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Educação Física na educação infantil: uma investigação sobre a metodologia de ensino aplicada no ambiente escolar

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Eliziane Salete Bagolin

EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A METODOLOGIA DE ENSINO APLICADA NO

AMBIENTE ESCOLAR

Ijuí – RS 2017

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Eliziane Salete Bagolin

EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A METODOLOGIA DE ENSINO APLICADA NO

AMBIENTE ESCOLAR

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Educação Física da Unijuí, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Orientadora: Profª. Ms. Cléia Inês Rigon Dorneles

Banca: Eloísa de Souza Borkenhagen Bahrer

Ijuí – RS 2017

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, minha irmã e meu namorado que sempre me incentivaram nessa longa caminhada de ensino, não medindo esforços para me apoiar e auxiliar nos momentos de apreensões, dificuldades e alegrias, dando força com palavras, carinho e conforto com muito amor e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me conceder saúde e disposição para enfrentar as dificuldades e desafios. A universidade pelo apoio e incentivo à aprendizagem, a minha orientadora que não mediu esforços para me auxiliar contribuindo para o bom êxito das tarefas, e por fim aos meus pais e familiares por todo o carinho amor e compreensão dedicados por todo esse período.

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EPIGRAFE

“O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento”.

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EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A METODOLOGIA DE ENSINO APLICADA NO

AMBIENTE ESCOLAR

RESUMO: A inserção das práticas corporais, voltada para o ensino da educação física

na educação infantil estão aos poucos ganhando espaços na realidade das escolas municipais, onde os profissionais da área fazem parte desta dimensão da Educação, podendo desenvolver atividades que caracterizam essa faixa etária de zero a cinco anos, sendo de fundamental importância para o processo de aprendizagem das crianças. Encontramos, porém, muitos educadores com dificuldades de executar e planejar os fundamentos necessários para com esta demanda. Pensando nisso, o objetivo dessa pesquisa éalisar a metodologia utilizada no planejamento dos professores de educação física, que atuam nas escolas de educação infantil, de uma cidade do noroeste do estado do RS. Foi utilizado a metodologia descritiva com abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida com três professores, sendo esses do sexo feminino. Uma professora esta concursada na rede municipal há 10 anos, e há 6 trabalha com a Educação Infantil. A segunda professora participante do estudo esta trabalhado como concursada na rede municipal há 1 e ano e meio, ambas formadas em educação física, e por fim a terceira professora participante do estudo esta em processo de graduação, ocupando cargo de estagiária, também em Educação Física, os instrumentos utilizados na pesquisa foram um questionário aberto, elaborado com questões descritivas. Constatamos assim, a ausência de uma metodologia adequada para o ensino da Educação Física na Educação Infantil em duas das três profissionais desta pesquisa, rompendo com o avanço das crianças mediante a faixa etária que se encontram, ocorrendo apenas repetições de movimentos, sem continuidade, sem o lúdico e a imaginação prejudicando o verdadeiro papel desta disciplina para com as crianças.

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Sumário

RESUMO...6

1 INTRODUÇÃO ... 8

CAPITULO 2 - REVISÃO DE LITERATURA 2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 11

2.2 EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL ... 14

2.3 METODOLOGIA DE ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ... 17

2.4 ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DA PESQUISA...22

CAPITULO 3 3 METODOLOGIA ... 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ... 25

3.2 JUSTIFICANDO A AMOSTRA E O CAMPO DE ESTUDO ... 26

3.3 SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA... 27

3.4 CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS ... 27

3.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 17

CAPITULO 4 4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS ... 28

4.1 ASPECTOS ÉTICOS ...30

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 31

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

REFERÊNCIAS ... 37

ANEXO ... 39

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INTRODUÇÃO

A inserção das práticas corporais voltada para o ensino da educação física na educação infantil está aos poucos ganhando espaço na realidade das escolas municipais, onde os profissionais da área fazem parte desta dimensão da educação, podendo desenvolver atividades que caracterizam assa faixa etária de zero a cinco anos sendo de fundamental importância para o processo de ensino-aprendizagem das crianças, auxiliando nas dimensões de comportamento.

Em meio a essa nova perspectiva de ensino para a educação física os profissionais da área estão constantemente sendo desafiados a se adaptar e qualificar a essa realidade, possuindo com característica principal uma boa metodologia de ensino, planejamento e educação continuada, para que juntamente com a comunidade escolar, possam estar de fato auxiliando no processo de aprendizagem das crianças.

Problematizando a importância que o profissional de educação física possui sobre a criança e seu desenvolvimento, nas dimensões de, questionamos sobre a adequação da metodologia utilizada no planejamento dos professores de educação física que atuam nessas escolas de educação infantil, de uma cidade do noroeste do estado do RS.

Destacamos como objetivo geral, analisar a metodologia utilizada no planejamento dos professores de educação física, que atuam nas escolas de educação infantil, da referente cidade do noroeste do estado do RS.

Preocupados com a especificidade dessa pesquisa fomos a campo identificar as metodologias adotadas pelos professores nas aulas de educação física; verificar possíveis dificuldades encontradas pelos professores de educação física e sua relação com a metodologia adotada nas aulas; analisar a proposta pedagógica da escola, plano de estudo, plano de trabalho do professor e a relação com a prática pedagógica com as aulas da educação física.

Justificamos a referente pesquisa pelo fato das experiências vividas na ambiente escolar e ao ingressar no curso de educação física, principalmente nas disciplinas de Estágio, juntamente com momentos de reflexão entre colegas e professores, onde pude perceber e analisar a importância existente perante um profissional desta área ao trabalhar com a Educação Infantil.

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Consequentemente pude também visualizar a falta de preparo, ou melhor, de qualificação existente em alguns profissionais, trabalhando com os conteúdos (tarefas) iguais para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Sem haver um planejamento e metodologia de ensino diferenciada para cada etapa em que a criança se encontra.

Professores esses possuidores do conhecimento, porém no momento de planejar suas aulas acabam optando pelo método tradicional e desenvolvem seu trabalho de maneira monótona, resultando em uma ruptura no desenvolvimento da criança, não ocorrendo uma evolução das atividades, mas sim uma repetição dos movimentos.

A educação física escolar possui um papel fundamental no cotidiano e na formação dos indivíduos, fazendo parte da formação e de inserção na sociedade. O autor Fensterseifer et al (2007) nos mostra que a educação física surge para “preparar os sujeitos para o exercício da cidadania”, necessitando assim desenvolver mecanismos que proporcionem estes entendimentos, e que possam de fato cumprir o seu papel na sociedade.

Mecanismos estes, voltados para a construção dos saberes, um saber crescente, que deve ser analisando mediante a idade e compreensão de cada individuo, partindo do simples para o complexo, como relata o autor Fensterseifer et al (2007) “ [...] pensar um saber que se desenvolve ao longo dos anos escolares em complexidade e criticidade”.

Tendo esta compreensão dos saberes ao longo dos anos, a educação física ganhou espaço em toda a Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental, e Ensino Médio). É na Educação Infantil que se desenvolve os primeiras dimensões de comportamento da criança, e incluindo a disciplina de educação física nesta etapa da vida, a criança irá desenvolve aspectos referente a corporeidade e principalmente questões atitudinais, chegando nas outras etapas de ensino com uma maior facilidade de compreender aspectos conceituais e procedimentais, obtendo uma boa relação entre os indivíduos.

