• Nenhum resultado encontrado

Curso LINGUAGENS EXPRESSIVAS E HISTÓRIA DA ARTE. Disciplina LINGUAGEM DOS MATERIAIS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Curso LINGUAGENS EXPRESSIVAS E HISTÓRIA DA ARTE. Disciplina LINGUAGEM DOS MATERIAIS"

Copied!
204
0
0

Texto

(1)

Curso

LINGUAGENS EXPRESSIVAS E

HISTÓRIA DA ARTE

Disciplina

(2)

Curso

LINGUAGENS

EXPRESSIVAS E

HISTÓRIA DA ARTE

Disciplina

LINGUAGEM DOS

MATERIAIS

Eveline CARRANO

Maria Helena REQUIÃO

(3)

Sobre

a

s

a

u

tor

a

s

EVELINE CARRANO HENRIQUES PORTO, psicóloga (CRP 05/8017), arteterapeuta (AARJ/10), arte-educadora; pós-graduada com especialização em Psicoterapia Junguiana e o Imaginário (PUC-RJ) Terapia de Família (UCAM-RJ) e Arteterapia na Saúde e na Educação (UNIRIO); curso de mestrado na área de Psicologia Social e da Personalidade (FGV - RJ). Professora na pós-graduação em Arteterapia e Psicopedagogia e Terapia de Família no Projeto A Vez do Mestre (UCAM - RJ) na graduação do curso de Pedagogia (UCAM - RJ); na pós-graduação (UVA - RJ). Participação em congressos nacionais e internacionais como palestrante. Atua como psicóloga e arteterapeuta, ministrando cursos, ateliê, oficinas com crianças e adultos, atendimento arteterápico e supervisão e orientação de casos em Arteterapia. Membro da associação de Marionnette et Thérapie (França). Membro Fundador da Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro - AARJ.

MARIA HELENA PINHEIRO REQUIÃO é professora de História com especialização em História Contemporânea (Instituto Bennett) sem defesa de tese, e completou fazendo curso de Atualização em História (PUC), Atualização em Educação (UERG), Cultura Oriental (PUC) e Filosofia Oriental também na PUC. Depois resolveu mudar fazendo Arteterapia com especialização na faculdade (UCAM-RJ) e fazendo outra especialização em Psicologia Analítica (IBMR), assunto pelo qual se apaixonou. Atualmente, trabalha com senhoras idosas em Instituição Israelita, realizando trabalho voluntário em Instituições Beneficentes. Faz palestras para senhoras da 3ª Idade, na UNATI, e para prestadoras de trabalhos voluntários também na UNATI.

(4)
(5)

Su

m

ári

o

07

Apresentação

09

Aula 1

Os materiais gráficos

43

Aula 2

As tintas

79

Aula 3

As massas

105

Aula 4

Materiais duros

135

Aula 5

As colas e a colagem

161

Aula 6

Materiais alternativos

197

AV1

Estudo dirigido da disciplina

200

AV2

Trabalho acadêmico de

aprofundamento

(6)
(7)

Linguagem dos

Materiais

C

AD

ERN

O

DE

E

S

TUDOS

Apresen

ta

çã

o

Neste caderno, você terá seis aulas.

Na primeira aula, estudaremos a linguagem e as propriedades dos materiais gráficos.

Na segunda aula, abordaremos as infinitas possibilidades do uso das tintas.

Na terceira aula, você entrará em contato com os vários materiais utilizados na modelagem.

Na quarta aula, descobriremos o mundo dos materiais duros e as sucatas usados na técnica de escultura

Na quinta aula, os materiais utilizados na técnica de colagem. Experimentando-os, analisando-os.

Finalmente, na sexta aula, descobriremos outras possibilidades de materiais alternativos e seu uso na arte.

Objetivo

s

g

e

rais

Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Perceber a diferença entre os materiais e as técnicas relacionadas aos mesmos;

 Conhecer mais sobre a importância da linguagem específica de cada material e sua aplicação na educação e na saúde;

 Aprender a manipular os diferentes materiais, explorando suas qualidades expressivas;

 Aprender novas técnicas e criar outras que serão muito importantes para o seu trabalho;

 Reconhecer no trabalho dos grandes mestres da história da arte o emprego dos materiais e sua associação com diferentes técnicas artísticas.

(8)
(9)

Os Materiais Gráficos

Eveline Carrano Henriques Porto Maria Helena Pinheiro Requião

A

ULA

1

Apresen

ta

çã

o

Nesta aula, estudaremos os vários materiais gráficos como, lápis de cor, lápis cera, hidrocor, carvão, entre outros. Conheceremos a

sua linguagem, suas propriedades e aplicabilidade.

Faremos um breve passeio histórico pela arte, conhecendo os seus principais artistas, observando como eles utilizavam os materiais gráficos em suas obras.

Possibilidades para ser trabalhado tanto na educação quanto na saúde. É uma técnica que facilita a comunicação entre o aluno/paciente e o professor/terapeuta.

Apresentaremos a vocês diferente técnicas que o desenho nos permite realizar. Traremos exemplos de trabalhos e sugestões de atividades, além da indicação do aspecto terapêutico das várias técnicas que o desenho permite

Espero que gostem e uma boa aula!

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender a linguagem e a aplicabilidade do desenho;  Aprender as várias técnicas do desenho e como aplicá-las para

facilitar o trabalho criativo;

 Estudar novas técnicas e criar outras que serão muito importantes para o seu trabalho.

(10)

Os materiais gráficos - desenhos

Os desenhos são comunicações diretas vindas do inconsciente e não podem ser facilmente camufladas, diferente da comunicação verbal.

(Furth, Gregg M.) Agora, abordaremos os materiais gráficos, muito utilizados na técnica do desenho. Estes materiais estão ao alcance das nossas mãos. Acompanha toda a trajetória da educação, chegando a ser um instrumento, muitas vezes, fundamental na relação ensino/aprendizagem.

Por fazerem parte do mundo em que vivemos, são considerados de grande valor pedagógico e terapêutico, pois a criança desde a mais tenra idade se expressa através do grafismo de uma maneira espontânea e natural.

Os materiais gráficos, como o lápis de grafita, com sua variedade de grau de dureza; os lápis de cor; o lápis de cor aquarelável; os lápis de cera, o lápis ou bastão de carvão; o bastão de pastel seco e a óleo; a canetinha hidrocor e o pilot são instrumentos de elevada importância expressiva e gráfica.

Ao experimentarmos esses materiais, descobriremos suas variadas e ricas possibilidades expressivas e pictóricas, o que nos levará ao uso de outras técnicas e à descoberta de novas aplicações e utilização desses mesmos materiais, os quais deveremos conhecê-los bem para que possamos atingir objetivos expressivos em arte, tanto na área da saúde como na da educação.

Para fins didáticos, poderemos separar esses materiais em dois grupos: primeiro, os dos materiais mais duros, pois eles irão permitir maior controle e

Os materiais gráficos –

desenhos 10

Os materiais gráficos e a técnica

do desenho 11

(11)

precisão do traçado. Neste grupo, citaremos os lápis de grafita, os lápis de cor e a canetinha hidrocor. No segundo grupo, falaremos sobre os materiais de transição, ou seja, aqueles materiais não se enquadram somente pela sua dureza, mas, sim que podem sair do traço, do controle, para a expansão e a fluidez; que são os lápis de cera, os bastões de carvão, de pastel seco e óleo, e o lápis de cor aquarelado.

Os materiais gráficos e a técnica do

desenho

O desenho é uma atividade artística cuja produção resulta em composições bidimensionais constituídas por pontos, linhas, formas.

