• Nenhum resultado encontrado

Baixar este arquivo PDF

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Baixar este arquivo PDF"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 13 A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ATOR DRACON1ANO EM A ELITE DA

TROPA 2

Leandro Rodrigues Doroteu Resumo: Este trabalho aplica os pressupostos teóricos da semiótica francesa postulada por A.

J. Greimas e J. Fontanille, para a análise dos simulacros de postagens do microblog Twitter construídos no interior do livro A Elite da Tropa 2, cujo personagem principal responde pela alcunha de Dacon1ano – policial de elite, aposentado precocemente por ter se tornado paraplégico. Ao longo da obra, reproduz-se, criando a ilusão de verdade, todo o layout adotado pelo microblog que tem como uma de suas características instituir certas práticas de escrita marcadas pela subjetividade, quando autobiográficas, o que permite, desse modo, que o narrador expresse seus sentimentos e seus pontos de vista pessoais em postagens de até 140 caracteres. Tendo como base a teoria semiótica, busca-se explicar como se compõe discursivamente o sujeito Dracon1ano.

Palavras-chave: Semiótica francesa; Identidade; “A Elite da Tropa 2”; Twitter.

Abstract: This work applies the theoretical assumptions of French semiotics, postulated by A. J. Greimas, J. Fontanille, to study the simulacrum of posts on the micro-blog Twitter constructed inside the book A Elite da Tropa 2 whose main character responds by the nickname of Dacon1ano - elite cop, retired early by becoming paraplegic. Along the work, reproduces, creating the referential illusion, the whole layout adopted by the micro-blog that has as one of its features set certain writing practices marked by subjectivity, when autobiographical, allowing thus the narrator expresses his feelings and his personal views in posts of up to 140 characters. Based on the semiotic theory, seeks to explain how are composed discursively the subject Dracon1ano

Keywords: French semiotics; Identity; A Elite da Tropa 2; Twitter.

Introdução

O presente trabalho tem por objetivo estudar à luz da semiótica francesa, trechos do livro A

elite da tropa 2, obra lançada pela editora Nova Fronteira em 2010, de autoria de Luiz

Eduardo Soares, Cláudio Ferraz, André Batista e Rodrigo Pimentel. Para a análise no presente trabalho optou-se por uma delimitação do córpus em que elegemos apenas sete, dos vinte e cinco capítulos, nos quais o narrador simula ser usuário do microblog Twitter auto intitulando-se Dracon1ano. A segmentação teve como motivação destacar as características de uma enunciação peculiar ao gênero blog simulado onde o ator narrador é construído discursivamente.

Em segundo lugar, optou-se por essa forma de segmentação porque tais capítulos são construídos por uma série de postagens no Twitter, que formam um encadeamento narrativo ancorado em uma dado espaço construído discursivamente – o do Rio de Janeiro. Desse

(2)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 14

modo, tem-se a impressão do sentido de realidade, que as postagens, o policial, as histórias narradas, são reais e não ficcionais.

Com base nos estudos de Greimas e Fontanille (1993, p. 128-139) acerca da modalização procura-se demonstrar o percurso do sujeito que se manifesta no texto a partir do que os semioticistas denominam de “simulacros existenciais”. Tendo em vista que, para o sujeito/narrador sua narrativa é uma forma de dar continuidade ao combate contra o antissujeito miliciano, buscaremos observar como o sujeito/narrador Dracon1ano se manifesta em relação às modalizações que sobre determinam o seu percurso.

Assim, o objetivo geral deste trabalho é o de analisar a maneira como o enunciador/narrador Dracon1ano é (re)construído no interior da obra. Para tanto, aplicaremos ao texto as estruturas semio-narrativas e discursivas, organizadas no percurso gerativo do sentido, observando seus papéis actanciais, temáticos e passionais, apoiados no modelo teórico do Esquema Passional Canônico, como elaborado por A. J. Greimas e Jacques Fontanille (1993) e desenvolvido por Jacques Fontanille (2005).

O ator narrador dracon1ano

Dracon1ano é um policial civil que fazia parte da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO). Após problemas de saúde em decorrência da carga de serviço, encontra-se em uma cadeira de rodas. Assim, não podendo mais exercer as atividades policiais, não consegue se desvencilhar, porém, do envolvimento que tinha com seu serviço, e, mesmo diante da incapacidade física, ainda mantém contatos, via internet, pelo

Twitter, com os amigos que estão combatendo o crime para saber as notícias do front.

Nesse sentido, Dracon1ano pode ser considerado um sujeito cognitivo e potencializado, ou seja, quer saber das notícias, pois é um sujeito não disjunto de seu objeto -modal: o dever de lutar contra o crime.

