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Biblioteca Digital do IPG: Motivação para a prática de exercício físico - estudo dos motivos para a prática de atividade de fitness no concelho de Celorico da Beira

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(1)

Mestrado em Ciências do Desporto

Desportos de Academia

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO

FÍSICO -ESTUDO DOS MOTIVOS PARA A

PRÁTICA DE ATIVIDADE DE FITNESS NO

CONCELHO DE CELORICO DA BEIRA

Lígia Sofia Martins Correia

junho | 2014

Escola Superior de

Educação, Comunicação e Desporto

(2)

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

Mestrado em Ciências do Desporto

Desportos de Academia

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

-ESTUDO DOS MOTIVOS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE DE

FITNESS NO CONCELHO DE CELORICO DA BEIRA

LÍGIA SOFIA MARTINS CORREIA

(3)

II

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

-ESTUDO DOS MOTIVOS PARA A PRÁTICA DAS ATIVIDADES

DE FITNESS NO CONCELHO DE CELORICO DA BEIRA

Lígia Sofia Martins Correia

Junho de 2014

Projeto de Investigação realizado no âmbito do

Mestrado em Ciências do Desporto

Especialidade de Desportos de Academia, nos

termos do estabelecido no Decreto nº 107/2008,

de 25 de Julho, sob a orientação da Profª Doutora

Teresa Fonseca.

(4)

III

DEDICATÓRIA

Ao meu Pai e à minha Mãe, pelo apoio incondicional que me têm dedicado ao longo da minha vida e em todas as minhas decisões.

(5)

IV

AGRADECIMENTOS

Apesar do seu caráter individual que este trabalho requer, a sua realização não teria sido possível sem a colaboração e participação de várias pessoas. Gostaria assim de expressar os mais sinceros agradecimentos a todos aqueles, que de uma forma ou de outra, contribuíram para a sua concretização, nomeadamente:

À Professora Doutora Teresa Fonseca, pela competente coordenação, conhecimentos transmitidos, grande amizade e disponibilidade demonstrada durante a realização deste trabalho;

A todos os praticantes das atividade de fitness que aceitaram fazer parte deste estudo, pelo tempo precioso que disponibilizaram no preenchimento dos questionários e sugestões dadas ao longo do trabalho, particularmente, às minhas alunas das várias localidades e também aos vários amigos.

Gostaria ainda de agradecer à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, pela oportunidade concedida para a realização deste trabalho.

(6)

V

ÍNDICE GERAL

1. Introdução ... 1

2. Revisão da Literatura ... 6

2.1 Atividade Física, exercício e saúde ... 7

2.1.1 Conceito de atividade física ... 7

2.1.2 Atividade física e saúde ... 9

2.1.3 Benefícios e riscos da prática regular da atividade física ... 11

2.2 Fitness ... 13

2.2.1 Conceito de condição física/fitness ... 13

2.2.2 Modalidades de fitness ... 14

2.3 Psicologia do desporto e do exercício físico ... 15

2.3.1 Motivação ... 16

2.3.1.1 Conceito de motivação ... 16

2.3.2 Adesão ao exercício ... 18

2.3.2.1 Modelos teóricos da adesão ao exercício ... 18

2.3.2.2 Motivos para a prática de exercício físico ... 28

2.3.2.3 Barreiras da prática de exercício físico ... 29

2.3.2.4 Estratégias motivacionais para aumentar a adesão ao exercício ... 30

3. Metodologia ... 33

3.1 Caraterização da amostra ... 34

3.2 Instrumentos de recolha de dados ... 37

3.3 Procedimentos estatísticos ... 38

4. Apresentação e Discussão dos Resultados ... 39

(7)

VI 4.1.1 A dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão para a prática de atividade de fitness... 40 4.1.1.1 Itens com maior importância para a amostra ... 42 4.1.1.2 Itens com menor importância para a amostra ... 42 4.1.2 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos do género masculino e do género feminino 44

4.1.3 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática das

atividades de fitness apontadas pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades 46

4.1.4 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos oriundos das diferentes localidades do concelho... 50 4.1.5 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante o seu estado civil ... 55 4.1.6 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias 58

4.1.7 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas ocupações

profissionais... 63 4.1.8 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a modalidade praticada66

4.1.9 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com o tempo que pratica 71

4.1.10 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a frequência

(8)

VII 4.1.11 Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a hora de prática .. 83

4.1.12 A falta de tempo é indicada como a principal barreira à adesão/manutenção da prática de atividade de fitness ... 88

4.2 Apresentação de resultados relativamente ao abandono ... 90

4.2.1 Pratica outra atividade fora da atividade de fitness? ... 90

4.2.2 Qual a atividade que pratica? ... 91

4.2.3 Há quanto tempo a pratica? ... 92

4.2.4 Já praticou alguma atividade física que tenha abandonado? ... 93

4.2.5 Qual a atividade que praticava? ... 94

4.2.5 Quanto tempo praticou a atividade? ... 95

4.3. Discussão dos resultados ... 97

5. Conclusões e limitações ... 102 5.1 Conclusões ... 103 5.2 Limitações ... 106 Bibliografia ... 107 Anexos ... 113 Anexo 1 – Questionários ... 114

Anexo 2 – Gráfico com a média de todas as questões ... 119

Anexo 3 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em ambos os géneros ... 120

Anexo 4 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes grupos de idades ... 121

Anexo 5 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness em diferentes localidade do concelho ... 122

Anexo 6 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o estado civil dos sujeitos ... 123

Anexo 7 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as habilitações literárias dos sujeitos ... 124

(9)

VIII Anexo 8 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante as ocupações literárias dos sujeitos ... 125 Anexo 9 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a modalidade praticada pelos sujeitos ... 126 Anexo 10 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o tempo de prática dos sujeitos ... 126 Anexo 11 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante o número de vezes semanal que os sujeitos realizam a

atividade ... 128 Anexo 12 – Gráfico com a média dos motivos apontados para a prática de atividade de fitness consoante a hora que os sujeitos realizam a atividade ... 129

(10)

IX

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Subcategorias da atividade física. ... 7

Tabela 2 - Efeitos benéficos da atividade física regular na saúde (Adaptado de Barata, 2003). ... 11

Tabela 3 - Componentes da motivação (Biddle& Mutrie, 2000). ... 16

Tabela 4 - Tipos de motivação (Adapt. Díaz, 2008). ... 17

Tabela 5- Necessidades básicas (Adaptado de Murcia et al., 2007). ... 24

Tabela 6 - Definições, aplicação e estratégias de conceitos do modelo transteórico dos estágios de mudança (Adaptado de Glanz, 1999). ... 27

Tabela 7 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico (Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L. , 2001) ... 28

Tabela 8 - Escalas e dimensões motivacionais do EMI-2. ... 37

Tabela 9 - Média e Desvio padrão das dimensões estudadas para a totalidade dos sujeitos da amostra. ... 40

Tabela 10 - Itens com maior importância... 42

Tabela 11 - Itens com menor importância. ... 42

Tabela 12 - Motivos para a prática da atividade de fitness, apontados pelo género masculino e feminino. ... 44

Tabela 13 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos de várias faixas etárias. ... 46

Tabela 14 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos nas diferentes localidades do concelho. ... 50

(11)

X Tabela 15 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos

segundo o seu estado civil. ... 55

Tabela 16 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos em função das suas habilitações literárias. ... 58

Tabela 17 – Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos com diferentes ocupações profissionais. ... 63

Tabela 18 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à modalidade praticada. ... 66

