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ANDRÉA RODRIGUES TÁRTARO PSICOMOTRICIDADE: UMA ANÁSILE SOBRE SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

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Leme 2017

ANDRÉA RODRIGUES TÁRTARO

PSICOMOTRICIDADE: UMA ANÁSILE SOBRE SUAS

CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

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Andréa Rodrigues Tártaro

Psicomotricidade: Uma Análise Sobre as suas Contribuições para a

Educação Física Infantil

Projeto apresentado ao Curso de Educação Física do Cento Universitário Anhanguera Leme Orientador: Adriana Paula D’Ângelo

Leme 2017

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ANDRÉA RODRIGUES TÁRTARO

PSICOMOTRICIDADE: UMA ANÁLISE SOBRE AS SUAS

CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Educação Física - Licenciatura.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Esp. Maria Beatriz terossi

Prof.ª Esp. Adriana Paula D’andelo

Prof. Dr Fábio Angioluci Diniz Campos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 6 1. CONCEITOS E OBJETIVOS DA PSCOMOTRICIDADE ...8 2. A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA

INFANTIL...10 3. A CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR FÍSICO NO DESENVOLVIMENTO

GLOBAL DA CRIANÇA...12 3.1 ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE A SEREM

DESENVOLVIDOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL...13 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...18 REFERÊNCIAS ...19

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Tártaro, R. A. Psicomotricidade: Uma Análise Sobre suas Contribuições para a Educação Física Infantil. 2017. 20 p. Trabalho de Conclusão de Curso

(Licenciatura em Educação Física) - Centro Universitário Anhanguera, Leme, 2017.

RESUMO

Este trabalho visa analisar a importância da psicomotricidade na Educação Física Infantil, e suas contribuições para o desenvolvimento integral da criança em seus diferentes aspectos. A psicomotricidade proporciona a transformação e a interação da criança com o mundo que a cerca, gerando através de estímulos adequados condições para o desenvolvimento de sua autonomia, construção da sua personalidade, e o conhecimento e percepção de seu corpo. Neste contexto o professor de Educação Física possui papel fundamental, no sentido de oportunizar diversas formas de experiências através da aplicação contextualizada de práticas pedagógicas efetivas, colaborando na prevenção de possíveis defasagens no desenvolvimento motor, psíquico e social da criança.

Palavras-chave: psicomotricidade, educação infantil, desenvolvimento global da criança.

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INTRODUÇÃO

A psicomotricidade está presente em todas as atividades que desenvolvem a motricidade das crianças, contribuindo para o conhecimento e o domínio de seu próprio corpo. Além de constituir-se como um fator indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança, a psicomotricidade também se constitui como a base fundamental na estruturação das competências cognitivas, afetivas e sociais, contribuindo de maneira relevante no processo de aprendizagem da criança. A Educação Física através da psicomotricidade tem como principal objetivo estimular o movimento, por meio de jogos, atividades lúdicas e exercícios corporais como ferramentas no processo de ensino aprendizagem de forma a promover a aquisição do domínio corporal, definir a lateralidade e a orientação espacial, proporcionando o desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade. Diante dessa perspectiva torna-se evidente o papel da psicomotricidade na prevenção das dificuldades na aprendizagem da criança durante a fase pré-escolar e escolar, e no desenvolvimento do seu potencial permitindo-lhe experimentar os mais variados estímulos e situações, vivenciando experiências concretas de maneira a favorecer uma formação integral e harmoniosa.

Para Oliveira (1997), ”A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras perceptivas, afetivas e sócio motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas indispensáveis ao desenvolvimento intelectual e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca”.

A psicomotricidade é de fundamental importância no desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois trata do ser como um todo. Um bom desenvolvimento psicomotor na infância é essencial para que o indivíduo seja bem estruturado nos aspectos motores, afetivos e intelectuais. Trabalhos envolvendo o tema Psicomotricidade vem sendo realizados e tem demonstrado resultados positivos quando é utilizada por meio da Educação Física Infantil. No desenvolvimento da criança na fase escolar através de atividades adequadas a Educação Física auxilia a criança a conhecer seu próprio corpo, descobrir novas experiências motoras e a

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desenvolver suas potencialidades de maneira integral, proporcionando uma melhor adaptação a sociedade.

