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Adesão ao tratamento de pacientes idosos com hipertensão arterial sistêmica

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Academic year: 2021

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CLÁUDIA ARACOELI OLIVEIRA LOPES

ADESÃO AO TRATAMENTO DE PACIENTES IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

FLORIANÓPOLIS (SC)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CLÁUDIA ARACOELI OLIVEIRA LOPES

A NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO DE PACIENTES IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças Crônicas do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

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O trabalho intitulado Adesão ao Tratamento de Pacientes Idosos com Hipertensão

Arterial Sistêmica de autoria do aluno Cláudia Aracoeli Oliveira Lopes foi examinado e

avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças Crônicas

_____________________________________

Profa. Ma. Aline Lima Pestana Magalhães

Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014 DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela presença constante em minha vida, guiando os meus passos e confortando-me nas dificuldades e inseguranças.

Aos meus pais, meus grandes incentivadores, que com muito amor e carinho, ensinaram-me os verdadeiros valores da vida. Obrigada pela amizade e pela bela relação de amor que nos une.. A todos que de uma maneira ou de outra contribuíram não só na elaboração do presente trabalho, como também em todo o meu processo de formação profissional.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 01 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 03 3 MÉTODO... 06 4 RESULTADO E ANÁLISE... 4.1 Análise do Perfil Sociodemográfico do Idoso com HAS... 4.2 Análise das Características Clínicas dos Pacientes Portadores de HAS... 4.3 Avaliação da Adesão ao Tratamento não Medicamentoso... 4.4 Avaliação da Adesão do Tratamento Medicamentoso... 4.5 Análise dos Elementos Dificultadores e Facilitadores na Adesão ao Tratamento... 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... REFERÊNCIAS... ANEXO... 09 009 111 13 18 20 24 25 29

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LISTA DE SIGLAS

ACS – Agente Comunitário de Saúde AVC- Acidente Vascular Cerebral CA – Circunferência Abdominal

DBHA – Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial HÁ – Hipertensão Arterial

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica IMC – Índice de Massa Corporal PA – Pressão Arterial

PACS – Programa Agente Comunitário de Saúde PAS – Pressão Arterial Sistólica

PAD – Pressão Arterial Diastólica PSF – Programa Saúde da Família SNC – Sistema Nervoso Central SUS – Sistema Único de Saúde USF – Unidade de Saúde da Família

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Características Sociodemográficas dos Idosos com HAS ... 09 Quadro 2. Características Clínicas dos Portadores de HAS. ... 11 Quadro 3. Participantes do Estudo Segundo Adesão de Tratamento Não Medicamentoso. . 14 Quadro 4. Participantes do Estudo Segundo a Adesão do Tratamento Medicamentoso. ... 18 Quadro 5. Participantes do Estudo Segundo os Elementos Dificultadores e Facilitadores na

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RESUMO

A pesquisa tem como objetivo buscar estratégias para a adesão do idoso ao tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica, detectando as dificuldades para a adesão do idoso ao tratamento anti-hipertensivo, verificando os cuidados de enfermagem aos hipertensos e, analisando até que

ponto a Educação em Saúde pode influenciar no comportamento do idoso para a sua adesão. Foi

utilizado um questionário com questões relativas às características sóciodemográficas, clínicas, cumprimento do tratamento não-farmacológico e farmacológico e elementos intervenientes na sua adesão terapêutica., palestras e consultas médicas e de enfermagem. Os resultados demonstraram que de acordo com as características clínicas, a maioria dos hipertensos apresentavam outras complicações, como acidente vascular cerebral e Infarto do miocárdio e tinham história familiar. Quanto à adesão ao tratamento não medicamentoso, pessoas se encontravam com sobrepeso ou obesidade e apresentavam a circunferência abdominal aumentada, pois parte dos pacientes acrescentavam sal à refeição, eram sedentários e julgavam se estressar com facilidade. Um grande percentual do grupo avaliado declarou o uso atual de fumo e bebidas alcoólicas. O tratamento farmacológico foi indicado para todas as pessoas com hipertensão arterial, pois muitos haviam interrompido a tomada medicamentosa pelo menos uma vez, alegando dificuldades no seguimento do tratamento da hipertensão arterial relacionadas ao paciente, à medicação, aos tratamentos não medicamentosos e institucionais. Muitos recebiam ajuda da família no seguimento ao tratamento anti-hipertensivo. Portanto, conclui-se que a adesão ao tratamento ainda é um grande desafio aos profissionais de saúde devido às repercussões negativas na vida dos acometidos e em todo o sistema de saúde.

Palavras-Chaves: Adesão. Tratamento hipertensivo. Idosos. Enfermagem. Hipertensão arterial sistêmica.

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1 INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS é uma doença de alta prevalência que atinge a população adulta acima de 18 anos em cerca de até 20%, sendo que na população idosa esse número pode chegar a até 50%, representando uma das principais causas de morbi-mortalidade do mundo (NETO et al, 2006). Além disso, é fator de risco para complicações cardiovasculares (CESARINO et al, 2004).

De acordo com Porto (2005), a hipertensão arterial é uma síndrome que se caracteriza essencialmente pelo aumento dos níveis pressóricos, tanto sistólico quanto diastólico. As V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006), considera o limite de normalidade para Pressão Arterial Sistólica - PAS <130-139 mmHg e Pressão Arterial Diastólica - PAD <85-89mmHg e valores maiores que 140mmHg de PAS e 90mmHg de PAD considera se hipertensão. Nem sempre a sua causa é conhecida, no entanto diversos fatores podem estar relacionados com a elevação da pressão arterial como o estresse, sedentarismo, tabagismo, envelhecimento, história familiar, raça, gênero e os fatores dietéticos, principalmente o uso excessivo do sódio (SIMONETTI et al, 2002).

Mesmo com todas as evidências de que o tratamento anti-hipertensivo é altamente eficaz para a redução da morbimortalidade cardiovascular, os índices de controle de pressão arterial são baixos devido a pouca adesão ao tratamento. As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006) mostram controle de 20% a 40% e frisam ainda que a taxa de abandono, grau mais elevado da falta de adesão, cresce com o tempo de terapêutica.

Em estudo realizado com 401 portadores de HA que se encontravam há pelo menos 60 dias sem tratamento anti-hipertensivo mostrou que, apenas 24,4% das pessoas tinham a pressão arterial sistólica normal e somente 22,5% apresentavam a diastólica em níveis desejáveis ao retornar o consultório (ANDRADE et al, 2002).

Já outro estudo com 622 pessoas com HA atendidas em um ambulatório de referência mostrou que cerca de 47,2% dos 161 homens e 42,3% das 461 mulheres portavam complicações da doença, principalmente, hipertrofia ventricular esquerda, insuficiência renal e acidente

vascular cerebral (NOBLAT et al., 2004).

Verificam-se com clareza as consequências oriundas da hipertensão arterial não

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na cardiopatia coronariana e nos acidentes vasculares cerebrais; além de poder determinar insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatia hipertensiva, dissecção da aorta e insuficiência

renal, os efeitos prejudiciais da pressão sanguínea aumentam à medida que a pressão se eleva

(ROBBINS,COTRAN; KUMAR, 2005; RIBEIRO; LOTUFO, 2005; FUCHS, 2006).

Diante do exposto acima, pergunta-se: Quais as características sociodemograficas dos idosos hipertensos atendidos no PSF – Retiro na cidade de Russas/CE? Quais as principais dificuldades encontradas para a adesão de pacientes idosos hipertensos ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso?

Considerando as inúmeras implicações das doenças cardiovasculares afetando, principalmente a população idosa de todas as camadas sociais tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, este estudo justifica-se na tentativa de detectar as principais dificuldades de adesão ao tratamento da hipertensão pela população idosa. Ademais, trata-se de um problema de grande relevância para toda a sociedade, profissionais de saúde e estudiosos em geral.

