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Análise de viabilidade econômica e financeira de ampliação de uma pequena propriedade rural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PAULA RAQUEL JUNGES

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE

AMPLIAÇÃO DE UMA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL

IJUÍ (RS)

2014

(2)

PAULA RAQUEL JUNGES

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE

AMPLIAÇÃO DE UMA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Professora Orientadora: Stela Maris Enderli

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão da graduação aos meus pais, irmão, familiares e amigos que sempre me incentivaram e me ajudaram na realização desse sonho.

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RESUMO

O trabalho teve como finalidade a realização de um estudo sobre a viabilidade econômico-financeira de implementação de um investimento em uma propriedade agrícola. Foi detectada a necessidade de adquirir novos implementos e assim verificar se a propriedade teria suporte de realizar o mesmo, avaliando os resultados econômicos gerados pela propriedade nos períodos, e também verificar se a mesma tem capacidade de gerar recursos financeiros (caixa) e se estes recursos serão suficientes para o retorno desejado.

Primeiramente foi realizada a definição sobre a contextualização do estudo em questão, onde consta a caracterização da organização, a problematização, os objetivos e a justificativa. Na sequência o embasamento teórico, com os principais autores dos assuntos.

O estudo classifica-se como pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa. Tendo como base dados pesquisados ao longo do estudo, e também informações levantadas a partir de entrevistas.

Houve a realização dos cálculos e estimativas, assim como a atualização destes valores pela taxa de inflação a partir do segundo período. Desta forma, foram utilizadas planilhas e quadros para a realização do estudo de caso, possibilitando a interpretação e análise dos resultados gerados, bem como suas respectivas análises que comprovaram a viabilidade do investimento proposto pelos proprietários rurais.

PALAVRAS CHAVE: Contabilidade. Contabilidade Gerencial. Investimento. Análise de viabilidade econômica. Análise de viabilidade financeira.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Sugestão de estrutura da demonstração do resultado do exercício.. 24

Quadro 2- Fórmula para cálculo do índice de rentabilidade... 26

Quadro 3- Fórmula para cálculo do índice de lucratividade... 27

Quadro 4- Fluxo de caixa de ingressos e de desembolsos... 29

Quadro 5- Fórmula para cálculo da TIR... 31

Quadro 6- Fórmula para cálculo do payback simples... 33

Quadro 7- Fórmula para cálculo do payback descontado... 33

Quadro 8- Fórmula VAUE... 34

Quadro 9- Investimentos...40

Quadro 10- Receitas atuais... 41

Quadro 11- Receitas projetadas... 41

Quadro 12- Custos e despesas atuais... 42

Quadro 13- Custos e despesas projetadas... 43

Quadro 14- Pró labore... 44

Quadro 15- Depreciação atual... 45

Quadro 16- Depreciação projetada... 45

Quadro 17- Demonstração do resultado do exercício... 46

Quadro 18- Fluxo de caixa atual...48

Quadro 19- Fluxo de caixa projetado...49

Quadro 20- Período de payback simples e descontado...50

Quadro 21- Cálculo da TIR...50

Quadro 22- Cálculo do VAUE...50

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LISTA DE SIGLAS

DRE - Demonstração do Resultado do Exercício; IL - Índices de Lucratividade;

IR - Índices de Rentabilidade; IRR - Internal Rate of Return; PV - Fluxos de caixa;

ROL - Receita Operacional Líquida; TIR - Taxa Interna de Retorno; TMA - Taxa Mínima de Atratividade; TR - Taxa de Rentabilidade;

VAUE - Valor Atual Uniforme Equivalente; VPL - Valor Presente Líquido;

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SUMÁRIO RESUMO... 4 LISTA DE QUADROS... 5 LISTA DE SIGLAS... 6 INTRODUÇÃO... 8 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO... 9

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO... 9

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA EM ESTUDO... 9

1.4 OBJETIVOS... 10 1.4.1 Objetivo geral... 10 1.4.2 Objetivos específicos... 10 1.5 JUSTIFICATIVA... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 12 2.1 RAMO DA ATIVIDADE... 12 2.2 CONTABILIDADE... 12 2.2.1 Conceito... 13 2.2.2 Objeto da contabilidade... 14 2.2.3 Finalidades da contabilidade... 15

2.2.4 Campo de aplicação da contabilidade... 15

2.2.5 Usuários da informação contábil... 16

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL... 16

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE... 17

2.4.1 Investimentos...18

2.4.2 Receitas, despesas e custos... 19

2.4.3 Depreciação... 22

2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE... 22

2.5.1 Análise de viabilidade econômica... 23

2.5.2 Análise de viabilidade financeira... 27

3 METODOLOGIA DO ESTUDO... 35

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 35

3.1.1 Quanto à natureza...35

3.1.2 Quanto aos objetivos... 35

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema... 36

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos... 36

3.2 COLETA DE DADOS... 37

3.2.1 Instrumento de coleta de dados... 38

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS... 39

4 ESTUDO DE CASO... 40

4.1 INVESTIMENTOS...40

4.2 RECEITAS... 40

4.3 CUSTOS E DESPESAS... 42

4.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA ... 46

4.5 ANÁLISE DE VIABILIDADE FINANCEIRA ... 47

CONCLUSÃO... 52

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INTRODUÇÃO

É cada vez mais comum as propriedades rurais buscarem ajuda na Contabilidade seja pelo fato de realizar estudos que ajudem no progresso da mesma, seja simplesmente por atender uma obrigação da lei como é o caso da declaração do imposto de renda.

Realizar um estudo de viabilidade é bastante interessante do ponto de vista econômico-financeiro. Quando um proprietário rural decide realizar um investimento é necessário que ele analise sua situação financeira para averiguar se têm condições de realizar o mesmo ou se será necessário o financiamento junto a terceiros.

O objetivo principal deste trabalho foi realizar um estudo para analisar a viabilidade de um investimento de implementos agrícolas em uma pequena propriedade rural que possui como única fonte de renda a bacia leiteira.

