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As cotas partes em uma cooperativa de crédito: um estudo de caso da cooperativa de crédito Sicoob

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AS COTAS-PARTES EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO: UM ESTUDO DE CASO DA COOPERATIVA DE CRÉDITO SICOOB – URUBICI-SC*

Jeferson Schmitz**

Resumo: Este artigo tem como tema as cotas- partes em uma cooperativa de

crédito: um estudo de caso da cooperativa de crédito Sicoob - Urubici-sc, cujo objetivo é demonstrar o que são as Cotas-Partes, quais suas vantagens e a sua importância para a Cooperativa Sicoob e seus Associados. Pesquisa do tipo bibliográfica e documental. As conclusões desta pesquisa foram as seguintes As cotas-partes de todos os associados compõem o Capital Social da cooperativa. Ou seja, são as cotas-partes que permitem à cooperativa continuar operando e oferecendo produtos e serviços com melhores condições aos seus associados. Assim, investir na aquisição de cotas-partes é investir no futuro da cooperativa e na continuidade de seus benefícios. As Cooperativas estão crescendo muito e buscando sempre atender os associados e resolvendo seus problemas da melhor forma possível. Buscam sempre trabalhar de forma transparente.

Palavra-chave: Cotas-parte. Associado. Investimento. Cooperativa de crédito.

1 INTRODUÇÃO

Cotas-partes em uma cooperativa de crédito: um estudo de caso da cooperativa de crédito SICOOB – Urubici-SC é o tema deste estudo. A Pesquisa visa demonstrar os benefícios para o associado e a cooperativa através das cotas- parte. Diante disso podem-se analisar as vantagens que os Associados têm fazendo esta integralização e se tornando sócios de uma Cooperativa.

A questão problema é saber se nesses tempos de crise, é viável se tornar associado em uma cooperativa e integralizar as cotas partes?

As Cooperativas de Crédito vêm crescendo muito e alcançando resultados significativos ao longo dos anos. A divulgação das Cooperativas está cada vez maior e desta forma, muitas pessoas podem entender melhor o trabalho das Cooperativas e também da grande importância perante as Comunidades que estão inseridas.

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Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Pós Graduação em Gestão de

Cooperativas de Crédito da Universidade do Sul de Santa Catarina, Orientador: Prof.Jardel Mendes Vieira.

Acadêmico Jeferson Schmitz do curso de Gestão de Cooperativas de Crédito da Universidade do

Sul de Santa Catarina.

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Desta forma, muitas pessoas vêm se interessando pelo trabalho das Cooperativas e se tornando Associadas, podendo usufruir dos produtos e serviços que as mesmas podem oferecer e entrando no espírito do Cooperativismo.

Uma Cooperativa pode ser considerada antes de tudo uma associação de pessoas com interesses comuns, podendo dizer que todos são “donos do negócio”. Desta forma, é necessário fazer a Integralização das chamadas cotas-partes, para poder se associar a Cooperativa. E essa associação pode-se dizer que é a participação econômica, iniciada pela integralização de uma ou mais cotas-partes da cooperativa.

O estudo tem como objetivo geral demonstrar o que são as cotas partes, quais suas vantagens para o associado e a sua importância para a Cooperativa Sicoob. Os objetivos específicos são: Definir o que são as Cotas Partes; Mostrar quais são as vantagens para a cooperativa; Discutir sobre quais as vantagens de se tornar associado de uma Cooperativa. Evidenciar os requisitos do investimento e como se dá a restituição de capital do associado em uma cooperativa; Analisar opiniões dos associados e outras informações em documentos sobre Sicoob.

2 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO

Desde os mais remotos tempos que tem notícia das civilizações a cooperação sempre existiu, porém o sentido de organização eficiente foi surgindo e consolidando-se através dos ensinamentos dos ilustres precursores do cooperativismo moderno no século XIX, Robert Owen, Louis Blanc, Charles Fourier entre outros, que defendiam pregavam ideias de igualdade, associativismo e auto-gestão. (PINHO, 2003)

Cooperativa é uma “associação autônoma” constituída por pessoas que se unem para prestar serviços entre si. Essas pessoas montam uma unidade ou instituição de propriedade conjunta (a cooperativa), que é controlada por todos, de maneira democrática e, os serviços prestados podem ser de natureza econômica, financeira e educativa (SEBRAE, 2011, p.5).

