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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE

DOUGLAS GONÇALVES JACOB

A JORNADA E SUAS NUANCES

Reflexões acerca do processo formativo no curso de Especialização

em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em

Saúde Coletiva

Porto Alegre 2017

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DOUGLAS GONÇALVES JACOB

A JORNADA E SUAS NUANCES

Reflexões acerca do processo formativo no curso de Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde

Coletiva

Trabalho de conclusão de curso de

pós-graduação (Latu Sensu)

apresentado como requisito parcial para a conclusão do Curso de

Especialização em

Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva, junto a Escola de

Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul. Orientadora: Vania Príamo

Porto Alegre 2017

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Resumo

Este trabalho se propõe a refletir sobre as atividades realizadas durante o Curso de Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva. O objetivo é discutir sobre o processo de construção do conhecimento, evidenciado pela produção das atividades pedagógicas do curso: portfólio individual, debates dos fóruns, chats, web conferências, texto coletivo e Projeto de Intervenção (PI). Nesse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é utilizada a metodologia do ensaio teórico, no qual o escritor-cientista apresenta argumentos favoráveis ou contrários a um determinado tema, utilizando-se de fatos que estejam em domínio público científico para defender suas conclusões. Destaca-se a importância da avaliação das ações de Educação Permanente em Saúde (EPS) para subsidiar o direcionamento futuro dessa Política, bem como a integração ensino-serviço como um importante fator para qualificar o processo de trabalho em Saúde. PALAVRAS-CHAVE: Educação Permanente em Saúde. Avaliação. Política de Saúde.

3. Abstract

This paper proposes to reflect on the activities carried out during the Specialization Course on Accompany, Monitoring and Evaluation in Public Health Education. The objective of this study is to discuss the process of knowledge construction, evidenced by the production of the pedagogical activities of the course: individual portfolio, forums debates and Intervention Project (IP). This monograph used the methodology of the theoretical essay. It is important to emphasize the importance of evaluating the actions of Permanent Education in Health (PEH) to subsidize the future direction of this Policy, as well as the teaching-service integration as an important factor to qualify the work process in Health.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 4

2. A JORNADA E SUAS NUANCES... 5

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 14

4. REFERÊNCIAS ... 16

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1. Introdução

Muitas reflexões foram levantadas durante o curso de especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva. Destas, algumas trilhas me levaram a encontrar os desafios e potencialidades das estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS)1 empreendidas por todas as Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS) espalhadas pelo país. Esse curso se mostrou uma oportunidade para refletirmos a respeito de nossas práticas cotidianas, inclusive por meio da troca de experiências entre diferentes ETSUS - o que se mostrou uma metodologia acertada para facilitar o andamento das discussões.

O que motiva a escrita desse trabalho é a vontade de debater sobre a avaliação e EPS, temas tão caros à minha prática profissional, afinal, trabalho num setor dedicado à educação permanente, isto é, educação no trabalho e pelo trabalho.

Para tanto, o objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é apresentar as reflexões realizadas em meu portfólio e nos debates propiciados pelo curso por meio dos fóruns, chats, web conferências e textos coletivos, com especial

destaque para o processo de construção do Projeto de Intervenção (PI). Esse objetivo está diretamente relacionado ao meu trabalho cotidiano, pois atuo como Apoiador Institucional2 da Política Estadual de Educação Permanente, na Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo. Desta forma, desenvolver esse debate auxiliará ao setor em que atuo (e semelhantes em outras secretarias) a pensar a avaliação, monitoramento e acompanhamento de processos educativos. A trajetória que trilhei revela pistas do movimento que pode ser realizado nessa empreitada.

Neste trabalho será utilizada a metodologia do ensaio teórico (BRITTO, 2001), no qual o escritor-cientista apresenta argumentos favoráveis ou contrários a um

1A EPS será debatida com maior profundidade no item 02 deste trabalho.

2 Entende-se Apoio Institucional como uma postura metodológica que reformula o modo tradicional de

se fazer coordenação, planejamento, supervisão e avaliação em saúde. O Apoio Institucional “é uma função de fomento e acompanhamento de processos de mudança nas organizações, misturando e articulando conceitos e tecnologias advindas da análise institucional para pensar a gestão. (...) O objeto de trabalho do apoiador é, sobretudo, o processo de trabalho de coletivos que se organizam para produzir, nesse caso, saúde” (BARROS et al., 2014).

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determinado tema, utilizando-se de fatos que estejam em domínio público científico para defender suas conclusões. Os argumentos serão levantados principalmente a partir das referências bibliográficas estudadas durante o curso, bem como das discussões suscitadas por elas.

Primeiramente propus um debate conceitual a respeito do entrelaçamento das temáticas: Saúde Pública, Educação Permanente em Saúde e estratégias de Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva. Em seguida apresento as reflexões empreendidas por meio dos dispositivos pedagógicos do curso: meu portfólio; os debates nos fóruns, chats, web conferências, textos coletivos; e o Projeto de Intervenção. Por fim, concluo com algumas propostas apontadas pelo caminhar do curso e suas reflexões.

Pretende-se que o debate aqui iniciado leve outros pesquisadores- trabalhadores a enveredar por caminhos parecidos, observando as pistas desveladas, em busca de ampliar horizontes nesta temática, além de fomentar o desejo de compartilharem o que aprenderam.

2. A jornada e suas nuances

Foi realizada a revisão conceitual a respeito das políticas de saúde, destacando a avaliação e monitoramento das ações de educação permanente.

As políticas públicas de saúde se tornaram um componente essencial para a vida de qualquer sociedade na Terra, pois relacionam as formas como dado povo cuida da saúde de sua população (SCLIAR, 2007). Desde o início da era moderna (a partir do século XVI e XVII), ficou cada vez mais claro para os governos dos recém criados Estados-Nação que o nível de saúde da população é um componente estratégico nas relações de poder com outros estados, afinal, pessoas doentes têm dificuldade em se inserir no setor produtivo e não podem ser usados como soldados numa guerra (FOUCAULT, 2009).