No primeiro capítulo tem-se a contextualização do estudo onde é possível conhecer algumas características da propriedade, bem como os objetivos da realização deste projeto e sua justificativa. Na sequência apresenta o referencial teórico com os assuntos e seus respectivos autores. O terceiro capítulo traz a metodologia do estudo onde foi demonstrado como a pesquisa foi classificada em seus diferentes aspectos e também como os dados foram coletados e interpretados durante a mesma. E finalizando o quarto capítulo demonstra os quadros que foram elaborados, bem como as respectivas análises para verificar a viabilidade do investimento proposto.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nesse capítulo apresenta-se a estrutura do trabalho de conclusão de curso contemplando a área de conhecimento, a caracterização da organização, o problema, o objetivo geral e os específicos e a justificativa.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

O Curso de Ciências Contábeis possui diversas disciplinas que abordam diferentes áreas de atuação profissional, sendo uma delas a Análise de Viabilidade que é o tema desse estudo. O mesmo foi realizado em uma pequena propriedade rural, localizada no município de Sede Nova, que possui como única fonte de renda a produção leiteira.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização em estudo é uma pequena propriedade rural localizada na comunidade de Monte Belo, interior do município de Sede Nova, região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

É administrada por um casal, que atua na atividade leiteira desde meados dos anos 90. Inicialmente esta atividade não era a principal fonte de renda da propriedade, mas aos poucos com o crescimento da mesma aliada com alguns acontecimentos tornou-se a única atividade como fonte de renda da propriedade. A propriedade possui uma área de 13 hectares, dos quais três hectares são arrendados.

Esta propriedade não está submetida à escrituração contábil, pois se caracteriza como pequena propriedade rural e não está registrada na Junta Comercial.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA EM ESTUDO

A análise de viabilidade é de suma importância para um bom planejamento de uma empresa ou propriedade. É através dela que o empresário terá comprovada a probabilidade do investimento dar certo ou não. Identificam-se os pontos fortes e os

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pontos fracos da entidade e faz-se um estudo e uma análise sobre a realidade da mesma e a partir disso identifica-se se o investimento proposto é viável.

A análise econômico-financeira consiste no estudo e na aplicação de uma metodologia específica de avaliação de empreendimentos, na busca de respostas precisas quanto à real situação das organizações ou quais os motivos que levaram a apresentar determinado crescimento ou queda. Sobre este assunto, são esclarecedoras as palavras de Santos (2000 apud BRIZOLLA, 2008, p.57)

Com o crescimento da produção leiteira nos últimos anos vêm também como consequência os altos investimentos para que as propriedades possam progredir financeiramente. Conforme as propriedades vão conseguindo melhorar a qualidade do leite e de seus animais o preço tende a subir. Por exemplo, hoje tem-se os testes de qualidade do leite, onde são avaliados alguns requisitos, e sendo assim, se o produtor atingir o índice desejável, o preço aumenta. A qualidade do leite está ligada também, dentre outros fatores, com a alimentação adequada do seu rebanho.

Neste contexto questiona-se: é viável econômica e financeiramente o investimento de alguns implementos para o melhoramento na produção da alimentação dos animais nesta pequena propriedade rural?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho dividem-se em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Avaliar a viabilidade econômica e financeira de incremento na atividade leiteira em uma pequena propriedade rural.

1.4.2 Objetivos específicos

 Revisar na literatura os conceitos e finalidades da análise de viabilidade econômica e financeira;

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 Projetar os custos, despesas operacionais e receitas para a atividade pretendida, por período;

 Demonstrar se é viável econômica e financeira, a implantação do novo empreendimento pela aplicação das técnicas específicas de analise de viabilidade.

1.5 JUSTIFICATIVA

Estudar a viabilidade de um investimento é um grande desafio para buscar conhecimentos necessários para a realização dos respectivos cálculos baseados em pesquisas e estudos já realizados.

O estudo da análise de viabilidade é sem dúvida um instrumento muito útil para gerenciar uma empresa. Através dela pode-se identificar algumas fragilidades que a empresa possa estar passando e ao mesmo tempo buscar soluções e novas perspectivas em relação à mesma. É por meio dessa análise que o proprietário teve uma projeção comprovada através de cálculos e estudos se o investimento foi viável ou não, se realmente a empresa teve condições e suporte para realizá-lo.

Este estudo ficará a disposição a quem tiver interesse nesta área do conhecimento, podendo assim aprofundar as pesquisas em relação ao tema, especialmente aos alunos do Curso de Ciências Contábeis contribuindo no desenvolvimento da profissão que está em ascensão nos últimos anos.

Na condição de concluinte do curso e futura profissional da Contabilidade o estudo ampliou meus conhecimentos em torno do tema que foi trabalhado.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico apresenta-se um estudo mais aprofundado com a pesquisa bibliográfica, contendo teorias de acordo com a área de conhecimento contemplada.

O objetivo desse item é buscar na literatura dos mais diversos autores a compreensão dos assuntos que são abordados neste trabalho.

2.1 RAMO DE ATIVIDADE

A atividade leiteira é um dos ramos de atividade que está em crescimento nos últimos anos, principalmente na região sul do Brasil. Esta atividade está cada vez mais buscando alternativas para elevar e aquecer a economia deste setor.

Como nos últimos anos a questão da produção de soja, trigo e milho tornou-se quatornou-se que inviável para as pequenas propriedades rurais devido aos tornou-seus altos custos, desde a preparação da terra para plantio até a sua colheita, viu-se na atividade leiteira uma oportunidade de gerar lucro.

Percebe-se que cada vez mais as famílias investem neste setor e possuem vários incentivos do governo federal, estadual e até mesmo municipal que vêem nesta atividade uma oportunidade de aquecer a economia do país. Outro motivo que o governo, nas suas três esferas, vê para estimular a produção de leite é a questão do êxodo rural. São muitos os jovens que saem da agricultura para as cidades em busca de novas oportunidades.

2.2 CONTABILIDADE

A contabilidade é muito importante para a vida de uma entidade. Com ela pode-se analisar vários indicadores que irão apontar deficiências ou números otimistas para as mesmas.

“A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis” (CREPALDI, 1998, p.17).

“A contabilidade deve estar pronta para suprir com informações precisas as pessoas físicas e jurídicas, cujos interesses são diferentes” (SILVA, 2005, p.3).

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Brizolla (2008, p.14) explica Contabilidade como

Uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples ela é necessária para organizar a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros. O papel da Contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas, posto que os recursos são escassos, e o gestor tem de escolher, entre as alternativas possíveis, as melhores, e para identificá-las são necessários os dados contábeis.

Para Crepaldi (2003, p.16) a Contabilidade é

Um instrumento da função administrativa que tem como finalidade: controlar o patrimônio das entidades, apurarem o resultado das entidades, prestarem informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades aos diversos usuários das informações contábeis.

Cappellari e Treter (2007, p.36) explicam que

A Contabilidade tem sido a base de dados da qual os empresários se valem para extrair as informações de que necessitam para uma eficiente gestão dos recursos, uma vez que as demonstrações contábeis servem de apoio ao gerenciamento da entidade, possibilitando conhecer com maior precisão a sua situação patrimonial e econômico-financeira.

A Contabilidade busca dados que possam ser manuseados, interpretados e transformados em informações relevantes e de tomada de decisões para as entidades.

