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Patologias em residências unifamiliares associadas à falta ou falha de impermeabilização: estudo de casos

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BRUNO VALCELI VIEIRA JOSÉ VITOR BARREIROS

PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES ASSOCIADAS À FALTA OU FALHA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASOS.

Palhoça 2019

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BRUNO VALCELI VIEIRA JOSÉ VITOR BARREIROS

PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES ASSOCIADAS À FALTA OU FALHA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Ricardo Moacyr Mafra, Msc.

Palhoça 2019

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Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e professores, que nos capacitaram e motivaram durante toda jornada acadêmica, possibilitando a formação deste sonho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus por ter nos iluminado, dado saúde, força e fé, para trilhar esse caminho até aqui.

Agradecemos nossos pais por todo carinho, apoio e educação nos oferecido desde sempre.

A todos os familiares, namoradas e amigos por todo o apoio, compreensão e motivação nos ofertado, ajudando a vencer mais uma etapa muito importante em nossas vidas.

Agradecemos a todos os nossos professores que compartilharam seus conhecimentos durante esta graduação e em particular ao professor e orientador Ricardo Moacyr Mafra.

Agradecemos também, aos proprietários das residências estudadas nesse trabalho de conclusão de curso, por nos ter permitido entrar em seus lares e estuda-los.

E por fim, fica aqui nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas que nos ajudaram de alguma forma durante todo o curso.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” (JOSÉ DE ALENCAR, 1857).

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RESUMO

Manifestações patológicas decorrentes da ação da umidade são muito presentes em residências unifamiliares, principalmente na região sul do município de Palhoça - SC. Diante deste cenário extremamente preocupante, visualiza-se um crescimento tecnológico exponencial no que se refere a novos produtos e sistemas de impermeabilização, que são cada vez mais eficientes em corrigir ou impossibilitar a presença indesejada de patologias advindas da umidade. Entretanto, por questões culturais no Brasil, a execução da impermeabilização é frequentemente negligenciada. Desta forma, este trabalho tem o objetivo de analisar a situação atual e o histórico de 4 (quatro) casas localizadas na cidade de Palhoça, identificar as patologias existentes devido à falta ou falha na aplicação de algum sistema impermeabilizante e propor um método de correção viável para essa classe de obra. Além de proporcionar ao meio acadêmico mais um material acerca dessa problemática e tentar conscientizar todos os envolvidos na cadeia da construção de pequenas obras, sobre a importância da impermeabilização bem projetada e executada. Nessa perspectiva, referências bibliográficas foram levantadas a fim de definir os tipos de umidades e sistemas de impermeabilização existentes. Posteriormente, foram realizadas vistorias nas quatro residências analisadas, com o objetivo de aplicar um questionário com 12 (doze) perguntas aos proprietários, realizar a inspeção visual e registrar as fotografias dos locais que apresentavam algum tipo de patologia. Após as etapas de levantamento de dados, foram diagnosticadas as patologias em cada residência e, seus possíveis agentes causadores, além de sugerido um procedimento viável para solucionar os problemas encontrados. Por fim, subentende-se que realmente a má execução ou a falta completa de algum sistema de impermeabilização em residências unifamiliares, na região sul de Palhoça, permite o surgimento de manifestações patológicas em pouco tempo após a conclusão da obra. Ademais, os problemas encontrados foram basicamente os mesmos em todas as obras e todos causados pela umidade do solo, permitindo a aplicação do mesmo método de correção para solucionar todos os problemas constados.

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ABSTRACT

Pathological manifestations resulting from the humidity’s action are very present in single-family houses, especially in the southern region of Palhoça - SC. In this extremely worrying scenario, an exponential technological growth is seen regarding new products and waterproofing systems, which are increasingly efficient in correcting or preventing the unwanted presence of pathologies resulting from humidity. However, for cultural reasons in Brazil, waterproofing is often neglected. Thus, this paper aims to analyze the current situation and the background of four (4) houses located in the city of Palhoça, identify the existing pathologies due to the lack or the application failure of some waterproofing system and propose a viable correction method. In addition, this paper aims to provide the academic community with more material on this issue and try to raise awareness among all involved in the chain of small constructions about the importance of well designed and executed waterproofing. From this perspective, bibliographical references were raised in order to define the existing types of humidity and waterproofing systems. Subsequently, surveys were carried out in the four residences analyzed, with the purpose of applying a questionnaire with 12 (twelve) questions to the owners, performing the visual inspection and recording the photographs of the places that presented some type of pathology. After the data collection stages, the pathologies and their possible causative agents were diagnosed in each residence and a viable procedure to solve the problems found were suggested. Finally, it is understood that the bad execution or the complete lack of a waterproofing system in single-family houses in the southern region of Palhoça, allows the appearance of pathological manifestations shortly after the construction is completed. Moreover, the problems found were basically the same in all constructions and all of them was be caused by soil humidity, allowing the application of the same correction method to solve all the problems found.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diferentes formas de ação dos fluidos na edificação ... 24

Figura 2 – Umidade no interior do concreto... 26

Figura 3 – Umidade de solo e suas consequências ... 26

Figura 4 – Altura de ascendência da água em condições normais (à esquerda) e em condições com a utilização de revestimento (à direita) ... 27

Figura 5 – Método de correção de Ripper contra umidade de solo ... 29

Figura 6 – Efeito da contribuição do vento com a chuva ... 30

Figura 7 – Vapor de água sofrendo condensação no teto de uma residência ... 32

Figura 8 – Umidade gerada pelo rompimento da tubulação ... 33

Figura 9 – Formação de eflorescência ... 34

Figura 10 – Patologia de corrosão gerada no concreto ... 35

Figura 11 – Descascamento de pintura na superfície de parede ... 36

Figura 12 – Desagregamento gerado no reboco da parede de alvenaria ... 36

Figura 13 – Ação de mofo e bolor em parede de alvenaria ... 37

Figura 14 – Ocorrência de criptoflorescência na parede da estrutura. ... 38

Figura 15 – Fissura gerada na base da parede de alvenaria ... 39

Figura 16 – Representação do ângulo de tensão superficial ... 43

Figura 17 – Argamassa com aditivo hidrófugo no assentamento de alvenaria ... 44

Figura 18 – Aplicação da argamassa com colher de pedreiro e desempenadeira de madeira .. 45

Figura 19 – Cristalização superficial do substrato... 46

Figura 20 – Mistura realizada com agitador mecânico... 47

Figura 21 – Aplicação de argamassa polimérica ... 47

Figura 22 – Injeção de cristalizante liquido: 1) Execução dos furos; 2) Secagem inicial da parede com luz infravermelha; 3) Preparação do produto para ser inserido; 4) Introdução dos difusores na parede; 5) Injeção do cristalizante; 6)Posicionamento de luz vermelha para melhor cristalização do produto ... 49

Figura 23 – Representação de caimento e arredondamento de cantos ... 50

Figura 24 – Aplicação a frio de emulsão asfáltica... 51

Figura 25 – Aplicação a quente de asfalto modificado ... 51

Figura 26 – Manta asfáltica ... 52

Figura 27 – Imprimação do substrato ... 53

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Figura 29 – Detalhe de colagem de manta em ralo ... 54

Figura 30 – Colagem da manta asfáltica. ... 54

Figura 31 – Biselamento do transpasse entre camadas... 55

Figura 32 – Configuração da impermeabilização com manta asfáltica. ... 55

Figura 33 – Localização geográfica da edificação do caso I ... 64

Figura 34 – Residência unifamiliar do caso I ... 65

Figura 35 – Formação inicial de eflorescência ... 65

Figura 36 – Descascamento da pintura ... 66

Figura 37 – Manifestação patológica gerada em todo o perímetro das paredes da garagem ... 66

