D A F E N O M E N O L O G IA T R A N S C E N D E N T A L
À
H E R M E N Ê U T IC A 0N 1
1
0L Ó G IC A :
elem en to s p a ra d iscu ssã o
*
A n a M a r i a M o n t e C o e l h o F r o t a "
RESUMOnmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E s te a r tig o tr a ta d e d ite r e n ç e s e n tr e a F e n o m e n o lo g ia T r a n s c e n d e n ta l d e H u s s e r / e a H e r m e n ê u tic e
m o ló g ic a h e id e g g e r ia n a . O b je tiva m o s tr a r a r u p tu r a e xis te n te e n tr e a s d u a s p r o p o s ta s d e in te r p r e ta ç ã o d o r e a l,
s e a via le itu r a d e te xto s , s e ja p e la a p r e e n s ã o d e fe n ô m e n o s , a c a r r e ta n d o d ife r e n te s fo r m a s d e a p r o xim a ç ã o d a
Id a d e . M o s tr a q u e e n q u a n to H u s s e r / b u s c a a c e s s a r a r e a lid a d e via s u s p e n s ã o d e ju ízo s d e va lo r e s , H e id e g g e r
Ia u m a fe n o m e n o lo g ia q u e e s tá m a is p r e o c u p a d a c o m
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o Dasein. c o m a O n to lo g ie , c o m a p r ó p r ia e xis tê n c ia . P a la vr a s c h a ve : F e n o m e n o lo g ia , a n to lo g ia , e xis tê n c ia , h e r m e n ê u tic a .O ll T R A N S C E N D E N T A L P H E N O M E N O L O G Y T O O N T O L O G lC A L H E R M E N E U T IC :
ments
fo r d iscu ssio n
- ST R AC T
T h is p a p e r c o n c e r n s e b o u t tb e d ite r e n c e s b e tw e e n H u s s e r l' s T r a n s c e n d e n ta l P h e n o m e n o lo g y a n d
tie s d e g g e r ' : O n to lo g ic H e r m e n e u tic . It tr ie s to s h o w th e r u p tu r e b e tw e e n b o th p r o p o s a ls o fm te r p r e ts tio n o fth e
: b y th e le c tu r e o fte xts a n d b y th e c o m p r e h e n s io n o fp h e n o m e n o n s , w h ic h c a u s e s d is tin c ts fo r m s to a p p r o a c h
e r e a lity. W h J !e H u s s e r / tr ie s to a p r o a c h th e r e a lity b y th e in te r r u p tio n o f va lu e ju d g e m e n ts , H e id e g g e r b e g in s
P h e n o m e n o lo g y m u c h m o r e w o r r ie d e b o u t th e D e s e in , th e O n to lo g y, a n d tb e e xis te n c e .
K e y w o r d s : P h e n o m e n o lo g y, o n to lo g y, e xis te n c e , h e r m e n e u tic .
-. alho apresentado no IIIFórum Brasileiro da Abordagem Centrada na Pessoa, realizado entre os dias 10 a I 6 de outubro de 1999. Ouro Preto, M inas Gerais
- fessoraAssistente do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará, M estre em Educação pela Univer-- Federal do Ceará, Doutouranda em Psicologia pela Universidade de São Paulo, Psicoterapeuta fenomenóloga
Revista de Psicologio, Icrleleze. V.15(]/2) V.16(]!2) p.27 . p.34 jon/dez 1997/98 hno de Publicocõo 2000
1. A Fenom enologia
A Fenomenologia surgiu como uma crítica ao
Psicologismo do final do século XIX, momento em que
a Psicologia gozava de grande prestígio e tendia a se
converter na chave das explicações da teoria do
co-nhecimento e da lógica. Foi contra esta orientação que
Edmund Husserl opôs-se, formulando o método
fenomenológico.
De modo geral a fenomenologia faz uma crítica
KJIHGFEDCBA
à 'cultura moderna, rompe com Descartes e todo seu
es-tatuto de cientificidade. Compreende que a verdade
positivista nada mais é do que uma" representação" da
realidade, tomada como tal. Assim, não confia à razão
o primado e a busca da verdade. Ao contrário, c o m
-preende que a relatividade é constitutiva da realidade.
Enquanto para o pensar metafísico toda
possibili-dade de conhecimento válido e fidedigno é garantida
pela construção de conceitos logicamente parametrados
e de uma privação da intimidade entre os homens e
seu mundo, para a fenomenologia é exatamente
atra-vés da aceitação da intimidade entre eles, e da sua
flui-dez, que se pode possibilitar o conhecimento. Deste
modo, a relatividade não assusta o fenomenólogo. Na
verdade ela é vista como umanmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
c o n d iç ã o q u e o s e n te s tê m d e s e m a m fe s ta r e m :
n o h o r izo n te d o te m p o e n ã o d o in te le c to , e
e m s e u in c e s s a n te m o vim e n to d e m o s tr a r -s e e
o c u lte r - s e . A r e la tivid a d e d iz r e s p e ito à
p r o vis o r ie d a d e d a s c o n d iç õ e s e m q u e tu d o o
q u e é ve m s e r e p e r m a n e c e s e n d o . (C rite lli.