O codinome adotado pelo narrador é um termo polifônico que, no contexto, propicia ao menos duas interpretações, baseadas no estatuto que se dá ao numeral “1” inserido em meio à palavra: (1) ora se trata de um agente da DRACO que, por motivos de saúde, encontra-se há um ano (codinome “Dracon” + “1ano”) em uma cadeira de rodas e fora das atividades policiais, e (2) ora o lexema “Draconiano” (em que se lê o numeral como a vogal “i”). Nesse caso, pode ser tomado como adjetivo que se refere a Drácon, que segundo o Dicionário Houaiss (2001, p. 1082), é aquele “que ou o que se refere a Drácon, legislador ateniense do século VII a.C., referente a ou o severo e duro código de leis a ele atribuído”, e por extensão de sentido, “que ou o que é excessivamente rigoroso ou drástico”.

De toda forma, há uma convergência dos epítetos na direção de forças autoritárias e rigorosas, seja quando tomado como policial, seja quando tomado como justiceiro da internet, confirmando uma mesma isotopia de leitura: a força policial da DRAC O.

Nas postagens simuladas, o enunciador atribuiu ao narrador a voz, por meio de debreagem enunciativa, delegando ao sujeito Dracon1ano o dever e o poder narrar o discurso para o enunciatário. Cria-se, dessa forma, o efeito de sentido de subjetividade.

(3)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 15

A narrativa “Draconiana”, condicionada pelo gênero textual adotado, simulacro da rede social Twitter, no nível fundamental, expressa uma oposição entre desonestidade e legalidade. O narrador assume o papel eufórico de legalista, aplicador da lei, juntamente com aquelas pessoas que estão próximas de si e compartilham dos mesmos ideais: “Amigos da PM e da Polícia Civil” (SOARES et al., 2010, p. 10).

A legalidade é o valor que buscam, portanto, os atores “policiais” que formam o grupo ao qual pertencia o narrador/personagem, isto é, policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), do estado do Rio de Janeiro. O narrador revela que tais policiais manifestam o desejo dessa busca de uma forma intensa, apaixonada, tendo em vista que não aceitam nenhuma forma de desonestidade e combatem-na incessantemente: não aceitam a desonestidade dos outros agentes de segurança pública, os milicianos, e assumem um papel legalista de combater essa desonestidade. Nessa reconstrução por meio do microblog – um universo on-line – sua identidade é a de um sujeito combativo e obstinado, a obstinação aparece manifesta, por exemplo, na seguinte passagem: “Nossa turma, inspetores e investigadores, inimiga dos mafiosos mais perigosos, circula por aí sem carro blindado e celulares criptografados” (SOARES et al., 2010, p. 11).

Vê-se claramente que “ser legalista” não é parte de mero papel temático (policial), “ser legalista” é componente da identidade subjetiva que se constrói no texto e o sujeito obstinado, é aquele que luta por seus valores apesar dos empecilhos que entravam seu percurso.

A desonestidade é relacionada às figuras dos atores “policiais, civis e militares”, e “bombeiros militares”, enfim, todos aqueles profissionais da segurança pública que se organizam em milícias criando uma forma de poder paralelo como o crime organizado. Em uma das referências que o narrador faz às milícias, pode-se ler: “Estou falando aqui de milícia. Vai ver você não sabe o que é isso ou pensa que é um troço bacana, que combate o crime e defende a população” (SOARES et al., 2010, p. 11). O que se percebe, portanto, é que se constrói no texto a oscilação entre policiais ora legalistas cumpridores de seus deveres ora desonestos, o que se reitera quando se fala da milícia.

A construção do ator: twittar para viver

Desse modo, não podendo mais andar, o narrador assume o Twitter como lugar em que pode, ainda mais uma vez, atuar na luta contra a milícia reconstruindo narrativamente a sua identidade combativa. Assim, por meio do microblog Twitter o narrador Draco1ano, como sujeito cognitivo, sabe que pode continuar não disjunto de seu dever, podendo ser considerado, portanto, um sujeito potencializado. O Twitter passa a ser assim também objeto modal do sujeito que lhe permite adquirir a competência necessária para efetivar outra performance: a denúncia do crime por meio da palavra postada no Twitter. Estando, portanto, a todo tempo conjunto com a legalidade, tenta operar a transformação no sujeito coletivo milicianos para que passem de conjuntos para disjuntos com a liberdade.