Mediante a isso, o referente estudo irá possibilitar aos profissionais que atuam nas escolas de educação infantil como professores de educação física, uma análise e reflexão, sobre a importância de desenvolver um planejamento e uma metodologia adequada nas aulas para a educação infantil, dando condições de estabelecer uma continuidade de conteúdos, utilizando-se de atividades recreativas para desenvolver nas

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crianças aspectos relevantes a sua faixa etária e consequentemente sua fase motora, onde segundo o estudo da ampulheta de Gallahue (2005) se encontram na fase motora rudimentar passando para a fundamental.

Sendo assim, iremos abordar a realidade presente nas escolas investigadas, como os professores de educação física estão conduzindo as suas aulas e as suas dinâmicas de ensino, sobretudo entender de fato qual a realidade de seus planejamentos, pesquisas e estudos, analisando a pratica das docências.

Esta pesquisa foi organizada em três capítulos. O primeiro, possuindo a numeração 2, apresenta o referencial teórico, no qual conceituam-se aspectos relacionados a Educação Física e a Metodologia de Ensino; Educação Física Escolar; Educação Infantil; Metodologia de Ensino na Educação Física.

No segundo, possuindo numeração 3, foi realizado a explanação do decorrer da pesquisa, caracterizando o estudo em si e seus participantes, os critérios a serem observados que foram a especificidade das professoras com a realização das atividades, quais os mecanismos que as mesmas utilizavam e de que maneira eram conduzidos. Explicando também como se deu a coleta e análise dos dados obtidos.

Por fim, no terceiro, possuindo numeração 4, apresenta o resultado e discussão dos dados obtidos, considerando a bibliografia da pesquisa que serviu de embasamento teórico, finalizando com as considerações finais, referencias anexos e apêndices.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Educação Física Escolar

A educação física nas escolas brasileiras nem sempre foi desenvolvida mediante a realidade que encontramos nos dias de hoje, com conteúdos voltados para jogos, esportes, brincadeiras, ludicidades, entre outros, porem ainda sofremos algumas influencia dos tempos anteriores deste componente, sendo assim podemos acompanhar suas mudanças durante os alunos.

Os autores Betti e Zuliani (2002, p. 73) nos ajudam a compreender como surgiu a educação física, sendo considerada uma expressão de filósofos do século XVIII que estavam preocupados com a Educação, adotando assim uma postura educacional no qual se enfocou uma educação física Integral, do corpo da mente e do espírito, possibilitando uma aprendizagem do todo, da personalidade de cada um.

Da maneira em que as aulas eram conduzidas e esta forma de ensino, a educação eísica ficou reconhecida como nos mostra Betti e Zuliani (2002, p. 74), “como uma atividade complementar e relativamente isolada nos currículos escolares, com objetivo na maioria das vezes determinados de fora para dentro: treinamento pré-militar, eugenia, nacionalismo, preparação de atletas etc. [...]”.Não sendo considerada parte do currículo, provocou desde a época de 1920 esta tradição educacional brasileira, ocasionando neste período um isolamento com as demais disciplinas, estando focada no rendimento e treinamento.

A educação física escolar voltou-se também para a saúde, com a conscientização e costumes como nos relata o autor Magalhães:

A Educação Física Escolar preocupou-se com a saúde e a higiene dos escolares, levando à sua concepção biológica, fazendo com que o aluno despertasse para o sentido de saúde, através da criação de hábitos higiênicos, do convívio com a água e exercícios ao ar livre, servindo dessa forma, aos objetivos de grupos interessados em sua implantação (MOREIRA et al., 2004 apud MAGALHÃES et al, 2007, p.46).

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Sobretudo neste entorno em que a educação física voltava-se para o militarismo e a preocupação com a saúde, o autor Magalhães et al.(2007, p. 46) relata que nos períodos de 1946 à 1968 passa pela ascensão do fenômeno esportivo. Também “Nessa época, a disciplina foi incluída como obrigatória para os cursos de primário a médio até os 18 anos de idade, determinada pela LDB promulgada em 1961” (MAGALHAES,. et al, 2007, p. 46).

Com essas novas concepções da educação física, e o reconhecimento de sua obrigatoriedade, visualizamos que

Em 1971, pela LDB 5.692/71, a Educação Física recebe nova regulamentação, segundo a qual a “Educação Física, Desportiva e Recreativa” deve integrar como atividade escolar, todos os graus de escolaridade oficial, sendo entendida como atividade, que por seus meios, processos e técnicas deve desenvolver forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do aluno (MAGALHÃES, 2007, p. 46).

Então, novamente temos uma mudança na educação física como relata o autor Magalhães (2007, p.46 ) “[...] a educação física passa a ser objeto de estudos mais aprofundados, seguido novas concepções, que levam a disciplina ao campo dos domínios motor, cognitivo e afetivo, compreendendo o individuo como um todo”.

Juntamente com esta perspectiva em que a educação física ia sofrendo mudanças nos seus conceitos e concepções, os autores citados anteriormente destacam ainda que a Revolução do Conselho Federal de Educação Nº 03/87 trouxe para a formação profissional um conhecimentos filosóficos do ser humano, da sociedade e o técnico.

Em sua analise sobre as mudanças e os avanços nos estudos sobre a Educação Física destaca ainda que

Desta forma, ganham força os estudos acadêmicos, surgindo novas concepções de ensino, confirmando as novas tendências a serem aplicadas à Educação Física Escolar, destacando-se a Desenvolvimentista (TANI et al,1988) a Construtivista (FREIRE, 1987), a Crítico-Superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e a Educação Motora (DE MARCO et al, 1995. (MAGALHÃES et al 2007, p.47).

No entanto, ao mesmo tempo em que essas pesquisas e mudanças estavam sendo realizadas, Magalhães et al (2007, p.47) observa que os profissionais da educação física que trabalham no ambiente escolar continuam refém desta cultura esportivista, não buscando o desenvolvimento completo do aluno, na sua forma motora, cognitiva e afetivo-social.

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“[...] parece ainda enfatizar o conteúdo procedimental acima do conceitual e do atitudinal, independente do nível escolar em que esteja sendo ministrada a aula”. (FREIRE, SORIANO, DE SANTO, 1998, apud MAGALHÃES et al, 2007, p.47).

Entende-se que a educação física esportivista enfatizou o conteúdo procedimental o saber fazer, desconsiderando os conteúdos conceituais e atitudinais.

O autor nos relata ainda que

A Educação Física Escolar começa pouco a pouco a ser encarada como uma disciplina obrigatória, valorizada pelos professores de outras áreas e pais de alunos, embora ainda o que vemos é a importância ficar apenas na teoria e não ser realmente aplicada à prática. Entretanto, iniciou-se o processo de valorização (MAGALHÃES et al, 2007, p.47).

Podemos entender assim, que ao mesmo tempo em que a educação física avançou e continua avançando com constantes modificações, conquistando um lugar de valorização, encontramos professores com dificuldades em conduzir e ministras a suas aulas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de nº 9.394/96 trata a Educação Física na Educação Básica no Art. 26 que alterou a sua redação para: A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)”.

Sendo assim, obrigatória para toda a Educação Básica, porém nesta mesma Lei, encontramos itens em que torna facultativa, por exemplo, o item II nos mostra questões do trabalho, sendo esta: “quem cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)”; estes serão amparados pela Lei e não serão obrigados a praticar essa disciplina no tempo de sua formação.