Um dos grandes desafios da saúde pública é a adesão do idoso hipertenso ao tratamento. Portanto, este tema requer muita compreensão porque implica em atender três questões bastante complexas como Adesão, Hipertensão Arterial e Idoso. Cada uma destas questões tratadas individualmente já se torna um grande desafio, quando associadas o seu controle requer uma intervenção cuidadosa.

Para o paciente aderir ao tratamento significa concordar e seguir a prescrição de modo ativo no seu tratamento (NOBRE; PIERIN; MION, 2001). Desse modo, a adesão do idoso ao tratamento anti-hipertensivo é imprescindível ao controle dos fatores de riscos e na ausência, a doença pode resultar em agravos mais complexos.

Portanto, este projeto tem como objetivo geral: Identificar as características sociodemograficas dos idosos hipertensos atendidos no PSF – Retiro na cidade de Russas/CE e elencar as principais dificuldades encontradas para a adesão de pacientes idosos hipertensos ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS por se tratar de uma epidemia moderna tanto em nível nacional quanto internacional vem se expandindo continuamente, tornando-se, assim, uma das mais graves doenças crônicas não transmissíveis, sendo responsável direta ou indiretamente por um elevado número de óbitos no mundo atual.

Porto (2005, p. 491) apresenta um roteiro para a investigação diagnóstica na Hipertensão Arterial:

1) Obedecer sempre às normas e recomendações quanto a posição do paciente e ao tipo de manguito, valorizando sempre duas mensurações da pressão arterial com intervalo mínimo de 5 minutos entre uma e outra. Se houver diferença significativa nesta avaliação inicial repetir a mensuração 1 ou 2 dias depois.

2) Sempre que possível, colocar o paciente em dieta hipossódica e sem uso de medicamentos anti-hipertensivos durante uma semana, para uma correta avaliação do grau de hipertensão (leve, moderada ou grave) e de forma evolutiva (benigna ou maligna).

3) Com os dados clínicos – sexo, idade, sintomas e sinais de evolução complementados por exames laboratoriais simples – exame de urina, dosagem de eletrólitos, creatina e glicose – procurar indícios de enfermidade renal, endócrina ou vascular que possa ser a causa da hipertensão arterial.

4) Avaliar as condições dos órgãos-alvo (coração, rins, cérebro), caracterizando a presença ou não de complicações.

5) Feito o diagnóstico de hipertensão arterial, o médico deve interpretá-la, compreendendo o paciente como um todo, ou seja, jamais ficar restrito às cifras tensionais, considerando que elas sintetizam tudo o que o paciente possa ter.

Pode-se verificar que a avaliação diagnóstica de Porto (2005) é criteriosa para classificar e diagnosticar a etiologia, bem como para avaliar os fatores de risco cardiovascular, a presença ou não de doenças em órgãos-alvo ou doença cardiovascular clínica. No entanto, para que seja eficaz, torna-se necessário que a medida da pressão arterial seja feita pelo método indireto com técnica auscultatória com o esfigmomanômetro de coluna de mercúrio que é o equipamento mais adequado.

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O objetivo principal do tratamento para o controle da HA é reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares do portador de hipertensão, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais e de outros fatores agravantes (DBHA, 2006). Durante o tratamento da doença são utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas, como também associadas à adoção de fármacos anti-hipertensivos.

O tratamento não farmacológico realiza-se pela modificação do estilo de vida do paciente, incluindo hábitos alimentares saudáveis, redução do consumo de bebida alcoólica, abandono do tabagismo, combate ao sedentarismo, gerenciamento do estresse e suspensão de drogas hipertensivas.

O conhecimento do tratamento da HA e os benefícios deste tornam-se indispensáveis a sua adesão pelo portador, no entanto a literatura apresenta vários fatores que têm contribuído para a não-adesão. Nesse contexto, uma das alternativas que o profissional de enfermagem pode aderir para modificar o quadro da não-adesão dos idosos ao tratamento de HÁ é a Educação em Saúde, posto que os mesmos já possuem um atendimento no campo da atenção primária a saúde.

Compreende-se que a adesão ao tratamento anti-hipertensivo recebe influência de três grupos de fatores: os relativos ao próprio paciente, como as variáveis sóciodemográficas, os conhecimentos e crenças que as pessoas têm sobre a doença e o tratamento e o apoio da família; os relacionados à terapêutica farmacológica e não-farmacológica; e os fatores relacionados ao sistema de saúde (ARAÚJO, 2004).

Quanto aos fatores relacionados à terapêutica farmacológica e não-farmacológica, a adesão ao tratamento da HA torna-se cada vez mais difícil por ser esta uma doença crônica, o que requer tratamento durante toda a vida, além da mudança de estilo de vida pelos seus portadores.

Quanto aos fatores relacionados ao sistema de saúde, Araújo (2004) chama a atenção, visto que a satisfação da pessoa com o atendimento é fator primordial para sua adesão à terapêutica recomendada.

As Diretrizes (2006) defendem que a hipertensão, por ser uma doença multifatorial, envolvendo orientações voltadas para vários objetivos, exige diferentes abordagens e a formação de uma equipe multiprofissional proporcionará essa ação diferenciada, ampliando o sucesso do controle da hipertensão e dos demais fatores de risco cardiovasculares.

A consulta de enfermagem deve ser realizada por meio de componentes do método científico para identificar situações de saúde/doença, prescrever e implementar medidas de

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enfermagem que contribuam para promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade. Além disso, o conhecimento do paciente acerca da doença hipertensiva deve ser considerado e valorizado pelos profissionais de saúde durante as consultas (PIERIN, STRELEC; MION JÚNIOR, 2004; MOREIRA, 1999).

Para Moreira (1999), o desconhecimento da doença pode dificultar muito o seguimento do tratamento, por isso o profissional de saúde é de extrema importância para a facilitação do conhecimento de sua patologia e do tratamento respectivo, visando o aumento dos índices de adesão ao tratamento. Machado, Stipp e Leite (2005) acrescentam ainda que, durante as consultas de enfermagem, devem-se identificar as necessidades afetadas, como o déficit de conhecimento em relação à doença e ao programa de tratamento, além de alertar o paciente quanto a importância da adesão ao tratamento.

Buscando a adesão dos pacientes hipertensos idosos ao tratamento, as ações que serão desenvolvidas nesse projeto priorizarão a Educação em Saúde de modo a possibilitar a participação ativa dessas pessoas na discussão da necessidade de adesão ao tratamento e na adequabilidade de tal prática a seu cotidiano e ações multidisciplinares com a parceria da equipe da Atenção Primária a Saúde.

A Educação em Saúde é um processo sistemático, contínuo e permanente que objetiva a formação e o desenvolvimento da consciência crítica do cidadão, estimulando a busca de soluções coletivas para os problemas vivenciados e a sua “participação real” no exercício do controle social.

Pode-se, assim, dizer que agir em saúde não é um que fazer neutro. O trabalho em saúde como prática social contém uma dimensão política e ideológica, sempre referidas a um projeto de sociedade, o que implica um comprometimento ético por parte de todos os sujeitos em relação neste campo, sejam eles os grupos sociais usuários da rede de atenção à saúde, os profissionais das equipes de saúde, os gestores (MEHRY et alli. 2003).

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3 MÉTODO

O Projeto foi realizado seguindo as linhas traçadas anteriormente através de um Plano de Ação que consiste em diversas atividades realizadas que envolveram ações da área da Atenção Primária a Saúde e da Educação Permanente em Saúde. O plano de ação tem por objetivo aplicar o método do Planejamento Estratégico Situacional, considerando a sua construção como uma caminhada na qual cada estratégia traçada corresponde a um conjunto de atividades que precisam ser conhecidas e elaboradas para que, ao final, seja possível o desenho do plano como um todo.