As primeiras cooperativas formalmente organizadas de que se tem notícia surgiram na França e na Inglaterra, entre 1820 e 1844. No início, além de suas funções econômicas, a cooperativa desempenhava o papel de sociedade beneficente, de sindicato e até de universidade. Foi a partir do fim século XIX que o

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movimento cooperativista envolveu novos setores, como agricultura, comércio varejista, pesca, construção e habitação. No Brasil, o cooperativismo surgiu no começo do século XX, com ações principalmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul (SEBRAE, 2011).

Sobre as primeiras cooperativas de crédito:

Foi na Alemanha, no século XIX, que Friedrich Wilhelm Raiffeisen fundou, nas cidades de Flammersfeld e Heddsford, onde fora prefeito, as primeiras cooperativas de Crédito Rural. Na mesma época, seu compatriota Herman Shultze realizou trabalho semelhante, organizando cooperativas na área urbana, com pequenos empresários e artesãos. Em 1880, foi também Hermam Shultze, que era juiz e atuante na área política, quem elaborou a primeira Lei Cooperativista da Alemanha (PINHO, 2003, p. 56).

Desde a origem na Alemanha, em meados do século XIX, os fundadores vislumbraram na autogestão e na ajuda mutua o melhor caminho para oferecer aos agricultores e artesões fone mais barato de crédito. Como alternativa de juros mais baratos, as cooperativas se desenvolveram por toda a Europa e chegaram aos Estados Unidos e Japão. No Brasil somente 50 anos depois se pode conhecer a primeira cooperativa de crédito, em 28 de dezembro de 1902, no município de Nova Petrópolis, pelas mãos do padre jesuíta Theodor Amstadt (SEBRAE, 2011).

Segundo Senra, (2005) a evolução das cooperativas de crédito tanto no campo científico quanto em sua participação prática, vem nos últimos anos superando barreira de todo sorte, (políticas, econômicas, ideológicas e culturais). Nos países desenvolvidos da Europa, a cultura e a ideologia da cooperativista alcançaram status que ainda está longe de ser alcançado nos demais países. O cooperativismo de crédito, objeto deste estudo, na Europa conta com de 35 milhões de cooperados. Já no Brasil, apesar da evolução recente, tanto na profissionalização do sistema quanto na constante busca por uma adequa da legislação, ainda se encontra em uma fase incipiente, mesmo que nos últimos 50 anos o cooperativismo de crédito brasileiro quase quintuplicou em número de instituições. Mais especificamente nos últimos treze anos, o setor teve um acelerado desenvolvimento, com a duplicação do número de cooperativas e do aumento do número de associados, demonstrando ser uma solução adequada para as necessidades financeiras de vários segmentos da sociedade.

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Com a realização do Congresso Brasileiro das Cooperativas em 1980 e, em 1984 o I Seminário Brasileiro das Cooperativas Agropecuárias, inaugurou-se uma nova forma de relacionamento entre as cooperativas e o Estado, com isso o Estado se dispôs a oferecer maior autonomia às cooperativas: “Art. 5º, Inc. XVIII – A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento”. (BRASIL, 1988).

Por esta decisão, o cooperativismo brasileiro se alinhou com o cooperativismo dos países desenvolvidos, pois ficou decretado o fim da tutela estatal sobre as cooperativas. Porém há que se ressaltar que as cooperativas de crédito são:

Instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional e, nesta condição sujeitam-se aos normativos do Conselho Monetário Nacional (CMN) e à fiscalização do Banco Central do Brasil (BACEN). Além disso, submetem-se a todas as exigências da lei 4.595/64, que reformou o Sistema Bancário, da Lei das sociedades por Ações, da Lei 5.764/71, denominada Lei do Cooperativismo e de outras, tais como as dos crimes contra o Sistema Financeiro, de lavagem de dinheiro etc. (REIS JÚNIOR, 2006, p.87)

O capítulo IV constituição Federal de 1988, trata do Sistema Financeiro Nacional e, em seu artigo 192 inciso VIII, faz referência ao cooperativismo de crédito como integrante deste mesmo sistema: “o funcionamento das cooperativas de crédito e os requisitos para que possam ter condições de operacionalidade e estruturação das instituições financeiras”.