Este estudo tem como objetivo geral analisar a importância da psicomotricidade na Educação Física infantil e suas contribuições para o desenvolvimento da criança em diferentes aspectos. Diante disto tem se como objetivos específicos:

 Estabelecer os objetivos da psicomotricidade na Educação física infantil  Ressaltar a importância da Educação Física tendo a psicomotricidade

como perspectiva pedagógica

 Destacar atuação do professor na Educação Física Infantil, no processo de estruturação e desenvolvimento dos elementos básicos da psicomotricidade.

As considerações tratadas neste trabalho são fundamentadas em pesquisas bibliográficas, autores e estudiosos do assunto. Os procedimentos metodológicos foram realizados por meio de uma revisão bibliográfica de artigos científicos e livros, caracterizando este trabalho como uma pesquisa de natureza exploratória, foi efetuado a seleção dos materiais pesquisados e dos autores de maior relevância. O processo de análise dos materiais foi finalizado por meio de uma leitura interpretativa com o objetivo de compreender, relacionar e definir as contribuições e o papel do educador físico tendo a psicomotricidade como estratégia pedagógica. Diante da análise desse estudo é possível constatar as inúmeras contribuições da psicomotricidade na educação física infantil e ressaltar ainda a relevância da atuação do professor de educação física, na elaboração de estratégias adequadas e intervenções necessárias, de forma a contribuir no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento global e uniforme da criança.

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1. CONCEITOS E OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE

Em 1909 o desequilíbrio motor já havia despertado à atenção da comunidade científica, o termo psicomotricidade foi utilizado pela primeira pelo médico psiquiatra Dupré, uma figura de grande importância para o âmbito psicomotor. Dupré afirmou que a debilidade motora não tinha relação com o aspecto neurológico e estabeleceu as diferenças entre elas, constatando que é possível ter dificuldades motoras sem alterações intelectuais e vice-versa. A pesquisa teve em sua primeira fase o desenvolvimento motor da criança, logo em seguida, estudou-se a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e intelectual. Atualmente os estudos vão além de déficit motores, aponta também algumas fases fundamentais dentro do processo de desenvolvimento motor infantil de grande relevância, com o intuito de auxiliar pedagogos e professores para que entendam os conceitos da Psicomotricidade e sua importância no processo de aprendizagem das crianças na Educação Infantil. Com o estudo e interesse de vários autores relacionados ao assunto, a psicomotricidade evoluiu de forma significativa tornando-se uma disciplina específica e autônoma.

Atualmente existem várias definições para o termo psicomotricidade e cada

autor coloca seu ponto de vista, com base em estudos específicos ao defini-la. Le Boulch (1986, p. 221) observa que “75% do desenvolvimento psicomotor ocorrem

na fase pré-escolar, e o bom funcionamento dessa área facilitará o processo de aprendizagem futura”.

Para Le Boulch (1984) é essencial que a psicomotricidade seja trabalhada na escola nas séries iniciais de forma a propiciar a criança a consciência de seu corpo e todos os componentes motores envolvidos. Utilizando-se de uma didática consistente acredita ser possível prevenir futuros desajustes motor e sobretudo colaborar com seu desenvolvimento cognitivo e social. Considerando os benefícios que a psicomotricidade proporciona à criança no seu desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo social por meio de atividades motoras, é de suma importância trabalhar a psicomotricidade através da educação física estimulando ao máximo o potencial da

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Segundo Negrine (1995, p. 20) um dos argumentos que justificam a educação psicomotora na educação básica durante a fase pré-escolar é a evidência sobre seu papel na prevenção das dificuldades de aprendizagem. Pois, é durante esse período que a personalidade de cada indivíduo vai sendo moldada. É o momento em que a criança constrói os principais instrumentos internos de que servirá primeiramente de maneira inconsciente e depois conscientemente para interagir-se com a sua realidade externa. Assim, através da interação com o meio, a criança descobre, inventa, resiste, pergunta, argumenta e socializa-se. A educação psicomotora nas escolas visa desenvolver nas várias etapas de crescimento da criança uma aprendizagem de

caráter educativo, auxiliando na prevenção de distúrbios de aprendizagem. Lussac (2008) entende que a psicomotricidade é o estudo do homem e tem

como objetivo contribuir para o desenvolvimento integral da criança por meio de atividades que serão trabalhadas com as mesmas, deste modo, a criança desenvolve os aspectos mentais, psicológicos, sociais, culturais e físicos. A psicomotricidade é um processo na qual permite a criança adquirir gradativamente maturidade e conhecer a si mesma.

