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Construção do cuidado farmacêutico às pessoas asmáticas do programa “aqui tem farmácia popular”: um relato de experiência

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO E ATENÇÃO FARMACÊUTICA

CONSTRUÇÃO DO CUIDADO FARMACÊUTICO ÀS PESSOAS

ASMÁTICAS DO PROGRAMA “AQUI TEM FARMÁCIA

POPULAR”: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

CRISTIELE BOSS NETTO

Ijuí – RS 2018

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CRISTIELE BOSS NETTO

CONSTRUÇÃO DO CUIDADO FARMACÊUTICO ÀS PESSOAS

ASMÁTICAS DO PROGRAMA “AQUI TEM FARMÁCIA

POPULAR”: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação

Lato Sensu em Gestão e Atenção

Farmacêutica, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

Orientadora: Márcia dos Angeles Luna Leite

Ijuí – RS 2018

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RESUMO

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, manifestando-se por recorrentes episódios de dispneia, crimanifestando-ses de sibilos, tosmanifestando-se e manifestando-sensação de aperto no peito, que vão variar em gravidade e frequência de pessoa para pessoa. O Programa “Aqui Tem Farmácia Popular” fornece acesso à alguns medicamentos do tratamento da asma e possibilita o contato do farmacêutico com um perfil específico de usuários do sistema de saúde. O objetivo deste estudo é relatar o processo de construção do cuidado farmacêutico focado nos usuários do Programa “Aqui Tem Farmácia Popular” que adquirem medicamentos para o tratamento da asma em uma farmácia privada. Foram analisadas as prescrições dos atendimentos realizados no período de três meses em que houve dispensação de medicamentos para o tratamento da asma via Programa. Foi feita uma revisão de materiais educativos voltados aos pacientes asmáticos e disponíveis para livre acesso na internet. A partir desse estudo foi proposta abordagem de educação em saúde centrada no usuário de medicamentos do tratamento da asma do programa Aqui Tem Farmácia Popular. Dando sequência nos atendimentos e analises dos usuários, podemos assim estar realizando o cuidado farmacêutico, o que acarreta no melhor desenvolvimento da profissão farmacêutica e a melhora clínica no tratamento de cada usuário.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 4 2 OBJETIVOS ... 6 2.1 OBJETIVO GERAL ... 6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 6 3 METODOLOGIA ... 7 3.1 LOCAL DO ESTUDO ... 7

3.2 ANÁLISES DO PERFIL DE DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ASMA PELO PROGRAMA “AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR” ... 9

3.3 REVISÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS PARA PESSOAS ASMÁTICAS DISPONIBILIZADOS NA INTERNET ... 9

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 10

4.1 ANÁLISES DO PERFIL DE DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ASMA PELO PROGRAMA ... 11

4.2 REVISÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS PARA OS USUÁRIOS ASMÁTICOS ... 13

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 16

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1 INTRODUÇÃO

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, manifestando-se por recorrentes episódios de dispneia, crises de sibilos, tosse e sensação de aperto no peito, que vão variar em gravidade e frequência de pessoa para pessoa. São mais frequentes à noite e pela manhã ao despertar (BUSSE; LEMANSKE, 2001; COOKSON, 1999).

Sabemos que as causas da asma não estão completamente esclarecidas. Mas, existem alguns fatores que favorecem as crises de asma como carga genética, a exposição ao ambiente com alérgenos e irritantes, fumaça do cigarro, alergias alimentares e outros fatores que levam aos sintomas. A asma não tem cura, mas quando controlada o paciente pode levar uma vida normal, com uma excelente qualidade de vida (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017).

No Brasil a prevalência de pessoas asmáticas chega a 10% da população total. Os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS apontam que em 2008, a asma foi a 3ª causa de internações hospitalares pelo SUS. Segundo um estudo realizado nas cidades de Recife, Salvador, Itabira, Uberlândia, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, cerca de 13,3% das crianças entre 6 e 7 anos e 13 a 14 anos eram asmáticas. Esse mesmo estudo indica que quando a asma não está sob controle o paciente procura 15 vezes mais as unidades de emergências médicas e ocorre em torno de 20 vezes mais hospitalizações em relação a um asmático que tem controle moderado sobre a doença. Totalizando cerca de 300 mil hospitalizações por ano o que aumenta as despesas para os cofres públicos (DATASUS, 2008).