Assim, por fatores políticos e econômicos o setor saúde começou a figurar como um espaço estratégico na organização dos governos. Contudo, além desse

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uso da saúde como estratégia de dominação dos corpos, pelo que foi chamado por diversos autores de poder disciplinar, as políticas públicas de saúde também começaram a ser inseridas nas pautas de lutas populares para garantia de direitos básicos de cidadania, especialmente a partir do início do século XX (SCLIAR, 2007).

Atualmente esse duplo aspecto das políticas públicas de saúde convive em permanente contradição. Ao mesmo tempo se coloca como mecanismo de controle

dos corpos para aumento da produtividade, mas também figura como direito social garantido na legislação em diversos países (inclusive o Brasil), o qual se mostra

importantíssimo para as populações que deles se valem.

O desenrolar do século XX trouxe mudanças significativas para as políticas públicas de saúde em diversos países, por causa de mudanças conceituais na relação saúde X doença, bem como alterações nas correlações das forças políticas que beneficiaram as classes trabalhadoras em muitos lugares. Os organismos internacionais criados após a Segunda Guerra Mundial trouxeram novas concepções e práticas que influenciaram nas mudanças em sistemas de saúde em todo o mundo.

Desde a fundação da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1946 o conceito de saúde é preconizado não apenas como a ausência de doenças, mas um estado de bem-estar físico, mental e social (SCLIAR, 2007). A partir dessa importante mudança de paradigma, pode-se perceber a inserção de outros fatores diferentes dos aspectos relacionados ao tratamento de saúde/cura de doenças para se garantir um nível adequado de saúde para determinada população, os quais são denominados determinantes e condicionantes de saúde. Assim, para se promover saúde, devem ser observados os determinantes e condicionantes, que, segundo a Lei Federal nº 8.080/1990, estão relacionados à alimentação, à moradia, ao saneamento básico, ao meio ambiente, ao trabalho, à renda, à educação, à atividade física, ao transporte, ao lazer e ao acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL, 1990).

Desta forma, nenhuma política de saúde pode ser pensada sem ser levados em conta os determinantes de saúde presentes em cada território, pois negligenciá- los significaria deixar de enfrentar as reais causas dos problemas de saúde apresentados por determinada população (BUSS & FILHO, 2007). Concluímos,

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assim, que boa parte da responsabilidade sobre o nível de saúde da população está “fora” da alçada direta das políticas públicas de saúde (ministério, secretarias municipais e estaduais de saúde), o que eleva a importância da articulação intersetorial na efetivação dessas políticas.

No campo da Saúde Pública, sempre foi grande a importância atribuída aos trabalhadores do setor, e, por consequência, ao estudo do modo como se estruturam e são gerenciados os processos de trabalho (MERHY, 2013). Assim, a forma como são construídas novas habilidades, técnicas e conhecimentos nas práticas profissionais também se tornou um campo de discussão, com propostas para o seu desenvolvimento. A mais recente delas é chamada Educação Permanente em Saúde.

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é a proposta de um novo arranjo na forma como as atividades educativas oferecidas aos trabalhadores do SUS são planejadas e executadas, pressupondo a participação de diversos atores para sua plena efetivação.

Assim, a Portaria nº 1.996/2007 do Ministério da Saúde (MS) delimita que:

A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação permanente se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais. (BRASIL, 2009)

No meio acadêmico, não há consenso sobre a distinção entre Educação Permanente e “Educação Continuada”, inclusive certos autores consideram que, num contexto mais amplo, os termos “educação continuada”, “educação permanente”, “educação de adultos” e “aprendizagem ao longo da vida” são sinônimos (LEMOS, 2016).

Contudo, na década de 1980 a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) propôs a adoção do termo Educação Permanente como uma nova forma de se pensar o processo educacional na área da saúde, destacando-se metodologias participativas e que envolvessem o trabalhador no processo de ensino- aprendizagem, utilizando-se o contexto em que o trabalhador está inserido para se

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pensar as necessidades de capacitação, organizando-se as experiências de aprendizagem em torno de problemas reais e concretos (OPAS, 1988).

A partir das orientações conceituais desenvolvidas pela OPAS, o Ministério da Saúde articulou a mudança no direcionamento na política de educação dos trabalhadores da saúde no Brasil, por meio de um contraponto à forma de ensino/aprendizagem tradicionalmente empregado na área, que não leva em conta o debate crítico sobre como o cuidado é estruturado. Desta forma, a proposta da EPS como estratégia educativa na saúde faz uma crítica à lógica seguida pela maior parte das instituições de ensino, que perpetuam modelos conservadores, centrados em sistemas orgânicos e tecnologias com alta especialização, dependentes de equipamentos e procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico (CECCIM; FEUERWERKER, 2004).

Para tanto, o Governo Federal publicou em 2004 a portaria 198 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), instituindo a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) – 2004, sendo que em 2007 foram atualizadas suas diretrizes e estratégias de implementação (Portaria MS nº 1.996 em 22/8/2007), para adequá-las ao Pacto pela Saúde (BRASIL, 2009).

Durante o curso, foram debatidos longamente os temas avaliação e monitoramento das ações educativas, sendo que a partir das discussões foi amadurecida a constatação que a Avaliação deve ser parte integrante dos processos educativos, isto é, a avaliação deve acompanhar um processo de aprendizagem. Foi sugerido que a avaliação precisaria ser “inventiva e significativa” (conforme inspiração no conceito de “aprendizagem inventiva” de Virgínia Kastrup - 2012), a qual não se propõe apenas a solucionar problemas, mas sim a inventá-los, abrir-se à experiência, ser capaz de criar novos mundos a partir da avaliação, não apenas repetir o que já foi dado, medido e quantificado, mas a partir das novas experiências inventar novas realidades.