1 9 9 6 p . 1 5 ).
o
modo técnico pelo qual o homem modernoocidental habita o mundo tem estreita relação com sua
necessidade de buscar superar a insegurança do seu
ser, ou senão, esconder esta condição. Porém, não é
porque os homens criaram métodos, técnicas e
pro-cessos que nos permitem controlar alguns fenômenos
e criar outros, que se alterou a condição ontológica de
inospitabilidade do mundo e de liberdade humana. Pelo
contrário, alerta Critelli( 1 9 9 6 ), talvez tenha sido para
esconder isso, que a ciência moderna tenha se
lança-do " s o b r eo c o n h e c im e n to e o c o n tr o le d o m u n d o ,
tr e n s to r m e n d o -o s e m c o is a o b je tiva , e ( q u e ) te n h a s e
s ts s te d o , c a d a ve z m a is , d e q u a lq u e r te n ta tiva d e c o m -p r e e n s ã o d o s e n tid o d a vid a " ( -p .2 1 ) .
Deste modo, inevitavelmente, faz-se a mesma
pergunta: qual o sentido do ser? O homem pergunta
sobre o sentido do ser porque este vai embora. Não
existe um senn es belecido e fixo de ser, pois ele é
precário e causa Incerteza, dúvida, medo e angústia.
O
único sentido erdaderrarnenre original éser-para-a-morte, e fugir desta condição, buscando refúgio na
impropriedade do cotidiano. implica numa
desvalori-zação ética do homem em favor de uma atenção
con-centrada sobre os equipamentos e modelos de
contro-le do mundo. A verdade é que cada dia mais, o homem
tem se afastado da sua condição de humano e de todas
as dores que daí podem provir. A técnica funciona como
um instrumento precioso deste afastamento, lançando
o homem num formidável "mundo de faz-de-conta".
A indústria do entretenimento, também, muito tem
co-laborado neste sentido. Tudo, na cotidianidade parece
levar o D a s e ina uma fuga de si-mesmo.
Porém, é só a partir da perda do sentido do ser
que o pensamento encontra seu apelo para o pensar.
E pensar, para a fenomenologia, significa indagar,
ques-tionar, tentar compreender. Algo processual. parcial,
relativo. M uito diferente do conhecer metafísico, que
pretende "dominar" o conteúdo de uma matéria ou
disciplina. O pensar, " s e la n ç a "como propriamente é, .
interrogante. se angustiando; ele é posto pela angústia
de ser diante do nada, da inospitalidade do mundo, da
liberdade da existência.
2. H usserl e a Fenom enologia Transcendental
Na sua obra maior, Investigações Lógicas,
publicada em 1 9 0 0 ~ 1 9 0 I, Husserl (1 9 9 2 ) mostrou que
é impossível alcançar uma verdade necessária e
uni-versal, sem haver uma idealidade das significações
ló-gicas e das significações em geral. Daí sua afirmação
da impossibilidade de se produzir um conhecimento
científico universal, uma vez que a universalidade se
reduz a generalidades abstratas e a necessidade à
fre-qüência e repetição dos eventos observados. A
feno-menologia rompe com o modelo cartesiano e e ,s e d e
li-n e ia e li-n tã o c o m o u m a Ienomeno-Iogice o u ló g ic a d o s fe n ô m e n o s , c u ja d ific u ld a d e in ic ia l, a d ve r te - n o s
Husserl. e s ta r ia n a in ve r s ã o r e fle xiva d o c u r s o n a tu r a l
d o p e n s a m e n to "(N u n e s . 1 9 9 2 , p . 4 8 )
Para Husserl somente o fenômeno poderia ser
observado e ele não é uma coisa. Pelo contrário, ele é
a consciência, enquanto fluxo temporal de vivências. e
cuja peculiaridade é a irnanência e a capacidade de
outorgar significados às coisas exteriores. Deste modo,
a consciência pode ser dita um fenômeno empírico,
quando seu conhecimento é feito por uma ciência
empírica, desde que ela não se curve à redução
natu-Revido de Psicologia, for eleze. V.15Um V.16Om p.27 . p.34Jon/dez 1997/98
-alista do psíquico ao físico. M as a consciência
tarn-- m revelatarn--se como algo para além do empírico,
sur-~ ndo como condiçãonmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa p r io r i de possibilidade de
co-hecimento, como Consciência Transcendental.
