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PARECER N Processo nº

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Academic year: 2021

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PARECER N. 11935

PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR.

ZOOTECNISTA ACUSADO DE INASSIDUIDADE, IMPONTUA-LIDADE, DESÍDIA E REALI-ZAÇÃO DE NEGÓCIOS EM DE-TRIMENTO DAS ATIVIDADES DE SEU CARGO. PRESCRIÇÃO DECRETADA AO TEOR DO ART. 197, INCISO IV, DA LEI COM-PLEMENTAR Nº. 10.098/94.

AUXILIAR DE SERVIÇOS RU-RAIS ACUSADO DE FALSI-FICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚ-BLICO, USO DA FUNÇÃO E DE BENS PÚBLICOS PARA LOGRAR PROVEITO PRÓPRIO. PROVA APTA A ESCORAR JUÍZO CON-DENATÓRIO, COM APLICAÇÃO DE PENA EXPULSÓRIA.

PRESCRIÇÃO DECRETADA EM RELAÇÃO ÀS IMPUTAÇÕES DE DESÍDIA, INDISCIPLINA E IN-SUBORDINAÇÃO, CUJAS INFRA-ÇÕES, EM TESE, NÃO SE CONSTITUEM HIPÓTESES DE TIPOS PENAIS.

Em cumprimento ao art. 115, inciso IV, da Constituição Estadual, vem a exame para Parecer da Equipe de Revisão da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar da Procuradoria-Geral do Estado o expediente tombado sob o nº. 016434-15.00/94.4, originário da Secretaria da Agricultura e do

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Abastecimento, em que são indiciados PAULO IRIBARREM, Auxiliar Rural, matrícula nº. 1.239391.6, incurso nos arts. 177, incisos II, III, IV, V, VI, VII e E XIII; 178, incisos II, V, XVII, XX, XXIII, XXIV, 189 e 191 da Lei Complementar nº. 10.098/94, combinados com os arts. 299, § único, 312 § 1º, e 317 do Código Penal Brasileiro, e VITOR JOAQUIM RODRIGUES MARQUES, Zootecnista, matrícula nº. 1.202493.7, incurso nos arts. 177, I, III e VII, 178, III e XXIV, 191, V e VI da Lei Complementar nº. 10.098/94.

O presente expediente foi inaugurado com denúncias de irregularidades na Inspetoria Veterinária, realizadas pelo indiciado Paulo Iribarrem, veiculadas no jornal “A EVOLUÇÃO” de Jaguarão. À vista da repercussão do fato, tanto na comunidade, quanto no serviço público, foi instalada uma Comissão de Sindicância para melhor averiguação dos fatos, cujo relatório de fls. 61/67 recomenda a instauração de Inquérito Administrativo-Disciplinar porque vislumbrou a ocorrência de faltas graves cometidas por servidores da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, como efetividade dada a servidores que não compareciam à Inspetoria, falsificação de documentos, com o intuito de favorecer possível contrabando e/ou abigeato, etc...e, também recomenda a propositura de Ação de Despejo contra o servidor PAULO IRIBARREM.

Face a tais conclusões e recomendações, foi instaurado o presente processo administrativo-disciplinar, por determinação da Portaria nº. 201/95 da lavra do Senhor Secretário de Estado, publicada no DOE de 14/08/95 (fl. 162).

Remetidos os autos a esta Procuradoria-Geral, foi o feito distribuído à 1ª. Comissão Permanente de Processo Administrativo-Disciplinar, que instalou seus trabalhos em 16/01/96, enquadrando o indiciado PAULO IRIBARREM nas seguintes irregularidades: a) falsificação e adulteração de documentos públicos; b) brigas e péssimo relacionamento com os colegas de serviço; c) uso da função pública para tirar proveito próprio; d) favorecimento de pessoa da comunidade, em detrimento de outros, com o objetivo de benefício pessoal; e) uso de bens públicos em proveito próprio; f) insubordinação e indisciplina; g) desídia no desempenho das funções. O indiciado VITOR JOAQUIM RODRIGUES MARQUES, como incurso nas irregularidades de: a) inassiduidade e impontualidade; b) falta de zelo no desempenho de suas funções; c) realização de negócios particulares em detrimento de atividades peculiares do cargo; d) procedimento desidioso.

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Citados, o indiciado Vitor Joaquim Rodrigues Marques compareceu à audiência de qualificação e interrogatório, momento em que apresentou a sua versão para os fatos, ensejadores do presente PAD. Face ao não comparecimento do indiciado Paulo Iribarrem, foi decretada a sua revelia.

Com o advento da Lei Complementar nº. 10.902/96, que adicionou o § 4º. ao art. 206 da Lei Complementar nº. 10.098/94, o processo foi redistribuído à Procuradoria das Regionais e Assistência Jurídica aos Municípios, e nomeada Autoridade Processante o Procurador do Estado Dr. José Elinaldo Rodrigues de Souza.

No decorrer da instrução, foram juntados documentos e ouvidas testemunhas. As defesas manifestaram-se nos momentos processuais oportunos, apresentando Defesa Prévia e Alegações Finais.

Às fls. 426/433 vem aos autos o preclaro Relatório Final, com a decretação da prescrição do jus puniendi do Estado em relação ao indiciado VITOR JOAQUIM RODRIGUES MARQUES e opinando pela procedência das imputações atribuídas ao indiciado PAULO IRIBARREM, com a aplicação da pena demissória.

Até aqui é o que consta dos autos.

Não há nulidades a sanar. O processo encontra-se em ordem.

