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Clima urbano e (des)conforto térmico na cidade de Aracaju-SE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

NÍVEL MESTRADO

JAILDE FONTES PEREIRA

CLIMA URBANO E (DES)CONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE ARACAJU-SE

SÃO CRISTOVÃO – SE 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

NÍVEL MESTRADO

JAILDE FONTES PEREIRA

CLIMA URBANO E (DES)CONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE ARACAJU-SE

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe.

Orientador: Prof. Dr. Inajá Francisco de Sousa. Coorientadora: Prof. Dra. Josefa Eliane Santana de Siqueira Pinto.

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Pereira, Jailde Fontes

P436c Clima urbano e (des)conforto térmico na cidade de Aracaju-SE / Jailde Fontes Pereira ; orientador Inajá Francisco de Sousa. – São Cristóvão, SE, 2019.

109 f. : il.

Dissertação (mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal de Sergipe, 2019.

O

1. Urbanização. 2. Estado, Sociedade e meio ambiente. 3. Desconforto térmico. 4. Qualidade de vida. 5. Percepção térmica. 6. Aracaju (SE). I. Soares, Maria José Nascimento, orient. II. Título

CDU: 502/504:551.588.7

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JAILDE FONTES PEREIRA

CLIMA URBANO E (DES)CONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE ARACAJU-SE

Dissertação de Mestrado defendida por Jailde Fontes Pereira em 21 de fevereiro de 2019, sendo a banca Examinadora constituída por:

SÃO CRISTOVÃO – SE 2019

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Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente concluído no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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É concedido ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) responsável pelo Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente permissão para disponibilizar, reproduzir cópias desta Dissertação e emprestar tais cópias.

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Ao meu esposo e amigo Clêrton, incentivador e apoiador de todas as horas, cientificas e emocionais, contribuindo na realização dos objetivos acadêmicos e pessoais para vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de realizar uma etapa importante em minha vida e em especial àqueles que de alguma forma fizeram parte dessa caminhada comigo, colaborando para o desenvolvimento do trabalho.

Ao Prof. Dr. Inajá Francisco de Sousa pelo incentivo, orientações, paciência e confiança.

A Profa. Dra. Josefa Eliane de Siqueira Pinto pela tranquilidade em suas orientações e preocupação com cada detalhe.

Ao meu esposo Clêrton por ter me dado suporte, tanto na construção do trabalho quanto emocional ao longo dessa caminhada.

Ao colega de mestrado Igor Santos por ter me auxiliado na construção dos resumos no inglês, assim como ao colega Igor Leite por ter me auxiliado nas construções dos mapas no Q’gis.

As pessoas da minha família que apoiaram e compreenderam a ausência, em especial minha mãe, minha irmã Jéssica, meus sogros, cunhados e sobrinho Joãozinho.

Aos meus amigos de mestrado por tudo que compartilhamos juntos, especialmente para Elaine Souza, Raquel, Dayane, Elaine Vasconcelos, Layla e Rayane por tornar essa jornada mais leve com a amizade de vocês.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

(10)

“... não há esperança na pura esperança, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira assim, espera vã.”

(11)

RESUMO

A dinâmica atmosférica, consequente das relações entre os elementos climáticos – temperatura, umidade, radiação solar e velocidade dos ventos – com os fatores geoambientais – relevo, solo, hidrografia e vegetação – dará origem ao clima de cada região. A intervenção humana altera essa dinâmica, o que resulta na formação de um microclima diferenciado, o clima urbano. No ambiente alterado pelas ações antrópicas as trocas de calor entre os indivíduos e o meio passa a ser desconfortáveis termicamente pois, ocorrem através de um esforço adicional que aciona o sistema termorregulador do corpo humano e sobrecarrega o organismo, comprometendo a capacidade do indivíduo de realizar suas atividades diárias e a sua saúde. Essas transformações no meio natural para a construção de espaços urbanizados, a urbanização, teve início na cidade de Aracaju próximo ao ano de 1855, ano de sua fundação, e alcançou seu ápice na década de 1970, a partir de então desequilíbrios ambientais surgem e revelam problemas relativos ao conforto térmico, saúde e seguridade dos habitantes. O estudo a seguir tem como objetivo analisar o clima urbano e o conforto térmico na cidade de Aracaju e a qualidade de vida de sua população através de uma metodologia estruturalista de caráter qualitativo e quantitativo feita com a comparação de dados meteorológicos coletados na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de 2000 a 2017, do confronto de dados de temperatura a partir de termômetros urbanos e da estação meteorológica para o ano de 2018, e da percepção térmica da população, através da aplicação de questionários com os cidadãos em todo território do município. A partir de então pôde-se notar um aumento de temperatura durante os anos, a possível formação de ilhas de calor dentro da cidade e a insatisfação da população referente ao conforto térmico. A pesquisa mostra-se relevante pois, a partir da interpretação das informações obtidas torna-se possível auxiliar, através de esclarecimentos e do apoio, na formatação de um planejamento urbano sustentável mediante projetos e políticas públicas que promovam o controle e a mitigação dos fenômenos climáticos e seus impactos negativos de ordem socioambiental.

PALAVRAS-CHAVES: Urbanização; Desconforto Térmico; Qualidade de vida; Percepção

(12)

ABSTRACT

The atmospheric dynamics as a result of the interactions between the climatic elements - temperature, humidity, solar radiation and wind speed - with geoenvironmental factors - relief, soil, hydrography and vegetation - will give rise up to the climate of each region. Further, human intervention changes this dynamic, which results in the formation of a differentiated microclimate, the urban climate. In the environment interfered by the anthropic actions the heat exchanges between the individuals and the environment become thermally uncomfortable because they occur through an additional effort that triggers the thermoregulatory system of the human body and overloads the body, compromising not only the individual's ability to perform his daily activities but also their health. Therefore, these transformations in the natural environment for the building of urbanized spaces, urbanization began in the city of Aracaju near the year 1855, foundation year, and reached its apex in the 1970s, from then environmental imbalances arise and reveal problems related to thermal comfort, health and safety of the inhabitants. In this context, the following study aims to analyze the urban climate and thermal comfort in Aracaju and the life quality of its population through a qualitative and quantitative structuralist methodology made by the comparison of meteorological data collected at the Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) from 2000 to 2017, the comparison of temperature data from urban thermometers and the meteorological station in 2018, and the thermal perception of the population, through the application of surveys with citizens throughout the territory of the county. From then it was possible to notice a rise in temperature over the years, the possible formation of heat islands within the city and the population's dissatisfaction regarding thermal comfort. In brief, the research is relevant because through the interpretation of the information obtained, it is possible to help through elucidations and support, in the creation of sustainable urban planning through public projects and policies that promote the control and mitigation of climatic phenomena and also their negative impacts in social environmental order.

