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Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

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Academic year: 2021

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Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Fonte: Rafael Oliveira e Márcio André Cavalcanti

Inicialmente, vejamos o conceito dado pelo Doutrinador sobre cada uma das empresas estatais:

A empresa pública é pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal, ​sob qualquer forma societária admitida em direito​, cujo capital é formado por bens e valores oriundos de pessoas administrativas, que prestam serviços públicos ou executam atividades econômicas.

A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal, ​sob a forma societária de sociedade anônima, cujo capital é formado por bens e valores oriundos de pessoas administrativas e de particulares, ​com controle acionário do Estado, que prestam serviços públicos ou executam atividades econômicas.

Como vimos, algumas diferenças são inegáveis e merecem destaque. A primeira é quanto a composição do capital. A empresa pública pode ser apenas composta de bens e valores de pessoas administrativas, seja ela pública ou privada. Vejamos o que dispõe a Lei:

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Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

A Sociedade de Economia mista, por outro lado, é formada por capital público e privado. Vale ressaltar que o controle acionário deve permanecer com o Estado. Neste sentido, vejamos:

Enquanto nas empresas públicas o controle societário pertence ao Ente federado, ainda que possa haver a participação minoritária de entidades da Administração Indireta, nas sociedades de economia mista o controle pode ser assumido por Ente federado ou entidade da Administração Indireta, com a participação minoritária de pessoas da iniciativa privada (arts. 3.º e 4.º da Lei 13.303/2016).

Em relação à forma societária, a empresa pública pode revestir qualquer modalidade societária existente, enquanto a sociedade de economia mista são apenas sociedades anônimas.

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No que tange ao foro competente para julgamento, compete à Justiça Federal julgar as empresas públicas federais. No tocante às sociedades de economia mista, será ordinariamente da justiça comum estadual.

Cuidado! De acordo com o Autor:

As sociedades de economia mista federais serão processadas e julgadas, excepcionalmente, na Justiça Federal se a União intervier como ​assistente ou opoente​, conforme o enunciado da Súmula 517 do STF.

A Justiça Federal também é competente para processar e julgar mandado de segurança contra ato ou omissão do dirigente da sociedade de economia mista federal, investido em ​função administrativa​, na forma do art. 109, VIII, da CRFB.

A instituição das duas é necessário a autorização legislativa, de iniciativa do Poder Executivo. Após, deve ser registrada nos termos do código civil (Artigo 45). Para a sua extinção, é necessário observar o princípio da simetria, ou seja, a autorização legislativa e iniciativa do executivo.

Vale ressaltar que esta própria lei pode conter a autorização genérica para a criação de subsidiárias (ADI 1.649/DF).

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1) a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação;

2) a exigência de autorização legislativa, todavia, não se aplica à alienação do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade.

STF. Plenário. ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943) - Comentários do Site Dizer o Direito.

Em relação ao objeto, podem ser dois: a) prestação de serviço público e b) exploração de atividade econômica. Evidentemente, não é toda a atividade econômica que o Estado poderá participar, mas sim aquelas que sejam necessárias à segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.

Isto acontece porque a regra é as atividades econômicas sejam dos particulares, sendo a participação estatal neste ramo apenas subsidiária e em atividades importantes para toda a coletividade. Neste sentido, mister ressaltar o Artigo 27 da Lei 13.303:

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Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação.

O regime de pessoal será o CELETISTA, sendo também considerados como funcionários públicos para fins penais e sujeitos de atos de improbidade administrativa. São ainda sujeitos à concurso público, impossibilidade de acumulação de cargos (salvo os previstos na Constituição) e submissão ao teto remuneratório, salvo os empregados das empresas estatais não dependentes do orçamento.

É importante ressaltar que o pessoal das estatais não gozam de estabilidade e serão julgados pela Justiça do Trabalho. De acordo com o STF, a demissão dos empregados das empresas estatais deve ser motivada (Tese 131, RG).

Via de regra, o patrimônio é privado, sendo que em determinadas situações poderá ter a garantia da impenhorabilidade, desde que seja necessário para dar continuidade aos serviços públicos.