Tabela 19 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos consoante o tempo de prática. ... 71

Tabela 20 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos segundo o tempo semanal de prática. ... 79

Tabela 21 - Motivos para a prática de atividade de fitness apontados pelos indivíduos relativamente à hora da prática. ... 83

Tabela 22 - Motivo pelo qual os sujeitos abandonam a atividade de fitness. ... 88

Tabela 23 – O sujeito pratica alguma atividade para além da atividade de fitness. ... 90

Tabela 24 - Atividade praticada pelo sujeito para além da atividade de fitness. ... 91

Tabela 25 – Tempo de prática da atividade de fitness pelos sujeitos da amostra. ... 92

Tabela 26- Abandono de uma atividade já praticada. ... 93

Tabela 27 – Atividade abandonada pelos sujeitos. ... 94

(12)

XI

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Género ... 34

Gráfico 2 - Idade ... 34

Gráfico 3- Localidade ... 35

Gráfico 4 - Estado Civil ... 35

Gráfico 5 - Habilitações literárias ... 36

Gráfico 6 - Ocupação profissional ... 36

Gráfico 7 - Análise gráfica dos valores médios e desvio padrão das dimensões para a totalidade da amostra. ... 41

Gráfico 8 - Modalidades praticadas pelos sujeitos da amostra... 70

Gráfico 9 - Tempo de atividade física realizada pelos sujeitos ... 78

Gráfico 10- Frequência semanal de prática da atividade de fitness ... 82

Gráfico 11 - Hora de prática da atividade de fitness ... 87

Gráfico 12 - Motivos para o abandono da atividade ... 89

Gráfico 13 – Prática de outra atividade para além da atividade de fitness ... 90

Gráfico 14 - Modalidade praticada ... 91

Gráfico 15 - Tempo de prática ... 92

Gráfico 16- Abandono de uma atividade física ... 93

Gráfico 17 – Modalidade abandonada ... 95

(13)

XII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Elementos que integram a atividade física (Adaptado de Devis, 2000). ... 8 Figura 2 - Atividade física como movimento corporal e gasto energético. ... 8

Figura 3 - Atividade física como experiência pessoal e cultural. ... 8 Figura 4 - Dupla perspetiva da utilidade da atividade física na prevenção de doenças. ... 9 Figura 5 - Pirâmide da atividade física (Barata, 2003). ... 10 Figura 6 - Relação benefícios/riscos da prática da atividade física (Adaptado de Barata, 1997). ... 12 Figura 7 - Alguns exemplos de modalidades de fitness. ... 14 Figura 8 - Linhas de estudo na adesão ao exercício... 18 Figura 9 - Categorização dos modelos teóricos da adesão ao exercício (Adaptado de Moutão,2005). ... 19 Figura 10 - Modelo da Crença para a saúde (Adaptado de Berger e Mainman, in Berger et al., 2002). ... 20

Figura 11 - Aplicação da teoria da ação racional à adesão do exercício físico (Adaptado de Mota, 1997, cit por Moutão, 2005). ... 21 Figura 12 - Teoria do comportamento planeado (Moutão, 2005). ... 22

Figura 13 - Relação entre as fontes de autoeficácia, expetativas de autoeficácia e

padrões de comportamentos e pensamentos, na prática de exercício físico (Adaptado de Feltz,1988 cit. por Moutão, 2005). ... 23 Figura 14 - Modelo atribucional (Adaptado de Fonseca, 1995) ... 24

(14)

XIII Figura 15 - Teoria do comportamento autodeterminado onde mostra os três tipos de motivações com os seus estilos de regulação, o lócus de causa e os processos

correspondentes (Adaptado de Ryan e Deci, 2000). ... 25 Figura 16 – Barreiras da prática de atividade física. ... 29 Figura 17 – Barreiras da atividade física (Adaptado de Buckworth, J., & Dishman, R. K., 2002) ... 30

(15)

XIV

RESUMO

O presente estudo tem como principal objetivo verificar quais os motivos que levam os utentes do concelho de Celorico da Beira, à prática das atividades de fitness, bem como saber se os mesmos utentes percecionam diferentes motivos, assumindo-se estes como os principais objetivos deste estudo. A amostra foi constituída por 106 indivíduos, 31% (n=33) do género masculino e 69% (n=73) do género feminino. O instrumento utilizado neste estudo foi o Exercise Motivation Inventory – 2 (Markland & Ingledew, 1997). Os resultados obtidos permitiram concluir que o principal motivo para a prática da atividade foi a a dimensão “força/resistência e que a falta de tempo foi o principal motivo para o abandono da mesma. Verificou-se também que os fatores pessoais e sociodemográficos influenciam os sujeitos quanto aos motivos que os levam a praticar as atividade de fitness.

A motivação é assim um fator muito importante para a escolha da prática da atividade física, sendo ela, o primeiro passo para o desenvolvimento dessa prática.

(16)

XV

ABSTRACT

The present study has the main purpose of verifying the motives that lead the users of Celorico da Beira County to practice fitness activity, as well as understand if the same users perceive different causes, being these motives the main objectives of the present study. The sample used in this investigation was constituded by 106 individuals, 31% (n=33) are masculine and 69% (n=73) are feminine. For that, it was used Exercise Motivation Inventory – 2 (Markland, D., & Ingledew, D. K., 1997). The obtained results show that the main motive for the practice of the activity was the dimension “strenght/resistence” and that the lack of time is the main reason for abandoning it. It was verified that personal and socio-demographic factors influence individuals in what concerns the motives that make them practice fitness.

Motivation is an important factor for the choice of physical activity practice and the first step for its development.

(17)

XVI

GLOSSÁRIO

ACSM: American College of Sports Medicine OMS: Organização Mundial de Saúde WHO: World Health Organization IDP: Instituto do Desporto de Portugal

QME: Questionário de Motivação para o Exercício EMI: The Exercise Motivations Inventory

(18)

1

1. Introdução

(19)

2

Introdução

Longe vão os tempos em que a prática desportiva era desaconselhada por estar associada à doença. Atualmente é clara a ideia de que evoluímos para sermos ativos e que não estamos "equipados" para viver numa sociedade em que a atividade física foi "engenhosamente" posta de lado (Blair, 2002).

Todavia, apesar do conhecimento generalizado sobre efeitos positivos na saúde física e psicológica que a prática regular de atividade física demonstrou ter (ACSM, 2009) uma grande percentagem da população, nas sociedades industrializadas é sedentária ou desiste da sua prática nos primeiros seis meses, dando a entender que esses benefícios não são razões suficientes.

Apesar da grande expansão verificada nos últimos anos no mercado do fitness, os estudos sobre os motivos que levam à prática deste tipo de atividades são ainda reduzidos e pouco consensuais, tornando difícil a adequação e delineamento de programas que promovam a prática continuada de exercício físico. Deste modo e face à inquietação sentida e como principais objetivos deste estudo, propusemo-nos verificar quais os motivos que levam os utentes do concelho de Celorico da Beira, à prática das atividades de fitness, bem como saber se os mesmos utentes percecionam diferentes motivos.

Problema

Não impedindo que centros de fitness sejam cada vez mais procurados e de novos estudos poderem trazer novas pistas sobre estratégias para promover a sua adesão e manutenção na atividade física (Buckworth eWallace, 2002), vários autores nacionais (Afonso, Fernandes, Gomes, Soares, & Fonseca, 1995; Novais e Fonseca, 1994) e internacionais (Biddle e Nigg,2000) referem que os estudos sobre os motivos para a prática de atividade física têm-se centrado essencialmente em populações jovens e em praticantes de atividades desportivas. Esta falta de informação leva-nos à realização de mais estudos relacionados com esta área e tal como referem Biddle e Nigg (2000), as

(20)

3 abordagens descritivas sobre as razões e barreiras pessoais constituem um bom ponto de partida no estudo da adesão ao exercício físico.

