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E SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS

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Academic year: 2022

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“E SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS”

ANOTAÇÕES PARA AS AULAS DE FUNDAMENTOS DO CRISTIANISMO

DR. ADOLFO S. SUÁREZ

UNASP Engenheiro Coelho

1º Semestre de 2012

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SUMÁRIO

UNIDADE I: CRISTIANISMO – ANTECEDENTES HISTÓRICOS E SITUAÇÃO ATUAL

Cap. 1: História Política Intertestamentária e do Novo Testamento.

Cap. 2: O Ambiente Religioso do Novo Testamento.

Cap. 3: O Cristianismo “Primitivo”.

Cap. 4: O Cristianismo em Nossos Dias

UNIDADE II: PRINCIPAIS ENSINAMENTOS DO CRISTIANISMO

Cap. 5: Deus – A Fonte de Tudo e de Todos.

Cap. 6: Bíblia – O Livro dos Livros.

Cap. 7: Sermão do Monte – A Conduta Cristã.

Cap. 8: Crer e Pertencer – A Igreja.

Cap. 9: Dez Mandamentos – A Chave para a Liberdade.

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Neste semestre vamos estudar o contexto do surgimento do cristianismo; também dedicaremos uma boa parte de nosso tempo à análise de seus principais ensinamentos.

Este estudo será a partir da ótica da Bíblia, manual do cristão.

É importante conhecer as crenças e princípios fundamentais do cristianismo? Como isso pode ser útil para minha vida pessoal? Onde vou usar toda esta informação? Isso não vai contra minhas doutrinas religiosas pessoais?

É provável que as perguntas acima passem pela mente de algum estudante desta turma. São questionamentos pertinentes e razoáveis. Portanto, devo esclarecer que a finalidade desta disciplina não é catequizar, e muito menos converter ninguém. Aliás, conversão é uma obra exclusiva do Espírito Santo.

A intenção de nossas conversas e atividades é despertar interesse pelo conhecimento do conjunto de princípios que servem de base para o estilo de vida cristão. E mais do que simples conhecimento, a intenção, também, é contribuir para a aquisição e desenvolvimento de uma fé pessoal, inteligente e cada vez mais ancorada na Palavra de Deus.

Pessoas que cultivam uma fé forte em Deus normalmente são abençoadas na sua vida pessoal, em sua família e no seu desempenho profissional. Creio que muitos de vocês, se não todos, tem algum bom testemunho a este respeito.

Assim sendo, desejo a todos muitas bênçãos pessoais, familiares, acadêmicas e profissionais neste primeiro semestre do ano!

Um grande abraço do amigo,

Adolfo S. Suárez

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UNIDADE I

CRISTIANISMO: ANTECEDENTES HISTÓRICOS E SITUAÇÃO ATUAL

“É Ele (Deus) quem faz mudar os tempos e as estações; é Ele quem põe os reis no poder e os derruba; é Ele quem dá sabedoria aos sábios e inteligência aos inteligentes”.

Daniel 2:21

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HISTÓRIA POLÍTICA INTERTESTAMENTÁRIA E DO NOVO TESTAMENTO

Adolfo S. Suárez O objetivo deste capítulo é compreender o cenário político onde surgiu o cristianismo, destacando

a influência romana e grega para o nascimento e desenvolvimento da nascente igreja cristã.

1. O PERÍODO GREGO (331 – 168 A.C.)

O período que abrange os quatro séculos entre o final da história do AT e os primórdios da história do Novo Testamento (NT) é que chamamos de período intertestamentário, ou quatrocentos anos de silêncio, devido ao hiato nos registros bíblicos e ao silêncio da voz profética;

nesse período Deus não se comunicou com Seu povo mediante um profeta.

Durante esse hiato é que Alexandre o Grande (“defensor de homens”, 356 A.C. – 323 A.C) se tornou senhor do antigo Oriente Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas nas batalhas de Granico (334 a.C), Isso (333 a.C) e Arbela (331 a.C.).1 Além de seu brio militar – que o levou a conquistar diversos territórios – Alexandre destaca-se por ter fundado no Egito a cidade de Alexandria, a mais famosa dentre as várias cidades que receberam o seu nome. Devido a isso, recebeu honras como se fosse um novo Faraó.2 Morreu aos 33 anos de idade, em meio a planos ambiciosos e intermináveis de novas conquistas, cansado de bebedeiras e orgias, tendo contraído uma febre (malária? ou teria sido envenenado?).3

O helenismo (nome dado à cultura grega) vinha se propagando há tempos através do comércio e a colonização grega, mas as conquistas de Alexandre proveram um impulso maior do que antes. A língua grega se tornou a língua franca, usada no comércio e na diplomacia. Bem próximo à época do NT, o grego era a língua comum nas ruas até de Roma, onde o proletariado falava o latim, mas onde a grande massa de escravos e de libertos falava o grego. Alexandre fundou setenta cidades, moldando-as conforme o estilo grego. Ele e seus soldados contraíram matrimônio com mulheres orientais. E assim foram misturadas as culturas grega e oriental.4

Após a morte de Alexandre, o império foi dividido entre seus principais quatro generais:

Cassandro, Lísimaco, Ptolomeu e Seleuco, sendo que os dois últimos são importantes no pano de fundo do desenvolvimento histórico do NT. O império dos Ptolomeus centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. Os Ptolomeus dominaram a Palestina por cento e vinte e dois anos (320-198 a.C.), período no qual os judeus gozaram de boas condições. Segundo uma antiga tradição, foi nesse período que setenta e dois eruditos judeus começaram o que posteriormente se chamaria Septuaginta (tradução grega do AT). Provavelmente, a obra foi realizada em benefícios dos judeus que compreendiam o grego melhor que o hebraico. O símbolo dessa versão é o numeral romano LXX.

