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anglo resolve a prova da 2ª- fase Engenharia da Escola Politécnica da FUVEST Faculdade 2009 de Direito Medicina

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É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.

Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de não cometer injustiças.

Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos professores do Anglo.

No final, um comentário sobre as disciplinas.

A 2ª- fase da Fuvest consegue, de forma prática, propor para cada car- reira um conjunto distinto de provas. Assim, por exemplo, o candidato a Engenharia da Escola Politécnicafaz, na 2ªfase, provas de Língua Portuguesa (40 pontos), Matemática (40 pontos), Física (40 pontos) e Química (40 pontos). Já aquele que pretende ingressar na Faculdade de Direito faz somente três provas: Língua Portuguesa (80 pontos), História (40 pontos) e Geografia (40 pontos). Por sua vez, o candidato a Medicina tem provas de Língua Portuguesa (40 pontos), Biologia (40 pontos), Física (40 pontos) e Química (40 pontos).

Vale lembrar que a prova de Língua Portuguesa é obrigatória para todas as carreiras.

Para efeito de classificação final, somam-se os pontos obtidos pelo candidato na 1ª- e na 2ª- fase.

A tabela seguinte apresenta todas as carreiras, com o número de vagas, as provas da 2ª- fase, acompanhadas da respectiva pontuação.

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aa pprroovvaa ddaa 22ªª-- ffaassee ddaa FFUUVVEESSTT 22000099

Código: 835421009

(2)

ÁREA DE EXATAS

PROVAS DA 2ªFASE E

CÓD. CARREIRAS VAGAS RESPECTIVOS NÚMEROS

DE PONTOS

600 Ciências Biomoleculares – São Carlos 40 P(40), M(40), B(40), F(40)

602 Ciências da Natureza – USP – LESTE-SP 120 P(40), B(40), Q(40), F(40)

603 Computação – São Carlos 100 P(40), M(40), F(40)

604 Engenharia Aeronáutica – São Carlos 40 P(40), M(40), F(40)

605 Engenharia Ambiental – São Carlos 40 P(40), M(40), F(40), Q(40)

606 Engenharia Bioquímica – Lorena 40 P(40), M(40), F(40), Q(40)

607 Engenharia Civil – São Carlos 60 P(40), M(40), F(40)

608 Engenharia de Alimentos – Pirassununga 100 P(40), M(40), F(40), Q(40)

609 Engenharia de Biossistemas – Pirassununga 60 P(40), B(40), F(40), M(40)

620 Engenharia de Materiais — Lorena 40 P(40), M(40), F(40), Q(40)

622 Engenharia Industrial Química — Lorena 80 P(40), M(40), F(40), Q(40)

623 Engenharia (POLI) e Computação (Bacharelado) 800 P(40), M(40), F(40), Q(40)

624 Engenharia Química – Lorena 80 P(40), M(40), F(40), Q(40)

625 Engenharias– São Carlos 300 P(40), M(40), F(40)

Física – São Paulo e São Carlos (Bacharelado), Meteorologia, 626 Geofísica, Astronomia, Matemática e Estatística, Matemática

455 P(40), M(40), F(40) Aplicada e Computacional – São Paulo e Física Computacional –

São Carlos

627 Física Médica — Ribeirão Preto 40 P(40), M(40), F(40)

628 Geologia 50 P(40), M(40), F(40), Q(40)

629 Informática Biomédica – Ribeirão Preto 40 P(40), M(40), F(40), B(40)

630 Informática – São Carlos 40 P(40), M(40), F(40)

632 Ciências Exatas – São Carlos (Licenciatura) 50 P(40), M(40)

633 Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental 40 P(40), F(40), Q(40), G(40) 634 Matemática e Física – São Paulo (Licenciatura) 260 P(40), M(40), F(40)

