Índice
1. Introdução ... 2. Conceito de Pegada Ecológica ... 3. Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica ... 4. Pegada Ecológica da ZMAR ... 4.1. Energia Consumida ... 4.2. Resíduos Produzidos ... 4.3. Ocupação do solo ... 4.4. Água ... 5. Pegada por tipo de Ecossistema ... 6. Pegada Ecológica Global ... 7. Referências bibliográficas ... 5 6 6 7 7 7 8 8 9 10 11
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1. Introdução
A ZMAR - eco campo resort & spa, reconhecendo que pode afectar, de forma positiva ou negativa, os bens comuns, assumiu voluntariamente o compromisso de reduzir o seu impacte ambiental e o dever de cuidar da atmosfera, da hidrosfera e da biodiversidade. Este compromisso materializou-se através da assinatura de um protocolo com a Quer-cus, em 2011, no âmbito do Programa Pegada Ecológica, no qual a empresa se comprometeu a implementar um plano de redução que visa a melhoria contínua e o investimento em “capital natural”, preservando, com a Quercus habitats fundamentais para a sobrevivência de espécies em situação desfavorável.
No seguimento do processo de implementação do Programa Pegada Ecológica, o presente relatório procura apresentar uma primeira avaliação da pegada da empresa relativa ao ano de 2010, sendo este o ponto de partida na monitorização do trabalho a realizar nos próximos anos.
2. Conceito de Pegada Ecológica
A Pegada Ecológica (PE) é um conceito criado por William Rees e Mathis Wackernagel, nos anos 1990, e na sua essência pode ser definida como “a superfície produtiva ou ecossistema aquático necessário para manter o consumo de recur-sos e energia, assim como absorver os resíduos produzidos por uma determinada população humana ou economia, considerando a tecnologia existente, independentemente da parte do planeta em que está situada”. Esta abordagem inclui somente a superfície produtiva para uso humano, excluindo, por exemplo, os desertos e os polos Considera-se, portanto, a superfície terrestre e marinha que suporta a atividade fotossintética e a biomassa utilizada pelos humanos, procurando estimar a magnitude do consumo humano, que na atualidade excede a capacidade de recuperação da biosfera (Wackernagel, 1999).
3. Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica
A avaliação da Pegada Ecológica das Organizações resulta de uma adaptação da metodologia desenvolvida por Domé-nech et al. (2007).
Figura 1 – Categorias da Avaliação PE
A Pegada Ecológica é apresentada em hectares globais (hag). Um hectare global é equivalente a um hectare de espaço biológico produtivo com uma produtividade comparada com uma produtividade mundial média (Quercus, 2008).
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Energia
Consumos de energia, no âmbito da electricidade, mobilidade e transportes e aquisição de serviços
Resíduos
Produção de resíduos do tipo papel e cartão, embalagens e orgânicos (resí-duos urbanos)
Uso do solo
Área ocupada pela edificação e áreas verdes
Água e recursos florestais
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4. Pegada Ecológica da ZMAR
4.1. Energia Consumida
Para a contabilização da pegada relativa do consumo de energia elétrica segundo as diferentes fontes de energia, reno-váveis e não renoreno-váveis, foram tidos em conta os dados apresentados pela REN para o ano 2010 (REN vide QUERCUS, 2008). Como tal, a energia fornecida aos consumidores em território nacional pela rede elétrica resulta em cerca de 64% de fontes renováveis e 36% de fontes não renováveis.
Figura 2 – Dados referentes à Pegada Ecológica segundo a categoria energia
4.2. Resíduos Produzidos
No âmbito da categoria dos resíduos, procura-se calcular a energia associada à produção de recursos, como por exem-plo o papel e cartão. Para além da pegada associada à produção desses recursos, é contabilizada a poupança energética resultante da separação e reciclagem dos resíduos produzidos.
Para a ZMAR foram tidos em conta os valores de resíduos produzidos, nomeadamente ao nível de papel e cartão, alumínio, vidro, plástico e resíduos sólidos urbanos. Contabilizou-se uma pegada global nesta categoria de 91,48 hag, distribuída segundo o gráfico 1.
Energia eléctrica
200 930 KWh =
Gráfico 1 – Distribuição da Pegada Ecológica segundo a categoria resíduos.
4.3. Ocupação do Solo
Nesta categoria procura-se avaliar a área construída e impermeabilizada associada às estruturas exploradas pela em-presa.
Nos dados fornecidos, existem um total de 80 ha de área pertencente à organização, dos quais 1,2% são ocupados pe-las infraestruturas. Sabendo que grande parte da área apresenta características naturais, aplicando a fórmula de cálculo tendo em conta a área impermeabilizada, cerca de 0,96 ha, resulta uma pegada de 2,71 hag.
4.4. Água
A água, embora seja um recurso renovável, é um recurso escasso que suporta taxas de exploração muito limitadas no tempo. Como tal, torna-se importante avaliar qual a área produtiva necessária para suportar a consumo dos recursos desta natureza por parte da empresa.
