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PROJETANDO PESQUISA NA CIÊNCIA E A REVISÃO DE CONTEÚDOS NO ENSINO DOS ANOS FINAIS

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Academic year: 2021

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“PROJETANDO PESQUISA NA CIÊNCIA” E A REVISÃO DE CONTEÚDOS NO ENSINO DOS ANOS FINAIS

Denise dos Santos MIRON; Cláudia Fuchs OLIVEIRA

Professoras da Escola Municipal Fundamental Soares de Barros, Rua Paulo Klemann, n

o

365, CEP 98700-000, Ijuí/RS.

E-mails: dsmiron@yahoo.com.br; claudiab2909@gmail.com.

Resumo

O trabalho “Projetando Pesquisa na Ciência” e a Revisão de Conteúdos no Ensino dos Anos finais visou realizar uma análise da vivência de aprendizagem ao educando-professor. Neste relato de caso, para a revisão dos conteúdos em ciências, foram sugeridos eixos temáticos para o 8 o e 9 o ano, de acordo com a proposta pedagógica da Escola Municipal Fundamental Soares de Barros/Ijuí-RS.

A partir destes, os alunos foram orientados a realizar pesquisas, discussões e sistematização dos conteúdos com uma mostra expositiva e interativa. As atividades realizadas potencializaram a revisão dos conteúdos de ciências, colaborando com a compreensão das teorias envolvidas nos mesmos, e incentivaram os alunos a participar com autonomia. Assim, propõe ao educador a reconsiderar sua prática e ao estudante a perceber-se como sujeito transformador de sua realidade. Além disso, demonstrou um impacto favorável sobre os participantes, constatando-se interesse por parte dos visitantes em saber mais sobre os temas da exposição.

Palavras-chave: Pesquisa. Ciências. Ensino.

INTRODUÇÃO

Na educação, é importante estimular uma proposta didática diferente, que estimule as interações professor-alunos e alunos- alunos (BEUREN, 2009, p. 17). A inserção de atividades escolares educativas com maior participação do aluno no processo de ensino- aprendizagem colabora com o seu desenvolvimento afetivo, oportunizando momentos de interação entre os participantes que se tornam parceiros, trabalhando em equipe.

O projeto “Projetando Pesquisa na Ciência” visou realizar

uma vivência significativa no desenvolvimento do processo de

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revisão de conteúdos mais dinâmico, possibilitando ao educando momentos de produção de conhecimento dentro de atividades recreativas; é uma maneira divertida de orientar a revisão dos conteúdos trabalhados em ciências proporcionando aos educandos a construção de um conhecimento questionador, dinâmico e concreto.

Este trabalho também teve como objetivo trazer reflexões sobre a docência e relatar a experiência vivenciada entre os Anos Finais da escola pública de IJUÍ-RS, a Escola Municipal Fundamental Soares de Barros, durante o processo de aprendizagem. Com isto, procurou-se promover o incentivo ao trabalho em equipe (PCN, 1998). Tais aplicações funcionam como uma maneira de socialização, preparando o educando para a sociabilidade, proporcionando a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento (KISHIMOTO, 1996).

METODOLOGIA

Na preparação das atividades para desenvolver o projeto

“Projetando Pesquisa na Ciência”, foram considerados os princípios básicos da LDB (Art. 13 Incisos II e III), tais como

“elaborar e cumprir planos de trabalho segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, bem como zelar pela aprendizagem dos estudantes”.

