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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – TORRE – Sociedade de Confeções, S.A. (Belmonte)

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

JOANA RITA MARTINS SILVESTRE

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM SECRETARIADO E ASSESSORIA DE DIREÇÃO

dezembro/2012

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

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Ficha de identificação

Estagiária

Nome: Joana Rita Martins Silvestre Número de aluna: 1009431

Curso frequentado: Secretariado e Assessoria de Direção

Estabelecimento de ensino

Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, nº 50 6300-559 Guarda

Tel.: 271 220 110 Fax: 271 222 690 www.ipg.pt

Professora Orientadora

Elisabete Batoco Constante de Brito Mestre – Docente do IPG

Período de estágio

De 04 de junho a 13 de agosto de 2012 Horário: 8h00-12h30 / 13h30-17h00 Duração: 400 horas

Instituição de Acolhimento

TORRE – Sociedade de Confeções, S.A.

6250 – 151 Colmeal da Torre Belmonte Tel.: 275 910 060 Fax: 275 912 108 www.torre.pt Coordenador de estágio

Acácio Bernardo Nunes Dias Técnico Oficial de Contas

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“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo” (Winston Churchill)

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Resumo

Sendo parte fundamental da conclusão da licenciatura de Secretariado e Assessoria de Direção, no 3.º ano, serve este relatório para expor as minhas atividades no estágio curricular efetuado na empresa TORRE, Sociedade de Confeções, S.A., entre os meses de junho e agosto de 2012.

Os conhecimentos adquiridos nas unidades curriculares do curso foram muito importantes uma vez que desempenhei funções concordantes com os mesmos: atendimento telefónico e ao público, utilização de diversos conhecimentos linguísticos, como inglês, espanhol e francês, mas especialmente a língua portuguesa (falada e escrita), cortesia e educação, noções de contabilidade, técnicas de arquivo, gestão do tempo, aplicações informáticas, protocolo, entre outras.

Considero o estágio curricular uma etapa de extrema relevância, pois possibilita aos alunos um contacto com o verdadeiro mundo laboral, permitindo colocar em prática toda a aprendizagem exercida durante os três anos do curso.

Palavras-chave: Estágio Curricular, Relatório de Estágio, Secretariado e Assessoria de Direção, TORRE – Sociedade de Confeções, S.A.

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Agradecimentos

É chegada a tão aguardada fase de finalização da licenciatura e do fecho de um ciclo, que, como sempre, dará início a outro. Estas páginas são dedicadas, sobretudo, àquelas pessoas que sei que me acompanharão daqui para a frente, mas também que se mantiveram sempre presentes, mesmo antes de ter iniciado este projeto.

Em primeiro lugar, agradeço do fundo do meu coração à minha mãe, Beatriz, e ao meu pai, Carlos, pela confiança depositada, pela força incondicional, pela cumplicidade e por todo o apoio financeiro que, pelo esforço que lhes implicou, tentei sempre nunca desperdiçar e converter em motivo de orgulho.

À minha irmã, Sandra, cunhado, João, e sobrinhos, David e Inês, que infelizmente nem sempre puderam estar presentes, mas que sempre estiveram no meu coração nos momentos mais importantes.

À Ana Daniela, amiga desde a infância. Não se tornou apenas num apoio fundamental, mas sim no fator propulsor de toda esta caminhada. Obrigada por aquela longa conversa com a mãe Beatriz!

Ao tal “grupinho”, que me proporcionou os melhores e verdadeiros momentos de alegria, folia e companheirismo desde o início, e porque os melhores amigos que fazemos na faculdade não têm de ser da mesma turma; Soraia, Rosa, Marco, João, Bruno, André, Marisa, Zé, e outros que, sendo amigos de amigos, foram sendo acrescentados.

Às meninas da Egitúnica, por tão bem me terem aceitado, e também pelas noites de cantorias, praxes, fados e desgarradas. Deste grupo, destaco com grande carinho a minha madrinha de tuna, Joana.

Às companheiras de quarto, Daniela e Andreia pelos serões bem passados e pela entreajuda. Às co-residentes Vera e Jacky. Criámos entre todas uma imprevisível amizade e, por isso, muito obrigada pelo apoio incondicional!

Às colegas e amigas de turma: Margarete, Elisabete e Graça, pelo companheirismo e dedicação ao longo destes três anos. À Elsa em especial, a quem agradeço por toda a

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À minha orientadora de estágio, professora Elisabete Brito, por ter prontamente aceitado o meu pedido.

Ao Instituto Politécnico da Guarda em geral, por me ter recebido como aluna, à Escola Superior de Tecnologia e Gestão e aos professores do curso de Secretariado e Assessoria de Direção, pela sua partilha de conhecimento e experiência.

À Associação Académica da Guarda, pelo acolhimento e integração.

À Comissão de Praxe e Conselho de Veteranos, pelas divertidas e, por vezes, duras noites de rondas e praxes, no ano de caloira.

Por último, mas sempre em primeiro, o meu namorado, Henrique. Por tudo, simplesmente, por ter estado sempre lá, pelo apoio absoluto, pelo amor e amizade. A todos que de uma forma ou de outra, deram o seu contributo para que a minha passagem pela Guarda fosse inesquecível, me fizeram uma pessoa mais forte, mais confiante e crente em mim mesma.

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Índice Geral

Ficha de Identificação ... iii

Resumo ... v

Agradecimentos... vi

Índice Geral... viii

Índice de Figuras ... x

Índice de Gráficos ... xii

Glossário de Siglas ... xiii

INTRODUÇÃO ... 1

CAPÍTULO 1 – A INDÚSTRIA TÊXTIL E DO VESTUÁRIO – DO PASSADO AO PRESENTE .. 2

1.1.INTRODUÇÃO ... 3

1.2.ENQUADRAMENTO SETORIAL ... 3

1.2.1. Caracterização da Indústria Têxtil e do Vestuário em Portugal ... 4

1.2.2. Evolução da ITV – do passado ao presente ... 7

1.3.ANÁLISE SWOT DA ITV... 9

1.4.TENDÊNCIAS FUTURAS ... 12

CAPÍTULO 2 – A EMPRESA TORRE – SOCIEDADE DE CONFEÇÕES, S.A... 14

2.1.APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ... 15

2.2.LOCALIZAÇÃO ... 16

2.3.BREVE HISTORIAL DA EMPRESA ... 17

2.4.A MARCA TORRE ... 19 2.5.ORGANIGRAMA ... 21 2.6.CLIENTES ... 22 2.7.ESTRATÉGIA DA TORRE ... 23 2.8.PROJETOS FUTUROS ... 24 2.9.OGRUPO TORRE ... 24

2.9.1. Empresas pertencentes ao grupo TORRE ... 26

2.9.1.1. A Torfal, Ld.ª ... 26 2.9.1.1.1. Áreas de atuação ... 28 2.9.1.1.2. Visão e Missão ... 28 2.9.1.1.3. Organigrama ... 28 2.9.1.1.4. Clientes... 29 2.9.1.1.5. Certificação de Qualidade ... 30 2.9.1.1.6. Filosofia de atuação ... 30

2.9.1.2. A Torfal Torre, ACE... 31

2.9.1.3. A Centum Cellas, Ld.ª ... 32

CAPÍTULO 3 – O ESTÁGIO ... 33

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3.4.1. Tarefas diárias ... 37

3.4.1.1. Tratamento da correspondência recebida ... 37

3.4.1.2. Arquivo ... 39 3.4.1.3. Atendimento telefónico ... 43 3.4.1.4. Expedição de correio ... 44 3.4.1.5. Depósito de cheques ... 45 3.4.1.6. Fotocópias ... 52 3.4.1.7. Atendimento ao público ... 52 3.4.1.8. Separação de documentos ... 47 3.4.2. Tarefas pontuais ... 47 3.4.2.1. Recolha de assinaturas... 47