Keywords: Urbanization; Thermal Discomfort; Life quality; Thermal Perception.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01- Diagrama Básico do Sistema Clima Urbano... 24

Figura 02- Localização de Aracaju no Estado de

Sergipe...25

Figura 03- Inauguração do Estádio de Futebol Lourival Batista, o Batistão. 1969...26

Figura 04- Foto atual da área circunvizinha ao Estádio de Futebol Lourival Batista...27

Figura 05- Mancha Urbana da Região Metropolitana de Aracaju...28

Figura 06- Diagrama de Conforto

Humano...30

Figura 07- Médias Anuais das Temperaturas em Aracaju – 2000 a 2017 - 0C...48

Figura 08- Temperaturas médias anuais – 2000 a 2017 – Aracaju/SE...49

Figura 09- Média das Temperaturas Máximas anuais – 2000 a 2017 – Aracaju/SE...49

Figura 10- Médias das Temperaturas Mínimas anuais – 2000 a 2017 – Aracaju/SE...50

Figura 11- Umidade Relativa Média – 2000 a 2017 – Aracaju/SE...51

Figura 12- Média da Insolação mensal por ano – 2000 a 2017 – Aracaju/SE...52

Figura 13: Direção dos Ventos – 2000 a 2017 –

Aracaju/SE...53

Figura 14- Balanço Hídrico climatológico da cidade de Aracaju – 2017...63

Figura 15- Pontos de coleta de dados de temperatura na cidade de Aracaju...65

(14)

Figura 16- Avenida Rio de Janeiro (atual Avenida Augusto Franco) no município de Aracaju

na década de

1970...66

Figura 17 Cruzamento entre as Avenidas Augusto Franco e Gonçalo Rollemberg Leite -2019...67 Figura 18- Encontro das Avenidas Francisco Porto com Beira Mar na década de 1970...67 Figura 19 Encontro da Avenida Francisco Porto com Avenida Beira Mar -2019...68

Figura 20- Encontro da Avenida Francisco Porto com Avenida Beira Mar - 2019...68

Figuras 21- Estação Meteorológica Automática do INMET - 2019...69

Figuras 22- Temperaturas mínimas e máximas registradas os pontos, 1,2 e 3 no município de

Aracaju na estação do Outono de

2018...70

Figura 23- Temperaturas mínimas e máximas registradas para os pontos 1,2 e 3 no município

de Aracaju na estação do Inverno de

2018...70

Figura 24- Temperaturas mínimas e máximas registradas para os pontos 1,2 e 3 no município

de Aracaju na estação da Primavera de

2018...71

Figura 25- Temperaturas mínimas e máximas registradas para os pontos 1,2 e 3 no município

de Aracaju na estação do Verão de

2018...71

Figura 26 (a) - Temperatura do ar registrada nos pontos: 1, 2 e 3 no município de Aracaju na

estação do outono –

2018...73

Figura 26 (b) - Temperatura do ar registrada nos pontos: 1, 2 e 3 no município de Aracaju na

estação do inverno- 2018

...73

Figura 26 (c) - Temperatura do ar registrada nos pontos: 1, 2 e 3 no município de Aracaju na

estação da primavera –

2018...74

Figura 26 (d) - Temperatura do ar registrada nos pontos: 1, 2 e 3 no município de Aracaju na

estação do verão -

(15)

Figura 27 (a)- Comparação entre o ponto P1 em relação à P3 na estação de inverno. Aracaju. 2018...75 Figura 27 (b)- Comparação entre o ponto P2 em relação à P3 na estação de inverno. Aracaju. 2018...75 Figura 28 (a)- Comparação entre o ponto P1 em relação à P3 na estação de primavera. Aracaju.

2018...76 Figura 28 (b)- Comparação entre o ponto P2 em relação à P3 na estação de primavera. Aracaju.

2018...76 Figura 29 (a)- Comparação entre o ponto P1 em relação à P3 na estação de outono. Aracaju. 2018...77 Figura 29 (b)- Comparação entre o ponto P2 em relação à P3 na estação de outono. Aracaju. 2018...78 Figura 30 (a)- Comparação entre o ponto P1 em relação à P3 na estação de verão. Aracaju. 2018...78 Figura 30 (b)- Comparação entre o ponto P2 em relação à P3 na estação de verão. Aracaju. 2018...78 Figura 31- Temperatura máxima, mínima e média anual registrada em Aracaju durante o ano de 2018...88 Figura 32- Umidade Relativa do Ar registrada no município de Aracaju durante o ano de 2018...90 Figura 33- Precipitação Pluvial Mensal registrada no município de Aracaju durante o ano de 2018...89 Figura 34- Insolação total mensal registrada no município de Aracaju durante o ano de 2018...90 Figura 35- Divisão Territorial do Município de Aracaju, Sergipe – 2016...92

Figuras 36- Faixa etária dos entrevistados em Aracaju – 2018...94

Figuras 37- Sexo dos entrevistados em Aracaju –

2018...94

Figura 38- Relação dos entrevistados com os territórios de Aracaju – 2018...95

(16)

Figura 39- Houveram modificações climáticas perceptíveis em Aracaju, segundo os

entrevistados -

2018...95

Figura 40- Percepção climática dos entrevistados em Aracaju – 2018...96

Figura 41- Como os entrevistados gostariam de sentir o clima em Aracaju – 2018...96

Figura 42- O que a população pensa que mais interfere nas sensações térmicas em Aracaju – 2018...97 Figura 43- Qual ação a população pensa que ajudaria a melhorar a sensação térmica em

Aracaju –

2018...97 Figura 44- Atividades exercidas pelos entrevistados – Aracaju – 2018...98

Figura 45- Problemas de saúde apresentados pelos entrevistados por motivo do desconforto térmico em Aracaju – 2018...99

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ... 16 CAPÍTULO 1 - Fundamentação Teórica: Alterações Socioambientais no Espaço Geográfico.19

1.1 O clima urbano ... 22 Página

(17)

1.2 Formação do microclima de Aracaju...25 1.3 O Conforto térmico...29 1.4 O Planejamento Bioclimático...31 1.5 Percepção térmica...33 Referências ...36

CAPÍTULO 2: Urbanização do Espaço e Alterações na Dinâmica Atmosférica...39

Resumo ... . 40

Abstract ... 41

2.1 Introdução ... 42

2.2 Materiais e método ... 44

2.2.1 Delimitação e caracterização da área de estudo ... 44

2.2.2 Métodos e Técnicas ... 45

2.3 Resultados e discussão ... 46

2.4 Conclusão ... 54

Referências ... 56

CAPÍTULO 3: CLIMA URBANO E PLANEJAMENTO AMBIENTAL... 57

Resumo ... 58

Abstract ... 59

3.1 Introdução ... 60

3.2 Materiais e método ... 62

3.2.1 Delimitação e caracterização da área de estudo ... 62

3.2.2 Métodos e Técnicas ... 64

3.3 Resultados e discussão ... 65

3.4 Conclusão ... 79

Referências ... 82

CAPÍTULO 4: INTERAÇÕES ENTRE CONFORTO E PERCEPÇÃO TÉRMICA ... 83

Resumo ... 84

Abstract ... 85

(18)

4.2 Materiais e método ... 87

4.2.1 Delimitação e caracterização da área de estudo ... 87

4.2.2 Métodos e Técnicas... 90 4.3 Resultados e discussão ... 93 4.4 Conclusão ... 99 Referências ... 100 5. CONCLUSÃO GERAL ... 101 REFERÊCIAS ... 103 APÊNDICES ... 107

APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa ... 108

(19)

INTRODUÇÃO GERAL

A busca de novos caminhos para um desenvolvimento sustentável tem, nos últimos anos, seu foco voltado para as mudanças climáticas que se intensificam, a cada dia, transformando assim a vida em sociedade. Com o processo de industrialização e urbanização, crescentes na maioria dos países, a transformação do espaço natural e a liberação de gases poluentes na atmosfera alteram as características atmosféricas e proporcionam o surgimento de impactos negativos.

