• Nenhum resultado encontrado

Qualidade de vida de idosos praticantes da academia da saúde na região continental de Florianópolis

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Qualidade de vida de idosos praticantes da academia da saúde na região continental de Florianópolis"

Copied!
65
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA SCHAYANNA DE OLIVEIRA SILVA

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA SAÚDE NA REGIÃO CONTINENTAL DE FLORIANÓPOLIS

Palhoça 2011

(2)

SCHAYANNA DE OLIVEIRA SILVA

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DA ACADEMIA DA SAÚDE NA REGIÃO CONTINENTAL DE FLORIANÓPOLIS

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte.

Orientador: Profº Gilberto Vaz, Msc.

Palhoça 2011

(3)

SCHAYANNA DE OLIVEIRA SILVA

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DAACADEMIA DA SAÚDE NA REGIÃO CONTINENTAL DE FLORIANÓPOLIS

Este relatório de Estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte e aprovado em sua forma final pelo curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina.

PALHOÇA, 29 DE JUNHO DE 2011.

_______________________________________________ Professor e orientador Gilberto Vaz, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________ Professora Fabiana de Figueiredo, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________ Professora Vanessa Francalacci, Msc.

(4)

Dedico este trabalho á minha linda família. Á minha mãe Railane, meu pai Pemar e meus irmãos Hyowatha e Helamã. Pessoas essas, que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e acreditando no meu potencial.

“Nenhum Sucesso na Vida, compensa o Fracasso no Lar.” (David O. Mckay).

(5)

AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, quero agradecer a Deus pela vida, saúde e inteligência. Agradeço ao meu orientador e Professor Gilberto Vaz, Msc. carinhosamente conhecido como “Giba”, por toda ajuda no desenvolvimento desse trabalho, por ter acreditado na minha idéia proporcionando oportunidades de crescimento, agradeço pelas orientações, correções, e principalmente por ter tido paciência ao longo desse 1 ano de convivência.

Agradeço a todos os idosos, que tão gentilmente aceitaram participar deste estudo. Se não fossem eles, este trabalho não poderia ter sido concluído.

Agradeço ao Professor Adriano Santiago Stoeterau, que além de supervisor de campo, tornou-se um amigo e professor, gerando assim, oportunidades para meu crescimento tanto na profissão, quanto no meio acadêmico. Agradeço também ao Professor João Carlos da Gama, Msc. pela ajuda prestada na formatação e concordâncias verbais deste trabalho. Ao Sílvio de Souza Júnior, pela ajuda no tratamento estatístico dos dados gerados. Aos companheiros da Secretaria Municipal do Continente, local onde estagiei durante 2 anos.

Agradeço especialmente aos meus pais, que sempre me incentivaram, me acompanharam durante toda essa caminhada, sempre ao meu lado apoiando, acreditando nos meus sonhos. Agradeço aos princípios que a mim foram transmitidos. Agradeço também aos meus irmãos e cunhada por todo apoio e incentivo.

Agradeço aos meus amigos, pela compreensão da minha ausência em vários finais de semana, pelas palavras de apoio que me ajudaram a ter ânimo, por acreditarem em mim e desejarem meu sucesso.

Agradeço à Professora Msc. Vanessa Lins Francalacci e a professora Msc. Fabiana Figueiredo, por terem aceitado participar da banca e contribuir para este trabalho e para o meu crescimento profissional.

Agradeço a todos os professores que fizeram parte desses 4 anos de graduação , por transmitirem seu próprio conhecimento.

Enfim, agradeço a todos que de certa forma, contribuíram para que este estudo fosse concluído.

(6)

“Atividade física não é apenas uma das mais importantes chaves para um corpo saudável, ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica.

(7)

RESUMO

O objetivo deste estudo é analisar a influência da prática de exercícios físicos na qualidade de vida dos idosos praticantes da Academia da Saúde localizada na região continental de Florianópolis/SC. A perspectiva é de situar a qualidade de vida no conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, que caracterizam as condições em que vive o ser humano. A amostra foi composta por 100 idosos, de ambos os sexos. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário específico voltado aos idosos que frequentam a Academia da Saúde. Os dados gerados foram tratados através da estatística descritiva. Os resultados indicaram que os idosos têm idade predominante entre 61 e 70 anos, e grande parte são mulheres. Através da prática, tem surtido mudanças positiva nos hábitos e saúde dos idosos. Entre os benefícios, destaca-se o controle na hipertensão arterial; redução de peso e de dores corporais; melhorias no sono; incentivo para praticar outras atividades, e possibilidade de fazer novas amizades. Com todos esses resultados, nota-se que os efeitos dos exercícios e a Academia da Saúde vêm agradando aos idosos, comprovando desta forma a sua eficácia, servindo também como referência para a implantação de novas academias.

(8)

ABSTRACT

The aim of this study is to analyze the influence of physical exercise on quality of life of elderly practitioners of the Academy of Health located in mainland of Florianopolis. The perspective is to place the quality of life in all individual parameters and socio-environmental conditions that characterize living human being.The sample consisted of 100 elderly of both sexes. Was used as a research tool specific questionnaire aimed at seniors who attend the Academy of Health Data generated were processed using descriptive statistics. The results indicated that the elderly are predominant age between 61 and 70 years, and most are women. Through practice, it is achieving positive change in the habits and health of the elderly. Among the benefits, there is control in hypertension, weight reduction and body pain, improvements in sleep; incentive to perform other activities, and the possibility of making new friends. With all these results, note that the effects of exercise and the Academy of Health are pleasing to the elderly, thus proving its effectiveness, also serving as reference for the establishment of new academies.

(9)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Sexo dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde Parque de Coqueiros ... 40 Gráfico 2- Idade dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da

Saúde-Parque de Coqueiros ... 41 Gráfico 3- Escolaridade dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros ... 42 Gráfico 4- Hábito de praticar Exercícios por parte dos Idosos frequentadores da Academia da Saúde- Parque de Coqueiros... 42 Gráfico 5- Doença/Problema considerada como fator de risco nos Idosos

praticantes de Exercícios na Academia da Saúde ... 43 Gráfico 6- Tempo de Prática de Exercícios dos Idosos na Academia da

Saúde- Parque de Coqueiros... 44 Gráfico 7- Frequência semanal dos Idosos na Academia da Saúde-Parque

de Coqueiros... 45 Gráfico 8- Tempo de permanência dos Idosos na Academia da Saúde-

Parque de Coqueiros... 45 Gráfico 9- Nível de saúde dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros... 47 Gráfico 10- Mudanças na saúde dos Idosos após início a prática de

Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros... 49 Gráfico 11- Utilização de medicamentos pelos praticantes de Exercícios na

Academia da Saúde- Parque de Coqueiros... 50 Gráfico 12- Interesse por parte dos Idosos em conhecer os benefícios dos

Exercícios ... 50 Gráfico 13- Relação entre a prática e a utilização de medicação e exercícios. 51 Gráfico 14- Opinião dos Idosos sobre a Academia da Saúde... 51

(10)

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO... 12

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA... 12

1.2 OBJETIVOS DO PROJETO... 14 1.2.1 Objetivo Geral... 14 1.2.2 Objetivos Específicos... 14 1.3 JUSTIFICATIVA... 15 2. REVISÃO DE LITERATURA... 17 2.1 QUALIDADE DE VIDA ... 17 2.2 ENVELHECIMENTO... 17 2.2.1 Teorias do envelhecimento... 19 2.2.2 Efeitos do envelhecimento... 20 2.2.2.1 Osteoporose ... 21 2.2.2.2 Sarcopenia ... 22 2.2.2.3 Hipertensão Arterial ... 23 2.2.2.4 Diabetes ... 23

2.3 CARACTERÍSTICAS PSICOSSOCIAIS DO IDOSO... 24

2.4 CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DO IDOSO... 25

2.5 ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIOS NA TERCEIRA IDADE... 26

2.6 MUSCULAÇÃO... 28

2.6.1 Musculação e seus benefícios para a terceira idade... 29

2.7 ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE... 30

2.8 ESTUDOS RELACIONADOS COM MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS.. 34

3. MÉTODO... 36

3.1 TIPO DE PESQUISA... 36

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA... 36

3.2.1 População e amostra... 36

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA... 37

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS... 38

3.5 ANÁLISE DOS DADOS... 39

(11)

5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES ... 52 REFERÊNCIAS... 56 ANEXOS... 66

(12)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

O envelhecimento é ainda motivo de controvérsias quanto à natureza e dinâmica de seu processo, apesar de ser um fenômeno comum a todos os seres vivos(LITVOC; BRITO; 2004).