Indo ao encontro desta necessidade e fruto da inquietação sentida, surgiu o problema do presente estudo:

 Será que os utentes das atividades de fitness no concelho de Celorico da Beira, percepcionam diferentes motivos para a sua prática? Se sim, quais os motivos que os levam à prática das referidas atividades?

Hipóteses

Na sequência do problema exposto, foram formuladas as seguintes hipóteses de estudo:  Hipótese 1 – A dimensão “motivos de saúde” é apontada como a principal razão

para a prática de atividade de fitness.

Hipótese 2 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos do género masculino e do género feminino.

Hipótese 3 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos pertencentes a diferentes grupos de idades.

Hipótese 4 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos oriundos das diferentes localidades do concelho.

Hipótese 5 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante o seu estado civil.

Hipótese 6 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas habilitações literárias.

(21)

4  Hipótese 7 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos consoante as suas ocupações profissionais.

Hipótese 8 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com as modalidades praticadas.

Hipótese 9 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com o tempo da prática.

Hipótese 10 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a frequência semanal da prática.

Hipótese 11 – Existem diferenças significativas nas motivações para a prática de

atividade de fitness apontadas pelos indivíduos de acordo com a hora de prática diária

Hipótese 12 – A falta de tempo é indicada como a principal barreira à

adesão/manutenção da prática de atividade de fitness.

Estrutura e Organização do Trabalho

O presente trabalho está organizado em pontos essenciais, tais como a presente Introdução na qual se pretende apresentar a temática que contextualiza e fundamenta esta investigação. Identificam-se os objetivos do estudo, o problema e as hipóteses formuladas. Seguidamente surge a Revisão da Literatura que para um melhor enquadramento do tema em estudo, visa apresentar os conceitos mais pertinentes desta temática. Posteriormente aparece a Metodologia na qual se faz a caracterização da amostra, apresenta-se o instrumento utilizado e são referidos os procedimentos metodológicos do desenvolvimento/desenho da investigação. Depois segue-se a

(22)

5 Apresentação e a Discussão dos Resultados. Aqui apresentam-se todos os resultados obtidos nesta investigação e faz-se a sua discussão. Em sequência apresentam-se as Conclusões e também se faz referência às limitações desta investigação, indicando algumas recomendações para futuros estudos. Por último apresenta-se a Bibliografia consultada e que que serviu de suporte para o presente estudo.

(23)

6

2. Revisão da Literatura

(24)

7

2.1 Atividade Física, exercício e saúde

2.1.1 Conceito de atividade física

Antes de mais é necessário perceber qual o conceito de atividade física, para assim verificarmos qual a importância da mesma no domínio do trabalho. A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que aumente substancialmente o consumo de energia (ACSM, 1998). Segundo Barata (2003) a atividade física é toda a atividade muscular ou motora que um ser assume, ou seja, tudo o que implique movimento, força ou manutenção da postura. Para o Instituto do Desporto de Portugal, I.P. (2011) a atividade física compreende qualquer movimento corporal produzido pela contração muscular que resulte num gasto energético acima do nível de repouso.

Todavia, devido às variedades de conceitos, vários autores têm proposto dividir em diferentes subcategorias a atividade física.

Na Tabela 1, apresentam-se resumidas as subcategorias da atividade física segundo vários autores (ACSM, 1998; Barata, 2003).

Tabela 1 - Subcategorias da atividade física.

Atividade Física Atividade física espontânea

Está integrada nos hábitos de vida diária: deslocações a pé, subir escadas, passatempos ou profissões fisicamente ativas, levar os filhos ou os animais a passear, etc.

Atividade física organizada

Praticada em clubes desportivos, ginásios e instituições afins. Requer mais condições mas traz benefícios adicionais. Exercício Movimentos corporais planeados, estruturados e repetidos, efetuados para manter ou melhorar uma ou mais componentes da condição física.

Desporto

Implica regras, jogo, competição, mesmo que seja só de lazer ou recreação.

(25)

8 Apesar de diversos autores definirem atividade física como um movimento corporal, Devis (2000) critica essa definição, por valorizar apenas a dimensão biológica. Segundo este autor a dimensão pessoal e sociocultural da prática da atividade física também são importantes, pois qualquer definição ou explicação deveria integrar estas dimensões (ver Figura 1).

Figura 1 - Elementos que integram a atividade física (Adaptado de Devis, 2000).

Pela informação apresentada na Figura 1, entende-se que a atividade física não será apenas um movimento corporal intencional relacionado a um gasto de energia (Figura 2), como também uma experiência pessoal e cultural, resultado da interação que os indivíduos estabelecem entre si e o meio (Figura 3).

Figura 2 - Atividade física como movimento corporal e gasto energético.

Figura 3 - Atividade física como experiência pessoal e cultural.

A

TIVIDADE

F

ÍSICA Experiência pessoal Movimento corporal Prática sociocultural Fonte: Google Fonte: Google

(26)

9 2.1.2 Atividade física e saúde

Atualmente é consensual a relevância da prática de atividade física regular para a saúde e o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a inatividade física contribui para cerca de 2 milhões de mortes anuais no mundo. Simultaneamente calcula também que 60% da população mundial não pratica atividade física suficiente (WHO, 2006).

Os estilos de vida sedentários constituem assim um dos maiores problemas de saúde pública com o qual a sociedade se debate.

A OMS em 1948 definiu saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, total e não apenas a ausência de doença ou incapacidade. Mais recentemente, a OMS acrescenta a perspetiva ecológica à saúde, referindo que é a "extensão em que o indivíduo ou um grupo é capaz, por um lado de realizar as suas aspirações e satisfazer as suas necessidades e, por outro, de modificar ou lidar com o meio envolvente" (Ribeiro, 2005, p. 75). A OMS considera ainda que a saúde é uma dimensão da nossa qualidade de vida, esta pode definir-se como o "grau de coincidência entre a vida real e as expetativas do indivíduo, refletindo a satisfação de objetivos e sonhos de cada um" (Calmeiro & Matos, 2004, p.22).

A investigação sobre a relação entre a atividade física e a saúde iniciou-se por volta dos anos 20, evidenciando as doenças coronárias e estendendo-se posteriormente ao estudo de um vasto conjunto de problemas e condições associadas com o sedentarismo.

Quando se analisa a importância da saúde na atividade física, há que fazê-lo numa dupla perspetiva (ver Figura 4).

(27)

10 Numa prevenção primária, evitando o aparecimento de doenças, e numa prevenção secundária, evitando que as doenças se agravem e auxiliando a sua recuperação.

A atividade física reduz o risco de doenças cardiovasculares, e de diabetes tipo II e possibilita substanciais benefícios em muitas doenças não estritamente relacionadas com a obesidade (Instituto do Desporto de Portugal, I.P., 2011).

Quantidade de atividade física recomendada

Para que a prática de atividade física tenha efeitos benéficos na nossa saúde e bem-estar, é necessário que esta seja efetuada de forma regular.

No que se refere à prevenção primária, as recomendações de atividade física necessária para a saúde andam à volta dos 30 minutos diários (ACSM, 1998; Department of Health Physical Activity Health Improvement and Prevention, 2004). Para entender ainda melhor estas orientações foi desenvolvida a pirâmide da atividade física (Figura 5).