A localização geográfica de cada área caracteriza seu tipo climático em uma escala climática zonal através de seu índice de insolação, que é a quantidade de radiação recebida. No entanto ao aproximarmos para uma escala regional. Ao aproximarmos para uma escala regional o detalhamento maior de fatores geoambientais caracterizam zonas climáticas menores e mais especificas onde são definidos os tipos de tempos de uma região.

Para o clima local, o qual possui suas características relacionadas com as condições predominantes no ponto em que se analisa, a ação antrópica é decisiva no arranjo da dinâmica atmosférica e consequentemente para o surgimento de microclimas, onde o espaço urbano é exemplo da expressão mais nítida do quanto as modificações na paisagem natural podem interferir no clima e na vida das pessoas.

O clima urbano é identificado como um microclima que surge a partir das alterações do meio para a melhor execução das atividades do homem. Conhecer sobre esse clima serve como subsidio para uma melhor organização interna dos espaços urbanos, local em que a evolução industrial e urbana ocorre de forma desigual e heterogênea, principalmente nos países em desenvolvimento, o que confere a necessidade da existência de uma análise específica baseada em características históricas da urbanização e do clima e de indicadores ambientais.

A retirada da vegetação, aterramentos de mangues e lagoas, entre outras ações de desmonte do meio natural para construções de edifícios e vias modifica os elementos climáticos que influenciam no conforto térmico da população, inclusive formando núcleos de altas temperaturas no interior das cidades.

No Brasil, até final dos anos de 1950, o planejamento urbano limitava-se a aspectos de regulamentações arquitetônicas e urbanísticas, provisão de alguns serviços públicos, sendo mais efetivo no período da ditadura militar, numa relação entre planejamento e autoritarismo. Antes desse período, algumas cidades projetadas como Aracaju, recorte espacial da pesquisa,

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sofreram alterações urbanas voltadas principalmente para habitações decorrentes de decisões de caráter elitista ou de conjuntura política e de mercado favoráveis.

A cidade de Aracaju foi fundada em 1855 com o objetivo de ser, segundo Vilar (2006) a sede do poder político, econômico e administrativo do estado e porto para o escoamento do açúcar produzido no Vale do Cotinguiba. Seu processo de urbanização foi voltado para suprir as necessidades econômicas de uma classe dominante que assentou a cidade onde originalmente eram áreas de manguezais constantemente inundadas. A luta do homem contra a natureza aquática de Aracaju tem, nas febres endêmicas, seu ponto nefrálgico. (VILAR, 2006, pág. 47)

Nas últimas décadas do século XX esse processo de crescimento urbano se intensificou e mostrou através de manifestações da natureza como enchentes, calor intenso e o aumento do índice de algumas doenças a necessidade de um planejamento urbano mais específico voltado para as características ambientais naturais e adquiridas com as mudanças feitas no espaço.

Na década de 1970, segundo Teles (2006) a capital do Estado de Sergipe teve seu maior crescimento em relação aos outros municípios sergipanos apresentando uma maior porcentagem tanto de população quanto de estabelecimentos comerciais e da produção industrial. Com essa evolução populacional e econômica a prefeitura passou a estimular a ocupação e verticalização em outros pontos da cidade e aos poucos espaços de vegetação natural foram sendo substituídos por casas de edifícios financiados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Habitação.

Com a intenção de realizar investigação cientifica no contexto clima versus urbanização destacando a pauta do conforto térmico visou-se contribuir na atualização do planejamento urbano que tenha ideias voltadas para o bem-estar socioambiental e mostrar a importância da elaboração de medidas mitigatórias ou de solução para os impactos negativos causados por eventos climáticos.

O estudo tem como objetivo geral analisar a formação do clima urbano e o desconforto térmico na cidade e como essas mudanças afetam na qualidade de vida da população. Como objetivos específicos investigar a influência dos fatores climáticos como umidade, ventos e radiação e da estrutura urbana no conforto térmico; relacionar o processo de urbanização com os níveis de conforto térmico; apresentar o planejamento bioclimático como um modelo de planejamento viável à sustentabilidade na relação espaço urbano, clima e qualidade de vida e verificar, através do contato com a população o quanto o desconforto térmico influencia em sua qualidade de vida.

(21)

O trabalho foi desenvolvido, primeiramente, através da leitura de materiais bibliográficos sobre os temas que se relacionam com o fenômeno analisado, foi utilizada uma metodologia estruturalista para se alcançar o entendimento geral da configuração ambiental encontrada. Posteriormente, houve a coleta de dados através do Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP), que pertence ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para que através de series históricas se constatasse o fenômeno do desconforto térmico.

Em seguida houveram coletas de dados em pontos específicos da cidade, a partir dos termômetros urbanos, para uma demonstração de uma possível formação de núcleos aquecidos, ilhas de calor, com a comparação das temperaturas durante as estações do ano nos pontos escolhidos. Por fim, para avaliar a percepção do conforto térmico da população aracajuana foram aplicados questionários que subsidiaram a análise qualitativa da pesquisa.

A dissertação está apresentada em formato de artigos onde sua estrutura é formada em seu início e fim por introdução Geral e Conclusão Geral e entre elas são inseridos o capitulo de Referencial Teórico , Capitulo 1, que faz um apanhado geral dos temas que se relacionam com a formação do clima urbano e o conforto térmico, e em seguida os capítulos são apresentados em formato de artigos.

No Capitulo 2, Urbanização do Espaço e Alterações Atmosféricas, mostra através de dados meteorológicos, de 2000 a 2017, a evolução dos índices de temperatura, umidade, insolação e direção dos ventos e relaciona as transformações do espaço com o surgimento do desconforto térmico.

O Capitulo 3, Clima Urbano e Planejamento ambiental, discorre sobre a formação do clima urbano em Aracaju, através da comparação de imagens da década de 1970 e atuais relacionando a dados climáticos, também verifica a possível formação de ilhas de calor, a partir da coleta de dados de temperatura em um dia para cada estação do ano de 2018 em pontos específicos da cidade, e aponta o planejamento bioclimático como uma possibilidade de planejamento urbano sustentável para a cidade.