Essas questões que a Lei da LDB nos impõem, de certa forma também coloca em dúvida a nossa formação, pois sendo obrigatória porém facultativa em casos específicos, como as demais disciplinas, a maioria dos estudantes não a pratica, o que resulta em um não conhecimento e valorização dos benefícios que o componente de educação física pode proporcionar, sendo estes no desenvolvimento do individuo como um todo.

Sendo assim, encontramos nos dias atuais dois modelos de profissionais, aquele que esta refém dessa estrutura que vimos anteriormente influenciando na característica da educação física, com a utilização de conteúdos voltados somente da técnica dos esportes tradicionais como o voleibol, futsal, basquetebol e handebol, e por outro lado 13

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encontramos um profissional disposto a qualificar sua teoria, através de conteúdo Situacional Ativo caracterizado em trabalhar a tática individual e coletiva, construindo um saber além da técnica, despertando no aluno características completas do ser, possibilitando uma leitura ampla do conhecimento e tornando esses alunos protagonistas das aulas.

Por fim, com este breve apanhado de fatores que nos relata as mudanças comportamentais e de legislação desta área de ensino, suas influências desde a sua origem, análises e pesquisas, encontramos na lei que a educação física passa a ser obrigatória na primeira etapa da Educação Básica, constituída pela Educação Infantil, com essa obrigatoriedade as mantenedoras deveriam estar adotando e colocando em prática o que promulga a legislação vigente, porém, isso demanda novamente mais pesquisas e dedicação de todo o grupo de profissionais da educação, tendo como principal fator entender a criança existente em cada individuo.

2.2 Educação Física na Educação Infantil

A sociedade que encontramos nos dias de hoje está diferente da que poderíamos encontrar à anos atrás, sendo por fatores econômicos, sociais e culturais, ocorreram mudanças que resultam no comportamento de toda sociedade. A criança e a infância fazem parte desta evolução.

O avanço das tecnologias, inserção da mulher no mercado de trabalho, correria do dia a dia, enfim, todos esses fatores influenciaram no comportamento familiar e na formação dos sujeitos, sendo que “[...] uma mudança nos aspectos sociais, culturais e tecnológicos influencia no intercâmbio que, ocorrendo de modo mais rápido, se torna também mais complexo entre as pessoas e os povos”. (DIAS, 2000, p. 83).

Mais complexo pelo fato das famílias estarem em sua grande maioria sem tempo para passar momentos juntos, com descontração, brincadeiras, aventuras, diálogos, o que sem duvidas são de extrema importância para a formação da criança que esta inserida nesta família, nesta sociedade e nos ambientes escolares.

Ser criança é permanecer neste contexto social e econômico e na maioria da realidade infantil, por influencia dessa mudança de padrões sociais que vimos anteriormente é estar inserida na Educação Infantil, onde de acordo com a LDB, artigo 29º (1996), é denominada como a “[...] primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus

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aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e comunidade” Magalhães (2007). Com isso a criança possuindo suas características individuais e coletivas, e fazendo parte de uma sociedade que também possui essas características tem a oportunidade de estar em contato com a aprendizagem, o que irá lhe beneficiar nos saberes para a sua construção de caráter.

Diante deste conceito da educação infantil e suas qualificações, encontramos ainda inserido a esta etapa de aprendizagem a disciplina de educação física, que terá um papel fundamental na formação destes indivíduos, no auxilio para o desenvolvimento do corpo e mente, expressão corporal, relação com os outros, como relata o autor Freire

[...] Educação Física deve constituir-se em componente obrigatório das Escolas de Ensino Infantil, permitindo que as crianças desenvolvam-se integralmente, onde corpo e mente sejam únicos, sem supervalorização da mente em detrimento do corpo, uma vez que de acordo com, não é possível matricular apenas os corpos na escola. (FREIRE 1997, apud, MAGALHÃES et al , 2007 p. 48).

Portanto com a educação física fazendo parte do currículo da educação infantil, é visível, através do desenvolvimento que a criança apresenta, termos a percepção de uma melhora significativa no desempenho da criança, desempenhos esses que serão visíveis a curto, médio e longo prazo, pois serão aplicados atividades relacionadas com a faixa etária e idade motora, bem como, a capacidade individual de cada um, com isso Magalhães (2007, p.47) nos mostra que

[...] Pois a criança desta fase está em pleno desenvolvimento das funções motoras, cognitivas, emocionais e sociais, passando da fase do individualismo para a das vivências em grupo. A aula de Educação Física é o espaço propício para um aprendizado através das brincadeiras, desenvolvendo-se os aspectos cognitivo, afetivo social, motor e emocional conjuntamente. (MAGALHÃES 2007, p. 47)

O autor Magalhães (2007, p.47) relata ainda a importância que a família, principalmente os pais exercem sobre as crianças, suas influencias, descobertas, aptidão pelas coisas, pelos esportes, entre ouros, onde cabe ao “[...], professor de Educação Física, a iniciativa de trabalhar para um maior entendimento e compreensão do valor desta área para o desenvolvimento integral da criança”, para que assim juntamente com o auxílio da família a criança possa apresentar uma disposição para a prática de atividades físicas, sendo o profissional de educação física um mediador entre a escola e a família.

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Com isso, percebemos que o profissional da educação física, deve estar presente em todos os aspectos nas crianças, contribuindo e estando sempre a disposição dos pais ou responsáveis, com explicação, demonstrações, para que juntos com a família a criança possa ter um desenvolvimento completo e consequentemente os pais irão observar o trabalho responsável e qualificado deste profissional.

Mediante a isso vamos analisar e identificar algumas formas possíveis para se trabalhar de fato com esta educação física nas escolas, para que consigamos atingir os objetivos de tornar esse individuo capaz de enfrentar e realizar as diferentes formas de movimento e de se- movimentar, onde segundo Kunz (2001) et al Costa 2015 p.19 trata-se de uma criança que “não é mera apretrata-sentadora de movimentos criados e ofertados pelos adultos, mas autora, constituidora de sentidos e significados no seu se-movimentar”.

Características essas, que devem estar presente na construção dos saberes que a educação física pode oferecer para as crianças, saberes relacionados principalmente com a fantasia, com o imaginário, essas duas características devem estar presentas na metodologia das aulas, pois é a partir desse uso da fantasia que será construído atividades voltadas para o lúdico, para a criação, o movimento e o brincar.

Um brincar orientado com objetivo e acompanhamento do profissional de educação física que direciona o ensino das crianças, criando nelas um entendimento sobre seu corpo, seus movimentos, suas dificuldades e possibilidades, guindo a criança no caminho do aprender, diferenciando da brincadeira livre sem acompanhamento e auxílio.

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2.3 Metodologia de Ensino na Educação Infantil

Primeiramente para falar de metodologia para educação infantil precisamos recorrer aos documentos do Ministério de Educação (MEC) o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e compreender de que maneira estão organizados.

Segundo Brasil (1998) os referenciais estão organizados em diferentes volumes: um documento Introdutório, que apresenta a reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, a definição dos objetivos da educação infantil e as orientações a organização dos documentos de eixos de trabalho que estão agrupados em dois volumes relacionados aos seguintes âmbitos de experiência: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.

O volume relativo ao âmbito de experiência Conhecimento de Mundo que contém os eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.

Este referencial deve ser utilizado como um recurso didático como um guia de orientação na organização curricular, bem como, na elaboração de projetos educativos da educação infantil brasileira. Destacamos, nesta pesquisa o eixo do movimento que descreve sobre a presença do movimento corporal e mental na educação infantil, seus objetivos, conteúdos e orientações didáticas aos professores.