Desde o início da humanidade, os materiais gráficos têm sido utilizados pelo homem como forma de linguagem e de expressão de sentimentos. No início, era utilizado em um contexto tribal e religioso, tendo um cunho místico, como se fosse dotado de poderes mágicos ou espirituais, bastando o ato de desenhar para realizar seus pensamentos ou desejos. À medida que, porém, a humanidade evoluiu, o desenho também ganhou uma identidade própria, se desvinculando da religiosidade, mas continuando como uma forma de expressão, só que agora ligado à arte, com a história relatando as transformações que ocorriam no mundo. Até o Renascimento, foi usado como forma de expressão sem muita preocupação com a técnica, mas a partir daí pelas mudanças ocorridas na mentalidade da época foi encarado com mais rigor, tendo sido a sua técnica bastante apurada.

A história do homem e a do desenho, como também da pintura, difere das outras técnicas de comunicação, por antecederem as manifestações racionais como a linguagem, a escrita e a fala, quando

(12)

o homem começa a desenhar e a pintar para transmitir as experiências que viveu. Esta realidade do passado nos é mostrada no presente. Ao observarmos uma criança nos seus primeiros anos de vida, veremos que antes mesmo de ter adquirido um pensamento lógico e uma fala correta, ela recorre ao traço, buscando uma forma de expressão que a satisfaça. Ao executar sua obra, cheia de risco e rabiscos, seus gestos são tão naturais e espontâneos como os que faz ao andar, ao comer e ao falar, fazendo parte da expressão intrínseca da espécie humana. É a necessidade de reproduzir o que sente, o que imagina e o que vive através do traço. Sua forma de expressão é um simples rabisco desordenado, mas que, para ela, torna-se real concreta. O desejo de representar, de imitar começa ainda muito pequeno quando, através de uma variedade de rabiscos, representa histórias simples e profundas que fazem parte do mundo em que vive.

Com o seu desenvolvimento, esses traços desordenados tornam-se mais precisos e identificáveis. Existem numerosas técnicas que ajudam a criança a expressar seus sentimentos por meio do desenho, mas o importante é levá-la a tomar consciência de si mesma e do seu lugar no mundo. Isso, porém, não se refere apenas à criança, mas também ao adolescente e ao adulto que passam por crises interiores, sendo o desenho por suas características de abstração e ordenação de pensamento uma atividade de grande valor terapêutico.

Howard Gardner, psicólogo americano, vê nos primeiros passos do ser humano, buscando se expressar através do traço, uma intuição genuína da necessidade de adaptação ao mundo através do desenvolvimento de percepções, acompanhado por interações motoras e que são estimuladas pelo ambiente que o cerca.

(13)

A percepção, como não ignoramos, é imprescindível tanto à saúde como à aprendizagem. É uma fusão entre o pensamento e o sentimento, o que nos possibilita estarmos no mundo vivendo, atuando e refletindo sobre nós, o outro e a realidade em que vivemos.

E o que é a aprendizagem senão uma reflexão sobre nós e o mundo, sobre o presente e o passado para construção do futuro? Baseada nessa e em outras premissas, a educação ainda no século XIX, na Europa, e um pouco mais tarde no Brasil, aliou a arte com suas várias modalidades da educação, dando uma grande ênfase a essa nova parceria. Porém para que essa aliança se concretize, é importante educar o modo de ver, de observar. Ensinar a fazer arte é muito pouco, o importante é conscientizar a importância da arte e dos materiais dos quais ela se utiliza na vida de cada um de nós.

O desenho é uma manifestação do Ego (centro do nosso consciente), que se utiliza de sua função organizadora para transmitir suas imagens interiores vindas do inconsciente, carregadas de informações importantes ou banais, mas que desconhecíamos.

Através do desenho, podemos avaliar as condições psíquicas do indivíduo pela proporção e disposição das formas apresentadas, pela iluminação da cena (clara ou escura), pelo uso das cores (por vezes fortes demais) e pela natureza dos motivos (infantis, assustadores, abstratos).

Quanto mais rígida for a postura do indivíduo, mais ele necessita do desenho como forma de expressão não verbal.

(14)

De um modo geral, esta é uma atividade bem aceita, pois o material utilizado dá uma sensação de segurança.

Quando desenhamos, a coordenação motora fina é bastante trabalhada; por isso, é necessário o estímulo do desenho. Ao desenhar, se exercita, também, a coordenação viso-motora, e o exercício da expressão espontânea, que envolve o físico e o intelecto. Com ele, trabalhamos a atenção, a concentração, a organização, o centrar-se, facilitadores do contato mais íntimo com a realidade, tanto interna quanto externa.

Existem algumas modalidades de desenhos que veremos a seguir, juntamente com as indicações de uso.

 Desenho de cópia – trabalha a atenção e a concentração, direcionado para a realidade, para o entorno, uma vez que é uma cópia direcionada para o real. Algumas pessoas têm enorme dificuldade em executar esse trabalho, alguma vezes por pura inabilidade, outras por apresentarem dificuldade de concentração. É de grande ajuda no trabalho com pessoas com dificuldade de concentração e atenção, bem como com características sonhadoras, isto é, dispersas e desatentas.

Sugestão de atividade:

Solicita-se que cada aluno leve para a sala de aula uma fotografia, que pode ser da família, do próprio aluno, de um lugar, de uma festa, enfim, de várias coisas ou eventos.

Os alunos, individualmente, apresentam aos colegas a fotografia que trouxeram. A seguir, propõe-se

(15)

que cada um desenhe, numa folha branca sulfite, a imagem da fotografia que trouxe. Os desenhos são expostos e sugeridos comentários sobre os mesmos.

Em outra etapa, os alunos trocam as fotografias uns com os outros e elaboram novos desenhos.

É montada a exposição dos novos desenhos, de modo que, para cada foto, dois desenhos sejam expostos e tecidos comentários sobre os mesmos. Comparações ocorrerão e, nesse momento, é importante deixar registrado para o aluno que as diferenças entre as pessoas é que constituem os diferentes modos de desenhar.

Cada aluno percebe uma mesma imagem de formas diferentes e isso se dá porque a percepção está ligada ao sentido. Vygotsky (1982) diz que uma das características da percepção é que ela não pode ser separada da atribuição de sentido do objeto percebido. Dessa forma, a denominação do objeto e a sua interpretação ocorre juntamente com a percepção do mesmo. O significado e o sentido dado aos elementos e ao mundo acompanham o processo de percepção dos mesmos.

A solicitação de algo que é importante e especial para o aluno é uma forma de valorizá-lo e promover um maior conhecimento entre os sujeitos

 Desenho livre ou espontâneo - é uma ferramenta de valor inestimável nas mãos de um professor ou de um psicólogo. É uma forma de conhecer melhor seu aluno ou paciente, pois o ato de criação nada mais é do que a revelação de conteúdos psíquicos. O psicólogo suíço, Carl Gustav Jung, utilizou a técnica do desenho no atendimento a seus pa-

(16)

cientes, pois enxergava o seu valor pelos símbolos que trazia. Para ele, os símbolos eram um veículo de conhecimento de si e do mundo e estes símbolos surgiam espontaneamente no momento do desenho. Essa é uma atividade íntima, só o indivíduo e o papel.

Sugestão de atividade:

Colocam-se folhas de papel Kraft (pardo) presas nas paredes da sala de aula formando um grande painel. Isso permite que os alunos desenhem num outro plano, diferente daquele das carteiras. De uma forma ou de outra, eles apreciam modos inovadores para desenvolver desenhos.

A proposta é que cada aluno desenhe aquilo que quiser, usando lápis de cera e/ ou canetas hidrográficas. Finalizado o tempo, propõe-se que cada um comente o próprio desenho.

Todos são solicitados a ver, a distância, o painel desenhado. Na sequência, essa atividade poderá ser repetida com a sugestão de um tema: coisa da natureza, um determinado lugar que todos conheçam a escola, o centro da cidade.

