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MAPAS DE RUÍDO DO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO NORTE POENTE DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO REGULAMENTO GERAL DE RUÍDO (DEC.

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(1)

M A P A S D E R U Í D O D O P L A N O D E P O R M E N O R D A Z O N A D E

E X P A N S Ã O N O R T E P O E N T E D E V I L A R E A L D E S A N T O

A N T Ó N I O

R E G U L A M E N T O G E R A L D E R U Í D O

( D E C . - L E I 9 / 2 0 0 7 )

JUNHO

2009

(2)

M A P A D E R U Í D O D O P L A N O D E P O R M E N O R D A

Z O N A D E E X P A N S Ã O N O R T E P O E N T E

D E

V I L A R E A L D E S A N T O A N T Ó N I O

R

ELATÓRIO

A

NEXOS JUNHO DE 2009 Elaborado por:

(João Pedro Silva – Eng.º Mc.) (José Silva – Eng.º Qc.)

(3)

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________________ 4  2. ENQUADRAMENTO LEGAL ________________________________________________________________ 5 

2.1 CONTEXTO LEGISLATIVO ______________________________________________________________________ 5 

2.2. DEFINIÇÕES _________________________________________________________________________________ 7  3. ELABORAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO ______________________________________________________ 9 

3.1 METODOLOGIA _______________________________________________________________________________ 9 

3.2 NORMAS E PARÂMETROS DE CÁLCULO _________________________________________________________ 10 

3.2.1 TRÁFEGO RODOVIÁRIO __________________________________________________________________ 10 

3.2.2 TRÁFEGO FERROVIÁRIO _________________________________________________________________ 10 

3.2.3 FONTES INDUSTRIAIS ____________________________________________________________________ 10 

3.2.4 PARÂMETROS DE CÁLCULO ______________________________________________________________ 11 

3.2.5 PEÇAS DESENHADAS E ESCRITAS _________________________________________________________ 12  4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ______________________________________________________________ 13 

4.1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO _________________________________________________________ 13 

4.2 MODELO DIGITAL DO TERRENO _______________________________________________________________ 14 

4.3 EDIFÍCIOS E BARREIRAS ACÚSTICAS ___________________________________________________________ 15 

4.4 FONTES DE RUÍDO ___________________________________________________________________________ 16 

4.4.1 TRÁFEGO RODOVIÁRIO __________________________________________________________________ 16 

4.4.2 TRÁFEGO FERROVIÁRIO _________________________________________________________________ 18 

4.4.3 ZONAS INDUSTRIAIS _____________________________________________________________________ 18 

4.5 VALIDAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO ____________________________________________________________ 19 

4.5.2. MEDIÇÕES ACÚSTICAS __________________________________________________________________ 19 

4.5.3. MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE RECOLHA DE DADOS _______________________________________ 19 

4.5.5. VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS ___________________________________________________________ 21 

4.5.1. LOCALIZAÇÃO DO PONTO DE VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS _________________________________ 21  5. SITUAÇÃO PREVISTA ___________________________________________________________________ 23 

5.1 ALTERAÇÕES NA ZONA DO PLANO DE PORMENOR _______________________________________________ 23 

5.2 TRÁFEGO RODOVIÁRIO _______________________________________________________________________ 24 

5.3 TRÁFEGO FERROVIÁRIO ______________________________________________________________________ 24 

5.4 ZONAS INDÚSTRIAIS _________________________________________________________________________ 24  6. RESULTADOS __________________________________________________________________________ 25 

6.1 ANÁLISE DE RESULTADOS ____________________________________________________________________ 25 

6.2 SITUAÇÃO DECORRENTE DA EXECUÇÃO DO PLANO ______________________________________________ 25  7. PLANO MUNICIPAL DE RUIDO ____________________________________________________________ 27 

7.1 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS PLANOS MUNICIPAIS DE RUÍDO ____________________________________ 27 

(4)

1. INTRODUÇÃO

As cartas de ruído são instrumentos essenciais no diagnóstico e gestão do meio ambiente sonoro. Sendo uma fonte de informação para técnicos de planeamento do território e para os cidadãos em geral, pretende-se que com estas seja possível planear, prevenir ou corrigir situações, gerando uma melhoria na qualidade do meio ambiente sonoro. Nas zonas junto a vias de transportes, a actividades industriais, a actividades comerciais e a áreas urbanas em geral, as cartas de ruído revelam-se de grande importância no que se refere às novas políticas de melhoria do ambiente sonoro.

A carta de ruído do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte Poente de Vila Real de Santo António foi elaborada com base nas mais recentes exigências, constantes dos quadros legais nacionais e europeus. Os mapas de ruído são considerados como formas privilegiadas de diagnóstico para avaliação da incomodidade das populações ao ruído e como instrumentos que estão na base para a elaboração dos planos de redução de ruído. O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro aprova o Regulamento Geral de Ruído (RGR) e o Decreto-Lei n.º 146/2006, de 31 de Julho, transpõe a Directiva n.º2002/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente.

Os mapas de ruído são o resultado da sobreposição dos mapas elaborados para os quatro tipos de fontes sonoras (tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo, e indústrias).

O mapa de ruído traduz o estado acústico do local e as influências das fontes de ruído mais relevantes. Esta é apresentada de uma forma sistematizada e seleccionada, sendo uma ferramenta importante no planeamento urbano, no desenvolvimento urbanístico, na definição de zonas de actividades, no controlo de ruído e no apoio à decisão.

O mapa de ruído tem, então, os seguintes objectivos:

• Identificar, qualificar e quantificar o ruído ambiente;

• Identificar situações de conflito do ruído com o tipo de zona; • Avaliar a exposição ao ruído das populações;

• Apoiar a decisão na correcção de situações existentes;

• Planear e definir objectivos e planos para o controlo e a redução do ruído; • Influenciar o planeamento urbanístico do local;

(5)

A carta de ruído fornece uma visualização global do ruído para o Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte Poente de Vila Real de Santo António, permitindo avaliar correctamente as situações em cada zona e realizar uma análise primária na gestão do ruído na área, em termos de ruído ambiente.