2.2.1 Conceito

São vários os conceitos de Contabilidade. A seguir apresentam-se alguns deles.

Para Crepaldi (2003, p.16) “Contabilidade, de uma forma geral, é uma ciência, uma disciplina, um ramo de conhecimento humano, uma profissão que tem por objeto o estudo dos fenômenos patrimoniais”.

Crepaldi (2003, p.18) ainda define Contabilidade como “uma ciência concebida para coletar, registrar, resumir e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade”.

Para complementar a ideia sobre o conceito de Contabilidade Basso (2005, p.22) define como

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Conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira.

Silva (2005, p.3) explica que

A Contabilidade pode ser conceituada como um grande depósito de informações da empresa. Se organizada e controlada adequadamente, pode dar subsídios aos usuários sobre qualquer tipo de informação, seja de natureza econômica, seja financeira, de produção, física e social.

A Contabilidade é um ótimo instrumento para auxiliar as entidades em suas decisões a serem tomadas. Quando as informações são repassadas corretamente é muito válido o estudo feito.

2.2.2 Objeto da Contabilidade

O objeto da Contabilidade é o patrimônio. É a partir dele que se faz um estudo e buscam-se respostas para a averiguação em questão.

Para Basso (2005, p.23) “o objeto da Contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”.

Seguindo este raciocínio do ponto de vista da contabilidade os bens podem ser considerados objetos materiais ou imateriais do patrimônio de uma entidade. Já os direitos são os valores que a entidade tem a receber de terceiros e as obrigações são os valores que a entidade tem a pagar, representados principalmente em papéis como duplicatas, notas promissórias e contratos (BASSO, 2005).

Assim sendo os bens e direitos formam a parte positiva do patrimônio e as obrigações a parte negativa. E a diferença entre os valores positivos e negativos resulta no chamado patrimônio líquido da entidade.

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2.2.3 Finalidades da Contabilidade

“A Contabilidade tem como finalidade fundamental gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e planejamento” (BASSO, 2005, p.24).

Conforme Cappellari e Treter (2007, p.37) “a finalidade da Contabilidade é controlar o patrimônio e suas variações, bem como evidenciar a formação e distribuição dos resultados econômicos decorrentes da gestão da riqueza patrimonial”.

Para complementar a ideia sobre a finalidade da Contabilidade Crepaldi (2003, p.20) diz que

A Contabilidade é um dos principais sistemas de controle e informação das empresas. Com a análise de Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, é possível verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, de retorno de investimentos. A Contabilidade, também, fornece informações sobre condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir custos e despesas, necessidades de buscar recursos. Está aí outra finalidade da Contabilidade: o planejamento.

Verifica-se neste item a importância de realizar a Contabilidade nas entidades, pois através dela é possível analisar e projetar possíveis investimentos que venham a implementar o negócio, sem comprometer o capital da entidade.

2.2.4 Campo de aplicação da Contabilidade

Toda pessoa, seja ela de ordem física ou jurídica, que necessita de registros de seu patrimônio está submetido aos serviços contábeis.

Para Crepaldi (2003, p.28)

O campo de aplicação da contabilidade é o das entidades econômico-administrativas, também chamadas de aziendas. São aquelas que, para atingirem seus objetivos, sejam eles, econômicas ou sociais, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos de natureza econômica necessários a seus fins.

Complementando a ideia sobre os campos de atuação Contábil Basso (2005, p.27) escreve que

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O campo da Contabilidade é o mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido e perfeitamente delimitado, pode também estar aí se definindo um campo de aplicação da Contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas, entidades de fins ideais (sociais, culturais, recreativas, desportivas e outras), propriedades rurais e pessoas físicas em geral representam o amplo campo de aplicação da Contabilidade.

Os campos de atuação da profissão contábil, mais comuns e conhecidos são a Contabilidade Comercial, a Contabilidade Industrial, a Contabilidade Pública, a Contabilidade Bancária, a Contabilidade Rural, a Contabilidade de Cooperativas, Contabilidade de Seguradoras, a Contabilidade Hospitalar, dentre várias outras.

2.2.5 Usuários da Informação Contábil

São vários os usuários da informação contábil. Alguns são mais assíduos que outros devido a sua relação com a entidade.

No entendimento de Crepaldi (2003, p.30)

A contabilidade processa e traduz dados, produzindo relatórios e demonstrações contábeis que são colocados a disposição dos usuários internos e externos à entidade. Os usuários internos são representados pelos diferentes níveis da administração, e os externos são os acionistas, bancos, fornecedores e clientes e as próprias autoridades normativas ou fiscalizadoras.

Tem-se como principais exemplos de usuários os empregados das empresas, os sócios e acionistas, os administradores e outros responsáveis pelas decisões, fornecedores e emprestadores de dinheiro, o governo e as pessoas em geral.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

A Contabilidade Gerencial é um dos ramos da Contabilidade, cujo campo de aplicação é bastante amplo.

Iudícibus (1998, p.266) explica que

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de

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resultados por produto ou por serviço, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se houveram os vários setores da empresa em relação às metas previstas.

Segundo Crepaldi (1998, p.18)

Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial.

Para Iudícibus (1998, p.21)

A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na Contabilidade Financeira, na Contabilidade de Custos, na Análise Financeira e de Balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Seguindo esta linha de pensamento Iudícibus (1998, p.21) afirma que

De maneira geral, todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feitos “sob medida” para que a administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na Contabilidade Gerencial. Certos relatórios financeiros, todavia, são válidos tanto sob o ponto de vista do interessado externo à empresa quanto sob o ponto de vista da gerência.

É a contabilidade gerencial que permite aos administradores possuírem uma visão mais detalhada da situação da entidade e a partir disso servir como instrumento positivo na tomada de decisão.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

A análise de viabilidade nada mais é do que um estudo realizado em uma determinada entidade para analisar quais as causas que levaram a mesma a aumentar ou diminuir seus rendimentos e a partir disso verificar se um possível investimento é viável ou não.

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2.4.1 Investimentos

Cada entidade tem necessidades de tempos em tempos realizar novos investimentos em sua atividade fim, para melhorar a qualidade de seus produtos ou serviços prestados e como consequência conseguir aumentar seus lucros.

Padoveze (2000, p.221) define investimentos como “gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que serão imobilizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuros”.

Para Casarotto Filho e Kopittke (2010, p.92)

Investir consiste em renunciar a um consumo no presente em troca de uma promessa de um retorno satisfatório no futuro. Investir consiste, então, em deixar de gastar o dinheiro agora em um artigo de consumo para gastá-lo em algo que se espera que irá produzir um bom retorno no futuro.

Crepaldi (1998, p.57) explica que investimento é “um gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros”.

