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Aula 19 GARANTIA DA EXECUÇÃO FISCAL (GARANTIA DO JUÍZO)

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Academic year: 2021

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Curso/Disciplina: Processo Judicial Tributário

Aula: Processo Judicial Tributário

– 19

Professor (a):

Mauro Lopes

Monitor (a):

Wilson Macena da Silva

Aula 19

GARANTIA DA EXECUÇÃO FISCAL (GARANTIA DO JUÍZO)

1. Realização da garantia do juízo

Art. 8 da lei de execução fiscal - LEF (lei 6.830/80):

Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:

I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer por outra forma;

II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal;

III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;

IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo.

§ 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60 (sessenta) dias. § 2º - O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe a prescrição.

Considerando a redação exposta, se o executado citado paga a dívida, a execução se extingue pela satisfação do crédito. Se a dívida não for paga, ela deve ser garantida em juízo. O art. 9º da LEF trata da garantia do juízo conforme abaixo:

Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária;

II - oferecer fiança bancária;

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III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou

IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.

§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge.

§ 2º - Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros.

§ 2o Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do seguro garantia ou da penhora dos bens

do executado ou de terceiros. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

§ 3º - A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora.

§ 3o A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia, produz os

mesmos efeitos da penhora. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

§ 4º - Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora.

§ 5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições pré-estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 6º - O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa, e garantir a execução do saldo devedor.

Assim, são três as maneiras de garantir o débito em execução fiscal: a) Depósito em dinheiro;

b) Fiança bancária e o seguro garantia judicial;

c) Nomeação de bens à penhora (poderá recair sobre bens próprios, que é a regra, mas também pode recair sobre bens de terceiros – excepcionalmente).

2. Detalhamentos sobre as maneiras de garantia do juízo 2.1. Depósito em dinheiro

Esse depósito é realizado pelo próprio executado, não se confundindo com outra figura: a penhora que recai sobre dinheiro do executado. O depósito em dinheiro afasta a penhora (uma garantia afasta a outra quando a primeira é realizada integralmente).

Porém, nada impede que o executado tenha dinheiro penhorado na forma do art. 10 da LEF, com essa penhora se convertendo em depósito (art. 11, §2º). Assim sendo, feita a penhora em dinheiro, haverá sua conversão em depósito, pois isso transfere ao banco a responsabilidade de atualizar o valor monetariamente e aplicar os juros eventualmente devidos.

Art. 10 - Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

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Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

§ 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de que trata o inciso I do artigo 9º.

Toda vez que houver uma penhora de bens e o devedor, executado, quiser substituí-la por depósito em dinheiro, o juiz deve deferir essa alteração, pois isso é mais benéfico para o credor (deve-se lembrar que a execução se faz em seu interesse).

Feito o depósito em dinheiro, o contribuinte perde a disponibilidade daquele capital, mas ele CONSERVA-SE COMO SEU PROPRIETÁRIO (isso é importante, por exemplo, para fins de declaração de Imposto de Renda, donde aquele valor deverá ser declarado). Ademais, frisa-se que o depósito em dinheiro depende de trânsito em julgado para ser liberado (art. 32, LEF).

Art. 32 - Os depósitos judiciais em dinheiro serão obrigatoriamente feitos:

I - na Caixa Econômica Federal, de acordo com o Decreto-lei nº 1.737, de 20 de dezembro de 1979, quando relacionados com a execução fiscal proposta pela União ou suas autarquias;

II - na Caixa Econômica ou no banco oficial da unidade federativa ou, à sua falta, na Caixa Econômica Federal, quando relacionados com execução fiscal proposta pelo Estado, Distrito Federal, Municípios e suas autarquias.

§ 1º - Os depósitos de que trata este artigo estão sujeitos à atualização monetária, segundo os índices estabelecidos para os débitos tributários federais.

§ 2º - Após o trânsito em julgado da decisão, o depósito, monetariamente atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda Pública, mediante ordem do Juízo competente.

 Na prática, são comuns os casos de sociedades empresárias que litigam contra o Estado para questionar créditos tributários, em procedimentos que não têm liminar concedida, onde não há suspensão da exigibilidade do crédito, dentre outras situações similares. Nesses casos, não há obstáculo para que o Estado execute o devedor, visto que não houve afetação no direito de ação estatal.

 Quem dá a destinação do depósito em dinheiro é o juízo da EXECUÇÃO FISCAL.

Penhora de dinheiro realizada

Conversão da penhora em depósito na

forma do art. 11, §2º c/c art. 9º, I, LEF.

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2.2. Fiança bancária e seguro garantia

São modalidades de garantia prestada por terceiro. Aqui se está diante de uma garantia pessoal – uma caução fidejussória. Essa garantia é bem aceita, considerando-se as características dos bancos e das seguradoras (são instituições com extrema liquidez e com regulação pelo governo (por intermédio do BACEN e SUSEP, respectivamente).

