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A LIQUIDAÇÃO E A EXECUÇÃO DE SENTENÇA NO PROCESSO TRABALHISTA'"»

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Academic year: 2021

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A LIQUIDAÇÃO E A E X E C U Ç Ã O DE S E N T E N Ç A N O P R O C E S S O TRABALHISTA'"»

O S W A L D O MOREIRA ANTUNES*"»

A s sentenças passadas e m julgado o u acordo devidamente homologado, serão objeto de execução, na forma d o art. 876 e ss. d a CLT, observando o disposto no art. 879, c o m a nova redação d ad a pela Lei n. 8.432, de 11.6.92 ( A A S P 1754), que alterou a redação dos arls. 856, 879, 882 e 8 9 7 do estatuto consolidado, in vcrbls:

Ari. 879 — . . . .

§ 1“ — N a liquidação, não se poderá modificar, o u inovar, a sentença liquidanda, n e m discutir matéria pertinente à causa principal.

§ 2a — Elaborada a conta e t om ad a liquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo d e 10 (dez) dias para impugnação fundamentada c o m a indicação dos itens e valores objeto d a discordância, sob p en a d e preclusáo.

Art. 882 — O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito d a m e s m a , atualizada e acrescida das despesas processuais, o u n o m e a n d o bens à penhora, observada a o r d e m pre­

ferencial estabelecida no art 855 d o Código de Processo Civil.

Ari, 897 — C a b o agravo, n o prazo de 8 (oito) dias:

a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;

b) de instrumento, dos despachos que d en eg ar am interposição d e re­

cursos.

§ 1a — O agravo d e petição só será recebido quando o agravante de ­ limitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a exe-

(*) Trabalho apresentado no 3« Painel do V CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO DO TRA­

BALHO, promovido pela LTr. realizado em São Paulo de 26 á 28 de julho de 1993.

(**) Advogado do Brasil na Assessoria Jurídica Regional em São Paulo, membro do Instituto dos Advogados de São Paulo.

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cução imediata da parte remanescente até o tinal, nos próprios autos o u por carta d e sentença.

§ 2a — O agravo d e instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo d e petição não suspende a execução d a sentença.

§ 3 a — N a hipótese d a alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio Tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se tratar d e decisão d o Presidente da Junta ou d o Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a u m a das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator d a sentença, observado o disposto no art. 879 desta Consolidação, a q u e m este remeterá as peças necessárias para o e x a m e d a matéria controvertida, e m autos apartados, o u nos próprios autos, se tiver determinado a extração d e carta de sentença.

§ 4a — N a hipótese d a alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interpretação toi denegada.

Art. 50 — Esta Lei entra e m vigor na data de sua publicação.

Art. 51 — R ev og am -s e as disposições e m contrário. (DOU, 12.6.92, S e ­ ção I).

O Prof. A M A U R Y M A S C A R O N A S C I M E N T O (oi pioneiro a o dissertar a respeito d a N ov a Liquidação d e Sentença (LTr 56-07/782 e 56-08/909), traçando longo perfil d o sistema anterior, b e m c o m o d a N o v a Lei (Lei n. 8.432, d e 11.6.92 — LTr 56- 07/885), sustentando relevantes questões a respeito d o tema, proclamando que o sistema agora é único, não mais se cogitando d e liquidação por artigos ou por arbi­

tramento, prevalecendo a liquidação por cálculo, mediante elaboração d a conta.

N o m e s m o sentido (oi publicado trabalho da lavra d o Nobre Magistrado M A U - RIZIO M A R C H E T T I sobre A Liquidação d a Sentença após a Lei n. 8.432/92 (LTr 56/09/1041), sustentando, c o m propriedade jurídica a compatibilidade entre o s artigos 605, 6 0 7 e 609 do C P C c o m o sistema adotado pela lei vigente c o m o § 2a e o caput d o art. 879 d a C L T (LTr 56-09/1042), permanecendo viáveis as três modalidades d e liquidação previstas n o C P C . registrando que a nova Lei a nd ou b e m a o assegurar o contraditório n a liquidação por cálculo.