Husserl apresenta a estrutura da consciência
en-cuanto intencionalidade, e é isso que melhor
caracte-nza seu projeto fenomenológico. A consciência é
in-cenciorialidade. o que significa dizer que toda
:: nsciência é "consciência de". A consciência não é
ma substância, mas uma atividade constituída por atos,
:: m os quais visa algo. A estes atos Husserl chamou
e s is e ao que é visado, n o e m a s . Várias n o e s is
po-cem se referir a um só n o e m a . Assim, enquanto no
el empírico as n o e s is são atos psicológicos,
indivi-- s. para se conhecer um significado, independente
celes, no fenomenológico, transcendental, são atos do
KJIHGFEDCBA
s u je ito constituinte, que' cria' os n o e m e s , enquanto pura
cealidade ou significações. As n o e s is transcendentais
-- ativas, uma vez que constituem as próprias
signifi-- • óes ideais.
Para Husserl toda ciência pressupõe a camada
éuca-noernática transcendental, a qual determina as
gruficaçôes ideais de um certo campo de
conheci-enro e os atos de conhecimento capazes de
apreendê-- Além disso, se toda consciência é sempre
"consci-Ia de" alguma coisa, o objeto apreendido em sua
re ação com a consciência sempre supera a si mesmo.
=:
afirma o filósofo da transcendência, já que o traçosencial da consciência é a intencional idade, o objeto
e ser considerado como o objetivo desta mesma
rencionalidade. transcendendo sua existência real,
uanto existência empírica imediata.
As essências ou significações (n o e m a s ) são
obje-s isados de certa maneira pelos atos intencionais da
_ nsciência. Cada região que estabelece a essência é
e id o s , no grego idéia.
É
o estudo das essências, deestruturas e dos seus atos da região da
consciên-_ ••. que é objeto da fenomenologia transcendental.
serl propõe uma fenomenologia eidética, porém
: é tão simples se passar das várias regiões eidéticas
:: mundo, para a região da consciência. É necessário
- i.e a existência efetiva do mundo seja posta entre
pa-. eses para que a investigação se ocupe somente com
_ perações feitas pela consciência,
despreocupando-e uma existência, real ou não, do objeto visado.
- ra ISSOé realizada a e p o kê , brilhantemente descrita
- r unes( 1992). Diz o autor: Esta é uma
... d e c is ã o d e s u s p e n d e r -s e a vig ê n c ia d o s e n u n
c ia d o s c ie n tífic o s , d a s ve h d e d e s ló g ic a s e m a te
m á tic a s , d o s p r ó p r io s a xio m a s , e , lo g o , d e n e u
-tr a liza r q u a is q u e r vis o s d e r e a lid a d e e vs lo r ; a
fim d e , s e m n a d a p r o p r ia m e n te n e g e t; a b s te n
-d o /s e ofe n o m e n ó lo g o d e a tr ib u ir a lc a n c e e fe
tivo a o q u e q u e r q u e tr a n s c e n d a a s vivê n c ie s . r e
-d u zir to -d a s a s c o is a s a fe n ô m e n o s , is to é, a o q u e
s e d á in d u b ita ve lm e n te n a s vivê n c ia s s o b u m a
vis ã o r e fle xiva d ir e ta (p . 5 1 -2 ).
Husserl tentava apreender o verdadeiro sentido
dos fenômenos, algo que não se perdesse, algo que
estivesse para além da leitura do intérprete ou
hermeneuta. Para ele existia uma essência nos
fenô-menos, ou textos, que nunca se perderia, acessível pela
intencional idade, pela e p o ké . Para tanto, seria
sufici-ente pôr entre parênteses sentimentos e pré-conceitos,
visando acessar o verdadeiro conteúdo do fenômeno.
Com a e p o kê coloca-se entre parênteses a existência
efetiva do mundo exterior.
Para tanto, Husserl distingue dois níveis ou
mo-mentos da redução fenomenológica. No primeiro, a
redução consiste em buscar o significado ideal e não
empírico dos elementos empíricos. Esta é uma
redu-ção eidética, por buscar essências ou significados. No
segundo momento, a redução é transcendental: aqui
visa-se à essência da própria consciência enquanto
constituidora ou produtora de essências ideais.
Portan-to, a redução fenomenológica não nega o mundo, como
criticam alguns, apenas o coloca entre parentêses,
dei-xando ver o objeto. M ediante sucessivas reduções
manifesta-se a intencional idade psicológica de seus
objetos, a intencionalidade transcendenral, que pensa
o mundo e seu sentido de mundo, e por fim, a
inten-cionalidade criadora (idêntica ao movimento de redu-:
ção), que faz o mundo aparecer na sua essência.
As coisas, segundo Husserl, caracterizam-se por
seu inacabamento, pela possibilidade de sempre
se-rem visadas por novas n o e s is , enriquecendo-se
cons-tantemente. A tese capital da Fenomenologia
Transcendental de Husserl afirma que é unicamente a
subjetividade transcendental que possui um sentido e,
quanto a seu ser, um ser absoluto; ao passo que o
mun-do real é relativo a ela. Para explicar que a relação
entre uma subjetividade solitária e o mundo objetivo é
a mesma para todas as pessoas, Husserl afirma que a
subjetividade transcendental é "intersubjetividade".
Posso dizer, portanto, que a Fenomenologia
Transcendental é baseada na busca da objetividade,
validade e veracidade via intersubjetividade .
