Ciclo de Oficinas:
Geometria analítica
Sistema de coordenadas:
O que é um sistema de coordenadas no espaço𝑅3?
➢ Seja P um ponto qualquer no espaço, tomamos três retas perpendiculares entre si (x,y,z);
➢ Os eixos x, y, z definem três planos cada um em um sistema de coordenadas traçando o ponto P em x, y, z serão as coordenadas de Px, Py, Pz;
➢ Que pode ser definida pela seguinte notação P(x,y,z).
Distância entre dois pontos:
Sejam P(X1, Y1, Z1) e Q(X2, Y2, Z2) dois pontos do plano a distância de P e Q é dada por:
Exemplo:
A distância entre os pontos P(2, -1, 0) e Q(-3, 4, 2).
R:
Produto Vetorial:
Propriedades:
Sejam U, V e W vetores de 𝑅3e K ϵ R então:
(i)UxV ≠ VxU (não comutativo) (ii) UxV =﹣VxU (sentido contrário)
(iii)(U + V) x W = UxW + VxW (distributiva) (iv)U x (VxW) = (W.U)V﹣(U.V)W
(v) (UxV) x W = (W.U)V﹣(W.V)U (não associativo)
No produto vetorial teremos 2 vetores u = (a, b, c) e v = (a1, b1, c1), será gerado um vetor w
= (x, y, z) que é simultaneamente perpendicular a esses dois vetores.
Como calcular o produto vetorial:
Teremos: Vetores unitários i, j e k e os vetores u e v, será feita a matriz análoga ao determinante, feita por Sarrus.
i = (1, 0, 0) u = (a, b, c) j = (0, 1, 0) v = (a1, b1, c1) k = (0, 0, 1)
(bc1 - cb1)i + (a1c - ac1)j + (ab1 - a1b)k (bc1 - cb1, a1c - ac1, ab1 - a1b) = u x v Exemplo:
Sejam os vetores u = (1, -1, -4) e v = (3, 2, -2) determine um vetor que seja perpendicular a estes.
u x v = (10i) - (10j) + (5k) u x v = (10, -10, 5)
Produto misto:
(u x v) . wonde u, v e w ϵ𝑅3
Como calcular:
u = (a1, b1, c1) v = (a2, b2, c2) w = (a3, b3, c3)
As propriedades do produto misto podem ser deduzidas das dos determinantes por isso as propriedades que servem para um também servem para o outro.
(u x v) . w = (v x w) . u ou (u x v) . w = u . (v x w) Além disso o volume é dado por:
V = |(UxV)| . W
Exemplo:
Encontre o volume do paralelepípedo definido por u = (3, 5, 7), V = (2, 0, -1) e w = (0, 1, 3).
V = |(u x v)| . w R:
V = |(u x v)| . w = | - 13| =13
Equações do plano - Cartesiana:
Seja A = (x0, y0, z0) um ponto no espaço e V = (a, b, c) um vetor não nulo
Qualquer que seja o ponto P(x,y,z) ϵ α, o vetor AP é perpendicular a V se somente se AP . V = 0
(x - x0, y - y0, z - z0) . (a, b, c) = 0 a(x - x0) + b(y - y0) + c(z - z0) = 0
Exercício:
Determine a equação cartesiana do plano que tem ponto A(3, 0, -4) e é ⊥ ao vetor v=(3, 6, 2).
AP . V = 0 P(x, y, z)
(x - x0, y - y0, z - z0) . (a, b, c) = 0
R:
(x - 3, y - 0, z - (- 4)) . (5, 6, 2) = 0
5x - 15 + 6y + 2z + 8 = 0 5x + 6y + 2z - 7 = 0
Equações do plano - Paramétricas:
➢ Um plano α é paralelo a um vetor “u” só se em α existir uma reta com a direção de u=(a1, b1, c1) e v=(a2, b2, c2) vetores com direções diferentes.