No Capitulo 4, Interações entre Conforto e Percepção Térmica, foi feita uma análise qualitativa sobre a percepção climática da população e, através da aplicação de questionários, aprovados em projeto pela comissão de ética da Plataforma Brasil foi identificado o desconforto térmico dos habitantes da cidade como também causas e prováveis soluções percebidas por eles.

A dissertação a seguir analisa a problemática do desenvolvimento urbano versus conforto térmico e qualidade de vida, e questiona se a transformação do espaço elevou os

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índices de temperatura a ponto de causar desconforto térmico para a população da cidade de Aracaju.

CAPITULO 1

(23)

1. Alterações socioambientais no espaço geográfico.

O desenvolvimento dos centros urbanos significa possuir bens, conforto, comodidades e serviços de qualidade à disposição, ele seleciona a sociedade em classes econômicas distintas, separadas pelas estruturas urbanas impostas pelo capital. No entanto, segundo Santos (2008) a urbanização é um fenômeno recente e crescente em escala planetária e quase sempre associada à industrialização.

No processo de urbanização, acentuado com a revolução industrial, o homem, a depender de seus interesses e posses, fez transformações no meio natural para o ajustamento de suas necessidades e conforto. Brandão (2003) destaca que, com o crescimento da atividade industrial e da densidade demográfica na vizinhança das fábricas, houve, consequentemente, uma significativa mudança na composição da atmosfera local.

A década de 1950, para Santos (2008) foi marcada pelo ritmo acelerado no crescimento urbano nos países em desenvolvimento, quando foram incorporados de fato ao sistema capitalista, a partir da revolução técnico cientifica e das transnacionais. Se nos países desenvolvidos a indústria foi o pontapé inicial para a urbanização, nos países em desenvolvimento esse processo iniciou-se de uma forma diferente, tendo como característica principal o crescimento do setor terciário para depois desenvolver a industrialização.

Segundo Santos (2008) a esperança de uma vida com melhores condições econômicas e o surgimento da malha viária favoreceu o êxodo rural, o que fez com que a cidade crescesse sem planejamento estrutural, econômico e, menos ainda, sanitário e ambiental. O autor destaca ainda que existem nessas cidades diferentes níveis de renda, onde grande parte da população vive no nível mais baixo, enquanto poucas famílias desfrutam de altas rendas.

Para Ojima (2008) apesar de inúmeros problemas que se concentram nas cidades, decorrentes da urbanização em si, o que se destaca é a exclusão social derivada dos modos de produção, onde a população mais carente possui um apoio restrito e falta de infraestrutura para enfrentar os eventos climáticos e suas consequências. Como cada cidade apresenta suas particularidades e problemas específicos, se faz necessário um estudo in loco para a construção e a aplicação de um planejamento.

(24)

O crescimento urbano é determinado pela relação de dependência entre suas atividades econômicas e destas com as atividades globais e é proporcionado, principalmente pela iniciativa do governo, com programas de incentivo, e de empresas privadas. As cidades eram estruturadas a partir das necessidades administrativas ou industriais, se desenvolvendo com a implantação de estradas que serviam para facilitar a sua expansão.

A urbanização no Brasil, segundo Santos (2009), ganhou força entre os anos de 1920 e 1940, com o setor terciário crescendo mais que os outros setores, como na maioria das cidades dos países em desenvolvimento, com sua base econômica fundada na agricultura, atividade da zona rural, e nas funções administrativas públicas e privadas.

Todas as obras governamentais relacionadas com os serviços públicos da cidade nela estimulam indiretamente novas criações... A instalação de serviços públicos ocasiona movimentos de mão de obra em direção à cidade. Aparecem serviços sociais e, de forma espontânea, casas comerciais aí se implantam. (SANTOS, 2008, pág. 112)

Segundo Sposito (2005), a cidade é o resultado maior da capacidade social de transformar o espaço natural não deixando em função disto de ser parte desse espaço e de estar submetida às dinâmicas e processos da natureza. Os fatores climáticos que determinam seu ambiente de vida são redefinidos a partir das aglomerações, cuja densidade construtiva, demográfica e de liberação e consumo de energia alteram a própria dinâmica climática.

Assim, adversidades urbanas como as ilhas de calor, que são áreas dentro das cidade que possuem características climáticas diferenciadas, geralmente apresentando altas temperaturas, por causa da configuração de seus elementos climáticos consequentes da modificação do meio natural , a poluição do ar, causada pelo grande número de automóveis e industrias, e o desconforto térmico que, segundo Frota e Schiffer 2003, traz problemas à saúde do homem podendo deixa-lo incapacitado de exercer suas atividades diárias por sobrecarregar o sistema termorregulador do organismo, são decorrentes do descompasso entre o tempo da natureza e o tempo da sociedade.

As diferenças térmicas entre a área rural e a urbana são evidentes, principalmente após a revolução industrial quando foram verificadas, por conseguintes modificações do clima, devido à urbanização e a emissão de poluentes. Assim, as cidades cresceram de forma desordenada, sem planejamento adequado, o que vem causando problemas que interferem na qualidade de vida da população (SANTOS, 2016).

Santos (2009) diz que a organização interna das nossas cidades grandes, médias e pequenas, revela um problema estrutural, cuja análise sistêmica permite verificar como todos os fatores mutuamente causam, em função disto, perpetuando a problemática. Isso torna

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possível falar de um futuro como tendência dos acontecimentos e organizar o espaço de modo que ele esteja prevenido para eventuais fenômenos climáticos que possam causar-lhes impactos negativos, ambientais e econômicos.

Assim, para o autor acima citado, as cidades hoje assumem uma grande importância, pois concentram as atividades econômicas básicas do sistema industrial, como centros de comercialização e de prestação de serviços, mesmo para as atividades agropecuárias. Com o rápido crescimento populacional local, por causa da possibilidade de crescimento profissional e à maior diversidade de oferta de serviços, aliado a falta de infraestrutura básica, os efeitos das transformações atmosféricas tendem, segundo Monteiro (2003), a serem mais severos para as comunidades mais pobres, formando assim a segregação espacial da malha urbana.

1.1 O clima urbano

O estudo do clima é muito antigo pois, segundo Ayoade (1996), as condições atmosféricas influenciam a humanidade nas diferentes e numerosas formas de atividades. Mas ao contrário dos antigos, o homem moderno não quer viver a mercê do tempo meteorológico. (AYOADE, 1996, pág. 7). Nesse contexto que se encaminham os estudos do clima, para prevenir os impactos negativos que ele possa causar à humanidade.

Angelocci, Pereira e Sentelhas (2007) conceitua tempo como a descrição da atmosfera em determinado momento, que está sempre em mudança, enquanto o clima é uma descrição estáticas pois, expressa as condições médias através da observação dos tempos.