É objectivo ir de encontro do R.G.R. (Dec.Lei – 9/2007), este estabelece a elaboração dos mapas a uma altura de 4 metros, para os indicadores “diurno-entardecer-nocturno” e “nocturno”. Foram seguidas as orientações do documento “Directrizes para Elaboração de Mapas de Ruído” do Instituto do Ambiente de Março de 2007. IDENTIFICAÇÃO

Requerente Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Local Todos os ensaios foram realizados dentro da área de estudo. Levantamentos das

fontes sonoras cartografadas

Datas De 03 de Julho de 2003 a 18 de Julho de 2008

Hora (Período Diurno) Das 7h00m às 20h00m

Hora (Período Entardecer) Das 20h00m às 23h00m

Hora (Período Nocturno) Das 23h00m às 07h00m

2. ENQUADRAMENTO LEGAL

2.1 CONTEXTO LEGISLATIVO

O Regulamento Geral de Ruído (R.G.R.) – Dec. Lei. Nº9/2007 de 17 de Janeiro de 2007 vem substituir o Decreto-Lei nº 292/2000.

Das alterações introduzidas com o actual R.G.R. é de destacar: CAPÍTULO II - Planeamento municipal

(Artigo 6.º- Planos municipais de ordenamento do território)

1—Os planos municipais de ordenamento do território asseguram a qualidade do ambiente sonoro, promovendo a distribuição adequada dos usos do território, tendo em consideração as fontes de ruído existentes e previstas. 2—Compete aos municípios estabelecer nos planos municipais de ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas sensíveis e das zonas mistas.

3—A classificação de zonas sensíveis e de zonas mistas é realizada na elaboração de novos planos e implica a revisão ou alteração dos planos municipais de ordenamento do território em vigor.

4—Os municípios devem acautelar, no âmbito das suas atribuições de ordenamento do território, a ocupação dos solos com usos susceptíveis de vir a determinar a classificação da área como zona sensível, verificada a proximidade de infra-estruturas de transporte existentes ou programadas.

(6)

(Artigo 7.º - Mapas de ruído)

1— As câmaras municipais elaboram mapas de ruído para apoiar a elaboração, alteração e revisão dos planos directores municipais e dos planos de urbanização.

2— As câmaras municipais elaboram relatórios sobre recolha de dados acústicos para apoiar a elaboração, alteração e revisão dos planos de pormenor, sem prejuízo de poderem elaborar mapas de ruído sempre que tal se justifique.

3— Exceptuam-se do disposto nos números anteriores os planos de urbanização e os planos de pormenor referentes a zonas exclusivamente industriais.

4— A elaboração dos mapas de ruído tem em conta a informação acústica adequada, nomeadamente a

obtida por técnicas de modelação apropriadas ou por recolha de dados acústicos realizada de acordo com técnicas de medição normalizadas.

5— Os mapas de ruído são elaborados para os indicadores Lden e Ln reportados a uma altura de 4 m acima do solo.

6— Os municípios que constituam aglomerações com uma população residente superior a 100 000 habitantes e uma densidade populacional superior a 2500 habitantes/ km2 estão sujeitos à elaboração de mapas estratégicos de ruído, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.o 146/2006, de 31 de Julho.

O actual R.G.R. define ainda (Artigo 5.º - Informação e apoio técnico) que incumbe à Agência Portuguesa do Ambiente (A.P.A.) prestar apoio técnico às entidades competentes para elaborar mapas de ruído e planos de redução de ruído, incluindo a definição de directrizes para a sua elaboração.

Com este objectivo a A.P.A. elaborou o documento “Directrizes para Elaboração de mapas de Ruído”, o qual também define os procedimentos a tomar em conta na realização de mapas de ruído.

O R.G.R. reporta os limites permitidos do nível sonoro de longa duração para os indicadores diurno-entardecer-nocturno. Os valores limite para os dois tipos de zona são apresentados no Quadro 2.1.

Zona Indicador

Diurno-Entardecer-Nocturno / Lden

Indicador Nocturno Ln

Sensível 55 dB(A) 45 dB(A)

Mista 65 dB(A) 55 dB(A)

Sem classificação* 63 dB(A) 53 dB(A)

* - Em caso de classificação ainda não definitiva, os limites aplicáveis de 63 dB(A) para o indicador Lden e de 53 dB(A) para o indicador Ln.

(7)

2.2. DEFINIÇÕES

Nos pontos seguintes apresentam-se algumas definições importantes relativas aos mapas de ruído. CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

(Artigo 3º - Definições)

o) «Mapa de Ruído» o descritor do ruído ambiente exterior, expresso pelos indicadores Lden e Ln, traçado em documento onde se representam as isófonas e as áreas por elas delimitadas às quais correspondem uma determinada classe de valores expressos em dB(A);

j) «Indicador de ruído diurno-entardecer-anoitecer (Lden)» o indicador de ruído, expresso em dB(A), associado ao incómodo global, dado pela expressão:

+

+

=

+ 10+ 10 10 5 10

3

10

8

10

10

13

24

1

log

10

Ln Le L den

x

x

x

x

L

d

l) «Indicador de Ruído diurno (Ld) ou (Lday)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma NP 1730-1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos diurnos representativos de um ano;

m) «Indicador de Ruído entardecer (Le) ou (Levening)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma NP 1730-1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos do entardecer representativos de um ano;

n) «Indicador de Ruído nocturno (Ln) ou (Lnight)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma NP 1730-1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos nocturnos representativos de um ano;

p) «Período de referência» o intervalo de tempo a que se refere um indicador de ruído, de modo a abranger as actividades humanas típicas, delimitadas nos seguintes termos:

• Período diurno – das 7 às 20 horas;

• Período de entardecer – das 20 às 23 horas; • Período nocturno – das 23 às 7 horas;

q) «Receptor sensível» o edifício habitacional, escolar, hospitalar ou similar ou espaço de lazer, com utilização humana;

r) «Ruído de vizinhança» o ruído associado ao uso habitacional e às actividades que lhe são inerentes, produzido directamente por alguém ou por intermédio de outrem, por coisa à sua guarda ou animal colocado sob a sua responsabilidade, que, pela sua duração, repetição

(8)

t) «Ruído particular» o componente do ruído ambiente que pode ser especificamente identificada por meios acústicos e atribuída a uma determinada fonte sonora;

u) «Ruído residual» o ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para uma situação determinada;

v) «Zona mista» a área definida em plano municipal de ordenamento do território, cuja ocupação seja afecta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos referidos na definição de zona sensível;

x) «Zona sensível» a área definida em plano municipal de ordenamento do território como vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio tradicional, sem funcionamento no período nocturno;

z) «Zona urbana consolidada» a zona sensível ou mista com ocupação estável em termos de edificação.