635 Matemática Aplicada – Ribeirão Preto 45 P(40), M(80), G(40)

636 Matemática Aplicada e Computação Científica —

95 P(40), M(40), F(40) São Carlos (Bacharelado e Licenciatura)

637 Oceanografia – São Paulo 40 P(40), M(40), B(40), Q(40)

638 Química Ambiental – São Paulo (Bacharelado) 30 P(40), M(40), F(40), Q(40)

639 Química (Bacharelado) – Ribeirão Preto 60 P(80), Q(40)

640 Química (Bacharelado e Licenciatura) – São Paulo 60 P(40), M(40), F(40), Q(40)

642 Licenciatura em Química – São Paulo 30 P(40), M(40), F(40), Q(40)

643 Química (Licenciatura) – Ribeirão Preto 40 P(80), Q(40)

644 Química – São Carlos 60 P(40), Q(40)

645 Sistemas de Informação – USP – LESTE-SP 180 P(40), M(40)

ÁREA DE BIOLÓGICAS

PROVAS DA 2ªFASE E

CÓD. CARREIRAS VAGAS RESPECTIVOS NÚMEROS

DE PONTOS

400 Ciências Biológicas – São Paulo 120 P(40), Q(40), B(40)

402 Ciências Biológicas – Piracicaba 30 P(80), Q(40), B(40)

403 Ciências Biológicas – Ribeirão Preto 40 P(40), Q(40), B(40)

404 Ciências da Atividade Física – USP – LESTE-SP 60 P(40), F(40), B(40), H(40)

405 Ciências dos Alimentos – Piracicaba 40 P(40), B(40), Q(40)

406 Educação Física 50 P(40), F(40), B(40), H(40)

407 Educação Física – Ribeirão Preto 60 P(40), B(40), Q(40), F(40)

408 Enfermagem – São Paulo 80 P(40), B(40), Q(40)

409 Enfermagem – Ribeirão Preto 80 P(80), B(40), Q(40)

420 Engenharia Agronômica – Piracicaba 200 P(40), M(40), Q(40), B(40)

422 Engenharia Florestal – Piracicaba 40 P(40), M(40), Q(40), B(40)

423 Esporte (Bacharelado) 50 P(40), B(40), Q(40)

424 Farmácia – Bioquímica – São Paulo 150 P(40), F(40), Q(40), B(40)

425 Farmácia – Bioquímica – Ribeirão Preto 80 P(40), Q(40), B(40), F(40)

426 Fisioterapia – São Paulo 25 P(40), F(40), Q(40), B(40)

427 Fisioterapia – Ribeirão Preto 40 P(40), F(40), Q(40), B(40)

428 Fonoaudiologia – São Paulo 25 P(80), F(40), B(40)

429 Fonoaudiologia – Bauru 40 P(40), F(40), Q(40), B(40)

430 Fonoaudiologia – Ribeirão Preto 30 P(80), F(40), B(40)

432 Gerontologia – USP – LESTE-SP 60 P(40), M(40), B(40), H(40)

433 Licenciatura em Enfermagem – Ribeirão Preto 50 P(80), B(40), H(40)

Medicina (São Paulo), Ciências Médicas

434 (Ribeirão Preto) e Santa Casa 375 P(40), F(40), Q(40), B(40)

435 Medicina Veterinária (São Paulo e Pirassununga) 140 P(40), F(40), Q(40), B(40)

437 Nutrição 80 P(40), F(40), Q(40), B(40),

438 Nutrição e Metabolismo – Ribeirão Preto 30 P(40), F(40), B(40), Q(40)

439 Obstetrícia – USP – LESTE-SP 60 P(40), M(40), B(40), H(40)

440 Odontologia – São Paulo 133 P(40), F(40), Q(40), B(40)

442 Odontologia – Bauru 50 P(40), F(40), Q(40), B(40)

443 Odontologia – Ribeirão Preto 80 P(40), F(40), Q(40), B(40)

444 Psicologia – São Paulo 70 P(40), M(40), B(40), H(40)

445 Psicologia – Ribeirão Preto 40 P(80), B(40), H(40)

446 Terapia Ocupacional – São Paulo 25 P(80), B(40), H(40)

447 Terapia Ocupacional – Ribeirão Preto 20 P(80), B(40), H(40)

448 Zootecnia – Pirassununga 40 P(40), M(40), Q(40), B(40)

FUVEST — TABELA DE CARREIRAS E PROVAS

(3)

LEGENDA P — Português M — Matemática F — Física Q — Química B — Biologia H — História G — Geografia A — Aptidão

HE — Habilidade Específica

ÁREA DE HUMANAS

PROVAS DA 2ªFASE E

CÓD. CARREIRAS VAGAS RESPECTIVOS NÚMEROS

DE PONTOS

200 Administração – Ribeirão Preto 105 P(40), M(40, H(40), G(40)

202 Arquitetura – São Paulo (FAU-USP) 150 P(40), F(20), H(20), HE(80)

203 Arquitetura – São Carlos 30 P(80), H(20), HE(40)

204 Artes Cênicas (Bacharelado) 15 P(40), H(40), HE(80)

205 Artes Cênicas (Licenciatura) 10 P(40), H(40), HE(80)

207 Arte e Tecnologia – USP – LESTE-SP 60 P(40), H(40), F(40)

208 Biblioteconomia 35 P(40), H(40)

209 Ciencias Contábeis – Ribeirão Preto 45 P(40), M(40), H(40), G(40)

220 Ciências da Informação e da Documentação

40 P(80), H(40), G(40) (Bacharelado) – Ribeirão Preto

222 Ciências Sociais 210 P(80), H(40), G(40)

223 Ciências Econômicas – Piracicaba 40 P(40), M(40), H(40), G(40)

224 Audiovisual 35 P(40), H(40), HE(80)

225 Design 40 P(40), H(20), F(20), HE(80)

226 Direito 560 P(80), H(40), G(40)

227 Economia, Adminstração, Ciências Contábeis e Atuária 590 P(40), M(40), H(40), G(40) 228 Economia Empresarial e Controladoria – Ribeirão Preto 70 P(40), M(40, H(40), F(40)