Para Aguiar e Pinto (2008) o clima pode ser estudado a partir de diferentes escalas, a zonal, que possui um menor detalhe e é baseada na latitude, movimentos da terra e na radiação solar recebida pela superfície, a regional que, conforme os autores, define os tipos de tempos de cada região e deve-se ter atenção para as variações mensais, anuais e sazonais pois essa escala já considera as relações entre elementos climáticos e fatores geoambientais.

Decrescendo a escala climática, segundo Aguiar e Pinto (2008), chegamos ao clima local onde a interação antropogênica com a natureza, modificando-a para melhor desenvolvimento das atividades em sociedade, acarreta em alterações que podem ser desfavoráveis ao desempenho humano pois nessa relação é fundamental que se perceba que o comportamento atmosférico é organizado a partir de escalas superiores e que as ações antrópicas podem alternar essa organização, dando origem a um microclima com características diferenciadas, o clima urbano.

(26)

Para Freitas (2017) o clima urbano é a modificação da condição da atmosfera local e sua formação depende tanto do clima regional quanto dos aspectos naturais e das características da urbanização, ou seja, ele é o resultado das alterações ocorridas em um determinado espaço que passa por alterações antropogênicas em seu meio natural. Monteiro (2003) classifica o clima urbano como um sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização.

Uma aglomeração urbana não apresenta necessariamente, as mesmas condições climáticas relativas ao macroclima regional na qual está inserida. Estas alterações estão diretamente relacionadas com o tamanho e setores predominantes de atividade do núcleo urbano e podem ser dimensionadas através de avaliação comparativa com o clima do campo circunvizinho. (FROTA; SCHIFFER, 2009, p. 65)

Corroborando com essa linha de pensamento, Souza (2000) aponta que a cidade é um ambiente extremamente artificial e que implica em impactos formidáveis ao meio ambiente, e quanto maior o espaço urbano, maiores serão esses impactos. Para Ayoade (1996), nas áreas urbanas, a composição química da atmosfera é alterada e junto com a modificação na radiação solar, nebulosidade, precipitação, temperatura, umidade do ar e velocidade dos ventos, agravados pelo planejamento inadequado, podendo trazer riscos à saúde dos habitantes e consequentemente à continuidade do desenvolvimento da cidade.

Segundo Monteiro (2003) os aspectos característicos do Sistema Clima Urbano são: modificação substancial de um clima local; o desenvolvimento urbano tende a acentuar ou eliminar as diferenças causadas pela posição do sítio; a cidade modifica o clima através de alterações em superfície; a cidade produz um aumento de calor devido às modificações na ventilação, na umidade e até nas precipitações, que tendem a ser mais acentuadas; e a poluição atmosférica representa o problema básico da climatologia das modernas cidades industrializadas.

Ainda de acordo com o referido autor, entre os vetores econômico e social, os aspectos ambientais foram negligenciados ou mesmo esquecidos. Aterros, represamentos e reservatórios d’água, eliminação de acidentes topográficos indesejáveis, substituições ou alterações da vegetação original, tudo isso aliado à própria dinâmica da população faz com que as cidades sejam os lugares onde os resultantes ambientais configuram-se como obra conjunta de uma natureza retrabalhada e afeiçoada aos propósitos do viver humano.

O sistema clima urbano proposto por Monteiro (2003), apresentado na figura 01, exemplifica a relação clima e qualidade de vida na cidade, mostrando desde a fase de ambiente natural, tanto atmosférico quanto geomorfológico, passando pela fase de implantação das transformações, fenômenos que surgem como consequência, efeitos

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derivados de fenômenos que são percebidos pela população até as ações de planejamento estratégico que venham a contribuir para a mitigação ou adaptação dos citadinos aos fenômenos climáticos e seus efeitos.

Figura 01: Diagrama Básico do Sistema Clima Urbano (SCU).

Fonte: Nogueira, 2015. Adaptado de Mendonça e Monteiro (2003)

Com isso Monteiro (2003) destaca em sua proposta que o sistema clima urbano é passível de auto regulação, função que é conferida ao elemento homem urbano que na medida em que conhece e é capaz de detectar suas disfunções pode intervir e adaptar o funcionamento do sistema, recorrendo a dispositivos e circuitos capazes de conduzir o seu desenvolvimento e crescimento através de metas preestabelecidas. A percepção e a conscientização de problemas na cidade relacionados ao clima são decisivas na qualidade do ambiente urbano.

Um fenômeno urbano observado através do aumento da temperatura do ar próximo às superfícies em relação às áreas rurais circundantes são as ilhas de calor. Para Gartland (2010) elas são formadas porque muitos materiais de construção absorvem e retêm mais calor oriundo do sol do que os materiais naturais existentes no rural.

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Conforme as cidades se expandem, as ilhas de calor também tendem a ficar mais intensas. Identificar a ilha de calor é tão importante quanto o estudo e a elaboração de medidas de mitigação que reduzam a intensidade de seus efeitos negativos. Segundo Gartland (2010) um dos fatores que contribui para a formação de ilhas é a poluição do ar que, significativa nos espaços urbanos, pela sua composição e resíduos sólidos que absorvem o calor, é a consequência da liberação de gases poluentes na atmosfera a partir da queima de combustíveis fósseis que podem causar impactos ao meio ambiente e na saúde da população.

Outra característica da formação dos climas urbanos são as precipitações e disritmias extremas, que são percebidas através dos impactos meteóricos que estão agrupados nas formas hídricas (chuvas, neve, nevoeiro), mecânicas (tornados) e elétricas (tempestades) que assumindo manifestações de alta intensidade que , segundo Monteiro (2003), são capazes de produzir impactos na vida da cidade com alagamentos, desmoronamento, além de propagar doenças de ordem sanitária, respiratórias e dermatológicas.

1.2 Formação do microclima de Aracaju.

Capital do Estado de Sergipe, Aracaju foi projetada em 1855 está posicionada completamente na zona intertropical e costeira do nordeste do Brasil, Figura 02, apresentando um clima quente e úmido com temperaturas médias anuais elevadas que apresentam variações entre 27ºC e 25ºC, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

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Fonte: Q’gis. Organização: Pereira, J. e Leite, I. V., 2019.

A cidade foi construída em uma área de domínio geomorfológico de Planície costeira em que as cotas altimétricas variam de dois a oito metros acima do nível do mar e são encontrados os ambientes naturais de praias, dunas, estuários e mangues, segundo Anjos (2012). Cotas altimétricas mais elevadas são observadas no segundo domínio morfológico, os tabuleiros costeiros, localizados ao norte apresentando aproximadamente 100 metros de altitude.

Sua vegetação original é composta por manguezais, restingas e mata atlântica e possui uma hidrografia densa que faz seu recorte com as Bacias hidrográficas do rio Vaza Barris e do rio Sergipe apresentando importantes afluentes além de riachos, conferindo-lhe um ambiente costeiro em permanente contato com águas fluviais e marinhas que permitem evidenciar altos índices de umidade. Construída em uma área de fragilidade ambiental sua expansão foi decorrente de aterros de mangues e lagoas, desmonte de dunas e morros e retirada da vegetação original.