Conforme Motta e Calôba (2006, p.34)

Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa existente etc., buscando com isso criação de valor, ou seja, recuperação do valor investido (principal), mais uma rentabilidade do investimento (taxa de juros), em determinado prazo.

De acordo com Santos (2001, p.147) “a projeção dos investimentos abrange as estimativas de gastos com compra de direitos de utilização de marca, terrenos, construção civil, montagem de instalações comerciais ou industriais, além da aquisição de máquinas e equipamentos”.

“Investir envolve algo bastante sério e por essa razão exige uma análise rigorosa e metódica destinada a verificar se o negócio vale à pena” (CASAROTTO FILHO e KOPITTKE, 2010, p.92).

Assim pode-se verificar a importância da realização de um estudo para identificar se o investimento desejado por parte dos interessados é realmente viável sem comprometer os ativos da entidade.

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2.4.2 Receitas, despesas e custos

Cada entidade busca uma forma de sobrevivência e consequentemente uma maneira de gerar lucros. No decorrer deste processo tem-se as receitas, as despesas e também os custos.

2.4.2.1 Receitas

A receita de uma entidade ocorre em função da atividade fim da mesma. Conforme Brizolla (2008, p.36) a “receita decorre das operações normais e habituais da empresa. Se a empresa é comercial, decorre das vendas das mercadorias, se é de prestação de serviços, decorre dos serviços prestados”.

No entendimento de Basso (2005, p.73) receita é

A variação que provoca a entrada de elementos no ativo sob forma de dinheiro ou de direitos a receber, provenientes da realização das atividades principais ou secundárias da entidade, e que geralmente correspondem à venda de mercadorias, produtos e bens, ou à prestação de serviços. Entretanto, uma receita pode também, derivar de rendas sobre títulos, juros de poupanças e outros ganhos eventuais.

Assim verifica-se que a receita está vinculada ao objetivo pelo qual a entidade foi criada. Quanto mais a entidade vender ou prestar serviços, maior será sua receita.

2.4.2.2 Despesas

As despesas de uma entidade geralmente estão ligadas a parte administrativa da mesma.

Crepaldi (1998, p.57) define despesa como um “gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas”.

Para Padoveze (2000, p.222) “despesas são gastos necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transforma-se em despesas”.

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A partir destes conceitos pode-se analisar que as despesas não estão ligadas a fabricação dos produtos, mas quando o produto estiver pronto, se o mesmo necessitar de uma embalagem, por exemplo, este gasto torna-se uma despesa.

2.4.2.3 Custos

Consideram-se custos todos os gastos necessários para a fabricação/produção de um produto.

Crepaldi (1998, p.57) define custo como um “gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção”.

No entendimento de Padoveze (2000, p.222) custos

São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascerem os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à área industrial da empresa.

Iudícibus (1998, p.114) explica que “custo de produto é o valor atribuído aos insumos contidos na produção terminada, porém mantida em estoque”.

Para Santos (2001, p.162) “a apuração, análise e controle de custos geram informações necessárias à tomada de decisões, como precificação, definição da carteira de produtos e serviços, além da avaliação econômica de novos projetos de investimento”.

É muito fácil de confundir custos com despesas, mas os custos são os gastos realizados com o produto até que ele esteja pronto e no momento em que ocorre a venda dos mesmos tornam-se despesas.

Os custos ainda podem ser divididos em custos diretos e indiretos.

a) Custos diretos

Os custos diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados.

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Que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão-de-obra ou de máquina, quantidade de força consumida, etc.). Em geral, identificam-se com os produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida.

Os exemplos mais conhecidos de custos diretos são a matéria-prima, a mão-de-obra direta e a energia elétrica das máquinas.

b) Custos indiretos

Os custos indiretos são aqueles que necessitam de algum tipo de rateio. Padoveze (2000, p.237) define custos indiretos como sendo “os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, será através de critérios de distribuição ou alocação”.

Segundo Crepaldi (1998, p.60) os custos indiretos “dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio”.

Os exemplos mais comuns de custos indiretos são o aluguel, o salário dos supervisores de equipes de produção, gastos com limpeza da fábrica e energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

Os custos indiretos ainda podem ser fixos ou variáveis.

c) Custos fixos

Os custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido.

Padoveze (2000, p.237) explica que custos fixos são aqueles que “tendem a manterem-se constantes nas alterações das atividades”.

Para Iudícibus (1998, p.141) os custos fixos são aqueles “teoricamente definidos como os que se mantêm inalterados, dentro de certos limites, independentemente das variações da atividade ou das vendas”.

Os exemplos mais conhecidos de custos fixos são o aluguel, prêmios de seguros, salários de vigias, dentre outros.

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d) Custos variáveis

Os custos variáveis, ao contrário dos fixos, são aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido.

Segundo Crepaldi (1998, p.61) “se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção”.

De acordo com Iudícibus (1998, p.141) os custos variáveis são aqueles “que variam na mesma proporção das variações ocorridas no volume de produção ou outra medida de atividade”.

Os exemplos mais conhecidos são a matéria-prima, embalagem, materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas/máquinas trabalhadas, gastos com horas extras na produção, dentre outros.

2.4.3 Depreciação

É natural que um bem quando está em uso sofra algum tipo de desgaste, e é por isso que há a necessidade de calcular-se a depreciação.

Segundo Steinbrenner; Conrad; Brizola (2004, p.54) “a partir da constatação de que os ativos da empresa perdem sua capacidade de gerar serviços e como consequência seu valor contábil ao longo do tempo, entende-se a depreciação como sendo a representação desse desgaste”.

Basso (2005, p.226) faz menção à lei 6.404/76 que define depreciação como “a perda de valor dos direitos que tem por objeto bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou absolescência”.

Define-se primeiramente o valor residual do bem, que é aquele que o dono da mesma espera receber no final de sua vida útil. Após é definido o percentual de depreciação anual e então se calcula o valor da mesma.

2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

São várias as metodologias de análise de viabilidade de um investimento, as principais são descritas a seguir.

(23)

2.5.1 Análise de Viabilidade Econômica

A análise de viabilidade econômica é a averiguação se a entidade gerou lucro ou não, também denominado como resultado econômico.

“Quando se trata de um projeto de investimento, normalmente se consideram recursos humanos, materiais e financeiros, então existe a necessidade de analisar a viabilidade econômica do investimento” (SILVA, 2005, p.51).

De acordo com Silva (2005, p.52)

Em geral, as elaborações dos trabalhos de análise de viabilidade econômica são executadas pela área de finanças da empresa, pois é fundamental o conhecimento de métodos e critérios para que sejam demonstrados claramente os retornos sobre os investimentos, principalmente quando se trata de investimento de aspecto permanente.