Segundo Reis Júnior (2006) ao longo do desenvolvimento da legislação cooperativista no Brasil, a natureza jurídica dessa sociedade já foi considerada de diversas maneiras: ora sociedade sui generis, ora civil (hoje simples), ora comercial (hoje empresária), por possuir modelo próprio, e, hoje, de sociedade simples. Contudo, tal fato deve-se à forma imprecisa e controvertida com que foi tratada pela lei.

Existem inúmeros segmentos onde o cooperativismo pode ser aplicado em benefício de muitas pessoas: Produção, Agropecuário, Crédito, Trabalho, Saúde, Turismo e Lazer, Consumo, Habitacional, Mineral, Infraestrutura, Especial, Transporte (SEBRAE, 2011).

As cooperativas de crédito “são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeita a falência, constituída para prestar serviços aos associados” (Lei 5.764/71).

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As cooperativas de crédito têm como objetivo estabelecer instrumentos que possibilite o acesso ao crédito e a outros produtos financeiros pelos associados.

Despertar no associado o sentimento de poupança. Conceder empréstimos e financiamentos a juros abaixo do mercado, além de promover maior integração entre os empregados de uma mesma empresa, entre profissionais de uma mesma categoria e entre micro e pequenos empresários, desenvolvendo espírito de grupo, solidariedade e ajuda mútua. (SEBRAE, 2011).

São algumas das vantagens do cooperativismo de crédito (SEBRAE, 2011): − A cooperativa pode ser dirigida e controlada pelos associados;

− O associado pode participar do planejamento;

− Retenção e aplicação dos recursos de poupança e renda no próprio município; contribuindo para o desenvolvimento local;

− Acesso de pequenos empreendedores ao crédito e poupança e outros serviços bancários;

− As operações bancárias de pequeno porte podem constitui-se como objeto das cooperativas de crédito, enquanto que, nos bancos convencionais, não estão entre seus principais objetivos;

− Crédito imediato e adequado às condições dos associados (valor, carência, amortização etc.);

− Atendimento personalizado;

− Oportunidade de maior rendimento nas aplicações financeiras;

− Possibilidade dos associados se beneficiarem da distribuição de sobras ou Excedentes.

Como lembra Perius (2001) neste cenário, o cooperativismo já não é mais a terceira via para o desenvolvimento, entre o capitalismo e o socialismo, mas é a ponte entre o mercado e o bem estar das pessoas.

No ano de 1995, o cooperativismo brasileiro foi reconhecido internacionalmente. Roberto Rodrigues, ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, foi eleito o primeiro não europeu a presidir a Aliança Cooperativista Internacional (ACI). Desta forma, este fato contribuiu e muito para o desenvolvimento das cooperativas brasileiras (PIMENTA, 2010).

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No ano de 1998 foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). O Sescoop é responsável pelo ensino, formação profissional, organização e promoção social dos trabalhadores, associados e funcionários das cooperativas brasileiras (PERIUS, 2001).

Na sociedade de hoje, onde muitas comunidades passam por dificuldades, o Cooperativismo vem para ajudar a melhor a qualidade de vida dessas Comunidades. Desta forma o cooperativismo brasileiro entrou no século XXI com um importante desafio: ser reconhecido pela sociedade por sua integridade, competitividade e capacidade de trazer alegria para as pessoas (REIS JÚNIOR, 2006).

É relevante destacar que atualmente o Cooperativismo de Crédito está regulamentado de acordo com a seguinte legislação: Lei 4.595/64 – Lei que instituiu a Reforma Bancária em 1964; Lei 5.764/71 – Lei do Cooperativismo Brasileiro; Lei Complementar 130/2009 (Lei Complementar à Lei 5.764/71) Resolução 4.434/2015 (Resolução do Conselho Monetário Nacional).

A Resolução Nº 4.434, de 05 de Agosto de 2015 dispõe sobre a constituição, a autorização para funcionamento, o funcionamento, as alterações estatutárias e o cancelamento de autorização para funcionamento das cooperativas de crédito e dá outras providências.