A LEF diz que a fiança bancária deveria seguir as exigências exaradas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, que é um órgão do BACEN (art. 9º, §5º).

Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

§ 5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições pré-estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Tais exigências do CMN foram revogadas mas, inobstante essa revogação, as exigências continuam sendo impostas pelo juízes em sua maioria. São elas:

1) Cláusula de solidariedade com renúncia ao benefício de ordem;

2) O instrumento de garantia (carta de fiança ou apólice de seguro garantia) compreende correção e remuneração do valor da garantia com os mesmos índices aplicáveis aos débitos em cobrança (ex.: no âmbito federal, se aplica a taxa SELIC).

3) Prazo: essas garantias devem ser prestadas com prazo indeterminado, ou pelo menos, com um prazo ligado à duração do processo. Isso é necessário pois se houvesse um prazo limitado, com o processo não acabando nesse período, o juízo não ficaria mais garantido.

Obs.: Fiança e seguro garantia em montante não integral: jurisprudência vinha entendendo que não eram cabíveis. No entanto, atualmente a Portaria 644 da Procuradoria da Fazenda Nacional permite essa garantia parcial. Esse entendimento da Procuradoria estaria correto pois essas garantias, ainda que parciais, facilitariam para o devedor garantir o juízo, o que beneficia o interesse do credor exequente.

Obs.2: Uma vez que a fiança / seguro garantia já estejam solidificados, a substituição por penhora prejudica o credor (deve, nessas situações, sempre se pensar no melhor para o credor, visto que a execução é em seu favor).

Contudo, o STJ admite que quando a parte executada prova que precisa de capital de giro, havendo prova eficaz de que o dinheiro faz falta para continuar com suas atividades, é cabível essa substituição. No entanto, essa exceção somente se aplica nesse caso, havendo homenagem ao princípio da menor onerosidade.

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Obs.3: Sobre o seguro garantia, ele primeiro foi previsto no CPC, abrindo-se uma discussão se ele seria válido em execução fiscal ou não. A Fazenda sempre adotou a posição de que seria válido, visto que beneficia mais os interesses do Estado. Isso era controverso até alteração da LEF (alteração promovida pela lei 13.043 de 2014),donde houve inserção do seguro garantia judicial ao lado da fiança bancária.

Ainda, o CPC antigo e o CPC atual, quando tratam da substituição da penhora por fiança bancária ou seguro garantia, exigem que esses instrumentos sejam acrescidos de 30% do valor original. Nesse sentido, art. 848, parágrafo único, do CPC vigente:

Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:

Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.

A pergunta é se essa exigência aplica-se ao executivo fiscal. A resposta é que NÃO SE APLICA, visto que essa exigência do acréscimo de 30% já estava prevista no CPC de 73 sob a égide da lei que alterou a LEF. Em momento algum na LEF foi exigido esse adicional, mesmo com o legislador podendo fazê-lo, deixando claro que não houve intenção legislativa de se trazer essa especificidade à execução fiscal.

Art. 19, II, LEF: execução se voltando contra o banco e contra a seguradora.

Art. 19 - Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no caso de garantia prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a execução nos próprios autos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:

II - pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, indicados na Certidão de Divida Ativa pelos quais se obrigou se a garantia for fidejussória.

2.3. Nomeação de bens à penhora (bens próprios do devedor ou de terceiros)

Essa penhora se dá por nomeação, donde esta é feita ao próprio Oficial de Justiça que vai citar o executado. Também pode ser feita por petição ao juízo, que determinará que o Oficial de Justiça faça a penhora dos bens. Essa nomeação precisa seguir a ordem do art. 11 da LEF, preferencialmente, devendo a Fazenda ser ouvida.

 Sendo a penhora de bens de terceiro, este deverá dar seu consentimento para essa indicação. Se o bem de terceiro for imóvel, deverá haver outorga uxória.

 A penhora do bem do terceiro não faz esse terceiro responsável pessoal, visto que essa garantia é REAL. Nesse sentido, o terceiro em nenhum momento será chamado para figurar no polo passivo da execução.

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 Se o bem for arrematado, o terceiro se sub-roga no crédito contra o executado, podendo fazer a cobrança nos próprios autos da execução, inclusive.

2.4. Consideração especial

Contribuinte que esteja sendo executado com o juízo garantido por penhora: há nessa situação equivalência com as outras formas de garantia de juízo (dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia), inobstante o fato da penhora ser a garantia menos líquida de todas.

Há de se considerar o art. 205 do CTN, que trata da certidão negativa como prova do pagamento do tributo:

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.

O art. 206 do CTN estipula que tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA.

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Nesse sentido, a garantia do juízo por bens nomeados à penhora tem o mesmo efeito de uma garantia em dinheiro, por exemplo, tal como a certidão positiva com efeitos de negativa do CTN (art. 9º, parágrafo 3º da LEF).

Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

§ 3o A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia, produz os

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