Figura 38 – Fundação viga baldrame ... 67

Figura 39 – Ação da umidade de solo pelo contrapiso ... 68

Figura 40 – Localização geográfica da edificação do caso II ... 69

Figura 41 – Residência unifamiliar do caso II ... 69

Figura 42 – Formação de mofo e bolor na sala ... 70

Figura 43 e 44 – Descascamento nas paredes dos dormitórios ... 70

Figura 45 – Parede com azulejo cerâmico ... 71

Figura 46 – Localização geográfica da edificação do caso III ... 72

Figura 47 – Residência unifamiliar do caso III ... 72

Figura 48 e 49 – Paredes do hall de entrada externo ... 73

Figura 50 – Localização geográfica da edificação do caso IV ... 74

Figura 51 – Residência unifamiliar do caso IV ... 74

Figura 52 e 53 – Parede da cozinha ... 75

Figura 54 – Impermeabilização da viga baldrame: 1) Realização de um rasgo longitudinal na parede de alvenaria, com 15 cm de altura e 100 cm de comprimento, alternados com distância de 80 cm; 2) Remoção da impermeabilização existente, limpeza da viga baldrame afim de isentar a presença de materiais pulverulentos e regularização da superfície do alicerce; 3) Aplicação de duas camadas a frio de emulsão asfáltica, conforme recomendado por Pereira (2013), em toda a extensão do corte; 4) Reconstrução da alvenaria nos trechos dos quais ocorreram o rasgo, com a utilização de blocos cerâmicos, cuidando para que seja bem cunhada com a alvenaria acima; 5) Repetição de todo o procedimento de impermeabilização nos trechos intermediários; 6) Reconstrução da alvenaria. ... 76

Figura 55 – Proposta de prevenção da umidade de solo relacionada com o contrapiso... 77 Figura 56 – 1) Remover todo o reboco até a altura de 80 cm em relação ao piso acabado; 2) Realizar reparos pontuais de alguma falha na parede de alvenaria, caso exista; 3) Executar uma

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camada de regularização sobre substrato de alvenaria cerâmica; 4) Aplicar primeira demão de argamassa polimérica; 5) Aplicar segunda demão de argamassa polimérica; 6) Aplicar terceira demão de argamassa polimérica; 7) Executar o novo chapisco; 8) Executar o novo reboco; 9) Executar a nova pintura ... 78

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Percentual de gastos gerados para a construção de uma edificação ... 56

Gráfico 2 – Evolução dos custos (Lei de Sitter) ... 57

Gráfico 3 – Gastos dos serviços de impermeabilização em diferentes etapas da obra ... 58

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções ... 24 Quadro 2 - Análise dos pontos fortes e fracos do emprego do questionário ... 62

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LISTA DE SÍMBOLOS

® Marca registrada

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LISTA DE SIGLAS

ABCP – Associação Brasileira da Construção Industrializada ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização

NBR – Norma Brasileira

Riuni – Repositório Institucional da Unisul SciELO – Scientific Electronic Library Online

SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 17 1.1 JUSTIFICATIVA ... 18 1.2 OBJETIVOS ... 19 1.2.1 Objetivo geral ... 19 1.2.2 Objetivo específico... 20 1.3 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA ... 20 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 22

2.1 ASPECTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO ESTUDO DA PATOLOGIA ... 22

2.2 AÇÃO DA UMIDADE NA ESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO ... 23

2.2.1 Umidade de obra ... 25

2.2.2 Umidade de solo ... 26

2.2.3 Umidade de infiltração... 30

2.2.4 Umidade de condensação ... 31

2.2.5 Umidade acidental ... 32

2.3 PATOLOGIAS ORIGINADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES . 33 2.3.1 Eflorescências ... 34 2.3.2 Corrosão ... 35 2.3.3 Descascamento e desagregamento ... 35 2.3.4 Mofo e Bolor ... 37 2.3.5 Criptoflorescências ... 37 2.3.6 Fissura ... 39

2.4 APECTOS GERAIS DA IMPERMEABILIZAÇÃO. ... 40

2.4.1 Impermeabilização Rígida. ... 42

2.4.1.1 Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo. ... 43

2.4.1.2 Argamassa polimérica. ... 45

2.4.1.3 Cristalizantes ... 47

2.4.2 Impermeabilização flexível. ... 49

2.4.2.1 Membrana asfáltica. ... 50

2.4.2.2 Manta asfáltica... 52

2.5 ANÁLISE DE CUSTOS GERADOS PELA MANUTENÇÃO CORRETIVA E PREVENTIVA ... 56

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3 METODOLOGIA ... 59

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 59

3.2 SOBRE A AMOSTRA E DELIMITAÇÃO DO TEMA. ... 60

3.3 INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA A COLETA DE DADOS ... 60

3.3.1 Questionário ... 61

3.3.2 Registro Fotográfico ... 63

4 ESTUDO DE CASOS ... 64

4.1 CASO I ... 64

4.1.1 Descrição do local ... 64

4.1.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ... 65

4.2 CASO II ... 68

4.2.1 Descrição do local ... 68

4.2.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ... 69

4.3 CASO III ... 72

4.3.1 Descrição do local ... 72

4.3.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local. ... 73

4.4 CASO IV ... 74

4.4.1 Descrição do local. ... 74

4.4.2 Descrição dos problemas e das manifestações patológicas geradas no local ... 75

4.5 SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS PARA CORREÇÃO DOS PROBLEMAS APRESENTADOS ... 76

5 CONCLUSÃO ... 80

5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ... 81

REFERÊNCIAS ... 82

APÊNDICES ... 89

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1 INTRODUÇÃO

O emprego da impermeabilização nas construções é antiquíssimo, sendo possível constatar a sua utilização no passado em registros bíblicos, existindo como relato da aplicação de materiais betuminosos para a vedação na construção da arca de Noé e o uso do betume como argamassa para o assentamento dos tijolos de barro para a construção da Torre de Babel. Outrossim, a construção dos Jardins Suspensos da Babilônia, considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo, foram exequíveis perante a realização da impermeabilização com asfalto. (BAUER, 1994). Ainda nesse sentido histórico:

Os romanos e os incas já empregavam albumina (clara de ovo, sangue, óleos, etc.) para impermeabilizar saunas e aquedutos. Também no Brasil, nas cidades históricas, existem igrejas e pontes em perfeito estado de conservação, nas quais a argamassa de assentamento das pedras foi aditivada com óleo de baleia, utilizado como plastificante, visando a obtenção de estruturas menos permeáveis. (VEDACIT®, 2010, p. 6).

De acordo com Ripper (1986), a execução da impermeabilização nas construções civis é de extrema relevância, tendo em vista que a umidade é ainda considerada o maior problema das construções e da saúde de seus usuários. Em contrapartida, o desconhecimento das soluções corretas ou até mesmo a omissão da execução da impermeabilização nas edificações, acarretam no surgimento acerca dessa problemática.

A incidência de problemas de umidade que ocorrem nas edificações é relativamente alta quando comparada a outros tipos de problemas, tais como trincas, descolamentos de revestimentos e outros. Em pesquisas realizadas no Brasil, constatou-se que aproximadamente 50% dos problemas que ocorrem em edificações são decorrentes da ação da umidade. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990, p. 110).

Diante desse cenário preocupante, vivencia-se um momento onde a construção civil está passando por um grande avanço tecnológico, está cada vez mais se modernizando, haja vista que agora o mercado apresenta uma série de produtos e tecnologias, juntamente com a disponibilidade de normas, como por exemplo a NBR 9574/2008 que estabelece exigências e recomendações relacionadas a execução da impermeabilização, ferramentas essas, que visam propiciar o correto procedimento de sua utilização nas edificações. (ASSOCIAÇÃO BRSILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).

Em contrapartida, a absorção do conhecimento sobre a escolha e a correta aplicação do produto, se tornam fundamentais nesse processo, uma vez que essa grande gama de produtos

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com diferentes valores, podem provocar no entendimento de ser um processo de solução difícil, consequentemente levando as pessoas a não utilizarem a impermeabilização. (CUNHA; NEUMANN, 1979).