Contudo, falar sobre metodologia de ensino é falar sobre a escolha de diferentes processos de ensino- aprendizagem, escolhas que devem partir de acordo com as características do público alvo, para que posteriormente a isso, seja feita a aplicação de conteúdos no planejamento do professor.

Sendo assim, para que consigamos realizar essas demandas que relacionam este componente curricular da educação física, primeiramente temos que identificar este publico, ao qual, estamos trabalhando e após relacionar os modelos de aplicar os conteúdos. “Para a criança da Educação Infantil, a escola é um ambiente novo e estranho; na maioria das vezes, é a primeira vez que fica longe dos pais, e é preciso que esse afastamento seja trabalhado com muito cuidado e carinho, para não traumatizar” (MAGALHÃES 2007, p. 49).

Isto é de suma importância, pois são nos primeiros contatos tanto do profissional, quanto da criança, que irão se iniciar as impressões e as identificações.

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Esta relação de “cuidado e carinho” ao qual o autor se refere, e ainda acrescentaria a palavra “paciência” devem estar no inicio de qualquer trabalho na Educação Infantil.

O professor deve sem dúvidas manter o controle da turma, ter autoridade, saber ouvir, chamar atenção quando necessário, enfim, praticar os conhecimentos do ser professor, mas sempre pensando “na entrega”. Esta entrega a qual nos referimos está relacionada com o convívio e o relacionamento mediante as atividades. Deixar-se envolver e envolver- se de fato com os alunos. Santin, (1987, p. 50) nos mostra que devemos “viver o corpo, de sentir-se corpo”, isto em todos os sentidos, tanto nos conteúdos que deverão ser desenvolvidos, quanto na maneira como devem ser aplicados.

Freire (2012, p. 11) em seu relato nos mostra que “Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar”

Por este motivo também, que este aluno desta Educação Infantil deve estar com o corpo e a mente um único aprender. Freire (2012, p. 72) destaca ainda que, nesta fase em que a criança se encontra a “ação física e a ação mental” estão trabalhando em conjunto com muita intensidade, se deixarmos para trabalhar esses dois mecanismos separados iriamos causar perdas tanto na vida quanto na aprendizagem destas crianças.

Pensando nestas perspectivas e também juntamente com o que nos mostra Freire (2012, p. 33) sobre esta etapa da Educação Infantil observamos “O que há de realmente diferente nesta nova fase, que é a chamada educação Infantil, é a viagem pela fantasia”. Este relata ainda que

Para que fantasia, como nossos pequenos alunos, um copo de plástico, que normalmente jogamos fora, pode ser revivido e transformado em algum objeto importante no contexto do brinquedo. Caixas de papelão transformam-se em casas, pedaços de madeira viram mesas, cadeiras, armários, tampinhas de garrafas convertem-se em galinhas, pintinhos, chapéus. Não há o que não ganhe vida, nome e significado na atividade incessante de brinquedo e trabalho das crianças na primeira infância. (FREIRE 2012, p. 33).

Para que estes fatores possam ser concretizados, o professor deve estar ciente e viabilizar para suas aulas uma proposta construtivista da Educação Infantil que se caracteriza como relata Pinheiro (2010, p. 12) diferentemente de um método tradicional onde se tem uma organização e essas são postas sem mudanças, esta teoria

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construtivista visa um “diagnosticar, julgar e tomar decisões fundamentais sobre o ensino”.

Pinheiro (2010, p.13) mostra esta relação com a inovação do modo de analisar e ensinar

A teoria construtivista traz consigo inovação em deixando de lado o tradicional, na realidade é a vontade de edificar a aprendizagem consiste como um desafio na arte de ensinar, em uma ação pedagógica que envolve o ensino aprendizagem, representados respectivamente pelo professor e o aluno. (PINHEIRO 2010, p.13)

Neste contexto o individuo encontra a possibilidade de interagir, criar, fazer parte da sua aprendizagem, como Pinheiro (2010, p.14) salienta, ser um alguém que analisa, organiza e constrói o seu próprio conhecimento. O que diferencia ainda mais dos métodos tradicionais, onde “ele é visto como apenas uma parte separada e acaba sem sentido por si só” Pinheiro (2010, p. 18), resultando em receber o conteúdo pronto e repeti-los.

Já Neto (2000, p. 90) nos mostra sobre o método tradicional que [...] “além do professor decidir sobre objetivos e conteúdos, ele comanda também todo o âmbito de transmissão”, sendo assim ele comanda toda a etapa da tarefa, desde o local principal, como o número de repetições e o tempo que deve ser realizado, ou seja, a criança não cria nada, apenas repete movimentos.

Sendo assim, Neto apud Freire (1989), relata que [...] “quando se limita o espaço de ação de uma criança, forçando-se a alfabetização, ela terá muita dificuldade de fazer a ligação da escrita e da leitura com o mundo”. Isto para a Educação Física o autor relata ainda em [...] “aproveitar todas as brincadeiras”, mostrando para as crianças um sentido para o que estão realizando. Pois estes movimentos, brincadeiras, aprendizagem que estão desenvolvendo devem fazer parte do seu dia- a - dia, onde elas possam identificar essas questões construir seus saberes.

Neste ponto da teoria Construtivista Pinheiro (2010, p. 13), aborda que ao receber este estímulo, seja através de questionamento, demonstração entre outros, a criança recebe a informação, para que depois possa colocá-la em prática, tendo o cuidado de encontrar formas simples de expressão que possa atingir este objetivo com o aluno.

Juntamente com esta forma de abordagem dos conteúdos de educação física podemos encontrar mecanismos que possibilitem esse entendimento dos alunos, por

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exemplo, os inúmeros Materiais Pedagógicos que nos são disponíveis e também os que podemos criar com os alunos são grandes aliados para essa perspectiva.

Devemos ter claramente a importância que esses materiais possuem nesta fase em que os alunos se encontram, construindo o um olhar crítico para cada objeto e o que este pode proporcionar para a criança, estando claro que “qualquer material pedagógico será mais rico se for variado”. (FREIRE, 2012, p. 49), ou seja, devemos nos utilizar de objetos que aparentemente não nos trariam significado e transformá-los em grandes atividades, principalmente os que fazem parte do meio em que a criança esta inserida, não nos detendo em materiais pré- estabelecidos, como bolas, arcos, entre outros.

Possibilitar que cada criança traga para a sala de aula um brinquedo, papel, desenho, enfim, o que ela possa encontrar na sua casa, ao qual identifique fazer parte da construção do objetivo proposto, deixando assim esta, realizar a observação e criar suas próprias conclusões.

Isto também implica em desenvolver mais profundamente o cognitivo (criação) dos alunos, fazendo eles se tornarem protagonistas da aula, criando o objeto que será trabalhado, e sabendo para qual será a sua finalidade.

O professor que irá trabalhar com essa faixa etária deve estar ciente destes fatores, não estando delimitado apenas com os métodos tradicionais, procurando usar a criatividade, evitar muitas regras difíceis, que resultarão em confundir os alunos e não lhes proporcionarão o conhecimento necessário para o objetivo da atividade. O lúdico, a recreação e o imaginário são fortes conteúdos a serem desenvolvidos, e com eles irão ser trabalhados todos os aspectos afetivos, cognitivos e motores das crianças que são fundamentais para o seu desenvolvimento.