Oliveira (2001) afirma que o movimento é estruturante para a criança na aquisição do conhecimento do mundo através de seu corpo, das sensações e percepções de tudo que a rodeia. Ela enfatiza que a Psicomotricidade permite ao indivíduo a aceitação da sua realidade corporal trazendo uma sensação de bem estar consigo mesmo, possibilitando a livre expressão do seu ser. Tendo em vista as inúmeras contribuições que a psicomotricidade proporciona na estruturação física e na integração global da criança, esse estudo tenciona provocar a reflexão a respeito da importância da atuação dos professores de educação física no âmbito escolar.

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2. A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL.

A psicomotricidade pode ser compreendida como um fator imprescindível na estruturação global, e no desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança. É através da Educação Psicomotora que o processo intelectivo da aprendizagem se estrutura e amplifica, a partir dela podemos acompanhar a evolução da aprendizagem motora bem como identificar possíveis dificuldades nas bases do desenvolvimento psicomotor da criança. Dentro dessa perspectiva a prática pedagógica da educação física infantil deve proporcionar atividades que promovam a aquisição dos elementos motores e cognitivos que auxiliem no processo de alfabetização, sempre respeitando suas capacidades e limitações, realizando intervenções quando necessário, para que a criança aprenda a lidar com situações complexas e estabeleça soluções através da sua própria capacidade relacionando-as com situações vivenciadas.

Dentre as propriedades da Educação física a psicomotricidade tem um papel relevante no desenvolvimento das habilidades básicas motoras da criança bem como no desenvolvimento de sua autonomia, possibilitando a compreensão do seu próprio corpo através do movimento. Nesse contexto é fundamental que o profissional da Educação Física trabalhe seus conteúdos através de um ambiente estimulante e cheio de interações para que os alunos possam alcançar o máximo de seu potencial de desenvolvimento. É importante que seja proporcionada a criança um estimulo compatível com sua idade, através de atividades que sejam ricas e desafiadoras, sem que ultrapasse sua capacidade de supera-las,

A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogos adequados a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial. (NEGRINE, 1995, p. 15)

O desenvolvimento motor tem uma ordem a ser seguidas, cada idade apresenta um estágio diferente para ser superado, com o conhecimento desses estágios é possível estabelecer planos de ensino que proporcione a criança uma evolução ampla, adequada e efetiva, levando em conta seu limite físico e mental.

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Nesse contexto as atividades de psicomotricidade a serem desenvolvidas requer um trabalho bem elaborado, na qual sigam uma ordem de sequência e sucessão de movimentos, tendo como meta um objetivo a ser alcançado, e reavaliado sempre que necessário de forma a proporcionar um desenvolvimento satisfatório e adequado para a criança.

As instituições de ensino devem propiciar um ambiente agradável onde os escolares possam se sentir seguros para que aproveitem ao máximo o tempo e o espaço oferecido a eles, permitindo que a criança se arrisque e vença seus medos experimentando novos desafios (Brasil, 1998).

A Educação Física Infantil por meio da psicomotricidade tem como objetivo, auxiliar a criança a descobrir e conhecer seu próprio corpo, e fornecer ferramentas para que através da educação a criança se torne mais confiante, segura e independente, contribuir no desenvolvimento da sua a capacidade de comunicação e estabelecer relações sociais de maneira ampla e autônoma, permitir a expressão de suas emoções, desejos e necessidades através de diferentes situações, estímulos e brincadeiras contribuindo assim no processo de construção de seu aprendizado.

“A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciências do seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas” (LE BOUCH, 1987, p. 11). Fonseca (1995, p. 98) define que a psicomotricidade pode ser estudada através de sete fatores como necessidades psicomotoras, são elas: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espaço-temporal, coordenação global e fina e óculo manual.