Preliminarmente, decreta-se a prescrição do jus punitionis do Estado em relação ao indiciado Vitor Joaquim Rodrigues Marques. Como bem pondera o Relatório Final, para as infrações a ele imputadas são cominadas pena de demissão, mas não configuram hipóteses de crime em tese. A prescrição neste caso é de 24 meses, a contar da data do conhecimento do ato pelo superior hierárquico, ao

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teor do que dispõe o art. 197, inciso IV, e § 1º. da Lei nº. 10.098/94. Considerando que se tratavam de transgressões continuadas, o termo inicial para a contagem do tempo mais dilatada seria a Portaria desencadeadora do presente, datada de 14 de julho de 1995. Assim, a pretensão punitiva do Estado em relação a este indiciado estaria definitivamente fulminada.

Pelos mesmos argumentos, e na mesma linha de raciocínio, decreta-se igualmente a prescrição do jus puniendi do Estado em relação às imputações de desídia, insubordinação e indisciplina atribuídas ao indiciado PAULO IRIBARREM.

No mérito, resta-nos examinar se o servidor Paulo cometeu as seguintes infrações disciplinares de: a) falsificação de documento público, b) uso da função e de bens públicos para lograr proveito próprio e c) favorecimento de pessoas da comunidade, em detrimento de outras, com o objetivo de benefício pessoal.

Em relação a esta última acusação, não se vislumbra o seu cometimento, porém, as provas coligidas aos autos nos levam com segurança a afirmar que o indiciado, ora sob comento, adulterou documentos públicos (certificado sanitário para a movimentação de animais), inserindo declaração falsa ou diversa da que deveria estar escrita. Segundo depoimento de LUIZ FERNANDO PEÑA, Auxiliar de Serviços Rurais, lotado no IVZ de Jaguarão “uma vez soube que

foi negada uma GTA para o Sr. Oraceni Fúculo Machado, que quando retornou ao expediente da tarde verificou que a guia havia sido expedida pelo Senhor Paulo, sendo que este procedimento não é normal, porque permitia a movimentação de animais em número superior ao registrado...que pode haver divergência entre o número registrado e o número real porque o levantamento é feito uma vez por ano. Que quando ocorreu o fato, somente o depoente e o Sr. Batalha é que estavam autorizados a expedir a GTA”. (fls. 396/397).

Wilson Batalha, também lotado no IVZ de Jaguarão, em seu depoimento de fl. 398, disse que “houve a extração irregular de documentos por

parte do Sr. Paulo, contrariando ordens superiores, que não lembra quem era o Chefe do setor na época e era este chefe que poderia determinar a extração de documentos (GTA), que parece que o documento foi extraído para o Sr. Oraceni

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Machado, que o depoente havia negado a extração da GTA porque o produtor não estava em dia. Na ficha do produtor constava número de animais inferior ao que era solicitado para movimentação. Que o lançamento de animais na ficha tem que ser provado pelo produtor. A simples diferença entre o número lançado na ficha e o número real já é uma irregularidade”.

O indiciado Paulo também esteve envolvido na venda irregular de vacinas, o que gerou o expediente nº. 6180-15.00/95.0, anexado aos autos a fls. 142 e seguintes. A acusação foi realizada por Osmar Francisco Machado de que IRIBARREM teria oferecido vacina contra a febre aftosa a preço mais barato e que nem precisaria vacinar porque acertaria tudo. Na fase processualizada, LUIZ FERNANDO PEÑA (fl. 397) informa que “por volta de 1994 verificou o

lançamento irregular de vacinas no arquivo. Estas vacinas não tinham nota de compra do revendedor autorizado. Que o lançamento foi feito com a letra do Sr. Paulo”.

Face a todo exposto, opina pela decretação da prescrição do jus

puniendi do Estado em relação ao indiciado Vitor Joaquim Rodrigues Marques e

pela procedência das imputações atribuídas ao indiciado PAULO IRIBARREM, não alcançados pela prescrição, com a aplicação da pena de demissão ao servidor.

Esta proposta de Parecer foi aprovada pela Equipe de Revisão da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar, em reunião realizada no dia 14/10/97, da qual participaram, além da signatária, os Procuradores do Estado Luiz Felipe Targa, Dea Mara Ribeiro Lima e Jorge Roberto Guimarães.

Porto Alegre, 20 de outubro de 1997.

Márjori Teixeira Düren, Procuradora do Estado.

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Processo nº 16.434-15.00/94.4

Acolho as conclusões do PARECER nº 11935 , da Procuradoria de Processo Administrativo-Disciplinar, de autoria da Procuradora do Estado Doutora MÁRJORI TEIXEIRA DÜREN.

Submeta o expediente à deliberação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado.

Em 18 de novembro de 1997.

EUNICE NEQUETE MACHADO,

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Processo nº 16.434-15.00/94.4

Aprovo o PARECER nº 11935, da Procuradoria-Geral do Estado, cujos fundamentos adoto para:

a - aplicar a pena de demissão a PAULO IRIBARREM, Auxiliar Rural, matrícula nº 1.239391.6, lotado na Secretaria da Agricultura e Abastecimento, por infração ao disposto no art. 177, VII, c.c art. 191, VI e VII, c.c art. 178, II, V, XVII, XX e XXIII, todos da Lei nº 10.098, de 03 de fevereiro de 1994;

b - declarar extinto o processo, pelo implemento da PRESCRIÇÃO, com relação às faltas de inassiduidade, impontualidade e desídia atribuídas ao servidor VITOR JOAQUIM RODRIGUES MARQUES, Zootecnista, matrícula nº 1.202493.7, lotado na Secretaria da Agricultura e Abastecimento.

À Procuradoria-Geral do Estado para as anotações de praxe. Após, à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, para publicação do ato expulsivo e demais providências pertinentes.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de novembro de 1997.

ANTÔNIO BRITTO, GOVERNADOR DO ESTADO.

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