Quanto mais os alunos desenharem de forma interativa, mais aumenta sua possibilidade de apropriação. O desenho partilhado e constituído socialmente é mediador para o desenvolvimento do conhecimento do aluno.

 Desenho dirigido – é aquele feito a partir de um simples traço ou de um tema. A partir dele, podem surgir emoções bloqueadas que necessitam vir à tona.

(17)

Sugestão de atividade:

Esta atividade, inicialmente, é individual. Cada criança tem, à sua frente, uma folha de papel sulfite. O professor, andando pela sala de aula, efetua em cada folha um traço. Depois de realizado o traço nas folhas de todas as crianças, propõe-se que cada uma delas efetue um desenho a partir desse traço.

Esta atividade aparentemente simples provoca no aluno o encontro de uma solução a partir do aproveitamento do traço, transformando-o na configuração da forma. Isso pode representar um desafio e, sendo assim, motivar o aluno para a (re) criação de desenhos.

Após a realização dos trabalhos individuais, a proposta poderá se estender para o trabalho em grupo. Ao passar pelos grupos, o professor faz traços em folhas maiores e propõe que os desenhos sejam realizados com base neles, de forma interativa. Como em outras atividades, emergem das dificuldades e negociações elementos para futuras análises do professor.

A seguir, trocam-se os trabalhos: cada grupo fica com a folha de outro grupo. Agora, a proposta é que cada grupo complemente ou transforme as figuras já desenhadas pelo grupo anterior.

Nota: esta proposta é muito interessante, pois ela leva a uma maior integração do grupo, ajuda a vencer dificuldades, valoriza o processo de criação, tanto individual como em grupo.

Na sequência, os trabalhos são expostos para apreciação e comentários do grupo.

(18)

 Desenho monocromático – ao utilizarmos uma só tonalidade cromática nos desenhos, dirigimos a emoção para um foco específico, trabalhamos, então, com emoções mais superficiais. Quando usamos uma gama maior de cores, atingimos emoções mais profundas e variadas.

Podemos desenhar nos utilizando de vários materiais como lápis grafite, lápis de cor, lápis de cor aquarelado, lápis cera (para cobrir fundo), hidrocor grosso (para traços mais grossos e grandes extensões), hidrocor fino (para traços mais finos e detalhes mais elaborados), lápis de cera, pastel seco, pastel a óleo e carvão.

Esses materiais, quando utilizados de forma correta, têm uma finalidade terapêutica que atua no indivíduo de uma maneira subjetiva e pessoal, de grande valor terapêutico e pedagógico.

Então, vamos a eles:

LÁPIS GRAFITE

Os materiais gráficos trabalham a

organização, o limite, a atenção e a concentração. Os lápis de grafite, ou lápis preto, constituem os materiais gráficos, eles são os mais conhecidos, práticos e utilizados, pois podemos considerá-los como uma das primeiras ferramentas usadas para escrever.

Porém, sua finalidade vai muito além desse uso, uma vez que nos oferece uma série de outras possibilidades para enriquecer o trabalho realizado em atividades artísticas e na técnica do desenho.

(19)

Que tal conhecer um pouco de sua história? A grafita, utilizada no lápis, é um mineral. A primeira mina foi descoberta em 1400, mas não souberam aproveitá-la na escrita ou no desenho. Seu uso só se formalizou a partir do século XVI quando foi descoberta uma grande mina com o objetivo de ser usada como material de desenho sendo fornecida, então, para todos os países europeus.

A produção de lápis em grande escala, entretanto, só aconteceu por volta de 1700, através da fábrica “Faber–Castel,” que ainda conhecemos hoje e que na ocasião misturavam a grafita com igual quantidade de enxofre. Outros aperfeiçoamentos foram acrescentados até chegarmos aos lápis que usamos nos dias atuais.

Tipos de grafite: os lápis grafites variam de

acordo com o seu grau de dureza. Vão desde os de categoria B, que são bem macios, passando pelos de dureza média, os HB, e chegando ao extremo nos H Os lápis mais duros são referenciados com a letra H do Inglês hard, enquanto os mais macios recebem a letra B de black, por produzirem traços mais escuros. Junto com a letra é associado um número para distinguir o grau de dureza ou maciez, sendo a escala mais comum do 6H até o 6B, porém existem alguns fabricantes que estendem a escala até os limites de 10H a 9B.

Quanto maior o número do H, mais duro será o grafite, por outro lado, quanto maior o número do B, mais macio ele se torna.

O lápis HB, também no centro da escala, é o lápis intermediário, normalmente utilizado na escrita.

(20)

Esse é um material que exige certo controle motor e uma determinada capacidade de manipulação. Seus trabalhos são muito bonitos, permitindo fazer excelentes trabalhos de sombra.

O lápis grafite por ser um material resistente, mas que exige um bom controle motor, trabalha a concentração, e a coordenação motora fina.

Sugestão de atividade.

Utilize os vários tipos de lápis grafite, desenhando uma velha árvore e criando uma textura para o seu tronco.

Lápis, lapiseira ou bastão

O grafite pode ser utilizado acondicionado no interior de um lápis de madeira, em uma lapiseira ou como um bastão (barra), dependendo da finalidade ou preferência de quem a utiliza. Em geral, o lápis oferece

(21)

a maior variedade de recursos para o artista, já que com a possibilidade de ser apontado de várias maneiras, dá maior versatilidade para diversos efeitos. A lapiseira, por sua vez, permite a execução de traços contínuos, sem alteração da sua espessura, o que muitas vezes é desejado, além de ser muito mais prático pelo fato de não ser necessário apontá-la. Os bastões são utilizados para o preenchimento de grandes áreas, onde a precisão não é um requisito. Com ele é possível um ganho acentuado na velocidade da cobertura. Embora existam artistas que trabalhem com apenas um tipo de material, aproveitar as vantagens de cada um tráz grandes benefícios para a qualidade dos desenhos. Além da escolha do equipamento a ser utilizado, para que se obtenham os resultados esperados, é necessário possuir algumas variações de graduação do grafite. Os grafites mais duros são melhores para os esboços iniciais, pois por serem mais duros, despejam menor quantidade de grafite sobre o papel, fazendo com que a cor seja mais clara. Este lápis deve ser passado sem muita pressão sobre o papel, pois devido a sua dureza, poderá danificar a superfície. Após o esboço inicial, pode ser utilizado um lápis mais macio para adicionar tonalidades mais escuras e enfatizar o desenho preliminar.

A lapiseira é muito útil quando se deseja traçar linhas precisas, como no desenho de cabelos, pelos, estruturas de prédios, ou qualquer outra estrutura rígida.

Mas antes de acrescentarmos outras informações sobre o material, vale a pena ler este artigo escrito por Paulo Coelho.

(22)

A HISTÓRIA DO LÁPIS

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:

- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco?

E por acaso, é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando.

Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.

- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! - Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. "Primeira qualidade:

Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade". "Segunda qualidade:

De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador.

(23)

Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor." "Terceira qualidade: O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".

"Quarta qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."

"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".

Autor Paulo Coelho

LÁPIS DE COR

O lápis de cor, assim como os materiais

gráficos, trabalha a organização, o limite, a atenção e a concentração, contribuindo para que o mesmo aconteça com a pessoa que desenha, podendo levar ao equilíbrio interior. Portanto é indicado para pessoas dispersas, com dificuldade de atenção e concentração.

Este é um material muito conhecido, usado indistintamente por crianças e por adultos. Proporciona firmeza ao ser manipulado, transmitindo uma sensação de segurança e controle. Seu traço macio e seu pigmento colorido oferecem bons resultados cromáticos.

