TRABALHADOR DAS INDÚSTRIAS DE
JEQUIÉ-BA
Indira Oliveira Almeida *
Sérgio Donha Yarid **
Danilo Chequer Freire de Souza ***
Diego Assis Santos Mota ****
Dilson Miranda Luz Júnior *****
Ketlly Cruz da Cunha ******
RESUMO O presente estudo tem como objetivo identificar os agravos à saúde bucal dos trabalhadores atendidos na Unidade Odontológica do Serviço Social da Indústria (SESI), Jequié-BA, e também a sua possível correlação com a indústria
empregadora. É um estudo transversal
quantitativo descritivo, que consistiu em uma
análise de 502 prontuários odontológicos
analisando as variáveis: gênero; idade; tipo de indústria; lesões bucais; profissão (função); renda e escolaridade. Foi verificada, nos registros dos prontuários analisados, uma maior prevalência das doenças do dente, da polpa e do periápice, 96,2%. A doença periodontal esteve presente em 27,2% dos industriários e as Injúrias físicas e químicas representaram 17,7% dos prontuários analisados. As lesões do grupo abscessos não obtiveram registros. Evidenciando, assim, a existência de agravos à saúde bucal nos
trabalhadores atendidos na Unidade
Odontológica do SESI, Jequié-BA.
Palavras-chave: Saúde Bucal. Serviços de Saúde do
Trabalhador. Odontologia do Trabalho.
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* Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. E-mail:
indira_oliveira2@hotmail.com.
** Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. E-mail:
syarid@hotmail.com.
*** Serviço Social da Indústria – SESI. E-mail: daniloc@fieb.org.br.
**** Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. E-mail:
diego_assismott@hotmail.com.
***** Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. E-mail:
dilsonjunior_luz@hotmail.com
******Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. E-mail:
ketlly_cdc@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
O Ministério da Saúde conceitua a saúde do trabalhador como:
Um campo do saber que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em
174 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p. 173-185, jan./dez. 2011 determinado momento histórico
(BRASIL, 2002).
Para o Sistema Único de Saúde - SUS (1990), a saúde do trabalhador é um conjunto de atividades que tem por finalidade promover e proteger a saúde dos trabalhadores, e reabilitar a saúde daqueles submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, pautando-se de ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária.
Nessa perspectiva da
valorização e proteção da saúde do trabalhador, o Cirurgião-Dentista desponta como um colaborador nesse processo, integrando as equipes interdisciplinares nas empresas, como a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. De acordo com Peres et al, (2006) compreende suas principais funções: identificação de fatores ambientais de risco à saúde bucal; promover atividades de educação em
saúde bucal; investigar índices de
morbidade e mortalidade com causa
bucal; além de realizar exames
odontológicos admissionais e periódicos. Ainda, a Odontologia do Trabalho,
segundo Aguirre (2006), busca com a
realização de estudos epidemiológicos no ambiente de trabalho, conhecer as doenças e lesões inerentes à atividade
laboral, identificando de maneira
sistemática suas distribuições e causas relacionando com os riscos da prática do trabalho. Almeida, (2005) aponta como suas aplicações, investigar os fatores que influenciam a situação de saúde, avaliar o impacto das ações propostas para alterar a situação encontrada e informar a situação de saúde do trabalhador.
Diante do exposto, percebe-se a importância de conhecer a realidade da saúde bucal dos trabalhadores, obtendo
índices para então proceder ao
planejamento de ações que visem à
modificação do quadro de saúde
apontado. Assim, o objetivo do presente estudo é identificar os agravos à saúde bucal dos trabalhadores atendidos na Unidade Odontológica do Serviço Social da Indústria (SESI), Jequié-BA, e também a sua possível correlação com a indústria empregadora.
2 MÉTODOS
Trata-se de estudo transversal quantitativo descritivo, que consistiu em
uma análise de 502 prontuários
odontológicos de pacientes atendidos, no período de janeiro de 2008 a setembro de 2010, na Clinica Odontológica do Posto avançado do SESI - Vitória da Conquista localizado na cidade de Jequié - Bahia, identificando os agravos à saúde bucal da população de trabalhadores ali atendidos e também a sua possível correlação com a indústria empregadora.
Os prontuários se dividiam em industriários e dependentes, sendo que para esta pesquisa foram utilizados os registros dos industriários.