É sempre interessante fazer esta análise para justificar junto aos investidores ou interessados ou até mesmo para os sócios, porque determinado projeto é mais interessante do que outro em diferentes aspectos e a partir de então tomar-se a decisão correta.

2.5.1.1 Demonstração de Resultado do Exercício – DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício, também representada pela sigla DRE, é uma demonstração contábil obrigatória definida em lei. Ela é considerada básica e é elaborada a fim de fornecer informações importantes para seus usuários, principalmente externos.

No entendimento de Crepaldi (2003, p.200)

A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo que apresenta, dentro de certa ordenação, os saldos finais dos movimentos de contas do sistema de resultado. A DRE refere-se sempre a determinado período de apuração – em geral um mês ou um ano. É apresentada em uma coluna simples, iniciando com a receita bruta, demonstrando os custos e despesas incorridas e finalizando com o resultado do período em questão.

Para Basso (2005, p.275) “a Demonstração do Resultado do Exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado exercício social”.

(24)

Objetivamente a Demonstração do Resultado do Exercício é o confronto entre receitas e despesas, ou seja, a partir dessa demonstração podem-se obter os valores correspondentes ao lucro ou ao prejuízo da empresa. Quando as receitas do período forem maiores que as despesas e custos temos um lucro e quando as despesas e custos forem maiores que as receitas temos um prejuízo.

De acordo com Silva (2005, p.6) “esse demonstrativo relata a história da atividade durante um exercício social ou durante períodos mais curtos, que podem ser, por exemplo, um trimestre ou um semestre”.

Quadro 1 - Sugestão para a estrutura da demonstração do resultado do exercício

Fonte: Basso (2011, p.313)

DISCRIMINAÇÃO A B

1 - RECEITA (OPERACIONAL) BRUTA XXXXX XXXXX

Venda de mercadorias x x

Venda de produtos x x

Prestação de serviços x x

2 - DEDUÇÕES DA RECEITA (OPERACIONAL) BRUTA (xxx) (xxx)

Impostos faturados (x) (x)

Devoluções e abatimentos (x) (x)

3 - RECEITA (OPERACIONAL) LÍQUIDA (1-2) xxxxx xxxxx

4 - CUSTOS (xxx) (xxx)

Das mercadorias vendidas (x) (x)

Dos produtos vendidos (x) (x)

Dos serviços prestados (x) (x)

5 - LUCRO (OPERACIONAL) BRUTO (3-4) xxxxx xxxxx

6 - DESPESAS (OPERACIONAIS) (xxx) (xxx)

De vendas (x) (x)

Receitas Financeiras x x

Despesas financeiras (x) (x)

Gerais e administrativas (x) (x)

7 - OUTRAS RECEITAS E DESPESAS (OPERACIONAIS) xxx xxx

Receitas x x

Despesas (x) (x)

8 - RESULTADO (OPERACIONAL) LÍQUIDO (5-6±7) xxxxx xxxxx

9 - RESULTADO NÃO OPERACIONAL (opcional) (xxx) xxx

Receitas x x

Despesas (x) (x)

10 -RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8±9) xxx xxx

11 - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (x) (x)

12 -PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES (x) (x) Debenturistas (x) (x) Administradores (x) (x) Empregados (x) (x) Outros beneficiários (x) (x) Outras contribuições (x) (x)

13 -RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10-11-12) xxx xxx

(25)

Meirelles Junior e Sá (2007, p.51) trazem a concepção de que

Num contexto estrutural a Demonstração do Resultado do Exercício fornece aos usuários das demonstrações contábeis um resumo dos resultados operacionais e não-operacionais da empresa durante um período, refletindo o efeito das decisões operacionais do gestor sobre o desempenho empresarial e os lucros ou prejuízo resultante para os acionistas em um período específico de tempo.

De uma maneira geral, na Demonstração do Resultado do Exercício constam as Vendas Brutas, Impostos, Devoluções e Cancelamentos, Vendas Líquidas, Custo dos Produtos Vendidos, Lucro Bruto, Despesas Operacionais, Despesas Comerciais, Despesas Administrativas, Lucro Operacional, Despesas Financeiras, Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro e por fim o Lucro Líquido.

2.5.1.2 Índices de Rentabilidade – IR

O índice de rentabilidade busca mostrar quão rentável pode ser um investimento para uma entidade.

O resultado econômico traduz-se como lucro ou prejuízo do capital investido que mede a rentabilidade (SILVA, 2005, p.18).

Brizolla (2008, p.100) explica que “a rentabilidade analisa os percentuais de remuneração dos diversos tipos de indicadores de capitais, de ativos e de outros aspectos do patrimônio da empresa”.

Segundo Crepaldi (2003, p.241)

Um dos indicadores mais simples é o cálculo do índice de rentabilidade da entidade, que compara o tamanho do lucro com o patrimônio líquido. As medidas para avaliação da rentabilidade de uma empresa relacionam valores dos resultados com grandezas representativas das receitas ou dos investimentos realizados. Comparando vários anos consecutivos, o analista vê não apenas se ele é crescente, mas também se significa um crescimento do patrimônio. Uma entidade pode, por exemplo, ter altos lucros, mas, por estar endividada, não acumular nada no final das contas.

Para Padoveze (2000, p.158) “os indicadores de rentabilidade tendem a propiciar análises e conclusões de caráter mais generalizante e de comparabilidade com terceiros”.

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Quadro 2 – Fórmula para cálculo do índice de rentabilidade

Fonte: Kassai et. al (2000, p.79)

A partir destes pensamentos pode-se perceber que ao comparar vários projetos, ao ponto de ter que escolher algum, apesar de muitas vezes representarem os valores presentes líquidos próximos, deve-se levar em conta os recursos iniciais que podem variar muito. Quanto maior o índice de rentabilidade, melhor será o projeto.

2.5.1.3 Índice de Lucratividade – IL

O índice de lucratividade serve para entender uma entidade em relação a vários pontos diferentes, tendo como base o seu faturamento dentro de um período estabelecido.

Para Brizolla (2008, p.98) “a lucratividade consiste em comparar os diversos estágios do resultado (lucro bruto, lucro operacional e lucro líquido do exercício) da empresa com o volume monetário da ROL (receita operacional líquida de venda e serviços) do período em análise”.

“Os indicadores de lucratividade sobre vendas devem ser analisados em relação aos padrões internos preestabelecidos e aos períodos passados e futuros. Isoladamente não propiciam conclusões definitivas” (PADOVEZE, 2000, p.158).