Apresentação do Problema: Quais as principais dificuldades encontradas para a adesão de

pacientes idosos hipertensos ao tratamento? Que estratégias podem ser usadas para que os pacientes que não aderem ao tratamento da hipertensão possam vir a aderir? Como mostrar a esses pacientes a sua importância?

CRONOGRAMA DE ATIVID.

AÇÕES ATORES META 1ª Sem 2º Sem 3ª Sem 4ª Sem

Confecção de Cartilhas de Orientações para o paciente com HAS

Enfermeiro Divulgar as orientações sobre a HAS e o seu tratamento.

X

Visitas Domiciliares e

entrega dos folhetos Enfermeiro e AgenteComunitário de Saúde do PSF - Retiro Conscientizar os idosos da necessidade da adesão ao tratamento da HAS X X Reunião no PSF –Retiro – Aplicação de um questionário. Enfermeiro e Equipe do

PSF. Analisar as causas da não-adesão dos idosos ao tratamento da HAS.

X

Roda de conversas Enfermeiro e Idosos Expor as conseqüências da sua não adesão ao tratamento da HAS e Convite para na semana seguinte voltar ao PSF para uma consulta e aferição da pressão arterial

X

Consulta e Aferição da Pressão Arterial

Médico, enfermeiro e idosos

Consulta para diagnosticar o grau da HAS e prescrição do tratamento

X

Retorno da Consulta Enfermeiro, Médico e

Idosos Investigar se o idososeguiu o tratamento e avaliar as mudanças ocorridas no período de uma semana

X

O Projeto foi aplicado no Programa Saúde da Família – PSF - Retiro na cidade de Russas/CE que atende uma clientela de Oitocentos e Setenta e Oito famílias, abrangendo toda a

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área do Retiro, Borges, Maxixe, Pau D’arco, Poço Verde, Córrego da Catita, Melancias, Barro Vermelho, Ilhota, Campo Limpo, atendendo os diversos grupos que fazem parte da Atenção Primária a Saúde e mantendo o compromisso com os princípios do SUS.

A unidade de Saúde da Família - USF é a nova porta de entrada para os serviços de saúde, trabalhando dentro de uma nova lógica, que lhe atribui maior capacidade de resposta às necessidades básicas de saúde da população dentro de sua área de abrangência.

O Programa de Saúde da Família tem se constituído num dos pilares do movimento de reorganização do sistema de saúde brasileiro, consolidando-se como política prioritária de governo, dado a grande expansão da estratégia de saúde da família, especialmente a partir de 1998, com ampliação quantitativa e geográfica da cobertura, pelo progressivo aumento do número de municípios, estados e regiões no país; a crescente legitimação institucional da estratégia de saúde da família no âmbito do SUS, do que é indicativa a própria expansão territorial - na medida em que traduz uma crescente adesão dos gestores municipais à proposta, e a “trajetória institucional” das coordenações do PACS/PSF em municípios, estados e no próprio Ministério da Saúde, passando da condição de coordenações de programas para diretorias ou departamentos de atenção básica, a partir dos quais, institucionalmente, são reordenados os diversos programas e áreas técnicas; e, o fortalecimento dos mecanismos de sustentabilidade financeira.

No sentido de buscar a adesão dos idosos ao tratamento da HAS, o primeiro passo foi a construção de Cartilhas com as devidas explicações do que é a HAS, suas complicações tratamento. Na segunda atividade do projeto, com o acompanhamento da ACS da área foi feita as visitas domiciliares e entregue a Cartilha, quando recebem o convite para na semana seguinte comparecer ao PSF – Retiro.

A terceira atividade constou de uma reunião no PSF – Retiro, quando se analisou os dados do sistema SISVAN E HIPERDIA os fatores que levam esses idosos a não fazerem a adesão do tratamento no sentido de intervir junto a cada um desses para que haja uma mudança de comportamento em relação ao seu autocuidado.

Na quarta atividade realizou-se uma segunda reunião no PSF – Retiro e foi realizada uma roda de conversas orientando e recebendo as opiniões dos idosos a respeito da necessidade de adesão ao tratamento da HAS.

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Na quinta atividade, os idosos foram encaminhados para consulta onde o médico fez duas aferições da pressão arterial e, de acordo com o resultado do exame fará a prescrição do tratamento medicamentoso ou não ou, ainda a associação dos dois para que no prazo de uma semana eles retornem para uma nova avaliação para que eles possam refletir p seu estado de saúde e a sua necessidade de tratamento.

A sexta atividade foi o momento de detectar se o projeto surtiu algum efeito, seja ele positivo ou negativo, tendo em vista que os idosos retornam ao PSF para o retorno da consulta, onde serão feitos os mesmos procedimentos para aferição da pressão arterial.

Considerando-se a importância da atuação do enfermeiro na equipe multiprofissional frente ao cuidado do portador de hipertensão arterial, espera-se que este projeto redirecione a visão dos profissionais para valorização do trabalho em equipe no atendimento a essa clientela, visto que muitos já apresentam complicações sérias, que, se não tratadas e acompanhadas adequadamente, poderão culminar com a ocorrência de outras complicações, por vezes mais incapacitantes e até fatais. Vale ressaltar, que este projeto pode ter uma continuidade mensal, para o devido acompanhamento dos idosos, bem como pode se estender a outros PSFs.

Tratando-se apenas de um projeto de intervenção não foi submetido ao Comitê de Ética, no entanto tive muita preocupação em não ferir a ética durante toda a intervenção, cuidados e procedimentos realizados, sempre zelando pela integridade física e moral do paciente..

4 RESULTADO E ANÁLISE

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Foram analisados 50 cadastros de idosos que são atendidos na Rede de Atenção Primária a Saúde no PSF – Retiro na cidade de Russas/CE. Com base na literatura nacional e nos dados dos sistemas de informação como HIPERDIA - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos e SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional passa-se a descrever as características sociodemográficas dessa população.

Características N % Faixa Etária (N=50) 60|-|69 70|-|79 80|-|90 2 Sexo (N=50) Feminino Masculino 3 Cor (N=50) Branca Não-Branca 4 Ocupação (N=50) Aposentado/ Pensionista Auxílio doença Trabalhadores do comércio 5 Escolaridade (N=50) Até Alfabetizado Ensino Fundamental (Incompleto ou Completo) Ensino Médio e > 6 Renda familiar (N=50) Até 1 1-|2 2-|8 7 Religião (N=50) Católico Não-católico 8 Estado Civil (N=50)

Solteiro (a)/Viúvo (a)/Divorciado (a) Casado (a)/ União consensual 9 Nº filhos (N=50) 0 a 2 3 a 5 > 5 10 Nº de pessoas no domicílio (N=50) 1 a 2 3 a 6 7 a 14 36 10 04 18 32 16 34 35 05 10 25 20 05 28 12 10 42 08 14 36 10 25 15 01 09 40 72% 20% 8% 36% 64% 32% 68% 70% 10% 20% 50% 40% 10% 56% 24% 20% 84% 16% 28% 72% 20% 50% 30% 2% 18% 80% QUADRO 01 – Características Sociodemográficas dos Idosos com HAS

FONTE: Sistema HIPERDIA (2014)

A idade de maior prevalência dos hipertensos que participaram da pesquisa foi a faixa entre 60 e 69 anos. Estima-se que pelo menos 60% dos idosos brasileiros sejam hipertensos e,

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grande parte deles, além da HA apresenta outros fatores de risco, lesão de órgão-alvo ou doença cardiovascular associada (DBHA, 2006).