Cada dia mais a população brasileira vêm percebendo a relação que a atividade física tem com um envelhecimento saudável.

O Brasil está envelhecendo. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS 2010), entre 1950 e 2025 a população de idosos no Brasil crescerá 16 vezes, contra cinco vezes da população total. Estes números são significativos, porém mais importante do que chegar à fase idosa, é alcançar essa fase com saúde e qualidade de vida.

De acordo com Nahas (2001), qualidade de vida é uma condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, que caracterizam as condições que vive o ser humano. São considerados como parâmetros individuais: o estilo de vida (hábitos alimentares; controle de estresse; atividade física habitual; relacionamentos pessoais e comportamento preventivo), podendo ser entendidos como um conjunto de ações habituais refletindo as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas.

E qualidade de vida também pode ser definida como a percepção do individuo de sua posição na vida, inserido no contexto de sua cultura e dos sistemas de valores da sociedade em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (THE WHOQOL GROUP, 1998- Grupo de Trabalho de qualidade de vida da OMS).

A modernidade, trouxe grandes avanços para a ciência do envelhecimento, cada vez mais estudos nessa área vêm sendo desenvolvidos, porém o aumento de número de idosos é grande em todo o mundo, e em função disso o aumento dos estudos se iguala com o crescente número de idosos(PAPALÉO NETTO, 2002).

(13)

Viver mais sempre foi um objetivo do ser humano a ser alcançado. Com isso, cresce a importância da obtenção de qualidade de vida. Estudos mostram que esse objetivo depende de uma condição individual e grupal, de bem estar físico e social, relacionados aos ideais da sociedade, condições e valores do ambiente onde o individuo vive (NERI, 2000).

Com o intuito de alcançar a qualidade de vida, o Governo Federal vem criando políticas que incentivam a população brasileira á adotar novos hábitos de vida. Brasil Saudável, por exemplo, é um programa lançado pelo Ministério da Saúde em 2005, onde o governo investe em projetos em que suas principais ações estão ligadas ao incentivo e viabilização da prática de atividade física para

toda a população, reeducação alimentar e controle contra o tabagismo. Através desta ação governamental, foi criada a “Academia Popular” onde

os frequentadores têm acesso gratuito às orientações de profissionais de educação física, espaço adequado e equipamentos que possibilitem a prática de atividades físicas. Essas academias podem ser instaladas em praças ou em qualquer lugar público, de preferência ao ar livre. As cidades interessadas devem fazer um projeto para receber investimentos federais.

Várias cidades foram beneficiadas com o incentivo, sendo criadas em 2006, as Academias da Terceira Idade (ATI) e a cidade pioneira nesse processo foi Maringá.

Seguindo esta visão, em 2009 foi implantada a Primeira Academia da Terceira Idade em Florianópolis, mais especificamente na parte Continental, no Parque de Coqueiros. Posteriormente, o nome do projeto foi alterado, passando a ser Academia da Saúde.

Neste contexto e seguindo a linha de pensamento das Academias da Saúde, gerou-se uma problemática: Qual a influência da prática de exercícios físicos na qualidade de vida de idosos praticantes de exercícios físicos na Academia da Saúde na região Continental de Florianópolis/SC?

(14)

1.2 OBJETIVOS DO PROJETO

1.2.1 Objetivo Geral

- Analisar a influência da prática de exercícios físicos na qualidade de vida de idosos praticantes da Academia da Saúde, localizada na região Continental de Florianópolis/SC.

1.2.1 Objetivos Específicos

- Traçar o perfil dos idosos praticantes de exercícios físicos na Academia da Saúde na região Continental de Florianópolis.

- Estabelecer, a partir da percepção dos idosos, as melhorias na saúde apresentadas por estes indivíduos, antes e após a adesão da prática de exercícios físicos na Academia da Saúde.

- Identificar mudanças ocorridas na saúde dos idosos no tocante aos seguintes aspectos: peso, sono, valor da pressão arterial, dores no corpo, utilização de medicamentos, realização de consultas médicas, disposição geral, níveis de colesterol, de glicemia e socialização.

- Identificar interesse dos idosos em saber dos benefícios que o exercício físico traz a seus praticantes.

(15)

1.3 JUSTIFICATIVA

Na atualidade, a população de idosos nos países de todo o mundo, encontra-se em um processo acelerado de crescimento, e isso se deve a fatores como, por exemplo, o avanço da medicina e/ou estímulos á manutenção de hábitos mais saudáveis. Portanto, é uma nova realidade, idosos cada vez mais participantes da vida social (ODORIZZI et al, 2008).

A atividade física está incluída no contexto para se obter qualidade de vida. Pesquisas confirmam a realidade presente em todos os países, inclusive no Brasil, que é o aumento do número da população idosa.

Dados do último censo do Brasil- IBGE (2010) comprovam e afirmam essa realidade. Os idosos representam 11% da população brasileira, somando um total de 19.922,644 idosos.

Não adianta chegar à fase idosa e não ter saúde, opções de lazer ou não ter o que fazer. Uma forma de amenizar esses problemas é a prática regular de atividades físicas.

Existe uma preocupação em relação à qualidade de vida nos idosos ganhou destaque nos últimos 30 anos. Fator esse que se deu em função do crescente número de idosos e ao aumento da longevidade, e aumentou o interesse da comunidade científica em pesquisar sobre o envelhecimento (NERI, 2000).

Um envelhecimento saudável é uma questão de saúde pública.

Através do Estatuto do Idoso, desenvolvido pelo Governo Federal, são assegurados aos idosos por lei alguns benefícios. De acordo com Artigo 9- É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa à proteção á vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais e públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade (BRASIL-MINISTÉRIO DA SAÚDE. ESTATUTO DO IDOSO, 2003).

Como parte do cumprimento do Estatuto do Idoso foram criadas as Academias da Saúde, permitindo assim aos idosos acesso gratuito á atividade física e orientação.

(16)

A prática regular de atividades físicas está na maioria das vezes relacionada à qualidade de vida da população idosa, e sabe-se que a sensação de bem-estar pessoal está várias vezes relacionada à qualidade de vida orientada para a saúde (DANTAS; OLIVEIRA, 2003).

Os exercícios físicos ocupam lugar de prevenção, além de promover qualidade de vida e melhorar a estética, trazendo benefícios fisiológicos, anatômicos e psicológicos (GUEDES JR,2002).

Sabendo da importância que os exercícios e as atividades físicas exercem sobre a qualidade de vida de todos, principalmente da população idosa, surgiu o interesse em fazer um estudo em uma das Academias da Saúde, implantadas na região Continental de Florianópolis e que está localizada no Parque de Coqueiros. No estado de Santa Catarina os idosos representam 10,3% da população. E na capital e munícipio de Florianópolis de acordo com o BRASIL-IBGE (2010), a população é composta por 4.824,3 idosos, somando 8,8% da população florianopolitana.

Esse estudo verificou nos idosos praticantes um dos fatores que compõem a qualidade de vida, que é a atividade física. Desta forma foi possível identificar quais os reais benefícios que a atividade física exerce sobre os praticantes das Academias da Saúde.