229 Economia – Ribeirão Preto 45 P(40), M(40), H(40), G(40)

230 Editoração 15 P(40), H(40)

232 Filosofia 170 P(80), H(40), G(40)

233 Geografia 170 P(80), H(40), G(40)

234 Gestão Ambiental – USP – LESTE-SP 120 P(40), F(40), Q(40), B(40)

235 Gestão Ambiental – Piracicaba 40 P(80), B(40), H(40)

236 Gestão de Políticas Públicas – USP – LESTE-SP 120 P(40), M(40), H(40), G(40)

237 História 270 P(80), H(40), G(40)

238 Jornalismo 60 P(80), H(40), G(40)

239 Lazer e Turismo – USP – LESTE-SP 120 P(40), M(40), H(40), G(40)

240 Letras – Básico 849 P(80), H(40), G(40)

242 Marketing – USP – LESTE-SP 120 P(40), M(40), H(40), G(40)

245 Oficial da Polícia Militar de São Paulo – Masculino 35 P(40)

246 Oficial da Polícia Militar de São Paulo – Feminino 15 P(40)

247 Pedagogia – São Paulo 180 P(80), H(40)

248 Pedagogia – Ribeirão Preto 50 P(80), H(40), G(40)

249 Publicidade e Propaganda 50 P(40), H(40)

250 Relações Internacionais (Bacharelado) 60 P(80), H(40), G(40)

252 Relações Públicas 50 P(40), H(40)

253 Turismo 30 P(80), H(40), G(40)

Artes Plásticas 30 P(40), H(40), HE(80)

Música – São Paulo 35 P(40), HE(120)

Música – Ribeirão Preto 30 P(40), HE(120)

(4)
(5)

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 5 ANGLO VESTIBULARES

Examine a tirinha e responda ao que se pede.

Quino, Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

a) O sentido do texto se faz com base na polissemia de uma palavra. Identifique essa palavra e explique por que a indicou.

b) A tirinha visa produzir não só efeito humorístico mas também efeito crítico. Você concorda com essa afir- mação? Justifique sua resposta.

a) A polissemia da palavra “veículo” desencadeia no contexto uma ambigüidade, responsável pelo efeito de humor da tirinha. Na fala do garoto, tem o sentido de “meio” utilizado para a transmissão da cultura. Na fala de Mafalda, é interpretada com o sentido de “meio de locomoção” usado para o transporte da cultura.

b) Sim. O efeito crítico está na denúncia de que a televisão não atua de fato como meio de transmissão da cultura, mas como veículo, por exemplo, de idéias ligadas à banalização da vida pela violência, como sugerem as onomatopéias do terceiro quadro da tirinha. Por isso, Mafalda diz sarcasticamente que, se ela fosse a cultu- ra, saltaria do veículo “tv” para seguir a pé.

Leia os seguintes versos, extraídos de uma canção de Dorival Caymmi.

Balada do rei das sereias O rei atirou

Sua filha ao mar Foram as sereias...

E disse às sereias: Quem as viu voltar?...

— Ide-a lá buscar, Não voltaram nunca!

Que se a não trouxerdes Viraram espuma Virareis espuma Das ondas do mar.

Das ondas do mar!

a) Aponte, na fala do rei (primeira estrofe), um efeito expressivo obtido por meio do emprego da segunda pes- soa do plural.

b) Sem alterar o sentido, reescreva a fala do rei, passando os verbos para a 3ª- pessoa do plural e substituindo, por outra, a conjunção que.

Questão 2

Resolução Questão 1

U U P U

P

P

OOORRR

T T T G G G

UUU ÊÊÊ

S S S

(6)

a) A segunda pessoa do plural não é comum, mas usada em contextos restritos, como na linguagem reli- giosa e em relações altamente cerimoniosas entre interlocutores. O uso religioso transfere, por extensão, um traço de sacralidade para invocações ou transmissão de ordens revestidas de cerimônia. Portanto, ao empregá-la na fala do rei, o enunciador obtém desse recurso discursivo um efeito argumentativo: o enuncia- do assume tom grandiloqüente, quase sagrado ou mítico; a ordem e a punição em caso de insucesso são re- forçadas e se constrói a imagem de um rei poderoso num lugar de autoridade.

b) Vão-na lá buscar, pois se a não trouxerem virarão espuma das ondas do mar!

Observações:

• O verbo terminado em ditongo nasal vão, por adaptação fonética, provoca o acréscimo da consoante nao pronome oblíquo a.

• A conjunção quetem valor explicativo no contexto, já que introduz um argumento favorável à ordem dada na oração anterior. Pode, portanto, ser substituída também por visto queou porque.

• Apesar de o enunciado da questão informar que os versos foram extraídos de uma canção de Dorival Caymmi, trata-se, na verdade, das estrofes finais do poema de mesmo título de Manuel Bandeira.

Leia o seguinte texto, extraído de uma biografia do compositor Carlos Gomes.