O império Selêucida tinha por centro a Síria, e Antioquia era a sua capital. Os Selêucidas dominaram a Palestina5 a partir de 198 a.C., sob a liderança de Antíoco III. Nesse período, os judeus foram expostos abertamente a um intenso processo de helenização, o qual incluía frequência aos teatros gregos, adoção de vestimenta ao estilo grego, a cirurgia que removia a marca da circuncisão e a mudança de nomes hebreus por gregos.

Antíoco IV ou Epifânio praticou muito a simonia (o ofício sacerdotal judeu era dado a quem pagava mais). Entre outras coisas, sob o consentimento de Antíoco Epifânio, seus soldados

1 Robert H. Gundry. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 3.

2 Russel Norman Champlin. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, volume 1, p. 104.

3 Ibidem.

4 Robert H. Gundry. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 4.

5 Na Bíblia, Palestina era também conhecida como Filístia; seu nome mais antigo era terra de Canaã. Atualmente envolve o Estado de Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Para maiores informações, consultar Russel Norman Champlin. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, volume 5, verbete Palestina.

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saquearem o templo de Jerusalém e passaram a fio de espada a muitos de seus habitantes. Em 168 a.C. enviou seu general Apolônio com um exército de vinte e dois mil homens para coletar tributo, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força. Os soldados saquearam Jerusalém, derrubaram suas casas e muralhas e incendiaram a cidade. Muitos homens morreram;

mulheres e crianças foram escravizadas. Muitos manuscritos do AT foram destruídos. Os sacrifícios pagãos tornaram-se compulsórios. Animais condenados pelos preceitos de Moisés foram sacrificados sobre o altar, e a “prostituição sagrada” passou a ser praticada no recinto do templo de Jerusalém.

Antíoco IV Epifânio estava resolvido a helenizar os judeus. Para tanto, era necessário corromper a fé religiosa deles. Por isso, ele introduziu a cultura, as maneiras e a religião gregas, das quais era ardoroso defensor. Além disso, introduziu os jogos atléticos dos gregos, o vestuário, as instituições políticas e a maneira de pensar. Aqueles que se recusavam a moldar-se a esse processo de helenização, eram severamente perseguidos e mortos.6 Ele também forçou os judeus a abandonarem suas leis dietéticas e a participarem da adoração pagã. Finalmente, introduziu no próprio templo de Jerusalém a adoração a divindades gregas, chegando ao extremo de sacrificar uma porca no grande altar do templo.

2. O PERÍODO DOS MACABEUS

Muitos judeus fugiram e outros se submeteram. Porém, a resistência judaica fez-se sentir rapidamente. Na aldeia de Modim – uns 30 quilômetros ao sudoeste de Jerusalém – um agente real de Antíoco instou com um já idoso sacerdote, de nome Matatias, a que desse exemplo aos habitantes da aldeia oferecendo um sacrifício pagão. Matatias se recusou a fazer isso. E quando outro judeu deu um passo à frente em consentimento, Matatias tirou-lhe a vida, matou o agente real, demoliu o altar e fugiu para a região montanhosa na companhia de cinco de seus filhos e de outros simpatizantes. E foi assim que teve início a Revolta dos Macabeus, em 167 a.C., sob a liderança da família de Matatias, coletivamente chamados de Hasmoneanos, por causa de Hasmom, bisavô de Matatias, ou de Macabeus, devido ao apelido “Macabeu” (“Martelo”), conferido a Judas, um dos filhos de Matatias.7

Judas Macabeu encabeçou uma campanha de guerrilhas de extraordinário sucesso, que são relatadas no livro apócrifo de I Macabeus. Finalmente, apenas três anos após a grande profanação, os Macabeus recuperaram a liberdade religiosa, purificaram e rededicaram solenemente o templo, restabelecendo assim o antigo culto a Yahweh.8 Além disso, conquistaram a Palestina e expulsaram as tropas sírias de Jerusalém.