O Proí. A M A D O R P A E S D E A L M E I D A (Sup. LTr 110/92), t a m b é m c he ga dis­

sentir do eminente A M A U R Y M A S C A R O N A S C I M E N T O , afirmando q u e o novo di­

ploma legal limitou-se a introduzir o § 2 a. já que o caput d o art. 8 7 9 (oi integralmente mantido, transformando o parágrafo único no atual 1a, apontando, afinal, segundo seu entendimento, as inovações:

1. A impugnação h á d e ser fundamentada c o m a indicação dos itens e valores objeto da discordância;

2. P e n a de preclusào;

3. Prazo sucessivo d e 10 dias.

Afirma, o Ilustre Juiz e Prof. que a expressão 'conta liquida* é aquela elaborada pela Contadoria Judiciária o u n a ausência pela Secretaria d a respectiva Junta, para posterior manifestação das partes e homologação, consignando q u e agora existe dis-

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tinção entre impugnação à conta e impugnação à sentença d e liquidação. A primeira d ev e ocorrer antes da fixação d o quantum debcatur pelo Juízo nos termos estabe­

lecidos pela nova lei. A segunda é a posteriori, tendo c o m o pressuposto decisão do Juiz, fixando o valor da condenação, quando será observado o art. 8 8 4 d a C L T — registrando q u e somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença d e liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e n o m e s m o prazo.

A respeito d o tema é digno de registro as colocações feitas pelo I. Juiz do Trabalho Gelson d e Azevedo (Sup. LTr 104/92), a o comentar o art. 8 8 2 d a CLT, consignando três aspectos, a saber:

’a) introduz-se a atualização d a importância reclamada até a data d a garantia d o Juízo, o q u e não ocorria no modelo anterior, c o m acréscimo das despesas processuais;

b) a expressão "despesas processuais" é mais ampla d o que a primitiva "custas d a execução";

c) por força d o art. 889 da CLT, a o r d e m d e bens oferecidos pelo executado, e m garantia d a execução, era aquela prevista n o art. 11 d a Lei n. 6.830/80 (Lei d e Execução Fiscal), conforme art. 9, inc. III d a m e s m a : dinheiro, titulo d a dívida pública, titulo de crédito q u e tenha cotação e m bolsa, pedras e metais preciosos, imóveis, navios e aeronaves, veículos, móveis e semoventes e di­

reitos e ações.

Pas sa agora a ser a seguinte: dinheiro, títulos d a dívida pública d a União ou dos Estados, títulos de crédito que tenham cotaçao e m bolsa, móveis, veículos, semoventes, Imóveis, navios e aeronaves e direitos e ações.

A respeito d o Agravo de Petição, à luz § 1B d o art. 897 d a C L T deixou con­

signado:

a) o novo modelo passa a exigir a delimitação das matérias e valores objeto d o recurso, evitando procrastinatório debate sobre critérios d e cálculo e m abs­

trato;

b) cria mais u m pressuposto objetivo d e admissibilidade do Agravo d e Petição (delimitação d o q u a n t u m debcatur, nos termos d o contraditório anterior a sen­

tença)

c) permite o prosseguimento imediato da execução, agora definitiva, d a parte incontroversa."

A respeito d o agravo d e instrumento previsto n o art. 897, § 2B d a CLT, cumpre registrar que o Juiz que conduz a execução está legitimado a liberar a favor do exeqüente a quantia incontroversa, ficando sobrestada a execução dos valores deli­

mitados e impugnados pelo devedor até o julgamento do Agravo de Petição, caso incidente processual formulado pela parte seja provido. Eventualmente, caso o M a ­ gistrado liberar a favor do exeqüente a parcela objeto d e inconformismo poderá o executado ingressar c o m m a n d a d o de segurança, a fim d e que seja dado efeito sus­

pensivo a o agravo d e instrumento, u m a vez que na espécie a execução é provisória, desde que demonstrados o f u m u s boni juris e o pcriculum In m o r a ( M S 155 357 S e g u n d o T A C S P — Trib. Pleno — j. 7.2.84 — m. v. — Rei. Juiz I S I D O R O C A R M O N A ) .

