Programa de PósGraduação em Matemáti a
CICLOS LIMITES EM SISTEMAS RÍGIDOS
Thais Presses Mendes
Orientador: Prof. Dr. Fabio S al o Dias
Programa de PósGraduação em Matemáti a
CICLOS LIMITES EM SISTEMAS RÍGIDOS
Thais Presses Mendes
Orientador: Prof. Dr. Fabio S al o Dias
Dissertação submetida aoProgramade PósGraduação emMatemáti a omo
parte dos requisitospara obtenção doTítulo de Mestre em Ciên iasem
Matemáti a
Itajubá MG
Dedi o este trabalho aos meus pais, Carla e Amauri, ao meu irmão Gabriel e
AgradeçoaDeus portodas as bênçãosderramadas sobreminha vidaeporme
on eder pa iên ia e fé para superar os momentosdifí eis e onseguir umprir
esta etapa.
Aos meus pais, Carla e Amauri, pelo amor, arinho e apoio em todos os
momentos da minha vida. Por renun iarem aos seus sonhos para que eu
on-quiste osmeuse porseremmeus exemploseminha forçaemtodos osdesaos.
Agradeçotambém aomeu irmão Gabrielpeloapoioe amizade.
Aosmeus avós, José Améri oe Carmélia,pelos uidados e afeto. À minha
avó Lourdes, pelo arinho, onselhos e por todas as vezes que me a almou
quando o ansaço eo desânimo tomaram onta de mim.
Agradeçoimensamenteaomeuorientador,FabioS al oDias,pelapa iên ia
e omprometimento em sua orientação, pelo onvívio, pelas palavras sempre
motivadorasepelaenormededi ação omoprofessoreorientador. Seusvaliosos
ensinamentosesuaatençãodesmedidaforamfundamentaisparaessa onquista
epara minha formação.
AomeunamoradoKikopeloamor, arinhoein entivo. Muitoobrigadapor
estar aomeu lado em todos os momentos.
ÀSra. DelmindaeDr. Clésio,deixominhagratidãoporteremme re ebido
em sua asa e por se tornarem uma verdadeira família pra mim. Além da
alegria de on luir este urso, levo o imenso prazer de tê-los onhe ido e de
poder onviver e aprender om vo ês durante esses anos. Tambémagradeço a
todasua família,em espe ial, àIsa e Clesinhopelo arinhoe amizade.
maneiraespe ial, àHelena, Nathali,ZizieAndrezinhoqueapesar dadistân ia
efalta de temposempre estiveram presentes.
Aosprofessores daUNIFEI pelos ensinamentos. Prin ipalmente, ao
profes-sor Antnio Carlos Fernandes pela generosidade e ompreensão, ao professor
DenisBragapeladisponibilidade egentilezade ontribuir om apesquisae ao
professor Luis Fernando de Osório Mello pela atenção e ontribuições à
pes-quisa. Agradeçotambémaosfun ionáriosdauniversidadequepropor ionaram
um ambientemais agradável para nossos estudos.
A todososamigos domestrado,emespe ial,Mariane,Jarne, Filipe,Sueni,
Jerusa, Willian, Carol, Luana, Fernando, Alexandre, Antnio e Tiago, pelos
momentos de aprendizagem e des ontração que alegraram meus dias durante
todoo urso.
A todos os meus familiares quetor eram e rezarampormim.
À CAPES pelosuporte nan eiro.
Enm,atodosquedealgumaforma ontribuíramparaessa onquista,meu
...paramim, é impossível existirsem sonho. A vidana sua totalidade me
ensinou omo grande liçãoque é impossível assumi-lasem ris o.
O objetivo desta dissertação é estudar i los limites e entros para famílias
parti ularesdo sistemarígido
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y),
ondeF : R
2
→ R
é uma função analíti a om
F (0, 0) = 0
. Em parti u-lar, estudamos a existên ia de i los limites de pequenas amplitudes quandoF (x, y) = a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
,F (x, y) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
eF (x, y) = a
0
+ a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
+ b
0
+ b
2
y
2
+ · · · + b
N
y
N
, ondeN = 2n
. Além disso, estudamos o retrato de fase global deste sistema onsiderandoF (x, y) = a
0
+ a
1
x + a
2
x
2
e on luímos que este sistema tem no máximo um i lo limite.Palavras have: Sistemas rígidos, problema fo o- entro, i los limites,
The aim of this dissertation is to study limit y les and enters for parti ular
familiesof the rigid system
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y),
(1) whereF : R
2
→ R
is a analyti fun tion with
F (0, 0) = 0
. In parti ular, we study the existen e of small amplitude limit y les whenF (x, y) = a +
bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
,
F (x, y) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
and
F (x, y) =
a
0
+ a
2
x
2
+ · · ·+a
N
x
N
+ b
0
+ b
2
y
2
+ · · ·+b
N
y
N
,whereN = 2n
. Furthermore,we study the globalphaseportraitof this systemwhenF (x, y) = a
0
+ a
1
x + a
2
x
2
,
and we on lude that this system has atmost one limit y le.
Keywords: Rigid systems, enter-fo us problem, limit y les, global phase
Agrade imentos ii Resumo v Abstra t vi Índi e vii Lista de Figuras ix 1 Introdução 1 2 Resultados Preliminares 5 2.1 O ProblemaFo o entroem
R
2
. . . 52.2 Estabilidade Lo alSegundo Lyapunov . . . 7
2.3 Valores Fo ais e Coe ientes de Lyapunov . . . 8
3 Centros e Ci los Limites de Pequenas Amplitudes 17
3.1
F (x, y) = a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
. . . 18 3.2F (x, y) = F (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
. . . 22 3.3F (x, y) = a
0
+ a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
+ b
0
+ b
2
y
2
+ · · · + b
N
y
N
. . . 304 Retrato de Fase Global para uma Classe de Sistemas Rígidos 38
4.1 Motivação . . . 38
4.2 A Bifur ação de Hopf . . . 39
4.4 Número Máximo de Ci los Limites . . . 47
4.4.1 Estudona parte ompa ta doplano . . . 47
4.4.2 Retratode faseglobal . . . 49
Con lusões e Trabalhos Futuros 57
3.1 Dois i los limites dosistema (3.14) . . . 29
3.2 Dois i los limites dosistema (3.18) . . . 37
4.1 Retrato de fasedosistema
X = (−y + x(µ − x
2
− y
2
), x + y(µ −
x
2
− y
2
))
ilustrando uma bifur ação de Hopf. . . 414.2 Projeção entral . . . 43
4.3 Blow-up e blow-down da singularidade úspide . . . 50
4.4 Retratos de fase dosistema (4.19) . . . 55
Introdução
A TeoriaQualitativadas Equações Diferen iais Ordináriasini ia-se om
Poin- aré [20℄ em 1881. Nesta Teoria, as pesquisas sobre i los limites, que são
órbitas periódi as isoladas, onstituem uma das partes mais difí eis e
interes-santes. A noção de i lo limite para ampos vetoriais planares também foi
introduzidaporPoin aré.