A próxima dinastia hasmoneana (142-37 a.C.) foi recheada de lutas internas, causadas pela ambição do poder. Os propósitos políticos e as intrigas dos Hasmoneanos alienaram os Hasidim, de inclinações religiosas, os quais se tornariam os fariseus e os essênios (àqueles que produziriam os Papiros do Mar Morto, encontrados em Qumran). Aqueles dentre o sacerdócio hasmoneano que tinham características aristocráticas e inclinações políticas, vieram a ser os saduceus 9

3. O PERÍODO DOS ROMANOS (168 A.C. — 476 D.C.)

A fundação de Roma ocorreu no século VIII a.C., e no século V a.C. houve a organização de uma forma republicana de governo ali sediada. Após disputas territoriais, Roma passou de um período de expansão territorial para um período de paz, a Pax Romana. É bem verdade que na província da Judéia houve grandes revoltas, que os romanos esmagaram nos anos de 70 e 135 d.C. Porém, a unidade e a estabilidade política reinantes facilitaram a expansão do cristianismo.10

Os seguintes imperadores romanos estão vinculados às narrações do NT:11

- Augusto (27 a.C. - 14 d.C.), sob quem ocorreram o recenseamento de José e Maria, o nascimento de Jesus e princípios de culto ao imperador.

- Tibério (14 - 37 d.C.), sob quem Jesus efetuou o Seu ministério público e foi morto.

6 Russel Norman Champlin. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, volume 4, p. 4.

7 Robert H. Gundry. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 9.

8 Russel Norman Champlin. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, volume 4, p. 5.

9 Robert H. Gundry. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 10.

10 Idem, p. 11.

11 Idem, p. 11 e 12.

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entre os quais estavam Áquila e Priscila.

- Nero (54 - 68 d.C.), que perseguiu os cristãos, e sob quem Pedro e Paulo foram martirizados.

- Vespasiano (69 - 79 d.C.). Sua campanha atingiu o apogeu com a destruição de Jerusalém e seu templo, em 70 d.C.

- Domiciano (81 - 96 d.C.), cuja perseguição contra a Igreja provavelmente serviu de pano de fundo para a escrita do Apocalipse, como encorajamento para os cristãos oprimidos.

Os romanos permitiram governantes nativos vassalos de Roma, na Palestina, dentre os quais Herodes o Grande, que governou o país de 37 a 4 a.C. Ele era astuto, invejoso e cruel, a ponto de assassinar a duas esposas e três filhos. Além disso, ordenou a matança das crianças de Belém.

Certa vez o imperador Augusto disse que era melhor ser um porco de Herodes que um filho seu.

Mas Herodes era um governante eficiente bem como um experiente político, o que lhe permitiu sobreviver às lutas de poder na alta cúpula do governo romano.

Entre seus variados projetos de edificação, a maior contribuição de Herodes para os judeus foi o embelezamento do templo de Jerusalém, não pela sua crença na fé judaica, mas como tentativa de conciliar seus súditos.12

Após o levante sob a liderança de Bar Cochba (abafado em 135 d.C.), os romanos reconstruíram Jerusalém como uma cidade romana e baniram os judeus, proibindo-os de entrar na cidade. Dessa forma deixou de existir o estado judaico, sendo reavivado em 1948.13

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ambiente político criado pelos romanos certamente ajudou no estabelecimento do cristianismo.14 Os romanos, de maneira especial, desenvolveram um sentido de unidade sob uma lei universal, fortalecendo a ideia de Império; isto tornou-se favorável à pregação do Evangelho que proclamava a unidade da raça humana. Além disso, os romanos criaram um excelente sistema de estradas, as quais eram de concreto e duraram séculos; essas estradas foram indispensáveis para a missão do apóstolo Paulo e demais missionários do primeiro século.

Finalmente, as conquistas romanas fizeram com que muitos povos perdessem a fé em seus deuses, que não puderam protegê-los dos romanos. Assim, surgiu um vácuo espiritual que não fora preenchido pelas religiões da época.

Por outro lado, não podemos esquecer a contribuição intelectual dos gregos, que praticamente ofuscou a contribuição política dos gregos. De modo que a mente prática dos romanos pode ter construído estradas, pontes e edifícios, mas foi a intelectualidade grega que erigiu os grandiosos edifícios da mente. O Evangelho usou a língua grega para exercer impacto duradouro sobre o mundo; o Koinê, dialeto do homem comum, foi usado pelos cristãos para se comunicar com os povos do mundo antigo, usando para produzir o Novo Testamento. Por outro lado, a filosofia grega preparou o caminho para o nascimento do cristianismo, pois ajudou a destruir as antigas religiões, tornando ininteligíveis e desnecessárias. Todavia, a filosofia grega não satisfez as necessidades espirituais das pessoas. A filosofia possibilitou às pessoas pensarem numa realidade transcendente, além do mundo temporal e visível. Os mais importantes filósofos gregos, como Sócrates e Platão, ensinavam que a realidade não era meramente temporal e material, mas espiritual e eterna.

Como podemos perceber, o cristianismo e Cristo vieram ao mundo “na plenitude dos tempos”

(Gálatas 4:4); ou seja, surgiram no momento exato, causando impacto indelével na vida das pessoas.

12 Robert H. Gundry. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 15.

13 Ibidem, p. 16.

14 As idéias a seguir foram sintetizadas de Earle E. Cairns. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 29 a 34.

Referências

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No primeiro parágrafo citado, os adeptos da fé judaica discordam da ideia de que o Filho possa estar ao lado do Pai e do Espírito. Por quê? Porque para os judeus não existem Três