De acordo com Kassai et. al (2000, p.78) o índice de lucratividade

É medido por meio da relação entre o valor presente dos fluxos de caixa positivos (entradas) e o valor presente dos fluxos de caixa negativos (saídas), usando-se como taxa de desconto a taxa de atratividade do projeto (TMA). Esse índice indica o retorno apurado para cada R$ 1,00 investido, em moeda atualizada pela taxa de atratividade.

Silva (2005, p.51) explica que “índice de lucratividade é a comparação de dois investimentos. Acha-se o valor presente líquido, que depois é dividido pelo valor do investimento inicial, e então encontra-se o índice”.

TR (%) = PV (fluxos de caixa positivos)

(27)

É considerado atraente todo investimento que apresente IL maior ou igual a 1,00 (KASSAI et al., 2000, p.78).

Quadro 3 – Fórmula para cálculo do índice de lucratividade

IL = PV (fluxos de caixa positivos) PV (fluxos de caixa negativos)

Fonte: Kassai et. al (2000, p.78)

O índice de lucratividade demonstra o percentual de contribuição que um projeto gerou para a empresa, levando em consideração o custo de capital da empresa e todos os fluxos de caixa a valor presente.

2.5.2 Análise de viabilidade Financeira

A análise de viabilidade financeira é a checagem do resultado financeiro, ou seja, a geração de caixa no período em questão. O fluxo de caixa é o principal instrumento da gestão financeira, e a partir dele calculam-se as demais técnicas da viabilidade financeira.

“A informação contábil-financeira é imprescindível para o gerenciamento dos negócios atuais e o planejamento do futuro, visando a subsidiar o processo decisório” (BRIZOLLA, 2008, p.23).

A análise de viabilidade financeira envolve a transformação de dados financeiros de uma forma que possam orientar a posição financeira da entidade, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento deva ser feito no caso de precisão.

Quando é feito o cálculo de prováveis entradas e saídas em um fluxo de caixa de uma entidade é possível fazer uma análise da situação financeira da mesma.

(28)

2.5.2.1 Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa, quando bem elaborado, representa uma importante informação gerencial. É por isso que ele deve ser projetado com os valores reais das entidades. Quanto mais verdadeiras as informações, mais preciso será o resultado. Silva (2005, p.11) destaca o Fluxo de Caixa como “o principal instrumento de gestão financeira que planeja, controla, e analisa as receitas, as despesas, e os investimentos, considerando determinado período projetado”.

De acordo com Santos (2001, p.145) “para efetuar a análise econômica de um projeto de investimento, seus dados de entradas e saídas de dinheiro são dispostos na forma de um quadro denominado fluxo de caixa”.

Para o fluxo de caixa tornar-se referência de gestão, é necessário que seja possível: mensurar o efeito resultante entre as decisões gerenciais e o nível de liquidez; aumentar o horizonte de projeção, consequentemente aumentar uma visão futura da empresa; acompanhar os processos vigentes, bem como fazer uma revisão contínua desses processos no caso de eventuais mudanças nos negócios (SILVA, 2005, p.13).

Silva (2005, p.11) explica que o fluxo de caixa

Consiste numa representação gráfica (planilha) e cronológica de entradas (ingressos) e saídas (desembolsos) de recursos monetários, o que permite às empresas executar suas programações financeiras e operacionais, projetadas para certo período de tempo.

Wbatuba; Fortes; Treter (2004, p.65) destacam que o fluxo de caixa tem como objetivo

Projetar as disponibilidades financeiras da empresa, produzindo informações necessárias para a programação da captação de recursos financeiros, otimização das aplicações de sobras de caixa, gerenciamento de contas a pagar, avaliação do impacto de variações de custos e preços, dentre outras decisões importantes.

Sobre objetivos do fluxo de caixa Zdanowicz (1995, p.228) afirma que

Dentre outros, destaca-se a de detectar possível escassez ou excedentes de caixa para que, baseados nestas identificações, sejam tomadas, em tempo hábil, as providências necessárias tanto no que concerne à aplicação dos saldos, como na captação de recursos financeiros para cobrir possíveis necessidades de caixa.

(29)

Santos (2001, p.145) traz a concepção de que

Os dados no fluxo de caixa são dispostos sequencialmente em períodos de tempo, começando no momento zero, onde é registrado o investimento inicial. As entradas e saídas de caixa provenientes das operações são consideradas como tendo acontecido no final dos períodos de tempo a que se referem (mês ou ano).

Quadro 4 - Fluxo de caixa de ingressos e de desembolsos

ITENS Mês... Dias 1 2 3 4 5 6 .... 25 26 27 28 29 30 31 1. INGRESSOS Vendas à vista Recebimentos de duplicatas Empréstimos Aluguéis recebidos Receitas financeiras Outros 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Pagamentos de duplicatas Pagamentos de serviços terceiros Salários e ordenados Amortizações Impostos e taxas FGTS a recolher INSS a recolher Outros

3. AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE CAIXA 4. CAIXA ACUMULADO Fonte: Zdanowicz (2004, p.165)

O fluxo de caixa quando elaborado com responsabilidade fornece um parecer imediato sobre os impactos causados ao caixa mediante as decisões tomadas pela entidade em um período estabelecido. A partir da elaboração destes dados é possível realizar uma análise e perceber qual a melhor solução para a situação em que a entidade se encontra. Mas para que isso ocorra é necessário que se mantenha o fluxo de caixa sempre revisado e atualizado.

(30)

2.5.2.2 Taxa Interna de Retorno - TIR

A taxa interna de retorno – TIR nada mais é do que a remuneração do capital investido em forma de taxa.

Silva (2005, p.51) conceitua a TIR como

A taxa de juros que anula o valor presente líquido corresponde à taxa interna de retorno (TIR). Entre duas alternativas econômicas com TIR diferentes, a que tiver a maior taxa significa que o investimento vai proporcionar maior retorno. O investimento será economicamente atraente apenas se a TIR for maior do que a taxa mínima de atratividade.

No entendimento de Santos (2001, p.154) “do ponto de vista financeiro, a Taxa Interna de Retorno (TIR) de um investimento é o percentual de retorno obtido sobre o saldo do capital investido e ainda não recuperado”.

Na mesma linha de pensamento Kassai et. al (2000, p.66) explica que

A taxa interna de retorno (TIR) ou Internal Rate of Return (IRR) é uma das formas mais sofisticadas de se avaliar propostas de investimentos de capital. Ela representa a taxa de desconto que iguala, num único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um VPL igual a zero.

Casarotto Filho e Kopittke (2010, p.39) define que “a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa é a taxa para a qual o valor presente líquido do fluxo é nulo. O VPL é o somatório dos valores presentes de todas as parcelas”.