No m da dé ada de 1920, van der Pol [25℄, Liénard [16℄ e Andronov [3℄,
no estudo de os ilações não lineares de fenmenos elétri os, obtiveram ertas
equações espe iais de segunda ordem para as quais o orriam os i los limites,
omo havia idealizado Poin aré. Após tal veri ação, matemáti os e físi os
estudaram extensivamente a não-existên ia, a existên ia e a uni idade, entre
outraspropriedades de i los limites.
O problema mais famoso sobre i los limites foi proposto por Hilbert. No
CongressoInterna ionaldeMatemáti adeParisem1900,Hilbert[12℄divulgou
uma lista om 23 problemas. Dentre eles, o
16
◦
Problema, ou pelo menos sua
segunda parte, ainda en ontra-se sem solução e refere-se à determinação do
númeromáximode i loslimites,denotadopor
H(n)
,deumsistemapolinomial de graun
dotipo
x
′
=
m
X
i+j=0
a
ij
x
i
y
j
,
y
′
=
k
X
i+j=0
b
ij
x
i
y
j
,
onde
n
é omáximo entre os grausm
ek
. Mais espe i amente:Qualéonúmeromáximode i loslimitesde um ampovetorialpolinomial
de grau
n
equais são suas posições relativas. Sabemos que qualquer sistema linear emR
2
não tem i lo limite. Logo,
H(1) = 0
. Pou o se sabe ainda sobreH(2)
. Em 1954, o matemáti o russo N.N Bautin [4℄ provou que qualquer sistema quadráti o tem no máximo trêsi los limites de pequenas amplitudes, ou seja, bifur ando da origem. Mais
espe i amente, Bautin onseguiu exibir expli itamente um número nito de
ondições algébri as ne essárias e su ientes para que o ponto de equilíbrio
seja um entro. Por algum tempo a reditou-se que
H(2) = 3
, mas, em 1980, Songling [22℄ produziu um exemplo de sistema quadráti o om quatro i loslimites. Portanto,
H(2) ≤ 4
. Perante todas as evidên ias a redita-se queH(2) = 4
.Para o estudo de otas superiores de i los limites para sistemas planares
éne essário oentendimento doretrato de fase edo omportamento do ampo
no innito. Para ampos de vetores polinomiais, isto é possível através da
ompa ti ação de Poin aré. A ideia é analisar o omportamento global de
sistemas dinâmi os planares usando a projeção entral da esfera de Poin aré
sobre um plano. Este tipo de projeção entral, introduzida por Poin aré, tem
a vantagem de que as singularidades no innito estão espalhadas ao longo do
equador daesfera de Poin aré. Pode a onte er que estas singularidades sejam
não elementares, isto é, quando um ou ambos autovalores sejam nulos e o
prin ípio de redução ao omportamento entral não se apli a. Nestes asos,
podemos usar o pro esso de desingularização, onhe ido omo blow-up,para
melhorentender estas singularidades.
Outro problema interessante é o problema fo o- entro. Grosseiramente
fa-lando, trata-se de de idir se um equilíbrio de um sistema planar, uja
lineari-zaçãoé um entro, éum fo oou um entro.
Cál ulosrelativamentesimplesmostram que,quando a linearizaçãodo
imaginárias diferentes de zero, o ponto de equilíbrio é um fo o (atrator ou
repulsor). Se, no entanto, as partes reais dos autovalores são iguais a zero,
então a estabilidade do ponto de equilíbrio depende dos termos não-lineares
de uma forma não trivial. Um método geral, devido à Poin aré e Lyapunov,
reduz o problema fo o- entro ao de resolver um sistema innito de equações
polinomiais. Ou seja, o problema fo o- entro é reduzido ao problema de
en- ontrar a variedade do ideal gerado por uma oleção de polinmios, hamado
de quantidades fo ais (
η
2k
) do sistema. Segue do Teorema da Base de Hil-bert que todo ideal polinomialé gerado por um número nito de polinmios.Desta forma, deve existir um
k ∈ IN
tal que o idealB = hη
2
, η
4
, . . .i
satisfaçaB = B
k
= hη
2
, η
4
, . . . , η
2k
i.
Assim, o problema fo o- entro estará resolvido se en ontrarmos um númerok
tal queB = B
k
. Na práti a, en ontrark
é muito difí il.Comoo
16
◦
Problemaoriginaleoproblema fo o- entrosão, de fato,muito
amplos,podemosestudaras hamadasversõesrestritasdestesproblemas. Uma
destas versões dizrespeito aos sistemas rígidos.
Considere o sistema
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y),
(1.1) ondeF : R
2
→ R
é uma função analíti a om
F (0, 0) = 0
. Este sistema é hamado rígido ou uniformemente isó rono. Esses termos devem-se aofatode queem oordenadas polares
(r, θ)
, o sistema(1.1)
é dado por
r
′
= rF (rcosθ, rsenθ),
θ
′
= 1.
Assim,temos asseguintes propriedades: aorigeméoúni opontode equilíbrio
dosistema e sea origemé um entro, então elaé um entroisó rono,ou seja,
todas as órbitas tem o mesmo período. Esta última propriedade é uma razão
pela qual os sistemas rígidos têm sido estudados em vários artigos. Ver, por
Nesta dissertação estudaremos estes problemas para três famílias
parti u-lares dosistema
(1.1)
.Para uma visão ompleta desta dissertação, os apítulos subsequentes
en ontram-se assim organizados:
X
CAPÍTULO2: Apresentaremosasdeniçõesdevaloresfo ais,basefo al e o método riado por Lyapunov para en ontrar os oe ientes de Lyapunovam de determinar aestabilidade de um ponto de equilíbrio.
X
CAPÍTULO3: Estudaremosoproblemafo o- entroparaosistema(1.1)
onsiderandofunçõesF (x, y)
parti ulares, asaber:1.
F (x, y) = a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
,
2.F (x, y) = F (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
,
ouF (x, y) = F (y) = a
0
+ a
1
y +
· · · + a
N
y
N
,
ondeN = 2n
ouN = 2n + 1
, 3.F (x, y) = (a
0
+ a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
) + (b
0
+ b
2
y
2
+ · · · + b
N
y
N
),
ondeN = 2n
,n ≥ 0
.Além dos on eitos apresentados no Capítulo
2
, a denição de sistema do tipotempo-reversívelserá umaferramentafundamental. Apresentaremostam-bém ondições para aexistên ia de i loslimites de pequenas amplitudes.
