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Academic year: 2021

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ESTILOS DE APRENDIZAGEM E SUA INTER-RELAÇÃO COM AS TÉCNICAS DE ENSINO: UMA AVALIAÇÃO COM O MODELO VARK NO CURSO DE CIÊNCIAS

CONTÁBEIS DE UMA IES NO INTERIOR PAULISTA

Claudio de Souza Miranda

Mestre em Engenharia de Produção pela EESC/USP FEARP/USP

E-mail: csmiranda@fearp.usp.br Raïssa Álvares de Matos Miranda Mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar

Faculdades Integradas Fafibe E-mail: raissamiranda@gmail.com

Alessandra Soares Mariano Graduada em Ciências Contábeis

Faculdades Integradas Fafibe E-mail: secret.blanco@monteazul.com.br RESUMO

O ensino da Contabilidade, principalmente no que se refere aos aspectos pedagógicos, vêm adquirindo ultimamente especial importância nas publicações científicas da área. Percebe-se uma atenção cada vez mais crescente aos estudos dos métodos e técnicas de ensino, assim como, sobre os aspectos relacionados aos estilos de ensino e de aprendizagem. Entretanto, frequentemente percebe-se que os trabalhos tratam cada um destes aspectos de forma isolada, quando na verdade deveriam ser tratados conjuntamente. Este trabalho aborda a relação entre os estilos de aprendizagem, a partir do modelo criado por Neil Fleming denominado VARK e as principais técnicas de ensino utilizadas em cursos superiores. O trabalho é de caráter exploratório e foi desenvolvido através de um levantamento, com a aplicação de questionários para discentes e docentes do curso de Ciências Contábeis de uma IES privada do Interior Paulista. Os resultados encontrados apontam uma grande concentração de alunos e professores sinestésicos e que as técnicas tradicionais de aulas expositivas, resolução de exercícios e seminários ainda são as predominantes em sala de aula, mesmo não sendo algumas destas vistas pelos alunos como as mais pedagógicas. Foi ainda constatado que as técnicas de ensino consideradas como mais facilitadoras nem sempre são condizentes com o estilo de aprendizagem do aluno, o que poderia estar relacionado às características do curso. Observou-se ainda que algumas técnicas são pouco trabalhadas pelos docentes e não percebidas pelos estudantes como de valor para seu aprendizado, mesmo sendo ela característica de seu estilo de aprendizagem.

Palavras Chave: Ensino da contabilidade. Estilos de Aprendizagem. Técnicas de ensino. 1 INTRODUÇÃO

Na busca da melhoria do processo de ensino-aprendizagem no ensino da contabilidade, diversos estudos sobre estilos de aprendizagem e dos métodos e técnicas de ensino passaram a ter maior freqüência nos principais congressos ligados à Contabilidade.

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O Estilo de Aprendizagem é o método que uma pessoa usa para adquirir conhecimento, ele não é o que a pessoa aprende e sim o modo como ela se comporta durante o aprendizado. Conhecendo o estilo de aprendizagem de seus alunos os professores e a coordenação de curso estarão aptos a desenvolver e utilizar metodologias e técnicas de ensino que possam ser mais motivantes e significativos no que diz respeito à eficácia e assim como pode gerar resultados muito melhores. Na literatura existem diversas metodologias para fazer seu inventário/mapeamento. Entre alguns dos principais têm-se os de Richard Felder, David Keirsey, David Kolb, Howard Gardner e VARK. Os principais trabalhos aplicados neste sentido à área de contabilidade nos principais congressos da área, são os de Paton, Oliveira e Azevedo (2004) e Valente, Abib e Kusnik (2006)

Os métodos e técnicas de ensino são instrumentos que se colocam à disposição do professor para a efetivação do processo de ensino. Segundo Souza (2001), o método é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o desenvolvimento integral do aluno, através de uma organização precisa de procedimentos que favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. A técnica, por sua vez, é o conjunto de atividades sistematicamente organizadas, que tem por objetivo propiciar ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para seu aperfeiçoamento individual e/ou grupal, ou seja, é a operacionalização do método. Os principais estudos nesta linha na área de contabilidade são os de Goulart (2002), Passos e Martins (2003), Araújo e Rodrigues (2006) e Neves Jr., Medeiros e Batista (2006).

Entretanto, apesar destes estudos passarem a ter maior freqüência, não foram encontrados estudos que avaliassem estes aspectos avaliados conjuntamente, sendo que os mesmos têm forte correlação. Neste sentido, este trabalho avalia através de um estudo exploratório, no curso de Ciências Contábeis em uma instituição privada, a relação entre os estilos de aprendizagem dos discentes e docentes, utilizando a modelagem VARK, e as técnicas de ensino empregadas pelos docentes.