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Nesta parte cumpre registrar o artigo publicado n o Jornal d o 5® Congresso Brasileiro d e Direito Processual do Trabalho d a lavra de P A U L O H E N R I Q U E R I B E I R O D E M O R A E S (pág. 45/6), a respeito d o recurso d e agravo d e petição e a Lei n. 8.432/92, concluindo o quanto segue:

a) A indicação d e valores e matérias impugnadas é requisito objetivo d o agravo d e petição, não podendo ser processado s e m a delimitação d a quantia incon­

troversa;

b) H a v e n d o argüição d e nulidade, poderá o Juiz da Execução, fundamentada- mente, transtormar a execução de quantia incontroversa e m provisória;

c) E m qualquer caso a Junta onde se processa a execução deverá reter ou o processo principal ou a carta d e sentença, para permitir a execução imediata d o valor incontroverso, seja provisória o u delinitivamente.

A respeito do novo modelo d e liquidação M Á R C I O O C T Á V I O V I A N N A M A R ­ Q U E S fez importante observação (Sup. LTr 81/92) afirmando que garantia d o Juízo deverá compreender principal. Atualizado, n a forma d o art. 3 9 d a Lei n. 8.177/91, eliminando a forma primitiva q u e admitia a liquidação d o principal e posteriormente dos acessórios, prática danosa para o exeqüente.

A respeito d o tema temos as colocações jurídicas d o Prof. J O S É A U G U S T O R O ­ D R I G U E S P I N T O (LTr 56-10-1183), Ilustre m e m b r o deste painel, que discorda das in­

terpretações feitas pelo Prof. A M A U RI M A S C A R O N A S C I M E N T O no tocante à supressão d a liquidação por artigos. Quanto ao contraditório na liquidação o Mestre alirma que o artigo 884, § 3® d a C L T não o admite, remetendo a matéria para a fase de embargos à execução, residindo nesse ponto a incompatibilidade c o m o sistema d o C P C . Afirma t a m b é m que o procedimento alternativo previsto n o art. 879, § 2' d a C L T coloca o contraditório n a própria liquidação, adotando, nesse ponto o sistema d o C P C .

Quanto à preclusão o Mestre da Bahia afirma que o artigo 879, § 2® da C L T só se aplica ao procedimento alternativo. Conclui o seu trabalho dizendo que as ino­

vações da Lei n. 8.432/92 agravaram sensivelmente a insegurança e a perplexidade das parles, quanto ao processo, reclamando desde já reformulação.

Por último, a respeito temos as colocações d o colega D E L C I O T R E V I S A N (Rev.

d o Adv. — A A S P n. 39, pág. 18), pondera que a celeridade foi introduzida c o m a n ov a lei, c o m a introdução d a ’conta" d e liquidação, que atende, inclusive, à execução e x officio. Afirma que o ’princípio do contraditório", típico d a ação d e conhecimento, ficou mantido para não desaguar n a inconstitucionalidade d o dispositivo. Assegura que o § 1® d o art. 8 9 7 da C L T estabeleceu para o ’Agravo d e Petição’, o juízo de admissibilidade e a possibilidade d e execução definitiva d a parte incontroversa. Para o ilustre advogado no juízo d e admissibilidade deve ficar claro e fundamentado quais as variações do quantum dcbcatur pelas partes, s e m tal delimitação o Agravo não será admitido. Conclui que a nova lei nascida para atingir a celeridade processual, estabeleceu nova forma de liquidação designada d e "conta" d e liquidação, não satisfaz integralmente, u m a vez que não restabeleceu a liquidez d a ação d e execução e não cuidou d a ’produtividade’, c o m o causa concorrente.

Assiste razão ao I. Colega T R E V I S A N u m a vez que o novo processo de liqui­

dação e execução trabalhista permite a o liquidante o levantamento imediato d a parte

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incontroversa, n a hipótese d o § 2® d o art. 879 d a CLT, ficando pendentes os valores objeto de discordância por parte d e executado/demandado.

Feitas essas considerações, cumpre registrar que o devedor citado para p a ­ gamento, após a garantia '.o Juízo, poderá n o prazo d e 5 dias opor emb ar go s à execução, suscitando preliminares de direito processual e material (prescrição inter- corrente), excesso d e execução, cumprimento do título judicial superveniente à sen­

tença d o processo d e conhecimento, respeitadas as restrições impostas pelo § 1® do art. 884 d a CLT. N a hipótese d o artigo 879, § 2®. a parte por ocasião d a impugnação d a conta deverá fazê-lo n o prazo legal, sob p en a d e preclusào estabelecida pela nova Lei, cuja constitucionalidade é frágil, u m a vez que limita o contraditório n o pro­

cesso de liquidação e execução.