X
CAPÍTULO 4: Ini iaremos este apítulo om uma noção super ial de bifur ação de Hopf para ompreender o surgimento de i los limites. Emse-guida, estudaremos a ompa ti ação de Poin aré para fazer uma análise do
omportamentodas órbitas noinnito. Com isso, será possível obtero retrato
de fase global dosistema
x
′
= −y + x(a
0
+ a
1
x + a
2
x
2
),
y
′
= x + y(a
0
+ a
1
x + a
2
x
2
),
onsiderandotodas asvariaçõesdos parâmetros
a
0
ea
2
. Por m, mostraremos queeste sistematem no máximo1(um) i lo limite.Resultados Preliminares
Neste apítuloapresentaremosalguns on eitos preliminaresqueserão
ne essá-rios no de orrer desta dissertação. Em parti ular, introduziremos o problema
fo o- entro em
R
2
e as denições de valores fo ais e base fo al. Estudaremos
um método omputa ionale ientepara en ontrar as onstantes de Lyapunov
ede idiraestabilidadedeumpontode equilíbrio. Durantetodotrabalho,esses
on eitos serão analisados para sistemas rígidos.
2.1 O Problema Fo o entro em
R
2
Considere osistema
x
′
= ˜
P (x, y)
y
′
= ˜
Q(x, y)
(2.1)onde
P
˜
eQ
˜
são funções analíti as. Suponha que a origem(0, 0)
seja um ponto de equilíbrio isolado, isto é, existe uma vizinhança ontendo a origemna qual ela é o úni o ponto de equilíbrio. Considere o ampo de vetores
X(x, y) = ( ˜
P (x, y), ˜
Q(x, y))
asso iado ao sistema(2.1)
. Suponha ainda que a matriz Ja obianaJ = DX(0, 0)
tenha autovalores omplexos onjugados, o quegaranteque numa vizinhançasu ientementepróxima daorigem, assolu-çõesde
(2.1)
ir ulama origem.éum fo o (atratorourepulsor) ouum entro.
Se a origem for um ponto singular hiperbóli o, ou seja, os autovalores da
matrizJa obiana
J(0, 0) = DX(0, 0)
foremdaformaλ
1,2
= α ± iβ
om
α 6= 0
, então oteoremade Hartman-Grobman garanteque osistema line-arizado des reve o omportamento do sistema não linear próximo da origem,ouseja,o omportamentonumavizinhançadaorigemésempremodeladopelo
omportamentoda partelinear epodemosignorar os termosde ordem
supe-rior. Neste aso,veremosmais adianteque aorigeméum fo oatrator
(α < 0)
ou um fo o repulsor(α > 0)
. Assim, é de nosso interesse o problema fo o- entro quando os autovalores da matriz Ja obianaJ(0, 0) = DX(0, 0)
são da formaλ
1,2
= ±iβ
om
β 6= 0.
Notemos que, neste aso, a origem é um ponto de equilíbrio não hiperbóli o e, portanto, o sistema linearizado não des reve ne essariamenteo omportamento do sistema não linear próximo da origem. Veremos omo
resolverefetivamenteeste problema para algumas lasses de sistemas rígidos.
Exemplo 2.1.1. Considere o sistema rígido dado por
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y),
onde
F (x, y)
é uma função real analíti a omF (0, 0) = 0
. É fá il ver que a origem é o úni o ponto de equilíbrio deste sistema e é um fo o ou um entro.Paraessessistemasoproblemafo o- entroéequivalenteaoproblemadaiso
ro-ni idade, ou seja, quando toda órbita periódi a em uma vizinhança da origem
tem omesmo período. De fato,em oordenadas polares
(r, θ)
este sistemapode ser es rito omo
r
′
= rF (rcosθ, rsenθ),
θ
′
= 1,
2.2 Estabilidade Lo al Segundo Lyapunov
Nesta seção apresentaremos algumas denições e o ritério de Lyapunov, os
quaisreferem-se aestabilidade de um pontode equilíbrio.
Denição 2.2.1. Dados
X : U ⊆ R
n
→ R
n
um ampo vetorial, onde
U
é um aberto deR
2
e
p ∈ U
uma singularidade do ampoX
, temos que:a)
p
é estável se dado qualquerε > 0
, existeumδ > 0
, tal quekx − pk < δ
impli akϕ(t, x) − pk < ε
, para todot > 0
, ondeϕ(t, x)
éa urva integral deX
;b)
p
é instável se não for estável;)
p
é assintoti amente estável sep
é estávele,além disso, existeε > 0
, tal quekx − pk < ε
impli alim
t→∞
ϕ(t, x) = p
;
d)
p
éassintoti amenteinstávelsep
éinstávele,alémdisso,existeε > 0
, tal quekx − pk < ε
impli alim
t→−∞
ϕ(t, x) = p
.
Considere um ampo vetorial
X
eV : U → R
uma função de lasseC
1
.
Denimos aderivada de
V
na direçãodo ampoX
no pontop ∈ U
por˙
V (p) = ∇V (p) · X(p).
Denição 2.2.2. Dados o ampo
X
e a funçãoV
omo a ima. Considerep ∈ V ⊂ U
um ponto singular deX
, temos quea)
V
é uma função de Lyapunov para o ampoX
seV (x) ≥ 0
,∀x ∈ V
,V (x) = 0
se, e somente se,x = p
eV ≤ 0,
˙
para todox ∈ V;
b)
V
é uma função de Lyapunov estrita para o ampoX
seV
é função de Lyapunov e, além disso,V < 0
˙
, para todox ∈ V.
Teorema 2.2.1. (Critériode Lyapunov). Seja
p
umasingularidadeisolada do ampoX
. SeexistirumafunçãodeLyapunovV
denida emalgumdomínioU ⊆ R
2
ontendo
p
,entãop
é umasingularidadeestável. SeV
foruma fun-ção de Lyapunov estrita entãop
será uma singularidade assintoti amente estável.Demonstração: A demonstração deste teorema pode ser en ontrada no
livro[23℄.
2.3 Valores Fo ais e Coe ientes de Lyapunov
Nesta seção apresentaremos um método omputa ionale iente [14℄ para
al- ular os oe ientes de Lyapunov, tais oe ientes darão informações sobre a
estabilidadede uma singularidade.
Considere o ampo
X = ( ˜
P , ˜
Q)
asso iado ao sistema(2.1)
. Suponha que sua linearização na origem apresente um fo o ou um entro. Com mudançasadequadas de oordenadas, osistema (2.1) pode ser es rito omo
x
′
= y + λx + P (x, y),
y
′
= −x + λy + Q(x, y),
(2.2)onde
P
eQ
são funções analíti as ujos desenvolvimentos de Taylor na ori-gem omeçam om, pelo menos, termos quadráti os. Considere a função deLyapunov
V (x, y) =
1
2
(x
2
+ y
2
).
Assim,˙
V = ∇V · X = (x, y)(y + λx + P, −x + λy + Q)
= λx
2
+ xP + λy
2
+ yQ
= λ(x
2
+ y
2
) + xP + yQ.
Desta forma o sinal de
V
˙
em uma vizinhança da origem é determinado pelo sinaldeλ.