Há ainda a realçar os conceitos:

Valor Limite – Valor que conforme determinado pelo Estado-membro (em Portugal correspondente aos valores impostos para zonas sensíveis ou mistas), que, caso seja excedido, deverá ser objecto de medidas de redução por parte das autoridades competentes;

Nível Sonoro Contínuo Equivalente, Ponderado A, LAeq, de um Ruído e num Intervalo de Tempo – Nível sonoro, em dB (A), de um ruído uniforme que contém a mesma energia acústica que o ruído referido naquele intervalo de tempo,

=

dt

T

L

T t L Aeq 0 10 ) ( 10

10

1

log

10

em que: L (t)- valor instantâneo do nível sonoro em dB (A); T- o período de tempo considerado.

(9)

3. ELABORAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO

3.1 METODOLOGIA

A elaboração de um mapa de ruído pode ser descrita resumidamente pelo diagrama em baixo apresentado:

Figura 3.1. – Diagrama resumo da metodologia adoptada.

GERAÇÃO DO MODELO - Importação da cartografia

-Definição das características acústicas dos elementos da cartografia

FONTES SONORAS - Levantamento das fontes sonoras

i) Industriais (Levantamento / Determinação de potências sonoras) ii) Rodoviárias (Medições de longa duração e contagens de tráfego)

iii) Ferroviárias (Medições de longa duração e contagens de tráfego)

- Confirmação de cartografia fornecida

Ajustes à Cartografia (Altura de edifícios, barreiras, viadutos,

etc…) Análise e calibração dos dados de entrada

SIMULAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO - Caracterização das fontes sonoras no modelo - Geração dos Mapas de Ruído

VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS Dados validados RELATÓRIO FINAL E MAPAS DE RUÍDO

(10)

3.2 NORMAS E PARÂMETROS DE CÁLCULO 3.2.1 Tráfego Rodoviário

Na ausência de um método nacional para o cálculo de níveis de ruído de tráfego rodoviário, recorreu-se, neste estudo, ao método recomendado pela Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à Avaliação e Gestão do Ruído Ambiente (2002/49/CE) de 25 de Junho.

Aquela Directiva recomenda, no seu anexo II, que para o cálculo do ruído de tráfego rodoviário, deve ser utilizado o método NMPB-1996 (Norma XPS 31-133).

3.2.2 Tráfego Ferroviário

Na ausência de um método nacional para o cálculo de níveis de ruído de tráfego ferroviário, recorreu-se, neste estudo, ao método recomendado pela Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à Avaliação e Gestão do Ruído Ambiente (2002/49/CE) de 25 de Junho.

A Directiva recomenda, no seu anexo II, que para o cálculo do ruído de tráfego ferroviário, deve ser utilizado o método holandês ”Standaard-Rekenmethode II”.

3.2.3 Fontes industriais

No que se refere às indústrias, a determinação da potência sonora baseou-se na Norma ISO 8297:1994 (E). Para a determinação da potência sonora, esta norma indica a realização de medições de ruído ambiente na área envolvente à unidade industrial em avaliação, realizadas a distâncias (entre pontos e entre o ponto e a unidade) e alturas variáveis de acordo com as características da indústria (altura média das fontes, comprimento máximo da unidade industrial).

A norma impõem algumas limitações para a determinação das potências sonoras, nomeadamente o facto do nível de ruído residual da zona circundante dever ser inferior em pelo menos 6 dB ao nível gerado pela indústria, as fontes sonoras devem localizar-se no exterior e as áreas das instalações devem ter um comprimento inferior a 320 metros.

O procedimento foi simplificado, tendo sido inicialmente definidas as indústrias que influem no ambiente sonoro envolvente. De seguida efectuaram-se medições na sua envolvência para caracterização dos níveis sonoros gerados pelas fontes de ruído industriais, nos designados locais de calibração das fontes industriais.

A potência sonora da unidade industrial é então determinada em função dos valores medidos, inseridos no modelo como pontos receptores, fazendo-se variar a potência de cada unidade até que os valores medidos sejam iguais aos calculados para os mesmos pontos.

(11)

3.2.4 Parâmetros de Cálculo

O modelo a criar será a base para simular os níveis sonoros na área de estudo devido às fontes de ruído consideradas, com o rigor desejado. É desejável que os parâmetros de cálculo adoptados, por um lado, garantam o rigor de cálculo exigível, e por outro tornem o cálculo mais célere gerando resultados em períodos de tempo aceitáveis.

Os parâmetros de cálculo adoptados no modelo que está na base dos mapas de ruído, são de seguida descritos.

Quadro 3.1. – Parâmetros de cálculo

Parâmetros Dados de cálculo

Malha de cálculo Malha rectangular de 2 x 2 metros Altura de Avaliação 4 metros

Volumetria do Edificado

Para os edifícios/conjunto de edifícios constituídos pelo piso térreo, a cércea considerada destes foi de 3,5 metros. Para os restantes edifícios/conjunto de edifícios foram adicionados 2,5 metros por cada piso adicional. Altura do edificado do

aglomerado Vila Real Sº Ant. retirado da informação disponibilizada na cartografia de 1/5.000.

Absorção dos elementos (Coeficiente de absorção sonora)

Ver Quadro 3.2 Ordem das reflexões 2º grau Comprimento Raio Sonoro 2 000 Metros Condições Meteorológicas

(Períodos de Referência)

Diurno: 50% favorável à propagação de ruído. Entardecer: 75% favorável à propagação de ruído. Nocturno: 100% favorável à propagação de ruído.