Desse modo, torna-se indispensável o atendimento as pessoas com esta faixa etária. A adesão ao programa terapêutico pode ser mais difícil para os idosos devido a habilidade de apreender e adquirir novos domínios e informações estar diminuída nesta faixa etária, principalmente, depois da sétima década de vida (SMELTZER e BARE, 2005).

Quanto ao sexo, apesar da predominância das mulheres na maioria das pesquisas com portadores de HA (STRETEC, PIERIN, MION JÚNIOR, 2003; MACHADO, STIPP LEITE, 2005; SANTOS et al, 2005; NOBLAT et al., 2004), o maior índice ocorreu na população masculina com 64%. Já em relação à cor da pele, 34 (68%) eram não-brancos, opondo-se aos estudos de Strelec, Pierin e Mion Júnior (2003) e de Andrade et al., (2002).

As ocupações foram agrupadas conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO-1991). Os (as) aposentados e (as)/pensionistas foram representados por toda a população pesquisada, no entanto 10% dos aposentados ainda têm ocupação no comércio. A ocupação poderá influenciar a adesão ao tratamento, a presença de aposentados e pensionistas poderá favorecer a adesão, devido à maior disponibilidade de dedicação ao tratamento (LIMA, 2002).

Sobre a escolaridade dos participantes, 50% eram apenas alfabetizados. O grau de instrução vem sendo considerado um dos fatores determinantes da adesão terapêutica. Nesse sentido, Guedes et al, (2005) explicam que deficiências na formação escolar podem dificultar a assimilação de orientações oferecidas pelos profissionais de saúde e influenciar na percepção da gravidade da doença, levando à aquisição de informações incompletas sobre aspectos necessários para manter ou melhorar seu bem-estar.

A renda familiar teve uma variação entre 1 e 8 salários mínimos. No entanto, a maioria das pessoas recebia 1 salários, representando 56% do total. A baixa renda familiar apresentada pelos sujeitos do estudo demonstra limitada capacidade de aquisição dos recursos necessários para o tratamento.

Quanto à religião, 42 eram católicos, correspondendo a 84% do total. A religião é uma variável que atua na subjetividade, nos valores morais e no poder maior ou menor de aceitação das coisas, inclusive da enfermidade e de seu tratamento (GOMES; OLINDA, 2005).

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Sobre o estado civil, 36 (72%) eram formalmente casadas ou viviam em união consensual, o que poderá favorecer a adesão ao regime terapêutico. No estudo de Moreira (1999), o cônjuge foi a pessoa mais referida como incentivadora do tratamento.

Quanto ao número de filhos relatados pelas pessoas investigadas, 50% tiveram de 3 a 5 filhos. Moreira (1999) acrescenta que além do cônjuge, é bastante relevante o auxílio que os filhos ou qualquer outro membro familiar podem fornecer ao doente, tornando-se como um membro chave de apoio no tratamento e a conseqüente prevenção de complicações.

4.2 Análise das Características Clínicas dos Pacientes portadores de HAS

Para analisar as características clínicas dos 50 pacientes portadores de HAS, foram analisados os seguintes itens: tempo de descoberta da HAS, como descobriu a hipertensão, doenças associadas, internações, número de internações, motivos da internação, história familiar, classificação da pressão arterial, tempo de acompanhamento no serviço.

Características N %

1 Tempo (em anos) descoberta da HA (N=50) Até 10 anos

Acima de 10 anos Não lembram

2 Como descobriu ser hipertenso (N=50)

Por ocasião da complicação Ao apresentar sinais e sintomas da HA e/ou complicação Verificou PA na farmácia ou em uma consulta Outros Não lembram 3 Doenças associadas (N=50)

Acidente vascular cerebral Infarto agudo do miocárdio Doença arterial coronariana Revascularização cardíaca Hipertrofia ventricular esquerda Insuficiência cardíaca congestiva Outras 4 Internações anteriores (N=50) Sim Não 5 Nº de internações (N=50) <2 3|-|5 6|-|10 6 Motivo das internações (N=50)

Complicações/Sinais e sintomas das complicações da HÁ Alterações na PA 29 16 05 12 11 20 08 01 15 14 11 04 03 02 01 28 22 13 25 12 15 20 58% 32% 10% 24% 22% 40% 16% 2% 30% 28% 22% 8% 6% 4% 2% 56% 44% 26 50 24 30 40%

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Revascularização/angioplastia Outras cirurgias/Parto Exames (cateterismo) Outros 7 História Familiar (N=50) Sim Não Não sabe referir Familiar acometido (N=50)

Pai e/ou Mãe Outros Diabetes Mellitus (N=50)

Sim Não Não sabe referir Familiar acometido (N=50)

Pai e/ou Mãe Irmãos Tios Filhos 11 01 02 01 27 21 02 36 14 14 33 03 28 12 07 03 22% 2% 4% 2% 54% 42% 4% 72% 28% 28% 66% 6% 56% 24% 14% 6% QUADRO 02: Características Clínicas dos Portadores de HAS

FONTE: Sistema HIPERDIA (2014)

Em relação às características clínicas dos pacientes portadores de HAS 58% descobriram a HA, entre 1 e 10 anos, conforme demonstra no quadro 02. Andrade et al (2002) salientam que, quanto maior o tempo de duração da HA, maior será o percentual de abandono do tratamento.

Os resultados demonstram ainda que 12 (24%) pessoas referiram ter descoberto a HAS por ocasião das complicações, ou em onze (22%) por meio de sinais e sintomas característicos da doença hipertensiva (tontura, cefaléia, cansaço, falta de ar, mal estar, entre outros) que os levaram a procurar atendimento em algum serviço de saúde, o que mostra que não existe um comportamento preventivo em relação à doença nos indivíduos que participaram do estudo, o que segundo Moreira (1999), reflete uma posição muito comum na sociedade. A autora ressalta a importância das campanhas educativas, enfocando a detecção precoce e a prevenção da hipertensão, ressaltando a extrema importância da atualização dos profissionais de saúde

Constata-se que todas as pessoas apresentavam complicações associadas à hipertensão, e elas são assim distribuídas: 15 sofreram acidente vascular cerebral; 14 já sofreram infarto do miocárdio; seguido de 11 com diagnóstico de doença arterial coronariana; 04 com hipertrofia ventricular esquerda e 02 que já haviam se submetido à cirurgia de revascularização cardíaca.

Pode-se induzir que a maioria desses pacientes não buscam nenhum meio de amenizar o seu estado de saúde, pois conforme se tem conhecimento o controle dos níveis elevados da PA com modificações de estilo de vida e uso de medicamentos antihipertensivos melhora a função

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miocárdica, previne e reduz a insuficiência cardíaca e a mortalidade cardiovascular (RIBEIRO; LOTUFO, 2005)

Referente ao número e motivo das internações relatadas pelos participantes, constatou-se que 28 (56%) já haviam se submetido a internações hospitalares e, quando questionados quanto ao número de internações anteriores, detectou-se uma variação entre 1 e 10 internações, porém 25

pessoas relataram de 3 a 5 hospitalizações.

Quanto aos motivos apontados para suas internações destacam-se a ocorrência de

complicações cardio-cérebrovasculares ou a presença de sinais e sintomas das complicações em

46 pessoas, além de revascularização cardíaca/angioplastia citadas por 4 pessoas. A HA e suas

complicações são responsáveis por alta freqüência de internações, ocasionando altos custos hospitalares, econômicos e sociais no país (DBHA, 2006).

Quanto aos antecedentes familiares, 27 (54%) pessoas tinham história de HÁ. Sabe-se que o fator hereditário exerce influência no surgimento das doenças cardiovasculares e de outras enfermidades (KATZUNG, 2006). Assim, o conhecimento de antecedentes familiares deveria ter despertado os participantes do estudo para o cuidado preventivo com a saúde.