2 ABORDAGEM DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E O MODELO VARK

Os estilos de aprendizagem são caracterizados por comportamentos cognitivos, afetivos e psicológicos, e indicam como os aprendizes percebem, interagem e respondem ao ambiente de aprendizado (NASSP, 1979, apud FATT, 2000). Assim, Dunn, Beaudry e Klavas (1989) citam que os estilos de aprendizagem podem ser apresentados em 4 dimensões gerais: a) cognitiva – maneira pela quais os indivíduos processam a informação por meio da percepção, pensamento, resolução de problemas, lembrança e relações entre acontecimentos; b) afetiva – vêem o aprendizado relacionado com a personalidade pessoal. Deste modo, possui as seguintes características, atenção, emoção, motivação, incentivo, curiosidade, frustração e ansiedade; c) fisiológica – vêem o aprendizado conectado as características biológicas. Por exemplo, os sentidos são utilizados; e d) psicológica – vêem o aprendizado relacionado a “força interior” e a individualidade de cada pessoa.

Dentre estas dimensões existem alguns modos de pensamento que as relacionam, são eles; sinestésicos, visuais, leitores e escritores e auditivos, levando em consideração que as pessoas utilizam os cinco sentidos para captar, juntar e armazenar informações. Ainda há um elo de ligação que é chamado de sistema representativo, que agrupa estes três modos de pensamento, com o intuito de dar sentido ao pensamento (MADONIK, 1990).

Por meio destas dimensões e modos de pensamentos, Neil Fleming criou em 1992, uma técnica de mapeamento de estilos de aprendizagem denominada de VARK (Visual, Aural-Read, Write and Kinesthetic) (VARK-LEARN, 2006). Para ele o ser humano tem quatro canais de aprendizado são eles:

A) Visual: as pessoas que aprendem melhor visualmente preferem as informações providas por demonstrações visuais e descrições. Elas gostam de utilizar listas para manter o raciocínio

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e organizar seus pensamentos. Elas costumam lembrar os rostos das pessoas conhecidas, mas freqüentemente esquecem os nomes delas. Elas são distraídas pelos movimentos ou ações, porém se houver algum distúrbio causado por sons, elas geralmente ignoram.

Deste modo, as pessoas com este estilo de aprendizagem preferem a utilização de instrumentos de ensino ligados a imagens:

• giz e lousa, explicitando imagens, gráficos, esquemas, diagramas e outros; • textos onde predominem gráficos e imagens, e outros elementos afins;

• projeções onde predominem: diagramas, slides, quadros, gráficos, setas, círculos e caixas • idéias complexas a serem mostradas primeiramente em um modelo diagramático; • palavras e idéias importantes a serem colocadas no quadro de forma que elas sejam

dispersadas de forma atrativa em vez de colocadas em tabelas/quadros alinhadas a esquerda;

• textos que apresentem cores distinguindo diferentes modelos e • vídeos.

Para estes indivíduos, os professores deveriam em avaliações escritas, criar quesitos usando estas palavras: ilustre, mostre, esboce, rotule, conecte e desenhe.

B) Auditivo: estes indivíduos aprendem pela audição. Eles gostam de ser providos por instruções faladas. Eles preferem discussões e diálogos, e solucionar problemas por meio de falas. Além disso, eles são facilmente distraídos por sons. Estes indivíduos preferem aprender com boa utilização da comunicação oral, assim, alguns instrumentos interessantes de ensino são:

• usar a voz para explicar as coisas; • fitas, conversações, telefonemas; • discussão em classe;

• discussão em pequenos grupos trabalhando em conjunto, contribuindo com suas idéias; • uso inteligente da fala, e a boa defesa de um ponto de vista;

• argumento, discussão, e debate;

• seminários; exames orais, apresentações em grupo, interação de estudantes, e diálogo. Nas avaliações escritas é preferível a utilização das seguintes expressões: explique, descreva, discuta e declare.

C) Leitura/escrita: estes indivíduos são tomadores de notas. Durante atividades como palestras e leitura de materiais difíceis, as notas são essenciais para eles. Eles freqüentemente desenham planos e esquemas para lembrá-los de conteúdos. Eles se sentem melhor quando “colocam as mãos” nos conteúdos. As maneiras pela quais estes indivíduos preferem aprender são:

• usar textos escritos para explicar coisas; • distribuir resumos e esquemas;

• utilizar a leitura de artigos, antes de virem para a aula e pedirem resumos ou esquemas destes textos;

• a utilização inteligente de palavras interessantes; • realizar argumentos e discussões em forma escrita;

• colocar palavras importantes no quadro-negro ou numa posição alta; • textos que são densos com resumos, e abstracts.

As avaliações devem estar relacionadas a questões discursivas, como redações. E utilizar as seguintes palavras defina, desenvolva o caso para, justifique, analise e demais semelhantes a estas.

D) Sinestésico: pessoas com aprendizado sinestésico, preferem aprender fazendo as tarefas por eles mesmos. Eles freqüentemente têm muita energia e gostam de utilizar o toque, o movimento e a interação com seu ambiente. Assim, estas pessoas preferem meios de aprendizado como:

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• usar exemplos reais para explicar as coisas;

• utilizar palestrantes convidados, estudos de casos, trabalhos práticos, visitas em locais e laboratórios;

• exibições, amostras, histórias de jornal, modelos articulados, produtos e pessoas (coisas que trazem a realidade a uma sessão pedagógica);

• a utilização inteligente de metáforas, exemplos e analogia no trabalho escrito; • trazer objetos para classe para defender um ponto de vista;

• utilizar textos que são densos como casos, conversações, histórias, biografias.