A pesquisa favorece não somente ao idoso praticante que terá conhecimento da influência que a atividade física exerce, mas como também ao final deste estudo, beneficiará a população em geral na forma de conscientização da importância da prática de atividade física. Para os profissionais da Educação Física este estudo contribuirá ressaltando uma nova tendência no mercado que é trabalhar com os idosos. Os dados gerados nesta pesquisa poderão servir como referência para a Prefeitura Municipal de Florianópolis e outras prefeituras, pois será possível identificar a eficácia em praticar exercícios nas Academias da Saúde. Desta forma, a partir dos resultados, mais academias poderão ser implantadas em diferentes localidades, tornando assim mais fácil o acesso de todos da população á atividade física.

(17)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE DE VIDA

Qualidade de vida pode ser definida como um conjunto harmonioso de satisfações que o indivíduo obtém no seu cotidiano (CALKINS et al, 1992).

É possível relacionar a qualidade de vida com a autoestima e o bem estar social, abrangendo uma série de aspectos, como a capacidade funcional, o nível sócio econômico, interação social, estado emocional, valores culturais, éticos, saúde e religiosidade (SANTOS et al, 2002).

Existe uma grande variabilidade de conceitos sobre qualidade de vida. Um dos pontos que merece destaque na qualidade de vida se concentra no estilo de vida das pessoas, pois é essencial na promoção da saúde, sendo um fator que determina a saúde dos indivíduos (LEMOS et al,2007).

O conceito é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada indivíduo. Mas pode ser definido por múltiplos fatores que determinam a qualidade de vida. Pode ser uma medida da própria dignidade humana (NAHAS, 2001).

2.2 ENVELHECIMENTO

O envelhecimento humano é definido como um processo gradual, universal e irreversível, que se acelera na maturidade, provocando uma perda funcional progressiva no organismo. É considerado gradual porque não se fica velho de uma semana para outra; é universal, pois atinge todos os indivíduos e é irreversível, pois o processo de envelhecimento acontecerá a todos de forma acelerada ou não (NAHAS, 2001).

O envelhecimento também pode ser definido de diferentes maneiras, conforme foco de atenção aos fatores ambientais, genéticos biológicos, psicológicos, sociais, culturais, entre outros (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

(18)

Analisando o envelhecimento por seu lado biológico é possível definí-lo de acordo com Fronteira et al (2001), como uma deteorização do organismo, onde há uma diminuição das funções celulares metabólicas devido ao declínio progressivo dos mecanismos da homeostasia.

Ainda segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), atualmente existem diversos termos para designar a pessoa em idade avançada que podem ser: velho, idoso, terceira idade, melhor idade, idade feliz, entre outros.

Para BIRREN e BENGSTON (1988), o envelhecimento compreende processos de transformação do organismo que ocorrem após a maturação sexual. Ainda afirmam que o envelhecimento começa em diferentes partes do corpo em épocas diferentes, ocorrendo em ritmos e velocidades distintas.

Outro termo utilizado é “terceira idade”, que representa a velhice como uma nova etapa da vida, expressa pela prática de novas atividades sociais e culturais e está vinculado à nova imagem de envelhecimento.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde- OMS, é considerado idoso todo individuo com 65 anos ou mais e que resida nos países desenvolvidos, e 60 anos ou mais os indivíduos que residam em países em desenvolvimento. O Brasil por ser um país em desenvolvimento, são considerados idosos indivíduos que possuam 60 anos ou mais.

A Organização das Nações Unidas (ONU), através da Resolução 39/129, dividiu o ciclo de vida sob o aspecto econômico, considerando o homem enquanto força para o trabalho, em três idades:

- Primeira Idade: as pessoas só consomem; idade improdutiva (crianças e adolescentes).

- Segunda Idade: são as pessoas que produzem e consomem; idade ativa (jovens e adultos).

- Terceira Idade: são as pessoas que já produziram e consumiram, mas que pela aposentadoria, não produzem mais e só consomem; idade inativa (idosos).

O idoso, diferentemente do adulto normal, tem um organismo bastante diferente em termos de ritmo e função (SILVA; MATSUURA, 2002).

Existem alguns aspectos que devem ser considerados na velhice: há um aumento nas perdas físicas; as pressões e as perdas sociais tendem a acumular

(19)

e os idosos tendem a pensar que o tempo está se tornando cada vez mais curto para eles (PAPALIA & OLDS, 2000).

As pessoas não aceitam o envelhecimento, sentem que falta uma “razão de ser” da velhice, por não encontrarem um papel para elas mesmas na sociedade.

A sociedade considera o idoso incapaz e improdutivo, impedindo que volte a ser capaz e produtivo. Apesar de ser comum, existem setores na sociedade que vêm dando chance para os idosos mostrarem sua verdadeira capacidade, na maioria das vezes dependendo mais do próprio idoso em se sentir confiante para poder reintegrar-se a sociedade.

Mesmo tendo uma saúde boa, a maioria dos idosos não consegue continuar desempenhando uma vida ativa, sofrendo as conseqüências do envelhecimento, que é a perda de seus papéis sociais e o vazio por não encontrar funções (ALMEIDA ; PAVAN, 2010).

A concepção de velhice como período de improdutividade dá-se devido ao declínio biológico normal no processo de envelhecimento, o aparecimento progressivo de doenças e as dificuldades com o passar dos anos (PEREIRA et al, 2004).

Olhando pelo ponto de vista fisiológico, envelhecer depende do estilo de vida que a pessoa assume desde a infância e adolescência, como por exemplo, fumar cigarros, praticar atividades físicas e esportes regularmente, ingestão de alimentos saudáveis ou não, tipo de atividade ocupacional (LEITE,1990).

Os indivíduos estão vivendo cada vez mais, a ponto de prever que no Brasil em 2020 o número de pessoas com mais de 60 anos será equivalente ao número de jovens (NAHAS, 2001).

2.2.1 – Teorias do envelhecimento

O envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares, resultando nas perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo como um todo. Essas alterações são mais perceptíveis ao final da fase reprodutiva,

(20)

embora na maioria das vezes as perdas funcionais começam a ocorrer muito antes do final da fase reprodutiva (PEREIRA et al, 2004).

Uma das teorias do envelhecimento se encontra na análise das proteínas, que são substâncias básicas na estrutura das células que são constituídas por aminoácidos que carregam dentro de si as informações próprias de cada individuo, ou seja, nosso patrimônio genético.

É observado que com o tempo há uma diminuição no número de células existentes no organismo, diminuindo assim a massa corporal e o peso. Alguns cientistas acreditam que essas perdas são ocasionadas pelo acúmulo de radicais livres no organismo, fato que ocorre de preferência na terceira idade (PAPALÉO NETTO e CARVALHO, 2000).

2.2.2 – Efeitos do envelhecimento

No processo de envelhecimento, ocorrem várias alterações: são alterações que podem se apresentar na massa óssea, no sistema cardiorrespiratório, no tecido adiposo, na força muscular, na flexibilidade, em alterações hormonais e neuronais (FERREIRA et al, 2007).

O envelhecimento, além de alterações biológicas traz, mudanças psicológicas e sociais, contribuindo assim para um menor relacionamento do idoso consigo mesmo, com a família, amigos e com a sociedade. (ALMEIDA; PAVAN, 2010).

Uma característica dos idosos são alterações que ocorrem nas cartilagens articulares, causando o aumento na incidência de osteoartrite, sem contar nos processos de desmineralização óssea, tornando o idoso mais vulnerável a fraturas de ossos longos, pélvis e quadril (SCHNEIDER; MILANI, 2002).

Nessa fase o corpo Humano sofre muitas modificações, fazendo com que o organismo funcione de forma diferenciada, os movimentos fique mais lentos com a perda da agilidade, o corpo torne-se menos flexível, as articulações percam mobilidade, os ossos fiquem mais fracos, há comprometimento no sistema

(21)

respiratório por ocorrer uma deteorização no aparelho bronco-pulmonar (AQUINÉ ET AL, 2002).

As quedas são episódios que podem ocorrer em todas as fases da vida, porém, tornam-se mais constantes durante o envelhecimento. Entre vários fatores, os déficits fisiológicos são os maiores responsáveis (ESTEFANI,2007).

