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Musicalização no ensino fundamental: interpretando canções com sonoridades diferentes no PIBID música U F RN

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Academic year: 2021

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Musicalização no ensino fundamental: interpretando canções com

sonoridades diferentes no PIBID música ± U F RN

Luciano Luan Gomes Paiva U FRN luciano.90@hotmail.com Resumo: Trazer novas formas e concepções de ensino para a sala de aula permite ao professor apreciar a busca e a construção de um conhecimento mais significativo dos alunos, visando contribuir na melhoria da qualidade da educação. Este trabalho apresenta uma proposta para a educação musical no contexto da educação básica e tem como principal objetivo experimentar e desenvolver habilidades a partir da interpretação de canções com sonoridades diferentes através da ludicidade desenvolvendo, assim, a musicalidade na criança. Este exercício foi criado a partir de conhecimentos construídos e vivenciados no PIBID no curso de licenciatura em música da UFRN. O público alvo dessa atividade foram crianças a partir dos seis anos de idade em processo inicial de musicalização. A partir da experiência com novas vivências, e foi proporcionada a construção de um conhecimento mais significativo e um contato mais próximo de elementos da linguagem musical. Dessa maneira, essa comunicação propõe uma contribuição para os educadores, mostrando caminhos aplicáveis em outras atividades, promovendo na criança o desenvolvimento cognitivo no aprendizado musical.

Palavras chave: Musicalização infantil. PIBID. Prática docente

Introdução

Esse relato apresenta uma proposta de Musicalização para a educação infantil, experimentando uma interpretação de forma diversificada e lúdica, trazendo novas vivências e concepções de ensino para a sala de aula, promovendo a construção de um conhecimento mais significativo e um contato mais próximo de elementos da linguagem musical.

Esta atividade foi criada a partir de conhecimentos construídos e vivenciados no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), que tem sua equipe do subprojeto de Música do PIBID na UFRN formada por um coordenador de área, professor Dr. Danilo Guanais (professor titular da UFRN), dois supervisores, professora especialista Catarina Aracelle e o professor especialista Washington Nogueira e quinze licenciandos em música. Como bolsista vivenciei diversas atividades em sala de aula propostas pelo professor Washington Nogueira e, junto com ele, executei a atividade sugerida em algumas das aulas em que observei/auxiliei.

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A atividade foi desenvolvida para alunos do 1º ano do ensino fundamental I, com idades entre seis e sete anos (podendo variar dependendo da turma), mas que pode ser aplicada também para outras turmas de crianças, jovens e adultos.

Musicalizando

Essa atividade foi construída objetivando a valorização das experiências cotidianas das crianças, seus consumos sonoros dentro e fora da escola, incluindo sons de animais, urbanos e fenômenos da natureza. A partir da interpretação de canções com sonoridades diferentes trazemos como principal objetivo a experimentação e o desenvolvimento de habilidades através de uma atividade lúdica trabalhando musicalização e a sensibilidade auditiva.

A prática começou com o professor chamando os alunos para perto, formando uma meia lua a frente dele, para que a prática musical fosse mais bem aproveitada. Foi apresentada e/ou relembrada uma canção infantil para que os alunos tivessem um melhor aproveitamento com a atividade, já que:

as canções brasileiras constituem um manancial de possibilidades para o ensino da música com música e podem fazer parte das produções musicais em sala de aula, permitindo que o aluno possa elaborar hipóteses a respeito do grau de precisão necessário para a afinação, ritmo, percepção de elementos da linguagem, simultaneidades, etc (BRASIL, 1997, p 54).

Na minha experiência, utili]HL D P~VLFD ³0DUFKD 6ROGDGR´ FRP DX[LOLR GR YLROmR como recurso para facilitar o entendimento musical dos alunos. Logo, as crianças começaram a cantar e marchar (de forma infantil) acompanhando o ritmo. A música selecionada foi muito bem aceita por todos, pois ela é facilmente identificada nessa faixa de idade.

Observamos a importância da práxis musical para as crianças em séries iniciais. Visto que a música viabiliza interação entre os alunos (auxiliando na desinibição), contribuindo para o envolvimento social e a construção do conhecimento, fazendo-os refletir, relaxar, sorrir, expressar seus sentimentos e sensibilizar o corpo e a mente. É interessante H[HFXWDUHVVHWLSRGHSUiWLFDQDHGXFDomRLQIDQWLOHQRHQVLQRIXQGDPHQWDOSRLV³pQHVVDHWDSD que o indivíduo estabelece e pode ter assegurada sua relação com o conhecimento, operando-RQRQtYHOFRJQLWLYRGHVHQVLELOLGDGHHGHIRUPDomRGDSHUVRQDOLGDGH´ /285(,52 p.141).