4.3 Avaliação da Adesão ao Tratamento Não Medicamentoso

A avaliação dos participantes quanto ao tratamento não-medicamentoso embasou-se nas medidas de controle da doença recomendadas pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006), contemplando os seguintes aspectos: controle do peso; redução do consumo de sal; padrão alimentar; prática regular de exercícios físicos; controle do estresse psicoemocional; abandono do tabagismo e moderação no consumo de bebidas alcoólicas.

(23)

VARIÁVEIS N % 1.CONTROLE DE PESO IMC Kg/m2 (N=50) Baixo peso Peso saudável Sobrepeso Obeso grau I Obeso grau II Obeso grau III Circunferência Abdominal (N=50)

Normal Aumentada Muito aumentada 2. REDUÇÃO DO CONSUMO DE SAL

Usa saleiro na mesa (N=50)

Sim Não Adiciona sal (N=50) Sim Não Às vezes Consumo de fontes industrializadas de sal (N=50)

Sim Não Às vezes 3. PADRÃO ALIMENTAR Consumo de frituras (N=50) Sim Não Às vezes Uso de produtos lácteos (N=50)

Integrais Desnatados Não consomem Consumo de Café (N=50) Sim Não 4. PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Realiza exercício (N=50)

Sim Não Motivo para não realização de atividade física (N=47)

Distúrbios musculoesqueléticos ou reumáticos Dor/edema de MMII Desmotivação/ausência de companhia/gosta de ficar em casa Gera “dor no peito” ou taquicardia ao realizar exercícios Não tem tempo Seqüela de AVC (Hemiparesia, hemiplegia) Ignorado Outros 5. CONTROLE DO ESTRESSE PSICOEMOCIONAL

Estresse com Facilidade (N=50)

Sim Não Atividades de lazer (N=50) Sim 01 01 20 24 03 01 06 32 12 13 37 03 37 10 15 10 25 16 18 16 18 08 24 48 02 03 47 12 09 08 09 01 05 02 01 17 33 06 2% 2% 40% 48% 6% 2% 12% 64% 24% 26% 74% 6% 74% 20% 30% 20% 50% 32% 36% 32% 36% 16% 48% 96% 4% 6% 94% 25,5% 19,1% 17% 19,1% 2,1% 10,6% 4,2% 2,1% 34% 66% 12%

(24)

Não Interrupção do sono (N=50) Sim Não Uso de medicamento (N=50) Sim Não Medicamento utilizado (N=50) Ansiolíticos-benzodiazepínicos Antidepressivos 6. ABANDONO DO TABAGISMO

Uso atual de fumo (N=48)

-Nunca -Sim Número de cigarros/dia (N=48) 1|-|2 >2 Masca Fumo -Ex-fumante 7. MODERAÇÃO NO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

Uso atual de Álcool (N=50)

-Nunca -Sim Tipo de bebida (N=35) Cerveja Uísque Vinho Aguardente 44 39 11 48 02 22 28 02 48 02 20 16 10 15 35 12 02 03 18 88% 78% 22% 96% 4% 44% 56% 4% 96% 4,1% 41,6% 33,3% 29,8% 30% 70% 34,2% 5,7% 8,5% 51,5% QUADRO 03: Participantes do estudo segundo adesão ao tratamento não medicamentoso

FONTE: Sistema SISVAN (2014)

Em relação ao controle de peso, o cálculo do IMC permitiu identificar que uma (2%) pessoa apresentou baixo peso e apenas uma (2%) apresentaram peso normal, enquanto 20 (40%) estavam com sobrepeso, 24 (48%) pessoas estavam na classe obeso I e três (6%) na classe de obeso II e um (2%) na classe de obeso III.

Desse modo, 49 (98%) pessoas encontravam-se em sobrepeso ou obesidade, o que é muito preocupante, levando em conta o papel da obesidade para a elevação dos níveis pressóricos e aumento do risco de co-morbidade (ALMEIDA; LOPES, 2007; BRASIL, 2001). Por outro lado, reconhece-se que a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já traz benefícios na redução da pressão arterial (DBHA, 2006).

Tratando-se, ainda, do controle de peso, avaliou-se a circunferência abdominal (CA) das 50 pessoas. Destes, apenas seis (12 %) tinham a CA normal, enquanto 32 (64 %) e 12 (24%) apresentavam a CA aumentada ou muito aumentada, respectivamente.

(25)

O excesso de peso associado ao acúmulo de gordura na região mesentérica, obesidade do tipo central, visceral ou androgênica está associado a maior risco de doença aterosclerótica. Além disso, geralmente, os indivíduos com este tipo de obesidade apresentam dislipidemia, resistência a insulina e hipertensão arterial sistêmica, condições que associadas, caracterizam a síndrome metabólica (IV DB-Dislipidemia, 2007), condição de caráter progressivo que pode aumentar a mortalidade geral em 1,5 vez e a cardiovascular em 2,5 a três vezes (DBHA, 2006).

Quanto à redução do consumo de sal, treze (26%) pessoas, responderam que utilizam saleiro de mesa, e a maioria, compreendendo 37 (74%) pessoas, não acrescentava sal à refeição. O consumo de fontes industrializadas de sal como: molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, enlatados, congelados, defumados e salgados de pacote foi referido por 15 (30%) pessoas, outras sete (8,9%) disseram às vezes consumir, enquanto 57 (72,2%) negaram o consumo destes alimentos.

A redução do sal na dieta pode reduzir 6 mmHg da pressão arterial sistólica, o que do ponto de vista populacional reduz a incidência de doença arterial coronária em 10% e de acidente vascular cerebral em 16% (MANCILHA-CARVALHO; SOUZA-SILVA, 2003).

Já em relação ao padrão alimentar, as diretrizes de hipertensão arterial (2006) recomendam o consumo de frutas, verduras, uso de produtos lácteos, de preferência, desnatados, e quantidade reduzida de gorduras saturadas e colesterol pelas pessoas portadoras da doença.

Ao analisar os dados do SISVAN, 26 (52%) dos participantes do estudo sendo que 18 (36%) consume produtos lácteos integrais, enquanto 08 (16%) usavam os desnatados. Por outro lado, 24 (48%) não consomem produtos lácteos.

Quanto ao consumo de frituras, constatou-se referência ao fato de às vezes consumirem em 16 (32%) pessoas. No entanto, existem 18 (36%) pacientes não consome e 16 (32%) dizem consumir. Portanto, é necessário alertar as pessoas para o fato de evitar frituras em geral e não cozinhar com margarinas ou creme vegetal (BRASIL, 2001).

Quanto ao consumo de café, 48 (96%) informa seu uso. A ingestão de cafeína pode elevar de forma aguda a pressão arterial. No entanto, a ingestão crônica não tem associação consistente com a hipertensão arterial (RIBEIRO; LOTUFO, 2005).

(26)

Na avaliação de prática regular de exercícios físicos, identificou-se que 47 (94%) dos 50 pacientes avaliados eram sedentários e apenas 03 (6%) praticavam exercícios regularmente. As dificuldades individuais para realizar o exercício físico foram a presença de distúrbios musculoesqueléticos e reumáticos; ocorrência de dor e edema em membros inferiores ao realizar exercícios; desmotivação; não ter tempo para a prática de atividade física; ocorrência de “dor no peito” ou taquicardia durante a sua realização, presença de sequela de AVC, além de outros

motivos observados.