Os atos praticados, via de regra, são caracterizados como privados. No entanto, em determinadas situações podem sofrer controle por parte do desempenho de atividades administrativas. Neste sentido, vejamos a súmula 333, STJ:

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Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Em relação ao regime de responsabilidade civil, as empresas prestadoras de serviço público são submetidas ao regime da responsabilidade objetiva. Por outro lado, as que desempenham atividades econômicas são submetidas ao regime da responsabilidade subjetiva.

Importante! Na hipótese de inexistir patrimônio suficiente para adimplementos das obrigações das estatais, o respectivo Ente federado responderá subsidiariamente perante os credores.

Cuidado! Muitas questões colocam como sendo responsabilidade solidária, o que está INCORRETO.

Via de regra, não se submetem ao regime de pagamento por precatório ou RPV, salvo quando desempenham atividade de estado e em regime de monopólio. Vejamos:

Sociedades de economia mista que desenvolvem atividade econômica em regime concorrencial ​não se beneficiam do regime de precatórios, previsto no art. 100 da Constituição da República. Tese 253, RG.

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Em relação ao Controle pelo Tribunal de Contas, o STF já decidiu que são submetidas no MS 25.092. A recente legislação corrobora com o entendimento. Vejamos:

Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo ​tribunal de contas ​competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição.

Por fim, a falência e recuperação judicial não se aplicam às empresas estatais. Neste sentido, existe previsão legal expressa na Lei de Recuperação e falências.

Julgados importantes - Dizer o Direito:

Compete à ​Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoal. STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992) (Info 968).

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A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação. Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade. STF. Plenário.ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943).

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858). É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de economia mista prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento de débitos trabalhistas Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88 e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88 e da separação funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados. STF. Plenário. RE 589998

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ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).

Questões​:

(CESPE - TCE MG) De acordo com a Lei n.º 13.303/2016, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, é a empresa pública. ​R: Correto! Conforme mencionado no presente material.

(CESPE) Antes de ser leiloada, a CEPISA, por ser sociedade de economia mista, era uma entidade integrante da administração direta. ​R: Falso! São integrantes da Administração Indireta.

(CESPE - MP PI) Apesar de terem o tipo societário de sociedade anônima, as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público. ​R: Falso! São Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

(CESPE - EMAP) Dado o caráter privado das sociedades de economia mista, o Tribunal de Contas da União está impossibilitado de exercer seu controle externo. Todavia, a legislação pertinente determina que o estatuto social da respectiva entidade preveja formas de controle interno. ​R: Falso! As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são sujeitas ao controle dos Tribunais de Contas.

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(CESPE - EMAP) A criação de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação deve ser autorizada por ato do chefe do Poder Executivo. ​R: Falso! A autorização deve ser feita por meio de LEI.

(CESPE - EMAP) A empresa pública difere da sociedade de economia mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela é empresa estatal de direito privado, esta é de direito público. R: Falso! As duas são de Direito Privado.

(CESPE - STM) Por ser dotada de personalidade jurídica de direito público e

integrar a administração pública indireta, a empresa pública não pode explorar

atividade econômica. R: Falso! Podem prestar serviço público ou exercer atividade econômica. Vejamos o que dispõe a CRFB:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços​, dispondo sobre: (Redação da EC 19/1998)

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(CESPE) As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime trabalhista

próprio das empresas privadas. ​R: Correto!​ Vejamos:

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, ​trabalhistas​ e tributários;

(CESPE - PC MA) ​As sociedades de economia mista e empresas públicas são

entidades de direito privado integrantes da administração indireta, criadas por

autorização legal, para o desempenho de atividades gerais de caráter econômico

ou, em certas situações, prestação de serviços públicos. ​R: Correto! São as

finalidades do Artigo 173, CRFB, mencionado acima.

(CESPE - TRF 1a) O principal critério de distinção entre empresa pública e

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aquela integra a administração direta. ​R: Falsa! As duas fazem parte da Administração Indireta.

(TRT - CESPE) Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia

mista sujeitam-se ao regime falimentar. R: Falso! Vejamos o que dispõe a Lei de

Falências e Recuperação Judicial:

Art. 2º Esta Lei ​não se aplica a:

I – ​empresa pública e sociedade de economia mista;

Bons Estudos! Equipe CTPGE

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