• Nenhum resultado encontrado

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO ABERT

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO ABERT"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Brasília - DF, 31 de julho de 2013.

Ofício/Nº 31/2013

Excelentíssimo Senhor PAULO BERNARDO

D.D. Ministro de Estado das Comunicações Esplanada dos Ministérios, Bloco ‘R’

Excelentíssimo Senhor Ministro,

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO – ABERT, sociedade civil sem fins lucrativos representativa das emissoras de rádio e televisão, vem, respeitosamente à presença Vossa Excelência, por seu presidente subscrito ao final, acerca da Portaria nº 197, de 1º de julho de 2013, deste Ministério, expor para, ao final, requerer o que segue:

A referida Portaria, com fundamento na “necessidade de conferir tratamento isonômico às prestadoras dos diversos serviços de radiodifusão”, estipulou, em seu artigo 1º, o prazo de até 30 de novembro de 2013 para que as entidades executantes do Serviço de Radiodifusão Comunitária apresentem pedido de renovação de outorga, caso não o tenham feito no prazo previsto no item 20.2 da Norma nº 1/2011, aprovada pela Portaria nº 462, de 14.10.2011.

(2)

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT

Entretanto, em seu artigo 2º, a citada Portaria nº 197 altera diversos itens da também já referida Norma nº 1/2011, merecendo especial destaque as inclusões dos itens 3.1.1, 3.2.1 e 5.2, conforme restará demonstrado a seguir.

I - DO ITEM 3.1.1

No tocante ao item 3.1.1, este foi inserto na Norma nº 1/2011 com a seguinte redação:

“3.1.1 O apoio cultural poderá ser realizado por entidades de direito privado e de direito público.”

Por relevante, cumpre, desde já, ressalvar que a Lei nº 9.612, de 19.02.1998 e que instituiu o Serviço de Radiodifusão Comunitária, em seu artigo 18, consignou que:

“Art. 18. As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida.”

Já o Decreto nº 2.615, de 03.06.1998 e que aprovou o Regulamento do Serviço de Radiodifusão Comunitária - como não poderia ser diferente -, esclareceu que:

“Art. 32. As prestadoras do RadCom poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida.”

(3)

Por outro diapasão, não é possível olvidar que as executantes do Serviço de Radiodifusão Comunitária são vedadas de transmitir propaganda ou publicidade comercial a qualquer título1 e, é óbvio, patrocínio em desacordo com as normas legais pertinentes2.

Daí, patente que não só as entidades executantes do Serviço de Radiodifusão Comunitária estão proibidas de transmitir qualquer propaganda ou publicidade comercial, mas também que o patrocínio deve ater-se ao formato de apoio cultural e restrito aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida.

Ora, se a definição de apoio cultural pode ser encontrada na própria Norma nº 1/20113, para se identificar a conceituação do termo estabelecimento é necessário buscar auxílio no Código Civil, que precisamente em seu artigo 1.142 esclarece que “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.

Portanto, como a legislação de regência permite às executantes do Serviço de Radiodifusão Comunitária receber somente apoio cultural de estabelecimentos situados na área da comunidade atendida e a conceituação de estabelecimento não abarca entidades de direito público, resta cristalino que não podem estas contratar patrocínio, na forma de apoio cultural, junto as executantes do Serviço de RadCom, ainda que situadas na área da comunidade atendida!

1 Inciso XV do artigo 40 do Decreto nº 2.615. 2 Inciso XIV do artigo 40 do Decreto nº 2.615.

(4)

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT

DO ITEM 3.2.1

No tocante ao item 3.2.1, inseriu a Portaria nº 197 os seguintes termos:

“3.2.1 A depender de características geográficas e urbanísticas e mantidas as condições técnicas da autorização, o sinal da emissora poderá ultrapassar o raio de um quilômetro.”

Nesse ponto, a ilegalidade do dispositivo é também patente!

Assevera o Decreto nº 2.615, em seu artigo 6º, em estrita atenção a Lei nº 9.612, que “a cobertura restrita de uma emissora do RadCom é a área limitada por um raio igual ou inferior a mil metros a partir da antena transmissora, destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro, uma vila ou uma localidade de pequeno porte.