Inicialmente, para as turmas do 8 o ano, foram sugeridos

como eixos temáticos a interação dos sentidos da vida com o

mundo que nos rodeia; Ser humano e Saúde. E, para os alunos do 9 o

ano, os eixos temáticos foram a Vida e o Ambiente; Energia e

Sociedade. Neste contexto, os alunos foram orientados a realizarem

pesquisas (sites, jornais, revistas, etc.) a fim de complementar a

aprendizagem, além de buscar respostas às perguntas (descritivas e

objetivas) formuladas dos conteúdos trabalhados durante os

trimestres, tais como: A Educação Ambiental aliada à Percepção

estimula os sentidos da vida? O que aprendemos à medida que nos

relacionamos com os objetos na natureza e com as pessoas? Como

garantir a qualidade de vida e a preservação da natureza? Como

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utilizar as fontes de energias alternativas para educar o consumo consciente? Educar para a sustentabilidade afeta a qualidade de vida? Meio ambiente saudável e equilibrado é desenvolvimento sustentável?

Na atividade seguinte, buscou-se fazer com que todos os grupos interagissem, promovendo a participação coletiva dos estudantes na construção do conhecimento, “desenvolvendo uma prática educativa democrática e dialógica” (PCN, 1998, p. 34-35).

Para isto, os grupos refletiram, elaboraram ideias e dialogaram com os demais grupos de colegas/professores sobre as diferentes formas que poderiam utilizar para representar, através de cenários temáticos, práticas expositivas e interativas que demonstrassem os conteúdos estudados.

Para encerrar as atividades e pôr fim ao projeto, os alunos foram desafiados a construir em conjunto a representação de todos os cenários, devendo as turmas participarem simultaneamente desta confecção e interagir com os diferentes espaços. Conforme orienta Da Rosa (2009), cada grupo fica responsável por conseguir os materiais necessários para o desenvolvimento destes espaços.

Assim, para a avaliação dos trabalhos, foi constituída uma comissão avaliadora formada pelos professores de todas as disciplinas dos anos finais, os quais, através das apresentações orais sobre a proposta de pesquisa durante a mostra, avaliaram os trabalhos e finalizavam a pontuação com nota de um a dez pontos. Entre os critérios avaliativos, foram considerados: a relevância do tema; a fundamentação teórica, ou relevância das informações; coerência da metodologia de pesquisa e investigação; respeito, comunicação, eficácia da oralidade das atividades apresentadas; criatividade na apresentação; desenvoltura e superação das dificuldades; empenhos dos integrantes do grupo e adequação do tempo de apresentação (no máximo 10 minutos).

Este trabalho foi apresentado na mostra “Projetando

Pesquisa na Ciência” com sucesso entre os alunos da escola da

educação infantil e anos finais. Foi montada uma instalação em que

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os visitantes passavam através de diferentes ambientes interativos e decorados de forma temática, conhecendo importantes conteúdos relacionando-os a situações do cotidiano e contextualizando-os com os conhecimentos científicos.

Porém, o principal objetivo da mostra foi incentivar os alunos a pesquisar várias áreas de conhecimento, compreender, analisar, observar, relacionar a teoria e a efetivação dos fenômenos científicos estudados com situações do cotidiano, demonstrando, desta forma, a concretização dos conhecimentos adquiridos, o que proporcionou uma grande integração nesse processo de aprendizagem.

A exposição teve início no setor sobre a interação dos sentidos da vida; neste, foram representados diferentes ambientes com imagens e sons. Seguindo por uma divisão na sala, os visitantes observavam também um vídeo sobre a visão, ilusões de ótica e realizavam atividades interativas para analisar a influência da visão sobre a percepção de sabor. Ainda foi elaborado nesta sala um ambiente de terapia para explorar os benefícios do tato e da visão; os visitantes eram estimulados à percepção das sensações de estar nesse ambiente, proporcionado através da cromoterapia e massagens em suas mãos, momentos de relaxamento e tranquilidade. Em outra sala de aula, foi elaborado um espaço que relacionava a influência da visão, olfato e textura na percepção do sabor dos alimentos e do bem-estar durante a realização da mostra.