Com o envelhecimento, surgem algumas alterações anatômicas, a estatura começa a diminuir aos 40 anos em média 1cm por década, e isso se deve á diminuição dos arcos do pé, aumento da curvatura da coluna e encurtamento da coluna vertebral devido à alterações nos discos interverterbrais. Ainda como efeitos do envelhecimento podem ser citados o crescimento do nariz e pavilhões auditivos, queda da imunidade e nota-se no idoso uma tendência no aumento ou diminuição de determinados hormônios que circulam no sangue, podendo ocorrer modificações na pressão arterial (alta e baixa), diabetes e alterações no sono.

2.2.2.1 Osteoporose

È uma desordem do metabolismo ósseo que acomete aproximadamente 10 milhões de brasileiros, constituindo-se em um problema de saúde (SOCIEDADE BRASILEIRA DE OSTEOPOROSE, 2004).

A osteoporose é sempre precedida pela osteopenia (GUEDES JR et al, 2008).

A osteopenia e a osteoporose são consideradas pela OMS como doenças crônicas degenerativas da microarquitetura esquelética, além de serem doenças causadas por falta de movimento.

Osteopenia também pode ser definida como perda de mineral ósseo, geralmente resultante do processo de envelhecimento, atingindo tanto homens quanto mulheres. E esse início da perda óssea pode ser considerado como estágio que antecede a osteoporose, que por sua vez, é uma enfermidade que fragiliza os ossos. (SILVA ET AL, 2008)

Segundo Vargas et al (2003), osteopenia é a diminuição de massa óssea, causada pela perda de cálcio, podendo ter como consequência a osteoporose.

(22)

Para Fabri e Santos (2006), há estudos que indicam que a atividade física minimiza a osteopenia decorrente do avançar da idade e declínios hormonais.

Existem fatores que propiciam o desenvolvimento da osteoporose. São eles: herança genética, sexo feminino, baixo peso, deficiência de hormônios estrógenos, fatores dietéticos, fumo e sedentarismo (TEIXEIRA E GUEDES JR,2010).

Nos casos de osteopenia e osteoporose, além do conhecimento de suas causas, é necessário que haja um planejamento adequado da atividade física como prevenção e como auxílio no tratamento (PEREIRA ET AL, 2008).

2.2.2.2 Sarcopenia

É a redução da massa muscular associada com a idade. A palavra sarcopenia tem origem grega e significa perda de carne.

Com a chegada do envelhecimento existe uma tendência para a redução da massa muscular, sendo causada tanto pela diminuição no tamanho ou na perda das fibras (SILVA et al, 2008).

Sarcopenia é uma síndrome de fragilidade que é prevalente nos idosos, impondo riscos de quedas, fraturas, incapacidade no desempenho músculo-esquelético (SILVA et al, 2006).

Sarcopenia também pode ser definida como perda da massa magra e força muscular associada ao envelhecimento (ORSATTI e COL, 2006).

Com o envelhecimento existe a tendência de redução de massa muscular, por volta de 5% a cada década de vida a partir dos 40 anos e com o passar dos anos esse declínio pode aumentar consideravelmente, somando ao final da vida um total de até 40% de perda de massa muscular (SILVA et al, 2006).

(23)

2.2.2.3 Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial pode ser definida como uma doença multifatorial, sendo capaz de produzir diversos estímulos e assim gerar respostas comportamentais das mais variadas ao hipertenso, e isso atenua-se quando o referido é pessoa idosa. (OLIVEIRA et al 2002)

Para Miranda et al (2002), a hipertensão arterial no idoso está associada a um aumento nos eventos cardiovasculares com consequente diminuição da sobrevida e piora na qualidade de vida.

As doenças cardiovasculares aumentaram no mundo. No Brasil, mais de 250.000 pessoas morrem em função de doenças cardiovasculares, e a hipertensão está inclusa em quase metade dessas mortes (MIRANDA et al, 2002).

O tratamento da hipertensão arterial é feito através de medicamentos de uso contínuo, além de mudanças no estilo de vida, como por exemplo, a prática de atividades físicas, alimentação saudável, entre outros (FIRMO ET AL, 2004).

Uma modificação no estilo de vida, incluindo exercícios físicos, é recomendada no tratamento da hipertensão arterial. (MONTEIRO E SOBRAL FILHO, 2004)

2.2.2.4 Diabetes

Diabetes é definida como uma síndrome metabólica que se caracteriza por um excesso de glicose no sangue, devido à falta ou ineficácia da produção de insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas. (American Diabetes Association, 1993) e várias são suas causas, podendo ser hereditária, adquirida por transmissão de vírus, causada através de transtornos psíquicos, estresse, sedentarismo, obesidade, idade, e disfunção autoimune (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 1997).

(24)

No Brasil, o número crescente de diabéticos vem sido atribuído á transformações como envelhecimento populacional e aos processos de urbanização (LOURENÇO, 2004).

Diabete Mellitus é uma desordem metabólica crônico-degenarativa de etiologia múltipla que está associada á falta e/ou deficiente ação do hormônio insulina, produzido pelo pâncreas (DAVIDSON,2001) e existem 2 tipos de diabetes mellitus : insulino-dependente ou tipo I (atinge jovens e crianças) e não insulinodependente ou tipo II (produz insulina, porém não suficiente, atinge pessoas adultas (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

2.3 – CARACTERÍSTICAS PSICOSSOCIAIS DO IDOSO

Olhando pelo lado psicológico, é possível afirmar que a maneira na qual os idosos são vistos ou tratados pela sociedade como um todo e o fato de haver um declínio nos afazeres desenvolvidos anteriormente, são elementos que contribuem para que percam a iniciativa, a motivação e a autoestima (PASCOAL ET AL, 2006).

Como características do envelhecimento psicológico podem ser citadas a recusa da situação de “velho”, perda gradual da memória, perda de vontade de executar tarefas habituais, alterações no caráter humano e apresentação de uma conduta conservadora (MEIRELLES, 1997).

E essas características não ocorrem isoladamente.

Para Pascoal et al (2006), na perspectiva sociológica, o envelhecimento tem como característica principal o isolamento social. Ainda afirmam que a partir do momento em que o idoso conquista espaço de informação e sociabilidade, sua percepção sobre si próprio é alterada, aquela imagem de uma velhice monótona, sofrida e estereotipada perde força aos poucos.

Uma doença psicológica que é uma realidade presente nos idosos é a depressão.

(25)

Para Stella et al (2002), depressão pode ser definida como uma enfermidade mental frequente no idoso, associada a elevado grau de sofrimento psíquico.

Sendo caracterizada como uma síndrome que envolve inúmeros aspectos clínicos. As causas da depressão no idoso variam, podendo ser por fatores genéticos, eventos vitais como luto, abandono e doenças incapacitantes (STELLA et al, 2002).

Para Guz (1990), depressão pode referir-se a um sintoma (estado de tristeza, humor rebaixado com duração e intensidade pequenas, não havendo necessidade de tratamento específico para que desapareça), a reações depressivas (conjunto de sintomas e sinais, como por exemplo, tristeza, pessimismo, desânimo, alterações de sono, que surgem quando ocorrem eventos ou situações difíceis de ser contornadas e desaparecem quando sua causa deixa de existir) e a doença depressiva (refere-se a condições patológicas).

2.4 – CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DO IDOSO

O envelhecimento por ser um processo contínuo, acarreta num declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Como declínios fisiológicos tem-se a diminuição da elasticidade das artérias favorecendo o aumento da pressão arterial, redução de 30% a 40% da força máxima do indivíduo por volta dos 60 anos que corresponde a uma perda de em média 6% por década, ocorre também uma redução, principalmente nas mulheres, de massa óssea, podendo caracterizar a osteoporose (MACÊDO ET AL, 2008).

Os níveis de força tendem a reduzir lentamente até por volta dos 50 anos, após essa idade, a redução tende a aumentar drasticamente (SHARKEY, 1998).