Outro fator associado a esse problema está relacionado com a discrepância de valores gastos no aspecto comparativo da manutenção preventiva com a da manutenção corretiva. Identifica-se que os reparos realizados para corrigir os problemas gerados pela falta ou falha da impermeabilização são onerosos, tendo em vista que incorre na necessidade de remoção e em muitas ocasiões as perdas dos revestimentos para realizar a aplicação de um novo sistema de impermeabilização, promovendo ainda quando for necessário posteriormente a aplicação de uma nova camada de revestimento. (LIMA, 2012).

Ao mesmo tempo, tendo conhecimento que a execução da impermeabilização na edificação é uma das principais etapas construtivas, uma vez que está diretamente ligada com a sua vida útil. É possível identificar que a sua realização ainda é falha, fato que pode ser justificado pela atual cultura utilizada na construção ou até mesmo a ausência de informação dessas ferramentas. Situação que se torna ainda mais alarmante para a construção de residência unifamiliares, perante o baixo investimento realizado para a edificação e que se torna ainda mais prejudicial quando ocorre a necessidade de correção dos danos causados. (APOLINÁRIO, 2013).

1.1 JUSTIFICATIVA

Diante das inúmeras patologias decorrentes da ação da umidade em residências unifamiliares, observadas pelos autores deste trabalho de conclusão de curso, optou-se por abordar essa problemática nesta monografia. Visando conscientizar ainda mais os envolvidos no processo da construção sobre a importância do serviço de impermeabilização, e fornecer ao meio acadêmico mais um material de consulta sobre esse mal tão dispendioso, porém, de forma direcionada às pequenas construções.

E observa-se que está constatação não é exclusiva dos autores deste trabalho, pois, Gomes e Neto (2018) por exemplo, alegam que patologias provenientes da ausência ou má aplicação dos elementos de impermeabilização são muito frequentes na construção civil e tal situação ocorre devido esse processo da construção ser comumente negligenciado pelos construtores.

Ainda neste sentido, Apolinário (2013) afirma que essa negligência ocasiona transtornos para todas as partes envolvidas na construção e utilização do imóvel, uma vez que, os custos

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são ampliados significativamente com a recuperação das áreas degradadas, em comparação, caso a impermeabilização tivesse sido realizada corretamente durante a execução da obra.

Por conseguinte, deparam-se com outro fator importante que justifica a escolha pela abordagem desse tema, que é a questão financeira referente ao retrabalho para corrigir essas manifestações patológicas. A esse respeito, Cichinelli (2014), informa que os gastos para executar um projeto de impermeabilização durante a confecção da obra representam de 1% a 2% do custo global da construção, já os custos para remediar os problemas ocasionados pela falta ou falhas na sua aplicação, podem chegar a até cinco vezes o valor despendido inicialmente. E Salgado (2009, p. 20) colabora com a seguinte afirmação: “não existe ‘meia’ impermeabilização ou uma impermeabilização simplória. Isso gera tempo e dinheiro jogados fora e sérios transtornos no futuro!”

Fortalecendo ainda mais a decisão dos autores em expor esse assunto, destaca-se que os problemas causados por este desmazelo, vão além de problemas financeiros, também afetam a saúde biológica dos usuários, pois acarretam no surgimento de mofos e fungos. E que associados aos danos de bens matérias do interior da construção e a desvalorização da tão sonhada residência, afetam também negativamente o psicológico dos moradores da edificação. (APOLINARIO, 2013).

Constatado então, os inúmeros males advindos de tal problemática e também para que seja possível conscientizar os proprietários, construtores e profissionais da construção civil sobre a importância da impermeabilização, no sentido de evitar patologias, entende-se que é extremamente importante abordar esse tema e visa-se responder os seguintes questionamentos: É efetuado projeto de impermeabilização em residência unifamiliar nos dias atuais? Quais tipos de patologias associadas a falta de impermeabilização que são encontradas em residências unifamiliares e quais são seus agentes causadores? E qual ou quais procedimentos poderiam ser adotados para recuperar essas patologias?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar as manifestações patológicas associadas à falta ou falhas de impermeabilização em residências unifamiliares, por meio de estudo de caso.

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1.2.2 Objetivo específico

a) Efetuar um estudo referente aos sistemas de impermeabilização;

b) Estudar os tipos de umidades que agem em uma construção e as manifestações patológicas diretamente relacionadas a ausência ou má aplicação de impermeabilizações;

c) Desenvolver o estudo pertinente aos custos gerados com a impermeabilização em uma construção e o comparativo dos gastos provocados pela manutenção corretiva e preventiva;

d) Identificar patologias e seus agentes causadores em residências unifamiliares, geradas pela falta ou má impermeabilização;

e) Detectar por intermédio da aplicação de um questionário a existência de projeto de impermeabilização e recomendações técnicas relacionadas com a utilização dos sistemas impermeabilizantes nas edificações analisadas;

f) Indicar soluções práticas, adequadas e viáveis para cada caso estudado, conforme as características do problema e da edificação.

1.3 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA

Na presente pesquisa, foi selecionado como opção a sua sistematização conforme os itens expostos abaixo:

a) O primeiro capítulo registrará a introdução, sendo apresentado as informações relacionadas a formulação do problema, a justificativa, os objetivos e a sistematização da pesquisa;

b) O segundo capítulo apresentará o estudo realizado na revisão bibliográfica, onde descreverá as informações relacionadas ao surgimento do estudo da patologia, os diferentes tipos de umidade que agem em uma estrutura, as patologias geradas pela ação da umidade, estudo da impermeabilização dentro de um contexto geral, os tipos de impermeabilizações mais indicados para obras de pequeno porte e um estudo comparativo dos gastos gerados da manutenção corretiva com a manutenção preventiva; c) O terceiro capítulo registrará a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, sendo definido a classificação da pesquisa, sobre a amostra e delimitação do tema e a instrumentalização para a coleta de dados;

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d) O quarto capítulo será desenvolvido 4 (quatro) estudo de casos, apresentando a ocorrência e método corretivo de diferentes tipos de patologias encontradas nas residências unifamiliares;

e) O quinto capítulo será desenvolvido a conclusão dos autores em relação as pesquisas bibliográficas desenvolvidas e o estudo de caso realizado.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ASPECTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO ESTUDO DA PATOLOGIA

Em decorrência do anseio em buscar soluções construtivas que proporcionam a utilização de materiais leves, resistentes, duráveis e de baixo custo, associado com a evolução das técnicas de projeto e da sua execução, provocaram no crescimento da ocorrência de falhas construtivas. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990).

Ainda nesse sentido, o mesmo autor descreve que diante da intensificação das avarias manifestadas, o homem identificou a necessidade de buscar soluções para o surgimento desses problemas, intensificando em sua busca o comportamento dos materiais. Desta forma, surgiu um novo estudo, denominado “Patologia das Construções”, sendo utilizado diversos termos que já eram estudados no campo da medicina, sendo os principais conceituados da seguinte forma:

a) Patologia: Danos que danificam o funcionamento da estrutura de forma parcial ou global, além de resultar problemas associados à sua estética;

b) Patologia das Construções: Estudo que possui como objetivo identificar o defeito apresentado pelo material empregado e das partes constituintes que formam a edificação, exercitando como resultado, apresentar informações que buscam estabelecer o motivo para o surgimento desse problema e promover medidas que acarretam na sua prevenção e correção;

c) Diagnóstico: Prescrição do motivo que gerou o problema e avaliação da sua gravidade para a estrutura;

d) Prognóstico: Realização de estudo com base do diagnóstico, determinando a duração e término do problema, além de identificar a possibilidade da sua evolução;

e) Terapia: Execução dos procedimentos adotados visando buscar a correção do problema gerado;

f) Agente: Responsável pela causa do surgimento da patologia.

Destaca-se que esse estudo diferente da medicina, não eram tratados com agilidade e apresentavam lentidão para a divulgação do estudo realizado. Fato esse exposto, que pode ser justificado perante os diversos problemas que eram detectados, associados a falhas de projetos, erros de concepção, desconhecimento de propriedades dos materiais e entre outros motivos.