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A caixa dos sons

/RJRIRLDSUHVHQWDGDSHORGRFHQWH³$FDL[DGRVVRQV´: uma pequena caixa comum, que serviu como material didático para escolher (com intenção ou aleatoriamente) os GLIHUHQWHVWLSRVGHVRQVGRFRWLGLDQRDWUDYpVGHFDUWDVFRPGHVHQKRVGRV³HPLVVRUHV´GHVVHV sons. Essas cartas foram muito bem planejadas na hora da criação (construção), pensadas de forma lúdica, visto que nem todo som poderá ser aplicável e executável pela voz humana, e principalmente porque estamos lidando com crianças.

As cartas foram apresentadas com seus respectivos sons para os alunos, para que eles construam uma relação com esse tipo de linguagem e que consigam perceber e executar o som solicitado corretamente. Nelas continham animais como: gato, abelha, vaca, entre outros, como também sons urbanos e fenômenos da natureza: buzinas, chuva, etc.

FIGURA 1: Os emissores de sons em cartas

Fonte: Fotografia retirada em casa após a construção das cartas.

Trabalhando com os sons do dia-a-dia, os alunos estarão tendo uma iniciação crítica e auditiva, que irá contribuir com uma visão mais consciente do cRWLGLDQRMiTXH³HVVDiUHD tem como objetivo desenvolver no aluno uma atitude crítica diante das consequências da poluição sonora para o organismo humano, bem como maior sensibilidade e consciência ante RPHLRDPELHQWHHPTXHVHYLYH´ %5$6,/S).

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Após a apresentação das cartas, retiramos de forma aleatória da caixa uma delas, para que o primeiro som fosse reproduzido. O primeiro foi à carta com o desenho de uma abelha. Imitamos primeiramente o som que uma abelha faz normalmente. E a partir daí, cantamos a P~VLFDMiH[SHULPHQWDGD³0DUFKD6ROGDGR´FRPVRQRULGDGHGHDEHOKDDSHQDVHPLWLQGRDV notas da música fazendo som de ZzzzZzzz (sonoridade supostamente emitida por uma abelha). Os alunos rapidamente entenderam a atividade e ficaram estimulados a executar os sons propostos. É interessante executar esse tipo de estímulo, para dar uma iniciação musical SDUD RV DOXQRV SRLV ³SRGHPRV GL]HU TXH R SURFHVVR GH PXVLFDOL]DomR GRV EHErV H FULDQoDV começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de VRQVGRFRWLGLDQRLQFOXLQGRDtDSUHVHQoDGDP~VLFD´ %5,72S 

FIGURA 2: Marcha Soldado com sonoridade de abelha

Fonte: Música editada no Guitar Pro (programa de edição de partitura para computador)

É importante que o professor auxilie os alunos na execução musical inicial, para que eles tenham um melhor direcionamento para com a nova proposta. Visto que, muitos dos alunos talvez nunca tenham tido contato com alguma atividade similar. Por isso, devemos planejar outras formas de pensar no ensino de música, como afirma SOUZA:

a forma como a música se concretiza no livro didático, nas aulas de teoria e solfejo, muitas vezes nega outras formas de aprendizagem, capazes de relacionar aquelas experiências multiculturais vividas no cotidiano ao conhecimento da escola, estabelecendo um diálogo entre os sujeitos do processo ensino-aprendizagem (SOUZA, 2004, p.11).

Podemos (e até devemos) repetir essa sonoridade na música diversas vezes, para que os alunos construam um conhecimento mais significativo e interpretem naturalmente o exercício para obter um resultado mais proveitoso na atividade. Vale salientar a importância das interpretações, como nos afirma os Parâmetros Curriculares Nacionais:

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as interpretações são importantes na aprendizagem, pois tanto o contato direto com elas quanto a sua utilização como modelo são maneiras de o aluno construir conhecimento em música. Além disso, as interpretações estabelecem os contextos onde os elementos da linguagem musical ganham significado (BRASIL, 1997, p.53).

