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COMPREENSÃO DAS POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID- 19: PERCEPÇÃO DOS DOCENTES

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Academic year: 2021

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COMPREENSÃO DAS POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-

19: PERCEPÇÃO DOS DOCENTES

Gustavo Rocha Cavalini1, Bruno Hideki Ogatha2, Daniel Valques Lorencete3, Lucas Sonoda Buzzo4, Silvia Veridiana Zamparoni Victorino5, Patrícia Bossolani Charlo6

1,2,3,4Acadêmicos do Curso de Medicina, Campus Maringá/PR, Universidade Cesumar - UNICESUMAR.

1 Bolsista PIBICMED/ICETI-UniCesumar. cavalini.gr@gmail.com, brunoogatha2@gmail.com, danilorencete@hotmail.com, luckbuzzo@hotmail.com

5Coorientadora, Doutoranda, Docente do Curso de Medicina, UNICESUMAR. silvia.victorino@docentes.unicesumar.edu.br

6Orientadora, Doutoranda, Docente do Curso de Enfermagem e Medicina, UNICESUMAR. patricia.charlo@docentes.unicesumar.edu.br

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo avaliar as principais adaptações necessárias para os profissionais do ensino, assim como a identificação dos pontos positivos e as fragilidades dessa modalidade de ensino para o processo de aprendizagem. O trabalho possui cerne exploratório com abordagem qualitativa, o método utilizado foi a aplicação de um formulário via plataforma virtual, onde a população selecionada foi professores de uma instituição de ensino superior privada do noroeste do Paraná. Os resultados obtidos foram analisados e trabalhados utilizando o software MAXQDA Plus 2020 Student. Os preceitos éticos da pesquisa foram respeitados, em consonância com as diretrizes disciplinadas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) sobre número do CEP 4.194.905. Dentre os achados da pesquisa, foram reconhecidas potencialidades, dentre elas, a facilidade de realizar reuniões, antes exclusivamente presenciais, o que gerou uma facilidade de comunicação entre a equipe e a instituição de ensino. Também foram reconhecidas fragilidades, como a diminuição do contato professor-aluno o que pode acarretar algum impacto ao processo aprendizagem desse discente, além da necessidade de aquisição de equipamentos necessários para continuar o desempenho de suas atividades, como bandas de internet melhores. A transição que ocorreu de maneira rápida evidenciou vulnerabilidades, como a falta de determinados materiais para a realização da atividade docente fora da instituição de ensino, uma diminuição na interação do aluno-professor. Contudo, potencialidades observadas, como a busca por inovações no método de ensino por parte dos docentes, além de permitir que as aulas ministradas ficassem gravadas, beneficiando os discentes.

PALAVRAS-CHAVE: Infecções por Coronavírus; Professor Universitário; Educação Superior.

1 INTRODUÇÃO

É indiscutível a importância do ensino superior na formação educacional dos indivíduos, a contribuição deste, é por meio da qualificação e capacitação do ser humano, na qual necessita ser capaz de atuar com competência no mercado de trabalho competitivo, e ter uma visão crítica da realidade que está em constante mudança exigindo assim, do indivíduo um conhecimento capaz de interpretar os fatos e informações geradas por essas transformações, por meio do domínio da linguagem técnica adquirida na universidade (SILVA e MENDOZA., 2020).

Destacado a importância do ensino superior, nesse processo, o docente possuí um papel de extrema relevância. Sua função está atrelada à qualidade da formação de seus alunos, aspecto fundamental do processo de aprendizagem. A importância do cargo do professor é demonstrada, principalmente, no envolvimento de práticas pedagógicas e produções científicas, que contribuem para o progresso e desenvolvimento intelectual e econômico da nação (SILVA e MENDOZA, 2020)

Com o surgimento do novo coronavírus (SARS-COV-2) no ano de 2020, seguido do aumento no número de casos no Brasil, as instituições de ensino adotaram as recomendações do Ministério da Saúde (MS), suspendendo as aulas e alterando a modalidade de ensino presencial para o ensino remoto emergencial. Por conseguinte, os docentes passaram a realizar seus trabalhos em Home Office, essa alteração, exigiu o

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desenvolvimento de novas habilidades, a fim de obter conhecimento de novas ferramentas que garantissem qualidade no ensino/aprendizagem (BRASIL, 2020; GUSSO, 2020).