O cooperativismo de crédito brasileiro se encontra estruturado da seguinte forma:

a) Bancos Cooperativos, com a função principal de prestar serviços às cooperativas de crédito, notadamente no que refere à compensação de documentos;

b) Quatro confederações de representação política de assistência aos filiados sendo uma confederação Unicred criada mediante autorização do BC, tendo portanto, natureza de instituição financeira;

c) Uma federação, a Fenacred que não sofre a fiscalização do BC, uma vez que não se trata de instituição financeira. Tem atuação restrita ao Rio e Janeiro e Bahia;

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d) 40 cooperativas centrais, ou cooperativas de segundo grau, que exercem importante papel na fiscalização, assessoria, e apoio ao cooperativismo, as centrais são formadas por cooperativas singulares;

e) 1.413 cooperativas singulares, responsáveis pelo atendimento oferecendo os produtos e serviços a base cooperada, sendo que hoje há um predomínio das cooperativas de crédito mútuo que representam 67% do setor.

Nos serviços ofertados pela cooperativa de crédito, existem aqueles que são realizados pelo cooperado na qualidade de sócio e aqueles que são realizados na qualidade de cliente; quando a relação cooperado/cooperativa, é caracterizada por uma relação de uso de serviços que são a razão da existência da cooperativa, denomina-se ato cooperativo, quando o serviço oferecido não faz parte do objetivo principal da existência da cooperativa, neste caso ocorre o ato não cooperativo.

Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produtos ou mercadoria. (ART. 79 DA LEI 5.764/71)

Reis Júnior (2006) comenta que a denominação dada pelo legislador ordinário vincula o ato cooperativo às operações ou negócios das cooperativas com seus cooperados reciprocamente, assim como os negócios entre as cooperativas, quando associadas entre si. Tais operações demandam busca dos objetivos sociais da cooperativa, os quais devem estar previstos no respectivo estatuto social

Perius (2001) interpreta a doutrina, dizendo que as operações acima referidas aos negócios-fim das sociedades cooperativas, ou seja, aqueles diretamente

relacionados com os objetivos sociais.

De acordo com Murgel (2006) os atos que não visem o cumprimento de seus objetivos sociais, mesmo quando praticados entre a cooperativa e seus associados, ou que mirem o aferimento de lucro, são atos jurídicos comuns a qualquer tipo de sociedade e não recebem, do legislador constitucional, nenhum tratamento distinto, assim sendo legislação tributária concede imunidade somente ao ato cooperativo, sendo que o ato não cooperativo é tributado normalmente

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3 AS COTAS PARTES EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COOPERATIVA

Os valores das cotas-partes são muito importantes para as Cooperativas. Sem esses valores as Cooperativas não conseguiriam dar continuidade aos seus trabalhos. Quanto mais os Associados investem em suas Cotas-Partes, maior será seu retorno e maior será sua contribuição para com a Cooperativa (GEDIEL NETO, 2002).

Em uma Cooperativa de crédito, para ter acesso a linhas de crédito, financiamentos, aplicações e outros, é preciso, antes, associar-se e integralizar suas cotas-partes. Mas depois disso feito, além de ter acesso a taxas bem menores do que as cobradas por um banco comum, quanto mais você operar com a cooperativa, mais pode ganhar. (COTAS-PARTES DE COOPERATIVA: UMA OPÇÃO DE INVESTIMENTO: O QUE SÃO COTAS-PARTES, COMO FUNCIONAM E QUAIS AS VANTAGENS, 2017)

Uma cota-parte é um valor financeiro que deve ser integralizado para associar-se a uma cooperativa. Afinal, uma cooperativa é, antes de tudo, uma associação de pessoas com interesses comuns (todos são sócios do negócio). E essa associação pressupõe a participação econômica, iniciada pela integralização de uma ou mais cotas-partes da cooperativa. (CHERUBINI, 2016, p.1)

Afinal, como as cooperativas são instituições sem fins lucrativos, quando há sobras nos resultados, elas retornam para os associados, conforme suas participações. Aí está uma das vantagens de adquirir cotas-partes.

Neste mesmo pensamento, pode-se dizer que adquirir cotas-parte poderia ser comparado à aquisição de ações em uma empresa comum, só que, em uma cooperativa, o objetivo não é o lucro de alguns acionistas, já que todos são sócios, e além disso, todos os associados continuam a ter os mesmos direitos e deveres, independente do seu capital.

