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PREGAÇÃO
MENTORIA - 3
HERNANDES DIAS LOPES
HERNANDES DIAS LOPES
O CHAMADO PARA
A LIDERANÇA
Palavra do Preletor
Rev. Hernandes Dias Lopes
A obra da salvação foi realizada apenas por Cris- to, mas a obra do testemunho da salvação deve ser realizada pela igreja. O Filho de Deus desceu da glória e entrou em nossa história. O Verbo se fez carne. Ele esvaziou-se e assumiu a forma de servo. Ele se humilhou até à morte e morte de Cristo. Ele ressuscitou vitoriosamente. Matou a morte com sua morte e inaugurou a imoralidade.
Voltou para o céu e derramou o Espírito Santo.
Está assentado no trono de onde governa o uni- verso. Ele voltará triunfantemente para colocar todos os inimigos debaixo de seus pés e julgar as nações. Ele reinará com sua igreja para sempre e sempre e nós nos deleitaremos nele!
Jesus tinha muitos discípulos, mas ele sepa- rou doze para serem apóstolos. Discípulo é um aprendiz, apóstolo é um enviado com uma co- missão, um embaixador em nome do Rei. Com esses doze homens Jesus revolucionou o mundo.
O Cristianismo mesmo odiado pelo diabo, opri- mido pelo mundo e perseguido de forma crude- líssima, avançou, alargou suas fronteiras e che- gou até nós.
Jesus só teve doze apóstolos. Os apóstolos foram os instrumentos para receberem a revelação de Deus e foram inspirados por Deus para o regis- tro das Escrituras. Não há sucessão apostólica.
Um apóstolo precisava ter visto a Cristo ressur- reto (1 Co 9:1), ter tido comunhão com Cristo (At 1:21-22) e ter sido chamado pelo próprio Cristo (Ef 4:11). Os apóstolos receberam poder espe- cial para realizar milagres como prova de sua credencial (At 2:43; 5:12; 2 Co 12:12; Hb 2:1-4).
Somos uma igreja apostólica, não porque temos novos apóstolos, mas porque seguimos a doutri- na dos apóstolos.
Não obstante os apóstolos não terem suces- sores, os princípios espirituais na escolha dos apóstolos permanecem. Vemos aqui as bases para a escolha da liderança da igreja.
JESUS ESCOLHE SOBERANAMETNE 1
(Mc 3.13)
1. Jesus escolheu a liderança da igreja segundo a expressa vontade do Pai
“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quan- do amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu tam- bém o nome de apóstolos” (Lc 6.12,13). A oração de Jesus tem quatro marcas distintas: Primeiro, ele orou secretamente: “retirou-se para o mon- te, a fim de orar”. Segundo, ele orou insistente- mente: “e passou a noite orando”. Terceiro, ele orou submissamente: “orando a Deus”. Quarto:
ele orou objetivamente: “e quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos”.
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Na escolha da liderança da igreja precisamos orar. É do céu que vem a resposta. É a vontade de Deus que deve prevalecer. Em vez de falar uns com os outros, devemos falar com o Pai para que ele nos oriente nessa escolha!
2. Jesus escolheu a liderança da igreja soberana e eficazmente
O chamado é soberano e eficaz. Jesus chama e chama irresistivelmente. Jesus não apenas cha- mou soberanamente, mas também eficazmen- te, pois ele chamou os que ele mesmo quis e eles vieram para junto dele. “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele” (Mc 3.13). Jesus não fez uma pes- quisa de opinião entre a multidão para escolher os doze. Ele não escolheu a liderança da igreja por critérios humanistas. Ele é o fundamento da igreja, o edificador da igreja, o dono da igreja, o protetor da igreja e ele faz todas as coisas con- forme o conselho da sua vontade.
Jesus chama a quem quer. Ele é soberano. Nin- guém pode frustrar os seus desígnios. Sua vonta-
de e não a nossa deve prevalecer. Ele chamou 12 e não 60. Por que? Primeiro, porque ele chamou os que ele mesmo quis! Na noite em que Jesus foi traído, ele disse aos seus discípulos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos...” (Jo 15.16). Segundo, porque ele tinha em mente o novo Israel, pois o antigo Israel tinha 12 patriarcas e doze tribos. O novo Israel seria formado por pessoas de todas as nações, tanto judeus quanto gentios.
O líder espiritual é alguém vocacionado. Voca- ção, segundo John Jowett são como algemas in- visíveis, não podemos retroceder. Jeremias quis deixar o ministério, mas isso foi como fogo em seus ossos.
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JESUS ESCOLHE PROPOSITALMENTE 2
(Mc 3.14,15)
William Hendriksen diz que a tarefa para a qual Jesus os indicou era tríplice: associação e edu- cação, missões e expulsão de demônios.
1. Chamou-os e designou-os para estarem com ele
“Então, designou doze para estarem com ele”
(Mc 3.14). O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Ter comunhão é mais importante do que ativismo religioso.
Deus está mais interessado em quem você do que naquilo que você faz. Quando o apóstolo Paulo descreve as características do presbítero ele 14 referências à vida do presbítero e apenas 1 referência à capacidade de ensinar do presbíte-
ro. A vida precede o ministério. A vida é o próprio ministério. Quando Paulo fala do diaconato to- das as características citadas tratam da vida e não do performance do diácono.
A vida do líder é a vida da sua liderança. Os pe- cados do líder são os mestres do pecado.
A maior necessidade do líder é ter intimidade com Jesus. Quem não anda na presença de Je- sus não tem credencial para ser líder na igreja de Jesus.