Ora, o decreto é expresso ao afirmar que a cobertura da executante de RadCom é a área limitada por um raio igual ou inferior a mil metros a partir da antena transmissora, não permitindo qualquer possibilidade a que portaria ministerial discipline de forma diversa, quanto mais ampliando o que o decreto restringiu.

Nesse ponto, cabe ainda destacar que a própria Lei nº 9.612 determina que a potência do Serviço de Radiodifusão Comunitária é “limitada a um máximo de 25 watts ERP” e a altura do sistema irradiante não pode ser “superior a trinta metros”.

Da mesma forma, o Decreto nº 2.615 esclarece, em seus artigos 5º e 6º, que: “Art. 5º. A potência efetiva irradiada por emissora do RadCom será igual ou inferior a vinte e cinco watts.

(5)

Art. 6º. A cobertura restrita de uma emissora do RadCom é a área limitada por um raio igual ou inferior a mil metros a partir da antena transmissora, destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro, uma vila ou uma localidade de pequeno porte.”

Portanto, para alcançar a área limitada por um raio, no máximo, igual a mil metros a partir da antena transmissora, é que a potência deve ser igual ou inferior a 25 watts ERP e o sistema irradiante não poderá superar os 30 metros, e não o contrário!

Assim, ilegal também o item 3.2.1 da Norma 1/2011 instituído pela Portaria nº 197.

DO ITEM 5.2

O item 5.2 foi inserto com a seguinte redação na Norma 1/2011:

“5.2 Respeitada a atribuição de um canal exclusivo para a execução do serviço por município e a disponibilidade de frequências na região, a Anatel poderá atribuir canais diferentes à execução do serviço de radiodifusão comunitária em municípios vizinhos, nos casos de manifesta impossibilidade técnica ou como forma de tornar mais eficiente o uso do espectro, observadas as necessidades específicas do serviço.”

Imperioso, também aqui, que o dispositivo da Norma 1/2001 não extrapole o que disciplinado pela Lei nº 9.612 e pelo Decreto nº 2.615 que, in casu, estabelece que:

“Art. 4º. A agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL designará um único e específico canal na faixa de freqüências do Serviço de Radiodifusão Sonora em Freqüência Modulada, para atender, em âmbito nacional, ao Serviço de que trata este Regulamento.

(6)

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT

previstos nos Planos Básicos de Distribuição de Canais de Radiodifusão Sonora em Freqüência Modulada, de Televisão em VHF e de Retransmissão de Televisão em VHF.”

Aliás, o dispositivo aqui em comento, com a demonstração da ilegalidade do item 3.2.1 anteriormente abordado, se mostra também indevido, razão porque necessária também sua extirpação.

Diante de todo o exposto, certos de sua compreensão e apoio, é a presente para solicitar a revogação dos itens 3.1.1, 3.2.1 e 5.2 da Norma nº 1/2011, incluídos pela Portaria nº 197, de 01.07.2013.

Desde já agradecemos antecipadamente a atenção ora dispensada por Vossa Excelência.

Respeitosamente,

DANIEL PIMENTEL SLAVIERO Presidente

Referências

Documentos relacionados

Deste modo, torna-se imperativo tornar acessível, de forma justa e equitativa, o acesso aos serviços públicos e ao espaço público para as populações cujos horários são cada vez

1) Promover a plena autonomia de gestão ad- ministrativa e financeira das universidades federais, preservando sua condição atual de entidades de direito público; 2) A autonomia

Assim, é visível a discrepância entre o instituto acima referido e a Lei Maior, razão pela qual, em virtude das discussões sobre essa desconexão que o inquérito policial sofre

Farag, El-Maghraby e Taha (2011) realizaram testes para produzir biodiesel por meio da reação entre metanol e uma mistura de óleos com elevado teor de ácidos graxos

Por isso, toda vez que se coloca este desafio na análise social é necessário, como primeiro passo, a construção teórica e metodológica (limites e

O estudo visa também ajudar os profissionais diminuir as terapias empíricas, disponibilizando um perfil dos microrganismos mais prevalentes nas infecções urinarias, sexo,

Dividido em quatro partes, que correspondem às etapas da vida desse biscoito, o trabalho apresenta como seus fundadores construíram a fábrica dentro de um cenário

6 Num regime monárquico e de desigualdade social, sem partidos políticos, uma carta outor- gada pelo rei nada tinha realmente com o povo, considerado como o conjunto de