O seu uso nos permite trabalhar com linhas finas ou mais grossas, sinuosas. Dependendo da finalização que se quer dar ao desenho, pode-se afinar a ponta do lápis para grossa ou fina. É aconselhável que você

(24)

experimente lápis de cor de marcas variadas e de diversos tipos (no mercado existe uma variedade deles, com espessuras e formatos diferentes) para testar e escolher aqueles a que mais se adapta: pois alguns são mais duros; outros são mais macios, quando aplicados sobre o papel deixam sua marca através de seu traçado e de seu pigmento.

Agora, para não modificar seu trabalho, experimente fazer uma série de textura em folhas separadas. No trabalho com lápis de cores variadas, não podemos esquecer-nos da cor branca, pois quase sempre não a sabemos usar. Ela tem o poder de misturar melhor as outras cores, realçando o desenho, eliminando a porosidade (aquelas falhas brancas que aparecem quando o colorido é feito de forma rápida ou intensa). Outra interessante possibilidade de se usar o lápis branco é colorindo papéis pretos ou de outra cor mais escura.

Agora uma sugestão usando lápis de cor.

Faça linhas curvas em papel cartão ou papelão fino, ficando com uma forma semelhante a esta  a seguir recorte-a, colocando-a sobre uma folha de papel sulfite, contornando-a de várias maneiras e criando uma composição.

Este é só um modo de colocar o motivo, que pode tomar a forma de uma mandala, ou outras formas mais elaboradas. Também, o motivo pode ser substituído por outros como flores, borboletas, formas geométricas. As possibilidades são várias, e podem ser usadas em todas as faixas etárias. Agradam sempre,

(25)

pois o efeito é muito interessante pelas cores que usam, podendo ser mais suaves ou mais fortes, dependendo da escolha.

A sugestão de trabalho oferece mil possibilidades de criação.

Agora a vez é sua. Coloque a sua sugestão para uma atividade usando lápis de cor.

Canetas hidrográficas:

São firmes e seu pigmento é colorido e fluido, como a tinta, sua textura lembra a aquarela, porém suas cores são intensas. É um material que deixa os contornos bem definidos, não permitindo nuances. As cores podem ser intensificadas pela superposição de cores, pintando umas sobre as outras.

Requer certa técnica, e quando são muito pressionadas sobre o papel, ou há superposição de cores ou o papel pode rasgar. Suas pontas se apresentam sob três aspectos:

Finas, grossas ou chanfradas.

Sugestão de atividade:

Esta é uma sugestão muito simples, mas que transforma o trabalho, dando-lhe um aspecto diferente e muito bonito.

Como material, você usará papel canson branco, canetas hidrográficas, um pincel não muito grosso e um potinho com água.

(26)

Desenhar uma paisagem. Esta sugestão será trazida através de uma história, imaginação dirigida ou mesmo de um trabalho de cópia conforme seu objetivo. A paisagem será desenhada e pintada com as canetas. Não será utilizado outro material.

Quando a obra estiver concluída, molhar levemente o pincel passando sobre ela. As cores fortes ficarão diluídas dando a impressão de não ser mais um desenho e sim uma pintura suave.

Cuidado, porém, com a quantidade de água do pincel, que deve ser pouco molhado; se quiser um aspecto mais diluído na tinta, passe-o mais vezes.

DESENHO COM HIDROCOR NO VEGETAL

MATERIAL: papel vegetal e hidrocor.

TÉCNICA: O aluno desenha livremente usando o hidrocor no papel vegetal.

OBJETIVO: Ajuda a desenvolver a coordenação motora; a imaginação criadora; o movimento muscular fino, a autoexpressão, o gosto artístico, a orientação espacial.

PINTURA COM HIDROCOR E ÁLCOOL

Material: canetas hidrográficas, álcool, essência, pincel pequenos, papel canson.

Técnica: Desenho livre com as canetas hidrográficas no papel canson. Após terminar o desenho, passar o pincel molhado no álcool sobre o mesmo.

(27)

Objetivo: Promover um efeito aquarelado no desenho.

Levar ao rompimento da barreira da linha, sugerindo a fluidez do traço.

Nota: este trabalho pode e deve ser utilizado como ilustração no estudo do movimento impressionista.

Os materiais intermediários

Dando continuidade à linguagem dos materiais para a técnica do desenho, é importante abordarmos os materiais que podem ser usados tanto como materiais mais restritivos como mais expansivos. Chamaremos estes materiais de intermediários. Esses materiais têm uma função muito importante no trabalho terapêutico, pois eles podem ser usados para ajudar na passagem de um momento para o outro. Uma vez que eles têm a possibilidade de restringir e de dar limite, característica do traço, e de elaborar detalhes, dar precisão. Por outro lado, após ser feito o traço, o mesmo pode ser desfeito e expandido, modificando a forma original e levando o desenho rígido a uma fluidez, cobrindo uma área maior. Vamos ver como isto acontece?

LÁPIS DE COR AQUARELADO

O lápis de cor aquarelado, também conhecido como lápis aquarela, é aquele cuja mina possui além dos pigmentos misturados com ceras e vernizes uma substância solúvel em água.

(28)

O lápis de cor aquarelado é bem semelhante ao lápis de cor comum, porém é bem mais macio. Ele possui as mesmas características do lápis de cor quanto a sua linguagem, trabalhando o limite, a restrição no espaço, a atenção, porém ele tem um fator relevante: com o auxílio de um pequeno pincel molhado em água, seu traço se transforma em tinta fluida e aquarelável, dando liberdade à linha e provocando um efeito todo especial no desenho, torna as cores mais nítidas, vibrantes, encobrindo inclusive os traços mais finos, permanecendo apenas os mais resistentes.

Após a secagem, pode-se trabalhar a cor, passando-se novamente o lápis seco por cima, acrescentando detalhes e aumentando a gama de cores.

Ele enriquece o trabalho de arte, tanto na educação como na saúde.

Quanto ao seu uso, os lápis aquareláveis apresentam um melhor resultado quando utilizados em papéis porosos ou de alta gramatura (específicos para pintura e desenho) que absorvem parcialmente a água. Devido ao fato de o papel sulfite não ser muito resistente ao absorver a água, não é bem recomendada a utilização de água sobre o desenho com os lápis aquareláveis nesse tipo de superfície.

Quer saber mais? O que é a mina de um lápis de cor? A mina é a parte interna do lápis, e é composta por matérias-primas como pigmentos, aglutinantes, minerais e ceras.

Atenção: os lápis aquareláveis não podem ser mergulhados na água para não serem danificados, use sempre um pincel. Por isso, a caixa de lápis aquareláveis vem sempre acompanhada por um pincel.

Para produzir o efeito de aquarela, a mina do lápis de cor aquarelável precisa ser mais macia do que a mina dos outros lápis. Portanto, o esfarelar da mina é normal.

Quer saber mais?

Os lápis de cor aquareláveis não podem ser usados em tecidos. Os pigmentos e ceras existentes na composição do produto podem danificá-los. Uma sugestão para remover as manchas é lavar os tecidos manchados Não utilize os lápis aquareláveis para pintar o corpo. Apesar da sua atoxidade, não são indicados para esse fim. O uso

inadequado do produto na pele pode causar reações alérgicas ou

irritações. Para o uso sobre a pele, algumas lojas dispõe da linha Cara Pintada, disponível em pasta com 6 cores de lápis próprios para esse fim.