Seλ 6= 0
dizemosqueaorigeméumfo oforte. PeloTeorema2.2.1, seλ < 0
a origem é assintoti amente estável e seλ > 0
a origem é instável. Quandoλ = 0
dizemosque aorigem éum fo o fra o ou um entro.Daquiparafrente,queremosestudaraestabilidadedoequilíbrio
(0, 0)
quando
x
′
= y + P (x, y),
y
′
= −x + Q(x, y),
(2.3) omP (x, y) =
m
X
k=2
P
k
(x, y) + O k(x, y)k
m+1
,
Q(x, y) =
m
X
k=2
Q
k
(x, y) + O k(x, y)k
m+1
,
ondeP
k
(x, y) =
k
X
j=0
p
k−j,j
x
k−j
y
j
,
Q
k
(x, y) =
k
X
j=0
q
k−j,j
x
k−j
y
j
.
A notação
O
denota a expansão em série de Taylor, em torno da origem, ini iando-senos termosde ordem(m + 1)
nomínimo.Considere a função dada por
V (x, y) =
1
2
(x
2
+ y
2
) +
m+1
X
k=3
V
k
(x, y) + O k(x, y)k
m+2
,
(2.4) omV
k
(x, y) =
k
X
j=0
V
k−j,j
x
k−j
y
j
(2.5)polinmioshomogêneosde grau
k
nasvariáveisx
ey
. Tomandoaexpansãoem série de Tayloraté ostermos de ordem3
,o sistema (2.3) assumea forma
x
′
= y + P
2
(x, y) + P
3
(x, y) + O (k(x, y)k
4
) ,
y
′
= −x + Q
2
(x, y) + Q
3
(x, y) + O (k(x, y)k
4
) ,
(2.6) omP
2
(x, y) = p
20
x
2
+ p
11
xy + p
02
y
2
,
P
3
(x, y) = p
30
x
3
+ p
21
x
2
y + p
12
xy
2
+ p
03
y
3
,
Q
2
(x, y) = q
20
x
2
+ q
11
xy + q
02
y
2
,
Q
3
(x, y) = q
30
x
3
+ q
21
x
2
y + q
12
xy
2
+ q
03
y
3
.
A função (2.4) om
m = 3
édada porV (x, y) =
1
2
(x
2
+ y
2
) + V
3
(x, y) + V
4
(x, y) + O k(x, y)k
5
,
(2.7)om
V
3
(x, y) = V
30
x
3
+ V
21
x
2
y + V
12
xy
2
+ V
03
y
3
,
V
4
(x, y) = V
40
x
4
+ V
31
x
3
y + V
22
x
2
y
2
+ V
13
xy
3
+ V
04
y
4
.
Diferen iando(2.7) ao longo das órbitas de (2.6) segue que
˙
V (x, y) =
R
3
(x, y) +
y
∂V
3
∂x
(x, y) − x
∂V
3
∂y
(x, y)
+
R
4
(x, y)+
y
∂V
4
∂x
(x, y) − x
∂V
4
∂y
(x, y)
+ O k(x, y)k
5
,
(2.8) omR
3
(x, y) = xP
2
(x, y) + yQ
2
(x, y),
R
4
(x, y) = xP
3
(x, y) + yQ
3
(x, y) + P
2
(x, y)
∂V
3
∂x
(x, y) + Q
2
(x, y)
∂V
3
∂y
(x, y).
Considere os seguintes espaçosvetoriais
P
n
=
(
p(x, y) =
n
X
j=0
a
n−j,j
x
n−j
y
j
: grau(p(x, y)) = n, a
n−j,j
∈ R
)
S
polinmionuloR
n+1
=
(
u : u =
n
X
j=0
u
n−j,j
e
j+1
, u
n−j,j
∈ R
)
.
Os onjuntosB
n
P
= {x
n
, x
n−1
y, · · · , xy
n−1
, y
n
}
eB
n+1
R
= {e
1
, e
2
, · · · , e
n
, e
n+1
}
sãobasespara
P
n
eR
n+1
,respe tivamente. AbaseB
n+1
R
éa anni a emR
n+1
. A transformação lineardeP
n
emR
n+1
tem a seguinte onstrução
S
n
: P
n
→ R
n+1
p(x, y) =
n
X
j=0
a
n−j,j
x
n−j
y
j
7→ u =
n
X
j=0
a
n−j,j
e
j+1
.
Considere agora a seguintetransformação linear
T
n
:
P
n
→ P
n
p(x, y) 7→ T
n
(p(x, y)) = y
∂p
∂x
(x, y) − x
∂p
∂y
(x, y).
Tomando as bases
B
3
P
eB
4
P
paraP
3
eP
4
, respe tivamente, asmatrizesA
3
eA
4
, om relação a essas bases, são respe tivamenteA
3
=
0 −1
0
0
3
0
−2
0
0
2
0
−3
0
0
1
0
eA
4
=
0 −1
0
0
0
4
0
−2
0
0
0
3
0
−3
0
0
0
2
0
−4
0
0
0
1
0
.
Proposição2.3.1. Atransformação linear
T
3
éumisomorsmo. Onú leoda transformaçãoT
4
tem dimensão1
e a imagem dimensão4
. Uma base para o nú leo é{(x
2
+ y
2
)
2
}
.
Demonstração: O nú leo da transformação linear
T
3
é trivial, visto queDet(A
3
) = 9
. Logo,T
3
é injetora. Para provar queT
3
é sobrejetora, basta observarqueadim(Im(T
3
)) = 4
eque{T
3
(x
3
), T
3
(x
2
y), T
3
(xy
2
), T
3
(y
3
)}
éuma base para a imagemT
3
e paraP
3
. ComoT
3
é bijetora, admite uma transfor-mação inversa a qual também é linear e bijetora. A matrizA
4
é equivalente porlinhas a matrizes alonada reduzida porlinhas
1 0 0 0 −1
0 1 0 0
0
0 0 1 0 −2
0 0 0 1
0
0 0 0 0
0
.
Assim,o
posto(A
4
) = 4
e, onsequentemente,onú leodeT
4
temdimensão1
ea imagem dimensão4
. De um ál ulo simplesA
4
S
4
(p(x, y)) = 0
,p(x, y) ∈ P
4
, segue queS
−
1
4
(1, 0, 2, 0, 1) = (x
2
+ y
2
)
2
.Resulta da Proposição 2.3.1 que
V
3
(x, y)
pode ser es olhido de maneira úni a de forma a an elar os termos de grau3
de (2.3). Tal es olha é feita resolvendo-seo sistema linearonde
S
3
(V
3
(x, y)) = (V
30
, V
21
, V
12
, V
03
),
S
3
(xP
2
(x, y) + yQ
2
(x, y)) = (p
20
, p
11
+ q
20
, p
02
+ q
11
, q
02
).
Segue que(V
30
, V
21
, V
12
, V
03
) =
−
1
3
(p
11
+ q
20
+ 2q
02
), p
20
, −q
02
,
1
3
(p
02
+ 2p
20
+ q
11
)
.