3.4.2.2. Entrega de correio aos diversos setores ... 48

3.4.2.3. Preenchimento de cheques ... 49

3.4.2.4. Envio de fax... 49

3.4.2.5. Redação de cartas ... 50

3.4.2.6. Realização de chamadas para o exterior ... 50

3.4.2.7. Digitalização de documentos ... 51

3.4.2.8. Conferência de faturas com guias de transporte ... 51

3.4.2.9. Correção ortográfica de documentos ... 51

3.4.2.10. Colocação de selos em envelopes ... 51

3.4.2.11. Organização e arrumação do arquivo (expurgação de arquivo passivo) ... 52

3.4.2.12. Picagem de extratos conta-corrente ... 52

3.4.2.13. Reconciliação de contas... 53

3.4.2.14. Criação e impressão de lombadas ... 53

3.4.2.15. Inquérito Mensal à Produção Industrial – Instituto Nacional de Estatística (INE) ... 54

3.4.2.16. Requisição de selos aos CTT e consequente conferência ... 54

3.4.2.17. Operações no Vanguarda ... 55

3.5.CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ... 59

3.6.INICIATIVAS ... 61

3.6.1. Arrumação das três salas de arquivo ... 61

3.6.2. Criação de uma tabela-esquema da atual disposição da sala de arquivo n.º 1 ... 63

3.6.3. Separação da correspondência em categorias ... 64

3.6.4. Criação de uma página da empresa no Facebook ... 64

3.6.5. Etiquetagem de variados assuntos para mais fácil e rápido acesso ... 65

3.7.SUGESTÕES ... 65

3.7.1. Colocação de uma nova seta de sinalização da empresa ... 65

3.7.2. Gestão do economato em base de dados ... 66

3.7.3. Digitalização do arquivo ... 67

3.7.4. Reciclagem das folhas de papel e cartões ... 68

3.7.5. Aumentar o número de prateleiras nas salas de arquivo ... 68

3.7.6. Aquisição de uma máquina de café para a “sala da fotocopiadora”... 68

CONCLUSÃO ... 69

BIBLIOGRAFIA ... 71

ÍNDICE DE ANEXOS ... 73

(10)

Índice de Figuras

Figura 1 – Atual logótipo da TORRE ... 15

Figura 2 – Localização da TORRE, Sociedade de Confeções, S.A. ... 16

Figura 3 – Torre Centum Cellas ... 17

Figura 4 – Evolução temporal da TORRE ... 17

Figura 5 – Instalações da TORRE ... 18

Figura 6 – Estrutura organizacional do grupo TORRE ... 26

Figura 7 – Organigrama da TORRE ... 22

Figura 8 – Clientes da TORRE ... 23

Figura 9 – Atual logótipo da Torfal ... 27

Figura 10 – Áreas de atuação da Torfal e respetivos serviços de destaque ... 28

Figura 11 – Organigrama da Torfal ... 29

Figura 12 – Ilustração com os logos dos clientes da Torfal ... 30

Figura 13 – Logo da TUV Rheinland ... 30

Figura 14 – Filosofia de atuação da Torfal ... 31

Figura 15 – Logo da Torfal Torre ACE ... 31

Figura 16 – Atual logo da Centum Cellas ... 32

Figura 17 – Organigrama do gabinete Financeiro/Contabilístico da TORRE ... 34

Figura 18 – Destinatários da correspondência recebida e respetivas pessoas a quem se destinam ... 38

Figura 19 – Pasta exemplificativa do arquivo existente na Sala de Arquivo n.º 1 ... 40

Figura 20 – Sala da Fotocopiadora ... 40

Figura 21 – Terceira sala que contém Arquivo... 41

Figura 22 – Armário contendo Arquivo de Contabilidade ... 41

Figura 23 – Prateleira contendo Arquivo de Contabilidade ... 41

Figura 24 – Cesto contendo o correio a expedir ... 45

Figura 25 – Cheque preenchido juntamente com o talão de depósito ... 45

Figura 26 – Guichet de atendimento - vista de fora do gabinete ... 52

Figura 27 – Empresas do grupo e pessoas a quem se destina a assinatura dos documentos ... 48

Figura 28 – Envelopes das empresas com selos previamente colados ... 52

Figura 29 – Lombadas de pastas criadas – uma escrita a lápis e a outra no computador ... 53

Figura 30 – Imagem de abertura do software Vanguarda ... 55

Figura 31 – Menu inicial do programa Vanguarda ... 55

Figura 32 – Lançamento de faturas de fornecedores (2º passo) ... 57

Figura 33 – Lançamento de faturas de fornecedores (3º passo) ... 57

Figura 34 – Lançamento de faturas de fornecedores (último passo)... 57

Figura 35 – Lançamento de recebimentos de clientes no banco (2º passo) ... 58

Figura 36 – Lançamento de recebimentos de clientes no banco (último passo) ... 58

Figura 37 – Lançamento de recebimentos de clientes e emissão do respetivo recibo ... 59

Figura 38 – Cronograma de atividades desempenhadas na TORRE ... 60

Figura 39 – Sala de Arquivo n.º 1 desorganizada ... 61

Figura 40 – Sala de Arquivo n.º 1 organizada ... 61

Figura 41 – "Sala da fotocopiadora" desorganizada ... 63

(11)

Figura 45 – Separadores de folhas timbradas com etiquetas ... 65

Figura 46 – Seta sinalizadora da TORRE ... 66

Figura 47 – Seta de sinalização criada ... 66

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Valores da Produção, Volume de Negócios, Exportação e Importação em Portugal no ano de 2009 ... 4 Gráfico 2 – Evolução anual do número de empresas do setor Têxtil ... 8 Gráfico 3 – Evolução anual do número de empresas do setor Têxtil ... 9

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Glossário de Siglas

CAE Código das Atividades Comerciais

CEE Comunidade Económica Europeia

CTT Correios, Telégrafos e Telefones (Correios de Portugal, S.A.)

EFTA European Free Trade Association (em português: Associação Europeia de Comércio Livre)

INE Instituto Nacional de Estatística

ITV Indústria Têxtil e do Vestuário

OMC Organização Mundial do Comércio

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities & Threats (em português: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)

TOC Técnico Oficial de Contas

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Introdução

O estágio é a componente mais prática do curso de Secretariado e Assessoria de Direção, e também a única que não implica o acompanhamento direto por parte do docente. Sendo assim, serve para uma aproximação à realidade laboral, mas também para uma oportunidade de o aluno, no mundo do trabalho, saber tomar decisões sozinho e aprender a lidar com as diferentes situações e pessoas, imediata e objetivamente. Este trabalho consiste no relato das atividades decorridas no estágio por mim realizado, entre 4 de junho e 13 de agosto de 2012, na empresa TORRE, S.A., em Colmeal da Torre. O estágio curricular faz parte integrante do segundo semestre e insere-se no último ano da licenciatura em Secretariado e Assessoria de Direção, do Instituto Politécnico da Guarda.

A elaboração deste documento permite fazer um balanço do que foi desenvolvido ao longo do estágio e tem como principais objetivos levar a cabo um relato pormenorizado das atividades realizadas ao longo das dez semanas de estágio, avaliar o seu desenvolvimento de acordo com o plano de estágio proposto, refletir sobre o modo como as atividades foram desenvolvidas e servir como instrumento de avaliação do estágio.

Desta forma, dividi o relatório em três partes: a primeira corresponde ao capítulo 1 e apresenta uma abordagem histórica da indústria dos têxteis e vestuário, em Portugal. O capítulo 2 conta a história e dá a conhecer a atividade da TORRE – Sociedade de Confeções, S.A., a entidade que me recebeu como estagiária. O terceiro capítulo descreve detalhadamente os meus passos no estágio, enumerando todas as tarefas desenvolvidas no gabinete de contabilidade e finanças da TORRE, bem como as iniciativas tomadas e as sugestões feitas por mim à empresa.

Finalmente, como este relatório será objeto de avaliação, espero conseguir elaborá-lo da melhor forma possível e conseguir transmitir coerentemente todas as informações e experiências que fui recolhendo e vivendo ao longo destas dez semanas, mesmo estando consciente que num documento desta natureza é difícil transmitir todo o conteúdo inerente ao estágio.