De modo sintético, é possível afirmar que a feno- .
menologia de inspiração husserliana coloca-se contra
o subjetivismo e o relativisrno. acredita no sentido de
um texto que se o mesmo em diferentes épocas,
con-textos e leitores e, principalmente, que o significado da
obra de um autor é imutável e irreproduzível. Deste
modo, fazer uma interpretação fenomenológica
transcendental de um texto significa identificar o
pen-samento inspirador e criativo recuperando nele a
in-tenção reveladora.
O
conteúdo é transposto de umasubjetividade para a subjetividade do outro, fazendo,
no entanto, uma interpretação objetiva por buscar
cap-tar a idéia de mente objetivada.
3, H eidegger e a H erm enêutica O ntológica
Para a Hermenêutica Ontológica. o que deve dar
base ao método é o modo como o homem é homem,
assim, o método é produção do homem e não deve ser
seu senhor.
O
ser, o real, para a fenomenologiaontológica não é o conceito, e sim sua condição de
aparecimento.
KJIHGFEDCBA
O real está no seu conjunto de manifes-tação, nas suas possibilidades.Dentre as estruturas de possibilidades que fazem
parte do humano está o ser-no-mundo como a mais
básica delas. Seguem-se a temporal idade, a
espacialidade, o encontrar-se, o compreender e a fala.
Assim, aonmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAD a s e in é impossível ser, sem
ser-no-mundo, que é sua constituição fundamental. Heidegger
descobre que o homem é mundano, que ele 'é' através
do mundo.
O
D a s e in é ser-aí, éestar-aí-junto-com-os-outros. Para Heidegger, o homem é seu próprio
mun-do. Ele é junto aos outros, habitando o mundo,
cui-dando de ser. Existe, pois, uma inexorávelligação entre
o homem e o mundo. A vida é dada ao homem como
possibilidade, sob determinadas condições, como
al-gum dom que precisa ser cuidado.
O
D a s e in é umvir-a-ser, o que significa que ele tem que cuidar de si. A
responsabilidade pelo cuidar de ser é condição
huma-na, básica e intransferível. M esmo quando me nego a
cuidar da minha existência, estou cuidando dela,
em-bora que na negatividade. Além disso, por ser um
vir-a-ser, ele nunca se completa. Aqui um grande
parado-xo se instaura: somente na morte o Dasein se completa,
mas por não mais ser, ele já não é.
O
homem realiza o cuidar pelo tempo, que é dadocomo condição de vida.
O
homem é umser-para-a-morte e é a partir morrer que se abre a condição de
tempo. O CUIdar ca ioa é temporalizado. Porém, o
tempo não é o a nar reza e sim o meu: pensado a
partir do meu VI er e 'a minha morte.
O
existirhuma-no é o de um ser e i-s is u n d . ,IOdo para algum lugar. E
o ponto final da medida do existir é a morte. Assim, o
homem se esgota no tempo. A temporalidade é, pois,
uma condição de ser.
Com a espacialidade se revela a capacidade que
o homem tem de aproximar-se e afastar-se das coisas.
Todos os afetos contribuem para meu afastamento ou'
aproximação das coisas. Também deles dependem
minhas escolhas e o modo de eu estar-no-mundo Já
com o encontrar-se, com a disposição de humores,
revela-se o modo como encontro o mundo e a mim
mesmo. São a sensação e os estados de ânimo que dão
consistência ao mundo: " s e m p r e vive m o s n u m a d e te r
-m in a d a to n a lid a d e a fe tiva (Stim m u n g ), n u m a d is p o s
i-ç ã o d e âmlno"(Nunes, 1 9 9 2 p. 9 9 ). No entanto,
en-quanto afetos como tédio, alegria e esperança, traduzem
uma aparência do cotidiano, somente a angústia nos
põe em contato com o que de mais próprio existe em
nós mesmos. Afirma Heidegger( 1 9 9 5 v. I):" Aq u ilo c o m q u e a a n g ú s tia s e a n g u s tia . é o s e r -n a -m u n d o c o m o ta l
(p. 2 4 9 )". E mais à frente: " A a n g ú s tia s in g u la r iza o
D a s e in e m s e u p r ó p r io s e r -n a -m u n d o q u e , n a c o m
-p r e e n s ã o , s e p r o je ta e s s e n c ia lm e n te p a r a p o s s ib ilid a --d e i' (p. 2 5 1 )1.
Finalmente, o falar expressa a capacidade que o
homem tem de compreender e expressar o que se
mostra. Odiscurso é constitutivo do ser-no-mundo uma
vez que a linguagem é uma forma essencialmente
mun-dana. Isso é o mesmo que afirmar que o homem é
falante, já que para Heidegger, o D e s e m é linguagem.
A verdade para Heidegger é " e le tb e ie " , no
gre-go, desocultamento, desvelamento.
