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PRODUÇÃO DE HÍBRIDOS DE MELÃO RENDILHADO EM FUNÇÃO DA REUTILIZAÇÃO DO SUBSTRATO

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Academic year: 2021

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PRODUÇÃO DE HÍBRIDOS DE MELÃO RENDILHADO EM

FUNÇÃO DA REUTILIZAÇÃO DO SUBSTRATO

Atalita Francis Cardoso1; Hamilton César de Oliveira Charlo1; Letícia Akemi Ito1; Leila Trevizan Braz1; José Eduardo Corá2

1

FCAV/UNESP – Departamento de Produção Vegetal; Via de Acesso Prof. Paulo DonatoCastellane, s/n, 14884-900, Jaboticabal-SP;email:atalitacardoso@yahoo.com.br, hamiltoncharlogmail.com, leleakemi@yahoo.com.br, leilatb@fcav.unesp.br ; 2FCAV/UNESP – Departamento de Solos e Adubos; Via de Acesso Prof. Paulo DonatoCastellane, s/n, 14884-900, Jaboticabal-SP;email:cora@fcav.unesp.br.

RESUMO

Um experimento foi conduzido visando avaliar o desempenho de dois híbridos de melão rendilhado (Cucumis melo L.) cultivados em fibra de coco reutilizada, em casa de vegetação na UNESP-FCAV, Jaboticabal-SP, no período de abril de 2008 a junho de 2008. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2x3, com quatro repetições. Os tratamentos resultaram da combinação de dois híbridos: (‘Bônus n 2’ e ‘Fantasy’) e três tipos de utilização de substrato (S1 = fibra da casca de coco nova; S2 = fibra da casca de coco reutilizada uma vez na cultura do pimentão; e, S3 = fibra da casca de coco reutilizada por duas vezes, 1º na cultura do pimentão e 2º na cultura do melão). O cultivo foi realizado em vasos plásticos de 13 dm3 e dispostos em fileiras duplas nos espaçamentos 0,5m x 0,8m entre fileiras simples e 1,10 entre fileiras duplas. Foi utilizada irrigação por gotejamento com solução nutritiva recomendada para cultura por Castellane e Araújo (1994). Após a colheita avaliaram-se: diâmetro e comprimento do fruto, índice de formato de fruto, inserção do pedúnculo, espessura do mesocarpo, firmeza e produtividade. Concluiu-se que a reutilização de substratos por até três vezes não afeta o rendimento dos híbridos de melão rendilhado.

PALAVRAS-CHAVE: produção; substrato,

fibra de coco, melão rendilhado.

ABSTRACT

Production of net melon hybrids in function of reused substrate

A field trial was carried out to evaluate of production of two net melon (Cucumis melo L.) hybrids, cultivated in reused coconut fiber substrate, under greenhouse at UNESP-FCAV, Jaboticabal-SP, during the period of April, 2008 to June, 2008. The experimental design was completely randomized blocks, in 2x3 fatorial scheme, with four repetitions. The treatments resulted of the combination of two net melon hybrids: (‘Bonus 2’ e ‘Fantasy’) and three types of substrate (S1 = new coconut fiber; S2 = coconut fiber reused once the culture of sweet peppers; and, S3 =.coconut fiber reused twice, 1st in the culture of sweet pepper and 2nd in the culture of the net melon). The cultivation was in plastic pots of 13 dm3 containing coconut fiber, were arranged in spacing of 0,5 m x 0,8 m between simple rows and 1,10 m between double rows. It was used drip irrigation with nutrient solution recommended for culture by Castellane & Araujo (1994). After harvest were evaluated: fruits diameter, fruits length, index of fruit shape, pulp thickness; pulp firmness and productivity. Based on the results obtained, concluded that the reuse of substrates for three times doesn’t affect the performance of net melon.

KEYWORDS: production; substrate; coconut

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INTRODUÇÃO

A crescente demanda por hortaliças de alta qualidade e ofertadas durante o ano todo tem contribuído para o investimento em novos sistemas de cultivo, que permitam produção adaptada a diferentes regiões e condições adversas do ambiente (Carrijo et al., 2004). Recentemente tem se utilizado na agricultura a fibra da casca de coco verde, um substrato renovável e ecologicamente correto, com o intuito de permitir o cultivo de hortaliças em áreas com problemas de contaminação de solo, bem como aumentar a produtividade. Há que se ressaltar também a importância da reciclagem de nutrientes, e do aproveitamento de resíduos orgânicos na agricultura, que aliados às modernas técnicas de produção visam aumentar a produtividade e reduzir impactos ambientais (Charlo, 2005).