A estrutura e o funcionamento do corpo do idoso sofrem alterações irreversíveis, incluindo alterações na inteligência, memória e personalidade. Uma prática de exercícios moderada contribui na conservação das funções orgânicas e bem-estar físico (PASCOAL ET AL, 2006).

(26)

Paralelo ao declínio funcional junto ao envelhecimento, surgem alterações teciduais, moleculares, celulares e enzimáticas, ocorrendo assim, perda de células em alguns tecidos e desorganização estrutural, que aumenta com o passar dos anos. Como por exemplo, a perda de células cerebrais é de aproximadamente 0,2 ao ano. (PAPALÉO NETTO, 2006).

2.5 – ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIOS NA TERCEIRA IDADE

Atividade física pode ser definida como uma contração muscular, de qualquer tipo ou intensidade, para qualquer finalidade, sempre com gasto energético e pode ocorrer no trabalho, no lazer, no esporte e no dia-a-dia (SANTAREM, 2010).

A atividade física é um fator determinante para um bom envelhecimento (MATSUDO et al, 2001).

O exercício físico pode ser definido como uma atividade realizada com repetições sistemáticas de movimentos orientados, consequentemente aumentando o consumo de oxigênio devido à solicitação muscular, gerando assim, trabalho (BARROS NETO ET AL, 1999). Um bom exemplo de exercício

seria a prática que ocorre em academias (GUEDES JR,2008). Também pode ser definido como qualquer atividade muscular que gere

tensão e interrompa a homeostase (SILVERTHORN, 2003) e representa um subgrupo da atividade física planejada com o intuito de manter o condicionamento. (WILMORE e COSTILL, 2003) O exercício físico pode ser considerado um fator de proteção para uma série de problemas de saúde, como por exemplo, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, depressão, osteoporose (PITANGA, 2001).

Uma prática regular de exercícios gera uma série de benefícios aos idosos, tais como: controle do peso corporal, da força muscular e da pressão arterial (ARAÚJO, 2000). Existem benefícios também no sistema cardiovascular (CAMARANO et al, 2004). Outros benefícios são a diminuição de sensações de desconforto muscular e dores, grande parte, causadas pelo sedentarismo, que

(27)

compromete a mobilidade dos segmentos corporais e a flexibilidade (LINS; CORBUCCI, 2007).

O volume muscular é determinado pela individualidade biológica de cada pessoa e pelas características da atividade física a qual foi submetido.

Certas pessoas apresentam boa massa muscular, mesmo sendo sedentárias. Esse fato é explicado por um código genético favorável.

Contudo, ao avançar da idade, essas mesmas pessoas perderão massa muscular por falta de exercício. Qualquer exercício estimula de alguma maneira o aumento da massa muscular, embora os exercícios resistidos sejam os mais eficientes nesse sentido (SANTAREM, 1998).

O idoso devido ao processo natural de envelhecimento pode apresentar dificuldades na prática de exercícios, devido ao desgaste que ocorre no organismo, deixando-o mais frágil necessitando de maiores cuidados (FERREIRA et al, 2007).

A prática de atividade física regular torna o idoso mais ativo, dinâmico e com menor incidência de doenças. Dessa forma o idoso terá mais autonomia, melhor qualidade de vida e aumento da autoestima (LEITE, 2000).

Sentimento de solidão na velhice é normal, pois existe uma diminuição dos contatos sociais. Porém, a inclusão de idosos em programas de atividade física poderá minimizar essa solidão, pois ampliará o círculo de amizades, contribuindo para o processo de integração social, elevando a autoestima do idoso (ERBOLATO,2002).

Diante de tantas evidências, a atividade física parece ser, uma forma de auxiliar para que o homem passe do processo de envelhecimento “normal” para um envelhecimento “mais saudável”, pois através da prática, muitos problemas pertinentes ao envelhecimento podem ser amenizados (ALMEIDA; PAVAN, 2010).

Um importante recurso para os idosos combaterem o estresse é a atividade física, pois resulta num maior bem-estar físico, levando os idosos a sentirem-se mais dispostos a enfrentar dificuldades do cotidiano (OKUMA, 1998).

A atividade física contribui na manutenção da saúde, melhora nas funções orgânicas, atua no lado social facilitando a convivência e na parte psicológica

(28)

atuando na melhora da autoestima, fazendo o idoso entender que o envelhecimento faz parte de um fenômeno natural (PASCOAL ET AL, 2006).

2.6 – MUSCULAÇÃO

Segundo Teixeira e Guedes Jr (2010) musculação é um termo utilizado no Brasil e em alguns países da América Latina para fazer referência aos exercícios resistidos ou de contra-resistência. Para os autores, na literatura científica, o termo musculação não é tão comumente utilizado, dando lugar a outros termos como, treinamento de força ou treinamento resistido.

A musculação é um método utilizado para a obtenção do desenvolvimento músculo-esquelético, e sua prescrição tem como objetivo o desenvolvimento da aptidão física, melhora na saúde, prevenção e reabilitação ortopédica (MOTA ET AL, 2002).

De acordo com Pinto et al (2008) musculação é o termo mais usado para designar o treinamento com peso.

Para Pereira et al (2005) musculação é uma prática sustentada nos princípios de treinamento de peso e é um mecanismo eficiente na indução de respostas fisiológicas aos exercícios.

A musculação pode ser definida como conjunto de ações musculares, conjunto de exercícios de ginástica, destinados a desenvolver e fortalecer os músculos do corpo (FERREIRA, 1999).

Musculação significa aumento de massa muscular, e por esse objetivo ser mais facilmente obtido por meio de exercícios resistidos, o próprio termo musculação é utilizado para definir treinamento com peso. Desta forma, a musculação pode ter inúmeras aplicações, tais como, preparação de atletas e esportistas, definição muscular que leva à modelagem do corpo de ambos os sexos, reabilitação e aptidão física.

Além disso, exercícios com peso estimulam a redução da gordura corporal e o aumento da massa óssea (SANTARÉM, 1998).

(29)

O treinamento de força é um fator importante na melhoria da qualidade de vida, desde que sejam utilizados os princípios científicos e bom senso durante todo o treinamento (SCHNEIDER; MILANI, 2002).

A musculação é uma atividade segura, pois os pesos em aparelhos podem ser adequados sem dificuldade, as amplitudes dos movimentos podem se ajustar de acordo com cada pessoa e sempre respeitando a individualidade biológica, os movimentos são lentos e cadenciados, a intensidade é alterada pelo aumento da resistência e não pelo aumento da velocidade (SHARKEY, 1998).

2.6.1 – Musculação e seus benefícios para a terceira idade

A musculação proporciona ao indivíduo mais força, e isso se deve ao aumento da massa muscular. Para os idosos, a prática de musculação contribui no aumento da força, evitando assim quedas. Dados mostram que 40% das pessoas acima de 65 anos caem ao menos 1 vez por ano, podendo acarretar em lesões e fraturas (ALMEIDA; PAVAN, 2010).

A prática regular de musculação traz ótimos resultados às pessoas idosas, pois favorecem a melhoria de grande parte das variáveis físicas que são afetadas pelo processo de envelhecimento (FERREIRA et al, 2007).

Segundo Leite (2000), uma das atividades mais recomendadas para o idoso é a musculação, a qual mantém e até mesmo aumenta a força muscular, melhorando os movimentos básicos diários.

De acordo com Sharkey (1998) o treinamento com pesos em qualquer idade mantém ou melhora a força muscular.

Cresce cada vez mais o número de idosos preocupados com a saúde. O exercício físico com ênfase na força (musculação) é uma boa alternativa para que essa população fortaleça a musculatura e vivam melhores e mais independente (ALMEIDA; PAVAN, 2010).

