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O MUNDO RURAL NA ERA VARGAS E O NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

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Academic year: 2021

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Vitória Comiran Bolsista Prosuc/CAPES Mestranda PPGH/UPF vicomiran@gmail.com

RESUMO:

Esta apresentação faz parte da pesquisa “O mundo rural e o projeto desenvolvimentista do governo varguista: norte sul-rio-grandense (1930-1945)” que se encontra em andamento para o mestrado. A pesquisa busca interpretar de que modo a política desenvolvimentista do governo Vargas repercutiu na atuação da Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo no mundo rural do norte do Rio Grande do Sul. Assim, é importante perceber como o mundo rural no Rio Grande do Sul se estruturou frente à política desenvolvimentista de 1930 a 1945 do governo Vargas identificando, deste modo, as mudanças e permanências das relações e estruturas socioeconômicas da República Velha.

Palavras-chaves: Era Vargas; projeto desenvolvimentista; mundo rural.

INTRODUÇÃO

Este trabalho busca discutir a pesquisa que esta sendo desenvolvida no mestrado denominada “O mundo rural e o projeto desenvolvimentista do governo varguista: norte sul-rio-grandense (1930-1945)”. Deste modo o trabalho busca analisar o contexto socioeconômico referente ao mundo rural e as modificações que ocorreram da passagem da República Velha para a Era Vargas, observando como se desenvolveu o projeto desenvolvimentista do governo varguista e como este influenciou o mundo rural no Rio Grande do Sul.

Na dissertação o recorte espacial utilizado para estudar a repercussão do projeto desenvolvimentista do governo Vargas no mundo rural no Rio Grande do Sul é o norte do estado em virtude de ser o espaço de atuação da Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo. Assim, este artigo busca trazer um pouco das discussões propostas na

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dissertação e como elas se entrelaçam para o estudo do mundo rural no norte sul-rio-grandense durante a Era Vargas.

A ERA VARGAS: O MUNDO RURAL E AS PROPOSTAS SOCIOECONÔMICAS

O mundo rural pode ser compreendido tanto como as questões ligadas ao trabalhador rural, seu método de trabalho, aparelhamento, produção e a propriedade da terra. Neste sentido, estes dois últimos itens são de fundamental importância para o entendimento socioeconômico de como ocorreu a transição da República Velha à Era Vargas, pois tanto a propriedade da terra quanto a produção agrária eram as bases pelas quais as políticas destes períodos se sustentavam, influenciando, assim, os demais aspectos da sociedade.

Para discutir a política desenvolvimentista no Rio Grande do Sul precisa-se contextualizar como foi construído este projeto ao longo do governo Vargas. A partir de 1930 quando Getúlio Vargas assume o poder modificou-se a visão ligada ao mundo rural no Brasil. Se durante a República Velha a produção agrária era destinada à agro exportação e os principais excedentes produzidos eram o café, o açúcar, o cacau e a borracha; no Rio Grande do Sul o mundo rural durante a República Velha se caracterizava pela produção de charque e pela grande propriedade no sul do estado.

Durante a República Velha evidenciou-se o aumento da lavoura cafeeira, como nota-se no que Caio Prado Jr. menciona:

O entrelaçamento de causas e efeitos é neste caso, como sempre, completo. É, aliás em boa parte o progresso da técnica moderna que permitirá aquele acentuado desenvolvimento da produção brasileira, pondo a seu serviço não somente a maquinaria indispensável (sem os aperfeiçoados processos de preparação do café não teria sido possível a larga expansão da sua cultura) e a energia necessária para acioná-la (a eletricidade), como também os transportes ferroviários e marítimos indispensáveis para a movimentação através de grandes distâncias, dos volumes imensos da produção agrícola do país. (PRADO JR., 2012, p. 207-208).

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O desenvolvimento da lavoura cafeeira do Brasil, desde o último decênio do séc. XIX, admirável no conjunto, foi, entretanto, muito irregular se considerarmos as diferentes regiões do país. Não houve de modo algum crescimento uniforme e harmônico; e à expansão em alguns setores correspondeu o declínio, e mesmo o aniquilamento completo em outros. (PRADO JR. 2012, p. 226)

Já no Rio Grande do Sul, nesta temporalidade, a economia caracterizava-se por:

[...] um sistema econômico pecuário-charqueador, constituindo uma economia regional subsidiária em seu papel de atendimento à demanda nacional de charque, porém relativamente auto-suficiente no provimento da maior parte dos recursos necessários à sua reprodução. As atividades econômicas para exportação e o latifúndio marcaram apenas uma parte da economia regional, porém sem a mesma densidade econômica e demográfica das plantations ou das atividades de extração mineral. Na grande propriedade fundiária, a pecuária conformou-se como atividade mercantil não-escravista e com uma forma de inserção parcial no mercado, através das charqueadas escravistas, ambas atividades econômicas com restrita capacidade de transformação e diferenciação. (HERRLEIN JR., 2004, p. 178-179).