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Capítulo 1

A Indústria Têxtil e do Vestuário –

do passado ao presente

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1.1. Introdução

Este capítulo pretende dar a conhecer resumidamente o setor dos têxteis e do vestuário a nível nacional. A razão pela qual escolhi inclui-lo no Relatório de Estágio explica-se pelo facto de o meu estágio ter decorrido numa empresa de confeções e, também, por sentir a necessidade de aprofundar os meus conhecimentos sobre a área.

O setor têxtil e do vestuário, sendo um dos que mais se tem destacado nas últimas décadas pela sua representatividade na estrutura industrial portuguesa, desde sempre assumiu um papel de relevo relativamente à empregabilidade e peso na economia. Contudo, tem sofrido algum decréscimo em termos de desenvolvimento e concorrência, nomeadamente internacional. Atravessa, assim, uma fase de reestruturação, de que resulta a eliminação de milhares de postos de trabalho, devido às consequências da crise no setor, conjugadas com as dificuldades económicas que o nosso país atravessa presentemente.

Desta forma, recorrendo a pesquisas na web, reuni informação relevante para cumprir o meu objetivo, que passa por prestar um contributo na perceção do comportamento deste setor, expor oportunidades e ameaças, fraquezas e forças e delinear um panorama para o futuro.

1.2. Enquadramento setorial

De acordo com o código de classificação das atividades económicas (CAE), a Indústria Têxtil e do Vestuário (ITV) enquadra-se na secção das Indústrias Transformadoras e abrange a Fabricação de Têxteis (CAE 17) e a Indústria do Vestuário, Preparação, Tingimento e Fabricação de Artigos de Peles com Pelo (CAE 18)1.

Dentro na indústria têxtil distinguem-se dois setores fundamentais: o setor têxtil e o setor do vestuário. Apesar de se encontrarem conjugados na denominação de uma indústria, são setores distintos e com especificidades próprias, ainda que estejam ligados verticalmente, pois os têxteis são a principal componente para os produtos de vestuário. O setor têxtil compreende o conjunto de processos de transformação que permitem a partir da matéria-prima de base, obter um produto acabado – o tecido. O setor de

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vestuário está associado às atividades de transformação dos materiais têxteis em vestuário, englobando atividades como o corte, a confeção e o acabamento de peças de vestuário. Nem toda a produção têxtil é destinada ao setor do vestuário, pois uma parte vai para a distribuição (têxteis-lar), e outra é utilizada por outras indústrias (têxteis técnicos e artigos de revestimento).

1.2.1. Caracterização da Indústria Têxtil e do Vestuário em

Portugal

A ITV é uma das indústrias com maior representatividade na estrutura industrial portuguesa e desde sempre assumiu um papel de relevo em termos de emprego e peso na economia nacional. Concentrada sobretudo no norte de Portugal, esta indústria é maioritariamente constituída por pequenas e médias empresas.

Na atualidade este setor representa cerca de 11% do total das exportações, 22% do emprego da indústria transformadora e 8% da produção na mesma indústria2.

O gráfico que se segue demonstra os valores pelos quais se mede a importância da ITV em Portugal, no ano de 2009.

Gráfico 1 – Valores da Produção, Volume de Negócios, Exportação e Importação em Portugal no ano de 2009 Fonte: CIP, “Estudo de caracterização dos recursos humanos do setor têxtil e vestuário”, (s.d.)

Como nos mostra o gráfico apresentado, no ano de 2009, Portugal obteve mais de 5700 milhões de euros em produção, na Indústria Têxtil e do Vestuário. No que toca às

2

CIP – Confederação Empresarial de Portugal, “Estudo de caracterização dos recursos humanos do setor têxtil e vestuário”, disponível em http://www.cip.org.pt/irj/servlet/prt/portal/prtroot/com.sap.km.cm.docs/ cip/documentos/centrodocumentacao/Assuntos%20Sociais/Sa%C3%BAde%20e%20Seguran%C3%A7a/ Estudo%20sobre%20os%20%20RH%20da%20ITV.pdf, acedido em 1 de outubro de 2012

5704 5769 3448 2889 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 Produção Volume de Negócios Exportação Importação M il h ó es de E ur o

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importações e exportações, verificamos que naquele período, os valores de exportação se revelaram mais elevados do que os da importação, o que significa um saldo da balança comercial positivo.

A Produção de Têxteis e Vestuário caracteriza-se por ser um setor maduro, fragmentado, caracterizado pela mão-de-obra intensiva e com baixos requisitos a nível do investimento de capital. É uma das atividades mais expostas à concorrência internacional, com um elevado grau de abertura e que, por isso, experimenta em primeira mão os efeitos positivos e negativos do que sucede em termos globais no setor. Este setor tem constituído o sustento de muitos agregados familiares, tendo proporcionado estabilidade ao longo de várias décadas, o que permitiu a aquisição de novas e diferentes oportunidades. A par disso, ocorreu a adaptação de algumas empresas ao mercado, tendo havido especialização em produção de fio, malhas e confeção de tecidos. Embora tenha ocorrido uma expansão do setor do vestuário até meados dos anos 90, seguiu-se um declínio acentuado até ao presente. Por sua vez, o setor têxtil apresentou um declínio progressivo desde os anos 80. Daí a importância relativa destes dois setores ter vindo a diminuir na economia portuguesa. O atual contexto de liberalização do comércio mundial confronta a ITV portuguesa com consideráveis desafios.

Relativamente ao subsetor da confeção, Portugal está a perder quota de mercado a favor de países pertencentes à própria União Europeia (UE), mas sobretudo em relação a países de mão-de-obra mais barata que, devido a este fator, se tornam mais competitivos em termos de preços, e que têm feito aumentar, de forma visível, a sua presença no mercado mundial.

São de salientar, essencialmente, duas debilidades do setor: por um lado, a fraca presença de marcas próprias com projeção no estrangeiro, pois, de facto, a maioria dos produtos portugueses circula sob marcas estrangeiras, o que impossibilita a criação de uma imagem de marca; por outro lado, a escassa presença de filiais das empresas portuguesas no estrangeiro, que permitam o rápido acesso aos mercados e a obtenção de informação acerca dos mesmos, fatores decisivos no novo contexto da concorrência internacional. Para além disso, tem aumentado a dependência dos produtores nacionais

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Os fatores que têm contribuído para aumentar as dificuldades do setor têxtil são, sobretudo, três: abrandamento económico da União Europeia e dos seus principais mercados de exportação, a evolução da taxa de câmbio do dólar norte-americano e do euro que continua a afetar negativamente a competitividade de vários tipos de produtos; e a abertura da Organização Mundial do Comércio (OMC) a países como a China e a Índia, cuja competitividade assenta nos baixos custos da sua mão-de-obra3.

Por essa razão, tem-se verificado uma tendência de deslocalização da produção para países que beneficiam de vantagens competitivas em termos de custos de produção. Circunstância que leva as empresas portuguesas a instalar nesses países as suas próprias unidades produtivas ou a subcontratar a produção, o que se reflete, posteriormente, no fecho de muitas fábricas em Portugal e no aumento do desemprego nacional.

Apesar de tudo, o setor tem vindo a registar em Portugal comportamentos dinâmicos e competitivos em determinados subsectores e empresas, aproveitando alguns dos seus pontos fortes como a proximidade geográfica e cultural face ao mercado europeu, a tradição e o saber-fazer acumulados, custos salariais moderados face aos níveis europeus, reconhecimento internacional crescente dos produtos, realização de elevados investimentos de modernização tecnológica, desenvolvimento progressivo de uma cultura de qualidade e de resposta rápida.

A ITV portuguesa transformou-se radicalmente ao longo das últimas décadas. Passou de uma indústria transformadora, caracterizada pela massificação da produção e pela venda de capacidades produtivas, ou seja apenas competitiva pelos baixos custos operativos, mais concretamente pelos baixos salários, para uma atividade mais sofisticada, informada fortemente pelos fatores críticos de competitividade, como a moda, a inovação tecnológica e a intensidade de serviço.