No ano seguinte [1860], com o objetivo de consolidar sua formação musical, [Carlos Gomes] mudou-se para o Rio de Janeiro, contra a vontade do pai, para iniciar os estudos no conservatório da cidade. “Uma idéia fixa me acompanha como o meu destino! Tenho culpa, porventura, por tal cousa, se foi vossemecê que me deu o gosto pela arte a que me dediquei e se seus esforços e sacrifícios fizeram-me ganhar ambição de glórias futuras?”, es- creveu ao pai, aflito e cheio de remorso por tê-lo contrariado. “Não me culpe pelo passo que dei hoje. [...] Nada mais lhe posso dizer nesta ocasião, mas afirmo que as minhas intenções são puras e espero desassossegado a sua bênção e o seu perdão”, completou.

http://musicaclassica.folha.com.br

a) Sobre o advérbio “porventura”, presente na carta do compositor, o dicionário Houaissinforma: usa-se em frases interrogativas, especialmente em perguntas delicadas ou retóricas.

Aplica-se ao texto da carta essa informação? Justifique sua resposta.

b) Cite duas palavras, também empregadas pelo compositor, que atestem, de maneira mais evidente, que, daquela época para hoje, a língua portuguesa sofreu modificações.

a) Sim. O advérbio “porventura” está presente em uma pergunta delicada e retórica. Retórica porque já contém em si a resposta, isto é, o enunciador não se sente culpado por ter contrariado o pai ao mudar-se para o Rio de Janeiro, mas se sente afetivamente condoído, daí a delicadeza. Percebe-se que, na verdade, o pro- pósito do enunciador é afirmar delicadamente que seu ato foi, no fundo, motivado pelo próprio pai, ao dar-lhe “o gosto pela arte” e ao dedicar-lhe “esforços e sacrifícios” que, por sua vez, geraram a “ambição de glórias futuras” e a necessidade de mudar-se para o Rio de Janeiro.

b) As duas palavras que atestam mais evidentemente modificações na língua portuguesa são “cousa” e

“vossemecê”, variantes históricas de “coisa” e “você”, respectivamente.

Considere as seguintes frases, extraídas de diferentes matérias jornalísticas, e responda ao que se pede.

I. Nos últimos meses, o debate sobre o aquecimento global vem, com perdão do trocadilho, esquentando.

II. Preso vigia acusado de matar empresário.

a) Identifique, na frase I, o trocadilho a que se refere o redator e explique por que ele pede perdão por tê-lo produzido.

b) É correto afirmar que na frase II ocorre ambigüidade? Justifique sua resposta.

Questão 4

Resolução Questão 3

Resolução

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 6 ANGLO VESTIBULARES

(7)

a) O trocadilho a que o redator faz menção consiste no emprego do verbo esquentandopara se referir às crescentes discussões sobre o aquecimento global. Tal uso, porém, poderia passar a impressão de que o au- tor não considera sério o assunto, aproveitando para construir piada sobre uma questão ambiental impor- tante tão debatida atualmente. A fim de evitar que o leitor tenha essa impressão e de se defender contra uma presumível acusação de que não analisa com sobriedade assuntos que merecem essa conduta, pede perdão.

b) Sim. A ambigüidade decorre da dupla possibilidade de combinação de palavras (e, portanto, de com- preensão) da frase:

• Foi preso vigia acusado de matar empresário.

Ou, em ordem direta:

Vigia acusado de matar empresário foi preso.

• Um preso vigia acusado (= outro indivíduo) de matar empresário.

Na primeira versão, presoé o verbo principal da locução foi presoe se encontra no particípio irregular.

Vigiapertence à classe dos substantivos, e acusadoexerce função adjetiva.

Na segunda, presoé substantivo que funciona como núcleo do sujeito de vigia(que, nessa versão, é um verbo), e acusadoé substantivo, núcleo do complemento do verbo anterior.

Observação:Vale notar que a explicitação de um termo (na primeira versão, foi; na segunda, um) antes de presoneutralizaria a ambigüidade.

Leia a seguinte fala, extraída de uma peça teatral, e responda ao que se pede.

Odorico— Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confir- mação, ratificação, a autenticação e, por que não dizer, a sagração do povo que me elegeu.

Dias Gomes. O Bem-Amado: farsa sócio-político-patológica em 9 quadros.

a) A linguagem utilizada por Odorico produz efeitos humorísticos. Aponte um exemplo que comprove essa afirmação. Justifique sua escolha.

b) O que leva Odorico a empregar a expressão “por que não dizer”, para introduzir o substantivo “sagração”?

a) Os efeitos humorísticos produzidos pela linguagem utilizada por Odorico devem-se basicamente ao acentuado desvio que ela representa em relação à fala “normal” das pessoas. Esse desvio se manifesta sob a forma de uma dupla redundância:

1. A palavra “agora” já é, por si mesma, um advérbio. Mas Odorico lhe acrescenta o sufixo -mente, o qual se junta apenas a adjetivos para formar advérbio.

2. Há redundância, também, no emprego de três palavras que são praticamente sinônimas: “confirmação”,

“ratificação” e “autenticação”, acrescidas, ainda, de forma enfática, de “sagração”.

b) A palavra “sagração” tem uma conotação religiosa, já que significa a investidura numa dignidade ou função por meio de cerimônias religiosas, o que sugere que o investido é um escolhido de Deus.