De acordo com a pirâmide apresentada anteriormente, à medida que se sobe na mesma aumenta a intensidade de cada atividade física mas diminui a frequência

(28)

11 semanal destas. Assim, na base da pirâmide encontram-se as atividades mais ligeiras e informais, associadas às rotinas diárias, e nos outros níveis encontram-se as atividades estruturadas.

2.1.3 Benefícios e riscos da prática regular da atividade física

A atividade física no geral traz benefícios para a saúde, não só a nível de prevenção de doenças como também traz ao indivíduo um estado geral de equilíbrio nos diferentes aspetos e sistemas que caraterizam o homem a nível biológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando sobretudo numa sensação de bem-estar.

São várias as doenças e problemas de saúde que podem ser evitados com a prática regular de exercício físico (ver Tabela 2).

Tabela 2 - Efeitos benéficos da atividade física regular na saúde (Adaptado de Barata, 2003).

Por aparelho Efeitos promovidos

No peso e na composição corporal

Diminui a gordura corporal, sobretudo a gordura abdominal profunda;

Fundamental na prevenção e tratamento da obesidade; Preserva a massa muscular;

Na prevenção e tratamento da diabetes

Otimiza a ação da insulina; Baixa a glicémia;

Fundamental na prevenção e tratamento da diabetes tipo 2; Na prevenção de

doenças cardiovasculares

Previne e melhora a hipertensão arterial;

Previne e melhora as alterações das gorduras do sangue: triglicéridos, colesterol total e suas frações;

A sua ação na insulina é muito importante a este nível também;

No funcionamento do coração

Melhora o seu funcionamento;

Confere-lhe estabilidade elétrica, protegendo-o de arritmias graves;

Aumenta a sua irrigação, tornando-o menos vulnerável a um ataque;

Na circulação venosa  É a melhor prevenção das varizes;

Na composição do sangue e no risco de

tromboses

Diminui a tendência das plaquetas entupirem os vasos (agregação);

Diminui a concentração de certas substâncias que conferem excessiva tendência de coagulação ao sangue e que aumentam o risco de tromboses;

(29)

12 Na imunidade   Aumenta a capacidade de defesa a infeções; Certos cancros são mais frequentes nos indivíduos sedentários;

No aparelho locomotor

Aumenta a massa óssea, prevenindo a osteoporose;

Aumenta o tónus muscular, melhorando a postura e a força; Melhora a saúde das articulações;

Evita as limitações de movimentos e melhora a flexibilidade; Melhora a estrutura dos tendões e do colagénio;

No crescimento e desenvolvimento

Promove o desenvolvimento físico, psíquico e social mais harmonioso das crianças;

Aumenta o reportório psicomotor;

A nível psicológico

Importante na ação antidepressiva; Reduz o estado de ansiedade; Melhora a função cognitiva;

Melhora a autoestima e a autoconfiança; Diminui o stress;

Apesar do que se possa pensar, a atividade física traz vários benefícios para a saúde mas também alguns riscos. Na perspetiva de Barata (2003), os riscos ou inconvenientes estão relacionados essencialmente com três aspetos: o tipo de atividades realizadas; o contexto clínico e etário do praticante; e sobretudo a intensidade a que a mesma decorre.

(30)

13 Pela análise da figura apresentada anteriormente, percebe-se o motivo da atividade física leve e moderada (pequenas cargas de treino, tanto ao nível do volume como da intensidade) ser a mais recomentada para a população em geral. A atividade física leve e moderada tem assim, tal como se consegue perceber, grandes benefícios para o praticante e poucos riscos. A atividade física vigorosa (grandes cargas de treino, tanto ao nível do volume como da intensidade), direcionada para a competição, tem vários riscos e os mesmos benefícios. Um dos maiores riscos da prática desta atividade são as lesões músculo-esqueléticas.

2.2 Fitness

2.2.1 Conceito de condição física/fitness

Segundo Barata (2003), condição física é a tradução portuguesa da palavra inglesa tão conhecida por fitness.

A OMS (1978) definiu "condição física" como a capacidade de realizar de forma satisfatória determinada tarefa muscular ou motora.

Através desta definição limitativa, outras mais completas apareceram. Segundo a American College of Sports Medicine, comumente designada da ACSM (1998), condição física é a capacidade para realizar atividade física de nível moderado a elevado, sem causar fadiga e a facilidade de manter essa capacidade ao longo da vida.

Para Barata (2003) a condição física é a capacidade de executar com facilidade as tarefas motoras essenciais para o dia-a-dia, à intensidade e na duração necessárias. Uma condição física adequada é algo necessário a toda a gente e não um luxo só para alguns. O que se pode discutir é qual o grau de condição física necessária a cada um (Barata, 2003). Como estas definições de Barata deduz-se que todas as pessoas, e não só os atletas de alta competição, necessitam de uma boa condição física, embora com níveis diferentes. Um atleta de alta competição necessita de níveis de condição física que lhe permita executar os esforços necessários para a sua modalidade. Enquanto que uma pessoa "normal" necessita de níveis de condição física que lhe permita executar atividades diárias com prazer e sem dificuldades.

(31)

14 2.2.2 Modalidades de fitness

Nos nossos dias, são muito diversas as modalidades de fitness que são oferecidas ao público. Nesse sentido importa clarificar o que se entende por estas modalidades. Neste sentido podemos referir que considera-se modalidade de fitness, toda aquela que seja praticada em ginásios e health clubs com o objetivo de manter ou melhorar a condição física e a saúde do praticante.

A origem destas atividades remonta à década de sessenta do passado século, através de Kenneth Cooper, quando, realizou um sistema mais eficaz de treino físico para os militares americanos, com o objetivo de melhorar as suas condições físicas, através de exercícios aeróbios. Estas descobertas levaram ao aparecimento do "jogging" e dos exercícios aeróbios (Papí, 2000).

Com o passar do tempo, surgiram modalidades como o step, aeróbica, etc…, até às modalidades de hoje. Estas modalidades podem ser divididas em vários tipos de atividade como se pode visualizar na Figura 7.

(32)

15

2.3 Psicologia do desporto e do exercício físico

Crescente tem sido o ênfase colocado nas variáveis psicológicas e nas relações que a prática desportiva estabelece quer com o rendimento desportivo ou a saúde, bem-estar e qualidade de vida. Deste modo é adequado clarificar os conceitos que se reportam a estas duas áreas.

Segundo (Brito, 2007, p.15) a psicologia do desporto é a ciência que estuda os fenómenos psíquicos (os comportamentos e os processos mentais), desta emergiu a psicologia do exercício com um crescimento exponencial nos últimos 20 anos.

Também Araújo (2002, p.11) nos diz que a psicologia do desporto é “um ramo científico independente, que resultou da interceção entre psicologia, ciências do desporto e do próprio desporto, sendo simultaneamente uma área profissional que olha para o desporto e para o exercício sob uma perspetiva psicológica” e que se dedica ao “estudo científico das pessoas e dos seus comportamentos nas atividades do desporto e exercício” (Weinberg, R., & Gould, D., 2001, p.28).

Desta forma, de entre várias áreas que se começam a destacar da psicologia do desporto, a psicologia do exercício, com um corpo de conhecimentos já perfeitamente identificado, foi a que mais se evidenciou ao definir-se como o “estudo dos aspetos psicológicos inerentes à prática de atividades motoras organizadas, para fins de saúde, bem-estar e qualidade de vida” (Araújo, 2002,p.47). Para refletir esse interesse a área científica é atualmente designada por psicologia do desporto e do exercício (Weinberg, R., & Gould, D., 2001,p.29).