Para que esses fatores se concretizem, destacamos a importância de um trabalho em conjunto com a pedagoga que está a frente da turma e a profissional de Educação Física, que realiza atividades com a turma durante horários diferenciados na semana. Porém, a autora Sayão (1999 p. 230), nos trás os conflitos internos das escolas, mediante esse grupo de professores, que interferem diretamente nas crianças e em suas aprendizagens.

Esses conflitos se dão a medida em que um profissional trabalha isoladamente suas atividades, não ocorrendo uma construção do saberes, o profissional da Educação Física é visto como “especialista” na corporeidade, e o profissional pedagogo é reconhecido como “especialista” na escrita. Com isso, essa aprendizagem não se

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constrói em conjunto, fazendo com que as atividades sejam realizadas de forma isoladas, e muitas vezes não se utilizam das condições de trabalho do outro.

Isso fica ainda mais claro quando a atora Sayão (1999, p. 231) trás como as professoras no contexto da escola enxergam essa realidade, “ A maioria das professoras entendem que o espaço da sala de aula, é reservado a teoria, enquanto que a pratica é dada pelas atividades desenvolvidas pela Educação Física”. Essa falta de dialogo e entrosamento de ambas as educadoras, desconstroem um conhecimento das ações pedagógicas da escola o planejamento e a avaliação, sendo realizados de forma individual, dando a entender para os alunos que ambos não fazem parte um do outro, construindo gradativamente a ideia de que as aulas de Educação Física não possuem teoria, e tão pouco são dadas dentro do ambiente da sala de aula.

Sayão (1999, p. 233) trás um conceito da criança e seu desenvolvimento que condiz com todas essas peculiaridades que as aulas devem propor

As crianças, mesmo as menores são sujeitos detentores de uma cultura que é peculiar de sua fase. Essas cultura infantil expressa-se pelo brincar, pelo faz-de-conta, pelos jogos, pela imitação, e por sua inconfundível capacidade de criar ritmos e movimentos. (SAYÃO 1999, p. 233)

Sendo assim, entendemos toda essa dinâmica de aprendizagem que é necessária para trabalhar com a Educação Infantil, que vem desde a concepção de criança que, e a organização escolar como um todo, estando em evidencia a importância de sermos coniventes com a realidade das crianças, lembrando que “quando se expressa, o faz com todo o seu corpo, por intermédio dos gestos, da oralidade” (SYÃO, p. 233), criança é um ser completo que não pode ser prejudicada pela forma de ensino à qual está ou foi submetida.

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2.4 Organização da Educação Infantil na cidade da pesquisa

Cidade localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 7 mil habitantes, sua economia é basicamente a agricultura, com a colheita de trigo, milho, soja e bacia leiteira.

A educação esta inserida nesse meio, com alunos da zona rural e urbana, comportando três escolas municipais as quais possuem o ensino da Educação Infantil, e uma escola Estadual abrangendo Ensino Fundamental e Médio.

Na rede Municipal muitos foram os avanços perante a didática e a forma de ensino, a secretária de Educação relata que em 2012 foram refeitos o Regimento Escolar e o Plano de Atividade, onde consta a base do ensino para as escolas, uma construção feita com a participação da equipe de professores, secretaria municipal e o auxílio de profissionais da cidade de Santa Maria.

O município conta ainda com a parceria instituições da UNIJUI, Sicredi com o projeto - União faz a vida, professores de São Paulo e Santa Maria, que após um longo período de estudos, as práticas são realizadas de acordo com a realidade do município.

Podemos ressaltar alguns pontos que são benéficos para o desenvolvimento da criança nessa faixa etária. O regimento escolar p. 5 traz os objetivos da educação infantil como:

Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;

Utilizar as referentes linguagens (corporal, musical, plástica, matemática, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

Conhecer diversas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.

Esses objetivos estão postos dentro de uma metodologia de ensino também voltada para essa faixa etária, que juntamente com os projetos, torna-se um ensino globalizado, não utilizando ações isoladas em sala de aula, mas sim problematizando temáticas, contemplando aspectos gerias da sociedade, para que de fato os resultados de aprendizagem venham a surgir nas crianças. Ficando claro no item Processo Pedagógico p. 9 , com a seguinte colocação:

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O dia a dia da Educação Infantil deve proporcionar também momentos de brincadeiras livres, pois é através do brincar que a criança constrói, organiza, experimenta, cria e compreende o mundo a sua volta. Pelo jogo e pela brincadeira ela amplia a compreensão de tempo, espaço e regras de convivência. Dessa forma, objetiva-se recriar relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaços-temporais em contextos significativos para a criança.

Podemos visualizar a importância dada pela escola ao movimento da criança,

dizendo ainda que “Esta etapa tem por prioridade o lúdico, a fantasia, o atendimento das necessidades físicas e afetivas das crianças, construindo conhecimentos a partir da percepção de mundo que lhe é peculiar” (p.9).

Encontramos no plano de atividades o eixo principal da Educação Física na Educação Infantil que se da a partir do trabalho do Movimento, com atividades do cotidiano, como as habilidades motoras fundamentais de Locomoção, Manipulação e Estabilização, ritmo, tempo e espaço, sentidos, envolver os alunos em aspectos do cotidiano, com a natureza, ludicidade, jogos, brincadeiras orientadas, entre outros, fazendo com que o aluno tenha conhecimento do mundo e o que o cerca.

Não podendo desvincular o professor (pedagogo) dessas atividades, precisando estar postas em conjunto, fazendo parte de um ensino completo, abrindo os horizontes dos alunos, saindo da zona de conforto da sala de aula e contemplando o entorno da escola ou da cidade.

Com base nessa demanda de documentos, no inicio de cada ano letivo o grupo de professores e direção das escolas municipais realizam grupos de estudos, onde cada grupo responsável por sua escola estrutura seu ano letivo de acordo com suas possibilidades e realidade da mesma, construindo sues Projetos, contando com a colaboração dos pais e sociedade em geral, projetos esses que se aprimoram nas demais etapas da Educação Básica.

O que nos coloca em evidência a organização como um todo que as escolas do município costumam aderir, mediante ao trabalho em conjunto dos profissionais, ocorrendo menos perdas nos ensinamentos, assim como visto nos exemplos e conflitos que trouxemos anteriormente com as abordagens de Sayão (1999, p. 231), perante a importância dessa troca de saberes.

Porém sabemos que cada profissional possui características próprias, e muitas vezes por intrigas internas ou até mesmo pessoais, acabam por não participar desses estudos não estando presentes nos planejamentos e estudos, causando uma lacuna na aprendizagem optando por construir um ensino individual para a turma. Ou seja, mesmo

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sendo uma proposta de ensino do munícipio, com todo seu embasamento teórico nem sempre se concretiza.

A educação física estando vinculados a essa realidade, inserida na Educação Infantil vem agregando espaços significativos e importantes para o desenvolvimento dos educandos, precisando estar desenvolvendo esses mesmos aspectos vistos anteriormente quanto aos projetos que as escolas do município oferecem, sendo parte da construção dos saberes.

Sendo assim, Sayão (2000, p. 5) nos mostra que para trabalhar juntamente com as crianças da educação infantil os profissionais devem possuir como foco as possibilidades que proporcionem as manifestações infantis, sendo elas as brincadeiras, interação e linguagens.