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Outrossim, as ausências de um sistema de catalogação dos problemas patológicos, além de outros fatores, provocaram o atraso desse estudo, deixando de promover informações para os meios técnicos, que poderiam ter evitado a repetição do surgimento dessas anomalias. (SOUZA, 2008).

2.2 AÇÃO DA UMIDADE NA ESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO

A umidade é considerada um dos problemas de maiores dificuldades para serem corrigidos na construção civil. (PEREZ, 1988).

Segundo Souza (2008), os principais problemas identificados e corriqueiros na concepção e utilização de uma edificação, são decorrentes da penetração de água ou devido ao surgimento de manchas de umidade. Incumbe analisar que esses problemas gerados podem ser graves e de difíceis soluções, tais como:

a) Danos no aspecto de utilização da edificação;

b) Incômodo dos usuários e possibilidade de afetar a saúde desses ocupantes; c) Prejuízos em equipamentos e bens localizados na edificação;

d) Danos financeiros.

O mesmo autor destaca que esses problemas de umidade podem surgir em diferentes elementos da construção, dos quais se enquadram as paredes, fachadas, elementos de concreto armado, etc. Sendo que essas irregularidades na maioria dos casos, são geradas por mais de uma causa.

Nesse ponto de vista, Verçoza (1991) descreve que a ocorrência de umidade não é apenas uma causa de patologia, sendo que o seu aparecimento é identificado como um meio necessário para que ocorra na edificação outros tipos de patologia. Dentro desse aspecto, ela pode ser considerada como um agente para a manifestação de novas avarias, como por exemplo: Eflorescências, corrosões, mofo, bolores e até a causa de acidentes estruturais.

Perante o exposto, destaca a análise realizada por Siqueira (2018), devido a ação de todas as manifestações patológicas geradas pela umidade, se torna fundamental o estudo sobre as formas de sua ocorrência, haja a vista que a proteção contra a presença da água em pontos indesejáveis da construção, acarretam em ganhos relacionados a sua durabilidade. É sabido que existe diversas formas de ação da água em uma edificação, tendo conhecimento do tipo de ação,

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proporciona na escolha da melhor forma de impermeabilizar esse local, na figura 1 é possível identificar as diferentes formas de ação dos fluidos em uma edificação.

Figura 1 – Diferentes formas de ação dos fluidos na edificação

Fonte: Pozzobon (2007 apud SIQUEIRA, 2018, p. 22).

Atualmente a literatura descreve diferentes origens das manifestações da ação da umidade em uma edificação. De acordo com a Associação Brasileira da Construção Industrializada (1990), elas podem ser classificadas em: Umidade de obra, umidade do solo, umidade de infiltração, umidade de condensação e umidade acidental.

O quadro 1 apresenta a relação dos tipos de umidade, suas origens e os locais da construção que pode ser possível identificá-las.

Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções

(continua) TIPOS DE MANIFESTAÇÃO DA UMIDADE ORIGEM LOCAL Umidade de Obra

Surgimento durante o trabalho construtivo, se mantendo em um determinado período, e posteriormente

desaparece de forma gradativa.

Confecção de concreto, de argamassas e execução de pintura.

Umidade de Solo

Originada pela absorção da água do solo pelas fundações, paredes e pavimentos, percorrendo para outros

pontos da edificação.

Terra, através do lençol freático.

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Quadro 1 – Tipos, origens e locais da umidade nas construções (conclusão) TIPOS DE MANIFESTAÇÃO DA UMIDADE ORIGEM LOCAL

Umidade de Infiltração Penetração da água da chuva perante os elementos externos da edificação.

Cobertura (telhados), paredes e lajes de

terraço.

Umidade de Condensação

Relacionada com a ocorrência do vapor da água que condensa no

interior de uma edificação.

Paredes, forros, pisos, peças com pouca ventilação, banheiros,

cozinhas e garagens.

Umidade Acidental Ocorrência de vazamentos do sistema hidrossanitário de uma edificação. Paredes, telhados, pisos e terraços.

Fonte: Adaptado de Associação Brasileira da Construção Industrializada (1990, p. 110). 2.2.1 Umidade de obra

De acordo com Oliveira, M. (2015), esse tipo de umidade se faz presente em uma edificação após a finalização das atividades da obra, sendo que a água presente internamente nos elementos construtivos tende de forma gradativa desaparecer, esse processo de desaparecimento é possível perante o equilíbrio gerado entre o material e o ambiente. Um exemplo desse tipo de manifestação ocorre quando existe excesso de água na argamassa de reboco, e esta água é infiltrada para a parte interna da alvenaria, resultando desta forma, no tempo maior de cura que é prevista para o reboco. Segundo Verçoza (1987), é possível também identificar esse tipo de manifestação nas madeiras “verdes”, tendo em vista que ocorre uma variação entre 15 a 40% do seu peso relacionado a presença de água, quando são pintadas, propende a ocorrer o deslocamento da pintura devido ao transporte da água para o ambiente externo.

Ainda nesse sentido, Fusco (2008 apud BARBOSA, 2018) relata que essa situação pode ocorrer no concreto, perante o processo de endurecimento e cura do mesmo, surgem a formação de redes capilares devido a evaporação da água, sendo a presença da água se dividindo em três parcelas, com a maior de ar e vapor d’água, uma menor de água capilar e a terceira com a formação de uma película, sendo essa última responsável pelo procedimento das paredes absorvê-las. A figura 2 exemplifica a análise apresentada.

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Figura 2 – Umidade no interior do concreto

Fonte: Fusco (2008 apud BARBOSA, 2018, p. 13).

No que se refere ao tempo de ação dessa umidade em uma edificação, descreve Nappi (2002, p. 41), “de forma geral, as anomalias devidas a este tipo de umidade cessam num período mais ou menos curto de tempo, que depende das características e do tipo de utilização do edifício e da região climática em que o mesmo está inserido.”

2.2.2 Umidade de solo

Esse tipo de umidade também é titulado por alguns autores como umidade ascensional, titulação essa que se faz jus devido a sua forma de ocorrência, tendo em vista que a água presente no solo ascende, ou seja, sobe perante um fluxo vertical por ação da capilaridade, conforme ilustrado na figura 3. Esse trajeto ocorre do solo presente abaixo da fundação até a base das paredes, sendo identificado com mais ocorrência em fundações que apresentam solos argilosos. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990).

Figura 3 – Umidade de solo e suas consequências

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A capilaridade apresenta a formação de condutos, que possuem como característica a formação de canais com diâmetros pequenos, permitindo a percolação da água nos materiais de construção que apresentam elevada porosidade, facilitando o trajeto da água, haja vista que não existe uma barreira que impossibilite este deslocamento, sendo que a água conclui o seu trajeto ao encontrar o equilíbrio com a força da gravidade. (SIQUEIRA, 2018).

Segundo Verçoza (1991 apud SIQUEIRA, 2018), na maioria dos casos, a água atinge o limite de 80 cm de altura, podendo atingir uma altura maior caso a parede apresente algum tipo de revestimento, como por exemplo, revestimento cerâmico. Tendo em vista que a utilização do revestimento inibirá parcialmente a evaporação do fluido, conforme ilustração na figura 4.

Figura 4 – Altura de ascendência da água em condições normais (à esquerda) e em condições com a utilização de revestimento (à direita)

Fonte: Brito e Guerreiro (2003, p. 8).

Nesse sentido, Brito e Guerreiro (2003) acrescentam que existem outros fatores que possibilitam a água atingir alturas maiores, além da existência de revestimento na parede, destaca-se que quanto maior for a espessura da parede maior será a quantidade de água vinda do solo e consequentemente também será maior o tempo para ocorrer sua evaporação. Outro fator está associado orientação geográfica, tendo em vista que paredes posicionadas no sentido contrário da orientação do sol, promovem da mesma forma no tempo maior para evaporação do fluido.