Sabe-se que o sedentarismo representa fator de risco para a hipertensão e doenças cardiovasculares. Guimarães (2006) explica que em normotensos, o risco de desenvolver HA é 20 a 50% mais elevado nos sedentários do que nos fisicamente ativos. Um outro aspecto importante é que a inatividade física está diretamente associada à obesidade.

Buscando identificar o controle do estresse psicoemocional, a maioria dos sujeitos do estudo 17 (34%) referiu se estressar com facilidade; contra 33 (66%) que referiram dificilmente se estressar. Os estudos sobre a fisiopatologia da HA evidenciaram que o estresse possui, pela sua ação simpatomedular e pituitária-adrenocortical, o poder de aumentar a PA em resposta a estímulos psicológicos (OLIVEIRA JÚNIOR, 2000).

Buscando identificar as estratégias de redução do estresse, quanto à execução de atividades de lazer, quando se constatou que 44 (88%) não as desenvolviam.

O uso de fármacos ansiolíticos, hipnóticos e antidepressivos esteve presente em 22 (44%) dos sujeitos da pesquisa. Os ansiolíticos são utilizados primariamente para aliviar a ansiedade e tensão emocional, no entanto por serem depressores seletivos do Sistema Nervoso Central - SNC, seus efeitos variam desde um efeito ansiolítico e até a indução do sono, sem interferir excessivamente com as outras funções cerebrais. Já os hipnóticos são usados primariamente para induzir ao sono (PLANETA; SOUZA; DeLUCIA, 2004). Já os antidepressivos têm um efeito comprovado de elevação do humor depressivo, porém sem interferir significativamente com o humor normal (PLANETA; SOUZA; DeLUCIA, 2004).

O abandono do tabagismo é fundamental para reduzir o risco cardiovascular, visto que o risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de cigarros fumados e à profundidade da inalação (DBHA, 2006). Nesse aspecto, um dado preocupante levantado na população estudada é

(27)

que apenas 02 (4 %) nunca ter usado fumo e 38 (76%) faz uso atual da substância. Desses, 02 fumavam de 1 a 2 cigarros ao dia, outros 36 fumavam mais de 2 cigarros diariamente e 16 referiram mascar fumo.

Segundo Ribeiro e Lotufo (2005), entre os fumantes, o risco de morte por doença cardiovascular em paciente masculino, com idade superior a 65 anos, é duas vezes maior do que em um indivíduo em condições semelhantes, não fumante. No entanto, ainda segundo estes autores, os benefícios cardiovasculares da interrupção do fumo podem ser vistos no prazo de um ano em todas as faixas etárias.

Em relação à moderação no consumo de bebidas alcoólicas, a maioria dos idosos avaliados no sistema SISVAN seguia essa recomendação. Do total de 50 pessoas, 35 (70 %) ingeria bebida alcoólica, sendo que 12 (24%) tomavam cerveja e 18 (36%) tomavam aguardente. Referente ao volume de bebida consumida houve uma variação grande, já que dependeu do tipo de bebida ingerida. Entretanto, a maioria ingeria pequenas quantidades.

O uso excessivo de álcool está associado a um aumento do risco de acidente vascular encefálico (DBHA, 2006; ALMEIDA; LOPES, 2007). Além disto, vale destacar que o consumo de álcool também tem sido freqüentemente apontado como causa de interrupção do tratamento farmacológico (ANDRADE et al., 2002; RIBEIRO; LOTUFO, 2005).

. 4.4 Avaliação da Adesão ao Tratamento Medicamentoso

A respeito da investigação da adesão ao tratamento farmacológico, ao analisar sobre a ocorrência de interrupção do uso de medicamentos; tempo de abandono; quais medicamentos foram deixados de tomar e o motivo de não tomá-los. Os resultados estão expostos no quadro 4.

Variável N %

1 Interrompeu a tomada medicamentosa alguma vez (N=50)

Sim Não 39 11 78% 22%

(28)

2 Tempo (em dias) de interrupção do uso de medicamentos (N=11) <7 8|-|15 16|-|30 31|-|120 365 Não lembra 3 Motivo de interrupção (N=11)

Sem dinheiro para comprá-los ou ir ao serviço recebê-los Falta de medicamentos em casa antes da consulta marcada Falta de medicamentos no local do estudo

Ausência de sintomas/achava que estava curado/ A PA estava normal Esquecimento

Medo de misturar medicamentos com álcool/chá de alho 4 Medicamento ( N=50)

Diuréticos tiazídicos de alça

poupadores de potássio Inibidores adrenérgicos de ação central

betabloqueadores Alfa e betabloqueadores Bloqueadores dos canais de cálcio diidropiridinas Inibidores da ECA Outros Antiplaquetários Nitratos e derivados Hipolipemiantes Cardiotônicos Hormônio tireoideano Antiúlceroso Outros Não lembra 04 02 02 01 01 01 02 02 02 01 01 01 05 04 03 04 03 02 01 05 04 02 02 05 03 03 02 02 36,3% 18,1% 18,1% 9% 9% 9% 18,1% 18,1% 18,1% 9% 9% 9% 10% 8% 6% 8% 6% 4% 2% 10% 8% 4% 4% 10% 6% 6% 4% 4% QUADRO 4:Participantes do estudo segundo adesão ao tratamento medicamentoso

FONTE: Sistema HIPERDIA (2014)

Os resultados mostram que 39 (78 %) pessoas já haviam também interrompido o uso de medicamentos alguma vez. Destes, 04 (8 %) o fizeram por um período menor ou igual a sete dias, seguido de 04 (8 %) pessoas com interrupção medicamentosa entre 8|-|30 dias, enquanto dois (4%) deixaram de usar medicamentos por um período igual ou maior que 31 dias e. ainda um (2%) não lembrar o tempo de interrupção do tratamento.

Os diuréticos são eficazes no tratamento da HA e na redução dos eventos cardiovasculares e da mortalidade, como também os inibidores da ECA têm também ação importante na redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. A utilização desses fármacos para a redução mais

(29)

rápida e mais acentuada da hipertrofia ventricular esquerda tem sido amplamente defendida (DBHA, 2006).

Os nitratos são relaxantes da musculatura lisa de artérias e veias, por isso são denominados de nitrovasodilatadores (KATZUNG, 2006). Os hipolipemiantes devem ser empregados sempre que não houver efeito satisfatório medidas não farmacológicas relacionadas à mudança do estilo de vida ou impossibilidade de aguardar seus efeitos por prioridade clínica. (IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIAS, 2007).

Quanto aos motivos de interrupção da terapêutica, dois (18,1%) referiram condições financeiras desfavoráveis para comprar medicamentos ou ir ao serviço de saúde recebê-los, dois (18,1%) mencionaram a falta de medicamentos em casa antes da consulta e dois (18,1%) a falta de medicamentos na instituição onde este estudo foi realizado.

A irregularidade do tratamento medicamentoso anti-hipertensivo, relacionada à falta de condições financeiras para adquirir o medicamento, quando esse está em falta no serviço de saúde também foi encontrado nos estudos de autores como Falcão (2007); Santos et al (2005); Sanchez, Pierin e Mion Júnior (2004) e Castro e Car (1999).

Desse modo, vê-se a necessidade de esclarecer aos pacientes que embora o tratamento anti-hipertensivo seja eficaz em diminuir os níveis pressóricos e favorecer o desaparecimento de sintomas, mas não leva à cura. Portanto, o benefício da redução da PA consiste em prevenir a ocorrência de novos eventos cárdio-cerebrovasculares, devendo-se enfocar nas orientações em grupos ou nas consultas individuais.

4.5 Análise dos elementos dificultadores e facilitadores na adesão ao tratamento

Identificou-se ainda fatores dificultadores na adesão ao tratamento da hipertensão arterial relacionados ao paciente, ao tratamento não medicamentoso, ao medicamentoso e fatores institucionais.