2. Chamou-os e designou-os para os enviar a pregar
“Então, designou doze... para os enviar a pregar”
(Mc 3.14). Os apóstolos deviam ser mensageiros de Deus. Eles eram embaixadores, arautos, mi- nistros da reconciliação. A autoridade deles era tão real, diz William Hendriksen, que Jesus diria:
“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me me recebe, recebe aquele que me enviou” (Mt 10.40). Eles foram inicialmente enviados para as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10:5,6);
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mais tarde, para todas as nações (Mt 28.19) e por todo o mundo (Mc 16.15).
O líder da igreja precisa ser um homem compro- metido com o Senhor da obra e também com a obra do Senhor. Ele precisa amar o Senhor e a causa do Senhor. Ele precisa conhecer a Palavra e também anunciar a Palavra.
O apóstolo Paulo diz que ele não deve ser um ne- ófito, alguém que está iniciando a carreira cristã, mas alguém experimentado, maduro, firme na fé, apto para ensinar.
3. Chamou-os e designou-os a exercer autori- dade de expelir demônios –
“... e a exercer autoridade de expelir demônios”
(Mc 3.14). O líder espiritual é alguém que tem intimidade com Cristo, proclama a Palavra de Cristo e tem autoridade espiritual para resistir as forças do mal que oprimem as pessoas.
O líder da igreja precisa conhecer a autoridade que tem o nome de Jesus. Diante desse nome
todo joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra. O líder precisa ser uma pessoa de dis- cernimento espiritual para distinguir aquilo que oprime as pessoas.
A autoridade não é do lider. Ele apenas exerce essa autoridade. Ela vem do alto. Ela está no po- deroso nome de Jesus!
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JESUS ESCOLHE SURPREENDEMENTE 3
(Mc 3.16-19)
1. Jesus escolheu pessoas que nós jamais esco- lheríamos
a) Pedro – Era um homem que falava sem pensar.
Era inconstante, contraditório, temperamental.
Vivia sempre nos limites extremos, ora fazendo grandes declarações: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; ora repreendendo a Cristo. Pedro fa- zia promessas ousadas sem poder cumpri-las:
“Por ti darei minha vida”, logo depois nega a Cristo. Pedro, o homem que fala sem pensar, que repreende a Cristo, que dorme na batalha, que foge e segue a Cristo de longe, que nega a Cris- to. Mas Jesus chama pessoas não por aquilo que elas são, mas por aquilo que elas virão a ser nas mãos do Senhor.
b) Tiago e João – Eles eram explosivos, tempe- ramentais, filhos do trovão. Um dia pediram para Jesus mandar fogo do céu sobre os samaritanos.
Eles eram também gananciosos de posição. A mãe deles pediu para Jesus um lugar especial para eles no Reino.
c) André – Era um homem que sempre trabalha- va nos bastidores. Foi ele quem levou seu irmão Pedro a Cristo. Foi ele quem disse para Natanael sobre Jesus. Foi ele quem levou o garoto com um lanche a Jesus.
d) Filipe – Era um homem cético, racional. Quan- do Jesus perguntou: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?” (Jo 6:5). Ele respondeu:
“Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada umo seu pedaço” (Jo 6:7). Ele disse o problema não é ONDE? Mas QUANTO?
Quando Jesus estava ministrando a aula da sau- dade, no cenáculo, no último dia, Filipe levanta a mão no fundo da classe e pergunta: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14:8).
e) Bartolomeu – Era um homem preconceituoso.
Foi ele quem perguntou: “De Nazaré pode sair al- guma coisa boa?” (Jo 1.46).
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f) Mateus – Era empregado do império romano.
Ele coletor de impostos. Era uma classe repudia- da pelos judeus.
g) Tomé – Era um homem de coração fechado para crer. Quando Jesus disse: “... e vós sabeis o caminho para onde eu vou” (Jo 14.4). Tomé res- pondeu: “Eu não sei para onde vais, como saber o caminho?” (Jo 14.5). Tomé não creu na ressur- reição de Cristo e disse, “se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25).
h) Tiago filho de Alfeu e Tadeu – Nada sabemos desses dois apóstolos. Eles faziam parte do gru- po. Eles pregaram, expulsaram demônios, mas nada sabemos mais sobre eles. Eles não se des- tacaram.
i) Simão, o zelote – Os zelotes eram aqueles que defendiam a luta armada contra Roma. Eles eram do partido de esquerda radical. Ele estava no ponto oposto de Mateus. Estavam lados radi- calmente opostos.
j) Judas Iscariotes – Era natural da vila de Queriot na Judéia. Era o único apóstolo não galileu. Ocu- pou um lugar de confiança dentro do grupo. Era o tesoureiro do grupo e administrador do patri- mônio do “colégio apostólico”, mas ele não era convertido. Ele roubava da bolsa. Ele vendeu o seu Senhor por trinta moedas. Judas era mesqui- nho, infiel, avarento, traidor e diabólico.
2. Jesus transformou homens limitados e fez de- les grandes instrumentos para transformar o mundo
Todos nós temos limitações. Ele pode transfor- mar um Pedro medroso num ousado pregador.
Ele pode transformar um João explosivo no dis- cípulo do amor. Ele pode transformar um céti- co incrédulo, num homem crente. Ele pode usar gente como você e eu na sua obra.
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CONCLUSÃO 4
Conclamo a igreja a observarmos esses princí- pios de Jesus na escolha da nossa liderança: Pri- meiro, devemos orar; segundo, devemos buscar a soberana vontade de Deus, para que ele mes- mo vocacione e chame aqueles que vão servir;
terceiro, devemos compreender que não pode- mos separar ministério de vida.
Devemos finalmente entender que Deus chama pessoas diferentes, com temperamentos dife- rentes e transforma essas pessoas para o louvor da sua glória.
Hernandes Dias Lopes
Este eBook é parte integrante do curso Pregação Transformadora
do Ministério Luz Para o Caminho.
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