intenções de comunicação.

O personagem Pedrinho é uma típica criança de aproximadamente cinco anos e foi construído em vermelho e amarelo, que são cores fortes (quentes) e de fácil visualização, resgatando o conceito de velocidade e dinamismo. Sua personalidade está em consonância com o mundo atual, suas ações não são decorrentes de reflexão e cuidado com o futuro, resultando em atitudes individuais sem pensar no coletivo. Seu perfil psicológico é de uma criança inocente com os vícios da sociedade e sem consciência ambiental, curiosa e em fase de aprendizado, inteligente e astuta. Suas práticas com relação ao uso da água começam a se modificar por meio dos ensinamentos de Nina, o que acaba por incentivar o leitor- receptor à mesma prática.

O personagem Nina foi desenvolvido em tons de azul, cor que tem entre suas associações a tranquilidade e serenidade que correspondem às suas atitudes além de apelo ambiental, pois se assemelha a cor refletida nos oceanos o que garantiria similitude da personagem com a água. O perfil psicológico de Nina é de uma figura consciente ambientalmente. A ninfa embora humanoide é representação do que seria a água, ou sua

“alma”. Ela é amorosa, carinhosa, frágil e altruísta. Sua aparência é constituída de cabelos que alternam de tamanho conforme o consumo incorreto ou correto de água, assim como seu humor. Possui a pele azulada para ser associada à água, serenidade e pureza que são características atribuídas à cor e sempre se apresenta em trajes de banho. As cores foram extremamente importantes na formação dos personagens. Enquanto o garoto inconsciente traz cores quentes, a personagem que o aconselha vem em cor fria. Esta contraposição não foi impensada, pois se levou em consideração o que as cores poderiam causar no imaginário infantil.

Ao contrário do que todo mundo pensa as cores são muito mais do que apenas estética, elas possuem significados que vão muito além de nossa visão superficial das coisas. São capazes de influenciar em nossas atitudes e no ambiente em geral, além de atingirem um maior número de pessoas por não possuírem barreiras linguísticas.

(STAMATO et. al, 2013, p. 4).

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4.2 MENSAGEM EXPANDIDA

Os pais e professores também poderão receber as mensagens transmitidas pelas histórias. Afinal, mensagens como a diminuição do valor da conta de água (incentivo gerado pelo governo) e mesmo a manutenção do acesso são questões que os afetam diretamente. Entende-se ainda que as crianças ao terem acesso às mensagens gerarão influência, uma vez que tendem a questionar e até mesmo corrigir comportamento de adultos que julgam estar incorretos, o que garantiria, por tanto, a amplitude e disseminação dos conceitos trazidos pelo produto.

5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO

A campanha é destinada ao público infantil, e tem como preceito ser um instrumento para a educação ambiental. Seu direcionamento é feito de forma clara e direta sendo de fácil interpretação, uma vez que se estabelece como ferramenta para tal os quadrinhos (GUIMARÃES, 2001).

Sua ideia principal é sensibilizar o leitor a ter atitudes conscientes. Para isso, a história se passa trazendo situações corriqueiras ao cotidiano de qualquer criança. Utilizar o conhecimento prévio daquele que se pretende ensinar, ou seja, algo familiar à criança é uma indicação do educador Paulo Freire, que considera que nenhum conhecimento já adquirido pode ser desconsiderado, quando se pretende, a partir dele, criar e construir vários outros.

Eisner (1999) ao tratar da arte dos quadrinhos tem opinião parecida em se tratando do utilizar uma base memorial para ilustrar suas histórias:

A compreensão de uma imagem requer uma comunidade de experiência.

Por tanto, para que sua mensagem seja compreendida, o artista sequencial deverá ter uma compreensão da experiência de vida do leitor. É preciso que se desenvolva uma interação, porque o artista está evocando imagens armazenadas nas mentes de ambas as partes.

(EISNER, 1999, p.13)

Os quadrinhos foram a mídia escolhida para que a mensagem educacional de preservação de recursos, aqui em especial a água, pudesse ser melhor compreendida.

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Uma vantagem de se utilizar os quadrinhos é que a mídia pode, nesta proposta, ser vista sob várias óticas. São elas: a ótica da criança, que está recebendo a educação ambiental para a construção de um mundo mais sustentável; a visão do adulto (professor) que se envolve na repercussão do material em trabalhos que podem ser promovidos em sala de aula e ainda a ótica dos pais das crianças, que obviamente, são afetados de forma indireta pela história, seja pela repercussão da criança que vai dialogar neste sentido, ou mesmo no interesse dos pais pelo material que vai ser levado da escola para casa. Sabendo desta possibilidade multifacetada de público, muito embora os quadrinhos tenham sido pensados para a criança, suas temáticas esclarecem questões que podem influenciar também o comportamento dos adultos.

Abaixo apresenta-se a primeira composição gráfica:

A GOTA D’ÁGUA- Primeira produção

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Ilustrador: Laison Cley Oliveira dos Santos Colaboração: Guilherme Lorande Alves

6 CONSIDERAÇÕES

A Comunicação Social é formada por duas palavras e a segunda delas se coloca muito forte: Social. Ao realizarmos este trabalho, verificamos que a Publicidade e Propaganda vai muito além de vender e de ser potencialmente uma estratégia para a motivação da manutenção de um sistema capitalista. Também o é, é fato, mas pudemos perceber que ela não se restringe somente a vender.

A comunicação é poder e isso já é evidente, mas o poder nem sempre pode ser usado para a propagação de consumo. Aqui se viu de forma evidente que a publicidade pode sim, ser também estratégia de mudança comportamental voltada a um bem social e, mais que isso, a um bem socioambiental.

Enquanto estudantes de Publicidade pudemos com este trabalho verificar como um projeto científico começa, como a pesquisa ajuda a fundamentar ideias e como tudo deve ter um por que de ser como o é, vimos também como é possível trabalhar em conjunto e pensar em quais impactos aquilo que produzimos pode gerar. Estamos no primeiro ano do curso, seu primeiro semestre, mas tivemos com esta experiência a certeza que a Publicidade pode ser uma ferramenta poderosa na construção de uma sociedade mais consciente e envolvida na manutenção de um equilíbrio ambiental.

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Em relação ao público-alvo imaginamos que este trabalho possa colaborar para a formação de indivíduos mais engajados, mais conscientes. Obviamente trata-se de um a intenção que não se resume a um único trabalho conseguir, mas é uma intenção que somada a outras pode gerar efeitos consideráveis. As crianças, como se sabe, é a base de uma sociedade, a esperança de um futuro melhor e partir delas neste projeto não foi por tanto, algo impensado. Incutir ações e reflexões sobre a prática ambientalmente correta não é tarefa fácil, principalmente em adultos, que já viveram e formaram suas personalidades. Daí a estratégia de se trabalhar com públicos que ainda estão em formação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

KLOETZEL, Kurt. O que é Meio Ambiente. São Paulo: Brasiliense, 2002.

GUIMARÃES, Edgard. Historia em quadrinhos como instrumento educacional. XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação - Campo Grande - 2001

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores. 4. ed. São Paulo, Edgar Blucher, 1997.

STAMATO, Ana Beatriz et. al, A Influência das Cores na Construção Audiovisual.

XVIII Congresso de Ciências da Comunicação – Bauru – 2013. Disponível em http://portalintercom.org.br/anais/sudeste2013/resumos/R38-1304-1.pdf

EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 3.ed – São Paulo - 2001

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