Em 2011 esses dados diminuíram, segundo o DATASUS a asma ficou entre as quatros causas de internação hospitalar pelo SUS, com cerca de 160 mil hospitalizações em todas as idades (DATASUS, 2011). Já em 2014, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), dois milhões de brasileiros são diagnosticados com asma todos os anos. O total de internações pela doença diminuíram significativamente com um total de 111.723 mil no ano o que ainda gera um resultado negativo na qualidade de vida dos pacientes e no sistema público de saúde.

No Brasil a mortalidade relacionada com a asma ainda é alta. Houve uma pequena redução (10%) no número total de mortes entre 2008 e 2013, porém 5

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pacientes em média morrem de asma por dia no Brasil. Dados levantados entre os anos de 1998 a 2009 demonstra um aumento da mortalidade em regiões menos desenvolvidas em comparação com regiões mais desenvolvidas no Brasil (CARDOSO et al., 2017).

O termo Cuidado Farmacêutico no Brasil estabelece ainda uma relação muito nova entre o Farmacêutico e o paciente, tendo como principal objetivo a promoção, proteção e recuperação da saúde do paciente, usuário de medicamentos. Promove o uso racional de medicamentos, diminuindo as complicações relacionadas com o uso deles, previne as doenças e agravos, promovendo a saúde e minimizando as morbimortalidades relacionadas ao uso inadequado ou exagerado (BRASIL, 2013).

Apesar dessa pratica ser relativamente nova no Brasil, já sabemos que estão melhorando o resultado na adesão ao tratamento pelos pacientes, diminuição de custos, uso racional de medicamentos, redução dos efeitos adversos e interações medicamentosas (BRASIL, 2013; BRASIL, 2014; MENEZES, 2000; PEREIRA; FREITAS, 2008).

O Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) foi criado no ano de 2004, com o intuito de atender a população que tivesse condições de pagar um pequeno valor pelo seu medicamento, não ocasionando assim a interrupção no tratamento dos usuários em virtude de alguma dificuldade no acesso. Em 2006, o programa foi ampliado através de parcerias com farmácias e drogarias, além das parcerias com os estados e municípios, sendo essa nova iniciativa denominada “Aqui Tem Farmácia Popular”. Existem diferenças entre os dois programas, a primeira está relacionada na quantidade de itens disponibilizados nas redes próprias do PFPB, sendo maior que os itens das farmácias e drogarias credenciadas no programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. Outra diferença está nos custos desses medicamentos e preservativos para os usuários, a FIOCRUZ já estabeleceu esses valores na aquisição e logística de distribuição para a rede própria. E o Governo Federal para o programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, estabeleceu que o Ministério da Saúde pagará 90% do valor, e os outros 10% restantes quando houver será responsabilidade do usuário (PEREIRA, 2013).

Em outubro de 2010 foram incluídos no programa novos medicamentos para o tratamento de hipertensão e de outras doenças, como a osteoporose, renite,

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asma, Parkinson e glaucoma. E para a incontinência urinária foi disponibilizado fraldas geriátricas (PEREIRA, 2013).

Em 2011, foi lançada a campanha “Saúde Não Tem Preço” (SNTP), a qual determina que tanto as farmácias de Rede Própria, como as farmácias e drogarias credenciadas no programa “Aqui Tem Farmácia Popular” disponibilizem medicamentos para o tratamento de hipertensão e diabetes sem custo para os usuários. Em junho desse mesmo ano, o Ministério da Saúde através do SNTP, disponibilizou para os usuários, três medicamentos para o tratamento da asma, disponíveis em sete apresentações de forma totalmente gratuita. Sendo eles o Brometo de Ipratrópio, Dipropionato de Beclometasona e Sulfato de Salbutamol. Nas unidades da Rede Própria, está disponível somente o medicamento Sulfato de Salbutamol em três apresentações. Em 2016, a portaria foi revogada para a de nº 111, a qual está regulamentando o programa até o momento (BRASIL, 2017).