Para Silveira Junior (2001) a modalidade mais adequada para diminuir a incapacidade muscular e suas consequências na terceira idade é a musculação. O autor ressalta ainda que a musculação aumenta e melhora os níveis de força,

(30)

preserva os tecidos musculares, previne e auxilia no tratamento da osteoporose. A intenção não é transformar o idoso em atleta, mas em fazer com ele volte a desempenhar suas atividades diárias com segurança.

Um benefício do treinamento de força é a prevenção contra a osteoporose (SANTARÉM, 1998).

O treinamento de força, além de estimular a densidade óssea e muscular, atua na proliferação do tecido conjuntivo elástico no músculo, tendões, ligamentos e cápsula articular. Como resultados da prática de musculação, têm-se um complexo mioesquelético mais forte e mais resistente à lesões, melhorando assim os esforços comuns ao cotidiano, atuando numa qualidade de vida mais saudável (SCHNEIDER; MILANI, 2002).

2.7 – ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE

A primeira Academia da Terceira Idade- ATI, foi inaugurada no ano de 2006, na cidade de Maringá, Paraná.

O projeto surgiu através do programa Brasil Saudável, lançado pelo Ministério da Saúde em 2005, cujo objetivo foi/é investir em locais e programas para prática de atividades físicas.

Diante disso, a Prefeitura Municipal de Maringá, em parceria com a Secretária de Saúde do Município, lançou o programa Maringá Saudável, que incluía a ATI.

Segundo a Prefeitura Municipal de Maringá, o projeto e a vontade de implantar a ATI surgiram quando o prefeito Silvio Barros, estava assistindo à reportagens sobre as Olimpíadas de Pequim e foram mostradas as academias. A partir desse momento, o interesse em montar a ATI em Maringá foi aguçado.

A Prefeitura de Maringá buscou informações e descobriu que academias existem há 10 anos em Pequim-China, e que foram instaladas em locais de grande concentração de pessoas.

Baseado nessas informações, a idéia do projeto de instalar a ATI em Maringá foi apresentada à profissionais da Saúde, que adaptaram os aparelhos à

(31)

estrutura física da população brasileira e após essa etapa, procuraram uma empresa para fabricar os aparelhos.

No dia 12 de abril de 2006, foi implantada a primeira Academia da Terceira Idade no Brasil, e esse projeto pioneiro de Maringá se espalhou por todo o país. Atualmente existem mais de 700 academias desse modelo no Brasil, contemplando mais de 570 municípios.

A Prefeitura de Florianópolis, através da Fundação Municipal de Esportes- FME demonstrou interesse em instalar esse projeto inovador na capital catarinense.

Segundo a FME, em 2009 foram implantadas as duas primeiras Academias da Terceira Idade em Florianópolis, uma na Avenida Beira-Mar Norte e outra no Parque de Coqueiros.

Ainda segundo a FME, no início de 2010 o nome do projeto de Academia da Terceira Idade mudou para Academia da Saúde, pois notou-se que não só idosos utilizavam os aparelhos e sim a população no geral.

A aceitação das Academias pela população foi tão grande que atualmente, já são 24 o número de Academias implantadas na cidade, sendo 14 Academias na Ilha e 10 na região Continental de Florianópolis e há projetos para a implantação de mais 10 Academias.

Segue abaixo imagens e funções dos aparelhos instalados nas Academias da Saúde em Florianópolis:

Alongador - Visa estimular o sistema nervoso central através do alongamento da musculatura de maneira geral.

(32)

Rotação Dupla diagonal – Aparelho que trabalha a mobilidade articular (punho, cotovelo e ombro) e coordenação motora.

Rotação Vertical – Aparelho que visa alongar musculatura de membros superiores, bem como trabalhar a mobilidade das articulações do braço (ombro principalmente).

Surf – Aparelho que visa trabalhar a flexibilidade de membros inferiores, quadril e região lombar.

Simulador de Cavalgada – Tem como objetivo fortalecimento de membros inferiores e superiores, assim como melhora da condição cardiorespiratória.

(33)

Esqui- Tem como objetivo melhorar a capacidade cardiorespiratória, assim como a flexibilidade de membros inferiores e superiores, e de quadril.

Remada Sentada – Fortalece musculatura das costas e ombros.

Simulador de caminhada – Este aparelho tem como objetivo desenvolver uma melhor coordenação motora assim como mobilidade de membros inferiores.

Multiexercitador - Este aparelho dispõe de uma estrutura onde podem ser trabalhados diferentes exercícios, e grupamentos musculares. Como mostra a imagem existem duas cadeiras nas pontas, onde pode-se fazer um trabalho de fortalecimento de perna (posterior e

(34)

anterior de coxa). Junto a essas duas cadeiras existem dois aparelhos para trabalhar os membros superiores, na cadeira da direita (posterior de coxa) existe um aparelho logo acima que trabalha musculatura do ombro. Já na esquerda ao lado da mesma existe outro aparelho que trabalha musculatura peitoral, tríceps e ombro. Na parte de trás da imagem onde existe um banco verde, é realizado um exercício para musculatura das costas. E por fim logo a frente da imagem existe uma “roda” que serve para alongar membro superior bem como exercitar a mobilidade das articulações do braço.

Pressão de pernas – Exercício que visa fortalecimento da musculatura da perna (anterior e posterior de coxa, e panturrilha).

2.8 ESTUDOS RELACIONADOS COM MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS

No ano de 2007, foi realizado um estudo por LEÃO JÚNIOR; NOLASCO, e o tema era: Os motivos que levaram os idosos do município de Uruguaiana-RS á frequentarem as salas de Musculação.

O estudo foi realizado através de uma amostra aleatória com caráter descritivo, caracterizado por utilizar procedimento de coleta de dados através de um questionário com 14 perguntas. A população era constituída por indivíduos idosos de ambos os sexos, com faixa etária entre 65 e 75 anos, no município de Uruguaiana e que freqüentava salas de musculação. Foi escolhida uma academia que possuía maior número de idosos praticantes de musculação. A amostra foi composta por 13 idosos (09 mulheres e 04 homens).

O questionário envolvia perguntas para conhecer o perfil dos idosos (idade, sexo, escolaridade, estado civil) e para saber os motivos que os levaram a

(35)

praticar musculação. Os motivos destacados foram: aumento da expectativa de vida (43%), opção de lazer (39%), recomendações médicas e de familiares (28%). Nota-se que há uma grande preocupação entre os idosos em aumentar a expectativa de vida. Os benefícios que a musculação trouxe aos idosos (aumento da agilidade, melhora da força muscular, melhora da saúde e melhora das relações sociais) são fatores que contribuem para a permanência dos idosos na sala de musculação.

Em 2008 na cidade de Maringá-Paraná, foi desenvolvido um estudo por Ferreira, e o estudo foi intitulado: Frequência da Atividade Física e Uso de Medicamentos em Usuários das Academias da Terceira Idade no Munícipio de Maringá, Paraná.

O objetivo do estudo foi verificar os benefícios que as Academias da Terceira Idade- ATIs trouxeram para seus usuários, desde a inauguração da primeira Academia em Maringá.

Foram avaliados 401 frequentadores das 33 ATI´S implantadas na cidade. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 19 de outubro de 2008, nos períodos matutino e vespertino.

Ao final do estudo, verificou-se que os usuários na maior parte eram do sexo feminino (69%) e 31% do sexo masculino, verificou-se que a maioria dos frequentadores têm pouco tempo de estudo e que a maior parte deles não são idosos, ou seja, as academias atingem a toda população foi constatado também que um dos maiores benefícios das ATI´S para a população foi o acesso à prática de atividades físicas, pois 40 % dos frequentadores afirmaram que não faziam atividade alguma e a prática nas ATI´S trouxe muitas modificações na vida de seus frequentadores como por exemplo, o aumento da disposição, melhora do sono e perda de peso.