É
a verdade dola g o s , esquecida pela idéia de ve n te s , verdade como
adequação ou concordância. É o que se põe à luz,
para um olhar. Implica, pois, em uma intencional
ida-de. O próprio movimento de mostrar-se supõe um
modo de esconder-se e de revelar-se. Ao mostrar-se
alguma coisa se esconde, e todo mostrar-se é
necessa-riamente, também, um ocultar-se. Por isso o
conheci-mento é parcial.
"É
o s e n tid o d e s e r q u e p r e o c u p a aI"La angustia nos mustra que Ia existeneia está vacia. que IaV Id a esrnuerte, ue el cielo es un desierto: Iaquiebra de Ia religión" Otávio Paz, Los hijos dei limo. Apud Nunes (1992 p. 106)
' e n o m e n o lo g is . p o r é m , c o m p r e e n d e n d o d e a n te m ã o
tr u e to d o s a b e r a s e u r e s p e ito n u n c a é s e n ã o r e la tivo e
o r o vs o r ic " ,
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
assegura Critelli (KJIHGFEDCBA
1 9 9 6 p. 2 3 ).Heidegger, afirma Nunes{ 1 9 9 2 ), praticará a
e o ké da própria consciência. Em lugar de
consciên-_ a agora o que mais importa é o D a s e in ,o ser-aí, que
acaba por nos levar ao domínio da existência. E Nunes
s e g u e afirmando:
N ã o h á p a r a a F e n o m e n o lo g ia o u tr o te m a q u e
n ã ooo n to ló g ic o . A F e n o m e n o lo g ia é O n to lo g ie ,
e c o m o O n to lo g ia u m a H e r m e n ê u tic a
fenome-n o lá g ic e , p o r q u a fenome-n to , e m s u a n o va p o s s ib ilid e
-d e , a -d e s c r itivi-d a -d e -d o m é to -d o te r á o a lc a n c e
d e u m tr a b a lh o d e in te r p r e ta ç ã o , d e a c e s s o a o
s e n tid o . D e s c r e ve r o s e n tid o , o s e r d a d o n a s
vivê n c ie s . c o n s is te e m e xp /ic ita r o s e n tid o q u e
n e la s s e e n c o b r e , a s s im c o m o s e e xp lic ite . p o r
m e io d e u m a in te r p r e ta ç ã o , o s ig n ific a d o o r ig
i-n a l d e u m te xto , d e u m a o b r a d e a r te o u d e u m
p r o d u to h is tó r ic o , e m g e r a l e n c o b e r to n a s s ig n
i-fic a ç õ e s , e q u e o e s fà r ç o h e r m e n ê u tic o d e s e m
-b a r a ç a o u r e s titu i(p . 6 0 )
-. Convergências e D ivergências entre a Fenom enologia e a H erm enêutica
Rodriguez{s/d) estuda a passagem da
Fenorne-gia Transcendental de Husser! para a ontologia
eggeriana. Segundo ele, Heidegger acusou a
fe-enologia de ter se curvado à tradição cartesiana e
• ana. Assim, a hermenêutica se opõe à
interpreta-- Idealista de H usserl: " L e h e r m e n ê u tic a , e n I a m e
-_ .: : a m is m a e n q u e lo s r e ve la y d e s h a c e s u p o d e r , p I e c o m I a ve r d a d e r a te r e s fe n o m e n o ló g ic a "(p. 7 4 ).
E o autor continua falando em que aspectos a
enêutica é incompatível com a fenomenologia: em
e rro lugar, antes de tudo existe uma fidelidade ra
-za, da ontologia ao que se mostra no fenômeno.
So-e a partir disso podSo-emos chegar a uma
compre-do ser-no-muncompre-do, à pertença em um âmbito
de sentido. Em seguida, por existir em Heidegger
a desconfiança na intuição, por esta depender da
_ ::epção ótica, a teoria ontológica se funda
rnetcdi--ente no estabelecimento de conexões essenciais
não são obtidas mediante inferências nem
hipóte-_ peratórias, mas sim em uma visão de consistência
erna dos fatos. É a estrutura invariante de um
fenô-eno que se põe à vista. E afirma o autor: " N a tu r a
l-e n tl-e l-e s s l-e vl-e r n o l-e s u n m ir a r in g l-e n u o " {p . 7 5 ). Em
c e rro lugar, a análise intencional tem dito que
ne-nhuma vivência se esgota em sua pura atualidade, mas
que se inscreve em um horizonte de remissão, que
su-põe toda a consciência explícita que a consciência pode
realizar. Porém, cada vivência assume mais do que o
explicitamente dado, o que supõe um caráter aberto e .
a vida total da consciência. Ora, se é assim, afirma
Rodriguez{s/d) " I a te r e s h e r m e n ê u tic a d e lo g r a r e l h o
-r izo n te s itu a c io n a l c o -r -r e c toy I a c o n c e p c ió n d e I c o m -p r e e n d e r c o m o u n -p r o c e s o d eIusián d e h o r izo n te s s o n u n d e s a r r o llo d e I a e s tr u c tu r a h o r izó n tlc a d e I a
c o n c ie n c ia " {p .7 5 ). Por fim, a pretensão hermenêutica
de universalidade é possibilitada pela radical
universalização do âmbito da linguagem. M as este
âmbito universal de sentido é duramente questionado
pelos lingüistas, no que a ontologia concorda.