Em avaliações a preferência é da criação de exames escritos que usam estas palavras: dê exemplos, aplique, demonstre; usando seus conhecimentos, entre outras similares.

Em resumo, pessoas visuais vêem o mundo pela construção ou a lembrança de imagens. Indivíduos auditivos preferem os sons e podem tomar decisões baseados em fatos que eles ouvem. Os indivíduos leitores/escritores preferem aprender pela escrita e leitura. Já os sinestésicos preferem relatar a realidade por meio de sentimentos.

Desta forma, pode-se perceber que se os professores melhorarem suas habilidades de ensino e se utilizarem de diversos métodos diferentes, eles serão capazes de alcançar a atenção e proporcionar um melhor aprendizado para a maioria dos alunos (FATT, 2000). Para isto é importante que os professores levem em consideração as diferenças na percepção e na captação de aprendizado de cada um destes alunos.

Além disso, os professores precisam na medida do possível, adaptar seus próprios estilos de aprendizagem ao da maioria dos alunos das quais eles ministram aulas, para tornar o aprendizado mais efetivo, criando condições para desafiar os alunos e ensiná-los estilos diferentes de aprendizado. Mas estes professores precisam ainda prover os alunos com a oportunidade de aprender de uma maneira que incentivem seu estilo de aprendizagem, para que eles possam aprender melhor e possam estar mais confortáveis em seus próprios estilos. 3 TÉCNICAS DE ENSINO E SUA APLICAÇÃO NA CONTABILIDADE

No processo de ensino-aprendizagem o método e técnicas de ensino utilizadas pelo professor são de grande importância para o sucesso do aluno. Nos Cursos de Ciências Contábeis observa-se certa dificuldade na aplicação de diversificados métodos e técnicas de ensino nas disciplinas contábeis.

As principais técnicas de ensino que podem ser utilizadas por docentes da área de contabilidade segundo Marion (2001) podem ser:

a) Aula Expositiva - é a forma mais tradicional, simples e flexível. Este método é auditivo e visual, permite ao professor transmitir aos alunos experiências e observações pessoais. O exemplo prático utilizado pelo professor facilita ao aluno a memorização, compreensão e a utilidade da matéria. A desvantagem é que o professor é o agente ativo em vez do aluno no processo de ensino-aprendizagem, é importante não explorar demais este método.

b) Seminários - Este método leva o aluno a pesquisar um tema, identificar problemas da pesquisa, apresentar os resultados, e discuti-lo. Os alunos acreditam que eles trabalham muito e o professor pouco, mas este método ajuda o aluno no exercício da carreira, pois faz com que ele transmita oralmente suas idéias a um grupo de pessoas. c) Estudo de Caso Desenvolvido em Grupo - O estudo de caso consiste em propor um

problema real, no curso de Ciências Contábeis. Os estudantes e professores participam, discutindo e estudando casos empresariais. A estratégia está nos estudantes que poderão aprender com esforços e mérito próprio. O professor é um guia para discussões e descobertas.

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d) Palestras - são de grande importância podem ser realizadas em uma semana de estudo, um convite a um profissional ou a um professor para falar de assuntos atuais relacionados com a matéria do curso. Este método proporciona a motivação profissional, logo depois pode ser aberto para debate, para que os alunos possam interagir com o profissional.

e) Desenvolvimento de Resumos e Redações - Os resumos e redações buscam a interpretação e avaliação dos alunos. Induzem raciocínio, auxílio da escrita e a expor idéias sobre assuntos já vistos, ou a serem abordados.

f) Resolução de Exercícios - A resolução de exercícios usada como modo complementar às aulas expositivas, servindo para fixar e compreender melhor o ensino teórico. A criatividade do professor na elaboração de exercícios é fator indispensável.

g) Leitura Orientada Durante as Aulas - O professor propõe o texto a ser lido por todos os alunos na classe, encaminhando para um confronto de idéias e opiniões sobre o assunto. Ao final da atividade, o professor poderá propor a elaboração de um relatório de leitura, como fixação do conteúdo lido.

h) Ensino Individualizado - O ensino individualizado é um meio eficiente do aluno alcançar os objetivos da aprendizagem e de se preparar para tornar-se um estudante independente. Ele estuda sozinho, sob a orientação e direcionamento do professor, por meio da utilização de livros, artigos, aplicativos práticos, entre outros.

i) Ensino em Pequenos Grupos - O ensino em pequenos grupos é válido para grandes turmas. O aluno assume o “papel principal”, desperta a pesquisa e o interesse em descobrir aquilo que precisa aprender. Desta forma, o aluno aplica seus conhecimentos por meio do ensino para outros colegas, inclusive pode descobrir sua vocação para a docência.

j) Debates - Debate é um método tradicional, após o estudo, leitura, ou exposição de algum tema, os alunos tem a oportunidade de trocar idéias, conhecimentos e opiniões. O professor sempre levantará um tema e os alunos dão opiniões sobre este tema, questionando o lado positivo e o lado negativo. O professor ao final desta aula, poderá pedir um relatório escrito, para incentivar a redação e parecer dos alunos sobre o assunto.

k) Projeção de Fitas - O método de projeção de fitas consiste em utilizar-se da experiência de pessoas externas. Temas interessantes do curso, assunto em destaque, filmes, aulas e palestras gravadas. Ao final desta atividade o professor poderá utilizar outras técnicas de ensino, tais como: debate, estudo de caso, palestra, dissertação sobre o assunto, entre outros para trabalhar os diversos estilos de aprendizagem dos alunos. l) Aulas Práticas - As aulas práticas mostram o lado prático da disciplina. Poderão ser

desenvolvidas no laboratório contábil, utilizando processo eletrônico. Neste método, o professor deve levar em consideração, o prévio conhecimento dos alunos em relação à teoria.