(36)

3 MÉTODO

3.1 - TIPO DE PESQUISA

A pesquisa realizada foi de caráter descritivo quantitativo e de campo. Os estudos de cunho descritivo visam especificar as propriedades, características e os perfis importantes de pessoas, comunidades, grupos ou qualquer outro fenômeno importante que se submeta à uma análise. Os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem que o pesquisador interfira nos resultados (SANTOS, 2002). Neste estudo o objetivo foi definir o perfil dos idosos e conhecer os benefícios da prática de exercícios nas academias através da percepção própria dos praticantes, sendo que os resultados foram analisados, classificados e não tiveram nenhuma interferência do pesquisador.

3.2 – PARTICIPANTES DA PESQUISA

3.2.1 – População e amostra

A população foi constituída por idosos, acima de 60 anos, praticantes de exercícios físicos na Academia da Saúde localizada no Parque de Coqueiros, região Continental de Florianópolis.

A amostra foi formada por 100 idosos, que comparecerem voluntariamente na Academia da Saúde no período de coleta de dados. Em virtude disso, a amostra é classificada como não-probabilística acidental, pois os indivíduos não foram escolhidos: a pesquisa foi a realizada até atingir os 100 idosos propostos como amostra de pesquisa, independente do sexo ou idade. A escolha da amostra não-probabilística acidental deu-se em função do lugar onde foi realizada a coleta de dados, pois a Academia localiza-se em um local ao ar livre e público,

(37)

sendo que a rotatividade é grande, e a frequência dos idosos depende também de fatores climáticos.

3.3 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

Foi utilizado como instrumento de pesquisa o questionário. De acordo com Thomas e Nelson (2002), questionário é o tipo de levantamento por escrito, utilizado na pesquisa descritiva, no qual a informação é obtida pedindo aos sujeitos que respondam às questões, em vez de observar seu comportamento.

Para a coleta de dados foi desenvolvido um questionário específico voltado aos idosos praticantes da Academia da Saúde de Florianópolis, escolhidos para o estudo. O questionário foi validado visando garantir a fidedignidade do instrumento. Este questionário foi validado quanto ao conteúdo por 03 professores especialistas na área de atividade física e exercícios. Com o objetivo de validar a clareza, o instrumento foi avaliado por 03 indivíduos com características semelhantes aos participantes da pesquisa (idosos praticantes de atividade física e exercícios).

O questionário foi composto por 15 questões abertas e fechadas, que definiram o perfil dos idosos. As perguntas foram relacionadas à percepção individual dos idosos sobre o estado de saúde antes e depois da prática de exercícios na Academia da Saúde.

As perguntas do questionário podem ser definidas nas seguintes fases: - A pergunta 01 a 03 são para saber o perfil dos idosos, sendo que as 02 primeiras perguntas visam identificar o sexo e a idade da amostra e a terceira pergunta é voltada para a escolaridade do entrevistado.

- Da pergunta 04 a 06 é requerido aos idosos que, de acordo com a percepção individual, responda como era sua saúde, antes da aderência aos exercícios na academia.

- As perguntas 07, 08 e 09 buscam saber a rotina de prática na academia em relação ao tempo de prática freqüência e tempo de permanência.

(38)

- Da pergunta 10 a 14, é solicitado aos idosos que definam através de sua percepção, os resultados que a prática regular de exercícios na Academia trouxe em suas vidas em seu estado de saúde atual.

- E a última pergunta é voltada à opinião individual sobre a Academia da Saúde.

3.4 – PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Inicialmente, foi assinado um acordo entre as instituições envolvidas, através do Termo de Ciência e Concordância entre as Instituições, ou seja, entre a UNISUL e a Secretaria Municipal do Continente. Em seguida o projeto, juntamente com o instrumento de pesquisa escolhido, (o questionário validado), passou pela aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa-(CEP Unisul).

Após esse processo e aprovação do CEP-Unisul, iniciou-se no segundo trimestre de 2011 a coleta de dados, sendo realizada no local escolhido inicialmente, a Academia da Saúde localizada no Parque de Coqueiros.

Após terem sido determinados os dias para a coleta de dados, foram feitos os seguintes procedimentos: conforme os idosos iam chegando à academia, eles eram abordados e convidados para participar da pesquisa. Foi explicado que o questionário é parte de um projeto de Relatório de Estágio, utilizado como Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, em Educação Física e Esporte. Juntamente com a explicação foi explanado que a participação deles não seria obrigatória e que os questionários serão guardados por 05 anos e depois desse tempo, serão incinerados. Aos que concordaram participar da pesquisa foi entregue o Termo de Consentimento Livre Esclarecido -TCLE, junto com o questionário para o preenchimento. Esse mesmo procedimento foi reproduzido até o momento em que se alcançou o número pretendido de 100 idosos. Todos os idosos abordados participaram do estudo e a coleta teve a duração de 10 dias, sendo determinada pela frequência da amostra na Academia.

(39)

3.5 – ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tratados através da estatística descritiva, que reúne os procedimentos referentes à coleta, à tabulação e à descrição do conjunto de observações (GAYA, 2008).

Os dados coletados foram tabulados em planilha do Microsoft Windows Excel, utilizando técnicas quantitativas simples como distribuição e frequência, percentual, gráficos e tabelas, sendo que nestes, foram empregados a frequência absoluta e frequência relativa (%).

Os resultados foram armazenados em forma digital, e seus dados só foram apenas utilizados pelo pesquisador. Os questionários em cinco anos serão incinerados e os dados digitais apagados.

(40)

4 DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Atendendo aos objetivos específicos, os resultados desta pesquisa são apresentados na seguinte ordem: a) perfil dos idosos praticantes de exercícios físicos na Academia da Saúde localizada no Parque de Coqueiros; b) percepção individual de cada idoso sobre seu estadol de saúde antes e depois do início da prática de exercícios físicos na Academia da Saúde; c) mudanças ocorridas na de saúde dos idosos no tocante aos seguintes aspetos: peso, sono, valor da pressão arterial, dores no corpo, utilização de medicamentos, realização de consultas médicas, disposição geral, níveis de colesterol, de glicemia e socialização; d) interesse dos idosos em saber os benefícios que os exercícios trazem a seus participantes; e) opinião dos idosos sobre a Academia da Saúde.

4.1 PERFIL DOS IDOSOS

De acordo com o Gráfico 1, verifica-se que os praticantes da Academia da Saúde na sua grande maioria são mulheres.

Gráfico 1- Sexo dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros.

(41)

Essa grande aderência na prática de exercícios na academia por parte das mulheres pode ser correlacionada com o número total de mulheres idosas no município de Florianópolis. De acordo com o último senso do IBGE (2010), as mulheres idosas são em média 58% a mais que os homens idosos. No estudo desenvolvido por Ferreira (2008), em uma Academia da Terceira idade em Maringá-Paraná, mostra que os frequentadores na sua maioria também eram mulheres.

O Gráfico 2 mostra que a média de idade entre os idosos é de 61 a 90 anos, sendo que 61 a 70 anos é a idade média predominante da maioria dos frequentadores da academia. Parecido com esse resultado, houve um estudo feito por Zanotelli et al (2007) em Bom Retiro (Santa Catarina), onde os autores buscaram verificar a idade média predominante nos idosos que praticavam exercícios, e foi constatado que os participantes da pesquisa tinham idade média entre 60 e 65 anos.

Gráfico 2- Idade dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros.

Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

A Academia da Saúde, local deste estudo, encontra-se em Coqueiros, uma região de Florianópolis habitada na sua maioria por pessoas de classe média e alta. Esta realidade reflete-se no nível de instrução entre os frequentadores, porquanto 76% responderam que possuem o nível de escolaridade entre ensino médio completo e ensino superior completo, estando tais dados descritos no

(42)

Gráfico 3. Esses dados foram confirmados através de um estudo realizado por Benedetti et al (2008) em Florianópolis, onde 80% dos idosos entrevistados sabiam ler e escrever, variando entre ensino fundamental completo e ensino superior completo.