Tarn-bém a linguagem é aconteci mental.
Apesar das diferenças entre a fenomenologia e
a ontologia, em alguns aspectos elas se assemelham.
Ambas acreditam no pressuposto da análise
intenci-onal de que todo ente é parte indissociável de seu
mostrar-se, assim como que o sentido buscado nos
fenômenos não se reduz ao estritamente
lógico-linguístico. Tanto Husserl quanto Heidegger buscam
palavras que não violem o sentido do ser. Ambos
defendem que" e l e n u n c ia d o n o in s titu ye e l s e n tid o
s in o q u e 1 0 r e c o g e d e u n a c o m p r e n s ió n p r e via "
(Rcdriguez. s/d, p. 76), e esta é a tese central mais
semelhante entre Heidegger e Husserl. M as após
estes encontros, ambos voltam a se desencontrar: a
instalação de um puro sentido supõe a e p o ké , difícil
de ser admitida pela hermenêutica. Para esta, are,
dução não é adequada por deixar de lado o
modo-de-ser, preocupando-se tão somente com o c o n re ú
-do. Fazendo-se assim, prescinde-se da existência.
A objetivaçâo. analisa Rodriguez. incapacita uma
compreensão de um modo específico da existência
in-tencional. O rechaço maior da redução fenomenológica
é, portanto, devido ao ranço vitalista. Ao contrário d a
fenomenologia, a hermenêutica quer compreender a
vida desde si mesmo, "participar" e não "suspender" o
próprio viver. Desta forma, atesta Rodriguez{s/d),
" I a h e r m é u tic a d e Se in u n d Z e it r e p ite , tr a n s
-fo r m a d o s e n s u in te n to d e s a lirdel o b je tivis m o .
p e r o c o n s e r va n d o s u s e n tid o tr s n s c e n d e n te l. lo s
c o n c e p to s c a p ita le s d e I a te n o m e n o lo g ie . a I a
id e e d e " d e r s e " ( G e g e b e n s e in ) le c o r r e s p o n d e
e l h e r m e n é u tic o " a fr o n ta r " ( b e g e g n e n ] . a
" vive n c ie in te n c io n a l' : " c o m p o r te m ie n to "
( Ve r h a ltu n g / c u ys m a io r a m p litu d n o p r e ju zg a
e l c a r á c te r m e r a m e n te p o n e n te d e I a
3 1
c o n s c ie n c ie -d e , a " s u b ie tivid e d tr a n s c e n d e n ts l" ,
" s e r -e n -e i-m u n d o " . d o n d e m u n d o n o e s , o b
vi-a m e n te , e l c o n c e p to d e m u n d o r e a l d e Ia a titu d
n a tu r a l, s in o ju s te m e n te e l â m b ito a p r io r i d e i
s e n tid o , a io s " r e n d im ie n to s ' {L e is r u n g e n } d e Ia
s u b je tivid a d tr e r is c e n d e n te l. e l p r o ye c to e r r o
-ja d o (g e w o r te n e E n tw u r t). Ig u a lm e n te s e r e p ite
Ia p r o b le m á tic a fe n o m e n o ló g ic a d e Ia
c o n s titu c io n : to d o e n te in tr a m u n d a n o c o b r a
s e n tid o , s e " c o n s titu ye " . e n e l s e n o d e i p r o ye c to
c o m p r e n s o r d e Ia e xis te n c ia . E s Ia
E r s c h lo s s e n h e it d e s D e s e in s , Ia e p e r tu r e
c o n s titu tive d e i h u m a n o s e r -s h i, e l lo c u s
o r ig in a r io d e i s e n tid o y s ó lo e n e lla a d q u ie r e
s ig n ific a d o Ia p e ls b r e "es"
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(p.KJIHGFEDCBA
7 9 ~ 8 0 ).De modo geral a hermenêutica supera a
feno-menologia em um ponto: descobre que existe um
es-trato mais original que a subjetividade transcendental
e, a partir disso, é impossível permanecer nas teses
básicas da fenomenologia. Para a hermenêutica, a
intuição originária da vida é mais originária do que a
subjetividade transcendental. Isso mostra que toda uma
"consciência de", todo "ato intencional", repousa
so-bre um estar-aí.
A fenomenologia transcendental vê na operação
subjetiva a condição imprescindível para que algo
apa-reça, ou seja, o objeto decide a p r io r i que a presença
intencional é a única forma do aparecer do fenômeno.
M as estas operações subjetivas, na medida mesma em
que aparecem como subjetivas, não são as raízes do
aparecer, mas o supõem. Deste modo, para a
hermenêutica, o abrir-se a priori do mundo, como
es-paço prévio de significado, é o terreno no qual se faz
visível a intencionalidade.