4 TÉCNICAS DE ENSINO E OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM, SEGUNDO O MODELO VARK

A relação das técnicas de ensino e dos estilos de aprendizado que se relacionam, estão demonstrados de forma ordenada no Quadro 1, que segue. Pode-se perceber que as técnicas mais ligados ao estilo visual, estão relacionados com a utilização principal de imagens ligadas ao som.

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Estilo de Aprendizagem Técnicas de Ensino

Visual Aula expositiva com auxílio da lousa, Projeção de Fitas, Pesquisa na Internet, Resolução de Exercícios, Aulas práticas

Auditivo Aula expositiva, Seminários, Estudo de Caso Desenvolvido em Grupo, Palestras, Ensino em pequenos grupos, Debates Leitura/escrita Estudo de Caso Individual, Leitura Individual durante e

antes da aula, Desenvolvimento de resumos e redações, Ensino Individualizado

Sinestésico Seminários, Resolução de exercícios, Aulas práticas, Palestras de pessoas da área

Quadro 1 – Relação das técnicas de ensino e estilos de aprendizagem VARK

Alunos e professores visuais preferem a exposição de idéias por meio de diagramas, figuras, imagens que tragam informações relevantes. O professor visual, no entanto não pode esquecer que o grupo para o qual leciona está sempre composto de vários tipos de estilos de aprendizagem.

Por exemplo, a idéia de lançamentos contábeis, precisa ser mostrada pela figura central de um balanço mostrando o impacto em um balanço patrimonial com o próprio balanço (figura) e os respectivos razonetes ligados a estes lançamentos. Geralmente alunos de primeiro ano terão características visuais e sinestésicas mais destacadas que os demais, em função de ter os primeiros contatos com o conteúdo, ou seja, sua primeira inserção no mundo da contabilidade.

No caso de professores e alunos auditivos na contabilidade, pode-se entender que eles prefiram aulas expositivas sem muita utilização da lousa, ou qualquer tipo de meio gráfico para reproduzir uma idéia. Por outro lado, preferirão aulas que envolvam discussão e exposição de idéias de maneira a envolver a sala como um todo, desenvolvendo idéias e opiniões orais.

No caso deles serem leitores e escritores, o aprendizado individual predomina. Neste caso, eles não têm limitações quanto a expressar suas idéias por meio de textos escritos por eles mesmos. As opiniões, no entanto se mostram mais formais do que em discursos orais. Geralmente, pessoas mais voltada à leitura e escrita são menos extrovertidas e são mais formais. Na contabilidade atual, um indivíduo com estas características terá mais dificuldade de aprender, pois pelo perfil do curso de Ciências Contábeis, predominam as disciplinas mais práticas e de discussão durante o processo de aprendizagem.

Os alunos e professores sinestésicos, tem maior facilidade de envolvimento nas disciplinas e seus conteúdos, por literalmente necessitarem “sentí-los”. Ensinam e aprendem melhor por meio de atividades que os levem a se integrar totalmente aos assuntos, como por exemplo em resoluções de problemas, aulas práticas onde a teoria é aplicada; seminários, onde podem expressar seus “sentimentos’ pelo assunto.

O conhecimento destas características são importantes tanto para o professor, para conhecer melhor seu estilo de aprendizagem, e aperfeiçoá-lo para ser capaz de conduzir suas aulas de forma a atingir todos os alunos, senão todos pelo menos a grande maioria, por meio de técnicas de ensinos variadas. Como para o aluno, para que este entenda suas dificuldades de aprendizado e opte por métodos de estudo mais direcionados a seu estilo e também possa ter desafios em relação a outros estilos de aprendizagem.

5 METODOLOGIA

A pesquisa desenvolvida teve caráter exploratório, e o procedimento de pesquisa utilizado foi o levantamento (survey) que se caracteriza pelo questionamento direto das

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pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Segundo Diehl e Tatim (2004) no levantamento procede-se á solicitação de informações a um grupo significativo de indivíduos acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter-se as conclusões correspondentes a estes dados.

O questionário desenvolvido para esta pesquisa foi dividido em três partes. Na primeira foram colocados aspectos para caracterizar os discentes e docentes para que análises comparativas fossem efetuadas. Na segunda parte foram colocadas as questões de caracterização do modelo de estilos de aprendizagem VARK que tem 16 questionamentos. Na terceira parte foram colocadas as principais técnicas de ensino para serem avaliadas sobre sua importância no processo de aprendizagem e sua utilização.

A análise dos dados foi feita através o uso do software estatístico SPSS® pela análise descritiva de freqüência e por análises cruzadas.