Amesmametodologianão pode serapli adaparaaes olhados oe ientes
de
V
4
(x, y)
,poisT
4
nãoéisomorsmo. Contudo,V
4
(x, y)
podeser es olhido de forma queV (x, y)
˙
tenha um sinal bem denido. Isto pode ser feito impondo que os termos de ordem4
de (2.3) pertençam ao nú leo deT
4
. Assim, os oe ientes deV
4
(x, y)
podem ser obtidosatravésdeA
4
S
4
xP
3
(x, y) + yQ
3
(x, y) + P
2
(x, y)
∂V
3
∂x
(x, y) + Q
2
(x, y)
∂V
3
∂y
(x, y)
+
+ A
4
S
4
(V
4
(x, y))
= 0,
ondeS
4
(V
4
(x, y)) = (V
40
, V
31
, V
22
, V
13
, V
04
),
S
4
xP
3
(x, y) + yQ
3
(x, y) + P
2
(x, y)
∂V
3
∂x
(x, y) + Q
2
∂V
3
∂y
(x, y)
=
= (s
40
, s
31
, s
22
, s
13
, s
04
),
oms
40
= p
11
p
20
+ p
30
+ 2p
20
q
02
,
s
31
= p
2
11
− 2p
2
20
+ p
21
− p
20
q
11
+ 2q
20
q
02
+ p
11
(q
20
+ 2q
02
) + q
30
,
s
22
= p
12
− 2p
20
p
11
+ p
02
(p
11
+ 2q
02
) + 2q
11
q
02
− 2p
20
q
20
− q
11
q
20
+ q
21
,
s
13
= p
03
+ p
11
q
02
+ 2q
2
02
− 2p
20
q
11
− q
11
2
− p
02
(2p
20
+ q
11
) + q
12
,
s
04
= −2p
20
q
02
− q
11
q
02
+ q
03
.
Logo,
V
40
=
1
4
2 q
02
q
20
− q
12
− 3 p
20
q
11
− q
30
− 2 p
20
2
+ p
11
2
+ 3 q
02
p
11
+ p
11
q
20
−
p
21
+ 2 q
02
2
− q
11
p
02
− q
11
2
− p
03
− 2 p
20
p
02
+ 1,
V
31
=
1
8
5 p
30
− 7 p
20
p
11
− 16 q
02
p
20
− 3 q
03
− q
21
− q
02
q
11
− 2 p
20
q
20
− q
20
q
11
+
p
02
p
11
+ 2 q
02
p
02
− p
12
,
V
22
=
1
2
2q
02
2
− q
11
p
02
− 2p
20
q
11
− q
11
2
+ q
02
p
11
− q
12
− p
03
− 2p
20
p
02
+ 2,
V
13
=
1
8
3 p
30
− p
20
p
11
− 16 q
02
p
20
− 5 q
03
+ q
21
− 7 q
02
q
11
+ 2 p
20
q
20
− p
02
p
11
+
q
20
q
11
− 2 q
02
p
02
+ p
12
,
V
04
=1.
Com estas es olhas feitaspara
V
3
(x, y)
eV
4
(x, y)
,segue que˙
V (x, y) = η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ O k(x, y)k
5
,
(2.9) omη
4
=
1
8
3 q
03
− p
20
p
11
+3 p
30
+ q
21
+ q
02
q
11
+2 p
20
q
20
+ q
20
q
11
− p
02
p
11
−2 q
02
p
02
+ p
12
.
(2.10)A equação (2.9) determina aestabilidade daorigem. De fato,a função
V =
1
2
(x
2
+ y
2
) + V
3
(x, y) + V
4
(x, y)
(2.11) é uma função de Lyapunov em alguma vizinhança da origem. Assim, do Te-orema 2.2.1, obtemos que se
η
4
< 0
, então a singularidade é assintoti amente estável. Seη
4
> 0
, então a singularidadeé instável. Quandoη
4
= 0
ainda não podemos determinar aestabilidade daorigem.Na verdade, o pro esso riado por Lyapunov para estudar a estabilidade
daorigem dosistema (2.3), é um pro esso puramente algébri o. A ideia desse
pro essoé onstruirre ursivamentefunçõesde Lyapunov para osistema(2.3).
A seguir, armamos quea Proposição 2.3.1 éverdadeira para o aso geral.
Proposição2.3.2. Quando
n
éímpar,T
n
éumisomorsmo. Quandon
épar,T
n
possui nú leo de dimensão um gerado por(x
2
+ y
2
)
n
2
.Demonstração: A demonstraçãodesta proposição pode ser en ontrada em
[5℄.
Desta forma,se
η
4
= 0
naequação (2.9), podemos pro eder de forma aná-loga ao que já zemos para obterη
4
e produzir uma nova sérieV
, garantida pelaProposição 2.3.2 talque˙
V = η
6
(x
2
+ y
2
)
3
+ · · ·
eassim pordiante. Em resumo,
V
pode ser es olhida de talformaque˙
V = η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ η
6
(x
2
+ y
2
)
3
+ · · · + η
2k
(x
2
+ y
2
)
k
+ · · ·
Observação 2.3.1. Este resultado sobre estabilidade não exige que o ampo
vetorial
X
seja analíti o. Além disso, os ál ulos formais om a sérieV
são justi ados porque a função de Lyapunov(2.11)
, que é um requisito para a apli ação do Teorema2.2.1
, a aba por serum polinmio.Apresentamos agora um teorema bastanteútil sobre aestabilidade.
Teorema2.3.1. Se
η
2k
= 0, k = 2, . . . , N,
masη
2N +2
6= 0
,entãoaestabilidade da singularidade na origem é determinada:•
Seη
2N +2
< 0
, então a singularidade é assintoti amente estável.•
Seη
2N +2
> 0
, a singularidade é instável.Demonstração: A demonstração deste teorema pode ser en ontrada em
[21℄, página94.
As onstantes
η
2k
são hamadas de valores fo ais. Do método exposto a ima juntamente om o Teorema 2.3.1 temos que, se após um número nitode etapas determinarmos um valor fo al não nulo, então poderemos
produ-zir uma função de Lyapunov polinomial e assim a usarmos para determinar a
estabilidadedo ponto singular. Contudo, ainda não esgotamos todas as
possi-bilidades: oquea onte esetodososvalores fo ais foremnulos? Estapergunta
Teorema 2.3.2. (Centro de Lyapunov). Se o ampo vetorial
X
éanalíti o eη
2k
= 0
paran = 2, . . . , ∞
então a origem é um entro. Além disso, a série quedeneV
é onvergente numavizinhança da origem e representa uma função ujos onjuntos de nível ontém as órbitas do sistema orrespondenteao ampo
X
.Demonstração: A demonstração deste teorema pode ser en ontrada em
[21℄, página94.
Como
η
2k
é relevantesomente quandoη
2l
= 0
para todol < k
, tomamosη
2
= η
4
= · · · = η
2k−2
= 0
nas expressões de
η
2k
.
As quantidades obtidas dessa maneira são hamadas de oe ientes de Lyapunov, e serão denotadas porL
k
= η
2k+2
, parak =
0, 1, 2, . . . , ∞.
Se trabalharmos om
P
eQ
polinmios, segue do Teorema da Base de Hilbert que existe uma onstantem
talqueL
k
= 0
para todok
se, e somente se,L
k
= 0
sek ≤ m.