Neste contexto de mudança, embora nas duas últimas décadas se tenha verificado o desaparecimento de um elevado número de empresas, a indústria do têxtil e do vestuário soube reinventar-se, inovando e crescendo, e tendo criado atualmente três caminhos para empresas do sector: marca e distribuição de moda, têxteis técnicos e funcionais e

3

I Edição Revista GeoPlanUM I, Guimarães, “Inovação e Desenvolvimento no setor Têxtil e Vestuário”, 2010, disponível em http://www.geoplanum.pt/web1/uploads/catalogo/publicados/upload-1820-0.pdf, acedido em 29 de agosto de 2012

(20)

private label4 sofisticado. Efetivamente, modernidade, flexibilidade, dinamismo, tecnologia, inovação, qualidade, design e criatividade são algumas das características que distinguem a ITV.

1.2.2. Evolução da ITV – do passado ao presente

Apesar da tardia industrialização portuguesa, que se iniciou nos finais do século XVIII, Portugal sempre teve uma forte tradição têxtil. Nessa época predominavam as pequenas oficinas e o trabalho mal remunerado.

Entretanto, com a Revolução Industrial inglesa apareceram novos produtos, como o algodão, verificando-se uma redução acentuada dos preços. Estes produtos fizeram concorrência direta com os têxteis portugueses, o que inviabilizou a produção interna. Contudo, a indústria têxtil moderna estabelece-se e progride em Portugal entre 1840 e 1860, sobretudo com o fim das lutas liberais, graças a investimentos privados que apostaram na aquisição de máquinas a vapor e na divisão técnica do trabalho. Estas inovações verificaram-se principalmente na indústria algodoeira e de lanifícios. No entanto, a maior parte da produção era ainda obtida de forma artesanal, resistindo à inovação e à modernização.

Durante muito tempo, as exportações portuguesas de têxteis tiveram pouca relevância, dado que só em períodos de conflito externo – 1ª Guerra Mundial (1914-1918), Guerra civil de Espanha (1936-1939) e a 2ª Guerra Mundial (1939-1944) – ganhavam difusão. No século XIX assiste-se a um desenvolvimento significativo da indústria têxtil, particularmente no Vale do Ave, potenciado pela introdução de taxas aduaneiras, de modo a encarecer os produtos importados, salvaguardando os produtos nacionais, pela consolidação dos mercados coloniais e pelo reconhecimento das vantagens da localização das indústrias nas áreas rurais.

Em 1931 foi instituído, pelo Estado Novo, o regime de condicionamento industrial, incluindo a indústria algodoeira, com o objetivo de disciplinar, coordenar e proteger a indústria. O algodão provinha das colónias, mas a sua produção era insuficiente e a importação era dificultada, o que obrigava as indústrias a trabalhar abaixo da sua

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capacidade. Esta situação foi resolvida nos anos 50/60, com o aparecimento das fibras sintéticas.

Em 1960, a adesão de Portugal à Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) permitiu a abertura ao exterior, o que tornou Portugal num dos maiores exportadores mundiais de têxteis e de vestuário, reconhecido nos mercados pela sua excelente relação qualidade/preço.

Os anos 80 e 90 ficaram marcados pela adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE) (1986) e por uma forte aposta na modernização do setor, através de apoios do Estado e da União Europeia, associados ao investimento em novas tecnologias, o que veio a revelar-se fundamental para o seu desenvolvimento.

De seguida apresento dois gráficos que mostram a evolução do número de empresas Têxteis e de Vestuário, por todo o país, no período compreendido entre 2000 e 2007.

Gráfico 2 – Evolução anual do número de empresas do setor Têxtil

Fonte: CENIT – Centro de Inteligência Têxtil (2009), “Análise da Indústria Têxtil e Vestuário no Norte de Portugal e

Galiza: Consolidação da Complementaridade do «Cluster» Transfronteiriço na Euroregião”

O gráfico acima representado, referente à evolução anual do setor têxtil. Exibe de forma acentuada que esta indústria está presente maioritariamente no norte do país, enquanto que mostra valores muito baixos no sul e nas regiões autónomas. Neste gráfico é também possível notar o facto de que, na maior parte das regiões, o ano 2005 foi o que

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

Norte Centro Lisboa/Vale Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira

Setor Têxtil

2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000

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revelou maior crescimento do número de empresas, nomeadamente no Norte, Centro e Lisboa/Vale do Tejo.

Gráfico 3 – Evolução anual do número de empresas do setor Têxtil

Fonte: CENIT – Centro de Inteligência Têxtil (2009), “Análise da Indústria Têxtil e Vestuário no Norte de Portugal e

Galiza: Consolidação da Complementaridade do «Cluster» Transfronteiriço na Euroregião”

O gráfico acima mostra novamente que a região Norte é a que detém maior presença da indústria de vestuário, revelando valores muito próximos das 9000 empresas. Pelo contrário, nas regiões do Algarve, Açores e Madeira a presença desta indústria é quase inexistente.

De uma forma geral, verifica-se um crescimento deste setor em Portugal desde 2000 até 2003/2004, seguido de uma descida a partir desse período.

1.3. Análise SWOT da ITV

Tendo em conta as oscilações de que o setor tem sido alvo nas últimas décadas, é possível definir forças e debilidades no setor têxtil, bem como oportunidades e ameaças a considerar. A análise SWOT (normalmente aplicada às organizações) permite fazer a avaliação de um setor económico, pelas suas forças e fraquezas relativamente à sua forma de ser/atuar e, também, segundo as oportunidades e ameaças, em relação ao ambiente que o rodeia.

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000

Norte Centro Lisboa/Vale Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira

Setor Vestuário

2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000

(23)

hoje grandes dificuldades a nível de concorrência e expansão. Contudo, este continua a ser um setor com imenso potencial de desenvolvimento e renovação, pelo que passo a descrever sucintamente uma análise SWOT do mesmo.

Principais Pontos Fortes:

► Forte know-how técnico (o saber-fazer), que se traduz no vasto conhecimento da produção, processos, produtos e mercados;

► Tradição têxtil;

► Qualidade nacional que se destaca dos produtos de outros países; ► Proximidade geográfica e cultural dos grandes mercados europeus; ► Equipamentos e tecnologias recentes;

► Flexibilidade;

► Fileira apoiada em consistentes e desenvolvidos centros de competência – associações, universidades, centros de formação, centros tecnológicos;

► Adaptabilidade; ► Grande reatividade.

Principais Pontos Fracos:

► Falta de iniciativa e fraco empreendedorismo das empresas, que leva a que estas se tornem demasiado dependentes de apoios do Estado e da UE;

► Custo de mão-de-obra superior ao praticado nos países emergentes (China, Índia, etc.);

► Mão-de-obra pouco qualificada;

► Reduzida dimensão das empresas e dificuldade de acesso a crédito por parte das mesmas;

► Elevado peso na indústria têxtil e do vestuário na economia portuguesa, o que leva a um significativo aumento de desemprego em tempos de crise no setor; ► Forte dependência de grandes grupos, nomeadamente pertencentes ao mercado

espanhol;

► Fraca aposta na criação de marcas próprias; ► Investigação e Desenvolvimento reduzidos; ► Baixa produtividade da mão-de-obra;

► Gestão empresarial pouco eficiente (mau planeamento, falhas no cumprimento dos prazos, organizações demasiado hierarquizadas).

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Oportunidades:

► Nichos de mercado para determinados tipos de produtos e mercados emergentes; ► Produção de artigos mais difíceis das gamas das grandes marcas, que se

massificam, via Europa de Leste, Á sai ou Norte de África, dois a três anos mais tarde;

► Controlar outros elementos da cadeia de valor, nomeadamente o design, a inovação, a distribuição e redefinição do modelo de negócio e gestão;

► Desenvolvimento de novas aplicações para produtos têxteis, os chamados “têxteis do futuro”;

► Aposta nos produtos têxteis com valor acrescentado; ► Especialização industrial;

► A emergência de novos mercados com baixos custos de produção poderá constituir um incentivo à ITV portuguesa, numa via para reforçar os seus fatores de competitividade;

► Promover a investigação de novos têxteis de elevado valor acrescentado, nas empresas, de modo a que esta não seja um ato exclusivo das universidades; ► Ganhar dimensão crítica, via fusões, aquisições ou redes de cooperação, para

maior competitividade e significado no mercado europeu e mundial; ► Moda, marcas e distribuição “Made in Portugal”.