As Cotas Parte possuem um prazo para poder fazer a sua retirada. De acordo com o diretor operacional do Sicoob, Francisco Reposse Júnior, apud Cherubini (2017, p.1): “O dinheiro da cota só pode ser retirado se o associado tiver mais de 65 anos, ou se o período de compra da cotas exceder o prazo estipulado pela instituição, que varia de 20 a 30 anos, com parcelamento em até 48 vezes”.

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A cota de capital é o que garante a vida das cooperativas. Quanto mais associados melhor para a cooperativa, mas também para os cooperados que se usufruem dos benefícios (NASCIMENTO, 2000).

4 AS COTAS-PARTE E SUAS VANTAGENS PARA OS ASSOCIADOS

As Cotas-Partes possuem também vantagens para os Associados. Adquirindo cotas-partes, é possível associar-se e ter acesso aos produtos e serviços da cooperativa, os quais costumam apresentar boas vantagens se comparados aos similares do mercado (KRUEGER, 2004).

Sendo um dos associados da cooperativa, adquirir cotas-partes significa investir em um negócio que também é seu. Afinal, se com a cooperativa você tem acesso a bens e serviços com mais vantagens, investir nisso pode ajudar a garantir a continuidade da instituição e de seus benefícios.

Quanto mais os cooperados investem na cooperativa, mais forte fica a instituição, podendo oferecer produtos e serviços cada vez mais competitivos.

As vantagens de se associar a uma cooperativa de crédito Young (2008, p. 56) esclarece algumas expressões relacionadas a uma cooperativa de crédito (ou cooperativa financeira):

• Associação de pessoas: na cooperativa, o importante é a pessoa, o associado, enquanto que nas demais instituições financeiras é o capital que fala mais alto. Cada associado, mesmo tendo o mínimo exigido de cotas-partes na cooperativa, tem os mesmos direitos de quem tem muitas;

• Sem fins lucrativos: o objetivo da cooperativa não é o lucro. Sim, ela precisa obter resultados para suportar seus custos e crescer, mas o lucro não é a prioridade. Nas cooperativas de crédito, não existe a palavra lucro e, sim, sobras. As sobras apuradas no Demonstrativo de Resultados no fim do exercício (31 de dezembro) são rateadas aos associados, proporcionalmente à sua participação nas mesmas. Não tendo fins lucrativos, os resultados (sobras) anuais da cooperativa são isentos de tributos. Tudo isso reverte em benefício ao associado, refletindo-se na redução das taxas de juros e tarifa;

• Natureza jurídica própria da cooperativa: é sempre de uma sociedade limitada, na qual os associados (cotistas) respondem pela empresa até o limite de suas cotas, como em qualquer outra sociedade limitada.

• Sistema Financeiro Nacional: a cooperativa de crédito é integrante do SFN, o que significa que é fiscalizada pelo Banco Central do Brasil, seus balanços sofrem auditoria externa especializada e as contas correntes dos associados têm uma garantia automática de até R$ 250 mil, caso a instituição apresente problemas de liquidez.

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Segundo (Fábio Cherubini, 2016), com regras rígidas de retirada de capital, a compra de cotas das cooperativas de crédito pode ser encarada como um investimento de longo prazo, por mais que não possua essa finalidade. O retorno, contudo, depende da solidez e dos resultados da instituição escolhida, assim como da movimentação financeira do associado.

5 METODOLOGIA

Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um "processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos".

Pesquisa do tipo bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica consiste na busca de dados científicos em diferentes sites que tratem do tema. A pesquisa documental se caracteriza pela busca de informações relevantes sobre o assunto em documentos da gestão do Sicoob que contêm além de informações diversas, também depoimentos de associados.

O procedimento consistiu na seleção de materiais, leitura e registro de informações relevantes onde posteriormente foram utilizados na construção deste artigo (HAIR JR, 2005).

A análise dos dados é decorrente da leitura e registro de informações colhidas em documentos de reuniões com associados realizadas pelo Sicoob, além de outras ações de gestão da cooperativa. A análise dos dados tem como parâmetro os problema da pesquisa e seus objetivos.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir de anotações realizadas em documentos do SICOOB, resultante de reuniões, planejamentos, depoimentos de associados, evidenciamos abaixo as informações mais relevantes e que apontam a cooperativa como um excelente investimento, mesmo em período de crise no país.