Para produzir uma avaliação realmente inventiva e significativa, precisamos encará-la como parte integrante e fundamental dos processos educativos, tanto em atividades educativas formais, quanto no cotidiano dos serviços de saúde, onde ocorre o que Merhy (1997; 2002) chamou de “trabalho vivo em ato”, que se destaca pela construção coletiva do aprendizado no trabalho. Desta forma, a avaliação deve

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ser pensada como etapa imbricada em qualquer atividade em Saúde Coletiva para que a produção de Saúde seja realizada.

Outro aspecto levantado durante o curso foi a participação social no processo avaliativo. A Política de Educação Permanente em Saúde (EPS) traz como pressuposto básico a participação de todos os interessados nos projetos de EPS. Contudo, no cotidiano das equipes, devido à falta de tempo, muitas vezes os usuários (geralmente outros trabalhadores da Saúde) não são consultados durante a construção dos projetos de EPS. Portanto, esse é um cuidado sempre necessário: estar junto com os trabalhadores/usuários para construção de qualquer estratégia educacional que envolva o dia-a-dia do trabalho deles. A questão se mostra um desafio: quais estratégias adotar para garantir essa participação?

Uma delas é a Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES), instância de governança Regional e/ou Estadual em que são pactuados os projetos / ações de EPS de forma Macro. Ela é composta pelo que Ceccim e Feuerwerker (2004) chamaram de “quadrilátero da formação”: ensino – gestão – atenção – controle social, ou seja, diversos atores sociais responsáveis pela governança regional dessa política. Entretanto, como chegar ainda mais perto dos trabalhadores? Perto do chão

de fábrica3? Como tornar ações educativas (cursos, qualificações, eventos, etc.) em

potentes espaços de troca coletiva baseados em questões que mobilizam os trabalhadores, ao invés de serem elaborados dentro dos gabinetes de supostos “técnicos”? Essas questões demonstram a real transversalidade que a Política de EPS possui e que precisa ser exercitada sempre.

A fim de produzir práticas de gestão participativa no cotidiano das escolas do SUS (Escolas Técnicas e de Saúde Pública), devem ser abertos espaços em que todos os envolvidos (gestores, trabalhadores, estudantes, usuários, docentes, etc.) possam exercitar a co-gestão das práticas cotidianas. Isso tem de ser feito tanto em espaços Macro (toda a escola) quanto nos Micro (em cada setor/área de trabalho).

Nesse processo, precisa ser fomentada a sensibilidade ao Outro (“Outro- paciente” e “Outro-trabalhador-equipe”) e ao Encontro para que sejam suportados os desafios da gestão participativa, que se apresentam na forma de conflitos, interesses

3 Entende-se como o espaço cotidiano do trabalho vivo: a unidade de saúde, o ambulatório, o hospital,

etc. Salienta-se a importância de se enxergar o local de trabalho como um espaço de luta cotidiana, como o realizado pelo movimento operário desde o início do capitalismo industrial no Brasil (RAGO, 1987).

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de grupos, impasses, etc. Desta forma, as práticas democráticas na co-gestão do SUS se mostram como um exercício cotidiano e sistemático de compartilhamento de poder/saber.

Chegamos a essas conclusões por meio dos debates proporcionados pelo curso, no qual foram utilizadas diversas estratégias pedagógicas, sendo que algumas delas serão descritas e analisadas abaixo.

Segundo Alvarenga e Araújo (2006), portfólios podem ser descritos como uma amostra das evidências (arquivos, gravações, produções, etc.) que documentam o desenvolvimento, as competências e as habilidades do estudante. Para as autoras, essa é uma potente ferramenta de avaliação do processo de construção do conhecimento, tanto para alunos quanto para professores. A partir de nossa experiência no curso, podemos confirmar essa afirmação.

Para elaboração do meu portfólio utilizei as ferramentas “Google Docs” (arquivo de texto) e “Google Drive” (pasta para guardar arquivos), pois assim tinha acesso aos documentos do curso de forma on line - uma necessidade, dado que o curso é predominantemente realizado no formato EaD (Ensino à Distância) e as atividades eram realizadas tanto em casa quanto no trabalho. Após a finalização do texto, ele era copiado para a plataforma moodle da universidade. Desta forma, o texto completo do portfólio estava sempre disponível on line. Essa estratégia também foi utilizada para as demais atividades do curso (fóruns, textos coletivos, anotações de chats, etc.), o que auxiliou muito o seu desenvolvimento, por meio da organização propiciada por concentrar em alguns documentos e local todos os arquivos do curso. Sugerimos, portanto, a utilização de tais ferramentas em cursos no formato EaD a fim de potencializar o aprendizado dos alunos.

A ferramenta portfólio foi uma novidade, para a qual foi necessária a minha adaptação ao longo do curso. Ela foi utilizada como um repositório das reflexões desenvolvidas durante cada Eixo.

O texto coletivo (chamado “Produção coletiva dos sentidos”) foi uma estratégia pedagógica na qual as estudantes e tutora deveriam construir uma narrativa em conjunto a respeito de determinado tema, geralmente relacionado ao eixo específico do curso. Desta forma, a cada eixo surgiu um texto escrito a várias mãos, num processo muitas vezes bastante anárquico, mas também carregado de

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vivências individuais e coletivas no caminhar de todos os envolvidos em suas experiências na área da Saúde.

Alguns dos momentos mais dinâmicos e potentes dos encontros on line foram os protagonizados nos inúmeros chats – encontros “ao vivo” em que estudantes e tutora debatiam livremente, por meio de uma ferramenta de conversa eletrônica (escrita). Apesar de suas limitações intrínsecas, tais como dificuldade para visualizar as falas e manter a concentração dos participantes às questões apresentadas pela tutora, eles se mostraram espaços de troca e compartilhamento de experiências, angústias e também de estabelecimento de acordos para o funcionamento do curso. Nos chats pudemos nos aprofundar nos temas levantados por cada eixo, sempre com a mediação da tutoria. Os chats também foram utilizados para orientações individuais da tutora a respeito das atividades discentes.