O melão rendilhado é uma hortaliça largamente cultivada no Japão, e teve seu primeiro cultivo comercial em 1986, pela CAC (Cooperativa Agrícola de Cotia), com sementes importadas do Japão (Rizzo, 2004). Os Estados do Paraná e São Paulo têm produzido esse melão com sucesso (Roselato, 1997; Alves, 2000). Estes melões apresentam vantagens comerciais em relação aos outros tipos, tais como, preferência pelo consumidor, boa cotação comercial e cultivo em pequenas áreas com boa lucratividade (Rizzo, 2004). Seu consumo está também relacionado ao teor de sólidos solúveis, responsáveis pelo sabor, e ao aspecto visual, que o diferencia dos outros tipos de melões existentes no mercado. Sua qualidade nutricional, também, tem contribuído favoravelmente para seu consumo, pois se sabe que estes melões são boa fonte de beta-caroteno (Lester, 1997). Devido à crescente procura por novas formas de cultivo em substrato e de sua utilização, há uma tendência crescente à procura por pesquisas que abordem a reutilização destes na agricultura, mais especificamente no cultivo de hortaliças. Portanto, objetivou-se neste trabalho avaliar o desempenho de frutos de dois híbridos de melão rendilhado em função da reutilização de substrato.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de abril de 2008 a junho de 2008, em casa de vegetação na UNESP-FCAV, Campus de Jaboticabal-SP, com delineamento em blocos ao acaso. Os tratamentos foram compostos pela combinação de dois híbridos (‘Bônus n 2’ e ‘Fantasy’) e três diferentes tipos de utilização de substrato (S1 = fibra da casca de coco nova; S2 = fibra da casca de coco reutilizada uma vez na cultura do pimentão; e, S3 = fibra da casca de coco reutilizada por duas vezes, 1º na cultura do pimentão e 2º na cultura do melão) por em esquema fatorial 2 x 3, com quatro repetições. Cada parcela constou de seis vasos, sendo a primeira e a última consideradas como bordadura, avaliando desta forma, as quatro centrais. Todo o experimento continha 144 plantas. A semeadura foi realizada em bandejas de poliestireno com 128 células e o transplante foi realizado aos 15 dias após semeadura. O cultivo do melão foi realizado em vasos de 13 dm3, os quais foram preenchidos com casca de fibra de coco.

Os vasos foram dispostos em fileiras duplas nos espaçamentos 0,5 m x 0,8 m entre fileiras simples e 1,10 entre fileiras duplas. Foi utilizada irrigação por gotejamento com solução nutritiva recomendada para cultura por Castellane e Araújo (1994). O tutoramento das plantas foi feito com fitilhos plásticos presos a arames localizados rentes ao solo e a 2 m de altura, e quando estas atingiram 2 m de altura foi realizada a capação.

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Foram realizadas desbrotas (ate o 8o no e após a fixação dos frutos) e amarrios das plantas sempre que necessário. A polinização foi realizada manualmente e após o pegamento dos frutos foram efetuados raleios sempre que necessário, para deixar dois frutos por planta. A colheita foi realizada em junho de 2008, quando a região de abscisão dos frutos apresentou rachadura em todo seu perímetro. As variáveis avaliadas foram: diâmetro e comprimento do fruto, obtidos através de um paquímetro digital e valores expressos em milímetros; índice de formato de fruto: obtido pela razão entre médias dos diâmetros longitudinal e transversal do fruto; inserção do pedúnculo, obtidos através de um paquímetro digital; espessura do mesocarpo, obtidos através de um paquímetro digital; firmeza da polpa , obtidos com auxílio de um penetrômetro digital sendo que os resultados foram convertidos em Newton (N) e produtividade, expressa em t ha-1. Para cada característica, realizou-se a análise de variância, quando o valor de F calculado foi significativo, realizaram comparações entre médias, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação significativa entre os fatores estudados para as características avaliadas. Não foram encontradas diferenças significativas para o diâmetro transversal dos frutos, tanto para o fator híbrido quanto para o fator substrato, com médias de 120,76 mm. Estes valores são superiores aos encontrados por (Pádua, 2001; Purquerio & Cecílio Filho, 2005). O híbrido ‘Fantasy’ apresentou médias superiores ao ‘Bônus no 2’, com médias de 123,36 mm para diâmetro longitudinal do fruto e 1,01, para índice de formato de fruto (Tabela 1). Isto significa que o híbrido ‘ Fantasy’ apresenta frutos mais alongados. Lopes (1982) classifica os frutos de acordo com seu índice de formato como esféricos (IFF = 1), oblongos (IFF = 1,1 a 1,7) e cilíndricos (maior que 1,7). Essa característica é importante para padronizar os frutos e definir da embalagem e o arranjo no interior destas, optando se por frutos esféricos (Gusmão, 2001; Pádua, 2001, Purquerio & Cecílio Filho, 2005). Para o diâmetro da inserção do pedúnculo não foram encontradas diferenças entre os tratamentos, com média de 7,35 mm. Valores semelhantes foram encontrados por Vargas et al. (2008), em cultivo em substrato.