➢ Um ponto P(x, y, z) pertence ao plano que contém A(x0, y0, z0) e é paralelo aos vetores u e v somente se existirem s e t.
AP = su + tv
(x - x0, y - y0, z - z0) = s(a1, b1, c1) + t(a2, b2, c2) x = x0 + a1 s + a2 t
y = y0 + b1 s + b2 t z = z0 + c1 s + c2 t
Exemplo:Encontre a equação paramétrica do plano A(2, 3, - 1) paralelo aos vetores u = (3, 4, 2) e v = (2, - 2, 6).
AP = su + tv
x = x0 + a1 s + a2 t x = 2 + 3 s + 2 t
y = y0 + b1 s + b2 t y = 3 + 4 s + (- 2) t
z = z0 + c1 s + c2 t z = -1 + 2 s + 6 t
(x - x0, y - y0, z - z0) = s(a1, b1, c1) + t(a2, b2, c2) (x - 2, y - 3, z + 1) = s (3, 4, 2) + t (2, - 2, 6)
Equação paramétrica da reta no espaço:
A equação paramétrica da reta é análoga a do plano, um ponto P(x, y, z) pertence a uma reta r se
AP = tv
Sendo A(x0, y0, z0), P(x, y, z) e v = (a, b, c), então:
(x - x0, y - y0, z - z0) = t (a, b, c) x = x0 + at
y = y0 + bt z = z0 + ct
Interseções de planos:
Planos concorrentes segundo uma reta:
➢ Resolver o sistema achando x e y e colocando z como t.
Exercício:
2x + 3y + z = 1 e x - 2y + 3z = 0 R:
2x + 3y + z = 1 (I)
x - 2y + 3z = 0 (II) *Montar um sistema
x = 2y - 3z (III) *Isolar uma das equações (nesse caso foi a (II)) 2(2y - 3x) + 3y + z = 1
4y - 6z + 3y + z = 1 7y - 5z = 1
y = 1/7 + 5/7 z (IV) *Substituir a equação isolada na outra (III) na (I) x = 2(1/7 + 5/7 z) - 3z
2/7 + 10/7 z - 3z
x = 2/7 - 11/7 z *Substituir a equação (IV) na (III) x = 2/7 - 11/7 t
y = 1/7 + 5/7 t
z = t *Tomar z = t
Em termos de z o ponto de interseção é dado por:
Interseções de retas e planos:
➢ Substituir os pontos das retas no plano.
➢ Obter t e substituí-lo na reta, obtendo x, y, z.
Exercício:
Determine a interseção da reta x = 3 - 2t no plano x - 4y + z = - 2 . y = 1 + t
z = 2 + 3t 3 - 2t - 4(1 + t) + 2 +3t
- 3t = -3 t = 1
x = 3 - 2 . 1 x = 1 y = 1 + 1 y = 2 z = 2 + 3 . 1 z = 5
:. Vão se interceptar no pontoI(1, 2, 5)
Interseções de retas:
➢ As retas podem ser paralelas, concorrentes ou reversas.
➢ As paralelas estão no mesmo plano reversas não.
Se os vetores direcionais forem múltiplos eles serão paralelos (r//s).
Exemplo:
x = 1 + 2t x = 4s r: y = - 1 + t s: y = 2 + 2s
z = 5 - 3 t z = 8 - 6s
v = (2, 1, -3) u = (4, 2, -6) => u = 2(2, 1, -3) u = 2v
u//v então r//s São paralelas
:. Logo a interseção é igual aI(2, 1, -3)
Distância de um ponto a um plano:
Dado o plano∝e o ponto A∉∝para determinar a distância D(A,∝) do A ao ∝…
Onde A(x0, y0, z0) e
∝: ax + by + cz + d = 0 Exercício:
Determine a distância do ponto A(2, 4, 1) ao plano ∝:x + 5y + 3z - 13 = 0.