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Relatar o processo de construção do cuidado farmacêutico focado nos usuários do Programa “Aqui Tem Farmácia Popular” que adquirem medicamentos para o tratamento da asma.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Analisar o perfil de dispensação dos medicamentos do tratamento da asma fornecidos pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”.

- Revisar materiais educativos para usuários asmáticos disponibilizados na internet.

- Propor abordagem de educação em saúde centrada no usuário de medicamentos do tratamento da asma do programa “Aqui Tem Farmácia Popular”.

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3 METODOLOGIA

Este relato de experiência se passa numa farmácia de médio porte de uma rede privada situada na cidade de Ijuí, no estado do Rio Grande do Sul. O estudo relatado é motivado pela finalização do curso de especialização Lato Sensu em Gestão e Atenção Farmacêutica, realizado por uma farmacêutica que possui dois anos de formação, com carga horária diária de 10 horas, a qual também é designado o cargo de gerente.

3.1 LOCAL DO ESTUDO

A farmácia onde ocorre esse estudo atende em média 4.305 clientes por mês, destes atendimentos 335 estão relacionados ao programa “Aqui Tem Farmácia Popular” dos quais 12,6 usuários em média fazem uso dos medicamentos para o tratamento da asma. A grande maioria dos usuários tem idade superior a 45 anos totalizando 75% do público atendido.

Este estabelecimento farmacêutico aderiu ao programa “Aqui Tem Farmácia Popular” em Julho de 2013, com o objetivo de proporcionar aos clientes o acesso a todos os medicamentos que contemplam o seu tratamento, tendo em vista que os mesmos não são mais distribuídos pela rede pública nessa cidade.

Para a dispensação dos medicamentos disponíveis para o tratamento da asma pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular” a farmácia segue algumas normas e requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, conforme resumido no Quadro 1.

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Quadro 1: Requisitos para dispensação dos medicamentos do tratamento de asma disponíveis no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”

Requisitos Detalhamento Comparecimento do usuário do programa ao estabelecimento credenciado

O titular da prescrição ou laudo ou atestado médico deverá comparecer portando documento oficial com foto e CPF ou documento de identidade que conste o nº de CPF.

No caso de menores de idade, pode-se aceitar o CPF dos pais, até ser providenciado um próprio. Para esta dispensação, deverá ser apresentada a certidão de nascimento ou RG comprovando a responsabilidade do menor. Fica dispensada a obrigatoriedade da presença física do paciente, titular da receita médica, SOMENTE quando se enquadrar nas seguintes condições: - pessoa considerada incapaz, desde que comprovado;

- pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos.

A dispensação nos casos previstos acima apenas será realizada mediante a apresentação dos seguintes documentos:

- CPF e RG do paciente, titular da receita;

- CPF e RG do representante legal, o qual assumirá juntamente com o estabelecimento as responsabilidades pela efetivação da transação. Considera-se representante legal aquele que for:

- declarado por sentença judicial;

- portador de instrumento público de procuração que outorgue plenos poderes ou poderes específicos para aquisição de medicamentos junto ao Programa; ou

- portador de instrumento particular de procuração com reconhecimento de firma, que autorize a compra de medicamentos junto ao Programa. Apresentação de

prescrição médica com validade de 180 dias

Deve estar escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais; que contiver o nome e o endereço residencial do paciente e, expressamente, o modo de usar a medicação e que contiver a data e a assinatura do

profissional, endereço do consultório/unidade de saúde ou da residência, e o número de inscrição no respectivo Conselho profissional. Caso as

informações do endereço do usuário não tenham sido disponibilizadas pelo médico prescritor, está previsto o preenchimento das referidas informações pelo profissional farmacêutico, com a anuência do paciente, no ato da dispensação.

Assinatura do cupom vinculado

O usuário deverá assinar as 02 (duas) vias do Cupom Vinculado. Uma via deve ser entregue ao cliente e outra via deve ser armazenada no

estabelecimento obrigatoriamente por 05 (cinco) anos, juntamente com o respectivo Cupom Fiscal e cópia da receita médica.