A partir do valor apresentado, correspondente a um consumo total de 53 636 m3 de água, chegamos a uma pegada
de 42,99 hag.
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5. Pegada por tipo de Ecossistema
A PE está dividida em várias sub-pegadas apresentando as seguintes subcategorias:
• Energia fóssil – corresponde a uma área virtualmente necessária para absorver as emissões de CO2 resul-tantes da queima de combustíveis fósseis. Trata-se de reservar determinada área para a absorção do excesso de CO2 libertado. A contabilização da absorção é efetuada com base nas florestas, não levando em linha de conta a taxa de absorção por parte dos oceanos, pelo que é necessário ter em consideração que a madeira não poderá ser utilizada para fins que possam libertar o carbono armazenado.
• Terra arável – aquela superfície em que o Homem desenvolve atividades agrícolas, retirando produtos como
alimentos, fibras, azeite, entre outras, para suprir as suas necessidades alimentícias.
• Pastagem - área dedicada a pastos, de onde se obtêm determinados produtos animais como carne, leite,
pele e lã.
• Bosque - a superfície ocupada pelos bosques, de onde advêm principalmente produtos derivados da madeira,
utilizados na produção de bens, e também combustíveis como a lenha.
• Terreno construído - área ocupada por edifícios, estradas e outros espaços impermeabilizados, e como tal
corresponde a um solo completamente degradado, pelo que não é biologicamente produtiva.
• Mar - a superfície marinha biologicamente produtiva aproveitada pelo Homem para obter pescado e marisco.
Face ao exposto, é apresentada a contabilização da Pegada Ecológica (hag) segundo as categorias estudadas e ecossis-temas.
Tabela 1 – Contabilização da Pegada Ecológica segundo as categorias estudadas e ecossistemas.
Categoria
Pegada por tipo de Ecossistema (hag)
Energia fóssil Terra arável Pastagem Bosque construídoTerreno Mar Consumo eletricidade 13,38 -- -- -- 0,42 --Mobilidade e combustíveis -- -- -- -- -- --Serviços -- -- -- -- -- --Resíduos produzidos 89,90 -- -- 1,58 -- --Ocupação do solo -- -- -- -- 2,71 --Água -- -- -- 42,99 --
--6. Pegada Ecológica Global
A Pegada Ecológica Global (PEG) da ZMAR, de acordo com a metodologia aplicada e categorias analisadas, correspon-derá a 150,99 hag.
Gráfico 2 – Distribuição da PEG segundo as categorias analisadas
Da análise dos resultados obtidos, constata-se que uma grande proporção da Pegada Ecológica se deve às
categorias associadas à produção de resíduos e ao consumo de água. No caso da produção de resíduos, existe
uma preocupação por parte da ZMAR em direcionar para linhas de reciclagem 100% dos resíduos
produzi-dos nas tipologias papel e cartão, alumínio, vidro e plástico.
No campo do consumo de energia elétrica, o seu peso sobre o global da pegada é de 9%, enquanto a
imper-meabilização do solo é a categoria que menos contribui para o total do calculo efetuado.
Tendo somente por base o número de hóspedes para o ano de 2010, em número de 83 792, e não
contabi-lizando os visitantes diários, poderemos dizer que a pegada média por utilizador é de 14 m
2g.
É necessário realçar que, dos 150, 99 hag da pegada da ZMAR, cerca de 98% da pegada resulta, de forma
direta ou indireta, do perfil dos utentes da organização, pelo que de futuro, de forma a diminuir a mesma, a
intervenção poderá passar pela sensibilização dos mesmos a adotar comportamentos que diminuam o seu
impacto sobre os ecossistemas, nomeadamente através de uma utilização mais sustentável do recurso água e
do recurso energia elétrica.
Da parte da organização, o investimento em energias renováveis, será uma forma de contribuir para a
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nuição no consumo de combustíveis fósseis e desta forma diminuir o impacto sobre os ecossistemas. Será
também importante evitar, tanto quanto possível, a utilização de produtos de consumo que incorporem muita
embalagem, pelo que o ideal é verificar junto dos fornecedores de produtos quais as melhores opções para
reduzir a quantidade de resíduos produzidos.
7. Referências bibliográficas
QUERCUS (2008). “Pegada Ecológica das Organizações”. Documento de consulta interna. DOMÉNECH, J. L. (2007). “Huella Ecológica y Desarrollo Sostenible”, AENOR, Madrid, Spain. REES, W.E. (2000). “Eco-Footprint Analysis: Merits and Brickbats”, Ecological Economics, vol. 32, pp. 371-374.
WACKERNAGEL, M. (1999). “An Evaluation of the Ecological Footprint”, Ecological Economics, vol. 31, pp. 317-318. WACKERNAGEL, M. & REES, W. (1996). “Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth”, New Society Publishers, Gabriola Island, Canada and Philadelphia, USA.