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3. A CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR FÍSICO NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA.

As experiências que as crianças vivem nos primeiros anos de vida são fatores determinantes para sua formação na vida adulta. O desenvolvimento motor pode ser compreendido através do desenvolvimento progressivo das habilidades de movimento, ou seja, é um processo contínuo que ocorre ao longo de toda a vida do ser humano. Através dos movimentos as crianças articulam toda sua afetividade, desejos e suas possibilidades de comunicação. Nessa fase da vida a criança começa a explorar os movimentos e suas habilidades corporais, seja através dos estímulos que lhe são proporcionados, ou do ambiente em suas atividades diárias, a criança precisa conhecer o seu corpo e entender seus limites, é importante para ela assimilar o espaço que a cerca e compreender que é capaz de modificar o ambiente em que vive. Pode se dizer que na criança a afetividade e a formação de sua personalidade está ligada à psicomotricidade, algumas atividades proporcionam a criação e a interpretação do mundo em que vivem, por isso o ensino deve ser feito por meio de atividades lúdicas, jogos e tarefas que trabalhem o desenvolvimento motor e exerçam uma aprendizagem dinâmica e eficiente (ARAÚJO E VALADARES,1999).

Na educação física é possível utilizar a psicomotricidade como uma excelente ferramenta no desenvolvimento da aprendizagem motora, das habilidades e potencial da criança, fazendo com que o seu corpo tenha sustentação para uma boa aprendizagem e sucesso em sua vida escolar, e para que isso ocorra, deve-se explorar tarefas que envolvam desenvolvimento motor no período que é caracterizado pela estruturação da imagem corporal e pela organização psicomotora.

O professor de Educação física tem um papel fundamental na estruturação e no processo de aprendizagem dos alunos, e na abordagem da educação infantil sua função ganha uma maior ênfase. É através do olhar atento do professor, enquanto mediador do processo formal de ensino-aprendizagem, que se perceberá a evolução do processo de construção do conhecimento do aluno ou as dificuldades geradas por ele, identificando os problemas que possam se apresentar, através de uma investigação minuciosa de como cada criança se apropria do conhecimento,

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procurando descobrir as potencialidades e limitações, habilidades e fraquezas de cada criança sob todos os aspectos que envolvem o complexo processo, que é o do aprendizado.

Seja qual for à experiência proposta e o método adotado, o educador deverá levar em consideração as funções psicomotoras (esquema corporal, lateralidade, equilíbrio, etc.) que pretende reforçar nas crianças com as quais está trabalhando. Mesmo levando em conta que, em qualquer exercício ou atividade proposta, uma função psicomotora sempre se encontra associada a outras, o professor deverá estar consciente do que exatamente está almejando e onde pretende chegar. (NEGRINE, 1995, p. 25).

3.1 ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE A SEREM DEVELVOLVIDOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL.

O desenvolvimento motor tem uma ordem a ser seguidas, a cada idade temos um estágio diferente para ser superado, com o conhecimento desses estágios é possível organizar planos de ensino fazendo com que a criança evolua com mais facilidade, respeitando o seu limite tanto físico como mental.

Tônus da Postura

“A atividade fundamental primitiva e permanente do músculo é a contração tônica que constitui o alicerce das atividades motoras e posturais, fixando a atitude, preparando o movimento, sustentando o gesto, mantendo a estática e o equilíbrio”. (LE BOULCH, 1982 p.163)

O Tônus muscular é o suporte de todo movimento humano, e é constituído por duas bases indivisíveis: a função tônica e a função de motilidade. A função tônica é responsável pelo equilíbrio estático e dinâmico, pela coordenação e postura e por todas as atitudes que embasam a ação corporal. A função de motilidade é responsável pelos movimentos, pela relação com o mundo e é ela quem permite à criança todo o conhecimento. O estimulo adequado proporciona um domínio corporal a criança diante das mais diversas situações permitindo seu desenvolvimento de forma apropriada.

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Coordenação Motora Global (Ampla)

A coordenação motora ampla é a atividade dos grandes músculos (dos músculos dos membros) e depende da capacidade de equilíbrio postural do indivíduo (Oliveira, 1997).