(29)

Sugestões de atividades:

 Desenhar livremente explorando uma só cor. Passar o pincel umedecido em água sobre o desenho, desenhar sobre a pintura com outro lápis de cor procurando reforçar o contorno. Este exercício é muito interessante para se trabalhar com pessoas que têm muita dificuldade em se soltar, em se arriscar a ultrapassar limites, tanto internos como externos;

 Escolha um papel próprio para aquarela, umedeça-o com água. Desenhe sobre o papel umedecido com o lápis aquarelável variando as cores, sem se preocupar com a forma figurativa. Observe a linha se expandindo, as cores se misturando e o desenho se transformando, tanto na forma como na cor. Esta técnica é muito interessante para se trabalhar com temas referentes às diferenças de cor, à integração de grupos e também com relação ao movimento impressionista;

 Traçar um círculo grande, pode ser no centro do papel. Com a ajuda de um pincel úmido, levar a cor para o interior do círculo. Esta técnica leva ao centramento, à busca do centro, do seu eixo;

 Outra técnica muito interessante e criativa é fazer a ponta de vários lápis aquereláveis de diferentes cores, reservar o pó retirado dos mesmos. Umedecer um papel branco com água e jogar as pontas aleatoriamente sobre o papel. O pó ao entrar em contato com o papel umedecido se transforma em aquarela e forma manchas coloridas. Uma boa atividade é pedir para identificar formas nas manchas e contorná-las com o lápis aquarelável ou canetinha hidrocor.

(30)

LÁPIS CERA

Os lápis de cera oferecem grandes e ricas possibilidades de trabalho. Eles podem ser considerados como um dos materiais intermediários entre os gráficos e seu controle e as tintas e sua expansão. Ao variar do traço firme, que leva à linha e ao contorno, a possibilidade de expansão e de leveza, quando deitado, pode cobrir uma pequena ou grande área só variando o movimento e o gesto.

São utilizados em larga escala e em todas as faixas etárias, sendo sempre bem aceitos. Em princípio não são tóxicos, mas os corantes e pigmentos usados podem modificar essa condição, de maneira que, desconhecendo-se a química do produto, é melhor ter certa cautela.

São muito usados para trabalhos infantis nas escolas primárias. As crianças divertem-se bastante com as possibilidades de cores variadas e a fácil utilização. Podem ser empregados diretamente numa grande variedade de superfícies como papel, cartolina, gesso, isopor e muito mais. Em superfícies que não sejam naturalmente porosas, pode não haver aderência da cera, mas dependendo do objetivo desta aderência resultam belas texturas que favorecem o trabalho de composição. Por motivo de saúde, como alergia, o seu uso pode ser contraindicado, mas estas restrições acontecem raramente.

Sugestão de atividade:

Uma das funções da arte na educação e na saúde é desenvolver a criatividade, então por que não misturarmos os materiais para vermos o que acontece e os efeitos que provocam.

(31)

Contar uma história ou trabalhar um acontecimento do conhecimento do grupo e, a seguir, pedir que façam um desenho com lápis cera colorido. Ao terminarem o trabalho, e estando os lápis guardados, espalhar uma cor de tinta guache por cima, diferente da cor do lápis usado. O desenho ficará destacado porque o guache não fixa na parte que estiver com lápis cera. É uma brincadeira para criança, mas que pode muito bem ser usada para produzir efeitos e para exercitar a criatividade, despertar a curiosidade e desenvolver a atenção. Como a arte não tem limites, tudo é válido e possível sendo dessa forma um ótimo instrumento auxiliar da aprendizagem.

DESENHO COM LÁPIS DE CERA DERRETIDO

MATERIAL: Lápis de cera, papel 40kg, vela (no lugar do papel 40kg, esta técnica pode ser dada com cartolina preta).

TÉCNICA: Encosta-se a ponta do lápis de cera à chama da vela, deixando que a mesma amoleça. Faça o desenho imediatamente, enquanto o lápis estiver mole.

OBJETIVO: Enriquecimento das experiências dos alunos, levando-os à exploração das formas e cores através de materiais pastosos, permitindo a mistura de cores para a obtenção de tonalidades que enriqueça o trabalho.

Oferecer ao aluno o melhor meio para poder se expressar livremente através da forma e da cor, sem a menor preocupação técnica.

(32)

PASTÉIS SECOS

 Pastéis secos:

Os pastéis secos são feitos com pigmentos em pó, misturados com resina ou cola e moldados em forma de barra. Quanto mais cola tiver a mistura, mais duros e menos brilhantes se tornam os pastéis. Deslizam com facilidade, mas deixam um resíduo que por vezes torna-se difícil trabalhar com eles, por isso é necessária uma certa orientação. Quando se tem por objetivo, por exemplo, integrar a figura na composição tornando-a mais uniforme ficam perfeitos, caso contrário podem estragar o trabalho.

Existem três maneiras de se utilizar os lápis pastéis:

 Arrastando o lápis longitudinalmente sobre o papel – ficando o resultado dependendo da pressão do lápis, quanto maior a pressão, mais forte será a cor;

 Com a ponta do lápis ou da barra – nesse caso podem-se traçar linhas ou traços grossos;

 Com os dedos, quando se pode aproveitar o pó que eles deixam.

Durante o desenho a pastel, pode-se usar o esfuminho. No final, os trabalhos devem ser fixados

Dica de filme http://entreartes.art eblog.com.br/99081 /Pintando-com-lapis-pastel-seco/ Um pequeno filme de um desenho com pastel seco, vale a pena ver.

(33)

com um spray apropriado para que a sua forma não se altere.

Os pastéis têm uma paleta belíssima de tons suaves, muito atraentes. As tonalidades pálidas de algumas cores, especialmente as cores de carne, devem-se à argila ou "branco de Espanha" que se mistura para torná-los mais opacos. Normalmente, são caros devido à sua qualidade e à delicadeza da matéria-prima, o que é uma pena, pois os trabalhos realizados com este material quando feitos com técnica adequada são muito bonitos.

Terapeuticamente, trabalha a paciência, o equilíbrio, a tranquilidade, a coordenação motora, uma vez que exige um bom controle manual. O resultado obtido é um prêmio, elevando muito a autoconfiança, porém para que isto aconteça é necessário antes de tudo um trabalho de aprendizagem. Só a partir daí é que se pode esperar um resultado positivo.

PASTÉIS OLEOSOS

Para aqueles que não conhecem os lápis pastéis, na aparência eles se parecem, mas logo, ao segurá-los, percebe-se a grande diferença. São de difícil utilização, exigindo por isso um aprendizado. São relativamente novos, e muito populares para trabalhos pouco delineados, mas bastante coloridos. Os pastéis oleosos oferecem uma resistência ao trabalho, havendo certa dificuldade na sua manipulação, pois pela sua constituição são viscosos, pois são fabricados com uma mistura de pigmento e óleo. Por vezes, a utilização de aguarrás ou terebintina facilita a sua manipulação. Aderem com facilidade ao papel e permitem misturas de cores que se depositam numa camada mais grossa e pastosa ou mais fina, conforme se pretender. As imagens criadas são possíveis de correção. Quando

(34)

utilizados em posição horizontal, depositam uma maior quantidade de material, o que permite textura e misturas de cores, pelas suas qualidades pastosas.

Oferecem uma grande gama de cores, podendo ser comprados avulso.

OBJETIVO: Ajudar a desenvolver a imaginação criadora, a coordenação motora, o autodomínio e oferece a oportunidade para melhorar a atenção, a concentração e a noção de figura e fundo.

Seu uso terapêutico é semelhante aos outros materiais para o desenho, embora sua constituição seja um pouco diferente dos outros materiais, ou seja, mais oleosa, ele apresenta uma gama de possibilidades criativas, que, pelo traço, pede concentração, atenção, calma, e, principalmente, uma grande vontade de acertar. Ultrapassar obstáculos requer boa capacidade de manipulação, trazendo como prêmio a autoconfiaça elevando a autoestima.