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

FUDAMENTAL INCOMPLETOFUNDAMENTAL COMPLETO MÉDIO INCOMPLETOMÉDIO COMPLETO SUPERIOR INCOMPLETOSUPERIOR COMPLETO NUNCA ESTUDOUNÃO SABE

Gráfico 3- Escolaridade dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros

Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

O gráfico 4 verifica, quanto ao questionamento sobre o hábito de praticar algum tipo de exercício físico, antes de freqüentar a Academia da Saúde. Houve divisão equitativa das respostas, ou seja, 50% afirmaram que praticavam algum tipo de atividade física e 50% não praticavam nada.

Esse resultado também foi encontrado no estudo realizado por Souza Filho (2009), em uma Academia da Saúde instalada em Florianópolis, mais exatamente na Avenida Beira Mar, onde 52% dos idosos participantes da pesquisa responderam que praticavam algum tipo de atividade física antes de frequentar a Academia da Saúde. Nessa mesma linha de pensamento o estudo de Benedetti et al (2008) realizado com um grupo de idosos, demonstrou que 59,3% da amostra foi classificada como não-sedentária, praticando assim, algum tipo de atividade física.

Gráfico 4- Hábito de exercícios dos Idosos antes da prática na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros.

(43)

Os idosos foram questionados com o intuito de saber se têm alguma doença/problema considerada como fator de risco e quais são elas; neste sentido afirmaram que apresentavam doenças ou problemas considerados como fator de risco, dando destaque ao sedentarismo e à hipertensão arterial, que juntos somaram 61% das respostas. Doenças como estresse, colesterol, obesidade, diabetes, fumo, alcoolismo também tiveram uma escolha expressiva, conforme mostra a Gráfico 5. Esses resultados aproximam-se com os do estudo realizado por Costa et al (2003) onde em diversos fatores estudados, verificou-se doenças que acometem os idosos, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). De acordo com o relato dos idosos, nota-se que a hipertensão arterial é uma doença que acomete grande parte dos idosos (53%), e a diabetes também acomete de uma forma expressiva (10,3%).

Segundo Virtuoso Junior e Tribess (2005) o processo de envelhecimento está associado à diversas alterações, tais como físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, bem como o surgimento de doenças crônicos degenerativas (hipertensão arterial, colesterol, diabetes, estresse), adquiridos pelos maus hábitos no cotidiano, como por exemplo tabagismo, alcoolismo, alimentação inadequada e sedentarismo.

Gráfico 5- Doença/problema considerada como fator de risco nos Idosos praticantes de Exercícios na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros.

Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

Todos que foram questionados, responderam que já praticam exercícios na Academia há pelo menos 4 meses, e grande parte deles (43%) frequentam a

(44)

academia há mais de um ano. Lembrando que a Academia da Saúde foi implantada em Coqueiros, no ano de 2009. (Gráfico 6)

0% 20% 40% 60% 80% 100%

ATÉ 120 DIAS ATÉ UM ANO ACIMA DE UM ANO

Gráfico 6- Tempo de prática de exercícios dos Idosos na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

Objetivando saber como era o comprometimento dos idosos com a frequência na academia, os indivíduos foram questionados sobre quantas vezes por semana praticavam exercícios na academia (gráfico 7). Notou-se que a maior parte deles frequenta a Academia de 3 a 5 vezes por semana. Os resultados encontrados foram semelhantes aos resultados do estudo feito por Souza Filho (2009), realizado também em uma Academia da Saúde em Florianópolis, localizada na Avenida Beira-Mar; de acordo com as entrevistas realizadas, foi constatado que a média de frequência era de 3 à 5 vezes por semana.

Nobrega et al (1999) apresentam em seu estudo, o posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, sobre atividade física e saúde do idoso; as recomendações confirmam os resultados encontrados em ambos os estudos no gráfico 7 e no estudo de Souza Filho (2009) são corretos; a atividade e o exercício físico devem ser praticados de 3 a 5 vezes por semana. E a recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) é que os indivíduos devem realizar atividade física o máximo de dias possíveis e de preferência de forma cumulativa.

(45)

0% 20% 40% 60% 80% 100% 1x 2x 3x 4x 5x 6x 7x Série1 3% 13% 36% 15% 28% 4% 2%

Gráfico 7- Frequência Semanal dos Idosos na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros. Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

O gráfico 8 demonstra o tempo de permanência dos idosos na academia. A maioria dos entrevistados respondeu que o tempo de permanência é de 30 a 60 minutos. Nobrega et al (1999) e o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) afirmam que a recomendação de prática de exercícios deve variar de 30 a 60 minutos.

Gráfico 8- Tempo de permanência dos idosos na Academia da Saúde- Parque de Coqueiros. Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

(46)

4.2 PERCEPÇÃO DOS IDOSOS SOBRE O NÍVEL DE SAÚDE ANTES E DEPOIS DA PRÁTICA NA ACADEMIA DA SAÚDE

A respeito da percepção individual de cada idoso quanto a sua própria saúde antes de frequentar a academia, a pesquisa demonstra que os frequentadores da academia não se mostravam otimistas sobre seu próprio estado de saúde, dando destaque à opção de saúde regular, onde 56% deles demonstraram, uma insatisfação com a própria saúde.

Mas quando foram questionadas sobre seu estado de saúde após o início da prática de exercícios na academia, as respostas foram unânimes, que consideravam sua saúde boa, alguns foram até ousados e disseram que a consideravam excelente. (Gráfico 9).

Pesquisadores (ARAUJO, 2000; LINS e CORBUCCI, 2007), afirmam que as práticas regulares de exercícios físicos trazem uma série de benefícios a seus praticantes.

Essas afirmações podem ser relacionadas aos resultados obtidos no gráfico 9. Antes de praticar exercícios na academia grande, partes dos idosos não estavam satisfeitos com sua própria saúde, sofrendo com doenças crônicas comuns a idade. Após o início da prática, mudaram de opinião, considerando sua saúde boa, resultado esse que se deve aos benefícios que o exercício trouxe a seus praticantes.

(47)

Gráfico 9- Nível de Saúde dos Idosos praticantes de Exercícios na Academia de Saúde- Parque de Coqueiros

Fonte: Elaboração dos autores, 2011.

4.3 MUDANÇAS NO NÍVEL DE SAÚDE DOS IDOSOS

Sabendo que os exercícios exercem influência positiva na vida de seus praticantes, os idosos foram questionados quanto às melhorias na sua saúde e quais foram elas. No gráfico 10 verificam-se as mudanças no nível de saúde de cada idoso.

Quando a questão foi acerca do aumento de disposição em geral e incentivo para praticar outras atividades, 95% dos idosos responderam que houve melhorias. Esse resultado é parecido com o estudo realizado por Duarte et al (2002), onde os participantes da pesquisa demonstraram através de suas respostas que a prática de exercícios causa mais disposição geral e serve como incentivo para iniciar outras práticas de exercícios.

Nota-se que algumas doenças comuns à idade foram amenizadas desde o início da prática na academia até o presente momento, dando destaque para o controle da pressão arterial, na qual 26 % dos idosos responderam que houve uma diminuição na hipertensão arterial. A atividade física regular é uma das

Referências

Documentos relacionados

A partir da junção da proposta teórica de Frank Esser (ESSER apud ZIPSER, 2002) e Christiane Nord (1991), passamos, então, a considerar o texto jornalístico como

Para tal, iremos: a Mapear e descrever as identidades de gênero que emergem entre os estudantes da graduação de Letras Língua Portuguesa, campus I; b Selecionar, entre esses

Para isto, determinaremos a viabilidade de queratinócitos que expressem apenas uma oncoproteína viral após infecção com lentivírus que codifiquem shRNA para os genes candidatos;

A realização desta dissertação tem como principal objectivo o melhoramento de um sistema protótipo já existente utilizando para isso tecnologia de reconhecimento

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

Em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), em 2011 o consumo de artigos infantis movimentou cerca de R$26,2 bilhões, sendo que mais

Na cobertura da festa de abertura, realizada no Estádio do Maracanã, a Folha de S.Paulo trabalha duas construções sobre a cerimônia: a de destacar as críticas políticas ao