Para a Juíza I A R A A L V E S C O R D E I R O (Sup. LTr 67/92), a p en a de preclusào estabelecida no parágrafo único do art. 879 d a C L T não coaduna c o m o contido no art. 884, § 3® d o estatuto consolidado, u m a vez que somente após garantia do Juízo o u penhora, 6 q u e poderá o executado utilizar-se dos embargos, cabendo a o exe- qüente, no m e s m o prazo, utilizar-se d a impugnação, apoiando a s lições d e M A N O E L A N T O N I O T E I X E I R A F I L H O (Liquidação da Sentença no Processo Trabalhista. LTr Edit., 1991, pág. 185).

T a m b é m cumpre registrar q u e a nova Lei deixou d e disciplinar e agilizar as hipóteses de liquidação e execução de prestação vencidas e vincendas, a despeito d o disposto no art. 890/2 d a CLT, a fim de impedir a etemização d a execução do julgado. U m a vez fixado o limite das vantagens materiais, os valores incontroversos seriam implantados n a folha de pagamento do liquidante, cessando os encargos da mora, para posterior inclusão e m caráter definitivo após o julgamento d o Agravo de Petição pela Corte Regional. C o m essas providências seria defeso a o liquidante pro­

m ov er sucessivos artigos de liquidação complementares d a decisão exequenda, p o ­ d en do o Juiz Presidente impor tal comportamento às partes e m beneficio d a celeridade processual e desafogamento d o Poder Judiciário Trabalhista, c o m eventual edição de provimento pela Corregedoria Regional.

D a Jurlsprudcncia

A respeito d o t em a registramos as seguintes ementas dos escólios das Cortes Regionais:

2* R E G I Ã O — S P

I M P U G N A Ç Ã O A O S C Á L C U L O S D E L I Q U I D A Ç Ã O P E L O E X E C U T A D O —

§ 3® d o artigo 884, d a C L T

O fato d e o executado não se manifestar sobre os cálculos apresentados pelo exeqüente, preliminarmente, n o prazo assinado pelo Juízo, e m absoluto lhe obsta o infastável direito d e vir impugná-los e m embargos, c o m o meio d e defesa, porquanto, nos termos d o § 3®, do artigo 884, d a CLT. c o m redação clara e precisa, esse é o m o m e n t o processual oportuno. N ã o h á n o processo trabalhista tal condição preclusiva q u e se pretende excogitar, n ã o se aplicando ao caso o disposto n o artigo 302, do

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C P C , por remissão do artigo 609 do m e s m o diploma legal. A o revés, o texto c on so ­ lidado, ao regular o procedimento, nào coloca c o m o pressuposto essencial à i mp ug ­ nação d o executado, por via d e embargos, a existência d e prequestionamento da matéria e m manifestação prévia, que se configura m er a faculdade.

Ac. 3812/91, j. 19.3.91, 4* Turma, Relator: C A R L O S O R L A N D O G O M E S E M B A R G O S À E X E C U Ç Ã O — T ê m natureza jurídica d e simples pedido de reconsideração e m âmbito trabalhista, diverso, pois, d o que sucede n o processo c o ­ m u m o nd e têm a dignidade d e verdadeira ação. E m sede trabalhista pode ser m o ­ dificada a decisão de embargos, m e s m o presente o agravo de petição (juízo d a re­

forma), o que não sucede no processo c o m u m , onde, após arrolação d a sentença, o juízo prolator não mais poderá manifestar-se (art. 463, CPC), c ab en do tão-so­

men te e m sede recursal fazer-se a apreciação via apelação. Por isso m e s m o na decisão proferida e m e mb ar go s não se exige o rigorismo formal d a sentença (art.

458, CPC).

Ac. 13816/91, ). 6.8.91, 4* Turma. Relator: C A R L O S O R L A N D O G O M E S . I M P U G N A Ç Ã O D E C Á L C U L O S D E L I Q U I D A Ç Ã O D O E X E C U T A D O — § 3», d o art. 884, d a CLT.