Nappi (2002) destaca que pode ocorrer esse tipo de umidade por água originadas do lençol freático e águas superficiais. Sendo que cada tipo possui características e soluções diferentes. No que se refere à ocorrência proveniente do lençol freático, a sua fonte torna-se sempre ativa durante o ano e pode apresentar manchas de umidade em toda a parede, atingindo

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alturas superiores nas paredes do interior. Em contrapartida, as de origem das águas de superfície variam durante o ano, sendo identificado alturas superiores em paredes exteriores.

No que se refere a correção desse tipo de problema, Ripper (1986) destaca que a substituição do revestimento danificado provoca uma recuperação paliativa no local, uma vez que o problema retornará ocorrer novamente no ambiente em curto espaço de tempo, tendo em vista que a ação da umidade não será devidamente controlada.

Há diversos métodos que visam o tratamento desse tipo de problema, alguns sendo relacionados com o efeito de impedir a ascensão da água com o rebaixamento do lençol freático, métodos direcionados para a remoção da água das paredes, outros que buscam impossibilitar o acesso da água às paredes perante a construção de barreiras físicas ou químicas e procedimentos que visam ocultar o aparecimento desses problemas. (SALOMÃO, 2012).

No entanto, Ripper (1986) relata que procedimento que apresenta o melhor resultado e comumente é realizado para sanar esse tipo de problema está relacionado com a substituição da impermeabilização existente de forma parcial ou a execução de uma nova entre a fundação e a alvenaria, conforme é descrito a seguir:

a) Com a altura aproximada de 15 cm e 100 cm de comprimento, deve ser executado rasgos em toda a profundidade da alvenaria, sobre a impermeabilização a ser substituída ou a nova que será realizada, sendo os rasgos executados com distâncias alternadas de 80 cm;

b) Na existência de uma impermeabilização, deverá ser realizado a remoção da mesma, limpeza e regularização do alicerce (viga baldrame, fundações ou qualquer base da alvenaria);

c) Aplicar duas camadas de algum material categorizado como uma impermeabilização flexível (sendo que as opções serão vistas posteriormente no presente trabalho) em toda a extensão do rasgo;

d) Construir uma camada de proteção de argamassa de cimento e areia 1:4 e reconstruir a alvenaria com tijolos recozidos ou prensados em um comprimento de 80 cm, devendo o encunhamento ser bem executado. Deixar nas extremidades dos tijolos “dentes”; e) O procedimento deve se repetir para os trechos alternados de 80 cm que inicialmente não foram executados, permitindo desta forma um transpasse de 10 cm em cada lado sobre a impermeabilização já executada;

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g) Executar o tratamento da parede úmida acima da faixa reconstruída, com a construção de novo revestimento.

As etapas relacionadas com a substituição ou execução de uma nova impermeabilização na fundação do método de correção elaborado pelo autor anteriormente citado, pode ser visualizada resumidamente na figura 5.

Figura 5 – Método de correção de Ripper contra umidade de solo

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2.2.3 Umidade de infiltração

Esse tipo de umidade ocorre quando a água consegue adentrar a edificação, perante a existência de meios que possibilitam esse acesso, dos quais pode-se citar as fissuras, trincas, rachaduras ou falhas nas conexões dos elementos. Esse tipo de patologia tem como principal agente causador a água da chuva, onde somado com o vento aumenta a manifestação desse evento. (SIQUEIRA, 2018).

Dentre os tipos de umidade que afetam as edificações, a umidade de infiltração é a que apresenta maior incidência, correspondendo a aproximadamente 60% dos casos mencionados. A seguir aparecem os problemas devido à umidade proveniente do solo e à umidade de condensação, representando respectivamente 15% e 10% dos problemas; os outros tipos de umidade (obra e acidental) no conjunto representam aproximadamente 15% no total. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990, p. 110).

Entretanto, Perez (1995 apud BARBOSA, 2018) afirma que para a ocorrência mais grave desse tipo de umidade acontecer, necessita da combinação da chuva com o vento, uma vez que sem essa combinação, a chuva ocorreria verticalmente, consequentemente, afetaria a edificação em uma menor intensidade, conforme demonstra a figura 6.

Figura 6 – Efeito da contribuição do vento com a chuva

Fonte: Rodrigues (2010 apud BARBOSA, 2018, p. 14).

De acordo com Nappi (2002), esse tipo de avaria gera danos relacionados ao surgimento de manchas de tamanhos variáveis, onde a sua ocorrência se intensifica em dias com intempéries, desaparecendo de forma gradativa quando retorna as boas condições climáticas. Contudo, caso esse período de chuva se estenda na região, esse problema pode agravar e se um fator para o surgimento de bolores, eflorescências e criptoflorescências.

Ripper (1986), descreve diversos métodos que visam a prevenção e correção desse tipo de problema em uma edificação, utilizando produtos impermeabilizantes e diante de orientações

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construtivas, que visam sanar essas avarias em uma edificação. No entanto, a aplicação de cada método vai depender do local onde está ocorrendo essa anomalia.

2.2.4 Umidade de condensação

Barbosa (2018) analisa que esse tipo de avaria surge com a ocorrência da mudança do estado físico da água, perante o processo de liquefação, devido ao contato do vapor de água com a superfície mais fria.

Siqueira (2018) destaca que devido à ausência de circulação de ar no ambiente, é gerado o processo de condensação da água, ocorrendo a formação de gotas de água, perante o contato do vapor da água com superfícies mais frias.

Segundo Verçoza (1991), o dimensionamento correto das esquadrias ou a utilização de dispositivos como exaustores que permitem a ventilação nos ambientes, se tornam fundamentais para evitar o surgimento desse tipo de problema em uma edificação, tendo em vista que evitará o acumulo de água no estado gasoso no ambiente, onde a presença dessa água indesejável no local acaba gerando reações na estrutura, tornando um aumento de infiltração e a deterioração dos materiais que forma a edificação. Ainda nesse sentido, destaca-se a seguinte análise:

Infiltração por condensação é um problema de umidade que não é resolvido com impermeabilização. A impermeabilização confina a infiltração de água, mas é a circulação de ar que torna os ambientes salubres, não deixando proliferar o mofo. A presença de umidade nas casas provoca doenças respiratórias. (VEDACIT®, 2010, p. 11).

No que se refere a análise dos locais que apresentam o maior número de problemas relacionados a ação dessa umidade, destacam-se os ambientes de ocupação que geram a produção de vapor de água, sendo gerado em maior quantidade nos banheiros, devido ao efeito do banho e nas cozinhas, provocados pela ação da produção do alimento e a limpeza dos materiais. (BRITO e GUERREIRO, 2003). Ademais, os mesmos autores destacam que a ação dessa umidade tende a se propagar rapidamente para os demais ambientes, destacando importância de impedir esse deslocamento, perante a realização do procedimento de manter esses ambientes fechados, impedindo a passagem do vapor de água para as salas internas adjacentes aos locais e conduzir esse vapor para o exterior da edificação, afim de evitar situações como apresenta a figura 7.

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Figura 7 – Vapor de água sofrendo condensação no teto de uma residência

Fonte: ABCP (2013 apud BARBOSA, 2018, p. 15).

Conforme já relatado, a ocorrência desse tipo de umidade está relacionada como uma das principais causas do surgimento do mofo, visto que diante do acúmulo de fungos que acaba gerando nas camadas de revestimento, os mesmos se proliferam diante da formação de colônias que culminam na alimentação de matérias orgânicos, causando grandes problemas relacionados a saúde dos ocupantes. (PITAN, 2013).

2.2.5 Umidade acidental

Segundo Vieira (2018), a umidade acidental é caracterizada principalmente pela ocorrência relacionada as falhas geradas nos sistemas de tubulações de uma edificação. Efeitos que podem ser justificados diante do elevado tempo que a rede de tubulação foi instalada no local, haja vista que a sua utilização acarreta no desgaste natural do sistema, sendo que a não realização de uma manutenção, acarretam no surgimento de avarias relacionadas ao rompimento desse sistema.

A ocorrência desse tipo de anomalia, gera grandes transtornos aos moradores, podendo motivar elevados gastos relacionados a danos materiais, como por exemplo o assoalho de madeira de uma edificação, visto que ao entrar em contato com uma elevada quantidade de água e a absorção da mesma, arduamente esse material retornará ao seu estado inicial. (SILVA JUNIOR, LEAL JUNIOR; 2018).