Biddle e Mutrie (2000) referenciam a existência de duas áreas de intervenção distintas no exercício físico: uma onde o exercício aparece como um produto final e se pretende analisar o comportamento, os motivos e as determinantes da adesão ao exercício, e a outra que analisa o efeito do exercício sobre o estado físico e mental.

(33)

16 2.3.1 Motivação

2.3.1.1 Conceito de motivação

Segundo Díaz (2008) a motivação tem um papel fundamental em todos os âmbitos da vida, pois atua como um autêntico motor para que as pessoas realizem qualquer atividade.

“O conceito de motivação vem do verbo latino movere, o que significa "mover", de modo que um estado de alta motivação está relacionada com termos como emoção, intensidade energética, ou ativação” (Escartí y Cervelló, 1994; Roberts, 1995, cit. Por Díaz, 2008).

A prática de qualquer atividade envolve uma decisão de iniciar a ação (escolha), de a manter por algum tempo e de a desenvolver com maior ou menor esforço. Desta forma são várias as componentes da motivação (ver Tabela 3).

Tabela 3 - Componentes da motivação (Biddle& Mutrie, 2000).

Componente Definição

Direção Refere-se ao que o indivíduo procura, aquilo para que se sente atraído. Implica uma escolha.

Intensidade Refere-se à quantidade de esforço que é colocado na realização da sua tarefa.

Persistência Refere-se ao grau continuado de esforço na realização de uma tarefa.

Comprometimento

É quando a pessoa, após uma paragem, retorna regularmente à tarefa. Como se simplesmente não se conseguisse desligar dela.

Performance

É o resultado da ação. A utilização deste indicador para avaliar a motivação é mais controversa só sendo válida quando o resultado não depende de outros fatores como a habilidade, competência, o ambiente etc.

A motivação, para a mesma situação, varia de pessoa para pessoa, por isso é necessário conhecer os diferentes tipos para conseguir usar estratégias adequadas de intervenção.

(34)

17 As fontes de motivação podem ser classificadas em dois tipos: Extrínsecas e Intrínsecas, tal como apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Tipos de motivação (Adapt. Díaz, 2008).

Tipos de motivação

Definição

Extrínsecas

Estão relacionadas com as recompensas que a prática pode proporcionar – depende do esforço externo.

Intrínsecas

Mais duradouras e persistentes, estão relacionadas com a própria prática e com os sentimentos que ela provoca – não depende de reforços externos.

De acordo com Díaz (2008), a motivação do sujeito pode ainda ser orientada para:

 Tarefa - Centrada na realização e no resultado mas não por comparação com os outros - os sujeitos julgam as suas capacidades baseando-se nas suas própria realizações práticas;

 Ego - Centrado no resultado da prática e na comparação com os outros - julgam as suas competências baseados na comparação externa.

Ainda para Díaz (op. Cit), alguns estudos demonstram que certos tipos de motivação (extrínseca e ego) podem ter resultados prejudiciais na prática desportiva, uma vez que a ênfase no reforço externo é instável e não se pode controlar. Apesar de ser o tipo de motivação que poderá ter mais peso para iniciar a atividade, deverá existir um equilíbrio e um trabalho no sentido de atribuir um papel dominante à motivação intrínseca e para a tarefa que determinam a continuidade numa modalidade e proporcionam uma redução na taxa de abandono desportivo.

(35)

18 Adesão ao Exercício Físico Modelos teóricos de adesão Motivos para a adesão Barreiras para a adesão 2.3.2 Adesão ao exercício

É muito importante para o profissional perceber o que leva os seus alunos a aderirem às suas aulas e daí o tema “adesão ao exercício" ser estudado já desde a década de 80 do século vinte. Desde aí vários autores se têm dedicado ao estudo da temática, desenvolvendo essencialmente, de acordo com Biddle e Nigg (2000), três linhas de estudo: uma referente aos modelos teóricos da adesão e outras duas referente às abordagens ateóricas de caráter descritivo sobre os principais motivos e barreiras dessa mesma prática (ver Figura 8).

2.3.2.1 Modelos teóricos da adesão ao exercício

As teorias motivacionais servem para elucidar um determinado comportamento, sendo assim utilizadas para tentar explicar o porquê das pessoas se motivarem ou não para a adesão e manutenção do exercício. Biddle e Nigg (2000) propõem, numa prespetiva cognitivista, a caracterização desses modelos em: teorias de crenças e atitudes; teorias baseadas na competência; teorias baseadas no controlo; teorias de tomada de decisão (ver Figura 9).

(36)

19 Figura 9 - Categorização dos modelos teóricos da adesão ao exercício (Adaptado de Moutão,2005).

2.3.2.1.1 Modelo de Crença na Saúde

O modelo de Crença na Saúde foi desenvolvido em 1975 por Becker e Mainman. O modelo assume que as pessoas antecipam as situações negativas para a saúde e tentam evitá-las ou reduzir o seu impacto (Berger et al., 2002; Biddle e Nigg, 2002).

Segundo Berger, Pargman e Weinberg (2002) a aplicação mais promissora reside no desenvolvimento de mensagens suscetíveis de persuadir os indivíduos a tomar dicisões saudáveis tal como apresentado na Figura 10.

(37)

20

2.3.2.1.2 Teoria da Ação Racional

A Teoria da Ação Racional (TAR) tenta compreender os comportamentos ao nível da tomada de decisão, considerando que as pessoas se comportam de forma racional, “avaliando o que têm a perder e a ganhar com os seus comportamentos antes de os realizar” (Berger et al., 2002).

Moutão (2005) destaca, que de acordo com esta teoria, a melhor forma de determinar um comportamento passa pela identificação das intenções que antecedem esse comportamento, ou seja, se a pessoa tiver a intenção de realizar esse comportamento, será provável que o venha a realizar.

Desse modo, a intenção do comportamento irá caraterizar-se pelo resultado da mesma entre a atitude comportamental e a norma subjetiva. Nesta intenção, a norma subjetiva funciona como regulador social da atitude comportamental, pois nem sempre o que se quer fazer é o que se deve fazer. Todavia, a intenção final dependerá sempre da importância vinculada pelo sujeito, quer à atitude quer à norma subjetiva (Berger et al., 2002). Na base do modelo encontram-se as variáveis externas e básicas que influênciam direta e indiretamente na formação das atitudes e normas subjetivas, não podendo por Figura 10 - Modelo da Crença para a saúde (Adaptado de Berger e Mainman, in Berger et al., 2002).

(38)

21 isso ignorá-las. As variáveis externas dividem-se em demográficas, atitudes gerais e traços de personalidade, podendo apresentar maior ou menor relevância, de acordo com cada comportamento específico. Quanto às variáveis ou elementos básicos do modelo, abrangem as crenças comportamentais, a avaliação dos resultados esperados, as crenças normativas e a motivação (ver Figura 11).

Linha tracejada – possível explicação para as relações observadas entre as variáveis externas e o comportamento.

Linha cheia – relações teoricamente estáveis que ligam as crenças ao comportamento

2.3.2.1.3 Teoria do Comportamento Planeado

A Teoria do Comportamento Planeado (TCP) é considerada uma extensão da TAR, tendo sido apenas acrescentada uma terceira componente denominada de controlo

Figura 11 - Aplicação da teoria da ação racional à adesão do exercício físico (Adaptado de Mota, 1997, cit por Moutão, 2005).