As variáveis coletadas foram:
gênero; idade; tipo de indústria; lesões bucais; profissão (função); renda e escolaridade.
a) A variável idade foi dividida em quatro grupos etários, até 20 anos, 21 a 40 anos, 41 a 60 anos e mais que 60 anos.
b) A variável lesões bucais foi dividida
nos seguintes grupos: Doença
Periodontal, Doenças do dente da
polpa e do periápice, injúrias físicas e químicas e abscessos.
c) A variável tipo industrial foi dividida de
acordo ás atividades industriais
realizadas sendo alimentícia, da
eletricidade, da transformação do plástico e têxtil.
d) A variável profissão foi dividida em grupos com base no grande grupo da Classificação Brasileira de Ocupações 2002. (Tabela 1)
e) A variável renda foi dividida em grupos de renda: até três salários mínimos, entre três e cinco salários mínimos, entre cinco e 10 salários mínimos e mais que 10 salários mínimos.
f) A Variável escolaridade foi dividida como se segue: Analfabeto, até a 4ª série incompleta, até a 4ª série completa, até a 8ª série incompleta, até a 8ª série completa, até o 2º grau incompleto, até o 2º grau completo,
superior incompleto e superior
completo.
Para a criação do banco de dados foi utilizado o Microsoft Office Excel® 2007, e através desta ferramenta foram realizadas as analises dos dados. Esta pesquisa foi realizada após aprovação no
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Conselho de Ética e Pesquisa conforme a resolução 196/96.
3 RESULTADOS
Dos 502 prontuários odontológicos de pacientes atendidos no período de janeiro de 2008 a setembro de 2010 na clínica de odontologia do SESI, foram
excluídos 164, que tratavam de
dependentes, e analisados 368 de industriários (n). Desses, 41,3% eram de trabalhadores das indústrias alimentícias; 31,3%, das indústrias têxteis; 18,2 % da indústria da eletricidade; e 9,2% da indústria da transformação do plástico.
Dos prontuários analisados, 80,2% eram de industriários do sexo masculino e 17,8% do sexo feminino.
Quanto à idade dos trabalhadores, 1,4% tinha idade até 20 anos; de 21 a 40 anos, 80,2%; de 41 a 60 anos, 18,2%; e acima de 60 anos, 0,3% dos registros analisados. Para o gênero masculino a média de idade foi 32,3 anos e desvio-padrão de 7,8; e o gênero feminino apresentou média de idade de 34,7 anos e desvio-padrão 8,6.
Dos prontuários analisados, na variável formação profissional,
observou-se que 56,8% são do grupo observou-sete, trabalhadores da produção de bens e serviços, 14,7% são do grupo nove,
trabalhadores da manutenção e
reparação. O grupo oito, segunda
categoria dos trabalhadores da produção de bens e serviços, aponta um percentual de 11,4%. O grupo quatro, trabalhadores de serviços administrativos, representa 7,9% dos prontuários. O grupo cinco, trabalhadores dos serviços, vendedores do comercio em lojas e mercados, tem percentual de 7,1%. E o grupo três, técnicos de nível médio apresenta 2,2% do total de registros dos industriais.
Com relação à renda, foi observado que 95,9% dos trabalhadores da indústria têm renda média de três salários mínimos, constituindo o grupo até três salários mínimos. Trabalhadores que ganham entre três e cinco salários mínimos são representados por 3%. O grupo salarial de
cinco a 10 salários mínimos é
representado por 0,5% dos trabalhadores. E trabalhadores que ganham mais que 10 salários mínimos têm representatividade em 0,5% dos registros.
Quanto à escolaridade encontrou-se que 2,7% eram analfabetos, 3,8% tinham até a 4ª série incompleta, 3%
concluíram até a 4ª série, 17,1% tinham até a 8ª série incompleta, 6% cursaram até a 8ª série, 14,1% estudaram até o 2º grau incompleto, 49,7% terminaram o 2º grau, 3,3% tem nível superior incompleto e 0,3 % tem o nível superior completo.
Foi verificada, nos registros dos
prontuários analisados, uma maior
prevalência, das doenças do dente, da polpa e do periápice, 96,2%. Sobre a presença de doença periodontal, a mesma acometeu 27,2% dos industriários atendidos no serviço odontológico do SESI - Jequié/BA. Injúrias físicas e químicas foram encontradas em 17,7% dos prontuários analisados. E as lesões do grupo abscessos não obtiveram registros.
Ao fazer associação entre gênero e lesão a diferença estatística não é significante para os grupos de lesões doença periodontal e doença do dente, da
polpa e do periápice (Tabela 5).
Entretanto a doença periodontal foi relatada em pacientes do gênero feminino em 20,5% e nos pacientes do gênero masculino foi observada em 28,5% dos industriários (Tabela 1). A relação entre gênero e injúrias físicas e químicas apontou correlação estatística (Tabela 5),
indicando associação entre estas
variáveis.