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Uma cota-parte é um valor financeiro que deve ser integralizado para associar-se a uma cooperativa. Afinal, uma cooperativa é, antes de tudo, uma associação de pessoas com interesses comuns (todos são sócios do negócio). E essa associação pressupõe a participação econômica, iniciada pela integralização de uma ou mais cotas-partes da cooperativa. Assim, adquirir cotas-parte poderia ser comparado à aquisição de ações em uma empresa comum, só que, em uma cooperativa, o objetivo não é o lucro de alguns acionistas (já que todos são sócios) e além disso, todos os associados continuam a ter os mesmos direitos e deveres (independente do seu capital).

Para ter acesso aos produtos e serviços de uma cooperativa, é preciso associar-se, adquirindo uma ou mais cotas-parte. E isso pode representar muitos benefícios.

Considerando que as cooperativas são instituições sem fins lucrativos, quando há sobras nos resultados, elas retornam para os associados, conforme suas participações.

Sobre as vantagens para o associado, conforme depoimentos: além de o associado ser um dos donos e poder participar das assembleias com voz ativa. Apontam ainda outras vantagens financeiras e pessoais:

• Taxas de juros reduzidas: essas cooperativas oferecem linhas de crédito com taxas de juros mais baixas e, muitas delas, não cobram tarifas por seus serviços (fornecimento de talões, transferências, cadastros); quando cobram, são sempre inferiores às praticadas pelos bancos comerciais.

• Rendimentos normalmente superiores aos de mercado: caso o associado tenha uma reserva financeira disponível, poderá aplicá-la na cooperativa sob a forma de depósito a prazo, com rendimentos geralmente superiores aos oferecidos pelo mercado financeiro. Deve ter em vista que a cooperativa goza de isenção tributária, não sendo obrigada ao recolhimento de depósitos compulsórios como os bancos, o que permite uma maior taxa de retorno aos cooperados.

• Atendimento diferenciado: o associado é atendido na cooperativa não como um simples cliente, mas como um dos seus donos. E, o mais importante, estará fazendo negócios em uma instituição que lhe devolverá, via rateio das sobras,

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juros e tarifas pagas a mais do que o devido. Sua parte nas sobras pode ser em dinheiro ou em aquisição de mais cotas-partes, dependendo de decisão da Assembleia. Em caso de perdas, elas podem ser compensadas com resultados futuros. Ainda, se o cooperado quiser se retirar da sociedade, poderá receber o valor de suas cotas-partes.

Adquirir cotas-partes em sua cooperativa pode ser considerada uma estratégia de investimento de longo prazo. Isso porque o dinheiro investido nas cotas-parte, assim como seu retorno, só pode ser retirado após um prazo estipulado pela instituição (em geral, se o cooperado tiver mais de 65 anos ou a cota-parte estiver investida há mais de 20 ou 30 anos). Afinal, as cotas-partes integram o Capital Social do negócio cooperativo. Para quem deseja investir na aquisição de mais cotas-parte, existe até um Programa de Capitalização, com recursos do BNDES. É o Procapcred (Programa de Capitalização de Cooperativas de Crédito), uma linha de crédito para quem quer financiar a integralização de mais cotas-parte em sua cooperativa, aumentando seu capital e fortalecendo sua cooperativa. Criado em 2006, o Procapcred foi revogad o pelo Conselho Monetário Internacional em abril de 2015. Mas o Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) procurou, junto ao BNDES, garantir a reativação do programa e conseguiu, ainda no mesmo ano, que o Banco instituísse a renovação do Procapcred (com algumas alterações, como o aumento da remuneração básica do BNDES e a redução do limite financiável de cotas-partes). Uma conquista do cooperativismo. (COTAS-PARTES DE COOPERATIVA: UMA OPÇÃO DE INVESTIMENTO, 2017).