Fatores Variável N Paciente (N= 50)

Esquecimento

Falta de suporte familiar

Desconhecimento sobre a doença Outros

Tratamento não medicamentoso (N= 50)

23 05 15 07

(30)

1 Fatores Dificultadores

Fazer dieta

Realização de atividade física

Baixo recurso financeiro para comprar alimentos Controle de peso corpóreo

Redução ou abandono do consumo de álcool Controle da ansiedade-estresse

Tratamento medicamentoso (N=50) custo elevado

número elevado de medicamentos tratamento prolongado

efeitos colaterais

horários da medicação são inadequados mudança de medicamento

pouca eficácia das drogas Institucionais (N=50)

Falta de alguns medicamentos na farmácia da unid. de saúde Distância até o serviço de saúde

Demora no atendimento Custo social do tratamento Horário do atendimento do serviço Outros 05 03 21 01 03 17 28 07 05 03 05 01 01 29 10 08 01 01 01 2 Fatores Facilitadores

Recebe cuidados da família (N=50) Sim Não Cuidados recebidos (N=50) Alimentação Ir ao serviço de saúde Uso de medicamentos Carinho

Não deixá-lo sozinho Lazer (passear) Dar dinheiro

Cuidar de objetos pessoais

Estimular a realização de atividades físicas Incentivar o abandono do álcool

Evitar estressá-lo Outros Ignorado 38 12 06 06 10 04 02 03 01 06 03 04 02 02 01 QUADRO 5: Participantes do estudo segundo os elementos dificultadores e facilitadores na

adesão ao tratamento

FONTE: Sistema HIPERDIA (2014)

Os fatores do abandono do tratamento relacionados por 23 pacientes foi o esquecimento. Os demais fatores pessoais considerados como dificultadores do tratamento anti-hipertensivo foram falta de suporte familiar e desconhecimento sobre a doença.

No que concerne ao tratamento não medicamentoso, foram apontaram fatores que dificultam a sua adesão terapêutica, como dificuldade em seguir a dieta recomendada, realização de exercício físico, controlar peso corpóreo, redução ou abandono do consumo de álcool e controle do estresse.

(31)

A literatura é unânime ao enfatizar que o sucesso do tratamento da HA e de suas complicações depende da mudança do estilo de vida pelos seus pacientes, o que tradicionalmente é chamado de tratamento não medicamentoso (PIERIN et al, 2004; GUIMARÃES, 2006).

Dentre os fatores dificultadores na adesão ao tratamento medicamentoso, os pacientes destacaram o custo dos medicamentos. Sarquis et al. (1998) explicam que o custo dos medicamentos anti-hipertensivos parece ser um impeditivo mais freqüente à terapia efetiva e acrescentam que os pacientes com problemas para custear a medicação de modo geral são de baixo nível sócio-econômico e parecem ter maior morbidade e maior freqüência de acidentes vasculares cerebrais, problemas cardíacos e pior estado de saúde do que aqueles que não apresentam problemas financeiros.

Um aspecto interessante foi que mesmo utilizando muitos comprimidos diariamente, o número de comprimidos como fator complicador foi referido por apenas sete pessoas, corroborando com os resultados encontrados nos estudos de Abreu et al. (2007) e Strelec, Pierin e Mion Júnior (2003).

Visando favorecer a adesão ao tratamento medicamentoso pelas pessoas com HA, Fuchs (2006); DBHA (2006); Sarquis et al. (1998) aconselham a prescrição de medicamentos com menos efeitos colaterais, de baixo custo, administração em menor número possível de tomadas e determinação dos horários de medicação de modo a se adaptar ao dia a dia da vida diária da pessoa portadora de hipertensão arterial.

Os fatores institucionais foram referidos foi à falta de medicamentos citado por 29 pacientes. Outro fator dificultador do tratamento citado por dez pessoas foi a distância entre a moradia e este serviço de saúde, principalmente para os indivíduos que residiam no interior do estado.

Vemos também o problema gerado pela demora e horários de atendimento, fato também observado por Falcão (2007) e Moreira (1999). Moreira (1999) salienta que o atraso do profissional, assim como o número excessivo de clientes para cada profissional com conseqüente demora no atendimento podem criar situação desconfortante e inibidora ao cliente, podendo passar a idéia de descaso em relação ao cliente e/ou ao tratamento, fato negativo para o momento de se conseguir maior adesão terapêutica.

Moreira (2007) frisa que atualmente, melhorar a adesão ao tratamento da hipertensão é um dos grandes desafios enfrentados pelos profissionais e serviços de saúde devido a longa

(32)

duração terapêutica e a limitação imposta pela doença ao estilo de vida de seu portador e dos demais membros do seu núcleo familiar. Desse modo, é imprescindível a presença familiar no

acompanhamento do paciente com HA, encorajando-o a aderir ao tratamento.

Sobre esse aspecto, do total de 50 cadastros analisados, 38 (76 %) recebem ajuda da família no seguimento ao tratamento da doença hipertensiva e suas complicações, enquanto 12

(24 %) não recebem ajuda familiar ou referiram que acham melhor se cuidarem sozinho.

Quanto aos cuidados recebidos pelos familiares, 06 referiram o preparo da alimentação. De acordo com Moreira (1999), para o preparo da alimentação da pessoa portadora de hipertensão arterial é fundamental a participação familiar, visto que se torna difícil preparar dois

almoços ou jantares, um com, outro sem, ou com menor quantidade de sal e gordura.

O apoio familiar no acompanhamento das consultas e seguimento ambulatorial foi mencionado por 06 participantes. Observou-se este cuidado durante a aplicação do o atendimento pois principalmente em pessoas com seqüela de AVC, idosos em cadeira de rodas e os que já haviam sofrido infarto do miocárdio, encontravam-se acompanhados por familiar.

O envolvimento familiar nos esquemas terapêuticos medicamentosos foi abordado por dez pessoas. As pessoas da família são importantes para lembrar o horário da medicação, estimular a realização de atividade física, incentivar o abandono do álcool, além de evitar estressá-lo.

Portanto, conforme se ver, é possível utilizar a família do membro portador de HA no sentido de melhorar a adesão ao tratamento que devido a sua proximidade, pode participar ativamente no tratamento, desde o estímulo as modificações nos hábitos alimentares, uso regular de medicamentos, acompanhamento às consultas, participação nas atividades de lazer e oferecimento de carinho ao doente.

(33)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa pesquisa obteve-se um perfil diferenciado da adesão ao tratamento antihipertensivo, o que é um dado importante para os programas de prevenção secundária da doença. A análise dos dados permitiu inferir que os participantes sentiam o desejo de conhecer mais sobre suas condições de saúde, haja vista que fizeram vários questionamentos.

Constatou-se um baixo índice de adesão à terapêutica por pessoas com hipertensão que já têm complicações decorrentes da doença, o que deixa claro a necessidade de políticas de saúde que invistam na detecção precoce e acompanhamento adequado da hipertensão arterial, além de ações educativas que possibilitem a participação ativa dessas pessoas na discussão da necessidade de adesão ao tratamento e na adequação de tal prática a seu cotidiano

Para tais ações, é fundamental a participação das equipes multiprofissionais que atuam nos serviços de saúde. Observa-se que, especificamente, a participação da enfermagem é restrita as pessoas portadoras de hipertensão arterial sistêmica, indo ao encontro ao recomendado pelas diretrizes brasileiras de hipertensão arterial e dos programas estabelecidos pelo Ministério da Saúde para o acompanhamento da doença.

