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PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE ALTA INFESTAÇÃO DE CARACOL EM LAVOURA DE CAFÉ, EM MINAS GERAIS J. C. Souza, Pesquisador, EPAMIG, R.A. Silva, Pesquisador

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Academic year: 2022

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PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE ALTA INFESTAÇÃO DE CARACOL EM LAVOURA DE CAFÉ, EM MINAS GERAIS

J. C. Souza, Pesquisador, EPAMIG, R.A. Silva, Pesquisador – EPAMIG – Lavras-MG – Bolsistas da Fapemig; L.B.O. Campos, graduanda em agronomia UFLA, bolsista da Epamig/Fapemig; C. S. M. de Matos, Bolsista - CBP&D/Café EPAMIG – Lavras-MG;

Os caracóis, erroneamente denominados caramujos, são moluscos, como as lesmas. Pertencem ao Philo ou Ramo Molusca. A maioria dos moluscos vive em água salgada, como as ostras. Em água doce vive um número menor de espécies, como os caramujos. Já os moluscos terrestres são relativamente poucos, mencionando as lesmas e os caracóis. Os caracóis e caramujos possuem uma concha de carbonato de cálcio, que carregam consigo em seu deslocamento.

Na cafeicultura pode ocorrer, ocasionalmente, ataque de lesmas e caracóis, sendo os prejuízos variáveis de acordo com sua população. As lesmas são mais conhecidas dos cafeicultores e técnicos. Os caracóis são moluscos desconhecidos na moderna cafeicultura do Brasil, com marco em 1970, com ocorrência registrada na década de 1950 ou mesmo antes, há, aproximadamente 65 anos ou mais, principalmente na cafeicultura paulista, que era predominante na época, segundo Amaral (1954) citado por Mariconi (1963).

Assim, este relato faz referência ao primeiro grande ataque de caracol ocorrido na moderna cafeicultura brasileira, em Minas Gerais, maior produtor de café do Brasil.

Espécies e ocorrência em cafezais paulistas

Mariconi (1963) cita duas espécies que atacam o cafeeiro, sendo a mais comum Oxystila phlogera (Orb., 1835) e Oxystila pulchella (Spix, 1827). A primeira espécie é a mais comum em cafeeiro. Graner e Godoy Júnior (1964) afirmaram que os caracóis representavam séria praga para os cafezais em determinadas regiões do estado de São Paulo (Araraquarense, Noroeste Paulista e Mogiana), devido as condições das lavouras de café, fechadas e muito úmidas no período chuvoso (verão), que favoreciam os constantes ataques de caracóis, em altas populações, segundo os autores, resultando em prejuízos para os cafeicultores.

Primeiro ataque arrasador na moderna cafeicultura brasileira

O primeiro grande ataque, arrasador, por caracol na moderna cafeicultura brasileira, ocorreu em Minas Gerais, no município de Carmo do Rio Claro, às margens da Represa de Furnas, no período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. O ataque foi constatado na fazenda Cônego Vítor, em 33 ha, com altíssimo ataque em 4 ha, com queda anormal de frutos, ainda verdes. No princípio, o cafeicultor pensou tratar-se de alguma doença; porém, observando à noite, constatou ser um ataque de caracol, que apresenta hábitos noturnos, comendo a casca de frutos, inclusive na região do pedúnculo, que caíam. O prejuízo foi estimado em 20% ou mais, em lavoura de alta carga, segundo o proprietário, e que seria muito maior se o controle não fosse realizado e a infestação continuasse. Ataque desprezível, na mesma época, foi também observado em lavouras de café de outras Fazendas, no município de Guapé, também no Sul de Minas, às margens da Represa de Furnas.

Métodos de controle

Método mecânico – como os caracóis, de hábitos noturnos se escondiam sob os cafeeiros, sob o cisco chegado após a colheita, o proprietário passou a trincha, por conta própria, matando muitos caracóis, porém, não resolveu o problema.

Método químico – o proprietário procurou a EPAMIG, em Lavras, que lhe recomendou uma isca granulada muito atrativa, à base de metaldeído, de origem francesa, na dosagem de 5 Kg de isca por ha. Como seria impossível aplicar a baixa dosagem recomendada pelo fabricante, foi necessário misturar com 50 Kg/ha de cloreto de potássio também granulado, antecipando a adubação potássica. A mistura preparada foi aplicada a lanço, de maneira uniforme sob a copa dos cafeeiros, com granuladeira tratorizada. O controle foi total, com a morte dos caracóis, um dia após a aplicação, sem reinfestação posterior.

Assim, a isca aplicada, de grande atratividade, pode ser aplicada em cafeeiro e em qualquer cultura, inclusive

para o controle do caracol gigante africano, Achatia fulica, sendo atualmente um problema de saúde pública, já que

pode transmitir doenças ao homem.

Referências

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