Primeira condição a ser desenvolvida no espaço infantil. É o trabalho que aperfeiçoa os movimentos dos membros superiores e inferiores. O trabalho com a coordenação motora global implica no envolvimento das diversas partes corporais como tronco, braços, pernas, na realização de uma tarefa. A função do professor é propor experiências que propiciem a aquisição de novos conhecimentos possíveis de serem realizados, e que progressivamente tenham seu nível de complexidade aumentados sempre permitindo a criança a liberdade de buscar soluções das situações problemas, baseada em elementos de sua própria vivencia.

Coordenação Motora Fina e Ocluo Manual

A coordenação viso-motor e a motricidade fina iniciam no primeiro ano e terminam ao final da educação infantil. Ocorre a partir da reação conjunta do olho e da mão dominante. É a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades. Le Boulch (1986)

Na coordenação motora fina e ocluo manual é essencial trabalhar atividades que a auxiliem a aquisição de habilidades para a manipulação de objetos, com equilíbrio domínio e desenvoltura. Esses dois elementos possuem uma ligação intrínseca já que para desenvolver essas habilidades com destreza é necessário o controle ocular em conjunto com a coordenação das mãos e gestos.

Lateralidade

É a dominância lateral de um lado em relação ao outro. É a noção que a criança adquire durante uma atividade de deslocamento, qual lado do corpo está sendo trabalhado. Meur e Staes (1984)

Pode se entender o termo lateralidade como a predominância motora de um dos lados do corpo, esse elemento é definido ao longo do crescimento e apesar de

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estar ligado a fatores genéticos, recebe também influencias de hábitos sociais. Nesse sentido é imprescindível trabalhar com a criança a partir da exploração do seu próprio corpo em ambos os lados e a partir daí introduzir a noção dos termos “direita” e “esquerda” de forma a serem automatizadas e relacionadas com o mundo exterior.

É de fundamental importância que as crianças experimentem atividades que utilizem ambos os lados do corpo, favorecendo um desenvolvimento eficiente dos movimentos. Quando a criança chega a determinada fase escolar, entre os 6 e 8 anos, é habitual que já tenha noção de direita e esquerda e dos dois lados do corpo, ou seja, que seja capaz de perceber que direita e esquerda não dependem apenas uma da outra, mas também da posição do outro e do seu deslocamento.

Equilíbrio

Habilidade da criança de manter o controle do corpo. Utilizando ambos os lados ao mesmo tempo, apenas um lado ou ambos alternadamente. Hurtado (1991)

O aperfeiçoamento dessa interação está relacionado com o nível de desenvolvimento do equilíbrio de cada criança, pois segundo Haywood e Getchell (2004, p. 219) é fundamental manter o equilíbrio em um número praticamente infinito de situações. Seja situações onde as crianças estão paradas (equilíbrio estático)

como nas que estão em movimento (equilíbrio dinâmico). Considerando o conceito dos autores citados percebe-se a necessidade de elaborar

um trabalho no qual seja proporcionada uma sucessão de intervenções e experiências que oportunizem o elemento equilíbrio, a coordenação estática e dinâmica, através de atividades como correr saltar, andar, pular, de forma que a criança possa expressar livremente suas dificuldades e conquistas. Dessa forma um programa de Educação Física bem estruturado, voltado para o aluno pode garantir um desenvolvimento harmonioso. Nesse programa deveriam constar atividades e exercícios direcionados para a afirmação de lateralidade, coordenação estática e dinâmica, equilíbrio, dissociação de movimentos, percepção temporal, relaxamento e pequenos jogos

Estruturação Espaço-temporal

Segundo Oliveira (1997) as noções de corpo, espaço e tempo têm que estar intimamente ligadas se quisermos entender o movimento humano. O corpo

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coordena-se, movimenta-se continuamente dentro de um espaço determinado em função do tempo, em relação a um sistema de referência.