A expressão “por que não dizer” é um operador argumentativo que coloca o novo dado num nível mais elevado. Com ela, Odorico pretende se antecipar a uma provável acusação de falta de modéstia, ou então manifestar a consciência do risco que corre ao acrescentar um termo reconhecidamente forte a uma série já redundante.

Leia o trecho a seguir, extraído de um conto, e responda ao que se pede.

eu estava ali deitado olhando através da vidraça as roseiras no jardim fustigadas pelo vento que zunia lá fora e nas venezianas de meu quarto e de repente cessava e tudo ficava tão quieto tão triste e de repente recomeçava e as roseiras frágeis e assustadas irrompiam na vidraça e eu estava ali o tempo todo olhando estava em minha cama com minha blusa de lã as mãos enfiadas nos

Questão 6

Resolução Questão 5

Resolução

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 7 ANGLO VESTIBULARES

(8)

bolsos os braços colados ao corpo as pernas juntas estava de sapatos Mamãe não gostava que eu deitasse de sapatos deixe de preguiça menino! mas dessa vez eu estava deitado de sapatos e ela viu e não falou nada ela sentou-se na beirada da cama e pousou a mão em meu joelho e falou você não quer mesmo almoçar?

Luiz Vilela. Eu estava ali deitado.

a) O texto procura representar um “fluxo de consciência”, ou seja, a livre-associação de idéias do narrador-per- sonagem. Aponte dois recursos expressivos, presentes no texto, que foram empregados com essa finalidade.

b) Cite, do texto, um exemplo de emprego do discurso direto.

a) O fluxo de consciência é um recurso narrativo que consiste em recriar a sucessão de pensamentos, sensa- ções e lembranças em um plano psicológico que não se reduz à lógica convencional do discurso. No excerto, esse efeito é obtido por meio do polissindeteísmo (repetição do conectivo “e”), da reiteração anafórica da fle- xão verbal “estava”, da ausência de pontuação e da utilização de espaçamento dilatado, que sugere a fragmen- tação do discurso. Além disso, o adjunto adverbial “de repente”, empregado duas vezes no mesmo período, sugere mudança abrupta de estado sem causa explícita.

b) O discurso direto, expediente de citação em que o narrador introduz o discurso alheio reproduzindo-o lite- ralmente, ocorre nos trechos “deixe de preguiça menino!” e “você não quer mesmo almoçar?”, nos quais o enunciador apresenta as interpelações de sua mãe.

Leia o trecho de abertura de Memórias de um sargento de milíciase responda ao que se pede.

Era no tempo do rei.

Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chama- va-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encon- tro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temi- da, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os de- sembargadores.

Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias.

a) A frase “Era no tempo do rei” refere-se a um período histórico determinado e possui, também, uma cono- tação marcada pela indeterminação temporal. Identifique tanto o período histórico a que se refere a frase quanto a mencionada conotação que ela também apresenta.

b) No trecho aqui reproduzido, o narrador compara duas épocas diferentes: o seu próprio tempo e o tempo do rei. Esse procedimento é raro ou freqüente no livro? Com que objetivos o narrador o adota?

a) Memórias de um sargento de milíciasfoi publicado pela primeira vez como folhetim, em capítulos sema- nais no suplemento dominical A Pacotilha, do jornal Correio Mercantil, no Rio de Janeiro, entre 1852-53. O

“tempo do rei” a que o narrador faz menção no início do livro refere-se ao período joanino (1808-1821). Além da utilização dessa época específica como pano de fundo do romance, a expressão “era no tempo do rei”

contribui para a criação de uma atmosfera que remete o leitor à fórmula tradicional das histórias infantis ou folclóricas, inserindo a narrativa numa espécie de tempo mágico e indefinido, o que também pode ser enten- dido como um recurso para criar um efeito de cumplicidade com o imaginário do leitor.

b) O procedimento utilizado pelo narrador de comparar o seu tempo com o “tempo do rei” é muito freqüen- te no livro. Tal comparação revela o quanto a sociedade carioca, à época da publicação do romance em folhe- tim, mantinha-se com os mesmos costumes (fossem eles hábitos ou vícios) daqueles da época joanina, ape- sar das diferenças. A sensação de proximidade do leitor com a obra, sem dúvida, favorece o sucesso do livro.

Por outro lado, a evocação do passado provoca o distanciamento que deixa o autor livre para tecer comentá- rios sobre a sociedade de seu tempo, sem se comprometer diretamente.

Resolução Questão 7

Resolução

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 8 ANGLO VESTIBULARES

(9)

Leia o trecho de A cidade e as serras, de Eça de Queirós, e responda ao que se pede.

Então, de trás da umbreira da taverna, uma grande voz bradou, cavamente, solenemente:

— Bendito seja o Pai dos Pobres!