O Rio Grande do Sul caracterizava-se, assim, por uma economia voltada á pecuária extensiva e pelas charqueadas no sul do estado. Neste período houve a inserção da colonização no estado, principalmente na parte norte:

No Rio Grande do Sul, a retomada da colonização colonial-camponesa contribuiu para modificar significativamente o espaço e a sociedade locais. Instalados nas várias colônias – públicas e particulares – que foram se formando, os novos moradores participavam de uma economia que se contrapunha à dominante, representada pela produção latifundiária pastoril-charqueadora, ainda dominada pela escravidão. As propriedades coloniais camponesas eram pequenas, apoiadas no trabalho familiar e destinadas à policultura. (ORTIZ, 2006, p. 67).

O mercado interno era o principal destino da produção destas colônias que se estabeleceram. Estas colônias ao norte durante a República Velha foram inseridas a partir de um projeto do Estado de povoar novas terras e de produzir para diversificação do mercado interno:

A contribuição da agropecuária colonial ao crescimento da produção estadual deu-se pela ampliação da produtividade e pelo aumento da área cultivada,

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avançando sobre a fronteira agrícola regional em expansão, deslocando-se para o norte e o noroeste do território estadual, que passava a ser ocupado por novos colonos e pela descendência daqueles já estabelecidos nas colônias antigas. (HERRLEIN JR., 2004, p. 180).

A partir da diversificação da produção o estado passou a ser referência em algumas produções:

O Censo de 1920 reflete esta reorientação da economia gaúcha, que deixa de ser exclusivamente pecuária, como fora no Império: o Rio Grande do Sul aparece como o primeiro produtor de batata-inglesa (42,9% da produção brasileira), de mel (52,9%) e de trigo (86,2%). E o segundo produtor de fumo (19,7%) e mandioca (17,2%). O terceiro em arroz (13,6%), feijão (16,7%), mate (10%) e milho (23%). (FONSECA, 1985, p. 71)

Em 1930, tanto no cenário nacional quanto no Rio Grande do Sul, houve uma modificação da vertente agrária, ligada à propriedade da terra e à produção agrária.

[...] Rio Grande do Sul, mesmo apresentando uma estrutura industrial muito próxima do artesanato ocupou lugar de destaque no conjunto da economia nacional, desenvolvendo setores que aproveitavam suas riquezas agro-pecuárias como a lã, para fabricação de tecidos, as frutas, para a de conservas e bebidas, o fumo para a de cigarros e charutos e o couro, para a de calçados. (REICHEL, 1979, p. 260)

Com o decorrer da Era Vargas foi sendo introduzida no plano socioeconômico uma política desenvolvimentista que se caracterizou pela inserção, além de um novo projeto econômico, de uma nova linha de pensamento ligada à modernização e ao progresso. O projeto desenvolvimentista se baseava nos seguintes pilares: nacionalismo, intervencionismo pró-crescimento e industrialização.

Para a autora Aspásia Camargo, verifica-se que:

Vargas se projeta como a vanguarda da sociedade agrária que o molda como indivíduo e homem público, mas vive também o desmantelamento dos valores, dos modos de vida que condicionaram suas origens. Preside à reciclagem do sistema agroexportador, cujo colapso apressou, na grande crise de 1929, a busca dos inesperados caminhos da industrialização. As medidas de emergência adotadas para debelar os efeitos perniciosos da crise do café são, em verdade, o caminho aberto para uma reorientação profunda de metas sociais e valores políticos, num processo de transformação econômica que a todos arrasta, recortado pelas velhas e novas contradições que emergem.

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Comprometido com o passado, mas voltado para as potencialidades que abrem novas perspectivas à sociedade do futuro, Vargas promove a um só tempo práticas temporalmente diversas, ajustando aos seus métodos de ação, que tão bem conhece, novas tendências que lhe são reveladas, e que ele operacionaliza e manipula. (CAMARGO, 1999, p. 15).

Uma das fontes utilizadas na pesquisa para auxiliar na compreensão de como o governo varguista voltou-se ao mundo rural são os discursos de Getúlio Vargas. Os discursos são utilizados para caracterizar os três períodos do governo e através deles pode-se entender de que modo foi ocorrendo a modificação da vertente socioeconômica do país.

Assim, nota-se, que durante a Era Vargas o projeto desenvolvimentista foi sendo introduzido de modo gradual ao longo dos anos. O Governo Provisório (1930-1934) se caracterizou pelo início das intenções de um projeto desenvolvimentista ligado ao mundo rural, no qual o governo Vargas incentivava a nacionalização da produção, a sua diversificação voltada ao mercado interno e os primeiros planos voltados ao auxílio ao produtor rural e à sua propriedade através do Crédito Rural.