O fato de o executado não se manifestar sobre os cálculos apresentados pelo exeqüente, preliminarmente, no prazo assinado pelo Juízo, e m absoluto lhe obsta o inafastável direito d e vir impugná-los e m embargos, c o m o meio d e defesa, porquanto, nos termos d o § 3", do art. 884, d a CLT, c o m redação clara e precisa, esse é o m o m e n t o processual oportuno. N ã o h á n o processo trabalhista tal condição preclusiva que se pretende excogitar, não por remissão d o art. 609 d o m e s m o diploma legal.

Á o revés, o texto consolidado, ao regular o procedimento, não coloca c o m o pressu­

posto essencial à impugnação do executado, por via de embargos, a existência de prequestionamento d a matéria e m manifestação prévia, que se configura m e r a facul­

dade.

A C O R D A M os Juizes da Quarta T u r m a do Tribunal Regional d o Trabalho da S e g u n d a Região, por unanimidade d e votos, e m dar provimento a o agravo d e petição, para determinar a baixa dos autos à M M Junta d e origem, para que o reclamante apresente novos cálculos de liquidação, conforme fundamentação do voto.

Ac. 8806/92, j. 26.5.92, 4* T u r m a — Relator: C A R L O S O R L A N D O G O M E S . E X E C U Ç Ã O . I M P U G N A B I L I D A D E . E M B A R G A B I L I D A D E — A impugnação a n ­ tecede a sentença d e liquidação e firma residência n a fase d e acertamentos (impug- nabilidade). A embargabilidade tem lugar após a sentença d e liquidação, c o m a g a ­ rantia d o juízo. Está, todavia, condicionada a que tenha havido impugnação hábil (impugnabilidade), pen a de preclusão d a matéria. Vale dizer que a impugnação pre- questiona a matéria para rediscussâo através d e emb ar go s (embargabilidade) e agravo d e petição (juízo revisional). A ausência d e impugnação hábil des ág ua n a preclusão.

Ac. 21777/91, j. 26.11.91, 4* Turma. Relator F R A N C I S C O A N T O N I O D E OLIVEIRA.

E X E C U Ç Ã O . E R R O M A T E R I A L

O erro material, mor me nt e quando aflora c o m clareza até m e s m o incomodativa, ainda que não impugnado n a fase que antecede a liquidação d a sentença não se

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traduz e m preclusáo. Entendimento nesse sentido esbarra no principio d a coisa julgada e desobedece ao c o m a n d o do art. 789, parágrafo único, d a CLT.

Ac. 215/91, j. 12.12.90, 4’ Turma. Relator F R A N C I S C O A N T O N I O D E OLIVEIRA.

15* REGIÃO — CAMPINAS — SP

P R E C L U S Á O — Apuração d e valores — Preparação d a ação de execução — N ã o h á fundamento legal para decretação d a preclusáo q ua nd o a parte não impugna cálculos ou perícia, n a fase preparatória d a ação de execução, exatamente porque o m o m e n t o processual oportuno para fazê-lo encontra-se através d e emb ar go s à exe­

cução, após citação e garantia d o juízo.

Ac. 693/92, j. 23.10.91, 4* Turma, Relatora: M A R I L D A IZIQUE C H E B A B I — D J 7.2.92 — pág. 184.

C Á L C U L O S D E L I Q U I D A Ç Ã O — Prazo concedido à parte para impugnação

— Silêncio sobre títulos e valores pleiteados — Preclusáo do direito — Inteligência d o § 2 a, d o art, 897, c o m a nova redação d ad a pela Lei n. 8.432, d e 11.6.92, a m b o s d a CLT. Recurso improvido.

Ac. 8260/92, j. 25.8.92, 1« Turma, Relator: M I L T O N D E M O U R A F R A N Ç A . E M B A R G O S À E X E C U Ç Ã O — A respeito d o incidente n a Execução, p o d e m o s citar os seguintes julgados:

S U P R I M E N T O J U R I S D I C I O N A L T R T / S E G U N D A R E G I Ã O Ementa:

E M B A R G O S À E X E C U Ç Ã O — N ã o constitui recurso, porque definidos nos §§

1a e 3a d o art. 884 d a CLT, c o m o defesa restrita e/ou impugnação à sentença de liquidação, pelo que o despacho indeferidor d o seu processamento nào enseja a in­

terposição de Agravo d e Instrumento.

A C O R D A M os Juizes d a Sexta Turma, por unanimidade d e votos, e m conhecer d o Agravo d e Instrumento, c o m o se d e Petição fosse, e no mérito, e m negar-se provimento.