6 ANÁLISE E RESULTADOS DA PESQUISA 6.1 Descrição das amostras

A pesquisa foi realizada com os alunos e professores do curso de Ciências Contábeis de uma IES privada do interior paulista, no segundo semestre de 2006. Foram aplicados questionários em 198 alunos, o que representa 82,5% dos alunos totais do curso e 12 docentes que representam 71% dos docentes do curso.

6.1.1 Discentes

Em relação ao período do curso, 33% são do 1º ano, 20% do 2º ano, 27% do 3º ano e 20% do 4º ano. Em relação ao sexo, 45% da amostra é do sexo feminino e 55% masculino. Em relação à idade da amostra teve-se que 1% tem até 17 anos, 36% de 18 a 20, 41% de 21 a 25, 13% de 28 a 30 e 9 % com mais de 30. A pesquisa indica que 92% dos alunos do curso de trabalham e apenas 8% não trabalham. Dos alunos que trabalham 2% o faz por até 4 horas diárias, 9% de 4 a 6 e 89% trabalham de 6 a 8 horas. Em relação às atividades de trabalho, 40% desenvolve atividades em outras áreas não relacionadas à contabilidade, 25% na área de contabilidade e 35% atuam em áreas afins a contabilidade, como a área de administração principalmente financeira e vendas.

Em relação ao ensino, 95% dos alunos fizeram o ensino fundamental e médio em escolas públicas. Sendo que 31% destes já haviam terminado ensino médio há mais de 5 anos.

A última variável para descrever a amostra pesquisada, foi sobre a opção de escolha do curso de Ciências Contábeis. A maioria dos alunos escolheu o curso por gosto pessoal, ou seja, de forma espontânea sem a influência de pessoas ou necessidade da área na qual trabalha, e 18% da amostra escolheu o curso por já estarem atuando na área.

6.1.2 Docentes

No semestre letivo quando a pesquisa foi desenvolvida, havia 17 professores ativos, de diferentes áreas do conhecimento, lecionando nos quatros anos de curso, sendo que 12 retornaram o questionário, sendo 33% de homens e de 67% mulheres.

A maioria dos professores concluiu e cursou o ensino fundamental e médio em escolas públicas. Em relação à graduação no ensino superior 5 são formados em ciências contábeis, 2 em matemática, 2 em administração, 1 em economia, 1 em direito e 1 em Língua Portuguesa. Todos estão cursando ou já concluíram o mestrado.

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Em relação ao tempo de docência 33% só ministravam aulas até 2 anos, 33% de 3 a 5 anos, 17% de 6 a 10 anos e 17% há mais de 10 anos. No que tange à dedicação semanal em número de aulas, não apenas na IES avaliada, observa-se que 5 docentes têm carga semanal acima de 20 aulas, 3 têm de 5 a 12 aulas, 3 de 5 a 12 aulas e apenas 1 tem apenas 4 aulas.

Em alusão a exercer outras atividades além da docência, somente 4 professores não se dedicam somente à docência. E se dedicam a outras atividades em aproximadamente 40 horas. 6.2 Estilos de aprendizagem

6.2.1 Discentes

Pôde-se verificar que grande parte dos alunos do curso tem como estilo de aprendizagem dominante o sinestésico (49%). Em seguida o estilo mais freqüente entre os alunos é o auditivo (24%), seguido do leitor/escritor (18%) e o do visual (9%).

De acordo com os dados demonstrados na Figura 1, quanto mais velho o indivíduo, menos visual e menos sinestésico ele é. Por outro lado, seu aprendizado se torna mais caracterizado pela leitura e escrita. Percebe-se ainda a estabilidade na freqüência do estilo auditivo entre as faixas etárias. Nem todos tem um único estilo predominante, no caso da amostra analisada, 75,3% tinham um único estilo, 21,2% dois estilos e 3,5% três estilos.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Até 20 anos 11,0% 24,2% 17,6% 47,3% Até 25 anos 9,5% 24,8% 12,4% 53,3% Até 30 anos 2,9% 20,6% 29,4% 47,1% Mais de 30 anos 4,2% 25,0% 29,2% 41,7% V A R K

Figura 1 – Classificação dos estilos de aprendizagem (VARK) por classificação etária dos alunos 6.2.2 Docentes

Dos doze professores pesquisados, oito apresentaram características ligadas ao estilo de aprendizagem sinestésico. Destes oito, quatro possuem também outro estilo de aprendizagem que são um visual e três leitores/escritores. Os outros quatro professores, três são somente leitores/escritores e um possui duas características a visual e auditiva, sendo bastante diferente dos demais professores. Nenhum professor apresentou mais do que duas características.

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6.3 Técnicas de ensino

Baseado nas técnicas de ensino expostas anteriormente, no questionário foram colocados quatro questionamentos aos alunos: Quais técnicas mais facilitam seu aprendizado, quais mais dificultam, quais técnicas os professores mais utilizam, e quais menos utilizam. No questionário dos docentes quatro questionamentos também foram feitos: quais técnicas acredita ser as que mais facilitam o aprendizado dos alunos, quais menos facilitam, quais mais aplica, e quais menos aplica. Em todos os questionamentos o respondente deveria selecionar as três técnicas que considerava mais relevantes.