Observação: Para usuários comprovadamente analfabetos, é aceita a digital nos Cupons Vinculados (a empresa deverá anexar a cópia da identidade para comprovação), desde que o próprio paciente compareça ao

estabelecimento para a aquisição.

Periodicidade Para cada princípio ativo, existe a seguinte regra de periodicidade de compra entre as dispensações: Para o conjunto de medicamentos para asma o prazo é de 30 dias.

Fonte: Adaptado de Manual (BRASIL, 2016).

Os usuários ou respectivos responsáveis que se enquadram em todos os requisitos citados acima tem o direito de receber as medicações para o tratamento da asma de forma gratuita através do programa. Assim, todos os usuários que seguiram os requisitos estabelecidos no período da pesquisa tiveram os seus dados analisados.

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3.2 ANÁLISES DO PERFIL DE DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ASMA PELO PROGRAMA “AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR”

A extração de dados sobre as dispensações de medicamentos do tratamento da asma via programa “Aqui Tem Farmácia Popular” foi realizada através do Sistema de Gestão Comercial (Sismec) utilizado na farmácia para controle de todas as dispensações efetivadas (versão 4.33.85 de 2017/2018) no período de 09 de agosto de 2017 a 09 de novembro de 2017, totalizando três meses de coleta. Foram analisadas todas as prescrições provenientes dos atendimentos aos usuários do programa para o tratamento da asma.

Em relação aos dados extraídos, foram codificados os nomes dos usuários e dos médicos, preservando assim a sua identidade para o estudo. Das prescrições foram coletados dados como idade do usuário, sexo, nome do medicamento; posologia; especialidade do médico prescritor e data da dispensação. O extrato de dados dos usuários ainda fornece mais informações como o número do CPF, do telefone e o endereço dos mesmos, porém para seguir a forma de preservação da identidade deles, optou-se por trabalhar somente com as outras variáveis citadas.

3.3 REVISÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS PARA PESSOAS ASMÁTICAS DISPONIBILIZADOS NA INTERNET

Foram pesquisados através da rede mundial de computadores materiais educativos cujo público-alvo eram pessoas asmáticas. Na pesquisa foram usadas como palavras-chave: asma; problemas relacionados com a asma; prevenção da asma; cuidados com a asma; tratamento da asma. Esses materiais foram coletados somente em português, estando todos disponíveis para seu livre acesso na internet nos meses de janeiro e fevereiro de 2018.

Os dados obtidos foram compilados em tabelas por meio do Microsoft Office Excel (versão 2010), sendo realizada a coleta de título, fonte, público alvo, conteúdos relacionados, tipo de material, se o material é impresso ou digital, referências do material educativo e teóricas.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente o projeto teve como proposta estabelecer um sistema de registro de dados clínicos e orientação farmacêutica no local deste estudo, além de identificar as dificuldades dos usuários do programa “Aqui Tem Farmácia Popular” quanto ao uso dos medicamentos do tratamento da asma para elaboração de material educativo com foco nas principais dificuldades dos usuários atendidos. Contudo, em virtude do não convencimento dos benefícios do estudo proposto para o negócio, o projeto teve que ser repensado e reescrito de forma que não excluísse o tema inicial proposto.

Na análise do perfil de dispensação dos medicamentos para o tratamento da asma no programa “Aqui Tem Farmácia Popular” verificou-se que são disponibilizados três princípios ativos distintos com sete apresentações de formas farmacêuticas, sendo todos gratuitos através do programa, conforme apresentado no Quadro 2.

Quadro 2: Lista de medicamentos disponibilizados para asma pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”

Medicamento Apresentação

Brometo de Ipratrópio 0,02 mg Aerossol

Brometo de Ipratrópio 0,25 mg Gotas

Dipropionato de Beclometsona 50 mcg Aerossol Dipropionato de Beclometsona 200 mcg Aerossol Dipropionato de Beclometsona 250 mcg Aerossol

Sulfato de Salbutamol 5 mg Xarope

Sulfato de Salbutamol 100 mcg Aerossol

Fonte: Lista de Medicamentos (BRASIL, 2018).