Dessa forma, o presente trabalho questiona-se como os docentes do ensino superior se adaptaram frente ao distanciamento social e a alteração da modalidade de ensino? Este questionamento, justifica o desenvolvimento do mesmo, tendo em vista que foi um ponto inédito na história moderna da educação brasileira que, certamente, pode gerar repercussões em como o ensino/aprendizagem será conduzido no futuro. Assim sendo, o objetivo do estudo foi compreender as potencialidades e fragilidades da adaptação do novo modelo de ensino e o processo organizacional de trabalho dos docentes.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvido em uma Instituição de Ensino Superior privada, localizada no noroeste do estado do Paraná há mais de trinta anos e que se adaptou às exigências no Ministério da Educação para elaboração das aulas remotas emergenciais.

Os participantes foram selecionados por amostragem teórica do centro de Ciências Biológicas e da Saúde da instituição. Como critério de exclusão optou por docentes em licença maternidade, férias e atestados médicos. A coleta de dados foi realizada via plataforma virtual, contendo questões de identificação do perfil sociodemográfico e um guia de questões que os nortearam para o cumprimento dos objetivos propostos.

Os dados foram organizados e analisados utilizando o método de Bardin, seguindo a escolha dos índices e categorias para a elaboração e codificação dos dados. Para a seleção das informações chaves extraídas das respostas e para a sua operacionalização, foi utilizado o software MAXQDA Plus 2020 Student, sob número licença 258245855, cujos resultados finais foram apresentados por meio da Nuvem de palavras (Figura 1). Os participantes foram identificados utilizando a inicial E de entrevistados e os números de 1 a 49 sequencialmente por exemplo E1, E2.... E48, E49, esse processo foi realizado a fim de garantir o sigilo e anonimato.

Os preceitos éticos da pesquisa foram respeitados, em consonância com as diretrizes, diretrizes disciplinadas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (2012). A autorização do estudo foi feita junto a diretoria do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade de ensino superior e do Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da UniCesumar sob número do parecer 4.194.905 e do CAAE 35917220.6.0000.5539.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), estava disponível no link do formulário na qual os participantes autorizaram o desenvolvimento da pesquisa, este foi enviado via e-mail para os docentes posterior ao aceite e preenchimento do formulário.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A respeito dos dados coletados, foi obtido um total de 49 participantes, com idades variando de 28 e 67 anos, sendo 34 do sexo feminino e 15 do masculino. Com relação a área de formação inicial obteve maiores índices no curso de odontologia, já em consideração aos níveis de especialização 23 entrevistados possuem mestrado, 20 doutorado, 3 pós-doutores, 2 residentes e 1 especialista. Esses profissionais atuam em cursos de diferentes áreas como ciências da saúde, ciências humanas e das engenharias, observou a prevalência dos docentes atuantes nos cursos de medicina e odontologia.

Por meio do questionário aplicado em plataforma virtual, os entrevistados apresentaram as principais potencialidades e fragilidades sob o seu ponto de vista. A

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nuvem de palavras (Figura 1), representa as palavras mais frequentes, que estavam diretamente relacionadas à percepção dos docentes sobre o modelo de ensino implantado (tanto em relação ao seu trabalho, como da aprendizagem dos alunos).

Figura 1: Nuvem de palavras fornecida pelo software MAXQDA Plus 2020 Student.

Os docentes identificaram algumas potencialidades nessa forma adaptada de ensino que se manifestam na utilização de instrumentos e desenvolvimento de práticas para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. Dentre estes, os mais ressaltados, seriam aulas dedicadas para que os alunos sanem suas dúvidas com os professores das respectivas matérias, a disponibilização da gravação das aulas para os discentes e questionários durante as aulas de maneira a tornar a aula mais dinâmica, passaram a ser utilizados com mais frequência. Porém, é importante destacar que a aprendizagem por meio de vídeos é um desafio constante, o que leva ao professor o desafio de pesquisar, almejar progresso na própria aula, tornando-a cada vez mais dinâmica, buscando torná-la atrativa e de fácil compreensão para o aluno que está assistindo ao vivo e também para aquele que assistirá posteriormente (MIRANDA et al., 2020).

Ademais, a utilização das ferramentas virtuais para eventos, reuniões, palestras, que antes raramente eram executadas a distância facilita o agendamento destes e também a participação dos envolvidos, poupando o tempo de deslocamento. Nesse sentido, almeja- se que este tipo de interação continue ganhando cada vez mais espaço. Inegavelmente, a obrigatoriedade de realizar reuniões, aulas, palestras à distância, fez com que ficasse evidente que, de fato, algumas dessas atividades não precisam ser necessariamente presenciais, portanto, será indispensável o conhecimento de como manusear plataformas de comunicação online (GOÉS e CASSIANO, 2020).