6.3.1 Discentes

Os resultados da freqüência de escolha das técnicas que mais facilitam o aprendizado dos alunos, segundo eles próprios são demonstrados na Figura 2. Nota-se que as técnicas mais relevantes no geral são: resolução de exercícios e aulas práticas, não importando o ano que os alunos estejam cursando. Outro método que vem logo após estes dois são as clássicas aulas expositivas. As demais técnicas se encontram em faixas similares de percepção dos alunos

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% Aula exp ositi va Sem inár ios estu do c aso grup o estu do c aso indi vidu al pale stra resu mo/ reda ção reso luca o ex erci cio leitu ra o rient ada ensi no in divi dual izad o ensi no p eq g rupo s deba tes proj ecao fita s aula s pr atic as

1 ano 2 ano 3 ano 4 ano geral

Figura 2 – Técnicas que mais facilitam o aprendizado dos alunos

As Técnicas de ensino percebidas como as que menos facilitam o aprendizado dos alunos estão expostas na Figura 3. As Técnicas mais destacadas foram: seminários – principalmente por alunos dos últimos anos; resumo/redação – principalmente por de 2º e 3º ano; e leitura orientada – principalmente por alunos de 3º e 4º ano.

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0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% Aula exp ositi va Sem inár ios estu do c aso grup o estu do c aso indivi dual pale stra resu mo/ reda ção reso luca o ex erci cio leitu ra o rient ada ensi no in dividu alizad o ensi no p eq g rupo s deba tes proj ecao fita s aula s pr atic as

1 ano 2 ano 3 ano 4 ano geral

Figura 3 – Técnicas que menos facilitam o aprendizado dos alunos

Na Figura 4, são mostrados as técnicas de ensino que os professores utilizam com maior freqüência na percepção dos alunos, e ficou evidenciado que os alunos do 1º, 2º, 4º tem um consenso sobre este assunto, o método que os professores mais utilizam é a resolução de exercícios. Os alunos do 3º ano percebem os seminários como método mais utilizado.

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% Aula exp ositiv a Sem inár ios estu do c aso grup o estu do c aso indi vidu al pale stra resu mo/ reda ção reso luca o ex ercicio leitu ra o rient ada ensin o in divid ualiz ado ensi no p eq g rupo s deba tes proj ecao fita s aula s pr atic as

1 ano 2 ano 3 ano 4 ano geral

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Por outro lado, na Figura 5, para os alunos do 1º ano, o método que os professores menos utilizam são as palestras. Já os alunos do 2º ano responderam projeção de fitas e os do 3º projeção de fitas e palestras. Os alunos do 4º também responderam palestras, porém junto com ensino individualizado.

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% Aula exp ositi va Sem inár ios estu do c aso grup o estu do c aso indi vidu al pale stra resu mo/ reda ção reso luca o ex erci cio leitu ra o rient ada ensi no in divi dual izad o ensi no p eq g rupo s deba tes proj ecao fita s aula s pr atic as

1 ano 2 ano 3 ano 4 ano geral

Figura 5 – Técnicas que os professores menos utilizam na percepção dos alunos

Os dados mostram que pela percepção dos alunos, as técnicas que os professores mais utilizam, são os que auxiliam o seu aprendizado, pois a resolução de exercícios é colocada como principal meio de aprendizado pelos alunos e é muito utilizada pelos professores.

As aulas expositivas também muito utilizadas pelos professores não foi citada pelos alunos como melhor meio de aprendizado, porém é o tipo mais clássico de método de ensino existente, e pode ser utilizado e complementado concomitantemente com outras técnicas de ensino, talvez esta seja a razão pela não percepção do aluno.

6.3.2 Docentes

Na Figura 6, são mostradas as técnicas que segundo os docentes são os que mais facilitam e menos facilitam o aprendizado dos alunos. Sendo assim, observou-se que as aulas práticas, resolução de exercícios e estudos de caso em grupo são, na visão dos docentes, as que mais facilitam o aprendizado dos alunos.

Contrariamente, as técnicas que menos facilitam este aprendizado segundo os docentes são as palestras, projeção de fitas e leitura orientada durante as aulas. Estes resultados estão bastante relacionados com o perfil empregado no curso e esperado pelos alunos, de serem aplicadas técnicas de ensino que os levam a praticar a contabilidade e não apenas ver sua teoria, embora palestras e projeções de fitas serem muito enriquecedoras no processo de aprendizagem dos alunos.

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0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% A u la e x p o s it iv a S e m in á ri o s E s tu d o s d e c a s o – g ru p o E s tu d o s d e c a s o – In d iv id u a l. P a le s tr a s R e s u m o s o u r e d a ç õ e s R e s o lu ç ã o d e e x e rc íc io s L e it u ra o ri e n ta d a d u ra n te a s a u la s E n s in o i n d iv id u a liz a d o E n s in o p a ra p e q u e n o s g ru p o s De b a te s P ro je ç ã o d e f it a s A u la s p ra ti c a s Menos facilita Mais facilita

Figura 6 – Técnicas que facilitam e não facilitam o aprendizado do aluno na percepção dos professores Quando questionados sobre as principais técnicas de ensino que se utilizam, as mais aplicadas pelos professores são: resolução de exercícios, aulas expositivas e estudo de caso em grupo, os dados são apresentados na figura 7, a seguir. Os resultados encontrados demonstram que há uma proximidade entre o que foi apontado como técnicas facilitadoras e o que é aplicado pelo docente.