(39)

22 comportamental percecionado (Berger et al., 2002), tal como podemos visyualizar na Figura 12.

Esta componente, para além das intenções, como mais um fator preditivo do comportamento, permite incluir no modelo os comportamentos não motivados, ou seja, aqueles que não dependem da vontade própria (Moutão, 2005).

A perceção de controlo do comportamento é definida como a perceção da facilidade ou dificuldade em executar o mesmo, e também, pode influenciar diretamente o comportamento se isso for a reflexão exata do atual controlo da pessoa sobre “ele” (Courneya et al., 2000).

2.3.2.1.4 Teoria da Autoeficácia

De acordo com a teoria da autoeficácia o sujeito tende a envolver-se numa atividade quando a perceciona dentro dos limites das suas capacidades e sente confiança na sua realização (Moutão,2005).

A autoeficácia pode ser definida como “a confiança nas próprias capacidades para realizar com sucesso um tipo de ação específico” (Glanz, 1999). Os indivíduos realizam uma avaliação das suas capacidades ou competências de ação exigidas para realizarem as tarefas a que se propôem.

(40)

23 A perceção da autoeficácia pode ser geradora de capacidades ou de competências, mas também tem outros efeitos. A escolha do comportamento, os resultados esperados, o esforço e a persistência na conduta, os padrões de reações emocionais e de pensamento, o comportamento antecipatório, as restrições ao próprio desempenho são aspetos afetados pela perceção da autoeficácia (Moutão,2005).

Esta perceção baseia-se em quatro fontes de informação: experiências de prática eficaz; observação de modelos e comparação com outros; persuasão social e estados fisiológicos (ver Figura 13).

Figura 13 - Relação entre as fontes de autoeficácia, expetativas de autoeficácia e padrões de comportamentos e pensamentos, na prática de exercício físico (Adaptado de Feltz,1988 cit. por

Moutão, 2005).

2.3.2.1.5 Teoria das Atribuições

Segundo Fonseca (1995) a versão original desta teoria, tem por base que todas as causas indicadas pelos sujeitos para as suas ações ou resultados são classificadas e analisadas em três dimensões (ver Figura 14):

 Locus de causalidade (se a causa é interna ou externa ao sujeito);  Estabilidade (se as causas se mantêm ao longo do tempo ou variam);

(41)

24  Controlabilidade (se a causa é influenciada pela ação do sujeito ou de

outras pessoas).

2.3.2.1.6 Teoria do Comportamento Autodeterminado

Segundo Ryan e Deci (2000) a teoria do comportamento autodeterminado (TCA) assume que as pessoas são organismos ativos, com uma inerente tendência para o desenvolvimento e crescimento psicológico, que os faz procurar desafios de forma a estimular e aumentar as suas capacidades.

Esta teoria (ver

Tabela 5) identifica três necessidades psicológicas primárias e universais: autonomia, capacidade e relação social e o bem-estar pessoal (Ryan e Deci, 2000).

Tabela 5- Necessidades básicas (Adaptado de Murcia et al., 2007).

Necessidades Básicas Descrição

Autonomia (Autodeterminação)

Compreende os esforços do indivíduo para ser o agente, para estar na origem das suas ações, para ter voz ou força para determinar o próprio comportamento. Promove o esforço de auto atualização.

Relação Social Compreende o esforço para estabelecer relações, existe preocupação com o outro e, ao mesmo tempo, o sentimento de que o outro Figura 14 - Modelo atribucional (Adaptado de Fonseca, 1995)

(42)

25 também demonstra uma relação autêntica, isto é, tem relação com experimentar a satisfação do mundo social. Promove esforços de relacionamento.

Bem-estar pessoal Compreende a necessidade de ser capaz, está relacionada com a tentativa de controlar o resultado, de experimentar efetivamente. Promove esforços de aumento de competências.

Com a teoria da autodeterminação Ryan e Deci (2000) introduziram uma subteoria, designada de teoria da integração do organismo. Esta estabelece que a motivação seja contínua, ou seja, caraterizada por níveis de autodeterminação que variam do mais ou menos autodeterminado. Sendo assim, os autores introduzem três conceitos: a motivação intrínseca, a extrínseca e a amotivação (ver Figura 15).

Esclarecendo a Figura 15, apresentada anteriormente, no lado esquerdo está a amotivação, que é um estado em que a pessoa não tem ainda a intenção de realizar o comportamento, não havendo nenhum tipo de regulação, externa ou interna, por sentimentos de medo, frustração ou depressão (Ryan e Deci, 2000). Exemplo: “Não faz sentido fazer atividade”.

Em seguida, no centro, está representada a motivação extrínseca em que os indivíduos realizam uma atividade de uma forma instrumentalista, focalizada nos resultados dessa mesma atividade ou por pressões externas (Ryan e Deci, op. Cit). Esta Figura 15 - Teoria do comportamento autodeterminado onde mostra os três tipos de motivações com os seus estilos de regulação, o lócus de causa e os processos correspondentes (Adaptado de Ryan e Deci, 2000).

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26 pode ser dividida segundo o tipo de regulação, nomeadamente em regulação externa, regulação introjetada, regulação identificada e regulação integrada.

A regulação externa, representa um comportamento realizado para suprimir um pedido externo ou receber algum tipo de recompensa (Fernandez e Vasconcelos, 2005). Exemplo: “Faço atividade porque o meu médico me mandou”.

A regulação introjetada é uma regulação menos externa que a anterior, porque se trata de recompensas e punições internas, havendo sentimento de obrigação, ansiedade ou orgulho (Ryan e Deci, op. Cit). Exemplo: “Eu tenho este comportamento porque sinto uma tensão dentro de mim (ex: culpa). Sinto-me culpada/o se não fizer atividade regularmente”.

A regulação identificada é mais autónoma, pois o comportamento é regulado mais internamente; o indivíduo considera importante e aprecia os resultados e benefícios da participação em tal atividade (Wilson et al., 2003). Exemplo: “Vou fazer atividade para ficar mais saudável e melhorar a minha condição física”.

A regulação integrada é a mais autónoma, pois as ações caraterizam-se pela regulação integrada, tendo muitas qualidades da motivação intrínseca, mas é considerada extrínseca por visar algum tipo de resultado além do prazer da prática (Ryan e Deci, op. Cit.). Exemplo: “Faço atividade porque é importante para mim e simboliza quem e o que sou”.

Por último, e do lado mais à direita, encontra-se a motivação intrínseca, caraterizada pela escolha pessoal, satisfação e prazer. Aqui, as regulações são unicamente internas (Brickell e Chatzisarantis, 2007). Exemplo: “Faço atividade porque gosto, quero e pelo prazer que isso me dá”.

2.3.2.1.7 Modelo transteórico dos estágios de mudança

Este modelo, desenvolvido por Prochascka e DiClemente (1982, cit por Berger et al., 2002), é um modelo geral de modificação intencional do comportamento. A mudança do comportamento é vista como um processo dinâmico que ocorre através de uma série de estágios interrelacionados que são estáveis, mas abertos à mudança, ao invés de um fenómeno do tipo “tudo ou nada”. Os indivíduos devem beneficiar de intervenções consoante o estágio em que se encontram. Mas a maioria não segue um padrão pré-definido, acomodando-se muitas vezes num determinado estágio ou

(44)

27 circulando através de estágios fora da sequência normal e/ou com ritmos de progressão. Deste modo e tal como nos refere Berger et al. (2002), o modelo pressupõe que o processo avance, recue, pare ou circule promovendo um contexto que explique as recaídas e a readoção do comportamento.