Orientação espacial é quando se tem noção de como deve agir, movimentar-se em um determinado lugar adaptando-movimentar-se às limitações do espaço. Meur e Staes (1984)

A orientação temporal é a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos: antes, após, durante e da duração dos intervalos. Meur e Staes (1984)

Para se viver em sociedade é imprescindível que se tenha uma boa estruturação espaço-temporal pois é através dela que a criança tem a percepção primeiramente de seu corpo em relação ao tempo e espaço, depois com a posição dos objetos em relação a si mesma, e consequentemente consegue perceber as relações das posições dos objetos entre si. A percepções sensoriais como a visão a audição e o tato, estão intimamente ligadas a estruturação espaço-temporal permitindo que a criança estabeleça relações entre os objetos observando e comparando semelhanças entre eles.

Esquema corporal

É o conhecimento que a criança adquire do próprio corpo e suas partes. Por meio desse conhecimento consegue-se manipular e utilizar o corpo para o relacionamento com o meio ambiente. Le Boulch (1983)

O esquema corporal permite à criança se sentir bem na medida em que seu corpo lhe obedece e se tem domínio sobre ele e quando o conhece bem e pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo. A criança aprende a conhecer e a diferenciar seu próprio corpo como um todo e também a sentir suas possibilidades de ação. É através do esquema corporal que a criança compreende as coisas que a cercam por meio de seu próprio corpo, essa interação estrutura seu desenvolvimento e estabelecendo ligações afetivas e emocionais com as pessoas e com o mundo. O esquema corporal não é um conceito que depende de treinamento ou que seja ensinado de maneira mecânica, ele provém das experiências de movimento das sensações e emoções vivenciadas pela criança através do seu corpo. Um esquema

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corporal bem estruturado permite a criança um bem estar e uma maior segurança em relação ao domínio do seu corpo proporcionando um desenvolvimento efetivo na aquisição dos elementos cognitivos.

Tendo em vista a relevância da psicomotricidade no processo de ensino-aprendizagem é muito importante que os educadores físicos, principalmente os de Educação Infantil, tenham conhecimento sobre o desenvolvimento infantil, bem como das técnicas adequadas a serem utilizadas de maneira que estas estejam de acordo com as necessidades psicomotoras daquela faixa-etária. A elaboração de estratégias apropriadas e efetivas são determinantes para um bom desenvolvimento motor e cognitivo da criança, proporcionando dessa forma um maior aproveitamento das potencialidades existentes.

Segundo o Ministério da Educação e Desporto (1998):

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, Brincadeiras e aprendizagens, orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros, numa atividade básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplo da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO, 1988).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo é fomentar questionamentos, debates e reflexões acerca da importância da Psicomotricidade na disciplina da Educação Física Infantil, e como proposta de ferramenta no processo de ensino aprendizagem na atuação de professores e demais profissionais da área de Educação. Foi pontuado alguns aspectos básicos da Psicomotricidade tendo como finalidade contribuir para o entendimento dos conceitos teóricos, ressaltando os inúmeros benefícios proporcionados ao desenvolvimento global da criança.

A partir das reflexões analisadas podemos constatar a importância da atuação dos professores como facilitadores desse processo, no sentido de oportunizar a criança múltiplas formas de experiências, utilizando-se da psicomotricidade como estratégia pedagógica, gerando através de estímulos adequados condições para o desenvolvimento de suas potencialidades, e auxiliando na construção da sua personalidade e autonomia.

Este trabalho buscou mostrar que a psicomotricidade é de fundamental importância no desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança Um bom desenvolvimento psicomotor na infância é essencial para que o indivíduo seja bem estruturado nos aspectos motores, afetivos e intelectuais com benefícios que poderão ser notados no decorrer de sua vida adulta.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto. Brasília. MEC/SEF. 1998.

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HURTADO, J.G.G.M. Dicionário de psicomotricidade. Porto Alegre. Prodil. 1991.LE BOUCH, J. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos. Porto Alegre. Artmed. 1986.

LE BOUCH, J. A educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre. Artes Médicas. 1983.

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LE BOUCH, J. Jean. A educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

LE BOUCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 5 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.

LUSSAC, R.M.P. Psicomotricidade: história, desenvolvimento, conceitos, definições e intervenção profissional. Lecturas, Educación Física y Deportes. Revista Digital. Ano 17. Num. 126. 2008.

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NEGRINI, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil: psicomotricidade: alternativas pedagógicas. Porto alegre: Prodil, 1995.

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e Reeducação num enfoque Psicopedagógico. 5ª edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

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Referências

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