Ao associar o tipo industrial com os grupos de lesões que obtiveram registro, foi possível verificar que grupo de doença
periodontal apresentou correlação
estatística (p=0,03) (Tabela 5), quando associada às indústrias alimentícias.
Quanto à associação entre tipo industrial e doenças do dente, da polpa e do periápice, não houve correlação estatística entre as variáveis em questão, o mesmo foi observado para o grupo de injúrias físicas e químicas.
Ao fazer associação entre gênero e lesão a diferença estatística não é significante para os grupos de lesões doença periodontal e doença do dente, da
polpa e do periápice (Tabela 5).
Entretanto a doença periodontal foi relatada em pacientes do gênero feminino em 20,5% e nos pacientes do gênero masculino foi observada em 28,5% dos industriários.
A relação entre gênero e injúrias físicas e químicas apontou correlação
estatística (Tabela 5), indicando
associação entre estas variáveis. No
gênero masculino houve
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em 19,7% dos prontuários analisados e no feminino houve o representante de 9,6%.
Ao associar o tipo industrial com os grupos de lesões que obtiveram registro, foi possível verificar que grupo de doença
periodontal apresentou correlação
estatística (Tabela 3), quando associada às indústrias alimentícias.
Quanto à associação entre tipo industrial e doenças do dente, da polpa e do periápice, não houve correlação estatística entre as variáveis em questão.
4 DISCUSSÃO
No setor industrial a prevalência do sexo masculino sobre o feminino é observada em diversos estudos. Os
resultados encontrados na pesquisa
corroboram com os encontrados no estudo de Teles (2005), que avaliou as
condições de saúde bucal dos
trabalhadores de uma indústria
metalúrgica na região metropolitana de
Salvador-BA no qual o gênero, nos
registros de 2003, apresentou 89,58% dos
trabalhadores do sexo masculino.
Também, no estudo de Carvalho, Coelho e Radicchi (2007) sobre o absenteísmo
por causas odontológicas em uma cooperativa de produtores rurais de Minas Gerais, houve predominância do sexo masculino (96,2%).
A faixa etária com maior
prevalência encontrada no presente
estudo foi a de trabalhadores entre 21 a 40 anos (Tabela 1). Em estudo realizado por Yaedú, (2005) analisando prontuários da clínica de estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, o grupo um foi
encontrado em 22% dos registros
analisados, o grupo dois em 27%, o grupo três em 32% e o grupo quatro em 19%
dos dados analisados. Em análise
descritiva dos dados encontrados na presente pesquisa, foi observado a média de 32,8 anos (desvio padrão = 8,05), sendo a menor idade 19 anos e a maior
64 anos. Dados similares foram
encontrados em outros estudos como o de Teles (2005) e o de Carvalho, Coelho e Radicchi (2007) na qual a média de idade encontrada foi de 39 anos.
Yaedú, (2005) observou que
8,81% eram de trabalhadores do grupo três; 5,9% do grupo quatro; 24,5% do grupo cinco; 14,5% do grupo sete; 1,9% do grupo oito; e 5,2% de trabalhadores do grupo nove, salientando que sua amostra
era composta por 1169 prontuários, e continha outros grupos conforme a CBO, 2002. Há a maior prevalência de trabalhadores do grupo sete e oito no estudo de Carvalho, Coelho e Radicchi, (2007) em uma cooperativa agroindustrial mineira e no estudo de Teles, (2006) em uma metalúrgica na Bahia, sendo que nesta ultima trabalhadores da produção representam números superiores a 75% do total e na agroindústria trabalhadores
da produção representaram 83,5%,
trabalhadores da manutenção e
reparação (grupo nove) representaram
8,9% e trabalhadores do setor
administrativo (grupo quatro) foi
observado em 7,6% dos registros.
A faixa de renda dos trabalhadores atendidos no serviço odontológico do SESI de Jequié apontou rendimentos em torno de três salários mínimos. Em levantamento de saúde bucal realizado na unidade central de odontologia do serviço social do comércio, em 2004, foi encontrado uma média de 40% dos trabalhadores com renda de até três salários mínimos, 53% dos trabalhadores com renda média de três a 10 salários mínimos e 9,4% com renda acima de 10 salários mínimos.
Foi observado no presente estudo que a maioria dos trabalhadores concluiu o ensino médio. Dados semelhantes apresentaram o estudo de Carvalho, Coelho e Radicchi, (2007), no qual encontraram que 81% dos trabalhadores de sua pesquisa concluíram o 1º grau, 16,5% tinham o 2º grau completo e 2,5% apresentaram ter o nível superior.