A ocupação do espaço nesses moldes é configurada em consequências futuras desagradáveis para a população, principalmente para a classe menos favorecida economicamente. A substituição dos elementos naturais pelas construções antrópicas, como pode ser visualizado nas figuras 03 e 04, teve como consequência o aumento da intensidade dos fatores climáticos de um clima quente e úmido que, nos primeiros momentos de

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urbanização passavam despercebidos pelas classes dominantes que podiam pagar pelo conforto e privilégio de morar na capital.

Figura 03: Inauguração do Estádio de Futebol Lourival Batista, o Batistão. 1969.

Fonte: SAMPAIO, Marcelo Araújo. INFONET. 2018

Figura 04: Foto atual da área circunvizinha ao Estádio de Futebol Lourival Batista.

Fonte: MAYNARD, Armando. Sergipe em Fotos. 2013

Com um espaço maior sendo desmatado, aterrado, asfaltado, recortado e construído, além das emissões de gases tóxicos, pelos meios de transportes e pela indústria, e ainda com a verticalização acentuada, indicadores naturais como temperatura, umidade, radiação e

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circulação do ar passam a sofrer alterações que possam influenciar no desempenho das atividades do dia-a-dia urbano exercidas pela população.

A expansão urbana em Aracaju mostra alguns problemas de significativa gravidade que se mostram relacionados à organização do espaço pelo motivo, em algumas situações, da falta de conhecimento dos fatores geoambientais e urbanos como clima, relevo, cobertura vegetal, atividades econômicas, entre outros que ditam o comportamento da atmosfera local.

Segundo Vilar (2006), Aracaju é fruto de um projeto político onde a administração cabia somente criar as condições básicas para o desenvolvimento urbano central, enquanto a periferia mais imediata ao centro se desenvolve em um traçado caótico marcado pela segregação social desde sua origem. Para o autor, a cidade passou por dois momentos distintos em seu processo de urbanização que se consolidou no início da década de 1970.

No primeiro momento, a força técnica não se fazia sentir de maneira tão intensa e consequentemente não se traduzia em objetos geográficos significativos. No segundo momento, que se inicia nos anos trinta e se consolida no início dos anos setenta do século XX, o meio técnico já se destacava na geografia comercial de Aracaju, e os componentes artificiais do espaço já superavam os objetos naturais (VILAR, 2006, p. 46).

Diante do crescimento demográfico e progressivo abandono do centro como área residencial, outras regiões da cidade passaram a ser ocupadas e urbanizadas efetivamente e então as alterações climáticas passam as serem evidenciadas por toda população com maior intensidade.

Foi na década de 1970, segundo Teles (2006), que Aracaju se distanciou economicamente e demograficamente dos outros municípios sergipanos, detendo 20,72% da população, 25,65% de estabelecimentos comerciais e quase 60% do valor da produção industrial do estado. A partir de então, com o intuito de expandir o crescimento da cidade, a prefeitura estimulou o processo de verticalização por toda a região sul e sudeste da cidade e, para Santos (2016), aos poucos, os espaços com grandes áreas vazias foram sendo preenchidos por edifícios e condomínios financiados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Habitação

Em 2006 foi liberada a construção de edifícios na região da praia e, mesmo com pouco impacto visual ainda observado, Santos (2016), percebe a mudança no comportamento da circulação dos ventos na localidade. Aracaju apresenta um processo de crescimento acelerado, como mostra a figura 05, sem a orientação de um planejamento urbano adequado.

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Figura 05: Mancha Urbana da Região Metropolitana de Aracaju

Fonte: SEMARH, 2017.

As tendências de expansão urbana de Aracaju ocorreram, inicialmente, no sentido centro-sul, no espaço interno da cidade, para os grandes detentores de capital que podiam pagar preços diferenciados, já para a população de baixa renda, os espaços destinados situavam-se na área norte da cidade e/ou nos municípios vizinhos, segundo Alves (2018). Hoje a cidade apresenta um quadro intenso de urbanização que já se expande para os municípios vizinhos e forma a região metropolitana de Aracaju, conhecida como Grande Aracaju.

1.3 O Conforto térmico.

O conforto térmico, segundo Frota e Schiffer (2003), se dá quando as trocas de calor entre o organismo humano e o meio estão em equilíbrio, ou seja, quando o organismo perde para o ambiente, sem recorrer a nenhum mecanismo de termorregulação, o calor produzido pelo metabolismo compatível com sua atividade. Pra Freitas (2005), o conforto é um estado de bem-estar em que condicionantes ambientais, morfológicos e econômicos proporcionam uma satisfação física e psicológica.

Conforme França et all (2017) a sensação de conforto térmico vem do calor que é dissipado no momento em que o organismo necessita, o que varia de pessoa para pessoa e de

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acordo com o tipo de atividade desenvolvida e a vestimenta utilizada. Então, essa sensação se estabelece quando os mecanismos corporais de regulação da temperatura atuam com mínimo esforço.

Tanto para Frota e Schiffer (2003) quanto para Freitas (2005) o conforto térmico dos usuários está atrelado a quatro grandezas principais, a temperatura, radiação solar a umidade do ar e a velocidade dos ventos e que para se estabelecer os parâmetros relativos às condições de conforto térmico requer incorporar, além das variáveis climáticas citadas, as temperaturas das superfícies presentes no ambiente e a atividade desenvolvida pelas pessoas.

O conhecimento das exigências humanas de conforto térmico e do clima, associado ao das características térmicas dos materiais e das premissas genéricas para o partido arquitetônico adequado a climas particulares, proporciona condições de projetar edifícios e espaços urbanos cuja resposta térmica atenda às exigências de conforto térmico. (Frota e Schiffer, 20003, pág. 16)

Segundo Santamoiuris (2001) o calor produzido pelas ações antropogênicas que é liberado pelos carros e sistemas de combustão, as maiores quantidades de radiação solar armazenada e o bloqueio da radiação infravermelha emitida pela verticalização da cidade balanço térmico global mais positivo e contribui para o aquecimento do meio ambiente.

As transformações no espaço tendem a maximizar os efeitos negativos de um clima já quente e úmido como o da cidade de Aracaju, área de estudo. Mesmo o clima urbano sendo um sistema passível de controle mediante identificação de seus impactos, causas e consequências, segundo Monteiro 2003, medidas corretivas e um replanejamento precisam ser acordados entre gestores e população para que a situação se torne confortável para todos.

A dinâmica Urbana, para o referido autor, pode deixar a sociedade vulnerável à consequências da transformação da movimentação atmosférica pela diminuição do desempenho nas atividades, afetar a saúde além dos desabamentos e deslizamentos nas regiões menos organizadas e mais carentes.