A aplicação do modelo transteórico ao exercício envolve a combinação de uma intervenção adequada junto dos indivíduos, de acordo com o seu historial de atividade e com a sua disponibilidade de querer mudar (ver Tabela 6).

Tabela 6 - Definições, aplicação e estratégias de conceitos do modelo transteórico dos estágios de mudança (Adaptado de Glanz, 1999).

Conceito Definição Aplicação Exemplo

Pré-contemplação Não estar consciente do problema, não ter pensado na mudança. Aumentar a consciência da necessidade de mudar, personalizar a informação sobre os riscos e as vantagens.

Estar desinformado sobre consequências do seu comportamento, ter tentado várias vezes alterar o comportamento e estar desmoralizado; não gostar da experiência. Comtemplação Pensar em mudar num futuro próximo. Motivar, encorajar a elaborar planos específicos.

Pensar em praticar exercício dentro dos próximos seis meses.

Preparação Elaborar um plano para o futuro.

Dar assistência a planos de ação concreta, estabelecer metas graduais.

Pensar em praticar exercício dentro do próximo mês.

Ação Implementar

planos de ações específicos.

Dar assistência com feedback, resolução de problemas, apoio social e reforço.

Alterar o comportamento.

Manutenção Continuar com ações positivas; repetir periodicamente os passos recomendados. Dar assistência ai confronto com situações evitando recaídas.

Manter o comportamento por um período superior a seis meses.

2.3.2.1.8 Limitações das teorias de adesão ao exercício

As teorias anteriormente referidas têm demonstrado uma grande utilidade na explicação dos comportamentos de exercício e atividade física. Apesar disso, são apontadas várias limitações à aplicação das mesmas por parte de vários autores.

(45)

28 Para Roberts (1992) apesar da motivação ser um objeto de estudo em psicologia ainda não foi criada nenhuma teoria geral ou global. Este campo (o motivacional) é assim constituído por várias mini-teorias, relacionadas com os aspetos parciais e explicações fragmentadas do fenómeno.

Para o Department of Health and Human Services (HHS), nos Estados Unidos (1996) estas teorias, na sua maioria, foram desenvolvidas para explicar o comportamento individual ou até de pequenos grupos, daí, poder fazer com que tenham uma aplicação limitada na descrição do comportamento de populações.

Mais recentemente Plonczynski (2000), Barbara (2002) e Connelly (2002) afirmam que nas interações devem ser tidas em conta também as variáveis contextuais e não só as variáveis cognitivas.

Por fim, várias abordagens vão no sentido de testar teorias mais abrangentes e não tão variáveis isoladas (Biddle e Mutrie, 2002).

2.3.2.2 Motivos para a prática de exercício físico

A avaliação e o conhecimento profundo sobre os motivos que levam as pessoas a participar numa atividade física é importante, visto que possibilita aos técnicos a facilidade de adaptação e adequação dos programas de exercício segundo os objetivos de cada um, aumentando assim a sua satisfação e consequente permanência. É grande a variedade dos motivos que levam o praticante a permanecer na sua atividade física.

No que diz respeito a estudos publicados, sobre este tema, utilizando especificamente o EMI-2 ou a sua versão Portuguesa, verifica-se que ainda são reduzidos. A Tabela 7 resume alguns desses estudos, referindo os motivos mais e menos importantes encontrados.

Tabela 7 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico (Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L. , 2001)

Autores/ Ano Motivos mais importantes Motivos menos importantes (Coelho, 2009)  Manutenção da saúde;

 Revitalização;  Agilidade;  Doença;  Reconhecimento social;  Pressão;  Competição;

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29

COMPORTAMENTO

Características da Atividade Física

(Moutão, 2005)  Saúde/Bem-estar;  Agilidade;  Stress;  Desafio;  Pressão/Doença;  Afiliação; (Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003)  Manutenção da saúde;  Revitalização;  Agilidade;  Reconhecimento social;  Pressão saúde;  Competição; (Lourenço, 2002) Manutenção da saúde;  Revitalização;  Prevenção doença;  Reconhecimento social;  Pressão saúde;  Competição;

(Maymì, 2002)  Prevenção e manutenção da saúde;  Agilidade; Controlo do stress;  Reconhecimento social;  Pressão saúde;  Competição; (Maltby, J., e Day, L. , 2001)  Manutenção da saúde;  Revitalização;  Prevenção doença;  Reconhecimento social;  Pressão saúde;  Competição;

Analisando esta tabela, podemos verificar que, em todos os estudos anteriormente referidos, existe uma ligação nos fatores de motivação mais importantes, “saúde” e “agilidade” e que os fatores menos importantes são o “reconhecimento social” e a “competição.

2.3.2.3 Barreiras da prática de exercício físico

Segundo Dishman (1994) as barreiras representam fatores isolados que estão negativa ou positivamente relacionados com a adesão e a manutenção na atividade física.

Figura 16 – Barreiras da prática de atividade física.

PESSOA

Demográficos; Biomédicos; Psicológicos; Atributos e Capacidades

ENVOLVIMENTO

(47)

30 Segundo Buckworth, J., & Dishman, R. K., (2002) as maiores barreiras à atividade física são pessoais, e controladas por cada indivíduo, enquanto que as barreiras de envolvimento se encontram fora do controlo individual, pelo que depende de outros fatores.

Figura 17 – Barreiras da atividade física (Adaptado de Buckworth, J., & Dishman, R. K., 2002)

2.3.2.4 Estratégias motivacionais para aumentar a adesão ao exercício

A desejável integração dos modelos de adesão ao exercício, na elaboração de programas de alteração do comportamento, deverá refletir-se igualmente ao nível das estratégias. Buckworth e Dishman (2002, cit. por Moutão, 2005) referem um conjunto de estratégias que, tendo em conta os modelos e as determinantes, provaram ser eficazes em aumentar a manutenção no exercício físico:

 Obter suporte social de outros significativos (ex: família, amigos e colegas - o apoio das pessoas

(48)

31 significativas demonstrou aumentar a manutenção no exercício);

 Dar recompensas pela frequência de participação - as recompensas devem ser criteriosas, e têm-se demonstrado úteis especialmente a curto prazo;

 Promover dicas, tais como sinais, cartazes e cartoons - as dicas podem ajudar as pessoas a lembrarem-se de exercitar, apesar da sua remoção normalmente provoca o retorno ao comportamento anterior;

 Fazer uma folha de decisões antes de iniciarem o programa de treino - anotar as vantagens e desvantagens de praticar exercício pode ajudar na tomada de decisão ex: os indivíduos escrevem numa folha as consequências de aderirem ao exercício físico em termos de ganhos para si/ perdas para si; ganhos para outros/ perdas para outros; auto-aprovação/ auto-desaprovação; aprovação dos outros/ desaprovação dos outros);

 Adequar a intervenção ao estádio de mudança em que o individuo se encontra - a adequação ao estádio de mudança é uma das principais doutrinas da adesão ao exercício;

 Tornar o exercício uma experiência agradável - a investigação em motivação aponta que as pessoas precisam de se tornar intrinsecamente motivadas para aderirem ao exercício a longo prazo;

 Encontrar um local cómodo para praticar exercício - as pessoas estão mais recetivas ao exercício se percecionarem que é cómodo fazê-lo;

 Praticar estratégias de gestão de tempo - tornar o exercício uma prioridade e gerir o tempo de uma forma mais efetiva;

 Promover o exercício com um amigo ou em grupo - o exercício em grupo demonstrou ser mais efetivo e motivante. Contudo há que ter sempre presente as preferências dos indivíduos;

 Fazer com que os participantes assinem um contrato ou declaração de intenções para cumprirem com o programa

(49)

32 de exercício - dessa forma aumenta o compromisso para com o programa e a manutenção do mesmo;

 Recompensar os participantes quando atingirem determinados objetivos - as recompensas ajudam a manter a motivação;

 Adequar a intensidade, frequência e duração do exercício - as pessoas precisam de se sentirem confortáveis com o seu programa de exercícios;

 Dar feedbacks positivos - todos os participantes necessitam de um reforço positivo, especialmente no início. Por esse motivo, técnicos e outros importantes devem elogiar os participantes;

 Focar a atenção dos praticantes nas perceções internas (ex: respiração, contração muscular) ao invés das externas - desse modo os praticantes focalizam-se mais no processo, experienciam o movimento e maximizam o gosto (p.72-73).