Ao contrário dos chats, as “web conferências” (reuniões ao vivo pela internet, com transmissão de voz e imagem por meio de uma plataforma on line) foram realizadas com menos freqüência. Um dos motivos foi provavelmente a dificuldade para se conseguirem conexões estáveis para sua realização, o que pode estar relacionado à baixa qualidade da internet oferecida na maioria das Regiões brasileiras. Entretanto, apesar das dificuldades, todas as web conferências realizadas se mostraram interessantes ferramentas pedagógicas para uso on line, pois propiciam maior aproximação entre todos os envolvidos (estudantes e tutora), e, desta forma, facilitam o processo de aprendizagem via EaD. Foi por meio de uma web conferência que o PI foi lapidado pelas tutoras, sendo que, em minha avaliação, o trabalho de conclusão da atividade teria sido bem mais difícil sem o uso dessa ferramenta de reunião on line.

Os quatro eixos do curso foram muito debatidos, contudo, os de maior impacto em minhas reflexões foram os Eixos 2 - Processos avaliativos e educação

em saúde coletiva e 4 - Pesquisa-formação e práticas colaborativas na educação em saúde coletiva, pois eles se relacionam diretamente com minhas práticas

profissionais, enquanto apoiador institucional da Política de EPS, por meio do acompanhamento dos processos de planejamento, monitoramento e avaliação das ações educativas desenvolvidas pela SESA/ES, em especial os projetos na área de Saúde Mental - da qual sou referência. Especificamente, o eixo 4 provocou-me, por discutir o tema da pesquisa como ato de produzir verdades e realidades, utilizando-

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se certos métodos ou técnicas, pois estava bastante conectado ao trabalho descrito no Projeto de Intervenção (PI).

O processo de construção do PI foi marcante para mim e minha dupla (Nathalia Pereira Raposo Borba), pois chegamos à conclusão de que precisávamos registrar e monitorar um importante trabalho desenvolvido por nós - a participação em um grupo de pesquisa interdisciplinar e interinstitucional, no qual estão professores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), profissionais das áreas técnicas em Saúde Mental dos municípios de Cariacica, Vila Velha, Serra e Vitória - ES, uma técnica estadual da área de Saúde mental e um apoiador institucional da política de EPS estadual. Essa mistura proporcionou que o olhar da academia se juntasse aos profissionais das áreas técnicas num espaço de integração ensino-serviço para entender um pouco sobre os processos de trabalho na rede de atenção psicossocial.

O Projeto de Pesquisa vem sendo desenvolvido desde o final de 2016 e se chama “Processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória:

os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental”. Ele tem

como metodologia a realização de Grupos Focais com trabalhadores de saúde mental dos maiores municípios da Grande Vitória (Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória) centrados nos seguintes temas: Saúde Mental na Atenção Básica, Álcool e Drogas, Saúde Mental Infanto-juvenil, Atenção à Crise e Desinstitucionalização. Serão realizados 07 grupos focais com trabalhadores de serviços que tenham interface com esses temas. Para a realização dos Grupos Focais são convidados profissionais dos serviços que atuam mais diretamente com a temática abordada, assim, para o Grupo de Saúde Mental na Atenção Básica foram convidados profissionais de Unidades Básicas de Saúde e que atuam com apoio matricial em NASF e CAPS; para o Grupo Focal de Desinstitucionalização, profissionais de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT’s) e CAPS de referência, etc.

Desta forma, o PI tem como objetivo geral “desenvolver estratégias para promover a integração ensino-serviço a fim de atender as demandas e reais necessidades dos profissionais e do território”, sendo que seus objetivos específicos são os seguintes: a. Acompanhar as ações de integração entre ensino e serviço desenvolvidas no GT do Projeto de Pesquisa; b. Problematizar a articulação entre setores de gestão e serviço do SUS e instituições de ensino na definição,

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planejamento e execução de pesquisas em saúde no âmbito do SUS; c. Qualificar o desenvolvimento de ações de EPS no âmbito da Saúde Mental, após análise dos dados colhidos na Pesquisa.

Foi escolhido o Método Cartográfico4 para o acompanhamento desse

processo de trabalho, pois ele é um dos que permite maior liberdade de interação entre os pesquisadores e o seu objeto de estudo. Nesse caso, o acompanhamento da construção coletiva de um projeto de pesquisa, ele próprio também uma pesquisa-intervenção.

Como evidenciado acima, a proposta desse PI vem se conectar a uma demanda concreta do trabalho de Educação Permanente desenvolvido junto ao grupo de pesquisa, o que esperamos poder resultar em importantes direcionamentos para outros projetos de pesquisa e/ou atividades em que a integração ensino-serviço seja essencial para a realização das atividades.

4 A Cartografia é um método de pesquisa-intervenção formulado por Gilles Deleuse e Felix Gattari

que tem como objetivo acompanhar um processo, sempre considerando o efeitos da pesquisa sobre seu objeto, o pesquisador e seus resultados. “Em linhas gerais, trata-se sempre de investigar um processo de produção.” (KASTRUP, 2009, p. 32).