Através do excerto do discurso de Vargas, pode-se entender como o governo voltou-se ao mundo rural durante este período:

12) reorganização do Ministério da Agricultura, aparelho atualmente rígido e inoperante, para adaptá-lo ás necessidades do problema agrícola brasileiro; 13) intensificar a produção pela policultura e adotar uma política internacional de aproximação econômica, facilitando o escoamento das nossas sobras exportáveis; 14) rever o sistema tributário, de modo a amparar a produção nacional, abandonando o protecionismo dispensado ás industrias artificiais, que não utilizam matéria prima do país e mais contribuem para encarecer a vida e fomentar o contrabando; 15) instituir o Ministério do Trabalho, destinado a superintender a questão social, o amparo e defesa do operariado urbano e rural; 16) promover, sem violência, a extinção progressiva do latifúndio, protegendo a organização da pequena propriedade, mediante a transferência direta de lotes de terra de cultura ao trabalhador agrícola, preferentemente ao nacional, estimulando-o a construir com as próprias mãos, em terra própria, o edifício de sua prosperidade. (VARGAS, 1935, p. 19- 20).

Este trecho foi retirado do discurso pronunciado na posse de Getúlio Vargas como presidente do país em 1930. Nele pode-se entender que durante o período

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Provisório a principal preocupação do governo era uma reconstituição do mundo rural e de suas bases para melhorar tanto a vida do produtor quanto da produção agrária.

O Governo Constitucional (1934-1937), no entanto, configurou os primeiros incentivos a um projeto industrial fortalecido e unificado com o setor primário e com a produção agrária. Foi neste período que se pode notar as primeiras iniciativas do governo a um projeto industrial, como observa-se:

A fim de coordenar o problema do açúcar, criou-se o Instituto do Açúcar e do Álcool, que, evitando a especulação baixista sobre esse produto, está cuidando da instalação de grandes destilarias para a fabricação de álcool-combustível, em que será transformado o excesso das safras açucareiras. (VARGAS, 1935, p. 32)

Neste discurso Vargas disserta sobre a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool. Nota-se que este interim do governo caracteriza-se por uma inserção de um projeto socioeconômico caracterizado pela modernização das vias anteriormente entendidas como rudimentares do mundo rural. Também ocorreu a conciliação da industrialização com a produção agrária, como nota-se:

No tocante propriamente à lavoura da cana, as medidas a executar precisam ser generalizadas, compreendendo, também, o amparo aos pequenos cultivadores, geralmente sacrificados às exigências do usineiro e do grande industrial. A maioria deles planta rudimentarmente em terra emprestada, para vender pelo preço que lhe quiserem pagar. Não raras vezes, o produto da colheita mal recompensa o trabalho de transportá-la até o engenho, quase sempre pertencente ao proprietário do solo, onde o lavrador vive a titulo precário. A proteção mais proveitosa seria a que lhes garantisse os meios necessários para se tornarem donos da terra cultivada. Facilitar-lhes o acesso á propriedade equivalerá a pôr ao seu alcance a riqueza, com o trabalho estável e organizado, e o bem-estar, com a posse do teto, refugio da família. (VARGAS, 1935, p. 345-346).

Foi ao longo do Estado Novo (1937-1945) que o intervencionismo pró-crescimento e a industrialização ganharam força e caracterizaram este período pelos anseios de modernização, tanto urbana quanto agrária que indicava o mundo rural envolto em novas tecnologias.

O Estado Novo implicou na inserção de um ideal modernizador como pode-se notar no discurso abaixo:

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Os resultados conseguidos pela Carteira do Banco do Brasil são francamente animadores, e mais decisivos se apresentarão quando pusermos em prática as medidas planejadas para ampliar os financiamentos e estender os seus benefícios a um número cada vez maior de lavradores. Tem-se em vista, para tanto, utilizar reservas dos institutos de seguro social e de economia popular, a fim de ser possível conceder empréstimos por maior prazo e a menor juro. Não é razoável que o dinheiro amealhado pelo povo se aplique, de preferência, nos aperfeiçoamentos urbanos, servindo para construir suntuosas avenidas e arranha-céus, enquanto a lavoura luta com dificuldades. (VARGAS, 1939, p. 41).

Neste discurso pronunciado durante o Estado Novo observa-se a relação do governo com o mundo rural. Na intenção de levar a modernidade ao campo o Estado passou a investir em melhorias no setor agrário, tanto no que diz respeito às condições do proprietário quanto de investimento na produção rural.

Deste modo, o objetivo da pesquisa que se encontra em andamento é discutir como este projeto desenvolvimentista que foi sendo construído ao longo da Era Vargas atuou sobre o mundo rural no norte do Rio Grande do Sul, através do papel da Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo, principalmente notando através dos períodos do governo varguista a mudança dos anseios do governo para um aspecto mais industrial e modernizador.