0% 20% 40% 60% 80% 100% A u la e x p o s it iv a S e m in á ri o s E s tu d o s d e c a s o – g ru p o E s tu d o s d e c a s o – In d iv id u a l. P a le s tr a s R e s u m o s o u r e d a ç õ e s R e s o lu ç ã o d e e x e rc íc io s L e it u ra o ri e n ta d a d u ra n te a s a u la s E n s in o i n d iv id u a liz a d o E n s in o p a ra p e q u e n o s g ru p o s De b a te s P ro je ç ã o d e f it a s A u la s p ra ti c a s Menos aplicado Mais aplicado

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Nas técnicas que são menos utilizadas pelos docentes em sala de aula, têm-se quatro mais predominantes: o estudo de caso individual, palestras, ensino individualizado e projeção de fitas. Estas técnicas de ensino são importantes em qualquer curso, porém estão sendo menos utilizados no curso de ciências contábeis da IES estudada. Este resultado precisa ser analisado pelos professores e a coordenação do curso para que se possam tomar ações que melhorem este perfil.

6.4 Análise das técnicas de ensino e estilos de aprendizagem

Com o intuito de atender o objetivo desta pesquisa, que é a análise do relacionamento entre as técnicas de ensino em relação aos estilos de aprendizagem, foi efetuada uma análise cruzada entre os estilos de aprendizagem encontrados entre os discentes e docentes, e as técnicas de ensino que consideram facilitadoras e não facilitadoras do ensino.

6.4.1 – Discentes

O Quadro-resumo 2, mostra no geral todos os resultados e combinações dos estilos de aprendizagem e as técnicas de ensino, na percepção dos alunos. Nota-se que nas técnicas que facilitam o aprendizado, todos os alunos dos diversos estilos de aprendizagem percebem que a resolução de exercícios facilita seu aprendizado. Em relação às aulas práticas, todos os alunos a citaram como facilitadora de seu aprendizado, com exceção dos visuais.

Percepção dos alunos sobre as técnicas de ensino Estilo de

Aprendizagem Facilitam Não facilitam Aplicados Não aplicados Visuais (V) – 8,66% - Debates - Resolução de exercícios - Estudo de caso em grupo - Resumo/redação - Projeção de fitas - Ensino individualizado - Resolução de exercícios - Aula expositiva - Aulas práticas - Projeção de fitas - Resumo/redação - Palestra Auditivos (A) – 24,02% - Aulas práticas - Resolução de exercícios - Debates - Resumo/redação - Leitura orientada - Ensino Individualizado - Aula expositiva - Leitura orientada - Ensino para pequenos grupos - Palestra - Debates - Aulas práticas Leitores/ Escritores (R) – 18,11% - Resolução de exercícios - Aulas práticas - Aulas Expositiva - Resumo/redação - Leitura orientada - Projeção de fitas - Resumo/redação - Estudo de caso em grupo - Aula expositiva - Palestra - Projeção de fitas - Estudo de caso individual Sinestésicos (K) – 49,21% - Aulas práticas - Resolução de exercícios - Aula expositiva - Resumo/redação - Estudo de caso individual - Ensino individualizado - Resolução de exercícios - Aula expositiva - Estudo de caso em grupo - Palestras - Projeção de fitas - Estudo de caso individual Quadro 2 – Quadro-resumo resultados de pesquisa com os alunos

Em relação às técnicas de ensino que menos facilitam seu aprendizado, os discentes de todos os estilos de aprendizagem, colocaram o resumo/redação, mesmo os leitores/escritores. Isto pode indicar o perfil do curso como mais voltado para a prática, e assim até mesmo os escritores/leitores consideram como melhor a resolução de exercícios e não técnicas de ensino onde necessitem a redação de algum conteúdo.

A propósito da percepção dos alunos em relação à aplicação das técnicas pelos professores, a aula expositiva foi mencionada por todos os alunos como o mais utilizado, este

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fato acontece devido a este método de ensino ser o mais clássico e mais tradicional entre vários cursos, e aquele que o aluno está mais habituado.

Quanto a técnica menos aplicada tem-se a palestra, que não ocorre por uma questão de cultura do curso e da instituição. Mas após esta pesquisa, vários professores organizaram palestras para os alunos com profissionais da área. Além deste método outro bastante citado como menos utilizado foi à projeção de fitas, não muito empregado no curso, e que foi constatado como não facilitador do ensino inclusive em alunos visuais, o que deveria ser o contrário. Isto pode ocorrer muitas vezes pelo uso inadequado da ferramenta, ou de sua falta de uso pela inexistência de material didático aplicado à área de contabilidade.

Outra análise que cabe destaque é que o fato da resolução de exercício ser descrita como facilitadora em todos os estilos, aponta para a necessidade de avaliar se as características do curso induzem uma adaptação daquilo que seria a técnica mais ideal para o aluno.

A utilização ou não das técnicas pelos professores é melhor explicitada no item seguinte na análise dos resultados obtidos na resposta dos professores.