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3. Considerações Finais

Ao findar esse ensaio, passei a compreender que estratégias metodológicas para discussão do tema acompanhamento, monitoramento e avaliação na Educação em Saúde Coletiva são importantes para impactar nos processos de trabalho dos setores responsáveis pela Política de EPS em todas as instâncias do SUS. Se elas não estiverem estruturadas como rotinas no processo de trabalho nas ETSUS, os impactos das ações educativas deixarão de ser medidos e avaliados ao longo do tempo, o que poderá acarretar riscos de questionamentos a respeito da pertinência da continuidade de tais projetos, devido ao contexto de redução do financiamento das políticas públicas, em especial na Saúde. Desta forma, a RET-SUS5 precisa dar continuidade ao tema por meio de ações educativas semelhantes, bem como utilizando metodologias diversas para que os impactos sociais da EPS possam ser demonstrados a toda coletividade.

Outra pista que consegui vislumbrar é a importância da participação social, bem como de todas as partes interessadas (os assim chamados “stakeholders”) no planejamento e execução das ações educativas a fim de que elas tenham maior probabilidade de atingir os objetivos propostos.

É muito importante a integração entre serviços de saúde e instituições de ensino/pesquisa, para enriquecimento mútuo dos processos de trabalho e principalmente facilitar a consecução das metas e desafios propostos nos projetos de pesquisa-intervenção. As propostas de metodologias para que seja realizada essa integração precisam ser sistematizadas e divulgadas para fomentar a sua multiplicação. Esse é o desafio proposto pelo PI em meu processo de trabalho junto com a equipe responsável pelo projeto de pesquisa “Processo de trabalho na Rede

de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental”.

A principal limitação deste estudo é a sua singularidade, isto é, sua

5 "A Rede de Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (RET-SUS) é uma estratégia de

articulação, troca de experiências, debates coletivos e construção de conhecimento em Educação Profissional em Saúde. Trata-se de uma rede governamental criada pelo Ministério da Saúde (MS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), com vista a fortalecer a formação do pessoal de nível médio que atua na área da Saúde” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).

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característica de experiência individual (apesar de também coletiva) de um estudante/trabalhador do SUS em sua jornada em busca pelo conhecimento. Entretanto, essa característica pode ser vislumbrada ao mesmo tempo como uma oportunidade, na qual às vezes são abertas formas singulares e inovadoras de se abordar os assuntos tratados.

Durante todo o curso, e também na construção desse TCC, pude incrementar minha caixa de ferramentas conceituais (e práticas) relacionadas à temática da avaliação e monitoramento das ações educativas em Saúde. Meu processo de trabalho pode ser repensado à luz das provocações e conhecimentos construídos ao longo do curso, ao ponto de chegarmos à óbvia conclusão de que um processo de integração ensino-serviço (ainda mais na área de pesquisa-intervenção em Saúde Mental) precisava ser estudado de forma sistematizada, para que essa experiência não se perdesse no limbo da história, o que deu origem ao PI. Esse será um dos legados dessa especialização, junto com a troca de ricas experiências entre as ETSUS e o fortalecimento do SUS enquanto espaço de ensino e aprendizagem no trabalho.

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4. Referências

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLOGIA EM SAÚDE

DOUGLAS GONÇALVES JACOB NATHALIA BORBA RAPOSO PEREIRA

A NECESSÁRIA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: INTERFACES ENTRE A ACADEMIA E REDE DE SAÚDE MENTAL DO ESPÍRITO SANTO

NÚCLEO ESPECIAL DE FORMAÇÃO EM SAÚDE

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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DOUGLAS GONÇALVES JACOB NATHALIA BORBA RAPOSO PEREIRA

A NECESSÁRIA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: INTERFACES ENTRE A ACADEMIA E REDE DE SAÚDE MENTAL DO ESPÍRITO SANTO

NÚCLEO ESPECIAL DE FORMAÇÃO EM SAÚDE

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Projeto de Intervenção apresentado como requisito parcial e obrigatório para obtenção do grau de Especialista em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva.

Orientadoras: Vânia Príamo e Pilar Belmonte

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 3

1.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ... 6

2. PROBLEMA ... 8 3. JUSTIFICATIVA ... 9 4. OBJETIVOS ... 10 4.1 OBJETIVO GERAL ... 10 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 10 5. DISCUSSÃO TEÓRICO-CONCEITUAL ... 10 6. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ... 12 7. CRONOGRAMA ... 14 8. RECURSOS NECESSÁRIOS ... 15 REFERÊNCIAS ... 16

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1. INTRODUÇÃO

Instituída na Portaria nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) consiste numa rede de pontos de atenção que atuam de maneira articulada com a finalidade de garantir o cuidado em saúde às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Além de definir diretrizes, objetivos, componentes e pontos de atenção da RAPS, a Portaria nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011, também define as fases da operacionalização da implantação da RAPS e contempla em sua Fase II a instituição do Grupo Condutor Estadual (GCE) da RAPS, formado pela Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e apoio institucional do Ministério da Saúde, com as seguintes atribuições: a) mobilizar os dirigentes políticos do SUS em cada fase; b) apoiar a organização dos processos de trabalho voltados a implantação/implementação da rede; c) identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em cada fase; e d) monitorar e avaliar o processo de implantação/implementação da rede.

No Espírito Santo, o GCE-RAPS é coordenado pela Coordenação Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, da Secretaria Estadual de Saúde, (SESA) e conta com a participação, além dos entes citados em Portaria, de representantes das Superintendências Regionais de Saúde e das coordenações municipais de saúde mental, além do Núcleo Especial de Desenvolvimento de Recursos Humanos (NUEDRH), também da SESA, entre outros.

Entre os temas recorrentes nas reuniões mensais do GCE-RAPS encontram-se a demanda por espaços de formação em saúde mental e a demanda por espaços coletivos de trocas de saberes e experiências.

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A partir dessa realidade, no ano de 2015, o GCE-RAPS deliberou pela realização de um Seminário Estadual de Saúde Mental, no qual pudessem ser debatidos temas afins à política de saúde mental no estado. Para a realização do Seminário contou com a parceria de docentes e discentes dos cursos de Terapia Ocupacional e Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A Comissão Organizadora do evento foi composta, portanto, por representantes do GCE-RAPS e da UFES.