A baseB = {L
0
, L
1
, L
2
, . . . , L
m
}
é hamadade base fo al.
Desta forma é ne essário al ular somente um número nito de
oe i-entes de Lyapunov. Contudo, dado um sistema qualquer, não sabemos a
priori quantos oe ientes temos que al ular para termos a base fo al
B
, om ex eção de alguns asos espe í os. Em geral, os ál ulos dosoe i-entes de Lyapunov são muito longos e ompli ados, ex eto em alguns asos
mais simples, assim vários métodos omputa ionais tem sido desenvolvidos.
Comoexemplo,apli aremosestepro essoparaosistema úbi orígidoqueserá
estudado noCapítulo
3
.Exemplo 2.3.1. Considere o sistema
x
′
= −y + x(a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
),
y
′
= x + y(a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
),
onde
a, b, c, d, e, f ∈ R
ed
2
+ e
2
+ f
2
6= 0
.
Suponha
a = 0
, aso ontrário a origem é trivialmente um fo o. Seguindo o pro essodes rito a ima, a função de Lyapunov é dada porV (x, y) =
1
2
(x
2
+ y
2
) + V
3
(x, y) + V
4
(x, y),
omV
3
(x, y) = cx
3
− bx
2
y + cxy
2
− by
3
eV
4
(x, y) = Ax
4
+ Bx
3
y + Ax
2
y
2
+ Bxy
3
,
ondeA =
1
2
(3c
2
+e−3b
2
)
eB =
1
2
(f −d)−3bc.
Comessases olhas onvenientes paraV
3
(x, y)
eV
4
(x, y)
segue que˙
V =
∇V · X = η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ · · · ,
om
L
1
= η
4
= d + f.
Através de ál ulos realizados no programa omputa ional MAPLE, obtemos
também o segundo oe iente de Lyapunov. Neste aso, omitiremos os
valo-res de
V
k
(x, y)
devido à sua extensão. Mas, tomando esses valores espe í os obtemosque˙
V = ∇V · X = η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ η
6
(x
2
+ y
2
)
3
+ · · · ,
onde• L
1
= η
4
= d + f
,• L
2
= η
6
= (c
2
− b
2
)d − bce.
No apítulo
3
mostraremosqueoanulamentodoprimeiroesegundo oe i-entes de Lyapunov,L
1
eL
2
, juntamente oma = 0
é uma ondição ne essária esu iente para que aorigem dosistema(2.12)
sejaum entro.Centros e Ci los Limites de
Pequenas Amplitudes
Neste apítuloestudaremosoproblema fo o- entroparaalgumasfamílias
par-ti ularesdosistema rígido:
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y).
(3.1)O sistema
(3.1)
tem sido estudado por vários autores e, na maioria desses estudos, a funçãoF
é um polinmiohomogêneo de grau xo ouuma soma de funçõespolinomiaishomogêneas. Ver, por exemplo,[1℄, [6℄, [10℄ e [11℄.Nas seções seguintes estudaremos om detalhes os três asos men ionados
naintrodução, asaber: 1.
F (x, y) = a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
;
2.F (x, y) = F (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
ouF (x, y) = F (y) = a
0
+ a
1
y +
· · · + a
N
y
N
,
ondeN ≥ 1
; 3.F (x, y) = (a
0
+ a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
) + (b
0
+ b
2
y
2
+ · · · + b
N
y
N
),
ondeN = 2n
,n ≥ 0
.No primeiro aso, exibiremos ondiçõesne essárias e su ientes para que o
em [6℄eposteriormenteporAlwash em[2℄ onsiderandosoluçõesperiódi asde
uma equação es alar nãoautnoma. Na seção 3.1, provaremos este resultado
usando o on eito de sistemas do tipo tempo-reversível. Nas seções 3.2 e 3.3
estudaremos o segundo e ter eiro asos, respe tivamente. Também daremos
ondiçõesne essáriasesu ientes paraqueosistema(3.1) tenhaum entrona
origem. Este estudo é baseado no artigo[7℄.
Re entemente, LlibreeRabanalem[18℄,estenderamosresultadosdoartigo
[7℄estudando o problema fo o- entropara sistemas rígidosda forma
x
′
= −y + xf(x)g(y),
y
′
= x + yf (x)g(y),
ondef (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
eg(y) = b
0
+ b
1
y + · · · + b
M
y
M
,
omN ∈ {2n, 2n + 1} ⊂ IN ∪ {0}
eM ∈ {2m, 2m + 1} ⊂ IN ∪ {0}.
3.1F (x, y) = a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
Nesta seção onsideraremos o sistemarígido
x
′
= −y + x(a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
),
y
′
= x + y(a + bx + cy + dx
2
+ exy + f y
2
),
(3.2)
onde
a, b, c, d, e, f ∈ R
ed
2
+ e
2
+ f
2
6= 0.
Nossoobjetivoéexibir ondiçõesne essáriasesu ientespara queaorigem
dosistema
(3.2)
sejaum entro. Umaferramentafundamentalserá adenição de sistemas dotipo tempo-reversível.Denição 3.1.1. Osistema
x
′
= −y + P (x, y),
y
′
= x + Q(x, y),
(3.3)onde
P
eQ
sãofunções analíti as ujos desenvolvimentosde Taylor naorigem omeçam om, pelo menos, termos quadráti os é do tipo tempo-reversível seexiste uma apli ação
R : R
2
→ R
2
tal que
d
onde
z = (x, y) ∈ R
2
e
f (z) = dz/dt
.Teorema 3.1.1. Todosistemada forma
(3.3)
do tipotempo-reversíveltem um entro na origem.Demonstração: A demonstração deste teorema pode ser en ontrada em
[21℄.
Exemplo 3.1.1. Considere o sistema
˙x = −y + xy,
˙y = x − y
2
.
Tomando
R(x, y) = (x, −y)
é fá il ver qued
dt
(R(z)) = −f(R(z))
. Portanto, este sistema é do tipo tempo-reversível e pelo Teorema3.1.1
tem um entro na origem.Apresentaremosaseguirpropriedadesgeraisdosistema
(3.2)
. Notemosque paraa 6= 0
a origemé um fo oatrator (a < 0
) ouum fo o repulsor(a > 0
). Proposição 3.1.1. Considere o ampo vetorialX
asso iado ao sistema(3.2)
oma = 0
. Então, os dois primeiros oe ientesde Lyapunovsão dados por:L
1
= d + f
eL
2
= (c
2
− b
2
)d − bce.
Demonstração: Os ál ulosdesses oe ientesforamapresentadosno
Exem-plo
2.3.1
.Teorema 3.1.2. A origem é um entro para o sistema
(3.2)
se, e somente se,a = 0
eL
1
= L
2
= 0
.Demonstração:
(⇒)
Trivial.(⇐)
Suponha quea = 0
e que os dois primeiros oe ientes de Lyapunov são nulos. Éfá ilverqueL
1
= 0
resultaemf = −d
. ParaL
2
= (c
2
−b
2
)d−bce = 0
obtemos quatro possibilidades para os parâmetros presentes no sistema. São
elas:
a)
e =
−
d(−c
2
+b
2
)
b)
d = b = 0
ec 6= 0
; )d = c = 0
eb 6= 0
; d)b = c = 0
ed 6= 0
.Considerando sempre
a = 0
ef = −d
, armamos que para todos os asos a imao sistema(3.2)
é dotipotempo-reversível esegue doTeorema3.1.1
que aorigem é um entro.A prova desta armação será feita om detalhes nolema a seguir.