Considerando a importância da atuação do enfermeiro na equipe multiprofissional frente ao cuidado do portador de hipertensão arterial, espera-se que este estudo redirecione a visão dos profissionais para valorização do trabalho em equipe no atendimento a essa clientela, visto que muitos já apresentam complicações sérias, que, se não tratadas e acompanhadas adequadamente, poderão culminar com a ocorrência de outras complicações, que na maioria das vezes são mais incapacitantes e até fatais. Ao propor a atuação da equipe considera-se a lógica do trabalho integrado, em detrimento da atuação isolada de cada profissional em sua sala.

Por fim, enfatiza-se a necessidade de um cuidar holístico pela equipe multiprofissional em ações interdisciplinares para alcançar o objetivo primordial do profissional de saúde frente a promoção de saúde que é a adesão ao tratamento anti-hipertensivo das pessoas com hipertensão e complicações associadas.

(34)

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(38)

ANEXOS QUESTIONÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Nome: _____________________________________________ Prontuário:_______________ Endereço: ___________________________________________ Fone: ___________________ 1 Data adm. no CIDH:

2 Procedência:

3 Data de Nascimento: 4 Sexo: 1( ) F 2 ( ) M 5 Escolaridade:

6 Religião:

7 Cor: 1 ( ) Branca 2 ( ) Não-branca 8 Ocupação:

9 Renda Familiar: 10E.Civil:

1 ( ) solteiro(a) 2 ( ) casado (a) 3 ( ) união consensual 4 ( ) viúvo (a) 5 ( ) divorciado 11 Nº filhos:

12 Número de pessoas no domicílio:

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

13 Tempo de descoberta da hipertensão arterial: 14 Como descobriu ser hipertenso:

15 Doenças associadas: 1 ( )AVC 2 ( ) ICC 3 ( )DAC 4 ( )IAM 5 ( )HVE 6 ( )Revasc. 7 ( )HVE 8( )outra Qual:__________________

16 Tempo de descoberta das complicações: 17 Nº de internações:

18 Motivo das internações: 19 Valores da Pressão Arterial

PA: 1 PAS_____ 2 PAD_____mmHg Existe casos na família de:

(39)

20 Hipertensão arterial sistêmica 1( ) sim 2( ) não 3( ) não sabe referir

21 Quem?_______________________________ 22 Diabetes mellitus

1( ) sim 2 ( ) não 3( ) não sabe referir 23 Quem? ___________

24 Infarto agudo do miocárdio 1( ) sim 2 ( ) não 3 ( )não sabe referir 25 Quem?

26 Acidente vascular cerebral 1( ) sim 2( )não 3( ) não sabe referir 27 Quem?

ADESÃO AO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO ANTES E APÓS A OCORRÊNCIA DAS COMPLICAÇÕES CONTROLE DE PESO

Altura:_________ A²: ___________ Peso:

28 IMC 29 CA:

PADRÃO ALIMENTAR

30 Como era a sua alimentação antes e após a ocorrência das complicações? Alimentação antes da ocorrência de complicações

Associadas

Alimentação após a ocorrência de complicações Associadas Café da manhã Lanche: Almoço: Lanche da tarde: Jantar: Café da manhã Lanche: Almoço: Lanche da tarde: Jantar:

(40)

1 ( ) sim 2 ( ) não

32 Adiciona sal aos alimentos no momento da ingestão? 1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) às vezes

33 Consome fontes industrializadas de sal como: molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas,

enlatados, congelados, defumados e salgados de pacote tipo snacks? 1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) às vezes

34 Consome frituras?

1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) às vezes 35 Uso de Café

1 ( ) sim Freqüência do uso de café .:__________ 2 ( ) não

PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

36 Prática de exercício físico: 1 ( ) sim

2 ( ) não

37 Motivo para não realização de atividade física:

Antes das complicações Após das complicações 38 Freqüência 1( ) 1-3 vezes/sem 2 ( ) 4 -7

vezes/sem 1( ) 1-3 vezes/sem 2 ( ) 4-7vezes/sem 39Tempo exercício 1 ( ) < 30 min 2 ( ) > 30min 1 ( ) < 30 min 2 ( ) > 30min

40 Tipo de exercício 1( )Caminhada 2( )Natação 3( )Ciclismo 4( )Dança 5( )Outras

1( )Caminhada 2( )Natação 3( )Ciclismo 4 ( )Dança 5Outras ( )

CONTROLE DO ESTRESSE

41 Estresse com facilidade 1 ( ) sim 2 ( ) não

42 Realiza atividades de lazer: 1( ) sim 2 ( ) não 43 Interrupção do sono: 1( ) sim 2 ( ) não

(41)

45 Satisfação ao acordar: 1 ( ) cansado 2 ( ) descansado 46 uso de medicamento para dormir: 1( ) não 2( )sim

47 qual é o medicamento?_____________________________________

ABANDONO DO TABAGISMO

48 Uso de fumo: 1 ( ) Nunca

2 ( ) sim quant. __________________

3 ( ) Ex-fumante quant. ______parou há:_____anos Tempo de tabagismo__________anos.

MODERAÇÃO DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

49 Uso de álcool: 1 ( ) Nunca

2 ( ) sim volume: _________ Tipo de bebida___________________

3 Uso anterior de álcool parou há:____________ Tempo de consumo:________anos Tipo de bebida:______________________

ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

50 Última prescrição médica

MEDICAMENTO

PRESCRITO MANHÃ TARDE NOITE

51 Quais são os medicamentos que usa para PA e como o sr(a) está tomando? Em que horários?

MEDICAMENTO

(42)

52 Já parou de tomar os comprimidos alguma vez?1 ( ) sim 2 ( ) não

53 Quantos dias o senhor(a) ficou sem tomar os comprimidos?__________________

54 Qual o motivo?_______________________________________________________________ 55 Qual foi o medicamento?_______________________________________________________

FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVOa

56 Qual(is) os fatores que podem dificultar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo?

Fatores relacionados ao paciente

1 ( ) Estruturais-idade 2 ( )educacionais

3 ( )Aspectos culturais, crença, hábitos de vida 4 ( )Desconhecimento sobre a doença

5 ( ) Esquecimento 6 ( ) Suporte familiar

7 ( )Outros Quais: ________________________

Fatores relacionados ao tratamento medicamentoso

1 ( ) dose 2 ( ) número de medicamentos 3 ( ) efeitos colaterais 4 ( ) tratamento prolongado 5 ( )custo 6 ( )mudança de medicamento/descontinuidade 7 ( ) eficácia das drogas

(43)

8 ( ) horários da medicação

9 ( ) melhoria dos sintomas após a terapia

10 ( )outros Quais: ________________________

Fatores relacionados ao tratamento não medicamentoso

1 ( ) Controle de peso corpóreo 2 ( ) Fazer dieta

3 ( ) Diminuir o sal da dieta 4 ( ) Abandono do fumo

5 ( ) Realização de atividade física

6 ( )Redução ou abandono do consumo de álcool 7 ( )Controle da ansiedade-estresse

8 ( )Baixo recurso financeiro

9 ( )Ouros Quais: ________________________

Fatores institucionais

1 ( ) relacionamento com a equipe de saúde 2 ( ) Marcar consulta médica

3 ( ) Distância até o serviço de saúde

4 ( ) Horário do atendimento do serviço de saúde 5 ( ) Demora no atendimento do serviço de saúde 6 ( ) custo social do tratamento

7 ( ) Falta de alguns medicamentos na farmácia da unid. de saúde 8 ( )Outros Quais:________________________

ENVOLVIMENTO FAMILIAR NO TRATAMENTO

57 Recebe ajuda da família no seguimento ao tratamento? 1( ) não 2( ) sim

58 Cuidado recebido:

(44)

59 O (a) senhor(a) tem alguma dúvida sobre a hipertensão arterial? 1 ( ) sim 2 ( ) não

60 Qual?____________________________________________________________________

Referências

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