Quadro 3.2. – Coeficiente de absorção sonora

Superfície Factor de absorção

Floresta / Campo 1.0 Agricultura 1.0 Zona urbana 0.0 Zona Industrial 0.0 Água 0.0 Área residencial 0.5

(12)

3.2.5 PEÇAS DESENHADAS E ESCRITAS

A representação gráfica dos mapas de ruído obedecerá aos seguintes requisitos:

− em formato papel, a escala dos mapas de ruído deve ser igual ou superior a 1:25 000, excepto no caso de mapas para articulação com PU/PP para os quais a escala deve ser igual ou superior a 1:5 000.

− informação mínima a incluir:

• denominação da área abrangida e toponímia de lugares principais; • identificação dos tipos de fontes sonoras consideradas;

• métodos de cálculo adoptados; • escala;

• ano a que se reportam os resultados; • indicador de ruído, Lden ou Ln;

• legenda para a relação cores/padrões-classes de níveis sonoros (Tabela 1).

O quadro 3.3. em baixo apresentado, define a representação gráfica à qual devem obedecer os mapas de ruído.

(13)

4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

4.1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO

A área objecto de estudo localiza-se no aglomerado urbano de Vila Real de Santo António.

Fig. 4.1. – Localização do Plano de Pormenor

Para que o modelo físico de propagação sonora possa fazer o seu papel com o maior rigor possível, é necessário modelar as variáveis intervenientes. Nos pontos seguintes é descrito com maior detalhe a informação introduzida no modelo, tanto na caracterização da área em estudo como nas fontes de ruído.

(14)

4.2 MODELO DIGITAL DO TERRENO

O cálculo de um mapa de ruido implica a construção de um modelo digital do terreno (MDT) sobre o qual assentarão todos os elementos necessários à simulação nomeadamente os edifícios e as fontes sonoras (rodovias, ferrovias e zonas industriais).

Para a elaboração do MDT é necessária informação relativa à altimetria do terreno, nomeadamente curvas de nível. No que se refere ao presente mapa o MDT foi construido a partir das curvas de nível e pontos cotados, informação fornecida pelo cliente. A informação relativa à topografia é apresentada na Figura 4.2.

(15)

4.3 EDIFÍCIOS E BARREIRAS ACÚSTICAS

A informação relativa aos edifícios, fornecida pelo Município foi também tida em conta na simulação, em termos de localização e altura. Para o cálculo foi ainda considerado um valor médio de absorção sonora para as fachadas dos edifícios.

Na figura seguinte apresenta-se, como exemplo, um excerto do modelo tridimensional efectuado.

(16)

Fig. 4.4. – Detalhe da área em estudo (Zona de Expansão Norte Poente - VRSA)

Para efeitos de reflexão no solo assumiu-se que os terrenos em torno das vias de comunicação são reflectores no caso de se tratar de uma zona com elevada densidade de habitações e sem áreas verdes. Nas zonas verdes considerou-se um solo absorvente.

4.4 FONTES DE RUÍDO

O presente estudo tem definido como fontes de ruído, as rodovias e as indústrias que influem no ambiente sonoro envolvente. As fontes de ruído foram modeladas de acordo com a sua geometria real de forma a reproduzir no modelo a realidade acústica existente, com o rigor desejado.

Na elaboração dos mapas de ruído foram consideradas as fontes sonoras que influem no ambiente sonoro da área do mapa, bem como as fontes sonoras que, embora localizadas fora dos limites do plano, têm também influência no seu ambiente sonoro.

Um exemplo desta situação é o ruído emitido pelo tráfego rodoviário que circula na proximidade dos limites do Plano (embora fora dele), influenciando ainda o ambiente sonoro neste.

4.4.1 Tráfego Rodoviário

A avaliação dos fluxos de tráfego dentro da área de estudo, permite definir quais as rodovias com maior contribuição para os níveis sonoros dentro do Plano e assim aquelas que deveriam ser consideradas na modelação.

(17)

Na elaboração dos presentes mapas de ruído, foi objectivo da Sonometria caracterizar as rodovias que apresentam níveis de tráfego mais elevado e todas aquelas que desempenham um papel estruturante ao nível do município.

A determinação do tráfego médio horário a considerar em cada uma das vias, teve como informação de base os estudos de tráfego das Estradas de Portugal (E.P). Nas vias sem cobertura do E.P., recorreu-se a contagens de tráfego in situ.

Cada contagem de tráfego teve a duração de 60 minutos. O tráfego em rotundas e acessos foi estimado com base nas rodovias que lhes são contíguas e em algumas amostragens para verificar as tendências de circulação nesses pequenos troços.

Nas estradas usadas para a validação dos resultados as contagens de tráfego foram acompanhadas de medições acústicas.

Os valores de tráfego considerados em cada um dos troços, assim como a velocidade considerada para os veículos ligeiros nos três períodos de referência previstos no novo Regulamento Geral de Ruído (R.G.R.), são apresentados no Quadro 4.1. Relativamente aos veículos pesados considerou-se que a sua velocidade é inferior em 10 km à dos ligeiros.

Estes dizem respeito aos 3 períodos (diurno, entardecer e nocturno) e foram apurados conforme as Directrizes do Instituto do Ambiente para adaptação de mapas de ruído à nova legislação.

Quadro 4.1. – Tráfego Médio Diário Anual por Período de Referência – Contagens de Tráfego efectuadas pela Sonometria – valores apurados conforme Cap.5 do documento “Directrizes para Elaboração de Mapas de Ruído do Instituto do Ambiente”

de Março de 2007.

Estrada Numeração

Período Diurno Entardecer Período Nocturno Período Vel.

TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) (km/h)

Estrada EN122 1 343 5.0 254 4.3 71 3.0 50

- 2 45 3.0 32 2.3 11 1.0 50

- 3 12 3.0 9 2.3 3 1.0 50

- 4 8 3.0 5 2.3 1 1.0 50

- 5 43 4.0 30 3.0 8 1.5 50

Rua António Vicente Campinas 6 46 4.0 32 3.0 9 1.5 50

- 7 52 5.0 37 4.3 11 3.0 50

- 8 250 6.0 189 5.3 66 4.0 50

(18)

Uma vez que os dados fornecidos pelas Estradas de Portugal (E.P.) não são apresentadas em função dos períodos diurno, entardecer e nocturno definidos no R.G.R., a distribuição de tráfego por período de referência e percentagem de pesados assumidos para as rodovias para as quais há contagens de tráfego por parte do E.P. tem como base contagens com classificação de veículos para posterior tratamento e distribuição por período de referência.