Dentre as sete formas farmacêuticas, três delas não houve histórico de dispensação pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular” no período da pesquisa, sendo elas o brometo de ipratrópio 0,02 mg, o brometo de ipratrópio 0,25 mg e o sulfato de salbutamol 5 mg. Os dois primeiros citados os usuários relatam fazer uso, mas devido ao seu baixo custo para aquisição preferem compra-los, pois, não compensa a burocracia estabelecida pelo programa e o terceiro não há relatos de procuras para venda nem para dispensação.

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4.1 ANÁLISES DO PERFIL DE DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ASMA PELO PROGRAMA

Conforme apresentado na Tabela 1, em relação ao perfil dos 34 usuários que receberam os medicamentos para o tratamento da asma pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, as faixas de idade mais frequentes foram de 31-60 anos (47,1%) e 61-90 anos (38,2%). Menores de 30 anos representou menor grupo de usuários (14,7%). Em relação ao gênero, 20 dos usuários são do sexo feminino representando 58,8%, os outros 14 são do sexo masculino representando 41,2% dos usuários.

Observou-se que na maioria das prescrições (70,6%) havia apenas um medicamento do tratamento da asma que está disponível pela lista do programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, sendo este o Sulfato de Salbutamol 100 mcg. Dos 34 usuários atendidos pelo programa, somente 7 deles estão fazendo tratamento com Dipropionato de Beclometasona e Sulfato de Salbutamol (20,6%), 3 usuários utilizam somente Dipropionato de Beclometasona (8,8%).

Fazendo uma análise dos médicos prescritores constatou-se que em 23 receitas prescritas os carimbos médicos não descreviam especialidades (67,6%) sendo estes clínicos gerais, em 5 receitas eles são médicos especialistas em Pneumologia (14,70%), em 1 receita o médico é especialista em Cardiologia (2,94%), em outras 4 receitas os médicos são especialistas em pediatria (11,76%) e somente em uma receita o médico é Pediatra com atuação em pneumologia (2,94%).

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Código Idade

(anos) Sexo Princípio ativo Posologia prescrita Médico

Data da dispensação

1 0,75 M Salbutamol 100 mcg 3-4 jatos até 4/4 horas se crise PEDIATRIA 1 09/08/2017

2 52 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar ou tosse CLÍNICO GERAL 10 15/08/2017

3 61 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 11 15/08/2017

4 52 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 13 24/08/2017

5 58 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 1 25/08/2017

6 60 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 14 01/09/2017

7 51 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar PNEUMOLOGIA 4 06/09/2017

8 69 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 12 11/09/2017

9 58 F Dipropionato de Beclometasona HFA 250 mcg /

Salbutamol 100 mcg 1 jato 12/12 horas // 3 jatos 6/6 horas se chiado CLÍNICO GERAL 1 15/09/2017

10 65 F Dipropionato de Beclometasona HFA 50

mcg/Salbutamol 100 mcg uso oral 2x ao dia// uso S/N CLÍNICO GERAL 2 21/09/2017

11 64 M Dipropionato de Beclometasona HFA 250 mcg aplicar 2 jatos oral de 12/12 horas continuo PNEUMOLOGIA 1 21/09/2017

12 51 F Salbutamol 100mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 4 23/09/2017

13 60 M Dipropionato de Beclometasona HFA 250 mcg /

Salbutamol 100 mcg

2 jatos 2xao dia/ /3 jatos até de

6/6 horas se chiado CLÍNICO GERAL 1 27/09/2017

14 54 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 1 30/09/2017

15 49 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 6/6 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 10 03/10/2017

16 21 F Salbutamol 100 mcg 3 jatos 6/6 horas se chiado CLÍNICO GERAL 1 03/10/2017

17 63 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar PNEUMOLOGIA 3 04/10/2017

18 1 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos, com espaçador até 4/4 horas, por 7 dias PEDIATRIA 2 04/10/2017

19 62 F

Dipropionato de Beclometasona HFA 50 mcg / Dipropionato de Beclometasona HFA 200 mcg /