Ainda nesse sentindo, destaca a análise realizada por Souza (2008), onde apresenta a situação que a ocorrência desse tipo de umidade pode gerar além de grandes gastos, transtornos

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para localizar a origem do vazamento, uma vez que na maioria dos casos as tubulações encontram-se embutidas nas paredes e o surgimento desse tipo de problema acaba se manifestando em outra região, tendo em vista que o fluído pode percorrer a parede onde a tubulação está embutida.

O aparecimento desse tipo de umidade pode trazer sérios danos a edificação e provocar avarias irreparáveis, a figura 8 registra o efeito devastador que pode acontecer, demostrando desta forma a importância de uma manutenção preventiva nas edificações mais antigas. (VERÇOZA, 1991).

Figura 8 – Umidade gerada pelo rompimento da tubulação

Fonte: Siqueira (2018, p. 27).

Barbosa (2018), reafirma que a realização de uma manutenção preventiva visa a combater o aparecimento desse tipo de problema, no entanto, nas eventualidades de sua ocorrência, a correção deverá ser executada com a substituição da tubulação ou do dispositivo que apresenta avaria e a recuperação do material que foi deteriorado.

2.3 PATOLOGIAS ORIGINADAS PELA AÇÃO DA UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES

As presenças dos tipos de umidades elencadas no presente trabalho podem provocar o surgimento de diversas manifestações patológicas em uma estrutura. (FIORITO, 1994). Ainda nesse sentido, Barbosa (2018) elenca que a ação da umidade na estrutura pode desencadear a ocorrência das patologias de eflorescências, corrosão, descascamento e desagregamento, mofo e bolor, criptoflorescências e fissuras, sendo essas consideradas pelo autor como as principais, onde é possível detectar o seu aparecimento com uma maior frequência.

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2.3.1 Eflorescências

De acordo com análise realizada por Fiorito (1994), existe uma relação muito direta da ocorrência desse tipo de patologia com a presença de água na estrutura, proveniente da ação da umidade.

Entretanto, para que ocorra o seu surgimento, existe a necessidade de uma combinação de outros fatores, além da água já anteriormente citada, o advento de teor de sais solúveis presentes na argamassa de assentamento ou do revestimento de reboco, juntamente com a ação de uma força, dos quais se enquadram a pressão hidrostática ou a evaporação do qual permitirá que a solução salina surge na superfície da parede. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA, 1990).

A eflorescência gera a formação de manchas esbranquiçadas ou estalactites, tornando o seu aparecimento em grandes danos estéticos a estruturas, a figura 9 exemplifica a ocorrência desse tipo de avaria em uma estrutura. (FIORITO, 1994).

Figura 9 – Formação de eflorescência

Fonte: Tintas Pig (2019).

Desta forma, pode ser interpretado que o surgimento dessa anomalia ocorre da seguinte forma:

As eflorescências aparecem quando a água atravessa uma estrutura que contém sais solúveis como os nitratos alcalinos, carbonato de cálcio, sulfatos, sais de ferro sulfoaluminato. Esses sais podem estar nos tijolos, no cimento, na areia, na argamassa e na cal. Em contato com a umidade vinda através das paredes, esses sais são carregados pelas paredes e fazem aparecer manchas, bolhas, descolamento ou descoramento da pintura. (VEDACIT®, 2010, p. 12).

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2.3.2 Corrosão

A umidade é considerada como um fator predominante para o surgimento de problemas relacionados a corrosão, o efeito gerado na estrutura é relacionado a oxidação do ferro e do aço, e até mesmo podendo reduzir a área de seção de resistente do material, desta forma, se torna fundamental a utilização de um concreto impermeável, sendo assim, a água não alcançará as armaduras da estrutura e consequentemente evitará transtornos relacionados a destruição do material. (SCHÖNARDE, 2009 apud BARBOSA, 2018).

Complementando essa análise, Siqueira (2018) descreve que esse tipo de manifestação patológica pode ser considerado como sendo a pior que atinge uma estrutura, e que o seu surgimento pode ser caracterizado diante da ausência ou falha da aplicação de uma impermeabilização, sendo que as ocorrências de outros fatores podem acelerar esse problema, situações relacionadas com a alta porosidade do concreto, cobrimento do concreto inferior ao estipulado por norma e entre outros fatores.

A figura 10 registra o episódio de um elemento construtivo submetido ao efeito da patologia relacionada a corrosão, dos quais reitere-se a análise já registrada dos possíveis efeitos devastadores que o problema poderá gerar na estrutura.

Figura 10 – Patologia de corrosão gerada no concreto

Fonte: Medeiros (2019).

2.3.3 Descascamento e desagregamento

Hussein (2013) alega que o aparecimento da manifestação patológica de descascamento (figura 11), podem ter como o seu surgimento por diversos motivos, entre eles, está relacionada com a má aplicação da tinta, o descumprimento do período de cura do reboco para a realização dos serviços de pintura e o excesso de umidade.

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Figura 11 – Descascamento de pintura na superfície de parede

Fonte: Montecielo (2016, p. 8).

Complementando os possíveis agentes causadores dessa manifestação patológica, destaca-se o registro de Montecielo (2016, p. 7) “Quando há má aderência da tinta devido a sua diluição ter sido incorreta na hora da preparação, superfície calcinada que não tenha possuído preparação adequada ou uma superfície que não tenham eliminado totalmente o pó após um lixamento.” Nesse sentido, é possível identificar que a ocorrência dessa patologia gera danos relacionados a questão estética da estrutura.

No que se refere a manifestação patológica de desagregamento, figura 12, tem como seu princípio o mesmo efeito do descascamento, entretanto, essa avaria está associada com danos gerados na massa do reboco, produzindo uma espécie de esfarelamento do material. (MONTECIELO, 2016). A mesma autora destaca que na maioria dos casos, o seu aparecimento é motivado pela umidade de solo.

Figura 12 – Desagregamento gerado no reboco da parede de alvenaria

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2.3.4 Mofo e Bolor

De acordo com Schönardie (2009 apud BARBOSA, 2018), o mofo e o bolor são considerados como fungos vegetais, onde a sua manifestação possui como característica o escurecimento da superfície onde a patologia está agindo, conforme o exemplo da figura 13, ademais, sua ocorrência gera danos a estrutura. Perante o fato de serem de origem vegetal, se torna essencial para sua sobrevivência e continuação de sua manifestação a presença de umidade neste meio.

Figura 13 – Ação de mofo e bolor em parede de alvenaria

Fonte: Neiva coelho imóveis (2013).

Diante da alteração que a manifestação patológica provoca na superfície da estrutura, pode ocorrer em algumas situações a necessidade de refazer o revestimento, ocasionando a realização de uma manutenção corretiva muito onerosa. (SOUZA, 2008).

O mesmo autor destaca que na maioria dos casos o surgimento desta avaria está associado com o agente causador da ação das umidades de infiltração, de solo, acidental e na grande maioria dos casos, a umidade de condensação.

2.3.5 Criptoflorescências

A criptoflorescência possui as mesmas características de formação da eflorescência, entretanto, o que difere de uma manifestação patológica em relação a outra está relacionada

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com a gravidade da sua manifestação, visto que na criptoflorescência ocorre a formação de grandes cristais salinos no interior da estrutura da parede de alvenaria ou nos elementos de concreto. Destaca-se que a manifestação desse problema pode gerar grandes danos na estrutura, podendo formar rachaduras e em algumas situações provocar desabamento da parede, visto que diante de um crescimento dessa anomalia, os cristais que são gerados podem pressionar a massa, provocando nos danos mencionados. (MONTECIELO, 2016).

De forma mais resumida Nappi (2002) realiza a seguinte diferenciação “Quando esta cristalização se dá no interior da superfície o fenômeno é chamado de criptoflorescência e, quando no ambiente exterior, de eflorescência.” A figura 14 ilustra a ação da criptoflorescência no interior da estrutura, sendo possível confirmar sua ação ocorrendo entre o emboço e o reboco.