4.4.2 Tráfego Ferroviário

Vila Real de Santo António é actualmente servida pela linha do Sotavento Algarvio, que termina na estação de Vila Real de Santo António.

Quadro 4.2. – Características das composições que circulam na Linha do Sotavento Algarvio

PERÍODO

Troço Categoria passagens/dia Nº de

Comp V.med. Freio utilizado (%) (m) (km/h) DIUR NO   Sotavento Algarvio Regional 14 50 70 50 Sotavento Algarvio Mercadorias 1 100 70 50 ENTARDECER   Sotavento Algarvio Regional 3 50 70 50 Sotavento Algarvio Mercadorias - - - - NOCTURNO   Sotavento Algarvio Regional 4 50 70 50 Sotavento Algarvio Mercadorias - - - - 4.4.3 Zonas Industriais

(19)

4.5 VALIDAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO

A validação dos mapas de ruído é efectuada recorrendo a dois tipos de validações:

Validação do modelo, com recurso a amostragens de curta duração em todas as fontes de ruído consideradas (mínimo de 15 min. por amostragem) acompanhadas de contagens de tráfego (no caso das rodovias), com o objectivo de calibrar e ajustar o modelo de cálculo. O modelo depois de calibrado recebe os dados de entrada finais, neste caso, o tráfego rodoviário (tráfego média horário anual por período de referência) e ferroviário (número passagens médias por período de referência).

A validação dos resultados foi efectuada por comparação entre os resultados das medições acústicas de longa duração efectuadas nos pontos de validação e os valores calculados pelo modelo para os mesmos pontos. O objectivo dos mapas de ruído é de verificarem os níveis sonoros existentes de forma ser representativos dos níveis sonoros típicos de um ano

4.5.2. Medições Acústicas

Como referido anteriormente para efectuar a validação dos resultados foram efectuadas medições acústicas junto às principais rodovias que atravessam a área de estudo, e em locais que descrevem genericamente o ambiente sonoro, considerando as diferentes fontes de ruído.

Durante as medições acústicas junto às rodovias para validação do modelo foram sempre efectuadas contagens de tráfego com discriminação de veículos ligeiros e pesados, assim como da velocidade média de circulação, para as rodovias envolventes.

4.5.3. Métodos e Equipamentos de Recolha de Dados

As medições de ruído ambiente foram feitas de acordo com o descrito na Norma NP-1730 – "Descrição e medição do ruído ambiente". Para cada medição foi registado o parâmetro LAeq, de acordo com o estipulado no Regulamento Geral de Ruído, Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro.

Nas medições foi utilizado um sonómetro integrador de classe de precisão 1 Marca Symphonie. Foi utilizado um tripé para garantir a estabilidade da medição isolando o mais possível de vibrações que pudessem contaminar os valores medidos. O microfone foi protegido com um protector de vento de forma a minimizar o efeito do ruído aerodinâmico do vento.

(20)

Previamente ao início das medições, foi verificado o bom funcionamento do sonómetro, bem como os respectivos parâmetros de configuração.

No início e no final da série de medições foi verificada a calibração do sonómetro, efectuando, se justificável, um ajuste de sensibilidade por meio do potenciómetro de ajuste. O valor obtido no final do conjunto de medições não pode diferir do inicial mais do que 0,5 dB(A). Quando esta diferença é excedida, o conjunto de medições não é considerado válido.

Todas as medições foram realizadas com o sonómetro montado num tripé, com o microfone a uma altura aproximada de 4,00 m e a mais de 3,00 m de qualquer obstáculo.

As medições para validação dos resultados foram efectuadas em contínuo para períodos de 24 horas, em dois dias distintos, sendo posteriormente tratadas em laboratório para identificar eventuais ocorrências de ruídos considerados espúrios e com potencial efeito nefasto sobre o rigor dos ensaios. As medições para efeitos de validação do modelo foram realizadas com recurso a diversas amostragens por período de referência.4.5.4. Calibração do modelo

No quadro seguinte são apresentados os dados comparativos no processo de validação do modelo com recurso a medições dos níveis sonoros em simultâneo com contagens de tráfego conforme descrito no capítulo 4.5. As localizações dos pontos de validação do modelo encontram-se no anexo 1.

Quadro 4.3. - Valores medidos no ponto receptor

Ponto

Valor Medido Valor Calculado Localização Pontos IΔI

(Medido-Simulado)

Ld Le Ln Ld Le Ln Coordenadas (m) Ld Le Ln

(dBA) (dBA) (dBA) (dBA) (dBA) (dBA) X Y Z (dBA) (dBA) (dBA)

PA 56.2 54.1 49.1 57.4 55.8 50.2 62978.9 -274070.8 2 1.2 1.7 1.1 PB 53.1 49.8 45.1 52.2 50.4 44.3 62897.7 -274140.6 2 0.9 0.6 0.8 PC 51.3 50.2 46.3 52.5 51.1 45.7 62802.0 -274167.0 2 1.2 0.9 0.6 PD 64.2 64.2 57.1 65.1 63.6 57.6 62791.3 -274284.5 2 0.9 0.6 0.5 PE 56.4 54.2 48.6 55.3 53.6 48.3 62922.6 -274244.9 2 1.1 0.6 0.3 PF 54.2 53.6 46.3 55.8 54.0 47.9 63018.8 -274371.4 2 1.6 0.4 1.6 PG 55.9 55.3 48.5 56.8 54.9 49.0 63070.0 -274235.4 2 0.9 0.4 0.5

(21)

4.5.5. Validação dos Resultados

4.5.1. Localização do Ponto de Validação dos Resultados

O local de medição foi previamente definido, de acordo com os seguintes critérios: influência predominante de uma só fonte de ruído, proximidade de receptores sensíveis e ausência de obstáculos entre a fonte e o receptor.