A(x0, y0, z0) e
∝: ax + by + cz + d = 0
Distância de um ponto a uma reta:
Dada a reta r e o ponto A a distância de A a r é feita por:
Passos:
(i) Determinar a equação do plano que passa por A e é perpendicular a r;
(ii) Determinar o ponto I da interseção desse plano com r.
D(A, r) = D(A, I)
Exemplo:
x = 1 + 2t Determine a distância entre o ponto A(1, 2, - 1) a reta y = 5 - t
R: z = - 2 + 3t AP . v = 0
A(1, 2, -1) P(x, y, z) v(2, -1, 3)
(x - 1, y - 2, z + 1) . (2, -1, 3) = 0 2x - y + 3z + 3 = 0 (i)
∝∩r = {I}
2(1 + 2t) - (5 - t) + 3( - 2 + 3t) + 3 = 0 t = 3/7
(ii)
x = 1 + 2.3/7 = 13/7
I: y = 5 - 3/7 = 32/7 z = - 2 + 3.3/7 = - 5/7
D(A, r) = D(A, I)
Distância entre retas reversas:
Dadas duas retas reversas r e s queremos saber como calcular a distância entre elas D(r, s).
Passos:
(i) Determinar a equação do∝que contém s ou r e que seja paralelo a r ou s;
D(r, s) = D(A,∝) (ii) Escolher um ponto;
(iii) Considerar um vetor direcional v da reta r ou u da reta s;
(iv) O plano determinado pelos vetores u e v passando por a.
Exemplo:
Determine a distância entre
x = 2 + t x = - 5 + 4t r: y = 1 - 3t s: y = 6 - 5t
z = 1 + 2t z = 4 + 3t R:
v = (1, -3, 2) u = (4, -5, 3)
u x v = (1, 5, 7)
AP . (u x v) = 0
(x + 5, y - 6, z - 4) . (1, 5, 7) = 0 α: x + 5y + 7z = 53
D(r, s) = D(A, α)
Superfícies de revolução:
Exemplo:Elipsóide de Revolução 1) Deduzir a equação da superfície;
Suponha que a equação da elipse, no plano yz, seja:
2) Definir os pontos P, Q e R na superfície, tal que:
Analogamente, temos que
3) Substituir o valor encontrado na equação da elipse, resultando em: Sendo a superfície desta equação
Fonte: GeoGebra
Generalizando:
1) Determinar P(x,y,z)
2) Encontrar R(0,0,z), o eixo de rotação 3) Determinar Q e verificar que Q∈C 4) Encontrar d(P,R) = d(R,Q)
5) Substituir o valor encontrado no tópico acima na equação dada pelo exercício.
Formas canônicas:
● Grupo (E): Elipsóide
Fonte: Adenilson Giovanni
● Grupo (H1): Hiperbolóide de uma folha
Fonte: DocPlayer.com
● Grupo (H2): Hiperbolóide de duas folhas
Fonte: DocPlayer.com
● Grupo (PE): Parabolóide elíptico
Fonte: DocPlayer.com
● Grupo (PH): Parabolóide hiperbólico
Fonte: GeoGebra
● Grupo (C): Cone quádrico
Fonte: GeoGebra
Curvas dadas por interseção de superfícies:
Uma curva no espaço não é determinada por somente uma intersecção. Determina-se, então, uma curva no espaço pela interseção de superfícies. O sistema constituído pelas equações das superfícies dá as equações cartesianas da curva.
Dessa maneira, generalizando:
1) Escreve-se a equação na forma canônica 2) Interseção da superfície com o plano yz: x=0 3) Interseção da superfície com o plano xz: y=0 4) Interseção da superfície com o plano xy: z=0
5) Esboçar o gráfico
Exemplo:Encontre a curva resultante das interseções das superfícies para o seguinte modelo:
1)
2)
3)
4)
5) O esboço do gráfico demonstra que as
interseções resultam em umhiperbolóide de uma folha.
Fonte: GeoGebra
Referências Bibliográficas:
REIS/SILVA.Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Ltc, 1996.