Sugestões de atividade:

Dê um simples traço com o bastão de pastel oleoso após, com a ponta do dedo, espalhe o pastel por sobre a mesma linha, tornando-a mais uniforme. Você pode variar o tamanho da linha, ela pode ocupar só um pequeno espaço do papel ou todo o papel, percorrendo de uma ponta à outra. Pode variar também o tipo de linha, por exemplo curvas, retas, abertas, fechadas, quebradas.

Desenhe livremente com pastel oleoso, ao terminar use um algodão embebido em um removedor, assim, a pintura será espalhada obtendo uma gama maior de cores com efeitos suaves e transparentes, semelhante à aquarela.

(35)

Material que você irá utilizar:

Papel 40 kg, pastel oleoso, algodão, aguarrás/ terebintina ou removedor (já existindo sem cheiro) e cotonetes.

O efeito obtido é muito interessante, parecendo por vezes uma pintura, mas é um trabalho que exige calma e paciência, o que leva às vezes o abandono do trabalho.

Já deixamos muitas sugestões de trabalho, mas existe uma infinidade de outras atividades. Aprovei o espaço abaixo para colocar as suas.

CARVÃO

Outro material que podemos situar como intermediário entre o limite da linha e a fluidez do traço é o carvão.

O carvão é um material obtido através da combustão de madeira, em geral mais porosa, ou como derivado do petróleo. É considerado um dos materiais mais antigos do mundo, os artistas têm feito uso do carvão desde que aprenderam a deixar o seu registro nas paredes das cavernas (pintura rupestre), na Idade Média e no Renascimento, trabalhando os contrastes entre os claros e escuros, brincando com a luz e a sombra, encontraram efeitos magníficos e resultados surpreendentes.

(36)

Atualmente, podemos encontrar o carvão numa variedade de formas que vão desde as barras, quadradas ou cilíndricas, aos lápis pastéis. Porém podem ser usados em pós e espalhados com o próprio dedo.

O carvão deixa marcas e riscos no papel, porém seu traço pode ser transitório devido à ausência de aglutinante em seu conteúdo. Não apresenta, portanto, muita durabilidade, seu traço deixa um rastro de pó, o que requer determinados cuidados para não deformar o desenho feito. Por seu traço não ser muito resistente, pode causar certa instabilidade naquele que o manipula. Um bom recurso a ser usado é, ao término do desenho, pulverizar um fixador sobre o mesmo.

Porém, se olharmos por outro ângulo, oferece muita facilidade de correção e de obtenção de diferentes matizes. Esta é a sua grande vantagem: o traço não fica rígido. Podendo ser apagado e transformado durante todo o processo de criação, com um simples toque dos dedos.

O resultado do traço depende da forma como é manipulado. Quanto mais granulado, mais macio e menos aderente, a dureza o torna mais resistente. O uso de um fixador permite a conservação do trabalho.

Quando bem esfumaçado, dá muita leveza ao trabalho.

O uso do carvão na educação como na saúde é de grande valor tanto terapêutico quanto como recurso pedagógico, pois trabalhar com carvão requer paciência, atenção, concentração, cuidado e paciência. Além de servir como uma fonte inesgotável para a criatividade, trabalhando com a criação e a transformação permanente da imagem.

Quer saber mais?

Você sabia que, laquê de cabelo serve muito bem como fixador do carvão na superfície em que se está trabalhando? O traço do carvão pode ser espalhado com o dedo ou com o esfuminho? Pode-se trabalhar com o carvão em diferentes superfícies, porém a melhor é sobre papel mais poroso, como o canson? O esfuminho tem uma forma semelhante a um lápis, ele serve para espalhar o pigmento do carvão e do pastel seco. Ele é feito de papel enrolado sobre si mesmo.

(37)

Sugestão de atividade:

Este é o exemplo de exercício feito com carvão, manipulando-o de formas diferentes para obter efeitos grossos, finos e médios.

Agora é a sua vez de experimentar utilizando formas diferentes, mas obtendo os mesmos efeitos.

 Borracha

A borracha, finalmente, encontrou o seu lugar entre o material do desenho. Sua utilidade é múltipla.

Pode ser usada para limpar uma região, esbater um traço ou mesmo para fazer um desenho em negativo como o modelo acima.

Seus efeitos são múltiplos. Quando pressionada horizontalmente sobre o papel, deixa listras grossas ou mais finas de acordo com sua espessura. O seu toque dá uma sutileza, uma leveza ao desenho, pois trabalha a linha e o tom possibilitando a obtenção de várias tonalidades dependendo da pressão feita. Quando usada sobre o carvão simplesmente espalhado sobre o papel, amplia o efeito luz e sombra (claro e escuro).

Um bom efeito disso é o trabalho com o lápis borracha.

(38)

Aproveite o pequeno espaço acima e faça traços lineares com o material da sua escolha. Após, use a borracha fazendo círculos, ou linhas ou até mesmo uma forma. Veja que efeito interessante. O importante é que a cor usada para o fundo seja mais intensa.

(39)

EXERCÍCIO 1

Sobre o desenho, assinale a alternativa errada:

( A ) O desenho é uma forma de expressão acessível somente às pessoas dotadas de criatividade; ( B ) As crianças buscam através dos seus primeiros

traços uma adaptação ao mundo;

( C ) Nos primeiros agrupamentos humanos, o desenho era utilizado em um contexto religioso;

( D ) Através do desenho, podemos avaliar as condições psíquicas do indivíduo pela proporção e disposição das formas apresentadas;

( E ) O desenho foi o narrador da história da humanidade.

EXERCÍCIO 2

Por que o desenho é uma atividade imprescindível tanto a saúde como à educação.

( A ) Desenvolve a percepção e a atenção; ( B ) Desenvolve a coordenação motora; ( C ) Aumenta a autoestima;

( D ) Desenvolve a criatividade; ( E ) NRA.

(40)

EXERCÍCIO 3

Agora dê uma sugestão sobre uma atividade de desenho dirigido, especificando os objetivos que pretende alcançar. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Escolha entre a variedade de materiais de desenho e crie uma atividade de arte para crianças do ensino fundamental. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

 A técnica do desenho e seus benefícios na saúde e na educação;

 A história do desenho fazendo uma correlação com a trajetória do homem;

 Analogia entre o desenvolvimento do desenho e o grafismo infantil;

(41)

 A importância da percepção desenvolvida no desenho para a vida do indivíduo tanto na saúde quanto na aprendizagem;

 As diferentes modalidades do desenho com suas indicações terapêuticas;

 Os materiais utilizados no desenho e seus benefícios tanto na saúde como na aprendizagem;

 Os diferentes materiais utilizados no desenho:  Lápis de cor;

 Lápis grafite;  Lápis cera;

 Canetas hidrográficas;  Pastéis oleosos.

(42)
(43)

As Tintas

Eveline Carrano Henriques Porto Maria Helena Pinheiro Requião

A

ULA

2

Apresen

ta

çã

o

Nesta segunda aula, falaremos sobre a linguagem, as propriedades e um breve histórico do uso das tintas na pintura. Abordaremos os diferentes tipos de tintas, o seu uso na técnica da pintura, sua aplicação no processo de pintar na arte, tanto na educação como na saúde.

Não nos limitaremos às tintas, mas tudo relacionado com elas, ou seja: a preparação do espaço, fundamental para um bom trabalho, a atitude do professor ou terapeuta e o cuidado que devemos ter com o material.

Além disso, abordaremos a preparação dos diferentes tipos de tintas, o cuidado que devemos ter com a limpeza do ambiente sem perdermos a liberdade de criação.

Traremos, até vocês, a experiência com tinta em várias modalidades de pinturas intercaladas com trabalhos de pintores, exemplos de trabalhos e sugestões de atividades, além do seu aspecto terapêutico.

Este tema é um assunto enriquecedor, tanto na área da saúde quanto na da educação.

Esperamos que gostem e uma boa aula!