“A taxa interna de retorno (TIR) é um índice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo, necessitando, para que isso, que haja receitas envolvidas, assim como investimentos” (MOTTA, CALÔBA, 2006, p.116).

“É considerado economicamente atraente todo investimento que apresente TIR maior ou igual à TMA” (KASSAI et al., 2000, p.66).

A taxa interna de retorno, isoladamente, não é uma medida de atratividade do investimento, não podendo ser usada diretamente como critério de seleção ou ordenação entre oportunidades de investimento, a não ser que todas elas tenham investimentos iguais, caso em que a opção de maior TIR deve ser escolhida (MOTTA e CALÔBA, 2006, p.119).

(31)

Quadro 5 – Fórmula para cálculo da TIR

Fonte: Motta e Calobâ (2006, p.116)

A taxa interna de retorno é a única taxa de desconto que, quando aplicada às entradas e saídas de caixa da vida econômica do investimento, fornece um valor presente líquido de zero. Naturalmente o resultado variará com mudanças na vida econômica e no padrão de fluxo de caixa.

2.5.2.3 Taxa Mínima de Atratividade - TMA

A taxa mínima de atratividade é a taxa utilizada para calcular o valor presente de fluxos de caixa futuros.

Ao se analisar uma proposta de investimento deve ser considerado o fato de se estar perdendo a oportunidade de auferir retornos pela aplicação do mesmo capital em outros projetos. A nova proposta para ser atrativa deve render, no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Este é, portanto, a taxa mínima de atratividade (CASAROTTO FILHO e KOPITTKE, 2010, p.97).

Silva (2005, p.52) explica que “a taxa mínima de atratividade equivale ao custo de oportunidade de capital, expresso sob a forma de taxa de juros”.

Para Kassai et. al (2000, p.58) a taxa mínima de atratividade

É a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto; caso contrário, o mesmo deve ser rejeitado. É, também, a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa quando se usa o método do valor presente líquido (VPL) e o parâmetro de comparação para a TIR. É o rendimento mínimo de uma segunda melhor alternativa do mercado.

Onde:

FCj é um fluxo de caixa qualquer, genérico, para j = [0; n] Unidades: % ao ano, ou % ao mês

Campo de definição: [ - ∞; + ∞ ]

Tipo de função: polinômio em i de grau n

n

∑ FCj . { 1 / (1 + i) } ʲ = 0

j = o

(32)

De acordo com Casarotto Filho e Kopittke (2010, p.42)

A TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco e alta liquidez, ou seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA. Uma das formas de se analisar um investimento é confrontar a TIR com a TMA do investidor.

A taxa mínima de atratividade deve ser interessante para o investidor, onde ele propõe a taxa mínima que ele quer ganhar, ou para aquele que deseja realizar algum investimento, onde ele determinada a taxa máxima que ele quer ou poderá pagar.

2.5.2.4 Período de Payback

O período de Payback é um dos diversos métodos de avaliação de um investimento.

Este indicador indica o período de tempo necessário para que a empresa recupere o seu investimento. Ele é o principal método não exato, que mede o tempo necessário para que a somatória das parcelas anuais seja igual ao investimento inicial (GUIMARÃES, MARTINS, 2012, p.4).

Kassai et. al (2000, p.84) define payback como

O período de recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio de fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento. É o período em que os valores dos investimentos (fluxos negativos) se anulam com os respectivos valores de caixa (fluxos positivos).

O payback pode ser simples ou descontado.

“O período de Payback simples considera em quanto tempo se dará o retorno do investimento inicial” (SILVA, 2005, p.52).

Iudícibus (1998, p.264) explica que o período de Payback simples “dá muita ênfase ao tempo que demorará para recuperar o investimento e desenfatiza a lucratividade do projeto. Entretanto, é, provavelmente, o método mais usado, na prática, para avaliação de projetos”.

(33)

Quadro 6 – Fórmula para cálculo do payback simples Payback = Investimento Receitas anuais

Fonte: Motta e Calôba (2006, p.99)

As vantagens de um período de Payback simples é que ele é fácil de calcular e de entender. Mas por outro lado ele apresenta alguns riscos como a chamada miopia financeira e também por ele não considerar o custo do dinheiro no tempo.

O período de Payback descontado é aquele que mede o prazo de recuperação do capital investido, levando em consideração o custo do dinheiro no tempo.

Para Silva (2005, p.52) no payback descontado “o fluxo de caixa é analisado depois que se deduz a capitalização da taxa de desconto, isto é, o valor presente líquido”.

Segundo Kassai et. al (2000, p.87) o payback descontado “é mais „refinado‟ e proporciona uma análise mais elaborada, apesar de manter as outras falhas da versão original, referentes a distribuição dos fluxos de valores, bem como daqueles que ocorrem após o período de recuperação”.

Quadro 7 – Fórmula para cálculo do payback descontado

Fonte: Motta e Calôba (2006, p.105)

ʲ ⁼ ¹ Onde:

FCC (t) é o valor atual do capital, ou seja, o fluxo de caixa descontado (para o valor presente) cumulativo até o instante t;

I é o investimento inicial (em módulo), ou seja, -I é o valor algébrico do investimento, localizado no instante 0 (início do primeiro período); Rj é a receita proveniente do ano j;

Cj é o custo proveniente do ano j; i é a taxa de juros empregada; e

j é um índice genérico que representa os períodos j = 1 a t. FCC (t) = - I + ∑ᵗ (Rj - Cj ) / (1 + i)ʲ; 1 ≤ t ≤ n

(34)

O Payback descontado tem como pontos fortes a consideração do dinheiro no tempo e é de fácil compreensão. Mas como todo método, ele também tem desvantagens como maior complexidade algébrica, é necessário o conhecimento do custo de capital e a miopia financeira ainda permanece.

2.5.2.5 Valor Atual Uniforme Equivalente – VAUE

O valor anual uniforme equivalente é mais um método que busca ajudar na elaboração de uma análise de viabilidade financeira.

Para Kassai et. al (2000, p.81) o VAUE “ consiste em obter um valor médio periódico dos fluxos de caixas positivos e compará-lo com o valor médio dos fluxos de caixa negativos”.

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010, p.95) o método do valor anual uniforme equivalente (VAUE)

Consiste em achar a série uniforme anual (A) equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à taxa mínima de atratividade (TMA), ou seja, acha-se a série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada projeto utilizando-se a TMA. O melhor projeto é aquele que tiver o maior saldo positivo.

De acordo com Kassai et. al (2000, p.84) “o VAUE pode ser interpretado como um VPL periódico, ou seja, enquanto o VPL tradicional representa um valor total para todo o projeto, o VAUE é um valor médio por período”.