Ameaças:

► Emergência de países com custos de mão-de-obra mais baixos, um dos motivos que tem levado à deslocalização das empresas;

► Efeitos da liberalização do comércio têxtil mundial dos têxteis e vestuário e ascensão de países como a China e a Índia;

► Concentração da ITV portuguesa no norte do país sugere uma ameaça, pois quando o setor entra em crise, afetará fortemente a região;

► Falta de atratividade do setor para jovens profissionais, que optam por outras atividades;

► Endurecimento da concorrência internacional nos produtos básicos, mas também em gamas de maior valor acrescentado;

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► Fim dos fundos comunitários e consequente agravamento do défice de investimento no setor;

► Concorrência acrescida das marcas e cadeias de lojas estrangeiras no mercado interno;

► Estagnação do consumo nos mercados tradicionais.

1.4. Tendências futuras

Nesta última parte teço algumas notas conclusivas, relativamente à situação do setor dos têxteis e vestuário, relacionando as características anteriormente descritas com a análise de forças, fraquezas, potencialidades e ameaças da ITV. Apresento, assim, um cenário futuro, referindo as estratégias que as empresas têxteis e de vestuário devem adotar, numa via de elevação, regeneração e sobrevivência neste contexto tão competitivo com que se depara o setor.

Muitas foram as causas que contribuíram para que o panorama de crise na ITV se adensasse, pelo que daqui para a frente se exige às empresas têxteis e do vestuário portuguesas que não se cinjam à simples excelência e eficiência produtiva, mas que adotem um novo grau de capacidade concorrencial e de flexibilidade, tanto no que respeita aos produtos, como aos processos produtivos e às estruturas de gestão.

Um dos pontos fortes da indústria é o facto de os fabricantes de tecido e os confecionadores nacionais terem uma grande proximidade dos mercados e dos retalhistas. Torna-se então importante a necessidade de conhecer as exigências dos consumidores, o que se consegue através de um relacionamento direto e de um trabalho cooperante com os retalhistas.

No contexto internacional, o conhecimento dos mercados de destino da produção torna-se fundamental, na medida em que constitui a via mais adequada para a criação de fatores competitivos e dinâmicos que assegurem a sustentabilidade das empresas no mercado.

Um modo de ultrapassar, de forma sustentada, a concorrência dos países de baixos custos de produção seria a diferenciação do produto e a aposta na modernização da

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indústria e nos métodos baseados em tecnologias avançadas. Assim, a ITV poderia colocar no mercado produtos de valor acrescentado, visando os segmentos médio-alto. De modo a evitar o declínio da indústria nacional do vestuário é necessário que as empresas do setor reformulem as suas orientações estratégicas, no sentido da internacionalização através da presença direta nos mercados externos.

Para a concretização deste objetivo, e uma vez que se tornou impossível para as empresas portuguesas concorrer com os fabricantes asiáticos, partindo de idênticos fatores de competitividade, é fundamental, a par da incorporação dos chamados fatores críticos de competitividade, desenvolver canais de distribuição dirigidos às grandes cadeias nacionais e internacionais de retalho, aumentando a flexibilidade e a focalização nos maiores e mais sofisticados mercados de consumo.

Aproveitando as vantagens competitivas, os fabricantes nacionais devem oferecer um superior serviço a clientes, aliando-o a uma logística inatingível pelos concorrentes asiáticos. São iniciativas difíceis, mas que as empresas não podem deixar de realizar para garantir, não apenas o seu desenvolvimento, mas até a sua sobrevivência. Com isto, poderão ou não permanecer no mercado. Se não abraçarem estas estratégias, serão certamente ultrapassadas.

(27)

Capítulo 2

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O presente capítulo é referente à empresa que me acolheu como estagiária, a TORRE. Esta empresa faz parte de um grupo, que é constituído por mais 3 empresas: a Torfal, a Centum Cellas e a Torfal Torre ACE. Existe, além destas, uma outra empresa industrial, a Fundatex, na cidade do Fundão, que pertence também aos proprietários da TORRE. Pelo facto de eu no estágio não ter tido contacto com documentação respeitante a essa empresa, apresentarei apenas uma informação resumida relativa à mesma.

Numa perspetiva de melhor compreensão do funcionamento deste grupo empresarial, descrevo neste capítulo cada uma das empresas a ele pertencentes, indicando a sua atividade e o objetivo com que foram constituídas. Comecei pela TORRE e Torfal, as duas empresas industriais, referindo depois a Torfal Torre ACE e a Centum Cellas, empresas do grupo exclusivamente comerciais.

2.1. Apresentação da empresa

A TORRE – Sociedade de Confeções, SA5 cujo logótipo se encontra na figura 1, é uma empresa industrial que produz e comercializa vestuário, tendo adquirido nestes seus 31 anos de existência uma larga e longa experiência no Sector das Confeções de Homem, Senhora e Uniformes.

Figura 1 – Atual logótipo da TORRE Fonte: Documentação cedida pela empresa

A TORRE pertence ao ramo de Produção de Vestuário Exterior em Série e é considerada uma Grande Empresa, dado que possui acima de 250 colaboradores.

A Administração é exercida pelos três principais acionistas e fundadores da empresa: Luís Alexandre Pina Soares (Presidente do Conselho de Administração), João Luís Tomás Pina e José Ferreira Pereira (Vice-presidentes do Conselho de Administração). A Administração é assessorada por quatro Direções: Direção de Recursos Humanos,

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Direção de Produção, Direção de Marketing e Vendas e Direção Financeira. O Capital Social desta empresa é de 3 742 200.00 € e o seu volume de negócios no último ano foi de 10 218 333.25 €.

2.2. Localização

A TORRE – Sociedade de confeções, S.A. situa-se na aldeia de Colmeal da Torre, rua Centum Cellas (figura 2).

Figura 2 – Localização da TORRE, Sociedade de Confeções, S.A. Fonte: Adaptado de https://maps.google.pt/maps?hl=pt-PT

O Colmeal da Torre ocupa uma área de 7.31 km2, é uma freguesia com cerca de 873 habitantes6, situada no Concelho de Belmonte, Distrito de Castelo Branco.

Nesta aldeia localiza-se um monumento emblemático, a Torre “Centum Cellas”, cuja proximidade da empresa TORRE se pode verificar no mapa disponibilizado na figura 2. A Torre (figura 3), composta por 2 andares e com cerca de 12 metros de altura, tornou-se destino turístico, despertando atenções e curiosidade por tornou-se acreditar, entre outras teorias, que o edifício fosse, outrora, uma prisão, o que teria dado origem ao nome “Centum Cellas” (cem celas).

6

Informação retirada do site http://www.cm-belmonte.pt/Concelho/colmeal.html, em 14 de outubro de 2012

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Figura 3 – Torre Centum Cellas

Fonte: http://viagenstravel.com/portugal/serra-estrela/belmonte-locais-percursos-festas-e-monumentos/

Contudo, após terem sido efetuados estudos científicos, provenientes de escavações arqueológicas, entre 1993 e 1995, concluiu-se que se tratava de uma vila romana, cujo proprietário estaria ligado à exploração de estanho, para lá das normais atividades agrícolas.

A 29 de setembro de 1977, a torre foi classificada como Monumento Nacional.

2.3. Breve historial da empresa

De seguida apresento um esquema ilustrativo da evolução histórica da TORRE, desde a sua criação.

Figura 4 – Evolução temporal da TORRE Fonte: Elaboração própria

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A leitura da figura permite aferir que a fundação da empresa TORRE ocorreu em 1975. O modelo de subcontratação como forma de trabalho exclusivo, que caracterizou o arranque da empresa, rapidamente foi abandonado, iniciando-se em 1977 a produção própria com a confeção de uma coleção de vestuário de senhora.

Em 1980 a empresa possuía já uma rede de vendedores que cobria integralmente o território português. Na figura 5 apresento as instalações da TORRE, nas quais se encontram o armazém e os escritórios.

Figura 5 – Instalações da TORRE Fonte: Elaboração própria

No início da década de 80 a empresa iniciou uma nova lógica orientadora, baseada em dois objetivos: diversificação de produtos e de mercados.