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender a linguagem e o uso das tintas na arte;

 Conhecer mais sobre a organização do espaço e a conservação das tintas na sala de aula e no ateliê de arte;

 Aprender sobre a variedade de tintas e a sua manipulação para facilitar o seu trabalho criativo;

 Estudar novas técnicas artísticas e criar outras que serão muito importantes para o seu trabalho;

 Reconhecer o uso das diferentes tintas nos trabalhos dos grandes mestres da pintura.

(44)

As tintas

Devemos ouvir pelo menos uma pequena canção todos os dias, ler um bom poema, ver uma pintura de qualidade e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.

Goethe Nesta aula, entraremos em contato com as tintas e descobriremos qual a sua linguagem, o que ela representa e como podemos usufruí-la em educação e na saúde.

As tintas, por serem em sua maioria solúveis em água, são fluidas. A fluidez e a expansão das tintas favorecem a liberação, a expansão e o soltar-se. Durante o processo de pintar com as tintas mais fluidas, percebemos que aos poucos o pincel, que antes só exercitava caminhar por pequenos espaços no papel, vai lentamente ganhando espaço, se soltando, cobrindo áreas mais distantes. Durante o ato de pintar e seu processo criativo, acredita-se que, na medida em que a tinta flui no externo, vai aos poucos abrindo espaço para que o mesmo se dê no mundo interno das emoções. A expansão das tintas e sua fluidez ajudam a liberar as emoções, levando à fluidez e à expansão dos sentimentos.

As tintas mais usadas nos trabalhos de arte na educação e na saúde são o guache, a cola colorida, a pintura a dedo, as aquarelas (em suas diferentes consistências), a anilina, o nanquim, a tinta acrílica, entre outras.

As tintas na história da arte

Lidar com as tintas é muito prazeroso, uma vez que elas fazem parte da vida do ser humano, sendo o ato de pintar inerente aos seres humanos, o que pode

As tintas 44

As tintas na história da arte 44 A organização do espaço 50 Passos importante no preparo do material e do espaço 51

Os suportes 52

As tintas, sua linguagem e sua

prática 54

Pintura a dedo 55

A massa de modelar como

tinta 56

A tinta guache 58

Pintura livre com guache 59 Cobrindo grandes áreas com

guache 60

Tinta acrílica 63

A aquarela 65

Outras variedades de tintas 67 Mais sugestões de atividades

(45)

ser constatado no percurso do homem no mundo desde a pré-história.

Definir o dia exato em que se descobriram as tintas é impossível, porém elas estão presentes desde os ditos tempos da caverna, onde o homem começou a produzi-las. Essa descoberta não foi de propósito, ela surgiu pelo incessante desejo do homem de expressar seus sentimentos, relatar seus conflitos, conquistas, sua cultura e pela capacidade criadora, que já existia dentro dele e permanece em cada ser humano. Eram usadas em pinturas rupestres, feitas nas paredes das cavernas, acredita-se que estas primeiras pinturas tenham sido feitas com o intuito de cumprir uma função social; como uma tentativa de explicar os fenômenos climáticos, as atividades religiosas ou míticas; aplacarem a ira dos deuses e atrair suas virtudes.

Os povos da pré-história produziam suas tintas com materiais retirados da natureza como, por exemplo, o mineral conhecido chamado ocre. Eles socavam o ocre com pedras até virar pó, com esse mineral eles produziam os pigmentos no tom de vermelho, marrons e amarelos. Já para o fabrico da cor preta, eles usavam o carvão e ainda tiravam seus pigmentos da argila, das plantas e de minerais coloridos, para criar novas cores.

Os pigmentos descobertos eram esfregados com a mão ou diluídos em água, banha de animal, ou até mesmo em urina. Essas foram as tintas que deram vidas às primeiras pinturas feitas em caverna pelo homem pré-histórico, a qual hoje é denominada arte rupestre.

O povo egípcio apesar de preferirem as esculturas se entregou aos encantos das tintas. Começaram a produzir suas próprias tintas e materiais

Você sabia?

Que foi o Egito o primeiro povo a pintar com uma vasta quantidade de cores. Como os homens da caverna pintavam nas paredes, só que agora nas de seus palácios e templos. Eles também fabricavam as suas próprias tintas com os materiais

encontrados na terra de seu país e das regiões próximas. As cores adicionais eram obtidas a partir da importação da anileira e garança da Índia. A anileira produzia um azul intenso e a garança, o vermelho, o violeta e o marrom. Fabricavam seus próprios instrumentos, como as brochas brutas, que serviam para aplicar a tinta.

(46)

para desenvolver suas pinturas. Tempos depois, aproximadamente 2.000 a.C., segundo relatos históricos, os chineses e egípcios descobriram o nanquim, tinta com a qual escreviam e desenhavam.

Em seguida, foram os romanos que se renderam a elas, produzindo belíssimas pinturas, porém com a queda de Roma, pararam de produzi-las, sendo resgatada na Idade Média pelos ingleses.

Na Idade Média, as pinturas eram feitas em igrejas, prédios públicos e residências de pessoas importantes. A produção das tintas era feita sigilosamente pelos artistas.

Foi a partir da Revolução Industrial que se expandiu a produção das tintas, sendo elas produzidas em fábricas com equipamentos mecânicos.

Nesse período, os pigmentos eram misturados ao óleo de linhaça, mas com o advento da primeira e da segunda guerra, o óleo de linhaça foi substituído por um óleo sintético, pois o óleo de linhaça passou a ser usado para fins militares.

As tintas eram pigmentos líquidos, feitas a partir de minerais, vegetais, frutas silvestres e, até mesmo, de insetos. Esses pigmentos eram misturados, como já dito acima, com água, banha, urina, cola, óleo e ovos, com o qual se faziam as tintas têmperas.

Dica do professor

Dicas: A receita de tinta mais antiga dos chineses era negro fumo misturado com cola e óleo de linhaça, mas foi com os pigmentos retirados do alcatrão de hula que a revolução de cores surgiu. Você sabia?

Que foi entre 8.000 a 5.800 a.C. que descobriram os primeiros pigmentos sintéticos. Você sabia? Que os artistas mantinham a fórmula de suas tintas tão bem guardada que elas eram enterradas com eles para que ninguém descobrisse sua invenção. Você sabia? Que as tintas, produzidas com equipamento mecânico, chegaram ao mercados em 1867. O FABRICO DAS TINTAS TÊMPERAS

(47)

Como podemos ver, a arte e a criatividade fazem parte de nossa história e está em nosso sangue. A arte de pintar pode ser feita em diferentes materiais como, por exemplo, as telas, os painéis, os tecidos, o vidro, o papel.

As tintas, pigmentos líquidos, tiveram seu destaque e têm uma grande importância para o desenvolvimento do homem, sendo, por muito tempo, o grande registro da trajetória humana na terra. Como não havia a fotografia, a pintura durante anos teve essa grande função: deixar materializados nas telas momentos épicos e fundamentais da história. Muito do que sabemos hoje sobre a cultura e costumes dos diferentes povos deve-se à pintura e à escultura.

Agora, veja alguns exemplos da trajetória da pintura:

Van Eyk, o pintor mais importante do norte da Europa do século XV, se dizia o inventor da tinta óleo. Entretanto, não foi ele quem descobriu a tinta, mas foi o primeiro artista a dominá-la com perfeição.

Quer saber mais?

Um grande artista a dominar a técnica de pintar com tinta têmpera foi Giotto, nos anos de 1266 a 1337. Ele produzia seus próprios instrumentos para pintar, como também suas tintas feitas de ovos, a qual já possui 700 anos.