Lema 3.1.1. Osistema
(3.2)
paraqualquer umadas possibilidadesa imaé do tipo tempo-reversível.Demonstração:
b) Osistema
(3.2)
, om osdevidos parâmetros, é dadopor
x
′
= −y + x(cy + exy),
y
′
= x + y(cy + exy),
(3.4)
om
c 6= 0
. TomandoR(x, y) = (x, −y)
segue qued
dt
(R(x, y)) =
dx
dt
, −
dy
dt
= (−y + x(cy + exy), −x − y(cy + exy)).
Por outro lado,
−f(R(x, y)) = (−y + x(cy + exy), −x − y(cy + exy)).
Desta forma,
d
dt
(R(x, y)) = −f(R(x, y))
. Pela Denição3.1.1
temos que o sistema(3.4)
é dotipo tempo-reversível.)Neste aso, onovo sistema éda forma
x
′
= −y + x(bx + exy),
y
′
= x + y(bx + exy),
(3.5) omb 6= 0
. TomandoR(x, y) = (−x, y)
obtemosd
e on luímos que o sistema
(3.5)
é dotipo tempo-reversível. d) Para o sistema
x
′
= −y + x(dx
2
+ exy − dy
2
),
y
′
= x + y(dx
2
+ exy − dy
2
),
(3.6)om
d 6= 0
, tomandoR(x, y) = (−x, −y)
e repetindo o pro esso anterior tam-bém on luímos que osistema(3.6)
é dotipo tempo-reversível.a) Finalmente, tomando
e =
−
d(−c
2
+b
2
)
cb
omcb 6= 0
e substituindo no sistema originalobtemos
x
′
= y + x(bx + cy + dx
2
−
d(−c
2
+b
2
)xy
cb
− dy
2
),
y
′
= x + y(bx + cy + dx
2
−
d(−c
2
+b
2
)xy
cb
− dy
2
).
(3.7) Es olhendoR(x, y) =
−
(−c
2
+ b
2
)x
b
2
+ c
2
−
2bcy
(b
2
+ c
2
)
, −
2bcx
b
2
+ c
2
+
(−c
2
+ b
2
)y
(b
2
+ c
2
)
,
apósalguns ál ulos segueque
d
dt
R(x, y) = −(a(x, y), b(x, y)) = −f(R(x, y)),
onde
a(x, y) =
2bcx
b
2
+ c
2
−
−c
2
+ b
2
y
b
2
+ c
2
+
b
−c
2
+ b
2
x
2
b
2
+ c
2
+
c
3b
2
− c
2
xy
b
2
+ c
2
+
2bc
2
y
2
b
2
+ c
2
+
d
−c
2
+ b
2
x
3
b
2
+ c
2
−
d
−4b
2
c
2
+ b
4
+ c
4
x
2
y
bc
(b
2
+ c
2
)
−
3d −c
2
+ b
2
xy
2
b
2
+ c
2
−
2bcy
3
d
b
2
+ c
2
eb
(x, y) = −
−c
2
+ b
2
x
b
2
+ c
2
−
2bcy
b
2
+ c
2
+
2b
2
cx
2
b
2
+ c
2
−
b
−3 c
2
+ b
2
xy
b
2
+ c
2
−
c
−c
2
+ b
2
y
2
b
2
+ c
2
+
2bcdx
3
b
2
+ c
2
−
3d −c
2
+ b
2
x
2
y
b
2
+ c
2
+
d
−4 b
2
c
2
+ b
4
+ c
4
xy
2
bc
(b
2
+ c
2
)
+
d
−c
2
+ b
2
y
3
b
2
+ c
2
.
3.2
F (x, y) = F (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
Nesta seção onsideraremos o sistema
x
′
= −y + xF (x, y),
y
′
= x + yF (x, y),
(3.8)onde
F
éuma função polinomialde uma variável de umadas seguintes formasF (x, y) = F (x) = a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
ou
F (x, y) = F (y) = a
0
+ a
1
y + · · · + a
N
y
N
,
onde
N ≥ 1
. Am de estudar o omportamento das trajetórias próximo da origem, iremos onsiderar a função de LyapunovV
representada formalmente pelasérieV (x, y) =
1
2
(x
2
+ y
2
) +
∞
X
k=3
V
k
,
(3.9)onde
V
k
é um polinmiohomogêneonas variáveisx
ey
de grauk
.A derivada de
V (x, y)
aolongo das órbitas dosistema (3.8) é dada por˙
V = (x + V
3,x
+ V
4,x
+ · · · + V
k,x
+ · · · )(−y + xF )+
+(y + V
3,y
+ V
4,y
+ · · · + V
k,y
+ · · · )(x + yF ),
(3.10)
onde os índi es
x
ey
representam as derivadas par iais om respeito ax
ey
, respe tivamente. Vimos no Capítulo2
que om es olhas onvenientes deV
k
(x, y)
a expressão deV
˙
pode ser rees rita omo˙
V = η
2
(x
2
+ y
2
) + η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ η
6
(x
2
+ y
2
)
3
+ · · · + η
2k
(x
2
+ y
2
)
k
+ · · · ,
onde os oe ientes
η
2k
são osvalores fo aise são funçõespolinomiais.Noquesegue,iremosdeterminarabasefo alparaosistema
(3.8)
eusaremos o pro edimentoapresentado no Capítulo2
para en ontrarV
3
,V
4
e o primeiro oe iente de Lyapunov.Teorema 3.2.1. Considere o sistema
x
′
= −y + x(a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
),
y
′
= x + y(a
0
+ a
1
x + · · · + a
N
x
N
),
(3.11)onde
N = 2n
ouN = 2n + 1
. Então o onjuntoB = {a
0
, a
2
, . . . , a
2n
}
é uma base fo al.
Usando amudançade oordenadas
X = −y
eY = x
obtemos, doTeorema3.2.1
, oteoremaseguinte.Teorema 3.2.2. Considere o sistema
x
′
= −y + x(a
0
+ a
1
y + · · · + a
N
y
N
),
y
′
= x + y(a
0
+ a
1
y + · · · + a
N
y
N
),
(3.12)onde
N = 2n
ouN = 2n + 1
. Então o onjuntoB = {a
0
, a
2
, . . . , a
2n
}
é uma base fo al.