Na prossecução do primeiro objetivo, a TORRE aposta no mercado de Uniformes. Assim, a partir de 1983 apresenta candidaturas em diversos concursos públicos e privados para fornecimento de uniformes de média e grande dimensão.

No que respeita ao segundo objetivo, já na década de 90, a empresa aposta na internacionalização, alargando o seu mercado externo a vários países (França, Itália, Inglaterra, Espanha). Esta estratégia tem o objetivo claro de organizar redes comerciais com estruturas próprias que lhe permitam o controlo dos canais de distribuição e, assim, poder consolidar a sua marca nesses países.

Em 1993, a empresa constitui uma filial comercial em Espanha – a TORRE - CONFECCIONES, S.L. – com estruturas físicas próprias e uma rede de vendedores que lhe permite a cobertura integral do país.

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Em 1994 é a vez do mercado do Reino Unido assistir à instalação de mais uma filial: a TORRE U.K, LTD, com as mesmas características e objetivos.

Se o propósito inicial da constituição destas filiais era essencialmente o de comercializar vestuário masculino, de marca própria, segmento onde se concentra a produção da empresa, rapidamente se optou por alargar também a ação ao segmento dos uniformes, aproveitando o know-how adquirido em Portugal neste segmento. Assim se deu a criação da Torfal – Vestuário Corporativo, em 1995 que, apresentando candidaturas a concursos públicos e privados, nacional e internacionalmente, foi selecionada para fornecer diversos clientes de uniformes.

Impulsionada pelo sucesso da primeira fase da internacionalização, inicia-se, em 1999, a segunda fase, com a expansão das estruturas físicas das filiais existentes e em simultâneo a constituição de uma terceira filial em França, a TORRE FRANCE, SARL, tendo também como principal objetivo o desenvolvimento de uma rede comercial própria que lhe permitisse cobrir comercialmente a totalidade do país.

Foi em 2001 que a empresa deu início à implementação do projeto de modernização empresarial, com a aquisição de uma segunda unidade industrial, a Fundatex, localizada no Fundão, com o objetivo de, como foi referido, colmatar a insuficiência produtiva da TORRE.

2.4. A marca TORRE

A TORRE – Sociedade de Confeções, S.A., é uma empresa industrial de confeção de vestuário, constituída em 1975. Atualmente materializa-se no desenvolvimento de duas áreas de negócio distintas:

► Afirmação no “Private Label”, tendo como principal alvo cadeias especializadas de gama média-alta, como seja, a Massimo Dutti, Caramelo, entre outros;

► Desenvolvimento de “Marca Própria” e sua comercialização direta, detendo neste momento uma carteira de aproximadamente 900 Clientes retalhistas, entre Espanha, Portugal, França, Reino Unido e Irlanda.

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A marca TORRE tem como objetivo apresentar soluções de imagem, conforto e bem-estar, que estimulem e proporcionem prazer a quem as use, apresentando sempre a melhor relação qualidade/preço aos seus clientes.

Todas as estações, a TORRE apresenta novas coleções de moda sempre atualizadas e renovadas, que conjugam novos materiais e estilos-tendência, desde o fato executivo para o trabalho diário, até ao fato de cerimónia para uma ocasião especial. Complementarmente à coleção, a TORRE oferece todo um conjunto de serviços de suporte à atividade retalhista.

Eis os serviços7 que a empresa coloca ao dispor: ► Stock Service

O stock service caracteriza-se por uma gestão eficiente do stock de produtos destinados a clientes específicos. Este oferece um apoio contínuo aos clientes ao longo de todo o ano, com entregas imediatas em artigos cuidadosamente selecionados e de grande consumo, evitando assim, a necessidade de stocks exagerados ao cliente;

► Fashion Service

Este serviço possui o objetivo de antecipação às solicitações dos clientes e, ao longo do ano, coloca à sua disposição artigos de moda para entrega imediata em séries limitadas, com vista a permitir a constante atualização da oferta dos seus clientes nos respetivos pontos de venda.

Este serviço permite ao cliente efetuar correções e ajustamentos durante o período de venda, em função dos resultados obtidos e da informação de mercado;

Quick Service

O quick service foi disponibilizado para permitir ao cliente a possibilidade de, a qualquer momento, proceder a um pedido especial, de acordo com as suas necessidades de mercado específicas.

7

(34)

Para este efeito, foi selecionado um conjunto de tecidos que se encontram disponíveis, os quais são renovados periodicamente de acordo com a evolução do mercado;

► Su misura

O su misura é um serviço de confeção à medida, baseado em tecidos e matérias de alta qualidade, disponibilizado pela TORRE, com o objetivo de complementar a oferta de serviços e garantir ao cliente a satisfação de necessidades específicas.

O serviço desenvolvido não só oferece ao cliente um vasto leque de escolha na construção do produto final, possibilitando também a personalização do mesmo em múltiplos detalhes.

A TORRE dispõe de agentes comerciais por toda a Europa, que são suportados por infraestruturas logísticas e comerciais próprias em Portugal, Espanha, França e Reino Unido, com equipas de trabalho autónomas que efetuam a gestão dos mercados locais e de outros, como a Irlanda, Bélgica, etc. Esta estratégia permite à TORRE estar mais próxima dos seus clientes e assim garantir uma melhor resposta às suas necessidades. É com todas estas variáveis: Moda, Serviços, Infraestruturas de Apoio e equipas de trabalho motivadas, que a TORRE consegue fidelizar os seus clientes e ser um parceiro de negócios credível.

2.5. Organigrama

A estrutura da empresa foi sendo alterada ao longo dos anos, resultado das alterações dimensionais ocorridas, consequentes do crescimento da mesma, da necessidade de corresponder cada vez mais às exigências dos clientes, otimizando tanto os recursos humanos como a disposição física, mesmo as das linhas de produção.

É também de salientar que, devido à criação da Torfal, em 1995, houve uma necessidade de proceder a modificações hierárquicas, o que contribuiu também para a adoção de um novo organigrama (figura 6).

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Figura 6 – Organigrama da TORRE Fonte: Elaboração própria

A “Direção Geral” corresponde aos órgãos da administração, que são três, e que serão explicados adiante neste relatório. Sob a Gestão encontram-se os sete departamentos: Sistemas de Informação, Produção, Recursos Humanos, Administração/Finanças,

Logística, Comercial e Compras, tendo sido no departamento da

Administração/Finanças que desenvolvi as minhas atividades como estagiária.

2.6. Clientes

Os clientes da TORRE (figura 7) são nacionais e estrangeiros. Como se irá verificar, a empresa fornece clientes que se mantêm fiéis a esta marca pela alta qualidade comprovada a preços compatíveis com a mesma.

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Figura 7 – Clientes da TORRE Fonte: Elaboração própria

Como mostra a figura 7, existem três distintos tipos de clientes da TORRE:

► As lojas que vendem o vestuário sob a sua marca própria “TORRE”, comercializado pela empresa Centum Cellas, com clientes por todo o país; ► As empresas do grupo, para as quais a TORRE fabrica produtos conforme a

necessidade dos clientes dessas mesmas empresas;

► Os clientes que encomendam roupa à TORRE e que a vendem sob a sua marca – Private Label.

2.7. Estratégia da TORRE

O plano da TORRE é manter a linha de orientação, que lhe proporciona o desejável crescimento de mercado. Assim, a estratégia da empresa assenta em vários pressupostos:

► Consolidação dos canais próprios de comercialização (filiais nacionais e estrangeiras) por crescimento orgânico, reforço das equipas comerciais e eventuais aquisições que se proporcionem;

► Aposta firme no segmento de vestuário corporativo/de imagem, no qual o grupo tem uma posição de liderança, fruto de um know-how acumulado de mais de 30 anos de experiência;

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► Manutenção dos grandes clientes numa perspetiva de complemento da utilização da capacidade produtiva.

2.8. Projetos futuros

A TORRE procura estar sempre em crescimento nos mercados nacional e internacional, e nos seus planos para o futuro faz questão de incluir projetos realizáveis e que permitam a sua evolução. É desejo da empresa adotar sempre uma estratégia que lhe permita concretizar os seus objetivos, melhorar o seu serviço ao cliente e, subsequentemente, a sua imagem. O projeto de aquisição de novas lojas próprias encontra-se também nas aspirações da TORRE.