(48)

Agora, uma das várias pinturas encontradas no Brasil:

Vemos como nossos antepassados se saíram bem na exposição de seus sentimentos e desejos. Isso não foi muito complicado, uma vez que as tintas por serem um material fluido facilitam os movimentos, além de darem maior opção de criação, devido à grande variedade de tons e matizes obtidos pela mistura de cores.

CURIOSIDADE

Esta é uma pintura medindo 2 metros e datada de 10.000 anos encontrada no sopé do monte Alai no Uzbequistão, abordando tema de seres extra- terrestres.

SÍTIO BAIXÃO DA VACA / PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA - PIAUÍ

(49)

Ao usarmos as tintas nos trabalhos de arte na saúde e na educação, temos diferentes modalidades de pintura, mas ao optarmos pela escolha da pintura espontânea, que é mais livre, teremos maior possibilidade de expressar as emoções que vivem na nossa mente, muitas vezes de forma inconsciente.

O bom resultado desse trabalho, porém, depende muito da forma como é feita a proposta e a posterior leitura do resultado. Pois é preciso ajudar aqueles com que trabalhamos, e que nunca pegaram um pincel, a ficarem menos ansiosos, sem pensamentos limitadores, a serem mais criativos e autênticos, portanto mais livres para que possam ir adquirindo confiança na sua expressão criativa, e caminharem no desenvolvimento da sua arte, chegando ao reconhecimento de suas dificuldades expressivas, e vencerem a barreira dos seus medos e sentimentos.

A liberdade, expressa através da pintura, precisa ser conquistada aos poucos, uma vez que o ser humano não está acostumado a ela. Quando crianças era fácil e até mesmo prazeroso se comunicar através do traço ou das tintas, mas à medida que uma adequação da sociedade se fez presente, essa liberdade vai sendo cerceada, perdendo o indivíduo a sua espontaneidade inicial e, por isso, ela tem que ser reconquistada.

Durante o processo da pintura na arte, as imagens vão surgindo cadencialmente, ganhando forma e expressão, sendo plasmadas como símbolos no espaço do papel. Então, ao pintarmos, produzimos imagens vindas do inconsciente repletas de simbolismo e que se tornam conscientes através das pinceladas. Elas rompem a couraça que limita nossos pensamentos e que escondem a nossa natureza real. O seu aparecimento instala um novo núcleo que ira indicará

(50)

um novo caminho, só que agora estaremos sendo aquilo que sempre deveríamos ter sido: autênticos.

lembre-se de que as imagens vêm para ajudar para receber informações que vocês não têm conscientemente, embora estejam dentro de vocês. Portanto, seja tão fiel quanto possa ao reproduzir a imagem. Resista a qualquer pressão para ajustá-la ou colocar sentido. Apenas receba-a... Estamos sendo instruídos, mesmo que não saibamos o que as imagens significam.

(P. Allen, 1995, apud Susan Bello) Isso nos mostra que a pintura para ser realmente terapêutica tem que seguir os passos necessários e, então, vamos a eles:

A

organização do espaço

Quando se fala em pintura ou qualquer outra atividade de arte na educação e na saúde, algumas atitudes são fundamentais como, por exemplo, o planejamento da atividade; a escolha e o preparo dos materiais de arte, dos suportes e dos outros recursos que farão parte do trabalho de criação; a organização do espaço (antes, durante e depois da atividade) e o objetivo que se quer alcançar com a mesma.

Então, vocês pensarão:

... não posso me utilizar das tintas, pois não tenho espaço!

Ao que respondo: - O que é uma pena, todos deveríamos ter aquele lugarzinho claro, limpo, com as acomodações necessárias para a realização dessa atividade tão importante para cada um de nós.

O lugar ideal só poucos têm acesso a eles, porém é preciso se organizar e trabalhar dentro e de

(51)

acordo com o que é possível e acessível. A escolha e o preparo do ambiente, para o exercício das atividades de artes e do desenvolvimento do processo criativo, nem sempre correspondem ao “lugar ideal” e sim àquele que é possível. Por isso, seja no ateliê de artes, no consultório, na sala de aula ou na comunidade, o importante é preparar o espaço de uma forma mais prática possível, e motivar o aluno ou cliente para a atividade.

Passos

importante

no

preparo

do

material e do espaço

 1º- Nenhum outro material, além das tintas e de seus acessórios, devem ser deixados sobre a mesa.

 2º - Todo o material deve estar limpo, tanto os pincéis como os recipientes para a mistura e a colocação das tintas; o que é essencial para conservar a pureza das cores. Não esquecer o potinho com água, o diâmetro dos pincéis adequados para trabalhos diversos. Eles podem ser muitos ou se limitarem ao essencial, ter à mão um pano ou mesmo um rolo de papel absorvente, ou uma esponja para absorver a água dos pincéis antes de uma mudança de cores. Por vezes, além dos pincéis, usamos os dedos, as mãos e até mesmo os pés (muito comum em algumas atividades com crianças pequenas) para nos ajudar em alguns trabalhos com as tintas. Além de alguns outros materiais como rolos, carimbos, esponjas e muitos outros que você poderá acrescentar de acordo com suas experiências.

:: Esponjas:

As esponjas, quando usadas não deixam linhas, fica uma superfície uniforme. Os rolos para tintas servem para cobrir uma grande superfície de forma ampla e rápida. Os carimbos delimitam o espaço das tintas no papel.

(52)

Aproveite o espaço abaixo para falar de materiais utilizados por você em seus trabalhos de pintura, esclarecendo a sua utilidade. Mais tarde lembre-se de suas experiências e passe-as para nós e para seus colegas. Vai ser enriquecedor.

Procure explorar este espaço realizando experiências com um tipo específico de tinta, por exemplo guache, procure usar pincéis de tamanhos diferentes.

 3º- As tintas pela sua fluidez despertam

emoções e sentimentos, além de exigirem concentração para o seu controle, e atenção e percepção para a mistura de

suas cores. Vê-se, então, que as atividades com as tintas além de prazerosas são extremamente terapêuticas, podendo ser usadas com êxito tanto na saúde como na educação. Para que isso aconteça, é necessário trazermos os indivíduos para aquele momento, evitando conversas e barulhos periféricos. É importante, antes de começarmos a atividade com a arte, preparar não só o espaço externo mas, também, o espaço “interno”, onde a respiração deve ser observada e valorizada, através da prática de exercícios respiratórios e corporais, que levam a uma maior concentração e consciência de si mesmo e da integração “corpo, mente e espírito”. Outra proposta muito interessante é um relaxamento psicofísico, onde todos estarão mais abertos para começarem a atividade proposta.

Referências

Documentos relacionados

• Avaliar a relação entre características do material combustível de campos com predominância de gramíneas cespitosas e valores de índice de vegetação por diferença

O sistema usado para a criação de cores em seu monitor baseia-se nas mesmas propriedades fundamentais da luz que ocorrem na natureza: essas cores podem ser criadas a partir

Os estudos iniciais em escala de bancada foram realizados com um minério de ferro de baixo teor e mostraram que é possível obter um concentrado com 66% Fe e uma

6.54- Valor médio de cobre e seu desvio padrão, em µg.cm-2, e coeficiente de variação, em %, para as faces, considerando o factor sectores da rampa e sua interacção com as versões

Pouco antes de sua morte, o Profeta Muhammad fez um sermão durante o Hajj, que ficou conhecido como seu “Sermão de Despedida.” Esse sermão final não era apenas

22 doença e os factores externos (nomeadamente a sujeição a estímulos infecciosos) deverão interferir na gravidade do fenótipo, num dado momento. No que se refere ao

A) uma de suas características é o deslocamento da maior carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens para os grupos mais idosos. B) nele existe a substituição, entre as

Sabe-se que o tempo de privação sensorial auditiva anterior à ativação do implante coclear influencia consideravelmente no redirecionamento das estruturas da via auditiva central