Figura 14 – Ocorrência de criptoflorescência na parede da estrutura.

Fonte: Kauffeman (2017, p. 25).

Kauffeman (2017) completa a análise relacionada a ocorrência desse tipo de manifestação patológica nas estruturas associada a presença do composto químico sulfato, do qual é encontrado de forma abundante em nosso meio ambiente, sendo localizado naturalmente nos minerais da terra. Esse composto em contato com a água, acarretam no aumento de volume, desencadeando a desagregação dos materiais, principalmente aqueles identificados na superfície.

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2.3.6 Fissura

De acordo com a análise realizada por Thomaz (1989), a ocorrência de fissuras na superfície de uma estrutura pode ser justificada diante da variação gerada do teor de umidade, visto que através de um aumento ou redução, os materiais porosos sofrem variações relacionados a suas dimensões, sendo que o aumento gera expansão do material e a redução provoca contração do mesmo, esses movimentos que são gerados e que estão relacionados com o surgimento deste problema, podem ser denominados como fissuras higroscópicas.

Incumbe relatar que os surgimentos de fissuras higroscópicas são semelhantes as fissuras geradas diante das variações de temperatura. Ademais, em uma análise quantitativa, voltada a questão da absorção da água no material de construção, são originados por dois fatores: Porosidade e a capilaridade, sendo o segundo com a maior importância. (HUSSEIN, 2013).

Barbosa (2018) destaca que um dos exemplos mais corriqueiros relacionados com o surgimento da fissura tendo como seu agente causador a umidade, surge na base das paredes de alvenaria, conforme exemplo ilustrado na figura 15, podendo ter como sua justificativa o efeito da existência de uma maior quantidade de umidade nas camadas inferiores do assentamento da parede de alvenaria, apresentado desta forma em uma maior expansão.

Figura 15 – Fissura gerada na base da parede de alvenaria

Fonte:Thomaz (1989, p. 42).

Por fim, Thomaz (1989) ratifica a semelhança do surgimento da fissura devido a variação da umidade com relação a variação da temperatura, entretanto, em muitas ocasiões a presença de eflorescência no local facilita o diagnóstico, permitindo identificar que o surgimento da anomalia é devido a presença da água. Ademais, no que se refere ao processo de recuperação é de deveras atenção considerar as fissuras como ativas, haja vista que as movimentações higroscópicas da alvenaria podem voltar a ocorrer no local.

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2.4 APECTOS GERAIS DA IMPERMEABILIZAÇÃO.

No que se refere ao termo “impermeabilização”, Cunha e Neumann (1979) destacam que esta palavra pode ter diferentes definições, dependendo da área de atuação, instrução ou ponto de vista de cada pessoa, mas, que o dicionário Aurélio define como o “processo pelo qual se torna impermeável um tecido, um papel, um revestimento, etc.”

No entanto, no âmbito da engenharia civil a NBR 9575 (2010, p. 5), especifica que a impermeabilização é um “conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços), composto por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e da umidade.”

Todavia, Salgado (2009, p. 174) entende impermeabilização como: “[...] todo e qualquer sistema de revestimento destinado a promover a estanqueidade da água ou qualquer outro elemento fluídico.” Sendo estanqueidade definida pela já mencionada NBR 9775/2010, como:

[...]propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si. A sua determinação está associada a uma pressão-limite de utilização (a que se relaciona com as condições de exposição do elemento ao fluido).” (NBR 9775, 2010, p.4).

Ainda no tocante de definição, Borges (2009) diz que impermeabilização é o nome dado ao serviço executado no intuito de evitar o contato da água com a construção, prevenindo-se do surgimento de problemas provenientes da presença da água, seja por capilaridade ou percolação.

E o Instituto Brasileiro de Impermeabilização – IBI (2017a) define a impermeabilização como uma técnica de aplicação de produtos específicos em vários pontos de uma obra que sofrem o contato direto com a água, para proteger a estrutura contra ação degradante deste fluído.

Entendido o que é a impermeabilização, Lima (2012) afirma que a ultimamente as pessoas estão se preocupando mais com este serviço em projetos residenciais, uma vez que, o frequente negligenciamento nesta importante etapa da obra, acarreta em uma série de reparos, que muitas vezes resulta em novos problemas.

Rocha (1995 apud CRUZ, 2003), informa que devido aos profissionais da área de Engenharia Civil estarem desenvolvendo maior atenção com a estanqueidade das edificações, visando aumentar a durabilidade e a qualidade das obras, a impermeabilização está perdendo o estigma de problema e sendo agraciada com o status de área essencial nas novas construções.

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Acerca do exposto, IBI (2017b) relata que essa consciência sobre importância da impermeabilização para assegurar a durabilidade e salubridade das edificações, ocorre principalmente, devido ao avanço da tecnologia e o maior conhecimento sobre o comportamento das estruturas adquirido no decorrer dos últimos anos. E atualmente passou a ter um papel ainda mais relevante com a entrada em vigor da nova versão da NBR 15.575 “Edificações habitacionais – Desempenho”, em 2013.

Ademais, a conjuntura supracitada vem contribuindo para que os diversos setores da construção civil dispendam constantemente seus recursos em forma de investimentos na área da impermeabilização, visando um melhor desempenho das novas edificações, com o desenvolvimento de novas tecnologias e profissionalizando ainda mais a mão de obra envolvida na escolha, projeto e execução desse serviço. (LIMA, 2012).

Com o surgimento de inúmeras tecnologias, existiu a necessidade de dividir e classificar esses produtos e, sobre isso, Nakamura (2015) atesta que até 2010 a NBR 9575 dividia os tipos de impermeabilização em rígidos e flexíveis, mas com a revisão realizada nesse ano, passou a classificar os produtos conforme seu composto constituinte, ou seja, em cimentícios, asfálticos e poliméricos.

No entanto, Bauer (1994) informa que mesmo existindo diversos processos de impermeabilização, de modo geral, esse serviço pode ser classificado em impermeabilizações rígidas e flexíveis. Neste sentido, Vieira leciona o seguinte:

No que se refere à impermeabilização do tipo rígido, trata-se de uma série de materiais que podem ser aplicados na construção e que não estão sujeitos a fissurações. No que se refere à impermeabilização do tipo flexível, passível de fissuração, existem as membranas e as mantas. (VIEIRA, 2018, p. 2).

Visto como se dá a classificação, Bauer (1994), firma que o triunfo desse serviço, está diretamente relacionado com a escolha do processo de impermeabilização para cada caso em particular, e um mínimo detalhe mal executado ou fora do previsto, pode comprometer todo o sistema, resultando em aborrecimentos para todos os envolvidos.

Quanto à escolha do sistema mais adequado, Salgado (2014 apud SILVA e TOMAZ, 2016) defende que dependerá de uma criteriosa análise de vários fatores, dentre eles: as características de instabilidade do local que receberá a impermeabilização, ou seja, se estará sujeito a fissurações, movimentações, etc.; e ao quão exposto estará à cargas e intempéries.

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2.4.1 Impermeabilização Rígida.

A NBR 9575 (2010, p. 5) define impermeabilização rígida como um “conjunto de materiais ou produtos que não apresentam características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis às partes construtivas não sujeitas a movimentação do elemento construtivo.”

Em complementação a definição citada, Salgado (2009) diz que se trata de concretos ou argamassas que se tornam impermeáveis com a adição de aditivos e que agem no sistema capilar tamponando todos os poros do elemento, não permitido a percolação da água. E esse tipo de impermeabilização caracteriza-se por não apresentar a propriedade de trabalhar conforme a estrutura principal da construção.