A prova dos Teoremas
3.2.1
e3.2.2
é análoga e onsiste em al ular os oe ientesdeLyapunovem(0, 0)
paraossistemas(3.11)
e(3.12)
. O oe ientea
0
é tomado omo nulo, aso ontrário a origem é trivialmenteum fo o. Mas antes, ne essitaremos de alguns resultados.Denição 3.2.1. Para ada
k
em(3.9)
, denotemos porV
i,j
o oe iente dex
i
y
j
em
V
k
,parak = i + j
. Além disso,dizemos queV
i,j
épar ouímpar quandoi
é par ou ímpar.Substituindo os valores das derivadas par iais om relação a
x
ey
e efetu-ando ál ulosem(3.10), obtemos˙
V = (a
1
+ V
2,1
) x
3
+ (2 V
1,2
− 3 V
3,0
) x
2
y + (a
1
− 2 V
2,1
+ 3 V
0,3
) xy
2
−
V
1,2
y
3
+ (3 V
3,0
a
1
+ V
3,1
+ a
2
) x
4
+ (2 V
2,2
+ 3 V
2,1
a
1
− 4 V
4,0
) x
3
y+
(3 V
1,3
+ a
2
+ 3 V
1,2
a
1
− 3 V
3,1
)x
2
y
2
+ (3 V
0,3
a
1
− 2 V
2,2
+ 4 V
0,4
) xy
3
−
Lema 3.2.1. Considere o sistema
(3.11)
oma
0
= 0
. Então:a) Oprimeiro oe iente de Lyapunov em
(0, 0)
é dado porL
1
= a
2
. b) Sea
2
= 0
entãoV
3,0
= V
1,2
= V
1,3
= V
3,1
= 0
.Demonstração: Considere o sistema
(3.11)
eV
omo em(3.9)
. Da Pro-posição2.3.1
, sabemos quea transformaçãolinearT
3
é um isomorsmo, então podemoses olheros oe ientesdeV
3
(ouseja,V
3,0
, V
2,1
, V
1,2
, V
0,3
)
de modoque˙
V
determinado em (3.13) não tenha termos úbi os. Para isso, basta resolver osdois sistemasde equações:
V
2,1
+ a
1
= 0,
2V
2,1
− 3V
0,3
= a
1
,
2V
1,2
− 3V
3,0
= 0,
V
1,2
= 0.
Neste aso, podemos es olher
V
3,0
= V
1,2
= 0
eV
2,1
= −a
1
,V
0,3
= −a
1
, o que resultaemV
3
(x, y) = −a
1
x
2
y − a
1
y
3
.
Ainda pela Proposição
2.3.1
não podemos eliminar os termos quárti os deV
˙
, mas podemoses olherV
4,0
, . . . , V
0,4
eL
1
de modo que˙
V = η
4
(x
2
+ y
2
)
2
+ O(k(x, y)k)
5
.
Para isso, devemos resolveras in o equações seguintes, desa opladasem dois
grupos
−η
4
+ V
3,1
= −a
2
,
−2η
4
+ 3V
1,3
− 3V
3,1
= −a
2
,
−η
4
− V
1,3
= 0,
−4 V
4,0
+ 2 V
2,2
= 3 a
1
2
,
−2 V
2,2
+ 4 V
0,4
= 3 a
1
2
.
Para o primeirogrupo de equações es olhemos:
V
1,3
= V
3,1
= −
1
2
a
2
eη
4
=
1
2
a
2
.
epara o segundo grupo de equações:
V
2,2
= 0, V
0,4
=
3
4
a
1
2
eV
4,0
= −
3
4
a
1
2
,
Portanto,
L
1
= a
2
eV
3,0
= V
1,2
= V
1,3
= V
3,1
= 0
quandoa
2
= 0
.Faremosagorao ál ulodos oe ientesdeLyapunov paraosistema
(3.11)
. Teorema 3.2.3. Considere o sistema
x
′
= −y + x a
1
x + a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
,
y
′
= x + y a
1
x + a
2
x
2
+ · · · + a
N
x
N
,
onde
N = 2n
orN = 2n + 1
. Então, parak = 1, 2, . . . , n
,L
k
= a
2k
.
Demonstração: A prova será dada por induçãonaseguintearmação
P
k
:• L
j
= a
2j
paraj = 1, . . . , k
;•
Sea
2j
= 0
paraj = 1, . . . , k
, então os oe ientes ímpares deV
j
paraj ≤ 2k + 2
são nulos.Pelo Lema 3.2.1,
P
1
é verdadeiro. Agora suponhamosP
k
verdadeiro. Os oe- ientes ímpares deV
2k+3
são determinados em termos dos oe ientes deV
j
omj ≤ 2k + 2
pelas seguintes equaçõesV
1,2k+2
= 0,
−3V
3,2k
+ (2k + 2)V
1,2k+2
=
2
X
j=1
−(j + 2k)V
j−1,2k+1
a
3−j
,
−5V
5,2k−2
+ (2k)V
3,2k
=
4
X
j=1
−(j + 2(k − 1))V
j−1,2k−1
a
5−j
,
. . .−(2k + 1)V
2k+1,2
+ (4)V
2k−1,4
=
2k
X
j=1
−(j + 2)V
j−1,3
a
2k+1−j
,
−(2k + 3)V
2k+3,0
+ (2)V
2k+1,2
=
2k+2
X
j=1
−(j)V
j−1,1
a
2k+3−j
.
são nulos, então o lado direito destas equações é zero. Consequentemente, os
oe ientes ímparesde
V
2k+3
são todos nulos.Em seguida,
L
k+1
e os oe ientes ímpares deV
2k+4
são determinados pelas equações−η
2k+4
− V
1,2k+3
= 0,
−
k + 2
k + 1
η
2k+4
− 3V
3,2k+1
+ (2k + 3)V
1,2k+3
=
2
X
j=1
−(j + 2k + 1)V
j−1,2k+2
a
3−j
,
−
k + 2
k
η
2k+4
− 5V
5,2k−1
+ (2k + 1)V
3,2k+1
=
4
X
j=1
−(j + 2k − 1)V
j−1,2k
a
5−j
,
. . .−
k + 2
1
η
2k+4
− (2k + 3)V
2k+3,1
+ 3V
2k+1,3
=
2k+2
X
j=1
−(j + 1)V
j−1,2
a
2k+3−j
,
−η
2k+4
+ V
2k+3,1
=
2k+4
X
j=1
−(j − 1)V
j−1,0
a
2k+5−j
.
Pela hipótese de indução, o lado direito da última destas equações é
−a
2k+2
, enquanto que o de todas as outras é nulo. Assim, segue da última igualdadeque
V
2k+3,1
= η
2k+4
− a
2k+2
.
Substituindoeste valornapenúltima equação obtemos
V
2k+1,3
=
k + 2
1
η
2k+4
+ (2k + 3)(η
2k+4
− a
2k+2
).
Repetindo esse pro esso até a primeira equação hegaremos que
η
2k+4
é um múltiplo positivo dea
2k+2
e ada oe iente ímpar é um múltiplo negativo dea
2k+2
. Deduzimosque seP
k
éverdadeiro, entãoL
k+1
= η
2k+4
= a
2k+2
.
Observação 3.2.1. Os oe ientes pares de