Estando em evidencia a preocupação desta qualidade do ensino da Educação Física na Educação Infantil, partindo da formade ensino e organizações dos professores, este estudo irá analisar fatores que correspondem a utilização, de metodologia de ensino de profissionais de Educação Física que estão atundo na Educação Infantil, quais seus conhecimentos e práticas docentes.

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3 METODOLOGIA

Para a construção desta pesquisa foram desenvolvidas leituras de diferentes autores, na perspectiva de entender a educação física inserida no meio escolar, e também diante de uma prática a ser trabalhada com a educação infantil. Teoria que puderam ser utilizadas como base na construção do tema e no decorrer dos estudos, juntamente com documentos de Educação do referente munícipio onde se concretizou a pesquisa.

Foram utilizados juntamente com essa teoria, instrumentos de investigação por forma de entrevistas com três profissionais da área de educação física na educação infantil, onde por meio de questões, e observações foi possível identificar as demandas que cada uma possui diante de seus planejamentos e construção de saberes.

Para que posteriormente a isso pudesse ser realizado a descrição das professoras, relatando o que cada uma havia dito na entrevista juntamente com a posição que adota em sala de aula com os alunos, suas dinâmicas de ensino, opções por conteúdos, vocabulários entre outros, sendo assim foi possível uma conclusão das informações, de forma qualitativa e descritiva.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Nessa pesquisa adotou-se a metodologia da pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, de acordo com Gil (2010, p.28) a pesquisa descritiva “tem como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

A análise dos dados adotou-se a abordagem qualitativa, pois de acordo com Fialho et al (2011, p.36), tem como caraterística “uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. Mostrando ainda que “Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente”.

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3.2 JUSTIFICANDO A AMOSTRA E O CAMPO DE ESTUDO

O campo de estudo desta investigação abrangeu as escolas municipais de uma cidade do noroeste do estado do RS, tendo como foco principal os professores de educação física inseridos na educação infantil, tendo em vista ser uma das poucas cidades da região que esta adequando o ensino da educação infantil de acordo com a legislação Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003 a exigência em possuir um professor formado e concursado para lecionar com essa Educação Física na Educação Infantil.

Como já mencionado é um campo novo de trabalho, onde possivelmente utiliza-se de métodos utiliza-semelhantes ou até iguais aos primeiros anos do ensino Fundamental. Sendo preciso analisar a forma como estão sendo conduzidas essas aulas.

3.3 SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida em uma cidade do noroeste do estado do RS com três professoras, do sexo feminino as professoras possuem características diferentes, vindas de realidades também diferentes e irão ser denominadas como professoras A, B e C como podemos visualizar posteriormente.

A primeira professora será denominada nessa pesquisa como professora “A”, esta concursada na rede municipal há 10 anos, e há 6 trabalha com a Educação Infantil. A segunda professora denominada nessa pesquisa como professora “B”, esta trabalhado como concursada na rede municipal há 1 e ano e meio, ambas formadas em Educação Física licenciadas e bachareladas, possuindo trabalho também na área do bacharelado. A terceira professora denominada como professora “C”, esta em processo de graduação, ocupando cargo de estagiaria, também em Educação Física licenciatura.

A pesquisa contou ainda com o auxilio da Secretária de Educação, formada em Letras há 25 anos, onde disponibilizou materiais e da Secretaria de Educação do Município.

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3.4 CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS

As escolas municipais participantes desse estudo foram três, localizadas no centro da cidade e em dois bairros, mediante a isso é visível analisar a diferença comportamental de uma realidade comparada com a outra, interferindo na postura das crianças.

As professoras realizam atividades somente nesses ambientes, sendo depositadas suas horas serviço para as tarefas que suprem as demandas de cada escola. A escola pertencente ao centro da cidade recebe alunos da zona rural, e zona urbana, sendo centro

e bairros, contemplando desde a Educação Infantil até o 9º ano do ensino fundamental. Esta escola possui pouco espaço para atividades práticas, sendo a maioria da sua

estrutura com prédios e calçadas, seus materiais de trabalho são bons, possuindo bolas dos diferentes esportes, como voleibol, basquetebol e futebol, cordas, bambolês, dentre outros objetos criados pelas professoras para auxiliar nas atividades lúdicas e principalmente para a Educação Infantil foi criado um parquinho interno, onde são ocupados pelos alunos em dias de sol.

Já as duas outras escolas são somente de Educação Infantil, com alunos desde o berçário até os cinco anos. Seu espaço de área externa é reduzido porém no pequeno espaço contem objetos que contribuem para o desenvolvimento das crianças, como uma pequena caixa de areia, brinquedos diversos, casinhas de madeiras, rodas entre outros. Localizadas no bairro da cidade intensificando atritos entre familiares e a escola, não dizendo que a escola localizada no cetro da cidade também não possua dificuldades, mas essas estão com uma maior visibilidade, trazendo problemas e conflitos para dentro da sala de aula.

3.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa foi desenvolvida em etapas, primeiramente foi realizado um encontro com a secretária de Educação da cidade, onde a partir de perguntas norteadores, podemos compreender como é realizada a parte didática da Educação Infantil, quais os projetos, objetivos e metodologias para esses alunos. Após os esclarecimentos com as mesmas marcamos o inicio do estudo no qual ocorreram as

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entrevistas com as professoras, sendo desenvolvidas uma professora por cada encontro, podendo conversar e anotar diferentes pontos de vistas e questões próprias da pesquisa, como também dificuldades e anseios com o ensino.

Posteriormente a isso foi iniciado um período de observações individual das aulas, com o aviso anteriormente da presença, e o consentimento da direção, sem ocorrer intervenções na forma de conduzir a aula, somente fazendo anotações e registros, foram três encontros, onde o acompanhamento durava um turno (manhã ou tarde).

Nesses encontros foi possível desenvolver um diálogo com as professora, que na medida em que eram feitas as atividades, voltavam-se para uma análise do que estava acontecendo, relatando fatores individuais ou no coletivo de cada aluno, podendo acrescentar na observação.

4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Os instrumentos utilizados no estudo foram desenvolvidos em forma de entrevista elaborada com questões descritivas.

Foi utilizado a ferramenta Diário de Campo, para as aulas observadas e também para a coleta de dados nas entrevistas, como mostram as tabelas a seguir, com o intuito de relatar as observações, respostas e fatos no final de estudo, que irão contribuir na análise e resultado final.

Diário de Campo – Entrevistas

Data Entrevistada Setembro 09/09 Tarde 13/09 Secretária de Educação 28

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Manhã 26/09 Tarde 22/09 Tarde Professora B Professora A Professora C

Diário de Campo Aulas Observadas

Data Atividade Observações

Outubro 10/10 Tarde 24/10 Tarde Observação aula professora A Turma: Pré I 15 alunos 4 e 5 anos Observação aula professora A Turma: Pré I 15 alunos 4 e 5 anos

Atividades voltadas para o lúdico com rodas cantadas, e uso de bolas.

Nesta aula foram desenvolvidas atividades lúdicas, com bambolês, escravos de Jô com bolas, e circuitos com diferentes estações de brinquedos.

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4.1 ASPECTOS ÉTICOS

A referente pesquisa não divulgará nomes e endereço das populações que serão analisadas e seguira termos de consentimento conforme Anexo 1

Novembro 01/11 Tarde 15/11 Tarde 04/11 Manhã Observação aula professora B Turma: Pré I 12 alunos 4 e 5 anos Observação aula professora B Turma: Pré I 12 alunos 4 e 5 anos Observação aula professora C Turma: Maternal 14 alunos 3 e 4 anos Atividades visando o Esporte Basquetebol arremesso adaptado

Atividade voltada para o Esporte handebol, arremessos no gol, adaptado.