O Instituo Nacional de Meteorologia, INMET, desenvolveu o Diagrama do Conforto Térmico, figura 06, onde é possível mensurar quantitativamente o índice de conforto térmico humano com base nos dados de temperatura e umidade, que é utilizado como referência nos estudos sobre conforto térmico em áreas de climas tropicais.

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Figura 06: Diagrama de Conforto Térmico

Fonte: INMET, 2018.

Este diagrama considera, segundo Souza e Nery ( ) como termicamente confortável para o ser humano teores de umidade que variem entre 30,0% e 80,0%, dentro da faixa de 8,0°C e 33,0°C, sendo que entre 8,0°C e 20,0°C é necessário ambiente ensolarado, já para temperaturas variando de 26,0°C a 33,0°C faz-se necessário que haja ventilação no ambiente para obter uma sensação termicamente agradável.

Conforme Santamouris (2013), o equilíbrio térmico no ambiente urbano difere significativamente do das áreas rurais. Os principais parâmetros meteorológicos são afetados, resultando no desenvolvimento de um regime climático local, que é caracterizado pelo aumento da temperatura e a redução da umidade e do vento. Para o autor a retirada contínua da vegetação para a construção de edifícios e estradas interfere no balanço de radiação o que influencia no regime de temperatura do ambiente, com isso o índice de conforto da população urbana é diferente para os do que para aqueles que vivem em áreas rurais.

Para Gartland (2010) as partículas de poluição refletem, sim, muita radiação, tanto do sol quanto da terra. Mas elas também tendem a absorver mais radiação. Isso eleva a temperatura atmosférica e aumenta a quantidade de energia que ela emite. Diversos estudos detectaram que os níveis de radiação atmosférica são aumentados em até 15% na presença da poluição do ar (GARTLAND, 2010, p.33).

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A presença desses poluentes encontrados no ar da cidade desempenha, segundo Aguiar e Pinto (2008), duplo papel no balanço de radiação, diminuindo a radiação direta ocasionando a absorção e difusão da radiação solar, devido às partículas em suspensão ou ainda absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície elevando a temperatura do ambiente.

Na abordagem dos riscos naturais, para Veyret (2007), está intrínseco o reconhecimento do acontecimento possível e a sua probabilidade de realização, álea, para que haja uma gestão com escolhas políticas eficazes para a organização do território e melhoria da qualidade de vida da população. A eficiência dessa logística de prevenção dependerá bastante da integração do olhar de diferentes campos da ciência para a construção de projetos de prevenção das catástrofes.

1.4 O Planejamento Bioclimático

A cidade se apresenta hoje como a maior consequência do poder de transformação do espaço natural, no entanto não deixa de ser parte dessa natureza estando assim submetida aos processos naturais que possam a vir ocorrer no espaço, segundo Sposito (2005). O clima definido a partir de uma escala global é redefinido a partir dos modos de vidas que a partir de então passa a configurar os locais e altera assim a dinâmica atmosférica. Problemas urbanos como ilhas de calor, poluição do ar e desconfortos térmicos que trazem diversos problemas a saúde do homem são decorrentes do descompasso entre o tempo da natureza e o tempo da sociedade.

A relevância dos fatores naturais tem sido tradicionalmente objeto de atenção e as diversas propostas de explicação dessa influência alimentaram, durante este século, um vivo debate interno na geografia humana. Mas a questão do meio ambiente construído, tornada recentemente uma moda, está ainda muito longe de se esgotar e muito terá a ganhar se levarmos em conta o papel das formas no processo social. (SANTOS, 2006, p 91)

Segundo Mendonça (2001) em muitos lugares, como nas cidades a impressão é de que o homem é o grande administrador e que a natureza foi subjugada aos desígnios humanos. Não se pode fazer uma abordagem geográfica para um planejamento urbano e esquecer “o relevo que forma o suporte à existência da cidade, da água e do ar que sustentam a vida de seus habitantes, do alimento que produzido no solo os nutre etc. (MENDOÇA, 2001, pág. 127). Para Braga (2012) para redução da vulnerabilidade e o aumento da resiliência das cidades conforme as alterações no clima passam pela capacidade de regulação do uso,

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ocupação e expansão do solo urbano, sendo, Estatuto da Cidade o principal instrumento de ordenamento territorial urbano no Brasil.

O Estatuto da Cidade (Lei 10.257 de 2001) é o principal instrumento da política de desenvolvimento urbano no Brasil, e estabelece as diretrizes e instrumentos de ordenamento das cidades, com base nos princípios da função social da sociedade e da sustentabilidade ambiental. (BRAGA, 2012, pág. 8)

Como sugestão de planejamento ambiental urbano Amorim (2013) indica o investimento em edificações mais amplas com orientações adequadas para melhor ventilação e materiais que possam absorver menos calor; a arborização tanto das áreas verdes já destinadas para lazer como também nas ruas para a amenização das temperaturas; e a não canalização das águas que atravessam a cidade para propiciar o aumento da umidade relativa do ar.

Essas iniciativas, segundo a autora, contribuem para amenizar as amplitudes termo higrométricas e permite recuperar um certo equilíbrio ao ciclo hidrológico alterados pela impermeabilização do solo. No entanto, Kohler (2016) destaca que uma das consequências negativas do desenvolvimento das cidades ocorre a incapacidade de sobrevivência da vegetação pois, o sistema urbano apresenta características geoecológicas que alteram as condições naturais.

Segundo Braga (2012) os principais projetos de políticas urbanas estão voltados para a redução do consumo energético isso devido à dinâmica urbana onde há grande necessidade de deslocamentos por veículos e para a redução da necessidade de energia no resfriamento das edificações.

Nesse sentido, duas estratégias importantes são a promoção da forma urbana sustentável, capaz de minimizar a necessidade de deslocamentos e fomentar o uso de meios de transporte alternativos como o ciclo viário e o pedestre, e a promoção de um ambiente construído bioclimático, ou seja, que demande menor necessidade de climatização artificial. (BRAGA, 201

Monteiro e Carvalho (2013) lança uma proposta bioclimática de planejamento que possui quatro etapas. Na primeira etapa seria realizado o conhecimento bio(climático) do local onde seria estudado os elementos climáticos do espaço em questão. Já a segunda etapa seria o conhecimento das condições naturais do local como condições morfoclimáticas, de solo, vegetação e disponibilidade de água. A terceira etapa abordaria os conhecimentos das condições urbanísticas com o estudo da paisagem humanizada/edificada. A última etapa seria a mostra das opções arquitetônicas e de construções que devem ser implantadas de acordo com as condições naturais e urbanísticas estudadas anteriormente.

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Para Pagnoncelli (2004), o planejamento estratégico da cidade deve ser apoiado nas necessidades da comunidade e está tendo participação ativa na elaboração do plano para viver de forma mais consciente. O perigo que se corre é a inércia e o acúmulo de degradação irem silenciosamente acostumando a sociedade a essa situação corroendo o seu ânimo de mudança já que a maioria dos gestores estão mais preocupados com projetos que lhes garantam quase que de imediato os votos nas próximas eleições.