Além do descobrimento de um lugar da gênese
de sentido, mais originário do que o campo da
consci-ência pura defendido pela fenomenologia husserliana.
a Ontologia Heideggeriana afirma que também é
determinante neste processo de interpretação do real,
o caráter histórico deste mesmo âmbito.
Para a herrnenêutica. o espaço histórico de
sig-nificação que constitui toda situação é fugidio. não
objetivável. não cognoscíveI. O modelo que rege o
conceito hermenêutico de compreensão é a dialética
insuperável de ocultamento/desvelamento, que
per-passa toda a obra heidegeriana. Segundo
Rodriguez(s/d) :
e l d e s c o b r im ie n to d e i e n te e s p o s ib le p o r e l
s im u ltâ n e o o c u lte m ie n to d e i s e r . T o d o d e r s e
d e a lg o o b je tivo e s tá ya e n u n â m b ito q u e n o
s e d a ya Ia r e fle xió n s o b r e s o s p r o p io s e c to s
10
m á s q u e p u e d e b e c e r e s d e s c u b r ir s u e s ta rya s h i. p e r o ja m á s tr e e r lo p o r e n te r o a Ia p r e
-s e n c ia (p. 8 2 ).
A idéia husserliana de evidência é ingênua,
acu-sa Rodriguez, e repousa numa pré-estrutura histórica.O
que se mostra no ato intencional não é a "coisa
mes-ma" e sim o resultado de opções ontológicas que o
precedem. Portanto, não se pode compreender os
fe-nômenos sem os pre-conceitos. pois são eles que nos
permitem vê-los. A ontologia não tem como meio a
evidência uma vez que aquilo que havia de ser
eviden-ciado não pode dar-se na sua presença original. Para a
ontologia, o que se abre não é a coisa em si, mas sua'
abertura na própria historicidade. Deste modo, o
mo-vimento essencial no discurso hermenêutico é o
aban-dono da evidência com a adoção do sujeito, o qual
toma para si a responsabilidade de hermeneuta.
A tese metodológica da hermenêutica é recolher
algo que já está-aí, retirando a primazia absoluta do
método, assim como da subjetividade. O sentido do
ato de evidência é precisamente o aparecer de algo
como sendo ele mesmo e assim permanecendo, em
sua alteridade radical. A referência de todo
comporta-mento a um âmbito a p r io r i de sentido é algo que se
mostra no dar-se desse comportamento. Assim " Ia e
vi-d e n c ia e s e l m á s s e iía la d o m o d o d e s e r -e n -e i m u n d o ,
Ia a b s o lu ta e xtr o ve r s ió n a Ia s c o s a s , u n s ig n o in e q u ívo
-co d e n u e s tr s r a d ic a l p e r te n c ia a i m u n d o ' (Rodriguez,
s/d, p . 85).
A hermenêutica não nega totalmente a
evidên-cia da coisa em si e sim a absoluta transparência da
subjetividade. Isto é compreensível se lembrarmos que
Heidegger toma o descobrimento do ser ou da história
como âmbitos mais originários do que a subjetividade
transcendental.
SRQPONMLKJIHGFEDCBA
5 . C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s
Então, existem duas concepções básicas do que
seja interpretar. Em primeiro lugar, interpretar seria a
formação de um juízo reprodutivo ou, por outro lado,
uma espécie de criação. esta perspectiva de
inter-pretação, fazendo um juizo reprodutivo da obra ou
fenômeno, três direções surgem: segundo uma
verten-te psicologista, temos a busca da vivência original do
criador impregnada na obra; numa vertente fenome-'
nológica, a busca senudo como a intencionalidade
do au r r fim, a partir de uma
.li-e .li-estruturalista, o sentido é buscado como a estrutura
bjetiva da mensagem 2.
Ainda a partir da concepção de interpretação
c mo esforço para se lograr uma compreensão válida
em termos objetivos e intersubjetivos, Figueiredo( 1999)
erra para alguns pressupostos metafísicos sobre os
KJIHGFEDCBA
c u a is ela repousa: em primeiro lugar, o sentido, visto
:: mo algo transcendente em relação ao texto ou
fenô-m e n o . E em segundo, a unidade, o sentido na sua
.ealidade, tomada como algo que prevalece e
prece-ce a diferença, ou seja, o texto/ fenômeno, na sua
ultiplicidade.
Em contraposição a esta perspectiva de
interpre-• ção como formação de um juízo reprodutivista,
te-s aquela que renuncia às questões da validade e
eracidade do juízo reprodutivo, para a inevitável
sub-euvidade dos juízos interpretativos. Aqui encontramos
..•.hermenêutica e, em sua forma mais extremada, a
céia de que interpretar é criar um sentido totalmente
o. A partir daqui, compreende-se quenmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s ó h á s e n tid o c o n te xtu e lu e d o . m a s q u e e s s e s c o n
-te xto s s ã o s e m p r e h is tó r ic o s e c o n tin g e n -te s e n ã o
Id e a is . E m c o n s e q ü ê n c ia , n ã o e xis tir ia u m a in te r
-p r e ta ç ã o p r ivtle g ie d e e d e fin itiva oq u e a b r e otr a
b a lh o in te r p r e ta tivo p a r a u m p r o c e s s o in te r m in á
-ve l d ed e s c o n te xtu s h ze ç ô e s e r e c o n te xtu s lizs ç ô e s
(Figueiredo, 1999 p. II - 12).