6.4.2 Docentes

As técnicas que mais facilitam o aprendizado do discente na percepção dos docentes sinestésicos são as resoluções de exercícios, aulas práticas e estudos de caso em grupo e debates. Excetuando-se os debates, as demais técnicas de ensino são exatamente o perfil deste estilo de aprendizagem, pois o professor precisa “sentir” para ter a sensação de aprendizado. Por outro lado, a projeção de fitas, leitura orientada, resumos e palestras não são percebidos por estes professores como técnicas que facilitem o aprendizado do aluno.

As técnicas menos aplicadas pelos professores sinestésicos são: palestras, estudos de caso individual e projeção de fitas. Já as mais aplicadas são: resolução de exercícios, aulas práticas e aula expositiva. Cabe ressaltar que de maneira geral as técnicas mais aplicadas foram os considerados como mais facilitadores, excetuando-se as aulas expositivas que apesar de muito aplicada não foi plenamente considerada como facilitadora do ensino.

Os professores leitores/escritores também acreditam que as técnicas, resolução de exercícios, aulas práticas e aulas expositivas são facilitadores de aprendizado para os alunos, e palestras e projeção de fitas não facilitam o aprendizado do aluno. Nestes pontos os sinestésicos não se diferenciam dos leitores/escritores.

No que tange, a aplicação destas técnicas pelos professores, têm-se que as técnicas de ensino mais aplicados são similarmente aos dos professores sinestésicos, a resolução de exercícios, as aulas práticas e as aulas expositivas. E os menos aplicados são: debates, projeção de fitas, ensino individualizado, palestras e estudos de caso individual.

Um único professor apresentou características diferentes dos demais, por isso à análise dele é feita separadamente. Este professor apresentou dois estilos de aprendizagem predominantes, um deles é o auditivo e outro o visual, assim as técnicas que ele acredita ser as que mais facilitam o aprendizado do aluno são: estudos de caso em grupo, resolução de exercícios e debates. Os que menos facilitam são: seminários, resumo/redação e leitura orientada.

Aqueles que são mais aplicados por este professor são: aula expositiva, estudo de caso em grupo e resolução de exercícios. Já as técnicas de ensino menos aplicados são: palestras, leitura orientada e projeção de fitas. Se forem verificadas as características dos estilos de aprendizagem nas quais este professor foi classificado, pode-se afirmar que há a predominância do estilo auditivo, pois entre as técnicas mais aplicadas e que mais facilitam o aprendizado para este professor a maioria deles está ligado a esse estilo de aprendizagem.

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Este fato não ocorre por acaso, porque como visto nas análises dos demais professores, a maioria deles não importando o estilo de aprendizagem, acreditam que três são as técnicas mais facilitadoras do aprendizado ao aluno, a resolução de exercícios e as aulas expositivas e as aulas práticas.

Este cenário existe possivelmente pelo perfil da profissão e do curso, porém existem técnicas que ainda precisam ser melhoradas e mesmo melhor conhecidas pelos docentes, principalmente de como aplicá-las, que é o caso de palestras e seminários. São técnicas que os discentes não conhecem devido a não aplicação pelos docentes, ou não gostam em função de frustrações de aplicações anteriores mal sucedidas.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo dos estilos de aprendizagem, independente do modelo utilizado, é de grande importância para que docentes, coordenadores pedagógicos e de curso, possam aumentar a eficácia das estratégias de ensino a serem utilizadas em sala de aula. O mesmo se da para o estudo das técnicas de ensino que melhor se adequam aos estilos avaliados.

O estudo efetuado foi localizado e gerou informações importantes para que os docentes e a coordenação de curso tomassem algumas ações para melhoria nas atividades de ensino desta IES. É importante ressaltar que não é possível generalizar os resultados encontrados neste trabalho para todos os cursos de ciências contábeis, visto que cada IES terá características, valores, cultura e condições diferenciadas.

Entretanto, a análise dos dados da pesquisa efetuada, gerou alguns questionamentos que poderiam ser avaliados de forma mais aprofundada com análises e amostras ampliadas. Entre estes questionamentos tem-se:

• a necessidade de verificar se o comportamento dos estilos de aprendizagem tende a ser mais do tipo leitores/escritores e menos visuais conforme as pessoas envelhecem; • que a amostra se concentrou em alunos que em sua formação de base (ensino

fundamental e médio) vieram em sua maioria do ensino público, assim é importante avaliar se alunos que vêem escolas particulares tem seus estilos de aprendizagem mais evoluídos;

• independentemente do estilo de aprendizagem do discente ou do docente, algumas técnicas de ensino foram mais preponderantes. Assim é importante avaliar se isto ocorre em outras IES e também em outros cursos além da contabilidade;

• que foi constatado que alguns tipos de técnicas de ensino tradicionais, não são percebidas como facilitadoras do ensino, sendo que muitas vezes são claramente vistas como improdutivas, isto pode ser ocasionado pela aplicação incorreta da técnica pelo docentes, a exemplo dos seminários;

• é necessário avaliar se a não aplicação de determinadas técnicas de ensino, se dá em função da inexistência de matérias pedagógicos disponíveis para utilização no mercado.

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