Fig. 4.5. – Ponto de validação dos resultados

O quadro seguinte apresenta os níveis sonoros de longa duração medidos nos pontos receptores para efeitos de validação dos resultados dos mapas de ruído finais.

Quadro 4.4. - Valores calculados pela simulação do modelo para o ponto de validação

* - Média energética dos níveis sonoros medidos em dois dias distintos e que abranjam a sazonalidade à escala anual. Apresenta-se em seguida o quadro com valores calculados pelo modelo para os receptores.

Quadro 4.5. - Valores calculados pela simulação do modelo para o ponto de validação

Períodos de amostragem em contínuo 06-02-2008 a 08-02-2008 15-07-2008 a 18-07-2008

Pontos Validação

LAeq [dB(A)] Altura

Receptor (m)

Coordenadas (m)

Diurno* Entardecer* Nocturno* Lden X Y Z

Ponto 1 50,0 48,7 42,8 51,7 4 63.058 -274.282 2

Pontos Validação

LAeq [dB(A)] Altura

Receptor (m)

Coordenadas (m)

(22)

Apresenta-se em seguida os quadros comparativos entre os valores calculados pelo modelo e os valores obtidos através das medições acústicas.

Quadro 4.6. - Comparação entre valores medidos e calculados para o Indicador Ln

Ponto

de validação LAeq calculado (dBA) LAeq(dBA) medido (dBA) Δ

P1 44,3 42,8 0,5

∆=( LAeq medido- LAeq calculado) em Módulo

Quadro 4.7. - Comparação entre valores medidos e calculados para o Indicador Lden

Ponto

de validação LAeq calculado (dBA) LAeq(dBA) medido [dB(A)] Δ

P1 53,1 51,7 1,4

∆=( LAeq medido- LAeq calculado) em Módulo

A análise dos quadros permite concluir que a diferença entre os valores calculados e o valor medido é inferior a 2 dB(A), no que se refere ao pontos de validação dos resultados para os dois indicadores analisados. Tendo em conta o valor do diferencial, considera-se os resultados apresentados pelo modelo para a elaboração dos mapas de ruído finais como validados.

(23)

5. SITUAÇÃO PREVISTA

5.1 ALTERAÇÕES NA ZONA DO PLANO DE PORMENOR

As alterações a nível do edificado e nas vias existentes/propostas foram também reflectidas no modelo de cálculo de forma a traduzir as alterações nos níveis sonoros da área abrangida pelo Plano de Pormenor. Na figura seguinte são apresentadas as alterações propostas na zona do plano de pormenor.

(24)

5.2 TRÁFEGO RODOVIÁRIO

Relativamente aos dados de tráfego rodoviário para a situação prevista com a execução do plano, os dados apresentados foram fornecidos pelo contratante, considerando a redistribuição do tráfego pelas novas vias e um acréscimo de 20% no tráfego da situação actual em relação às estradas existentes.

Quadro 5.1. – Tráfego Médio Horário de Cálculo por Período de Referência, para a situação prevista – Listagem de

características das vias rodoviárias para os períodos diurno, entardecer e nocturno.

Estrada Numeração

Período Diurno Período Entardecer Período Nocturno Vel.

TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) (km/h)

Estrada EN122 1 412 5 305 4.3 85 3.0 50

Via Alterada 2 54 3 38 2.3 13 1.0 50

- 3 14 3 11 2.3 4 1.0 50

- 4 10 3 6 2.3 1 1.0 50

- 5 52 4 36 3.0 10 1.5 50

R. António Vicente Campinas 6 55 4 38 3.0 11 1.5 50

- 7 62 5 44 4.3 13 3.0 50

- 8 300 6 227 5.3 79 4.0 50

- 9 48 3 36 2.0 13 1.0 50

Rua Zeca Afonso 10 48 3 36 2.0 13 1.0 50

Via Prevista 11 24 3 18 2.0 12 1.0 50 Via Prevista 12 14 3 11 2.0 4 1.0 50 Via Prevista 13 14 3 11 2.0 4 1.0 50 Via Prevista 14 24 3 18 2.0 12 1.0 50 Via Prevista 15 14 3 11 2.0 4 1.0 50 Via Prevista 16 10 3 7 2.0 5 1.0 50

A análise para a situação prevista considera os dados de tráfego das vias actualmente existentes e as vias previstas para a area do plano de pormenor, apresentadas no anexo II, b).

Os mapas de ruído para a situação prevista são apresentados em anexo IV.

5.3 TRÁFEGO FERROVIÁRIO

Os dados de tráfego ferroviário para a situação prevista com a execução do plano, mantêm-se face aos dados da situação existente; conforme indicação fornecida pelo cliente.

5.4 ZONAS INDÚSTRIAIS

(25)

6. RESULTADOS

O cálculo dos mapas de ruído foi realizado a partir da criação de uma malha equidistante de pontos de cálculo. Para cada um dos pontos da malha o modelo calcula os níveis de ruído adicionando as contribuições de todas as fontes de ruído, tendo também em consideração os trajectos de propagação e as atenuações, de acordo com o estipulado com os métodos referidos no Cap.3.2.

O resultado dos cálculos, isto é os Mapas de Ruído do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte Poente de Vila Real de Santo António, podem ser visualizados no Anexo III e IV, para ambas os cenários da situação actual e situação prevista e para os indicadores em análise, Lden e Ln.

6.1 ANÁLISE DE RESULTADOS

A análise do Mapa de ruído do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte Poente de Vila Real de Santo António permite concluir que o tráfego rodoviário constitui a fonte de ruído mais relevante. Entre as rodovias que influem no Plano de realçar a EN122.

Como seria de esperar, verifica-se um decréscimo dos níveis sonoros existentes durante o dia para os que ocorrem durante a noite, com valores inferiores a 10 dB(A).

O tráfego ferroviário não apresenta influência significativa no ambiente sonoro local, dado o reduzido número de comboios que circulam na referida linha. O número de passagens por ano ascende a cerca de 7500, com composições não muito extensas e a velocidades relativamente baixas.