Após esse primeiro estágio, fomos retirando da caixa à próxima carta (não utilizando a anterior). Foi escolhida de forma randômica a figura com desenho de um gato. Os alunos sem mesmo esperar o reconhecimento do som, já seguiram cantando a música proposta dizendo: Miau (sonoridade supostamente emitida por um gato). E a atividade foi continuando dessa forma, retirando todas as cartas periodicamente e executando a música com a sonoridade proposta.

Vale salientar que os alunos tiveram um pouco mais de dificuldade para associar o som da chuva com a música, pois eles nunca tinham parado para pensar qual o som que a chuva faz (assim relatado por eles). Eu rapidamente executei para eles o som de Chiiiiii (sonoridade supostamente emitida pela chuva quando cai) e eles executaram com êxito.

Outro fato interessante foi o empenho gerado pelos alunos em participar da atividade, visto que em outros exercícios em sala nem todos os alunos participavam ativamente, desenvolvendo assim um interesse bastante satisfatório para qualquer professor.

Sugestões para a atividade

O professor pode mesclar duas (ou mais) sonoridades diferentes para a música ao mesmo tempo, desenvolvendo no aluno um senso cognitivo e perceptivo dotado de intenções musicais. Por exemplo, se retirarmos da caixa as cartas com desenhos da Abelha e de um Galo, podemos formar dois grupos em sala (cada um representando um som) e executar as duas sonoridades simultaneamente na música proposta.

FIGURA 3: Marcha Soldado com sonoridade de uma abelha e um galo

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A atividade também pode ser executada de forma variada. Por exemplo, se cantarmos a música na sua versão original, com a letra conhecida1 e, logo em seguida, com a sonoridade de uma Vaca (sem pausa entre a mudança), depois com a sonoridade da Chuva e assim sucessivamente, tornaríamos a proposta bem mais interessante. Para o professor seria um novo caminho musical a ser trilhado, e para os alunos seria uma vivência dinâmica, inovadora e lúdica.

O professor junto com os seus alunos podem construir manualmente os objetos de utilização na atividade, as cartas com os desenhos e a caixa, principalmente com materiais VLPSOHV HRX UHFLFOiYHLV XPD YH] TXH ³a escola, especialmente nos cursos de Arte, deve colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística SHVVRDOHJUXSDO´ %5$6,/S. 63).

Considerações finais

Em virtude dos fatos mencionados, percebemos o desenvolvimento por parte das crianças: na musicalização, por cantarem músicas infantis (e de forma lúdica); na conscientização e prática dos sons do cotidiano; no criativo e artístico, pelo fato dos alunos desenharem, pintarem (construírem) os objetos trabalhados; na interação (envolvimento social), por trabalharem em grupo juntamente às ações da atividade; na expressão dos sentimentos, por sorrir, cantar, falar etc. Além do desenvolvimento cognitivo, por cantarem IRUDGRVSDGU}HV³QRUPDLV´GRFRWLGLDQR

O professor terá e precisará enfrentar sempre as dificuldades e desafios da docência. E só com ambição, paciência, persistência, estudo, planejamento teórico e metodológico, conseguirá obter êxito na prática de ensino. Partindo dessa perspectiva, o docente estará proporcionando experiências pedagógicas que possam servir de modelo para outros professores. Gerando ganhos em escala, na medida em que tais experiências são conhecidas e discutidas por outros docentes, a partir de uma reflexão crítica e criativa sobre a realidade escolar, abrindo o espaço necessário para invenção, desenvolvimento e teste de metodologias do ensino, visando à melhoria da qualidade da educação no Brasil.

1 Marcha soldado, cabeça de papel. Se não marchar direito, vai preso para o quartel. O quartel pegou fogo, a

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Em todo esse relato, ficou entendido que o processo de ensino da educação básica depende principalmente da forma como o professor apresenta o conteúdo, pois estabelecendo um diálogo mais prático e vivencial, os alunos são capazes de relacionar suas experiências vividas em seu ambiente (não escolar) com os conhecimentos construídos em sala.

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Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. Ensino de quinta a oitava séries. vol. 6. Brasília: MEC /SEF, p. 63-80, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental.  Ensino de primeira à quarta série. Brasília: MEC/SEF, p. 53 e 54, 1997.

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2003. p. 35.

FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios. Um ensaio sobre a música e educação. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O ensino de música na escola fundamental. 4. ed. São Paulo: Papirus, 2008. p. 141.

SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, n. 10, p. 11, 2004.

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