Proc. TRT/SP-AI — proc. 1097/89 — Ac. 2198/9, j. 6.2.90, 6*Turma. D J 19.2.90, pág. 96 — Relator: J A M I L Z A N T U T .

E M B A R G O S À E X E C U Ç Ã O — D E S N E C E S S I D A D E D O P A G A M E N T O A N T E ­ C I P A D O D A S C U S T A S P A R A O P R O C E S S A M E N T O — "Os emb ar go s à execução, só admissíveis após a garantia do Juizo (art. 884 d a CLT). não têm o seu proces­

samento condicionado a o prévio pagamento d e custas processuais, já garantidas, de antemão, pela penhora. Até porque tais embargos não se constituem e m recurso, m a s verdadeira ação d o executado q u e objetiva tomar s e m efeito a eficácia executiva d a sentença exeqüenda."

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c) Proc. T R T / S P - A P 11088/86 — Ac. 7338/87. j. 11.5.87, 2* T u r m a — D J 26.5.87, pág. 4 6 — Relator: A M A D O R D E A L M E I D A .

N o m e s m o sentido:

a) Proc. T R T / S P - A P 1580/88 — Ac. 20.477/88, j. 27.9.88, 6* T u r m a — D J 19.10.88, pág. 68 — Relator: H U G O R E C C H I M U Z Z I .

A G R A V O D E P E T I Ç Ã O — A D M I S S I B I L I D A D E — An. 8 9 7 d a CLT. S e não incluído no dissendo a parcela liquida, de molde a permitir a execução, ficou desa­

tendido pressuposto de admissibilidade d o agravo d e petição — An. 897 d a CLT.

T R T 9* Região — A P 1312/92, Ac. 3* T u r m a n. 6132/93, Rei. Juiz P E D R O R I B E I R O T A V A R E S .

Fonte: D J P R n. 3927 de 18.6.93 (vide Jornal do 5a Congresso Brasileiro do Direito Processual — LTr — pág. 46).

C onclusão

Para finalizar, pas sa mo s a transcrever as perguntas formuladas pela Douta Com is sã o Organizadora:

Perguntas:

1. A experiência d a Espanha, do fundo de execução trabalhista, é viável para o Brasil ?

2. A s alterações introduzidas pela Lei n. 8.432/92 n o art. 8 7 9 d a CLT, a o dispor q u e elaborada a conta o juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo d e 10 (dez) dias para impugnação fundamentada c o m indicação dos itens e valores objeto d a discordância, sob pena de preclusão, contribuiram para o aperfei­

çoamento da liquidação d a sentença?

N o tocante à primeira pergunta, após o e x a m e d a obra do prof. A M A U R I M A S ­ C A R O N A S C I M E N T O (Curso d e Direito Processual d o Trabalho), ficou consignado q u e esse F un do é proveniente das custas judiciais. Q u a n d o h á recurso no dissídio individual, o trabalhador pode requerer imediatamente a execução, c o m o saque de u m a importância que vai até 8 0 % d a condenação. Reformada a sentença, a lei es ­ panhola permite a penhora do valor levantado nos salários d o trabalhador, que poderá ser isentado d a devolução, e m casos especiais, suportando o F un do o risco respectivo, conforme ficou registrado pelo prof. ISIS D E A L M E I D A n o Jornal d o V Congresso/Ltr, pág. 81. N a Lei d e Procedimento Laborai encontramos F U N D O D E G A R A N T I A S A ­ LARIAL. disciplinado nos arts. 1“, 2a, 98, 143, 2 0 4 e 211. Tal fundo é parte legítima n o pólo passivo nos termos d o art. 9 8 e 143 da referida lei. para efeito d e garantia d o recebimento das verbas reclamadas, quando s e trata d e Empresas d e m e n o s de 2 5 trabalhadores.