De uma forma geral podemos afirmar que a Zona do Plano de Pormenor, é uma área calma em termos de ambiente sonoro, com a situação mais crítica a ocorrer na imediata envolvência da EN122.

Os níveis sonoros junto às ocupações sensíveis são compatíveis com os níveis sonoros permitidos para zona mista. Na imediata envolvência da EN122 as ocupações sensíveis estão sujeitas a níveis sonoros no limiar dos valores admissíveis, pelo que o planeamento urbanístico dessas zonas deverá ter em especial atenção a não deterioração do ambiente sonoro aí já existente.

6.2 SITUAÇÃO DECORRENTE DA EXECUÇÃO DO PLANO

Relativamente à situação decorrente, com a execução da operação do Plano, poderá haver um ligeiro acréscimo do tráfego rodoviário.

(26)

Da análise dos mapas de ruído juntamente com o zonamento previsto pelo município, permite-nos concluir que com a totalidade da zona do plano de pormenor classificada como zona mista, praticamente não existem incumprimentos em ambos os indicadores junto às ocupações sensíveis existentes. Apenas junto ao edificado existente e previsto ao longo da EN122 existe incumprimento, sendo este inferior a 5 dB(A).

Com relação à EN122 e ao incumprimento para zona mista, convém realçar que estas áreas enquadram-se em zona urbana consolidada. A este respeito as alíneas 6 e 7 do artigo 12.º (Controlo prévio das operações urbanísticas) do Regulamento Geral de Ruído (Dec.-Lei 9/2007) referem:

6—É interdito o licenciamento ou a autorização de novos edifícios habitacionais, bem como de novas escolas, hospitais ou similares e espaços de lazer enquanto se verifique violação dos valores limite fixados no artigo anterior.

7—Exceptuam-se do disposto no número anterior os novos edifícios habitacionais em zonas urbanas consolidadas, desde que essa zona:

a) Seja abrangida por um plano municipal de redução de ruído; ou

b) Não exceda em mais de 5 dB(A) os valores limite fixados no artigo anterior e que o projecto acústico considere valores do índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, normalizado, D2m,nT,w, superiores

em 3 dB aos valores constantes da alínea a) do n.º 1 do artigo 5.º do Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 96/2008, de 11 de Maio.

Dando cumprimento ao disposto na alínea 7 b) para a área do mapa de ruído, estar-se-á em situação de conformidade com o disposto no Regulamento Geral de Ruído, para uma classificação de zona mista.

(27)

7. PLANO MUNICIPAL DE RUIDO

O objectivo principal de um Plano Municipal de Redução de Ruído é o de estabelecer e implementar uma politica de gestão do ruído ambiente. Para tal é essencial a coordenação dos diversos sectores municipais, entre os quais ambiente, planeamento, obras municipais, tráfego, etc.

7.1 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS PLANOS MUNICIPAIS DE RUÍDO

Os planos municipais de ordenamento do território asseguram a qualidade do ambiente sonoro, promovendo a distribuição adequada dos usos do território, tendo em consideração as fontes de ruído existentes e previstas. Compete aos municípios estabelecer nos planos municipais de ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonas sensíveis e das zonas mistas.

A classificação de zonas sensíveis e de zonas mistas é realizada na elaboração de novos planos e implica a revisão ou alteração dos planos municipais de ordenamento do território em vigor.

Os municípios devem acautelar, no âmbito das suas atribuições de ordenamento do território, a ocupação dos solos com usos susceptíveis de vir a determinar a classificação da área como zona sensível, verificada a proximidade de infra-estruturas de transporte existentes ou programadas.

No âmbito dos planos municipais o R.G.R. define os Planos Municipais de Redução de Ruído (P.M.R.R.): Artigo 8.º (Planos municipais de redução de ruído)

1—As zonas sensíveis ou mistas com ocupação expostas a ruído ambiente exterior que exceda os valores limite fixados no artigo 11.o devem ser objecto de planos municipais de redução de ruído, cuja elaboração é da responsabilidade das câmaras municipais.

2—Os planos municipais de redução de ruído devem ser executados num prazo máximo de dois anos contados a partir da data de entrada em vigor do presente Regulamento, podendo contemplar o faseamento de medidas, considerando prioritárias as referentes a zonas sensíveis ou mistas expostas a ruído ambiente exterior que exceda em mais de 5 dB(A) os valores limite fixados no artigo 11.º.

3—Os planos municipais de redução do ruído vinculam as entidades públicas e os particulares, sendo aprovados pela assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal.

4—A gestão dos problemas e efeitos do ruído, incluindo a redução de ruído, em municípios que constituam aglomerações com uma população residente superior a 100 000 habitantes e uma densidade populacional superior a 2500 habitantes/km2 é assegurada através de planos de acção, nos termos do Decreto-Lei n.º146/2006, de 31 de Julho.

(28)

5—Na elaboração dos planos municipais de redução de ruído, são consultadas as entidades públicas e privadas que possam vir a ser indicadas como responsáveis pela execução dos planos municipais de redução de ruído. Artigo 9.º (Conteúdo dos planos municipais de redução de ruído)

Dos planos municipais de redução de ruído constam, necessariamente, os seguintes elementos:

a) Identificação das áreas onde é necessário reduzir o ruído ambiente exterior;

b) Quantificação, para as zonas referidas no n.º 1 do artigo anterior, da redução global de ruído ambiente

exterior relativa aos indicadores Lden e Ln;

c) Quantificação, para cada fonte de ruído, da redução necessária relativa aos indicadores Lden e Ln e identificação das entidades responsáveis pela execução de medidas de redução de ruído;

d) Indicação das medidas de redução de ruído e respectiva eficácia quando a entidade responsável pela sua

execução é o município.

Artigo 10.º (Relatório sobre o ambiente acústico)

As câmaras municipais apresentam à assembleia municipal, de dois em dois anos, um relatório sobre o estado do ambiente acústico municipal, excepto quando esta matéria integre o relatório sobre o estado do ambiente municipal.

O R.G.R. define ainda (Artigo 5.º - Informação e apoio técnico) que incumbe à Agência Portuguesa de Ambiente (antigo Instituto do Ambiente) prestar apoio técnico às entidades competentes para elaborar mapas de ruído e planos de redução de ruído, incluindo a definição de directrizes para a sua elaboração.