Atividades em forma de circuito na sala de aula.

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5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos pelas técnicas utilizadas neste estudo foram analisados através da tabulação manual dos dados segundo Gil (2010 p. 154), essa interpretação “privilegia a discussão em torno dos dados obtidos, de onde decorre a interpretação de seus resultados”. Transcrevendo as informações encontradas antes, durante e após as entrevistas.

Nesse contexto a analise e interpretação dos resultados foram realizados separadamente de forma descritiva. Como descrito a baixo, os mesmos foram, organizados a partir de duas categorias de análise, a primeira categoria descreve sobre o perfil e planejamento das professoras e a segunda categoria de análise sobre a metodologia de ensino das professoras.

5.1 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre o perfil e planejamento da professora A

Formada há 14 anos, pela Unijui- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, em bacharelado e licenciatura em Educação Física, trabalha a 10 anos na rede municipal como concursada e há 6 anos com a educação Infantil. Possui um bom entrosamento com os alunos, um vocabulário muito apropriado para as crianças, desenvolve atividades lúdicas frisando o imaginário da criança, com circuitos, mini jogos, e brincadeiras orientadas, utilizando realmente a ludicidade.

5.1. 2 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre a metodologia de ensino da professora A

Em sua entrevista quando questionada sobre a metodologia de ensino, a mesma relatou que parte do simples para o complexo em suas atividades, a qual frisou a importância das crianças serem protagonistas das aulas, ocupando o papel principal.

Quando questionada sobre seguir autores ou não em suas aulas a mesma acredita ser bom para a aprendizagem porem, na pratica das escolas, com os contextos dos professores, funcionários, diretores e convívio em geral, nem sempre pode ser colocado em prática de forma total.

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Com a entrevista desta professora e com o tempo de observações das aulas, pudemos analisar que a mesma acredita na importância de seguir uma metodologia em suas aulas, porém ao se perguntar qual seria a metodologia que utiliza, não mostra algo específico, sendo assim podemos analisar que o seu conhecimento e planejamento esta voltado segundo princípios do autor Freire (2012) e Fensterseifer et al (2007) onde vimos que constitui um ser imaginário, com o lúdico, do simples para o complexo e sendo protagonista das atividades.

Mesmo não estando visíveis para a professora os autores que estão fazendo parte de sua forma de ensino, pois para ela não fica claro essas questões, a mesma constrói um bom trabalho, não diminuindo seus resultados, tão pouco prejudicando, pois os alunos aprimoram suas habilidades físicas e estão inseridos em seus tempo e espaço, mas acredito que seria uma forma de acrescentar seu conhecimento e aprender novas formas de ensino.

Sendo assim, a dinâmica realizada por ela chama atenção das outras professoras e direção, estando sempre a frente de diferentes eventos, como amostra de dança, festival e formaturas, mostra-se uma professora preocupada com os alunos e disposta a auxiliar sempre que preciso.

5.1.3 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre o perfil e planejamento da professora B

Formada há 4 anos, pela Unijui- Universidade Regional do Noroeste do Estado

do Rio Grande do Sul, em bacharelado e licenciatura em Educação Física, sendo concursada na rede municipal há 1 ano, onde trabalha com crianças da Educação Infantil e também exerce suas funções como Bacharel fora da escola.

Possui um bom envolvimento com os alunos, sendo uma professora calma e tranquila, seu vocabulário oscila com o vocabulário infantil e o adulto, isso ocorre também pelo fato das atividades que a mesma propõem para os alunos, que não demandam de um vocabulário mais voltado para o imaginário.

Juntamente com a entrevista e observações pude analisar que a professora trabalha os Esportes como formas de conteúdos, relatando ser importante para o acompanhamento dos alunos nos anos posteriores, onde os mesmos chegarão as séries iniciais do fundamental já conhecendo determinados Esportes. O que se dá de forma

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teórica, não utilizando o lúdico para exercer esse conhecimento.

Sendo assim, a professora divide suas aulas em três fases. A primeira com recortes, massinhas de modelar, entre outros para trabalhar a motricidade fina, isso de forma livre. A segunda é realizada perante ilustrações com imagens e desenhos para colorir do esporte que será trabalhado, onde a professora explica de forma geral as regras do esporte. A terceira e última fase é centrada na prática da modalidade trabalhada anteriormente, com a ida ao pátio da escola e realizado o principal fundamento do esporte, no caso do basquetebol com arremessos em uma cesta de basquete adaptada, de forma individual e precisa, onde os alunos eram postos em filas e cada um realizava dois arremessos.

Quando questionada perante seu convivo com os alunos a professora relata que “Encontro mais dificuldade em tornar os alunos interessados para brincar e se desafiar, estão sempre muito acomodados, não querem cansar, sujar-se, experimentar o novo. Vejo que temos uma geração de crianças que brincam mais paradas, com tudo perto e pronto. Procuro sempre trazer algo novo, mas também resgatar pequenos valores como brincadeiras e brinquedos simples”.

5.1.4 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre a metodologia de ensino da professora B

Ao conversamos sobre a importância e a utilização ou não de metodologias adequadas para essa faixa etária em seu planejamento, a mesma relata que é muito importante para o crescimento da criança, mas que ao se deparar com a realidade da escola e das crianças acredita que essa forma que esta trabalhando contempla os alunos.

Por fim, ao final das observações pude perceber que os alunos não estão aprendendo com essa forma de ensinar, pelo contrario, como as atividades são feitas de forma formal, sem o lúdico, o brincar, o imaginar, as crianças são submetidas a repetições de movimentos como o arremesso, o que leva a uma breve concentração e as crianças logo dispersam, não estando mais focadas na atividade, pois não estão mais interessadas e a mesma não as cativa, com isso a professora acaba deixando eles brincar de forma livre pelo pátio, sem intervir nas atividades. Acredito essa maneira de trabalhar com as crianças é que acaba dificultando as aulas, como relata a professora, pois o sabemos que o tempo de concentração de uma criança é menor do que de um adulto, e quando submetidas atividades de adulto isso não irá lhe chamar a atenção.

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A principal ferramenta que a professora deveria criar era se aprimorar em brincadeiras, na ludicidade, mini-jogos e despertar o interesse com as atividades, para que elas possam vivenciar as atividades, e aprender sem saber que estão aprendendo, poderia continuar com os Esportes já que é algo que a deixa segura, mas sendo posto de outra maneira, sempre pensando em deixar a criança criar.

5.1.5 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre o perfil e planejamento da professora C

Professora em período de graduação, cursando Educação Física pela Unijui- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, em sua entrevista como está no início da sua graduação, indo para o segundo ano, a mesma não possui conhecimento sobre as metodologias de ensino, e sobre como conduzir uma aula para a Educação Infantil, mas acredita ser importante uma vez que faz parte do planejamento de uma professora. Trabalha como Estagiária desde o início de sua graduação, ao decorrer das aulas esta construindo suas aprendizagens e conhecimentos.

5.1.6 Análise e interpretação dos resultados da categoria sobre a metodologia de ensino da professora C

Ao observar suas aulas, percebi que possui uma professora regente na turma onde a Estagiária fica um tempo de aproximadamente 35 minutos para desenvolver atividades de recreação com as crianças. Como não possui muita experiência utiliza diferentes tipos de circuitos, fora ou dentro da sala de aula, onde os alunos são submetidos a passar por obstáculos varias vezes.