Estes autores, avaliaram esta característica em dois sistemas de cultivo (solo e substrato) evidenciando a superioridade das plantas cultivadas em substrato. Para espessura do mesocarpo não houve diferenças entre os tratamentos, com média geral de 34,08 mm. O híbrido Bônus n° 2 apresentou 33,47 mm, valor superior ao encontrado por Purquerio & Cecílio Filho (2005), que verificou 31 mm para o mesmo e por Gusmão (2001), que em cultivo em casa de vegetação com diferentes ambientes encontrou valor máximo de 33 mm.

O híbrido Bônus no 2 mostrou-se mais firme que ‘Fantasy’, (Tabela 2). A reutilização do substrato não interferiu nesta característica, ou seja, a firmeza do fruto não se altera em três cultivos no mesmo substrato. Essa característica é importante para definição de mercado. Frutos mais firmes são mais resistentes às injúrias mecânicas durante o transporte e comercialização podendo ser exportados e os de qualidade inferior comercializados no mercado local (Grangeiro, 1997). Para produtividade não verificou-se diferença significativa entre os fatores avaliados, bem como interação entre os mesmos. A produtividade média encontrada foi de 39,57 t/ha, sendo esta superior a produtividade média obtida por tradicionais produtores brasileiros, a qual é de 30 t/ha.

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Os resultados encontrados no presente trabalho são inferiores aos observados por Vargas et al. (2008), que ao cultivar o meloeiro rendilhado em fibra de coco obteve produtividade média de 50,20 t/ha. Esta diferença provavelmente esta relacionada a época de condução dos experimentos, pois Vargas et al. (2008) cultivaram o meloeiro no verão, enquanto o presente trabalho foi conduzido no outono/inverno. A condução do meloeiro no verão, onde os dias são mais longos e com maior luminosidade, favorece o desenvolvimento das plantas, bem como a fotossíntese e consequentemente maior produtividade. Porém, a produtividade encontrada no presente trabalho está dentro da faixa considerada por Fonseca (1994) e Gusmão (2001), satisfatória para melões do grupo reticulatus, que é de 27 a 45 t/ha. É importante ressaltar que a reutilização do substrato não influenciou na produtividade, sendo assim, o substrato pode ser reutilizado por até três cultivos sem prejuízos em produtividade. Além disso, a reutilização do substrato é uma maneira de diminuir o custo de produção do meloeiro, pois não é necessário adquirir um novo substrato a cada cultivo, bem como ter gastos com mão-de-obra para preenchimento dos vasos. Estes resultados sugerem que o cultivo de melão rendilhado em fibra de casca de coco e fertirrigação é uma alternativa viável para os produtores, pois além da produtividade ser elevada, os frutos obtidos são de qualidade superior e há a possibilidade da reutilização do substrato por até três vezes, sem afetar a produção dos mesmos.

REFERÊNCIAS

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utilizando fibra da casca de coco e fertirrigação. Jaboticabal: FCAV-UNESP. 56 f. (Trabalho

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GUSMÃO SAL. 2001. Interação genótipo x ambiente em híbridos de melão rendilhado (Cucumis melo var. reticulatus Naud.).Jaboticabal: FCAV-UNESP. 143 f. (Tese doutorado)

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RIZZO AAN; BRAZ LT. 2004. Desempenho de linhagens de melão rendilhado em casa de vegetação. Horticultura Brasileira 22: 784-788.

ROSELATO C. 1997. Melão-de-renda é nova opção para estufas. Suplemento Agrícola 2187: 3.

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Tabela 1. Valores médios para características: diâmetro transversal do fruto (DTF), diâmetro longitudinal dos

frutos (DLF), índice de formato de fruto (IFF), índice de formato do lóculo (IL), diâmetro da inserção do pedúnculo (IP),espessura do mesocarpo (E) , firmeza da polpa (F) e produtividade(P) de dois híbridos de melão rendilhado em função da reutilização de substrato. Jaboticabal- (SP), FCAV-UNESP-2009. Averages for characters: tranverse diameter fruit (DTF), longitudinal diameter fruit (DLF), index of fruit shape (IFF), diameter of the inserction of stalk (IF), pulp thickness (E), pulp firmness (F) and productivity (P) of two net melon hybrids in function of reused of substrate. Jaboticabal –(SP), FCAV-UNESP-2009.

DTF DLF IFF IP E F P (mm) (mm) (N) (t/ha) Híbridos (H) Bônus no2 120,71 a 119,36 b 0,98 b 7,41 a 33,47 a 13,77a 38,45 a Fantasy 120,82ª 123,36 a 1,01 a 7,29 a 34,71 a 12,22b 40,70 a Substratos (S) 1a vez 120,90ª 121,10 a 0,99 a 7,10 a 33,99 a 13,03a 39,20 a 2 a vez 119,93 a 121,51 a 1,00 a 7,72 a 33,83 a 12,87a 40,25 a 3 a vez 121,46 a 121,71 a 0,99 a 7,24 a 34,46 a 13,03a 39,28 a cv % 3,11 2,71 6,19 8,92 8,11 13,09 9,70

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

*

Significativo ao nível de 5% de probabilidade.

**

Significativo ao nível de 1% de probabilidade.

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