A partir desta perspectiva de interpretação de
ndo e da realidade, há ainda três diferentes
con-:~_ ões do que seja interpretar e que implicam em
-~ cedimentos de contextualização,
descontex-ização e recontextualização. Na primeira, a partir
ce Gadamer(l997), temos que, para compreender
_ fenômeno qualquer, é necessário achegarmos-nos
_ e e com todos os pressupostos que fazem parte de
s Preconceitos são compreendidos aqui como
ori-_ ração prévia que marca nossa abertura para o
rnun-condição de possibilidade do sentido Na
segun-trata-se da procura ou construção de novos
textos, capazes de dar novos sentidos a novos
ele-entes. Deste modo, "o le ito r d ia n te d e u m te xto n a d a
te m a fà ze r s e n ã o p r o c u r a r in te g r é -lo a s e u s is te m a
d e c r e n ç a s , p r o m o ve n d o a s a lte r a ç õ e s n e s te s is te m a ,
q u e to r e m n e c e s s á r ia s p a r a r e c u p e r a r a c o n s is té n c ia ' l .
Por fim, e Derridaé o melhor representante desta
cor-rente, como terceira possibilidade, busca-se um
con-texto destituído de positividades. Aqui ele é formado
de possibilidades de diferenciação e a diferença
pre-valece sobre a unidade.
Existe, portanto, um ponto de tensão grande
entre o discurso metafísico sobre verdade e conheci-.
mento e o que é defendido pelos fenomenólogos. Para
nós, a perspectiva de conhecimento invoca
necessa-riamente o caráter de provisoriedade, mutabilidade e
relatividade da verdade. Enquanto isso, o
pensamen-to metafísico pressupõe uma verdade que seja una,
estável e absoluta, bem como a via que dá acesso a
ela. A fenomenologia põe em questão, exatamente,
esta espécie de metafísica na unicidade da verdade e
da busca de uma perspectiva de conhecimento que
seja absoluta.
Além disso, existe também um outro ponto de
tensão entre a fenomenologia rranscendenral
husserliana e a ontologia heideggeriana. Enquanto a
primeira preocupa-se, principalmente, com a busca do
verdadeiro sentido dos fenômenos via redução eidérica,
a segunda pratica a epoké da própria consciência,
bus-cando o desvelamento do vivido.
SRQPONMLKJIHGFEDCBA
6 . R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s
CRITELLL Dulce M ára. An a lític a d o Se n tid o - u m a
a p r o xim a ç ã o e in te r p r e ta ç ã o d o r e a l d e o r ie n ta ç ã o
fe n o m e n o ló g ic a . São Paulo: Brasiliense, 1996
FIGUEIREDO, Luis Claudio. A fà b r ic a ç ã o d o e s tr a
-n h o : -n o ta s s o b r e u m a h e r m e -n ê u tic a N e g a tiva . In:
Revista Pulsional,
!
995. São Paulo, pp.!
7 -22. P a la vr a s C r u za d a s e n tr e
---F r e u d e ---F e r e n c zi. São Paulo: Escuta, 1999
GADAM ER, Hans-Georg. Ve r d a d e e M é to d o - tr a ç o s
fu n d a m e n ta is d e u m a h e r m e n ê u r ic a filo s ó fic a "
Petrópolis, Vozes, 1977
- er Frgueiredo, Luis Cláudio. A fabricação do estranho: notas sobre uma hermenêutica negativa. ln: Revista Pulsional. pp. 17-22
- Rorty. "Inquirity as recontextualizacion. An anti-dualist account of mterpretation.". em Obiectivity. relativism na truth. Philosophical
rs v. I. Cambridge Univ. Press, 1994. Citado por Figueiredo, 1999. p. 14
3 3
HEIDEGGER, M artín.
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Se r e T e m p o .Petrópolis: Vozes, 1995 HUSSERL Edmund. In ve s tig a ç õ e s L ó g ic a s : Se xtain-ve s tig e ç ã o , e le m e n to s d e u m a E lu c id a ç ã o F e n o
-m e n o ló g ic a d o c o n h e c im e n to . Coleção os Pensa-dores. São Paulo: Nova Cultural, 1992
NUNES, Benedit .P -~ e m p a r a o P o é tic o .São
Pau-10:Áúca,
1992
RODRIGUEZ, R. E J P r in C ip iO fê n o m e n o ló g ic o d e e vi-d e n c iayIa h e r m e n ê u u c a c o m e m p o r a n e a . (mimeo). s/d,