O grupo lesões do dente, da polpa e do periápice apresentou alta prevalência
nas indústrias (Tabela 1). A alta
prevalência dessas lesões também foi observada por Tauchen (2006) em uma agroindústria no sul do país, na qual os dados apontaram a sua prevalência em
100% dos industriários. Resultados
semelhantes também foram apresentados por Carvalho, Coelho e Radicchi, (2007) na agroindústria mineira, quando todos os trabalhadores apresentaram lesões do dente da polpa e do periápice.
A doença periodontal apresentou alta prevalência entre os industriários (Tabela 1). Números superiores foram encontrados por Teles, (2005) após analisar prontuários de trabalhadores de uma metalúrgica na Bahia. No presente estudo observou-se que este grupo de
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trabalhadores atendidos no SESI. Foi observado por Moreira Junior, (2006) em Análise dos afastamentos do trabalho por motivos odontológicos em servidores
públicos municipais de São Paulo
submetidos à perícia ocupacional, que a doença periodontal era a causa do absenteísmo de trabalhadores em 10,75% dos registros analisados.
Os trabalhadores da indústria de
Jequié-BA apresentaram números
significativos quanto ao grupo de lesões orais referente a injúrias físicas e químicas (Tabela 1), de acordo aos dados obtidos dos prontuários. Petersen e Henmar, (1988) encontraram em estudo com trabalhadores dinamarqueses de uma indústria de granito, lesão de
abrasão dentária em todos os
industriários, tendo maior severidade nos que trabalhavam a mais tempo. Estudo realizado por Viana e Santanna (2001), para observar a exposição a névoas
ácidas e alterações bucais em
trabalhadores em artigo de revisão, encontraram alta prevalência de lesão pertencente ao grupo injúrias físicas e químicas apontando razão de prevalência (RP) de 9,68.
A doença periodontal esteve
presente em 56,2% dos 518 industriários de uma indústria metalúrgica na qual predominava o sexo masculino sobre o feminino. Este grupo de doença era a causa do absenteísmo em 10,75% dos 1680 registros analisados por Mazzilli e
Crosato (2005) em estudo com
trabalhadores o qual preponderava o sexo feminino com 86%. Tauchen, (2006) avaliando a saúde bucal de uma agroindústria na qual 58,8% eram do sexo
feminino e 41,2% eram do sexo
masculino, encontrou que em 61% dos analisados apresentaram gengivite e que
17% tinham alguma periodontite.
Observa-se que nos estudos não há uma predileção pelo gênero, salientando que os dados da presente pesquisa apontam maior acometimento no gênero masculino, 28,5%, do que no feminino, 20,5%.
No presente estudo houve
correlação estatística entre as variáveis: gênero e injúrias físicas e químicas. Yaedú, (2005) não encontrou associação estatística para as variáveis em questão, observando que 5,28% dos trabalhadores do gênero masculino e 6,24% dos
trabalhadores do gênero feminino
No presente trabalho foi observada a ocorrência dessas lesões para o gênero feminino em 9,6% dos trabalhadores e no gênero masculino foi observada em 19,7% da amostra.
As variáveis doença periodontal e
indústria alimentícia apresentaram
correlação estatística no presente estudo (Tabela 3). Avaliando a saúde bucal de trabalhadores de uma indústria alimentícia no centro-oeste paulista, Tomita et al, (1999) observaram que trabalhadores expostos à poeira de açúcar tinham níveis mais elevados de doença periodontal atingindo 83% dos trabalhadores, porém não de cárie.
Ao analisar as variáveis doenças do dente, da polpa e do periápice, não
houve correlação estatisticamente
significante. O comportamento da doença cárie foi observado por Masalin e Murtomaa (1992) em trabalhadores de uma indústria de confeitaria na Finlândia, e os autores consideraram que a dieta do trabalhador seria o fator de risco preponderante para a sua ocorrência e
que a exposição ao ambiente laboral não era um fator que elevasse a sua ocorrência.
5 CONCLUSÃO
A partir da avaliação dos dados encontrados no presente estudo foi possível afirmar, bem como identificar, a existência de agravos à saúde bucal dos trabalhadores atendidos na Unidade Odontológica do Posto Avançado do SESI, localizado em Jequié-BA. Os dados apontam a alta prevalência das doenças do dente, da polpa e do periápice, estando presente em 96,2% dos registros analisados. Quando analisado a saúde bucal por tipo industrial através dos prontuários odontológicos, ficou evidente que as doenças do dente, da polpa e do
periápice acomete similarmente os
trabalhadores atendidos no serviço
odontológico do SESI, independente do tipo de indústria.