A participação em cooperativas de crédito propicia um leque de opções aos cooperados que traz maiores vantagens do que aquelas oferecidas pelas instituições financeiras tradicionais. Entretanto, as cooperativas “devem criar mecanismos que visem à preservação do Capital Social de seus associados. Embora não se trate de uma Sociedade de Capitais, mas sim, uma sociedade de pessoas, as Sociedades Cooperativas necessitam de capital para cumprir a missão: prestar serviços que agreguem renda aos associados”. (MICHELS, 2007, p.2).

A transparência é um dos pontos fortes das Cooperativas, que sempre divulgam aos associados os números alcançados durante o ano. Desta forma que as Cooperativas estão crescendo e ganhado seu espaço no mercado que está cada vez mais competitivo.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As cotas-partes de todos os associados compõem o Capital Social da cooperativa. Ou seja, são as cotas-partes que permitem à cooperativa continuar operando e oferecendo produtos e serviços com melhores condições aos seus associados. Assim, investir na aquisição de cotas-parte é investir no futuro da cooperativa e na continuidade de seus benefícios.

A compra de cotas das cooperativas de crédito pode ser encarada como um investimento de longo prazo, por mais que não possua essa finalidade. O retorno, contudo, depende da solidez e dos resultados da instituição escolhida, assim como da movimentação financeira do associado.

Os benefícios para a cooperativa está no fato de que quanto mais os cooperados investem na cooperativa, mais forte fica a instituição, podendo oferecer produtos e serviços cada vez mais competitivos.

As Cooperativas estão crescendo muito e buscando sempre atender os associados e resolvendo seus problemas da melhor forma possível. Buscam sempre trabalhar de forma transparente.

O Atendimento da Cooperativa também é um ponto muito importante que merece destaque, que faz com que ela se diferencie dos Bancos Tradicionais. Fazer com que os Associados se sintam bem dentro da Cooperativa é um dos objetivos do trabalho da mesma.

Seguindo este mesmo ponto, a Cooperativa é muito importante para a Sociedade onde esta inserida, pois oferece palestras com temas muito importantes para os Associados e também para os não- associados, trabalhos voluntários e participação do Cooperativismo nas Escolas.

Entendemos portanto, que a participação em cooperativas de crédito propicia um leque de opções aos cooperados que traz maiores vantagens do que aquelas oferecidas pelas instituições financeiras tradicionais.

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8 REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal.1988. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/c

onstitui%C3%A7ao.htm. Acesso em: 20 de junho de 2018 as 23:00h.

CHERUBIN, Fábio. 2016. Cotas de cooperativas aparecem como investimento

de longo prazo. Disponível em:

http://www.gazetadopovo.com.br/economia/financas-pessoais/cotas-de- cooperativas-aparecem-como-alternativa-de-investimento-de-longo-prazo-6plaar1sfu5j1n0aiwxoau3vb. Acesso em: 30/10/2017 as 17: hs.

COTAS PARTE DE COOPERATIVA UMA OPÇÃO DE INVESTIMENTO. Disponível em: http://www.oseudinheirovalemais.com.br/cotas-parte-de-cooperativa-uma-opcao-de-investimento/. Acesso em: 01/11/2017 as 23:00h.

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KRUEGER, Guilherme. Cooperativismo e o novo código civil. 2 ed. rev. atual. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004.

Lei Nº 5.764/1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.ht. Acesso em 20 de junho de 2018 as 22:00h.

MICHELS, Valdir. Um desafio para as sociedades cooperativas: evitar a saída

dos associados motivados pela possibilidade de resgate das quotas-partes do capital Informe GEPEC –Vol. 12, nº 2, jul/dez. 2007. Disponível em

http://saber.unioeste.br/index.php/gepec/article/viewFile/1324/1075. Acesso em 20/04/2018.

MURGEL, Maria Inês. Direito e Legislação Cooperativista: Espécies Tributárias. Belo Horizonte: Fundação Pedro Leopoldo, 2006.

NASCIMENTO, Fernando Rios do. Cooperativismo como alternativa de

mudança: uma abordagem normativa. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

PERIUS, Vergílio Frederico. Cooperativismo e lei. São Leopoldo: Unisinos, 2001. PIMENTA, Eduardo Goulart. Direito societário. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. PINHO, Diva Benevides. O Cooperativismo de Crédito no Brasil. Santo André. SP: CONFERBRAS/ESETEC, 2003.

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