(50)

33

3. Metodologia

(51)

34

3.1 Caraterização da amostra

A amostra de conveniência utilizada nesta investigação foi constituída por 106 indivíduos (n=106). Destes, tal como podemos visualizar no Gráfico 1, 31% (n=33) são do género masculino (representados pela cor azul) e 69% (n= 73) são do género feminino (representados pela cor laranja). As suas idades estão compreendidas entre os 20 e os 70 anos de idade, apresentando uma média de 40,9 (ver Gráfico 2). Podemos também referir que 33% (n=35) dos elementos da amostra possui uma idade compreendida entre os 20 e os 30 anos, 21% (n=22) encontram-se entre os 31 e os 40 anos, 17% (n=18) situa-se entre os 41 e os 50 anos, 14% (n=15) estão entre os 51 e os 60 anos e os restantes 15% (n=16) apresentam idades compreendidas entre os 61 e os 70 anos.

Gráfico 2 - Idade Gráfico 1 - Género

(52)

35 Todos os indivíduos da amostra deste estudo (ver Gráfico 3), são oriundos do concelho de Celorico da Beira. Se quisermos especificar ainda mais, é-nos possível referir que 43% (n=46) são de Celorico (1), 8% (n=8) do Maçal do Chão (2), 14% (n=15) do Baraçal (3), 3% (n=3) do Minhocal (4), 29% (n=31) da Lageosa do Mondego (5), 2% (n=2) de Cortiçô da Serra (6) e por fim 1% (n=1) da Ratoeira (7).

No que se reporta ao estado civil dos elementos desta amostra e tal como apresentado no Gráfico 4, registamos que 34% (n=36) eram solteiros, 56% (n=59) eram casados, 2% (n=2) divorciados e 8% (n=9) viúvos.

Gráfico 3- Localidade

(53)

36 Gráfico 6 - Ocupação profissional

No Gráfico 5 é possível visualizar alguns dados relativos às habilitações literárias dos inquiridos. Podemos sublinhar que15% (n=16) possuem o 1º ciclo ou ensino básico, 21% (n=22) o 9º ano ou 5º ano antigo, 33% (n=35) detêm o 12º ano ou complementar, 5% (n=5) o Bacharelato, 24% (n=26) a Licenciatura e finalmente com igual percentagem 1% (n=1) possuem o Mestrado e o Doutoramento. Quanto à ocupação profissional (representada pelo Gráfico 6), também nos é possível observar que não existe nenhum elemento da amostra (n=0) pertencente ao setor primário (relacionado à produção através da exploração de recursos da natureza). Do setor secundário (transformação das matérias-primas em produtos industrializados) aparecem-nos 15% (n=16) dos elementos da amostra. Surgem-nos ainda 60% (n=64) do setor terciário (setor económico relacionado aos serviços), 9% (n=9) encontram-se desempregados e 16% (n=17) estão reformados.

(54)

37 Os indivíduos constituíram um único grupo de investigação. Neste estudo foram seguidos, respeitados e preservados os princípios éticos, as normas e padrões internacionais:

 Preservação do anonimato;

 Solicitar a informação à pessoa entrevistada de forma cortês;

 Ler a cada participante a “carta de consentimento informado” e realizar a questionário unicamente àquelas pessoas que aceitaram fazer parte deste estudo;

 Aplicar o questionário de forma completa.

3.2 Instrumentos de recolha de dados

Quanto aos procedimentos para a recolha de dados, foram utilizados dois instrumentos um questionário de caraterização pessoal (Anexo I) e o Questionário de Motivação para o Exercício (EMI-2). O primeiro faz uma recolha de dados referente a questões sociodemográficas, tais como o género, a idade, a zona de residência, a profissão, as habilitações literárias, as ocupações profissionais e algumas questões relacionadas com a prática da atividade de fitness. OEMI-2, é uma evolução do Exercise Motivations Iventory (EMI) inicialmente desenvolvido por Markland & Harly (1993), que denotava algumas lacunas teóricas e metodológicas, já que a motivação para a saúde restringia-se ao aspeto clínico da mesma e aplicava-se apenas a pessoas ativas. Dessa forma, Markland, D., & Ingledew, D. K., (1997) reviram o questionário e criaram o EMI-2 constituído por 51 itens agrupados em 14 fatores motivacionais (ver Tabela 8),contudo para o nosso estudo foi utilizado o EMI – 2, traduzido, adaptado e validado para a língua portuguesa por Alves e Lourenço (2001).

Tabela 8 - Escalas e dimensões motivacionais do EMI-2.

Dimensões Fatores Itens

Motivos psicológicos

Stress 6; 20; 34;46;

Revitalização 3; 17; 31;

Prazer 9; 23; 37; 48;

Desafio 14; 28; 42; 51;

Motivos interpessoais Reconhecimento social 5; 19; 33; 45;

(55)

38 Competição 12;26; 40; 50; Motivos de saúde Saúde 11; 25; 39; Doença 2; 16; 30; Manter-se saudável 7; 21; 35; Motivos relacionados com o corpo Peso 1; 15; 29; 43; Aparência 4; 18; 32; 44; Motivos de condição física Força/resistência 8; 22; 36; 47; Agilidade 13; 27; 41;

As respostas ao EMI-2 são dadas numa escala de Likert de 6 pontos (0= “nada verdadeiro para mim”; 5=”completamente verdadeiro para mim”); quando a afirmação é entendida como “parcialmente verdade para mim” é assinalado o 1; 2; 3; ou 4, de acordo com a intensidade com que essa mesma afirmação reflete o porquê da pessoa praticar exercício físico. A avaliação das respostas obtém-se através do cálculo da média dos itens correspondentes a cada fator motivacional. Assim, cabe destacar aqueles fatores com pontuação mais e menos elevadas, que representam respetivamente os motivos mais e menos importantes para a prática de exercício físico.

3.3 Procedimentos estatísticos

Após a recolha dos dados através dos questionários, estes foram introduzidos no programa Microsoft Office Excel 2010 (Microsoft Corporation, Microsoft Office Professional Plus 2010, Impressa Systems, Santa Rosa, California), posteriormente foram transferidos/introduzidos no software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) (IBM SPSS Statistics, v 19.0, Somers, NY, USA), onde foram devidamente tratados e retirados todos os gráficos e tabelas necessárias para o desenvolvimento da investigação. Os procedimentos estatísticos utilizados foram a estatística descritiva (médias e desvio-padrão) e a inferencial (T-test e a ANOVA).

Referências

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