N o Brasil e m nossa Legislação encontramos o Fun do d e Indenizações Traba­

lhistas (FIT) q u e era u m a provisão constituída e m Títulos Públicos Federais, dedutível n a apuração d o lucro operacional, tendo a finalidade d e assegurar a responsabilidade eventual das pessoas jurídicas pela indenização por dispensa, s e m justa causa, de

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seus empregados estáveis ou não. Criado pela Lei n. 3.470, d e 28 d e nov em br o de 1958, e m caráter facultativo e mediante a subscrição de títulos d e dívida pública fe­

deral, foi tornado obrigatório pela Lei n. 4.357, de 16 de julho de 1964, substituídos o s títulos e m referência por Obrigações d o Tesouro Nacional — Tipo Reajustável (Lei n. 4.357, arl 2S. Dec. 54.252, art 23. Dec. n. 55.866, art. 132). O FIT foi extinto pelo art. 23, n. I, d a Lei n. 5.107, d e 13.9.66. repetido n o arl. 23, n. I, d o R E F U N G A T S . A ss im sendo, se compreende o direito das empresas de usarem livremente o saldo porventura nele existente para satisfazerem as obrigações resultantes desta lei, con­

forme ficou registrado na obra do Prof. A. F. C E S A R I N O J Ú N I O R (Estabilidade e F un do de Garantia — C o m p a n h i a Editora Forense, item 76/1).

Feitas essas considerações p o d e m o s responder q u e a experiência d a Espanha não é viável para o Brasil, especialmente pelo fato d e não ter vingado o FIT e m nosso modelo jurídico.

A respeito d a segunda pergunta, louvando-se nas colocações d e o r d e m d o u ­ trinária e jurisprudendais, acreditamos que o modelo previsto n o § 2 5 d o arl. 879 da CLT, contribuiram d e forma positiva para o aperfeiçoamento d a nova liquidação de sentença, devendo nossas Cortes Regionais dosar o instituto d a preclusão d e forma moderada, a fim d e não limitar o contraditório n o processo d e execução e liquidação.

B I B L I O G R A F I A

I) Obras:

1.1. ALVIM — ARRUDA

Repertório de jurisprudência e doutrina sobre mandado de segurança contra ato judicial e medida cautelar para dar eteito suspensivo a recurso — 2* série — ARRUDA ALVIM. TERESA ARRUDA ALVIM PINTO — São Paulo — Editora Revista dos Tribunais — 1992.

1.2. TEIXEIRA FILHO — MANOEL ANTONIO

Liquidação da Sentença no Processo Trabalhista LTr Edil., 1991. pág. 185.

II) Artigos, ensaios, etc.

2.1 — ALMEIDA. AMADOR PAES DE

O Novo Processo de Liquidação de Sentença — SUP. LTr 110/92 2.2 — AZEVEDO, GELSON DE

Liquidação e Execução Trabalhista: Aliteraçóes Decorrentes da Lei n, 8.432/92 — SUP.

LTr 104/92.

2.3 — CESARINO JÚNIOR. A. F.

Estabilidade e Fundo de Garantia. Cia. Edit. Forense 2.4 — CARMO, JÚUO BERNARDO DO

A Preclusão no Processo Trabalhista. Rev. LTr 53-3/934,

(10)

2.5 — MARCHETTI, MAURÍZIO

A Liquidação da Sentença Trabalhista após a Lei 8.432/92. Rev. LTr 56-09/1041.

2.6 — MARCATO. ANTONIO CARLOS

Preclusões: Limitação ao contraditório? — repro 17/10.

2.7 — MARQUES. MÁRCIO OCTÁVIO V1ANNA

O Cálculo da Execução e a nova Sistemática implantada pela Lei n. 8.432/92 — SUP. LTr 81/92.

2.8 — MORAES. PAULO HENRIQUE RIBEIRO DE

0 Recurso de Agravo de Petição e a Lei n. 8.432/92. Jornal do 5* Congresso Brasileiro de Direito Processual do Trabalho — SP — 26.27 e 28 de Julho de 1993 — pág. 45.

2.9 — NASCIMENTO, AMAURI MASCARO

Nova Liquidação de Sentença. Rev. LTr 56-07/782 — 56-08/909.

2.10 — PACHECO. IARA ALVES CORDEIRO

1 — Liquidação — Lei n. 8.432. de 11 de Junho de 1992. SUP. LTr 67/92.

2.11 — PINTO. JOSÉ AUGUSTO RODRIGUES

Alteração Legal da Liquidação de Sentença Trabalhista. Rev. LTr 56-10/1183.

2.12 — TREVISAN. DELCIO

Consideração sobre a Lei n. 8.432, de 11.6.92. da Liquidação de Sentença — Rev dos Advogados — 39/18 — AASP — Maio/93.

Referências

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