Salbutamol 100 mcg

1 jato cada narina 12/12 horas/1 jato de 12/12

horas // uso quando necessário CLÍNICO GERAL 2 05/10/2017

20 61 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 6 09/10/2017

21 68 F Salbutamol 100mcg 2 a 3 jatos, usar conforme necessário falta de

ar, tosse, chiado CLÍNICO GERAL 7 09/10/2017

22 45 F Dipropionato de Beclometasona HFA 50 mcg 1 jato cada narina 12/12 horas PNEUMOLOGIA 1 11/10/2017

23 44 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos 4/4 horas continuo CARDIOLOGISTA 1 11/10/2017

24 65 F

Dipropionato de Beclometasona HFA 200 mcg// Dipropionato de Beclometasona HFA 50 mcg//

Salbutamol 100 mcg

1 jato de 12/12 horas // 1 j cada narina 12/12

horas // 3 j 4/4 horas quando chiado CLÍNICO GERAL 1 16/10/2017

25 55 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar PEDIATRIA 1 16/10/2017

26 65 M Salbutamol 100 mcg 1 jato 3x ao dia CLÍNICO GERAL 8 16/10/2017

27 84 F Dipropionato de Beclometasona HFA 250 mcg /

Salbutamol 100 mcg

2 jatos 2xao dia// 2 jatos até de 6/6 horas se

falta de ar CLÍNICO GERAL 3 18/10/2017

28 65 M Dipropionato de Beclometasona HFA 250 mcg aplicar 2 jatos oral de 12/12 horas CLÍNICO GERAL 1 21/10/2017

29 39 F Salbutamol 100 mcg 2 jatos a cada 4-6 horas se falta de ar PEDIATRIA 3 23/10/2017

30 59 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar CLÍNICO GERAL 5 30/10/2017

31 72 F Salbutamol 100 mcg 1-2 jato até 6x ao dia se falta de ar CLÍNICO GERAL 9 30/10/2017

32 29 M Salbutamol 100 mcg 2 jatos até 4/4 horas se falta de ar PNEUMOLOGIA 3 01/11/2017

33 3 M Salbutamol 100 mcg 4 jatos com espaçador até de 3/3 horas se crise PEDIATRA 4 03/11/2017

(14)

Segundo os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas de Asma de 2013, é preferível a via inalatória para o uso dos medicamentos, para isso é preciso um treinamento dos usuários de dispositivos inalatórios, para obter uma correta utilização, a diminuição de efeitos adversos e custos, conseguindo manter assim um controle sobre a doença e consequentemente um ajuste de menores doses terapêuticas. A indicação para o tratamento medicamentoso inicial de asma intermitente tem como objetivo a diminuição dos eventuais sintomas decorrentes da obstrução, tendo como indicação os Broncodilatadores de Curta Ação (B2CA) para seu uso conforme a necessidade. No caso da asma persistente o principal objetivo é a suspensão da inflamação, o uso regular dos corticosteroides inalatórios tanto no tratamento em adultos como em crianças são os que apresentam melhores resultados, diminuindo os sintomas e melhorando a função pulmonar. Os B2CA estão indicados conforme necessidade em sintomas agudos e em casos associados a medicamentos quando a asma não está controlada com a terapia inicial. Já nos casos de exacerbação moderadas ou graves, recomenda-se o uso de corticoterapia oral juntamente com os B2CA e corticosteroides inalatórios para o seu devido controle (BRASIL, 2013).

Dos Broncodilatadores de Curta Ação (B2CA), o que está disponível pela lista do programa é o Sulfato de Salbutamol 100 mcg e 5 mg, da classe dos corticoides inalatórios têm o Dipropionato de Beclometasona 50 mcg, 200 mcg e 250 mcg e o Brometo de Ipratrópio 0,02 mg e 0,25 mg está classificado como anticolinérgico de curta duração.

4.2 REVISÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS PARA OS USUÁRIOS ASMÁTICOS

Foram analisados 5 materiais educativos (Quadro 3) os quais todos estão disponíveis na forma digital. Ao analisar esses materiais observou-se a falta de referencial teórico em todos, em relação ao referencial do material educativo todos foram encontrados e são verídicos.

Entre as análises feitas uma delas foi sobre o público alvo, analisamos que dos 5 materiais educativos analisados, 2 deles (40%) são para portadores de asma, outros 2 (40%) para auxiliar portadores de asma e 1 (20%) para crianças e adolescentes portadores de asma.