Este projeto de desenvolvimento passa pelos seguintes objetivos:

► Implementação de solução logística global, com vista à satisfação urgente dos pedidos dos clientes, nomeadamente no que diz respeito às pequenas ordens de maior valor acrescentado – enfoque no serviço ao cliente;

► Nova abordagem, a longo prazo, do projeto de lojas próprias;

► Reforço da capacidade comercial das filiais: eventualmente por aquisição estratégica de concorrentes em Inglaterra, através da TORRE U.K. (filial com excelente situação económico-financeira que viabiliza o acesso rápido ao crédito) e por via da expansão da força de vendas nas outras filiais.

2.9. O Grupo TORRE

A TORRE é um grupo especializado no desenvolvimento, fabricação e comercialização de vestuário para homem e senhora, a nível europeu. É uma empresa que possui colaboradores qualificados e motivados, devidamente organizados em equipas de trabalho.

A sua vantagem competitiva reside nas unidades industriais próprias que dispõe em Portugal e que funcionam como uma mais-valia na criação e desenvolvimento de produto e no serviço ao cliente. O slogan utilizado pela empresa é “Conte connosco. Estamos aqui para o vestir”.

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Em consequência da recente expansão, e como forma de aumentar a eficiência da sua atuação nos vários segmentos da Empresa, a TORRE optou por autonomizar algumas áreas de intervenção, de que resultou a criação de outras empresas. Nessa sequência, a empresa apresenta assim a seguinte estrutura:

► A TORRE – SOCIEDADE DE CONFEÇÕES, S.A., mantendo a liderança, é a responsável pela produção e pelo abastecimento das filiais, quer internas quer externas;

► A TORFAL – ARTIGOS DE PRONTO A VESTIR, LDA, é criada em 1995, com o intuito de autonomizar o subsetor dos Uniformes;

► A CENTUM CELLAS – ARTIGOS DE PRONTO A VESTIR, LDA, é constituída em 1998 para assegurar a comercialização interna do produto de marca – TORRE;

► A FUNDATEX, LDA, adquirida em 2001, na cidade do Fundão, é uma empresa industrial que produz calças, tendo vindo colmatar uma insuficiência produtiva da TORRE, industrial.

Em resultado da estratégia seguida, apresenta-se em seguida a atual estrutura organizacional do Grupo TORRE.

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Figura 8 – Estrutura organizacional do grupo TORRE Fonte: Elaboração própria

2.9.1. Empresas pertencentes ao grupo TORRE

2.9.1.1. A Torfal, Ld.ª

Em 1995, a TORRE – Sociedade de Confeções, SA., constituiu a Torfal – Vestuário Corporativo, Lda. 8, com objetivo exclusivo de comercializar os produtos de vestuário fabricados na TORRE e em outras empresas industriais associadas, com o intuito de autonomizar o subsetor dos Uniformes e liderar o crescimento no sector do vestuário corporativo. Esta linha estratégica de especialização tem em vista o alargamento da carteira de clientes bem como de produtos diferentes a oferecer para melhorar o serviço prestado. Na figura 9 pode observar-se o logótipo da Torfal.

8

(40)

Figura 9 – Atual logótipo da Torfal Fonte: Documentação cedida pela empresa

Com a criação da Torfal, foram realizados fortes investimentos ao nível humano, logístico e de sistemas de informação, que permitem prestar ao variado leque de clientes da empresa um serviço global integrado – diferenciando-se a sua oferta da maioria dos operadores de mercado.

A Torfal caracteriza-se juridicamente por ser uma Sociedade por Quotas, cujo Capital Social é de 997 595.80€ e cujo volume de negócios foi 997 595.80 € em 2011.

O slogan criado para a marca é simples e direto: “Vestimos a camisola”, expressão conhecida pelo público, significando que se defende uma coisa em concreto e foi aproveitado pela empresa para jogar com a palavra “vestir”, devido à sua área de atividade – a confeção de vestuário.

O desenvolvimento desta política de gestão, aliado às competências criadas através de uma extensa colaboração com os seus Clientes, permitem desenvolver um outsourcing9 global de fardamento, responsabilizando-se a empresa potencialmente por todo o processo de gestão do fornecimento.

Através da figura que se segue é possível ter uma ideia da amplitude dos serviços Torfal.

9

Processo através do qual uma organização (contratante), em linha com a sua estratégia, contrata outra (subcontratado), na perspetiva de um relacionamento mutuamente benéfico, de médio ou longo prazo, para desempenho de uma ou várias atividades que a primeira não pode ou não lhe convém desempenhar,

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2.9.1.1.1. Áreas de atuação

10

Figura 10 – Áreas de atuação da Torfal e respetivos serviços de destaque Fonte: Documentação cedida pela empresa

A Torfal presta um serviço global e integrado, cobrindo todo o processo de gestão do respetivo fornecimento. Assim, a empresa tem reunidas as competências para a prestação de um outsourcing global de fardamento, cabendo apenas ao cliente a definição das suas necessidades.

Sob as áreas de atuação representadas no esquema acima, encontram-se os serviços de destaque que a empresa realiza.

2.9.1.1.2. Visão e Missão

A Torfal visa a imagem corporativa, o compromisso com a qualidade, a moda e o design.

A missão da empresa é sintetizada da seguinte forma:

“Exceder as expectativas dos clientes através da excelência no serviço. Aliando a nossa experiência e as boas práticas de prossecução da qualidade, ao desenvolvimento de soluções, tendo por objetivo ajudar o cliente a criar uma imagem corporativa forte reforçando a sua marca.”11

2.9.1.1.3. Organigrama

O esquema que a seguir descrevo é o organigrama da Torfal, Ldª, empresa que tem na sua Gestão três gerentes, todos pertencentes ao quadro da TORRE. Sob a Gestão

10

Em português: “Cliente Mistério”. Um Mystery Shopper é enviado a uma ponto de venda com o intuito de adquirir determinados artigos ou observar aspetos específicos sobre um produto ou oferta de serviços de uma empresa. Fonte: http://www.internationalservicecheck.com/pt/10/service-checker/, acedido em 24 de novembro de 2012

11

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encontram-se os Departamentos Financeiro e da Qualidade, precedidos pelos restantes setores: Marketing & Vendas, Técnica/Produto, Compras e Gestão de contas dos vários clientes da empresa.12

Figura 11 – Organigrama da Torfal Fonte: Elaboração própria 2.9.1.1.4. Clientes

Tendo inicialmente fornecido neste segmento de uniformes apenas os artigos da sua especialização, a Torfal tem nos últimos anos apostado nos Fornecimentos Globais, em regime de outsourcing, passando a fornecer a gama completa de artigos que fazem parte dos uniformes de cada Cliente que, em alguns casos, ultrapassa a centena de itens diferentes: Casacos, Calças, Saias, Camisas, Blusas, Anoraks, Gabardinas, Sobretudos, Impermeáveis, Casacões, Casacos de Malha, Pulloveres, Batas, T-Shirts, Sweatshirts, Fatos de Treino, Fatos-macaco, Fatos de Trabalho, Collants, Meias, Gravatas, Lenços, Laçadas, Cintos, Malas, Botas, Sapatos, Luvas, Bonés, Chapéus, Divisas, Braçadeiras, Capacetes, etc.

Em alguns casos, para além do Fornecimento dos Uniformes é ainda oferecido um serviço de Gestão de Stocks com entrega personalizada dos uniformes aos funcionários do Cliente.

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A manutenção do trinómio preço-serviço-qualidade tem permitido à empresa trabalhar com clientes do mais alto nível e de servir as mais prestigiadas empresas e organizações nos mais variados sectores, a nível nacional e internacional.

Eis os clientes mais representativos da Torfal:

Figura 12 – Ilustração com os logos dos clientes da Torfal Fonte: Documentação cedida pela empresa

2.9.1.1.5. Certificação de Qualidade

Presentemente a Torfal trabalha segundo um Sistema de Gestão da Qualidade certificado de acordo com a ISO 9001 pela TÜV Rheinland Portugal, o qual comprova a consistência e a qualidade do serviço e permite trabalhar num contexto de excelência no serviço.