O Seminário, realizado em setembro de 2015, contou com a realização de Mesas Redondas sobre temas afins à RAPS e de Rodas de Conversa temáticas, divididas em cinco temas eleitos pela Comissão Organizadora após deliberação do GCE-RAPS: Saúde Mental na Atenção Básica; Álcool e Drogas; Saúde Mental Infantojuvenil; Atenção à Crise; e Desinstitucionalização. Nas Rodas de Conversa, os participantes do Seminário – principalmente estudantes e profissionais de saúde – puderam relatar experiências práticas e trabalhos teóricos desenvolvidos nas áreas.

Várias questões foram levantadas nas Rodas de Conversa, que versavam sobre a necessidade de ampliação e fortalecimento da RAPS no estado, a articulação dos pontos de atenção e organização dos processos de trabalho nos serviços e entre as equipes, entre outras questões. O ponto comum levantado em todas as Rodas de Conversa foi a demanda de constituição de mais espaços de trocas e compartilhamento de saberes e experiências.

Durante o processo de organização do Seminário, observou-se que até então predominava uma falta de articulação entre instituições de ensino e pesquisa (como a UFES) e instâncias de gestão da RAPS (como o GCE-RAPS) e que tal distanciamento impactava na oferta de espaços de Educação Permanente em Saúde aos trabalhadores de saúde mental e na resolutividade desses espaços.

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Estimulados pela experiência do Seminário e amparados nessas reflexões, o grupo remanescente da Comissão Organizadora do Seminário voltou a se reunir no final de 2015 com o objetivo de aprofundar e dar continuidade às questões levantadas. Constituiu-se a partir de então um Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração e pelo desenvolvimento de dois projetos para serem realizados no ano de 2016: 1) Projeto de Pesquisa “Processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental”; 2) “Encontro de Trabalhadores de Saúde Mental”. O GT, portanto, tal como a Comissão Organizadora do Seminário, é formado por docentes da UFES e representantes do GCE-RAPS.

O Projeto de Pesquisa “Processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental”é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Espírito Santo (FAPES) e tem como metodologia a realização de Grupos Focais com trabalhadores de saúde mental dos maiores municípios da Grande Vitória (Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória) centrados nos seguintes temas: Saúde Mental na Atenção Básica, Álcool e Drogas, Saúde Mental Infantojuvenil, Atenção à Crise e Desinstitucionalização – os mesmos temas, portanto, das Rodas de Conversa do Seminário de 2015, sendo que o tema de Desinstitucionalização contará com dois Grupos Focais, um voltado para o trabalho em Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) e outro voltado para o trabalho no âmbito dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e o último Grupo Focal terá como público alvo os coordenadores dos serviços de saúde mental. Serão realizados 07 grupos focais com trabalhadores de serviços que tenham interface com esses temas, sendo o primeiro deles realizado em novembro de 2016. Para a realização dos Grupos Focais são convidados profissionais dos serviços que atuam mais diretamente com a temática abordada, assim, para o Grupo de Saúde Mental na Atenção Básica foram convidados profissionais de Unidades Básicas de Saúde e que atuam com apoio matricial em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e

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CAPS; para o Grupo Focal de Desinstitucionalização, profissionais de SRT e CAPS de referência, etc.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

Os municípios da Grande Vitória foram eleitos devido à viabilidade de execução da pesquisa, já que são municípios próximos e interligados por uma malha viária que facilita o encontro dos participantes da pesquisa. Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória estão entre os municípios mais populosos do Espírito Santo (mais de trezentos mil habitantes), constituído, em sua maioria por municípios de pequeno porte, tendo apenas 9 (nove) de seus 78 (setenta e oito) municípios com população superior a cem mil habitantes.

A implantação da RAPS no Espírito Santo se dá de forma diferenciada em cada um de seus municípios e Regiões de Saúde e, mesmo nos municípios da Grande Vitória – alvos da Pesquisa em tela – a conformação da RAPS se dá de maneira diversa:

- Cariacica, com 384.621 habitantes, possui 37 (trinta e sete) Unidades Básicas de Saúde (UBS) cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) e uma cobertura de Atenção Básica – considerando Estratégia de Saúde da Família (ESF) e outras formas de organização – de 23,91%. Possui em seu território 2 (dois) Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) II, 10 (dez) Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) e um Hospital e Pronto-Socorro Psiquiátrico Adulto – o Hospital Adauto Botelho, todos estes serviços de gestão estadual. Conta ainda com equipes específicas para o atendimento de usuários de álcool e drogas - Programa Municipal de Álcool e Drogas (PROMAD) - e de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico ou com transtorno mental, sendo essas equipes lotadas em UBS.

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- Serra, com 494.109 habitantes, possui 41 (quarenta e uma) UBS cadastradas no SCNES e uma cobertura de Atenção Básica – considerando ESF e outras formas de organização – de 46,36%. Possui um CAPS II e um CAPS Álcool e Drogas (AD), 2 (duas) equipes de Consultório de Rua – não adequadas para Consultório na Rua1 - e um Ambulatório de Saúde Mental Infantojuvenil (ainda

não qualificado para constituir um CAPS infantojuvenil), bem como equipes de saúde mental lotadas em Unidades de Saúde Regionais (URS), além de 3 (três) SRT de gestão estadual.

- Vila Velha, com 479.664 habitantes, possui 31 (trinta e uma) UBS cadastradas no SCNES e uma cobertura de Atenção Básica – considerando ESF e outras formas de organização – de 45,08%. Possui um CAPS AD e equipes de saúde mental lotadas em algumas Unidades de Saúde municipais. Possui ainda três SRT estaduais em seu território e uma equipe de Consultório na Rua.