Com este objectivo a Agência Portuguesa de Ambiente (A.P.A.) elaborou os documentos “Directrizes para Elaboração de mapas de Ruído” de Março de 2007 e “Manual Técnico para Elaboração de Planos Municipais de Redução de Ruído” de Abril de 2008.

As medidas de redução de ruído previstas dos números 3 a 5 do art.19º do actual RGR estabelece prioritariamente:

1º - Medidas de redução na fonte

2º - Medidas de redução no meio de propagação 3º - Medidas de redução no receptor

A 3ª, relativa ao reforço de 3 dB do isolamento sonoro da fachada dos edifícios sensíveis, só excepcionalmente quando comprovadamente esgotadas as restantes medidas de redução desde que os níveis sonoros não sejam superiores a 60 Lden ou 50 Ln; será adoptada pelo último a instalar-se.

(29)

7.1.1 RESPONSABILIDADES DO MUNICIPIO

Os municípios têm a responsabilidade de elaboração dos mapas de ruído e da respectiva carta de classificação de zonas e de verificação do cumprimento dos valores limite de ruído ambiente exterior impostos pelo Regulamento Geral de Ruído (RGR), tendo ainda a responsabilidade de elaboração dos PMRR sempre que existam zonas de incumprimento do RGR.

Uma vez na posse da informação necessária para identificação das situações de conflito (isto é, ultrapassagem dos valores limite regulamentares), compete às Câmaras Municipais identificar todos os infractores e todas as fontes produtoras de ruído, devendo comunicar às entidades públicas ou privadas que estejam em infracção a sua obrigatoriedade de redução dos níveis de emissão sonora, num determinado prazo, de forma a ser possível cumprir os objectivos do PMRR.

Existem situações em que a redução do ruído ambiente pode ser da responsabilidade das próprias Câmaras Municipais, como seja o caso de uma reorganização do espaço urbano levada a cabo pelo município, originando situações de zonas sensíveis na proximidade de infra-estruturas de transporte existentes ou programadas, que subitamente passam a originar situações de conflito. Da mesma forma, não devem autorizar a urbanização em zonas ruidosas, que já se sabe de inicio que causará sobreexposição de ruído.

7.2 MAPAS DE ZONAMENTO

Sendo da responsabilidade da autarquia a definição de zonas mistas e sensíveis, convém salientar que pelo tipo de ocupação existente e prevista na área da zona em estudo, esta não seria é de todo compatível com zona sensível. O zonamento adoptado pela Câmara Municipal é o de zona mista para a totalidade do plano.

No anexo V é apresentado o zonamento para a área abrangida pelo plano de pormenor.

7.3 IDENTIFICAÇÃO DE ZONAS EM INCUMPRIMENTO

Nesta fase foram elaborados os mapas com a identificação das zonas em incumprimento, e que resultam da sobreposição dos mapas de ruído com a carta de classificação de zona mista definida pelo município, as quais deverão ser alvo de Plano Municipal de Redução de Ruído.

(30)

O quadro seguinte apresenta a escala de cores seleccionadas para representar as faixas em que foi identificado imcumprimento dos valores limite de exposição para zonas mistas, embora ainda não quantificado, e que serão alvo de análise no plano municipal de redução de ruído.

Indicador Lden

Indicador Ln

Quadro 7.2.

No Anexo VI são apresentados os mapas com a identificação das faixas onde não se verifica o cumprimento da legislação aplicável.

O Regulamento Geral de Ruído prevê que numa primeira fase o Plano Municipal de Ruído actue junto dos receptores sensíveis nos quais há incumprimento no valor-limite do ambiente sonoro médio de longa duração superior a 5 dB(A).

(31)

BIBLIOGRAFIA

-“Directrizes para elaboração de mapas de ruído” – Instituto do Ambiente – Março de 2007 -“Ruído Ambiente em Portugal” - Direcção Geral do Ambiente

-“Projecto-Piloto de demonstração de mapas de ruído- escalas municipal e urbana” -Maio 2004 -"Engineering Noise Control", David A.Bies; Colin H. Hansen

-"Environmental Acoustics", Leslie L.Doelle, McGraw-Hill

- Norma Portuguesa NP 1730, “Acústica - Descrição E Medição Do Ruído Ambiente” Instituto Português da Qualidade, 1996

- Regime Legal sobre a poluição sonora

-Decreto-Lei n.º 9/2007, de 14 de Novembro -Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro -Decreto-Lei n.º 259/2002, de 23 de Novembro

- “Procedimentos Específicos de Medição do Ruído Ambiente”, Instituto do Ambiente, Abril 2003

-"Guide du Bruit des Transports Terrestres - Prevision des Nivaux sonores", MINISTERE DES TRANSPORTS, Direction Générale des Transports Intérieurs, CETUR

-“Notas para Avaliação de Ruído em AIA e em Licenciamento” - Direcção Geral do Ambiente

-“Recomendações para a selecção de métodos de cálculo a utilizar na previsão de níveis sonoros” - Direcção Geral do Ambiente

-“Directrizes para a Elaboração de Planos de Monitorização de Ruído de Infra-Estruturas Rodoviárias e Ferroviárias” – Instituto do Ambiente

-“Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the Production of Associated Data on Noise Exposure” - European Commission Working Group Assessment of Exposure to Noise

(32)
(33)

ANEXO I

(34)

ANEXO II

(35)
(36)

b) Situação Prevista

1 10 9 8 7 6 5 4 3 2

R. Prof. Egas Moniz

R. António Vicente Campinos

2

11 12

13 14

15 16

(37)

ANEXO III

MAPAS DE RUÍDO SITUAÇÃO EXISTENTE

A) INDICADOR L

DEN

(38)

ANEXO IV

MAPAS DE RUÍDO SITUAÇÃO PREVISTA

A) INDICADOR L

DEN

(39)

ANEXO V

(40)

ANEXO VI

MAPAS DE IDENTIFICAÇÃO ZONAS DE

INCUMPRIMENTO

A) INDICADOR L

DEN

Referências

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