E um estranho velho, de longos cabelos brancos, barbas brancas, que lhe comiam a face cor de tijolo, asso- mou no vão da porta, apoiado a um bordão, com uma caixa a tiracolo, e cravou em Jacinto dois olhinhos de um brilho negro, que faiscavam. Era o tio João Torrado, o profeta da serra... Logo lhe estendi a mão, que ele apertou, sem despegar de Jacinto os olhos, que se dilatavam mais negros. E mandei vir outro copo, apresen- tei Jacinto, que corara, embaraçado.

— Pois aqui o tem, o senhor de Tormes, que fez por aí todo esse bem à pobreza.

O velho atirou para ele bruscamente o braço, que saía, cabeludo e quase negro, de uma manga muito curta.

— A mão!

E quando Jacinto lha deu, depois de arrancar vivamente a luva, João Torrado longamente lha reteve com um sacudir lento e pensativo, murmurando:

— Mão real, mão de dar, mão que vem de cima, mão já rara!

[...] Eu então debrucei a face para ele, mais em confidência:

— Mas, ó tio João, ouça cá! Sempre é certo você dizer por aí, pelos sítios, que el-rei D. Sebastião voltara?

Eça de Queirós. A cidade e as serras.

a) No trecho, Jacinto é chamado, pelo velho, de “Pai dos Pobres”. Essa qualificação indica que Jacinto man- tinha com os pobres da serra uma relação democrática e igualitária? Justifique sua resposta.

b) Tendo em vista o contexto da obra, explique sucintamente por que o narrador, no final do trecho, se refe- re a “el-rei D. Sebastião”.

a) Não. Ao designar Jacinto como “Pai dos Pobres”, João Torrado explicita a relação paternalistaque o protagonista do romance mantinha com os pobres, sobretudo com os empregados dele, beneficiados por uma série de medidas de caráter assistencialista.

b) Ao referir-se a “el-rei D. Sebastião”, o narrador José Fernandes recupera o “sebastianismo”, mito nacionalista português segundo o qual o rei desaparecido na batalha de Alcácer Quibir, em 1578, voltaria como um messias para restaurar a glória perdida de Portugal. Eça de Queirós associa a figura mítica de D.

Sebastião ao protagonista Jacinto, personagem alegórica cujo referente seria uma imagem da velha aris- tocracia rural portuguesa, idealizada como a força social capaz de retirar o país da decadência em que se encontrava no fim do século XIX e de fundar um projeto de desenvolvimento social humanístico, em opo- sição ao modelo de modernização burguesa, entendido como reificador.

Leia as afirmações abaixo e responda ao que se pede.

I. A dureza do clima, que se manifesta principalmente nas grandes secas periódicas, explica todas as aflições de Fabiano, ao longo da narrativa de Vidas secas, de Graciliano Ramos.

a) Você concorda com essa afirmação (I)? Justifique sucintamente sua resposta.

II. Apesar de quase atrofiadas na sua rusticidade, as personagens de Vidas secas, de Graciliano Ramos, con- servam um filete de investigação da interioridade: cada uma delas se perscruta, reflete, tenta compreender a si e ao mundo, ajustando-o à sua visão.

b) Você considera essa afirmação (II) correta? Justifique brevemente sua resposta.

a) Não é apenas o clima que causa aflição em Fabiano. A personagem sofre um processo de inadequação ao mundo, que se manifesta por várias outras formas de opressão, tais como a social — exemplificada em sua condição de trabalhador sem-terra explorado pelo patrão, em seu encarceramento injustificado, ou ainda na ação do fiscal da prefeitura — e a opressão lingüística (a carência de linguagem faz Fabiano sentir-se inferior a todos quantos dominam a palavra).

Pode-se lembrar que Fabiano se aflige também com as constantes interpelações de Sinha Vitória sobre a compra de uma cama com lastro de couro, além de se preocupar com o futuro de seus filhos.

Resolução Questão 9

Resolução Questão 8

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 9 ANGLO VESTIBULARES

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b) A afirmação é correta. Embora a dureza do meio ambiente castigado pela seca, associada às condições sociais e fundiárias, relegue as personagens à condição de quase animalidade e embrutecimento, elas ainda conservam características intrinsecamente humanas. O narrador, por meio do discurso indireto livre, traduz os sentimentos e as reflexões das personagens. Mostra a complexidade de seus mundos interiores, caracte- rizados por uma mescla de desejo de entendimento, revolta, amor e esperança.

Leia o trecho do conto “Minha gente”, de Guimarães Rosa, e responda ao que se pede.

Oh, tristeza! Da gameleira ou do ingazeiro, desce um canto, de repente, triste, triste, que faz dó. É um sabiá. Tem quatro notas, sempre no mesmo, porque só ao fim da página é que ele dobra o pio. Quatro notas, em menor, a segunda e a última molhadas. Romântico.

Bento Porfírio se inquieta:

— Eu não gosto desse passarinho!... não gosto de violão... De nada que põe saudades na gente.