2.9.1.1.6. Filosofia de atuação

Trabalhando sistematicamente num contexto de excelência, a Torfal rege-se sob princípios de integridade; competência e valorização profissional; empreendedorismo, criatividade e inovação permanente; dedicação e atenção ao cliente.

Na figura seguinte descrevo a filosofia de atuação da Torfal, apoiada sob variantes de Valorização no serviço e Políticas operacionais.

Figura 13 – Logo da TUV

Rheinland

Fonte:

http://www.artebel.pt/?pag e=empresa&id=3

(44)

Figura 14 – Filosofia de atuação da Torfal Fonte: Documentação cedida pela empresa

2.9.1.2. A Torfal Torre, ACE

Com o objetivo de se candidatar ao concurso para fornecimento de fardamento à empresa CTT – Correios de Portugal, por parte da Torfal, e não preenchendo os requisitos necessários para tal (capital próprio), a TORRE procedeu à criação de uma outra empresa – a Torfal Torre, ACE – de modo a possibilitar esta participação. Desta forma, a empresa acabou por ganhar o concurso e, ainda hoje, a Torfal Torre ACE veste os colaboradores dos CTT de todo o país.

Figura 15 – Logo da Torfal Torre ACE Fonte: Elaboração própria

A figura 15 mostra o logótipo desta empresa, a qual, sendo o resultado da junção de outras duas, não criou um logótipo próprio. Utiliza apenas as imagens associadas de ambas as empresas que lhe deram origem.

Valorização no serviço

Políticas operacionais

•Resposta eficaz e personalizada aos clientes •Seleção criteriosa dos fornecedores

•Garantia de qualidade e conformidade do produto •Gestão ativa das expectativas dos clientes •Garantia do cumprimento e controlo dos

processos

•Serviço sob contínuo processo de melhoria

•Política de interlocutor único

•Sistema de avaliação de fornecedores •Processo de análise e controlo do produto •Monitorização anual da satisfação do cliente •Sistema de auditoria interna e externa

•Atuação focada na identificação e monitorização das oportunidades e iniciativas de melhoria de processos

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O termo ACE13 era, até então, novo para mim. A sigla significa “Agrupamento Complementar de Empresas” e, como a designação indica, surge quando existe a necessidade e “unir” duas ou mais empresas, com um objetivo definido. Neste caso, as empresas que se complementaram foram a TORRE e a Torfal.

2.9.1.3. A Centum Cellas, Ld.ª

A Centum Cellas foi concebida para assegurar a comercialização interna do produto da marca TORRE. A imagem seguinte mostra o logótipo da empresa em questão.

Figura 16 – Atual logo da Centum Cellas Fonte: Documentação cedida pela empresa

A loja encontra-se junto às instalações da sede da TORRE e é por parte desta empresa que é efetuado o fornecimento dos comerciantes multimarca, pelo país inteiro.

13

Agrupamento Complementar de Empresas (ACE): Contrato pelo qual duas ou mais pessoas singulares ou coletivas ou sociedades se agrupam, sem prejuízo da personalidade jurídica de cada uma, com vista a melhorar as condições de exercício ou de resultado das suas atividades económicas. Fonte: http://www.pmelink.pt/article/pmelink_public/EC/0,1655,1005_39749-3_41100--View_429,00.html, acedido em 30 de agosto de 2012

(46)

Capítulo 3

(47)

O capítulo que agora apresento refere-se às minhas funções como estagiária na TORRE. Como citei anteriormente, o local destinado para realização do estágio foi o escritório dos serviços administrativos, contíguo à Direção Financeira e onde se realiza a contabilidade da empresa. Durante todo o tempo de estágio estive sempre acompanhada pelo Sr. Acácio Dias, o meu coordenador de estágio, pois o seu local de trabalho era próximo da secretária onde me instalei.

No escritório, o espaço de trabalho era dividido com mais três pessoas – o contabilista, a assistente administrativa e a assessora financeira. Penso que a escolha de me inserir naquele escritório foi acertada, pois tive oportunidade de pôr em prática muitos dos conhecimentos adquiridos no curso de licenciatura, e também de realizar funções suplementares que me permitiram alargar a minha experiência laboral.

3.1. O Departamento Financeiro/Contabilístico e

Administrativo

Dado que o estágio se realizou neste departamento, passo a expor algumas características do mesmo, incluindo a sua estrutura organizacional, por meio de um organigrama (figura 17), com vista à melhor compreensão da estrutura da empresa.

Figura 17 – Organigrama do gabinete Financeiro/Contabilístico da TORRE Fonte: Elaboração própria

(48)

A opção de apresentar o organigrama sob esta forma prende-se com o facto de ter sentido algumas dificuldades no momento de estruturar num esquema a complexa estrutura do Departamento no qual se realizou o meu estágio, pelo que optei por fazer uma pequena separação entre ambos (Contabilidade e Direção Financeira). Em termos de instalações físicas, o gabinete de Contabilidade (Escritório) inclui todas as partes constituintes no organigrama descrito e também a Assessoria Financeira.

O departamento de Contabilidade e o departamento Financeiro, embora com funções distintas, encontram-se dependentes um do outro. Assim, as minhas funções enquanto estagiária na TORRE passavam por ambos.

O gabinete do Diretor Financeiro localiza-se ao lado do Escritório, mas separado por paredes envidraçadas, possuindo uma porta que lhe dá acesso direto.

3.2. Plano de estágio

De seguida exponho o plano de estágio proposto pelo meu supervisor na empresa, o Sr. Acácio Dias.

► Apoio à Gestão

 Preparação e execução de expediente  Recolha e verificação de assinaturas

 Separação, preparação e envio de correspondência ► Apoio aos Serviços Administrativos

 Receção do correio

 Abertura a registo de correspondência

 Distribuição da correspondência aos vários setores da empresa  Preparação e envio de correio

 Arquivo de correspondência

 Atendimento e distribuição de chamadas telefónicas ► Apoio ao serviço de Contabilidade

 Arquivo de documentos  Consulta de documentos

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3.3. Integração na empresa

Os primeiros dias de adaptação a um novo lugar são, em regra, sempre um pouco invulgares e desconfortáveis e o meu caso não foi exceção. No início, porque não sabia ao certo onde se localizava o gabinete onde iria realizar o estágio, passei algum tempo à entrada do edifício aguardando pelo meu supervisor, o Sr. Acácio Dias. Felizmente uma colaboradora passou por mim e indicou-me onde me devia dirigir. Subi então as escadas, na direção que me foi indicada e entrei no local onde iria passar as próximas dez semanas. Fui recebida pelo meu supervisor, que já se encontrava a trabalhar e ele procedeu às apresentações dos colegas de escritório.

Outro dos aspetos importantes foi o de ter de decorar o nome dos meus colegas de gabinete. Para ser mais fácil, escrevi-os num papel que estaria sempre à vista quando precisasse de os solicitar.

Aos poucos, e com a ajuda de todos os colegas de gabinete, fui desempenhando tarefas e aprendendo o ritmo de trabalho do escritório.

Por vezes encontrava-me sem nenhuma tarefa em mãos e, no início, não sabia bem como “pedir para me darem coisas para fazer”, por isso falava com a assistente do escritório para que me permitisse sentar-me junto à sua secretária para ver como as coisas funcionavam, quando ela estava a fazer operações no programa contabilístico Vanguarda14.

Não queria sentir-me um “peso morto” no escritório, por isso, ao longo das semanas, fui tomando a iniciativa de procurar coisas que necessitassem de ser arquivadas, ou otimizadas em relação à arrumação, sempre com o objetivo de me tornar útil.

Senti-me muito bem integrada pelos meus colegas e supervisor, e senti que, pouco a pouco, deixava de ser uma estranha, a quem não sabiam o que podiam delegar ou confiar, e passava a ser uma colega, que os libertava de muitas funções, e que, rotineiramente, realizava autonomamente essas tarefas.

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Referências

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