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Dos 5 materiais educativos, 4 deles (80%) estão na forma de folder e somente 1 (20%) na forma de cartilha.

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Quadro 3: Relação dos materiais educativos disponíveis para portadores de asma pela rede mundial de computadores Material Educativo nº Título Fonte/quem produziu Público alvo Conteúdos relacionados ao tto da Asma Tipo de Material Impresso ou

digital? Referência do MEI

Referenciais teóricos 1 Orientação para Portadores de Asma Drª Priscila Z. Pitanga- Pneumologista do São Bernardo Apart Hospital Portadores de asma

Explicação do que é asma; Como ela se adquire; Se

existe cura; Quais os tratamentos para essa

doença? Folder Digital http://www.saobernardoapart hospital.com.br/modulos/ca mpanhas/folder_asma.pdf Não possui 2 Dicas em Saúde Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – ASBAI --- Associação Brasileira de Asmáticos Portadores de asma Asma: O que é; Características; Diagnóstico; O que desencadeia a asma;

Tratamento; Prevenção.

Folder Digital http://bvsms.saude.gov.br/bv

s/dicas/258_asma.html Não possui

3 Programa Criança que Chia Prefeitura de Belo Horizonte Crianças e Adolescent es com Asma O que é o Programa; Classificação; Medicamentos

inalatórios disponíveis pela rede básica; Asma Intermitente; Asma Persistente

Leve; Asma Persistente Moderada; Asma Persistente Grave; Paciente Controlado;

Paciente Parcialmente Controlado/ Não Controlado;

Diagnóstico Clínico em Crianças menores de dois

anos. Cartilha Digital file:///C:/Users/Usuario/Down loads/cartilha_crianca_que_c hia-2015.pdf Não possui 4 Asma- Respirar é Viver! CRF-SP Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo Auxiliar Portadores de asma

O que é Asma; Como se desenvolve; Fatores que estimulam a crise asmática; A

asma tem cura; Dicas para evitar as crises; Faça a coisa

certa.

Folder Digital http://portal.crfsp.org.br/cam

panhas.html#asm Não possui

5 Asma Mara Marcelino

Auxiliar Portadores

de asma

Asma; Definição; Tratamento convencional; Osteopatia e Fisiotarapia; Sintomatologia Frequente; Recomendação e Prevenção. Folder Digital http://maramarcelino.wixsite. com/equilibrius/single- post/2014/05/07/Folheto-informativo-Asma Não possui

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Como proposta na educação em saúde dos usuários de medicamentos para asma pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, terá continuidade o atendimento dos usuários em um local reservado e individualizado, onde será orientado o uso correto dos dispositivos inalatórios, através de um folder com as devidas explicações sobre o que é asma, qual o tratamento, como evitar as crises e qual o modo correto para o uso dos dispositivos inalatórios. Com um cadastro mais completo de cada usuário e as analises de atendimento, orientando as maiores dificuldades de cada um.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho encontra-se com algumas limitações, as quais seriam sanadas se houvesse uma sequência na análise mais detalhada das prescrições e entrevistas com os usuários, para elencar dados como está sendo feito o uso dos inalatórios, a sua armazenagem, sua devida posologia.

Com as analises dos dados que temos, sabemos que ficaram vagas as informações referentes à posologia correta de cada tratamento e o uso correto de todos os dispositivos pelos usuários. Este trabalho se for dado sequência vou poder ter informações concretas de como está sendo realizado cada tratamento e se os mesmos estão seguindo protocolos clínicos adequados. Podendo assim estar dando ênfase no cuidado farmacêutico o que acarreta no melhor desenvolvimento da profissão farmacêutica e a possível melhora no tratamento de cada usuário.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FURASTÉ, P. A. Normas técnicas para o trabalho científico: explicitação das normas da ABNT. 17. ed. Porto Alegre: Dáctilo-Plus, 2014.

(18)

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http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/files/pereiramam_0.pdf colocar como dissertação. MENEZES, E. B. B. Atenção farmacêutica em xeque. Rev. Pharm. Bras., v. 22, p. 28, 2000.

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