J. Guimarães Rosa. Minha gente. Sagarana.

a) No trecho, a menção ao sabiá e a seu canto, enfaticamente associados a “Romântico” e a “saudades”, indica que o texto de Guimarães Rosa pode remeter a um poema, dos mais conhecidos da literatura brasileira, escrito em um período em que se afirmava o nacionalismo literário. Identifique o poema a que remete o texto de Rosa e aponte o nome de seu autor.

b) Considerando o trecho no contexto de Sagarana, a provável referência, nele presente, a um autor brasileiro indica que Guimarães Rosa é um escritor nacionalista, que rejeita o contato com línguas e culturas estrangei- ras? Justifique sucintamente sua resposta.

a) Trata-se do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, publicado em Primeiros Cantos(1846), obra representativa da estética romântica.

b) Não se justifica afirmar que “Guimarães Rosa é um escritor nacionalista, que rejeita o contato com línguas e culturas estrangeiras”, porque sua narrativa regionalista incorpora o mítico, dialogando com inúmeras refe- rências da cultura universal. Essa característica está presente, inclusive, nos neologismos por ele criados, reve- ladores de seu vasto conhecimento de línguas e culturas estrangeiras.

Resolução Questão 10

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 10 ANGLO VESTIBULARES

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FUVEST/2009 – 2ª- FASE 11 ANGLO VESTIBULARES Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Baarle-Nassau_fronti%C3%A8re_caf%C3%A9.jpg, 30/06/2008.

fronteira

substantivo feminino

1 parte extrema de uma área, região etc., a parte limítrofe de um espaço em relação a outro. Ex.: Havia pa- trulhas em toda a f.

2 o marco, a raia, a linha divisória entre duas áreas, regiões, estados, países etc.

Ex.: O rio servia de f. entre as duas fazendas.

3 Derivação: por extensão de sentido.o fim, o termo, o limite, especialmente do espaço. Ex.: Para a ciência, o céu não tem f.

4 Derivação: sentido figurado. o limite, o fim de algo de cunho abstrato.

Ex.: Havia chegado à f. da decência.

Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.Adaptado.

As fronteiras geográficas são passíveis de contínua mobilidade, dependendo dos movimentos sociais e polí- ticos de um ou mais grupos de pessoas.

Além do significado geográfico, físico, o termo “fronteira” é utilizado também em sentido figurado, especial- mente, quando se refere a diferentes campos do conhecimento. Assim, existem fronteiras psicológicas, fron- teiras do pensamento, da ciência, da linguagem etc.

Com base nas idéias sugeridas acima, escolha uma ou até duas delas, como tema, e redija uma dissertação em prosa, utilizando informações e argumentos que dêem consistência a seu ponto de vista.

Procure seguir estas instruções:

— Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da língua portuguesa.

— Dê um título para sua redação, que deverá ter entre 20 e 30 linhas.

O O

R

O

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AAÇÇÃÃÃ

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Análise da proposta

A Fuvest, neste ano, alterou um pouco o formato de sua proposta de redação. Entre as inovações, nota-se a ausência de um quadro de instruções detalhado. O que veio sob esse título foi mais simples do que nos anos anteriores, em que usualmente se formulavam perguntas ou sugeriam-se encaminhamentos para o desenvol- vimento do texto. Agora ressaltou-se a necessidade do uso “da modalidade escrita culta da língua portuguesa”

e explicitaram-se duas exigências que não constavam em exames passados: título e quantidade de linhas (entre 20 e 30).

Além disso, em vez de oferecer três ou quatro fragmentos como estímulo para a reflexão do candidato, a Banca forneceu:

• um verbete de dicionário, adaptado do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, que registra quatro definições para o vocábulo “fronteira”;

• um comentário sobre a mobilidade das fronteiras geográficas e os variados sentidos que o termo assu- me no mundo contemporâneo, sugerindo que a discussão enfocasse esses sentidos — literais e não-lite- rais — sob uma mesma abordagem: a relativa mobilidade das fronteiras “psicológicas”, “de pensamen- to”, “da ciência”, “da linguagem”, etc.

• uma imagem, desta vez muito significativa: uma foto alterada digitalmente, extraída da Wikipédia, repre- sentando a fronteira entre Bélgica e Holanda na forma de uma mera sinalização visual no chão. A suges- tão de que a passagem de um lugar para outro depende apenas do esforço de caminhar pela calçada figurativiza a perda do significado de fronteira como uma barreira entre dois países.

A Banca solicitou que o candidato se valesse de umaou duasdas idéias sugeridas, para redigir a sua dis- sertação. Não houve, portanto, um direcionamento do desenvolvimento textual, como nos anos anteriores.

Ao contrário, o tema era bastante amplo e o candidato teve liberdade para abordar perspectivas diferentes.

Por isso, a tarefa mais importante seria escolher uma ou duas idéias relacionadas a fronteira para delimitar a reflexão.

Na verdade, ao mencionar a questão da “contínua mobilidade”, a Banca colocou em evidência o fenô- meno recente de flexibilização e relativização das fronteiras.