1.5 Percepção térmica.

As comunidades manifestam suas percepções de diferentes formas a partir de suas experiências socioculturais com o ambiente que, segundo Cure et al (2016), podem ou não coincidir com os estudos científicos.

São percepções fundamentadas pela experiência que se tem no ambiente, pelo sentimento de pertença ao lugar, pelo filtro cultural, pelas características individuais do observador e por crenças e valores que influenciam na tradução dessas manifestações. (Curi et al, 2016, p. 43)

No processo de tentar compreender melhor as interações entre os processos psicológicos e aspectos do ambiente, segundo Pinheiro (1997), duas grandes áreas da psicologia estão envolvidas: psicologia da percepção e a psicologia social, que definem o ambiente principalmente em termos físicos e perceptuais em sua inter-relação com pessoas e grupos.

Segundo Pinheiro (1997), a percepção é o processo através do qual se inicia o ciclo psicológico das pessoas nos ambientes onde que percebe faz parte da situação percebida. É nessa etapa do processo de formação do Sistema Clima Urbano, segundo Monteiro (2003), que o indivíduo se dá conta que o estilo de vida da comunidade a qual faz parte deve ser modificado através de ações planejadas na intenção de mitigar ou solucionar os problemas ambientais existentes e prevenir riscos futuros.

Para que o corpo funcione bem, as condições do ambiente interno e externo devem estar em equilíbrio, no entanto o conforto humano é uma sensação subjetiva que corresponde a não haver a necessidade do acionamento do processo de termorregulação pelo organismo. Quando o subconsciente termal não funciona bem o desconforto termal é o aviso consciente para corrigir o microclima interno do corpo (SARTORI, 2014, p. 152).

A percepção térmica, para Sartori (2014) representa o estado subjetivo de cada indivíduo de identificar o ambiente como agradável ou não, termicamente, e pode variar de pessoa para pessoa em função das suas características físicas, modo de se vestir, idade, sexo, trabalho que realiza, dieta e estado emocional. Inúmeras respostas fisiológicas ocorrem em

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situações de desequilíbrio e excesso de calor que leva a dilatação dos vasos sanguíneos aumentando a temperatura da pele que transpira para se resfriar e pode haver a perda excessiva de sal, essa perda pode provocar câimbras e até insuficiência respiratória.

A sensação de bem-estar humano, para Sartori (2014) depende da inter-relação entre os valores de temperatura, umidade e vento onde em ambientes muito quentes e úmidos as pessoas não conseguem se manter eficientes por muito tempo pois, a partir do agravamento das condições atmosféricas o processo de raciocínio decresce.

Sartori (2014) destaca ainda que em temperaturas acima de 31oC podem ocorrer reações como taquicardia, depressão, fadiga, letargia, irritabilidade, inapetência, redução da capacidade de aprendizagem e falhas na memória. Alterações na pressão atmosférica podem ocasionar desconforto em pessoas termo sensitivas que são aquelas que afirmam ocorrer uma mudança no seu estado de bem-estar mesmo antes que alguma alteração no tempo seja observada.

A partir da percepção de alterações climáticas no espaço os elementos riscos e adaptações aparecem no cenário e, segundo Curi et al (2016), surge a necessidade de se adaptar as mudanças que estão interligadas com a forma da comunidade se relacionar com o ambiente ao seu entorno.

A percepção geográfica do clima, para Sartori (2014) é extremamente importante ao considerar sua ligação com aspectos psicofisiológicos dos indivíduos e sua análise seria indispensável na elaboração de técnicas para inserir no planejamento de cidades que vissem mitigar essas respostas fisiológicas do corpo humano beneficiando inclusive o setor de saúde pública.

Conforme Curi et al (2016), acredita-se que estudos sobre percepção do tempo/clima podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das comunidades pois a partir do conhecimento da cultura das pessoas de determinado local e sua relação com o meio ambiente pode-se implementar políticas públicas e gestão ambiental adequadas à condição local.

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REFERÊNCIAS

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CAPÍTULO 2

URBANIZAÇÃO DO ESPAÇO E ALTERAÇÕES NA DINÂMICA ATMOSFÉRICA.

2. URBANIZAÇÃO DO ESPAÇO E ALTERAÇÕES NA DINÂMICA

ATMOSFÉRICA.

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Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE.

RESUMO

O processo de urbanização, possível através das ações antrópicas de adaptação das atividades econômicas ao meio, interfere na dinâmica atmosférica de cada local e cria um microclima específico. A partir da intensificação do desenvolvimento urbano surgem os desequilíbrios ambientais que, aos poucos, podem provocar impactos negativos comprometendo a qualidade de vida dos habitantes, seja pela falta de estrutura para resolver questões pluviais em função da impermeabilização do solo ou com o desconforto térmico provocado pelo aumento da temperatura do ar, por conta das substituições pelo concreto e da poluição, além do

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surgimento de doenças. O objetivo principal desse estudo foi analisar as alterações ocorridas no clima local devido ao processo de urbanização e, como objetivos específicos, discorrer sobre o processo de urbanização de uma escala global até a escala local, identificar a formação do clima urbano e relacionar as alterações atmosféricas provocadas pela modificação do meio com a qualidade de vida da população, dando ênfase para o conforto térmico na cidade de Aracaju. Tal pesquisa mostra-se relevante, pois diante da análise dos dados climatológicos coletados tornar-se possível auxiliar através de propostas no desenvolvimento de um planejamento urbano que promova o controle e a mitigação de fenômenos climáticos e seus impactos de ordem socioambiental dados de temperatura para o município de Aracaju permitiram constatar que ocorreram algumas variações nas temperaturas máximas, mínima e media com o passar do tempo. As temperaturas indicam uma linha de tendência crescente. A mensuração pela umidade relativa do ar mostra uma tendência decrescente das médias anuais. Por sua vez as alterações de urbanização são notadas pela população, referente ao desmatamento e a poluição da cidade.

PALAVRAS-CHAVES: Espaço Urbano. Clima Urbano. Dinâmica Atmosférica.

VASCONCELOS, J. F. Urbanization of space and changes in atmospheric dynamics. 2019. 17p. (Dissertation in Developing and Environment). Federal University of the Sergipe. São Cristóvão-SE.

ABSTRACT

The process of urbanization, possible by anthropic actions of adaptation economic activities, interferes atmospheric dynamic of each location and also creates a specific microclimate. In this sense, from the intensification of urban development rises the environmental imbalances that gradually can cause negative impacts that compromise the quality of life of the inhabitants, either due to the lack of the structure to solve the rainfall issues also due to the soil sealing or the thermal discomfort caused by increase of the air temperature, due to the substitutions for the concrete and the pollution, which can cause the appearances of diseases. So, the main goal of this paper was to analyze the changes occurred in the local climate caused by the urbanization process and, as specific objectives, to discuss about the

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