Sendo assim ocorre o mesmo problema com os alunos da professora B, onde o tempo de concentração logo se esgota, causando discórdias, brigas e dispersando os alunos, principalmente quando estão em sala de aula.

Outro fator que dificulta a aula é a falta de vocabulário adequado para essa faixa etária, onde os alunos não trabalham em nenhum momento a sua imaginação, ou criação, estando apenas repetindo movimentos, isso também se da pela professora regente da turma, onde não propõem atividades que realmente possam ser de criação dos alunos, mas sim algo a repetir as tarefas.

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Acredito que essa estudante, que se encontra ainda com o papel de Estagiária irá aprender muito com as experiências da graduação, e também em seu trabalho, o que irá lhe constituindo para que posteriormente possa trabalhar de forma a sustentar o que é necessário em uma aula de Educação Infantil.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa tivemos a oportunidade de discutir fatores importantes para um bom ensino da Educação Física na Educação Infantil, quais os pontos a serem observados e como devemos nos posicionar mediante e a essas realidades encontradas nas escolas municipais.

Ao nos depararmos com a realidade de cada escola e de cada professora percebemos um distanciamento da teoria com a prática. A metodologia utilizada pelas professoras diferenciam-se uma das outras e não contextualizam as proposta de metodologia para o ensino da educação Infantil.

Em meio a esses perfis encontram-se duas profissionais com dificuldades teóricas e praticas de trabalhar com essa faixa etária, ou seja, não buscam conhecimentos metodológicos específicos, tão pouco formas e atividades que possam suprir a importância dessa demanda para as crianças.

Realizam suas atividades de forma tradicional, sem ocorrer as intervenções necessárias quanto a forma de expressões verbais e motivacionais perante as crianças, sendo desenvolvidas atividades isoladas, de repetições de movimentos com pouco tempo de concentração e participação das crianças, sem que essas possam contribuir de fato para o avanço de suas aprendizagens.

Acreditamos que para esses profissionais de Educação Física que estão inseridos na Educação Infantil precisam se apropriar ainda mais de conhecimentos específicos para estar atuando neste meio, estudando sobre as metodologias e seus planejamentos, pois, como já visto é um campo novo e com inúmeros questionamentos, que não se trata de estar pronto, mas sim de buscar saber mais, investigar mais, e conseguir discernir a forma de ensinar da Educação Infantil com os outros anos da Educação Básica, podendo assim desenvolver de fato o seu papel neste meio.

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REFERÊNCIAS

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Educação Nacional n. º 9.394/96. Brasília: MEC/FAE, 1996.

DIAS. M. A Família numa sociedade em mudança. Problemas e influencias recíprocas. Gestão e desenvolvimento. 2000.

FIALHO. P. A.; OTANI. N. TCC: Métodos e Técnicas. Ed.2. ver. Atual. Florianópolis. Visual Books, 2011.

FREIRE, J. Educação do Corpo Inteiro: Teoria e pratica do corpo inteiro. 5 ed. São Paulo: Scipione. 2012.

FENSTERSEIFER. P.; GONZÁLEZ. F. Educação física Escolar: a difícil e incontornável relação teoria e prática. Motrivivência. 2007.

GIL. A. C. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. Ed.5. São Paulo. Atlas 2010. KUNZ. E. Brincar e se- movimentar: tempos e espaços de vida da criança. Ijuí. Ed. Física, 2015. p. 136.

KUNZ. E. Didática da Educação Física. Ed. 5. Ijuí. Ed. Unijuí, 2013. p.160. KUNZ. E. Educação Física: ensinos e mudanças. Ed 3. Ijuí. Ed. Unijuí, 2012. p. 264.

MAGALHÃES, Joana S. et al. Educação Física na educação infantil: uma parceria necessária. In: Rev. Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 6, n. 3, p. 43-52, 2007.

NETO. I. Propostas para o ensino da Educação Física. Ed. 2. Caderno de Educação Física. Unioneste. Nov/2000

PINHEIRO. M. O Construtivismo na Educação Infantil: Uma reflexão sobre a aplicação construtivista em sala de aula. Universidade Nove de Julho. SP. 2010.

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SANTIN, S. Educação Física: Uma Abordagem Filosófica da Corporeidade. Liv. UNIJUI. 1987.

SILVA, G . Educação (física) Infantil: a experiência do se- movimentar. Ed. UNIJUI, 2010.

SAYÃO, T. D ; Educação Física na Educação Infantil: riscos, conflitos e controvérsias. CBCE; Gôiania. Outubro. 1997.

SAYÃO , T. D.; Infância, Educação Física e Educação Infantil. Florianópolis. 2000.

VAZ , A.; SAYÃO, D.; PINTO, F.; Educação do Corpo e Formação dos

Professores: Reflexões sobre a pratica de Ensino da Educação Física. Florianópolis:

UFSC, 2002.

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ANEXO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a):

Estamos desenvolvendo uma pesquisa cujo título é “...”. Este trabalho é fruto do curso de graduação em... na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ , o Sr. (sra.) está sendo convidado (a) a participação desta pesquisa que tem como finalidade (explicação rápida dos objetivos propostos, em linguagem acessível ao proprietário).

A sua participação nesta pesquisa não traz complicações legais. (especificar aqui possíveis riscos e desconfortos gerados durante a pesquisa ou depois, como consequência dela, e procedimentos para saná-los). Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem à Resolução 466/12, de 12 de dezembro de 2012.

- Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. - Somente os pesquisadores terão conhecimento dos dados.

Esperamos que este estudo traga informações importantes sobre (definição de resultados esperados), de forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa (Colocar os BENEFÍCIOS), o pesquisador se compromete a lhe informar os resultados obtidos.

Você tem liberdade para recusar-se na participação da pesquisa, ou na sua desistência a qualquer momento, podendo solicitar que suas informações sejam desconsideradas no estudo, sem constrangimento. Como sua participação é voluntária e gratuita, está garantido que você não terá qualquer tipo de despesa adicional ou compensação financeira durante o desenvolvimento da pesquisa.

Eu, (nome do professor (a) orientador (a)), bem como (nome do aluno (a)) assumimos a responsabilidade na condução da pesquisa e garantimos que suas informações somente serão utilizadas para esta pesquisa, podendo os resultados ou imagens virem a ser publicados em eventos, revistas científicas ou atividades acadêmicas .

Os documentos de coleta ficarão sob nossa responsabilidade por um período de cinco anos e serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa, após serão deletados e/ou incinerados.

Caso ainda haja dúvidas você poderá pedir esclarecimentos, a qualquer momento nos endereços e telefones abaixo: (Listar endereço e telefone do professor (a) orientador (a)

O presente documento é assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o proprietário e outra arquivada com o pesquisador responsável.

Eu,___________ NOME DO PROPRIETÁRIO_____________CPF_______________, ciente das informações recebidas concordo em participar da pesquisa, autorizando a utilização do (s) animal (is) acima descrito (s) e das informações por mim concedidas e/ou os resultados alcançados.

_____________________

(40)

Assinatura do proprietário Impressão dactiloscópica (Se for alfabetizado) (Se for analfabeto)

Assinatura do orientador(a) Nome do (a) orientador (a): CPF do (a) orientador (a):

Assinatura do aluno(a) Nome do (a) aluno(a): CPF do (a) aluno (a) :

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