182 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p. 173-185, jan./dez. 2011
CONDITIONS OF ORAL HEALTH WORKER OF INDUSTRIES JEQUIÉ-BA
ABSTRACT This study aims to identify health risks to workers oral Dental Care
Unity of Social Service of Industry (SESI), Jequié – BA, and also its possible correlation with industry employer. It is a quantitative descriptive cross-sectional study, which consisted of an analysis of 502 dental records to analyze the variables: gender, age, type of industry; oral lesions; profession (role); income and education. It
was ascertained in the medical records reviewed, a higher
prevalence of diseases of the tooth pulp and periapical
region, 96.2%. Periodontal isease was present in 27.2% of industrial workers and the physical and chemical injuries accounted for 17,7%
of records reviewed. Lesions of the group did
not obtain records abscesses. Thus demonstrating the
existence of oral health hazards among workers treated at
the Dental Unit of the SESI, Jequié-BA.
Keywords: Oral Health. Occupational Health Services. Occupational Dentistry.
Artigo recebido em 01/06/2011 e aceito para publicação em 30/07/2011
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ANEXOS
Tabela 1 - Distribuição dos prontuários segundo gênero, idade, escolaridade, renda, tipo industrial, Formação Profissional e Lesões Orais
Variáveis (n) % Gênero Masculino Feminino 295 73 80,2 19,8 Idade Até 20 anos De 21 a 40 anos De 41 a 60 anos Mais que 60 anos
5 295 67 1 1,4 80,2 18,2 0,3 Escolaridade Analfabeto
Até a 4ª série incompleta Até a 4ª série completa Até a 8ª série incompleta Até a 8ª séria completa Até o 2º grau incompleto Até o 2º grau completo Superior incompleto Superior completo 10 14 11 63 22 52 183 12 1 2,7 3,8 3,0 17,1 6,0 14,1 49,7 3,3 0,3 Renda Até três Salários Mínimos Entre três e cinco Salários Mínimos
Entre cinco e 10 Salários Mínimos
Mais que 10 Salários Mínimos 353 11 2 2 95,9 3,0 0,5 0,5 Tipo Industrial Alimentícia Eletricidade Transformação do Plástico Têxtil 152 67 34 115 41,3 18,2 9,2 31,3 Formação Profissional* Grupo três Grupo quatro Grupo cinco Grupo sete Grupo oito Grupo nove 8 29 26 209 42 54 2,2 7,9 7,1 56,8 11,4 14,7 Lesões Orais Abscessos Doenças do dente, da polpa e do periápice Doença Periodontal Injúrias Físicas e Químicas 0 354 100 65 0,0 96,2 27,2 17,7
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
*De acordo ao grande grupo da Classificação Brasileira das Ocupações 2002. Grupo três: Técnicos de nível médio; Grupo quatro: Trabalhadores de serviços administrativos; Grupo cinco: trabalhadores dos serviços, vendedores do comercio em lojas e mercados; Grupo sete: trabalhadores da produção de bens e serviços; Grupo oito: segunda categoria dos trabalhadores da produção de bens e serviços; e Grupo nove: Trabalhadores da manutenção e reparação.
Tabela 2 - Associação estatística entre tipo de indústria e Doenças do dente da polpa e do periápice. Tipo Doença do Dente da Polpa e do Periápice Presente Doença do Dente da Polpa e do Periápice Ausente p Alimentícia 144 8 0.2198 Eletricidade 66 1 0.2741 Plástica 33 1 0.7824 Têxtil 111 4 0.8255
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
Tabela 3 - Associação estatística entre tipo de Indústria e Doenças Periodontal.
Tipo Doença Periodont al Presente Doença Periodont al Ausente p Alimentícia 50 102 0,0385 Eletricidade 8 59 0.0019 Plástica 13 21 0.128 Têxtil 29 86 0.5695
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
Houve associação estatística entre tipo de Indústria e Doenças Periodontal Presente p<0,05
Tabela 4 - Associação estatística entre tipo de indústria e Injúrias físicas e químicas.
Tipo Injúrias Físicas e Químicas Sim Injúri as Física s e Quími cas Não p Aliment ícia 29 123 0,5502 Eletrici dade 9 58 0,3154 Plástica 9 25 1,575 Têxtil 18 97 0,4953
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
Tabela 5 - Associação estatística entre Lesões Orais e Gênero.
Lesões Orais Gênero
Doença Periodontal 0,155
Doença do dente, da polpa e do periápice
0,878 Injúrias físicas e químicas 0,043
Abscessos -
Fonte: Dados da Pesquisa (2011)
Houve associação estatística entre lesões orais do tipo injúrias físicas e químicas com ambos os gêneros p<0,05.