A menção ao ponto de vista geográfico poderia servir de paradigma, pois é a ponta mais evidente dessa característica do mundo moderno. Afinal, paralelamente ao fenômeno da globalização, que envolveu a aber- tura de fronteiras entre países de determinados blocos, observou-se o recrudescimento do patriotismo, dos ódios nacionais, da defesa da cultura regional. O candidato, assim, foi encorajado a refletir sobre os limites da flexibilização de fronteiras quaisquer que fossem.

Deve-se lembrar que a fronteira sempre serviu como forma de organização do pensamento e da ação humana. É importante para o homem perceber onde começa e onde termina seu espaço, suas idéias, seus con- ceitos. Sem limites, ele fica inseguro diante da realidade.

Essa nova situação impõe à humanidade um desafio inédito: até que ponto conseguiremos viver sem limi- tes? Até onde podemos alargar as fronteiras econômicas, sociais, de pensamento, geográficas?

Considerando tais questões, podem-se apontar alguns exemplos de flexibilização de fronteiras em outras áreas da realidade humana, como sugeria a proposta:

• No comportamento: os limites entre sexos e comportamentos sexuais. Hoje nota-se a relativa descarac- terização de comportamentos antes considerados masculinos ou femininos. Criou-se até mesmo o termo metrossexual, que sinaliza essa ambigüidade. Tal falta de limites vem induzindo a uma redefinição das identidades sexuais e de gênero.

• Na ciência: novas áreas da ciência, como a biotecnologia, por exemplo, caracterizam-se pela transdiscipli- naridade, pois exigem conhecimentos que extrapolam os limites entre as várias áreas do saber. Além disso, a questão ética exige que os cientistas incluam em suas funções uma preocupação humana e social.

• Na geopolítica: o fim da guerra fria trouxe como conseqüência o fim da fronteira entre dois blocos po- líticos, com a aparente hegemonia dos EUA. Recentemente, a força econômica dos emergentes fez com que as fronteiras geopolíticas fossem rediscutidas, num momento em que é difícil perceber os limites do poder econômico-político das nações.

• Na ideologia: a ausência dos blocos antagônicos trouxe consigo a redefinição de direita e esquerda. For- mou-se o conceito de terceira via, em que idéias de direitos sociais são compatibilizadas com a defesa do liberalismo.

FUVEST/2009 – 2ª- FASE 12 ANGLO VESTIBULARES

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FUVEST/2009 – 2ª- FASE 13 ANGLO VESTIBULARES

Os conhecimentos de Gramática e Interpretação de Textos foram avaliados, dominantemente, nas ques- tões de 1 a 5, divididas em itens a e b. Como sempre nas provas da Fuvest, foram escolhidos bons textos, de gêneros variados (charge, poesia, biografia, matéria jornalística e teatro), como base para questões de apreen- são e compreensão de sentidos, além de efeitos de sentido produzidos por manobras de seleção e combinação de palavras. Nessas operações, exploraram-se tanto recursos sintáticos quanto semânticos e morfológicos. Não se perdeu a chance de usar os textos como pretexto para aferir domínio da norma padrão.

Afinal, todas as questões avaliaram conhecimentos efetivamente reveladores de bom desempenho lingüís- tico. Com isso a Fuvest continua cumprindo exemplarmente o duplo papel de fazer uma avaliação seletiva dos candidatos e de servir como norte e modelo para as escolas de Ensino Médio.

Nas questões de Literatura, é notável a abrangência na abordagem dos estilos de época: aparecem ali obras do Romantismo, Realismo e Modernismo. Essa linha de conduta acompanha aquela adotada na escolha dos livros de leitura obrigatória. Nesse sentido, dois aspectos chamam a atenção: de um lado, a ausência de A Rosa do Povo, o volume de poesias de Carlos Drummond de Andrade, que já não foi contemplado na 1ª- fase do vestibular; de outro, a presença de um autor não selecionado na lista (o contista Luiz Vilela), o que con- tribui positivamente para ampliar ainda mais a abrangência referida anteriormente. Acrescente-se que, a despeito da novidade que esse último texto possa ter representado, a questão que trata dele (a de número 6) aplica conceitos familiares aos estudantes, que são os de “fluxo de consciência” e “discurso direto”.

Da mesma forma, as reflexões que sustentam os exercícios são pertinentes ao nível que se exige dos vestibulandos da FUVEST: acréscimo de uma componente mais universalizante à referência temporal mais ime- diata e particular de Memórias de um sargento de milícias(questão 7); exigência de intimidade com as refe- rências históricas de A cidade e as serras (questão 8); retomada dos aspectos psicológicos e sociológicos de Vidas secas(questão 9).

A questão 10 merece algum destaque. No que diz respeito ao item a, se ele enriquece a prova com dados que vão além dos limites da lista de livros (no caso, concernentes à obra de Gonçalves Dias), também a torna mais pobre, ao solicitar apenas a identificação de obra e autoria — o que não condiz com o nível de exigên- cia tradicional do exame da FUVEST. Quanto ao item b, aborda uma reflexão interessante, mesmo que con- vencional, em torno do universalismo rosiano.

Literatura

Gramática e Texto

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