- Vitória, com 359.555 habitantes, habitantes possui 33 (trinta e três) UBS cadastradas no SCNES e uma cobertura de Atenção Básica – considerando ESF e outras formas de organização – de 88,63%. É o município com a RAPS mais completa para seu parâmetro populacional: possui um CAPS II, um CAPS III, um CAPSi e um CAPS AD III, duas equipes de Consultório na Rua, quatro Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), e 3 (três) SRT, sendo um de gestão municipal e dois de gestão estadual.

O Hospital Adauto Botelho – hospital psiquiátrico - possui 55 (cinquenta e cinco) leitos e atende todo o estado do Espírito Santo e consiste na porta de entrada hospitalar para urgências e emergências psiquiátricas. A Região

1

Em sua implantação inicial, os Consultórios de Rua eram vinculados à Coordenação Nacional de Saúde Mental e foram transferidos para a Coordenação nacional da Atenção Básica por meio da Portaria nº 122, de 25 de janeiro de 2012, quando passaram a ser denominados Consultórios na Rua. Além da nomenclatura, muda a composição das equipes e o atendimento antes centrado no usuário de álcool e outras drogas, insere-se em um espaço mais amplo, atuando na atenção primária à saúde de pessoas em situação de rua, em diferentes condições de saúde.

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Metropolitana, até o momento, não possui leitos de saúde mental em Hospitais Gerais, conforme preconizado pela Política Nacional de Saúde Mental.

2. PROBLEMA

Embora as pesquisas e intervenções em saúde mental - realizadas tanto em projetos de mestrado/doutorado, como em outros projetos desenvolvidos por instituições de ensino - e a oferta de momentos de formação para os trabalhadores de saúde mental – principalmente de nível superior - sejam frequentes, observa-se que as demandas dos profissionais permanecem e multiplicam-se. Seja em eventos, reuniões de rede, visitas técnicas ou outros espaços coletivos, os profissionais de saúde mental reiteram a solicitação de momentos de educação permanente. Ainda que se reconheça a qualidade de várias das ações desenvolvidas, observa-se que estas parecem não atender às demandas colocadas pelos profissionais, e tampouco aproximam-se do objetivo precípuo das atividades formativas: facilitar transformações na realidade que impactem nas práticas de cuidado à população, constituindo-se enquanto prática de aprendizagem significativa, promovendo e produzindo sentidos.

Acredita-se que um dos motivos para esse cenário é a baixa integração dessas ações com a rede de saúde mental existente nos territórios, tanto no âmbito da gestão em saúde, quanto dos trabalhadores que efetivamente atuam junto aos usuários da rede. Não obstante estejam previstos momentos de compartilhamento dos resultados observados nessas ações, avalia-se que estes momentos são insuficientes não permitindo a qualificação das ações desenvolvidas e o aprofundamento dos resultados.

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3. JUSTIFICATIVA

Após discussão com a coordenação do Núcleo de Educação e Formação em Saúde (NUEFS), deliberou-se que o Projeto de Intervenção acompanharia o Projeto de Pesquisa “Processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental”.

Além de docentes e discentes da UFES, a equipe do GT responsável pelo Projeto de Pesquisa é composta também por representantes dos serviços de saúde, contando com representação do NUEFS e da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), além de Áreas Técnicas de Saúde Mental de municípios envolvidos.

Uma vez observada a baixa integração entre ações desenvolvidas por instituições de ensino e a rede de saúde e, por apreender que a composição do GT do Projeto de Pesquisa torna-o uma proposta de integração ensino-serviço efetiva, já que se dá desde sua concepção, passando pelo planejamento de ações, execução, análise e discussão dos resultados, se nota a importância de que o desenvolvimento das atividades do GT seja acompanhado, problematizado e analisado.

Parte-se do pressuposto de que tal integração pode tanto potencializar os desdobramentos dos resultados que forem encontrados na Pesquisa, possibilitando a qualificação e o aprofundamento das estratégias futuras de Educação Permanente no âmbito da Saúde Mental, quanto favorecer a construção coletiva de dispositivos de acompanhamento e avaliação para as ações propostas em rede, fortalecendo assim, a busca por benefícios concretos para a atenção integral à saúde.

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4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver estratégias para promover a integração ensino-serviço a fim de atender as demandas e reais necessidades dos profissionais e do território.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a. Acompanhar as ações de integração entre ensino e serviço desenvolvidas no GT do Projeto de Pesquisa;

b. Problematizar a articulação entre setores de gestão e serviço do SUS e instituições de ensino na definição, planejamento e execução de pesquisas em saúde no âmbito do SUS;

c. Qualificar o desenvolvimento de ações de EPS no âmbito da Saúde Mental, após análise dos dados colhidos na Pesquisa.

5. DISCUSSÃO TEÓRICO CONCEITUAL

Apesar de ser inquestionável o mérito e a necessidade de formação para os profissionais no domínio técnico-científico, questionamo-nos se essa é realmente a melhor – ou a única - ferramenta para responder às necessidades percebidas na realidade cotidiana dos serviços de saúde. Em espaços e momentos diversos, os profissionais de saúde contam sobre suas angústias face aos desafios vivenciados em seus cotidianos. Eles falam. Mas e quanto a nós? Enquanto formuladores ou gestores das estratégias de educação permanente em saúde, nós escutamos?

Ceccim e Feuerwerker (2004) nos apontam que

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“A atualização técnico-científica é apenas um dos aspectos da qualificação das práticas e não seu foco central. A formação engloba aspectos de produção de subjetividade, produção de habilidades técnicas e de pensamento e o adequado conhecimento do SUS. A formação para a área da saúde deveria ter como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho, e estruturar-se a partir da problematização do processo de trabalho e sua capacidade de dar acolhimento e cuidado às várias dimensões e necessidades de saúde das pessoas, dos coletivos e das populações”. (Ceccim e Feuerwerker, 2004, p.43)

Todas as instâncias do SUS estão convocadas a pensar a formação dos profissionais de saúde de modo que as práticas sejam efetivamente de cuidado e plenas em sua potência de afetar realidades. Isso implica articulação entre diferentes atores e instâncias, bem como criatividade no delineamento de propostas educativas.