A esse respeito, Bauer tem a seguinte colocação:

As impermeabilizações espessas, ou impermeabilizações de massa, ou impermeabilizações rígidas, são as impermeabilizações que se conseguem com o próprio concreto ou argamassa. Neste caso se usa um concreto ou argamassa impermeável por si mesmo, ou impermeabilizado com o uso de aditivo. É o sistema mais adequado (de modo geral) para infiltrações por pressão, especialmente se são altas. Entre os sistemas rígidos estão as impermeabilizações feitas com concreto impermeável, a impermeabilização com revestimento de argamassa impermeabilizada e as injeções impermeabilizantes. (BAUER, 1994, p. 788).

Compreendido o que é um sistema de impermeabilização rígida e em concordância com as definições supracitadas, Cichinelli (2014) menciona que este processo é indicado pra áreas da estrutura que não tenham exposição ao sol, uma vez que, a oscilação da temperatura pode provocar variação no volume do elemento impermeabilizado, a qual o sistema não teria capacidade de absorver, formando assim fissuras ou trincas que comprometeriam o perfeito funcionamento da impermeabilização. Desta forma, orienta-se que a aplicação seja realizada em locais como: subsolos, poços de elevador, caixas d’água enterradas, piscinas enterradas, pisos internos em contato com o solo, fundações, etc.

Diante do exposto, Ferreira (2012) esclarece que os impermeabilizantes deste sistema, podem ser encontrados como aditivos químicos para argamassas e concretos, ou como argamassas industrializadas, ou também, como misturas em forma de tinta, que tornarão uma superfície impermeável quando aplicadas.

Corroborando com essa afirmação Anuário Construção (2014), defende que os tipos de impermeabilizantes rígidos mais utilizados na construção civil, são: argamassa impermeável com aditivo hidrófugo; argamassa polimérica; e cristalizantes.

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2.4.1.1 Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo.

Segundo a NBR 9575 (2010), é um tipo de impermeabilização em forma de argamassa dosada em obra, formada por areia, cimento, água e aditivo hidrófugo, a qual aplica-se em substrato de alvenaria. Em concordância a essa afirmação, a NBR 9574/2008 afirma que:

A argamassa deve ser preparada in loco e não deve ser industrializada, composta por areia, cimento Portland, aditivo hidrófugo e água potável (ABNT NBR 12170). A areia lavada deve ser de granulometria de 0,075 mm a 3 mm, classificada como média, isenta de substâncias ou materiais argilosos. (NBR 9574, 2008, p. 2).

Sabido a composição desse tipo de material impermeabilizante, Vedacit® (2012) comenta sobre a ação química do aditivo empregado na argamassa, informando que ele reage com a cal livre do cimento criando sais cálcios insolúveis, ocasionando então, a hidrofugação dos poros, mas, possibilitando a respiração dos materiais. E como ele ajuda a tamponar o sistema capilar, reduz o ângulo de tensão superficial do substrato, reduzindo a infiltração da água, conforme visualiza-se na figura 16.

Figura 16 – Representação do ângulo de tensão superficial

Fonte: Vedacit® (2012, p. 14).

Vedacit® (2016) alega que esse sistema de impermeabilização é muito indicado para revestimentos internos e externos de paredes, e para assentamentos de alvenarias em contato com baldrames.

No que se refere a aplicação deste tipo de impermeabilização, no assentamento de alvenaria em contato com baldrames, o mesmo autor supracitado, orienta que a argamassa com aditivo hidrófugo seja usada em no mínimo até a 3ª fiada, ou mais, caso essa fiada não atinja 60 cm acima do piso de referência, conforme exemplificado na figura 17.

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Figura 17 – Argamassa com aditivo hidrófugo no assentamento de alvenaria

Fonte: Adaptado de Vedacit® (2016, p.150).

A respeito da aplicação nos revestimentos de parede, ou seja, rebocos, a já mencionada NBR 9574 (2008), especifica que é necessário criar uma ponte de aderência entre o substrato e a argamassa impermeável, umidificando a alvenaria e chapiscando-a com cimento e areia. Desenvolvido essa ponte de aderência, a mesma norma informa que:

A argamassa impermeável deve ser aplicada de forma contínua, com espessura de 30 mm, sendo a aplicação em camadas sucessivas de 15 mm, evitando-se a superposição das juntas de execução. A primeira camada deve ter acabamento sarrafeado, afim de oferecer superfície de ancoragem para camada posterior, sendo a argamassa impermeável manualmente adensada contra a superfície para eliminar ao máximo o índice de vazios. As duas camadas devem ser executadas no mesmo dia, caso contrário, a última camada deve ser precedida de chapisco.

Quando houver descontinuidade devido a interrupção de execução, a junta deve ser previamente chanfrada e chapiscada.

A última camada deve ter acabamento com uso de desempenadeira. (NBR 9574, 2010, p. 2).

Em contrapartida, Sika® (2018), defende que a aplicação da argamassa impermeabilizante pode ser efetuada em três camadas consecutivas, com cerca de 1 cm de espessura cada uma e para efetuar o desempeno da última camada deve-se usar uma desempenadeira de plástico ou madeira, conforme observa-se na figura 18. O mesmo autor, orienta não alisar da última camada com colher de pedreiro ou desempenadeiras de aço.

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Figura 18 – Aplicação da argamassa com colher de pedreiro e desempenadeira de madeira

Fonte: Nakamura (2006).

Ademais, Souza (1997 apud BARBOSA, 2018), elenca como vantagens desta impermeabilização: o custo reduzido; a fácil execução; a fácil aquisição dos insumos empregados; e a possibilidade de aplicação em substrato úmido. E como desvantagens, elenca: a necessidade de controlar a dosagem; a grande influência da mão de obra e das matérias usados; a baixa capacidade de absorção de deformação; e pouca confiabilidade relativa.

2.4.1.2 Argamassa polimérica.

De acordo com a NBR 9575 (2010, p. 2) a argamassa polimérica é um “tipo de impermeabilização industrializada aplicada em substrato de concreto ou alvenaria, constituída de agregados minerais inertes, cimento e polímeros, formando um revestimento com propriedades impermeabilizantes.”

Neste sentido, Anuário Construção (2014), complementa informando que são produtos comercializados na versão bicomponente, sendo, uma parte líquida, composta por polímeros e outra parte em pó, a qual é formada por cimentos e agregados minerais. Para realizar a aplicação, deve-se misturar esses componentes até obter-se uma total homogeneização da mistura.

Anuário Construção (2014) também informa, que essa argamassa tem propriedades que lhe confere a capacitada de entranhar-se no sistema capilar do substrato, desenvolvendo uma cristalização superficial, e assim, impossibilitando a infiltração da água. Conforme exemplificado na figura 19.

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Figura 19 – Cristalização superficial do substrato

Fonte: Anuário Construção (2014, p. 111).

Ainda nesta ótica, Sayegh (2001), diz que a capacidade de impermeabilização desse tipo de produto, advém da graduação cerrada dos agregados empregados na mistura, e principalmente, do surgimento de uma película de polímero que impossibilita a penetração do fluido no substrato. O mesmo autor, informa que essa impermeabilização suporta a pressões negativas e positivas, além de conseguir absorver pequenas movimentações da estrutura.

Visto as características deste impermeabilizante, Vedacit® (2016) indica sua utilização em fundações, cortinas de contenção, paredes, subsolos, reservatórios, piscinas, poços de elevador, áreas molhadas e molháveis, no intuído de precaver ou corrigir infiltrações e umidades nestes elementos.

No que tange a realização da aplicação desse material, a NBR 9574 (2008), expressa que o tempo para a utilização da mistura após a homogeneização dos componentes pó e resina, não deve ser superior ao indicado pelo fabricante. Esta norma, ainda orienta que aplicação seja efetuada em demãos com intervalos de 2 a 6 horas e que o sentido entre cada camada aplicada seja cruzado. Informa também, que se no momento da aplicação de uma camada posterior, a anterior já estiver seca, deve-se umedecer a demão aplicada antes de realizar a próxima.

Em complementação ao indicado na NBR 9574/2008, Vedacit® (2012) aconselha misturar os componentes pó e líquido, com a utilização de um agitador mecânico e que as aplicações das demãos cruzadas sejam efetuadas com broxas ou trinchas, conforme as figuras 20 e 21.

Referências

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