No Rio Grande do Sul a Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo foi um dos organismos responsáveis pela projeção no mundo rural do norte do estado da política desenvolvimentista do governo Vargas. A Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo fazia parte da Diretoria de Terras e Colonização que era um órgão da Secretaria de Agricultura Indústria e Comércio. Assim, a Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo era uma pequena porção de uma unidade maior e mais abrangente do governo que tinha como objetivo administrar as terras públicas e organizar questões referentes à produção agrária.

Além disto, a Secretaria principal agia sobre todo o estado, em frentes como a Diretoria de Produção Mineral, Diretoria de Produção Animal, Diretoria de Indústria e Comércio. Na pesquisa do mestrado, no entanto, não analisa-se o papel de todas as diretorias, focando na repercussão da política desenvolvimentista do governo Vargas sobre a Diretoria de Terras e Colonização, através da Comissão de Terras e Colonização

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de Passo Fundo pesquisando como estava formada a propriedade de terra no norte do estado e a Diretoria de Agricultura, analisando o desenvolvimento rural na região.

A Comissão de Terras e Colonização de Passo Fundo atuava nas cidades de: Passo Fundo; Palmeira; Sarandi, Soledade, Guaporé, Iraí, Encantado, Cruz Alta, Carazinho e Arroio do Meio. Seu papel fundamental era administrar as terras que passaram a ser colonizadas ao norte pelos imigrantes. Quando os imigrantes se estabeleceram deveriam produzir em sua propriedade, não apenas para sua subsistência, mas para o mercado interno, arcando, assim, com a dívida colonial que contraíram ao se estabelecer nas propriedades, demonstrando o processo de capitalização da terra que se tornou um dos principais elementos da política econômica a partir de 1930.

A Comissão de Terras agia nesse sentido, assistindo sobre a propriedade da terra. Na dissertação que se encontra em andamento, utiliza-se como fonte para entender a repercussão da política desenvolvimentista no mundo rural do norte do estado diferentes documentos que tratam da propriedade da terra, o processo de loteamento e colonização de novos espaços, quais eram os critérios para vender as propriedades de terra, a dívida colonial, ou seja, como se deu o processo de formação da propriedade que esteve em curso no período de 1930-1945.

A Comissão também atuou modernizando e investindo nas localidades, como construções de estradas, preocupando-se com o desenvolvimento do mundo rural na região. Assim, a pesquisa em andamento procura, também, através da análise das fontes, entender a repercussão do projeto desenvolvimentista do governo Vargas no processo relacionado à modernização e auxílio na produção agrícola; como esta dispôs dos aparatos necessários para alavancar a produção rural.

Assim, os imigrantes quando aqui chegavam não produziam somente para sua subsistência, mas deveriam arcar com a divida que ele contraiu com o Estado. O concessionário do lote deveria arcar com as seguintes obrigações: conservação dos marcos divisórios dos lotes; prestação de serviço anual; exploração do subsolo apenas com autorização do Estado; conservação de uma porcentagem da mata natural do lote.

Algumas das outras fontes utilizadas na pesquisa são: correspondências expedidas e recebidas, cadernos de informações, relatórios da produção agrária e a

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Legislação Agrária; através destes documentos procura-se mostrar como a região norte do estado, através do papel da Comissão de Terras, recebeu direta ou indiretamente o projeto desenvolvimentista do governo Vargas, modificando o mundo rural, trazendo novas técnicas e investimentos para a produção agrícola e modificação da relação com a propriedade da terra.

Pode-se demonstrar como a Secretaria gerenciava a modernização como intuito do projeto desenvolvimentista quando observamos que ela possuía diversas subdivisões nas diferentes cidades que amparava a partir de seu trabalho, como: Campos de Multiplicação de Sementes, Entreposto de Sementes, Campos de Cooperação; estes são alguns dos exemplos de alguns campos dispostos que realizavam o fomento da produção e o estudo de melhorias na produção agrária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Deste modo, observa-se que durante a Era Vargas houve a constituição de um projeto socioeconômico desenvolvimentista ao mundo rural e este ocorreu de diferentes formas e por diversas iniciativas. Como a pesquisa encontra-se em andamento não realiza-se aqui todas as observações das fontes analisadas de como o projeto desenvolvimentista repercutiu no mundo rural no norte do estado, mas pode-se compreender os principais objetivos deste projeto, como ele se voltou ao mundo rural, através de iniciativas ligadas à nacionalização, industrialização, modernização do aparato tecnológico do mundo rural e, assim, consegue-se perceber algumas abordagens de como a Comissão de Terras passou, gradativamente, a repercutir o ideal deste projeto socioeconômico no norte do estado.

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