Contudo, os docentes entrevistados, também identificaram fragilidades. Devido ao fato de que os professores foram realocados para um regime de trabalho Home Office, a maioria dos ambientes domésticos não estava preparado para o desenvolvimento de atividades profissionais. Nesse sentido, foi necessário a aquisição de novos materiais como notebooks melhores, mesas e bandas de internet mais rápidas. À vista disso, segundo os pesquisadores Rafalski e Andrade (2015), um dos benefícios do Home Office para a instituição de trabalho, seria a redução dos custos organizacionais da empresa, sendo assim, seria viável que parte dessa economia tivesse sido utilizada para facilitar a adaptação do trabalhador.

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Além disso, uma outra fragilidade foi a mudança na relação entre aluno-professor, que iniciaram uma interação de maneira remota, por meio de ferramentas online. Por conseguinte, isso colaborou para que houvesse uma menor participação dos alunos durante as aulas, o que acabou gerando um descontentamento e uma desconfiança, entre os docentes, se realmente os alunos estavam assistindo e aproveitando as aulas (ALVES, 2020). Esse distanciamento foi resultado de um dos empecilhos gerados pela pandemia que foi o isolamento social, que fez com que o contato entre aluno-professor deixasse de ocorrer de maneira presencial e começasse a ocorrer por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como e-mail e chats durante aulas ao vivo (CUNHA et al., 2020).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que as mudanças na rotina associadas a uma fusão do ambiente de trabalho com o doméstico geraram diversas fragilidades e potencialidades. Em relação as vulnerabilidades, merece destaque a necessidade de adquirir novos materiais e também a alteração da interação aluno-professor devido o distanciamento, o comprometimento e a exaustão causados pelo ensino remoto.

Concomitantemente a isso, pontos positivos também foram identificados, como a facilidade em realizar eventos, reuniões de forma remota e também na inovação didática, utilizando instrumentos e desenvolvendo práticas para aperfeiçoar o processo de ensino- aprendizagem.

Contudo, a pandemia ainda não chegou ao fim, o que sugere a continuidade do estudo e inovação para o aperfeiçoamento do conhecimento sobre o ensino e processo organizacional de trabalho dos docentes.

REFERÊNCIAS

ALVES, Lynn. Educação remota: entre a ilusão e a realidade. Interfaces Científicas.

Aracaju, v. 8, n. 3, p. 348-365, 2020. Disponível em:

https://periodicos.set.edu.br/index.php/educacao/article/view/9251/4047.

BRASIL. Ministério da Saúde. Situação epidemiológica doença pelo coronavírus 2019.

Boletim COE COVID-19 número 13. 20 Abr. 2020. Disponível em:

https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/21/BE13---Boletim-do-019.

CUNHA, Leonardo Ferreira Farias da et al. O ensino remoto no Brasil em tempos de pandemia: diálogos acerca da qualidade e do direito e acesso à educação. Revista Com Censo, [S.I], v. 7, n. 3, p. 27-37, ago. 2020.

GÓES, C. B.; CASSIANO, G. O uso das Plataformas Digitais pelas IES no contexto de afastamento social pela Covid-19. Folha de Rosto, v. 6, n. 2, p. 107-118, 2 jul. 2020.

GUSSO, Hélder Lima et al . Ensino superior em tempos de pandemia: diretrizes à gestão universitária. Educ. Soc., Campinas, v. 41, e238957, 2020.

SILVA, Miriam Ferreira da. MENDOZA, Cynthia Carolina González. A importância do ensino, pesquisa e extensão na formação do aluno do Ensino Superior. Revista

Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 08, pp. 119- 133. Junho de 2020.

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RAFALSKI, J. C.; ANDRADE, A. L. Home-office: aspectos exploratórios do trabalho a partir de casa. Temas em Psicologia, v. 23, n. 2, p. 431-441, 2015

MIRANDA, Kacia Kyssy Câmara De Oliveira et al.. Aulas remotas em tempo de pandemia:

desafios epercepções de professores e alunos. Anais VII CONEDU - Edição Online.

Campina Grande: Realize Editora, 2020.

Referências

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