Os demais trabalhos foram expostos no auditório da escola,

devido às suas dinâmicas e temas. Neste local, foram realizadas

degustação de águas saborizadas (com frutas e chás), apresentação

dos benefícios do chá de hortelã e a degustação de suco de abacaxi

com e sem hortelã, trabalhos de tato com diferentes objetos, oficina

interativa de reflexologia (terapia que cuida dos pés), apresentações

sobre as formas de energias alternativas x sustentabilidade

ambiental com maquetes. Esta exposição foi finalizada com

trabalhos produzidos com uso dos conceitos de magnetismo e

eletricidade para representar o desenvolvimento da tecnologia.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Portanto, as atividades proporcionaram aos participantes uma oportunidade de sair da sala de aula, interagir com os diferentes ambientes, situações desafiadoras e explorar diferentes recursos/materiais. Atividades interessantes permitem a exploração e a sistematização de conhecimentos compatíveis com o nível de desenvolvimento intelectual dos estudantes (PCN, 1998). Estes expressam seus conhecimentos prévios, de origem escolar ou não, associando-os com as teorias ensinadas em sala de aula, e, através do diálogo com os colegas e o professor, conseguem significar seus conceitos, além de esclarecer suas dúvidas.

Essa prática obteve bons resultados, uma vez que os grupos debatiam conceitos científicos e analisavam, identificavam as teorias nas práticas do cotidiano. Além disso, os alunos precisaram estudar estratégias e escolher materiais adequados para realizar as tarefas propostas. Com esta prática, permitiu-se aos estudantes relacionarem o conteúdo teórico com sua realidade, considerando o que eles sabiam para depois aperfeiçoar os conhecimentos. Neste processo, os estudantes precisaram transformar informações em conhecimento, confirmando a importância do trabalho prático no ensino (SMITH, 1975).

Portanto, pode-se concordar com Hoernig & Pereira (2004, p. 19), quando afirmam que “o aluno, ao observar o objeto de seu estudo, entende melhor o assunto; o que está sendo observado pode ser manipulado, tocado, permitindo a observação concreta e não apenas imaginá-lo”. Ao término da exposição deste trabalho, ficou evidente aos alunos os méritos pela coletividade e a cooperação mútua que demonstraram através do trabalho em equipe. O decorrer desta atividade demonstrou que o docente é um guia de aprendizagem assumindo a função principal de questionador;

provoca, ainda, a reflexão e a solução autônoma de problemas que

possam surgir na realização de projetos que os alunos proponham

realizar (BORGES, 1998).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, o desenvolvimento deste projeto em uma mostra, com várias reflexões ligadas aos conteúdos didáticos, tornou o processo de ensino-aprendizagem mais divertido, incentivou o trabalho em equipe, proporcionou a interação entre os alunos- professores-familiares e desenvolveu no aluno uma postura crítica.

Além disso, aperfeiçoou a revisão dos conteúdos colaborando com o aprendizado dos temas abordados nas aulas. Neste contexto, as trocas de ideias potencializaram a compreensão de todas as ciências e teorias, tornando-se mais úteis do que a construção de um pensamento individual, e incentivaram os alunos a participar desenvolvendo os seus conhecimentos e autonomia.

REFERÊNCIAS

BEUREN, J. et al. A importância do laboratório de ciências no processo de ensino-aprendizagem. Anais do I Seminário Institucional do PIBID Univates:

Formação de professores: compromissos e desafios da Educação, 2009.

BORGES, R. M. R.; MORAES, R. Educação em Ciências nas Séries Iniciais.

Porto Alegre: Sagra Luzatto, 1998. 222 p.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL, LDB. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Disponível em: <w.mec.gov.br>. Acesso em: 10 Set. 2015.

DA ROSA, R. T. N. Terrários no ensino de ecossistemas terrestres e teoria ecológica. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 2, n. 1, 2009.

HOERNIG, A. M.; PEREIRA A. B. As aulas de Ciências Iniciando pela Prática:

O que Pensam os Alunos. Revista da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 4, n. 3, set/dez 2004, pp. 19-22.

KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez, São Paulo, 1996.

SMITH, K. A. Experimentação nas Aulas de Ciências. In: CARVALHO, A. M.

P. 1975.

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