Quadro 8 – Fórmula VAUE

VAUE = PMT (fluxos positivos; TMA) - PMT (fluxos negativos; TMA) Fonte: Kassai et. al (2000, p.81)

A forma de analisar um projeto pelo método do VAUE é bastante semelhante com a do VPL, ou seja, os projetos com resultados acima de zero são aceitos, mas sempre levando em consideração que a melhor alternativa é aquela que apresentar VAUE maior.

(35)

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia de um trabalho pode ser entendida como um conjunto de procedimentos para atingir um determinado ponto.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação desta pesquisa foi dividida quanto a sua natureza, quanto aos objetivos, quanto à forma de abordagem do problema e quanto aos procedimentos técnicos.

3.1.1 Quanto à natureza

Do ponto de vista de sua natureza a pesquisa pode ser básica ou aplicada. A pesquisa aplicada fornece várias possibilidades de aplicação.

Segundo Vergara (1998, p.45) a pesquisa aplicada é “fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

No entendimento de Marconi e Lakatos (1990, p.19) a pesquisa aplicada “caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”.

Nesse sentido esse trabalho classificou-se como pesquisa aplicada em função de proporcionar um estudo sobre a viabilidade de um investimento necessário para esta propriedade rural.

3.1.2 Quanto aos objetivos

Trata-se de uma pesquisa descritiva. Para Vergara (1998, p.45) a pesquisa descritiva:

Expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

(36)

Nesse sentido esse trabalho classificou-se como descritivo em função de realizar um estudo em uma propriedade rural tendo como base a sua atual realidade, utilizando os dados já existentes e a partir disso analisar a viabilidade do investimento pretendido.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

Quanto à forma de abordagem do problema, a mesma pode ser dividida em qualitativa e quantitativa, e as duas formas podem ser utilizadas em um mesmo estudo.

No entendimento de Vergara (1998, p.57) “os dados podem ser tratados de forma qualitativa codificando-os, apresentando-os de forma mais estruturada e analisando-os”.

Para o respectivo estudo foi utilizada somente a forma qualitativa por não utilizar procedimentos estatísticos.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos este estudo utilizou inicialmente a pesquisa bibliográfica, posteriormente a pesquisa documental e para finalizar o estudo de caso.

Segundo Vergara (1998, p.46) a pesquisa bibliográfica

É o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.

Para Marconi e Lakatos (1990, p.66)

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

(37)

De acordo com Gil (1999, p.65) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

A característica da pesquisa documental para Marconi e Lakatos (1990, p.57) “é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escrita ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois”.

Para Vergara (1998, p.46) a pesquisa documental:

É a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeo - tape, informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros.

O estudo de caso para Vergara (1998, p.47)

É o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.

Nesse sentido esse trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica, a documental e também o estudo de caso em função de realizar pesquisas em livros, revistas, publicações, bem como documentos da propriedade rural. O respectivo estudo foi elaborado com base nos dados já existentes desta propriedade caracterizando assim um estudo de caso.

3.2 COLETA DE DADOS

Neste item do trabalho são descritos os métodos que foram utilizados para a coleta de dados necessários para a elaboração da pesquisa. Para Marconi e Lakatos (1990, p.30) a coleta de dados é a “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

Para o respectivo trabalho foi utilizada principalmente a observação dos acontecimentos e também a entrevista com o proprietário a fim de identificar dados necessários para o estudo realizado.

(38)

3.2.1 Instrumento de coleta de dados

Os instrumentos de coleta de dados que foram utilizados na elaboração deste trabalho foi a observação de forma sistemática, individual e na vida real e também a entrevista.

Para Marconi e Lakatos (1990, p.79)

A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar.

“A observação sistemática realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos pré-estabelecidos. Deve ser planejada com cuidado e sistematizada” (MARCONI E LAKATOS, 1990, p.81).

A observação individual para Marconi e Lakatos (1990, p.82)

É realizada por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de controles. Por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando ao anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as interpretações.

A observação na vida real segundo Marconi e Lakatos (1990, p.83)

Normalmente é feita no ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação. A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Isto reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação.

Para Marconi e Lakatos (1990, p.85) na entrevista despadronizada ou não estruturada

O entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal.

A entrevista por sua vez é um procedimento no qual você faz perguntas a alguém que, oralmente, lhe responde. A presença física de ambos é necessária no

(39)

momento da entrevista, mas se você dispõe de mídia interativa, ela se torna dispensável (VERGARA, 1998, p.53).

A coleta de dados ocorreu conforme entrevista com o proprietário rural, sendo esta despadronizada. Foi realizada também a observação do andamento da atividade da propriedade bem como o registro dos dados na medida em que os mesmos foram ocorrendo.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e a interpretação dos dados foi realizada após a realização da entrevista com o proprietário rural e a coleta de dados, com o objetivo de encontrar a resposta para o problema a ser investigado.

Os dados foram inseridos em planilha Excel, elaborada a Demonstração do Resultado do Exercício e o Fluxo de Caixa. Em seguida foram calculados os indicadores de viabilidade econômica e financeira e finalizando com a análise dos resultados para identificar se o investimento é viável ou não.

(40)

4 ESTUDO DE CASO

A partir desta parte do trabalho são apresentados os números estudados nesta propriedade rural. Todos os dados foram obtidos através de entrevista com os proprietários, em documentos, como notas fiscais, e alguns números tiveram que ser projetados, devido à falta de documentos.

4.1 INVESTIMENTOS

Primeiramente foi necessário fazer um levantamento do que os proprietários desejavam investir na propriedade. Notou-se a necessidade de adquirir alguns implementos agrícolas que antes eram emprestados de familiares, mas devido a alguns motivos particulares isso não é mais possível.

Quadro 9 - Investimentos

Investimentos

Descrição Valor

01 distribuidor de ureia, adubo e semente R$ 2.500,00

01 roçadeira deslocável R$ 4.900,00

01 pulverizador agrícola de barras capacidade 600 litros (usado) R$ 4.000,00 01 plantadeira para plantio de milho e pastagens (usada) R$ 4.000,00

Capital de giro R$ 22.568,66

TOTAL R$ 37.968,66

Fonte: Dados da pesquisa.

Através deste quadro verifica-se que o investimento necessário totaliza um valor de R$ 37.968,66 (trinta e sete mil novecentos e sessenta e oito reais com sessenta e seis centavos), do qual R$ 22.568,66 (vinte e dois mil quinhentos e sessenta e oito reais com sessenta e seis centavos) é capital de giro que foi formado a partir de uma previsão de três meses de custos e despesas de produção.

4.2 RECEITAS

A receita de qualquer entidade está ligada diretamente com sua atividade fim. As receitas da propriedade estudada provem unicamente da atividade leiteira.

Referências

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