As estratégias de educação permanente devem ser capazes de problematizar e provocar reflexões críticas sobre a organização dos processos de trabalho entre as equipes de saúde, bem como das organizações gestoras dos serviços e organizadoras das Redes de Atenção à Saúde. Para tanto, é preciso que a construção dessas estratégias se dê de maneira coletiva, garantindo a participação ativa de diferentes instâncias do SUS, de forma que tomem como referência as problematizações e os desafios percebidos no cotidiano dos profissionais de saúde e as necessidades de saúde das pessoas e das populações.

Trabalha-se aqui com o conceito do quadrilátero da formação em saúde que, segundo Ceccim e Feuerwerker (2004), engloba as dimensões ensino – gestão – atenção – controle social.

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“Cada face libera e controla fluxo específicos, dispõe de interlocutores específicos e configura espaços-tempos com diferentes motivações. Então, ao disputar uma apreciação crítica da formação que fazemos e uma formação com vigor político para um processo de mudança na realidade, nos deparamos com a necessidade de ativar certos processos e controlar outros. [...] Cada face comporta uma convocação pedagógica, uma imagem de futuro, uma luta política e uma trama de conexões. Cada interseção resulta em trajetos formativos postos em ato. Merhy (1994) percebe isso quando afirma que a busca da qualidade dos serviços de saúde está em aproveitar os ruídos do cotidiano dos serviços e colegiadamente reorganizar o processo de trabalho”. (Ceccim e Feuerwerker, 2004, p.47)

6. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA

Para o desenvolvimento de uma narrativa problematizadora do processo de trabalho do Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo desenvolvimento do Projeto de Pesquisa “Processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental” e posterior delineamento de propostas metodológicas de integração ensino e serviço em projetos de Educação Permanente em Saúde (EPS) e de Pesquisa no âmbito do SUS, vinculadas à SESA, partiremos do método cartográfico.

A cartografia destaca a inseparabilidade entre conhecer e fazer, entre sujeito que pesquisa e o objeto pesquisado, de modo que a experiência da investigação promove efeitos sobre o objeto, o pesquisador e a produção de conhecimento. Esse método foi eleito devido ao fato de serem os autores do Projeto de Intervenção também atores do Projeto de Pesquisa cujo processo de trabalho se pretende aprofundar.

Assim, o trabalho da pesquisa

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“se faz pelo engajamento daquele que conhece no mundo a ser conhecido. É preciso, então, considerar que o trabalho da cartografia não pode se fazer como sobrevoo conceitual sobre a realidade investigada. Diferentemente, é sempre pelo compartilhamento de um território existencial que sujeito e objeto da pesquisa se relacionam e se codeterminam”. (Alvarez e Passos, 2015, p.131)

Não se pretende com este Projeto de Intervenção apenas a descrição da metodologia de trabalho aplicada à organização desse GT, mas o acompanhamento dos processos em curso, em busca de aprendizados que possuam potências de afetar os cotidianos das instituições.

As atividades e as impressões colhidas durante o acompanhamento do GT serão registradas em Diários de Bordo (um para cada autor do Projeto de Intervenção), que servirão de base para nortear o delineamento de intervenções que possam se desdobrar desse processo investigativo/imersivo. Como ressaltam Barros e Passos (2015):

“O registro do trabalho de investigação ganha, dessa forma, função de dispositivo, não propriamente para concluir o trabalho ou apresentar seus resultados finais, mas como disparador de desdobramentos da pesquisa” (p.173).

A análise do conteúdo dos diários de bordo visa problematizar como se deu a articulação entre os setores de gestão e serviço do SUS e a UFES na definição, planejamento e execução da pesquisa, pois já teremos material do acompanhamento de algumas reuniões do GT.

Após a apresentação será dado seguimento ao Projeto de Intervenção, com a continuidade de elaboração e análise de conteúdo dos Diários de Bordo e confecção de relatório final que será entregue à coordenação do NUEFS/SESA com o delineamento de propostas metodológicas de integração ensino e

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serviço em projetos de EPS e de Pesquisa no âmbito do SUS, vinculadas à Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo.

7. CRONOGRAMA

As atividades do PI se darão de acordo com o seguinte cronograma:

Atividade/Mês de execução

2017 2018

fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr

1 Reunião do GT (observação participante) 2 Produção dos Diários de Bordo 3 Análise do conteúdo dos Diários de Bordo 4 Apresentação do PI 5 Entrega do Relatório Final 14

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8. RECURSOS NECESSÁRIOS

Para realização do PI serão necessários os Recursos destacados abaixo:

Recursos Necessários*

2017 2018

fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr 1 Carga horária pesquisadores 2 Computador; Internet 3 Material de Consumo: Papel; Tinta para impressora; Caderno; Canetas 4 Transporte

*Não serão disponibilizados recursos específicos para a realização do Projeto de Intervenção. Os Recursos utilizados já existem na Secretaria Estadual de Saúde.

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REFERÊNCIAS

ALVAREZ, J.; PASSOS, E. Cartografar é habitar um território existencial. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa Intervenção e Produção de Subjetividade.Porto Alegre: Sulina, 2015. 131-149.

BARROS, R. B. de; PASSOS, E. Diário de bordo de uma viagem intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa Intervenção e Produção de Subjetividade.Porto Alegre: Sulina, 2015. 172-200.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep. html>

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 14(1): 41 – 65, 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

73312004000100004&lng=pt&nrm=iso>.

PASSOS, E.; BARROS, R. B. de. A Cartografia como Método de Pesquisa- Intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa Intervenção e Produção de Subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015. 17-31.

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