A narrativa: das mil e uma noites aos twittes para quem precisa

O narrador/personagem inicia o texto com o relato de um jantar do qual participou em sua casa com amigos das Polícias Militar e Civil. Assim, o enunciador ut iliza-se de debreagem enunciva, focalizando o relato no pretérito mais que perfeito “vieram”, produzindo o

(4)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 16

efeito de sentido de distanciamento temporal ao relatar seu percurso pretérito como sujeito do enunciado. Nesse jantar, houve uma conversa animada sobre os rumos da segurança e da política no Rio de Janeiro, conversa essa que foi marcada, segundo o narrador, por um “pessimismo temperado por ilhas de esperança” (SOARES et al., 2010, p. 10). O estado de pessimismo se relaciona à criminalidade na cidade do Rio de Janeiro, já as ilhas de esperança se referem à expectativas em relação à atuação da DRACO contra o crime organizado, havendo, portanto, pouca esperança de acabar com a criminalidade. A figura lexemática “ilha”, segundo uma acepção que se verifica no Dicionário Houaiss (2001, p. 1570) traz o traço semântico de isolamento: “Aquilo que, por seu isolamento ou incomunicabilidade em relação ao que o cerca, se assemelha a uma ilha <uma i. de lucidez na insânia geral>”.

Esse isolamento se relaciona à pouca esperança do narrador em relação ao objeto-modal /poder/. Anteriormente conjunto a ele, em termos pragmáticos, no presente, encontra -se dele disjunto: a capacidade física de combater o crime organizado. No entanto, por meio do microbog, torna-se um sujeito potencializado, não disjunto. No entanto, nesse momento o sujeito Dracon1ano encontra-se em estado de pessimismo, já que em termos de capacidade física ele sabe que não há como ser sujeito realizado. O crime organizado é representado no texto pela figura, sujeito coletivo, “milícia” que no Dicionário Houaiss (2001, p. 1923) significa: “qualquer organização de cidadãos armados que não integram o exército de um país.

Dracon1ano havia recebido informes desanimadores e ouvido histórias fantásticas sobre a pujança da DRACO o que lhe havia causado um “orgulho danado”. Inicialmente a marca predominante é caracterizada pela nostalgia iniciando assim o seu percurso na presente postagem. O comportamento patêmico do sujeito nostálgico é alimentado pelas lembranças que o fazem recordar que sua conjunção com o objeto-valor perdido. E no primeiro conjunto de postagens fica evidenciado o contato do narrador com tudo aquilo que está relacionado ou lhe faz reviver os momentos que teve conjunto com o objeto modal poder físico. Nesse momento há a manifestação da identidade de um sujeito que está “fora do jogo” que perdeu a competência para participar do “time” e combater os milicianos. Desse modo, é modalizado pelo /querer-fazer/, /dever-fazer/ e pelo /não poder-fazer/, revelando-se em estado de tumulto modal. Assim, à medida que sabe que não pode, mas precisa, criar uma alternativa em relação à sua incompetência física, o sujeito Dracon1ano utiliza-se do Twitter, tornando-se um sujeito potencializado. O Twiter, portanto, não lhe fornece o poder-fazer efetivo, não pelo menos na dimensão pragmática, em que ele sabe não mais poder ser um sujeito realizado. Contudo, possibilita -lhe tornar-se um sujeito potencializado, não disjunto de tornar-seus ideais de combate ao crime, que ele verbaliza por meio do Twitter.

O segundo conjunto de postagens está no capítulo III e é intitulado No Twitter. O narrador faz um comentário, espécie de epígrafe, afirmando que segue no Twitter na noite número dois e que ficam faltando 998, mas que irá chegar lá – justificando desse modo o conjunto da primeira postagem intitulada Mil e uma noites. Deve-se ressaltar aqui também uma intertextualidade com “O livro das mil e uma noites”, obra clássica composta por uma coleção de histórias e contos populares originárias do Oriente Médio e do Sul da Ásia, escrita originalmente em persa. Compiladas em língua árabe, as histórias passaram a fazer parte da cultura ocidental a partir de 1704, quando a obra foi traduzida para o francês (Les Mille et une

(5)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 17

rei, louco por haver sido traído por sua primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas as noites, matando-as na manhã seguinte. Xerazade consegue escapar a esse destino contando histórias maravilhosas sobre diversos temas que captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Xerazade interrompe cada conto para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantém viva ao longo de várias noites – as mil e uma do título – ao fim das quais o rei já se arrependeu de seu comportamento e desistiu de executá-la. É o que parece ocorrer com Dracon1ano: a cada noite de insônia ele conta mais uma história para poder sentir-se vivo no dia seguinte.

Com o título Tuitando sobre lealdade e delação, o capítulo V do livro traz o terceiro conjunto de postagens, apresentando nove postagens. O narrador inicia as postagens ressaltando o valor da lealdade para os dois lados (policiais e milicianos), mas indaga ao leitor se crime merece lealdade. Afirma entender que o crime não merece lealdade e diz que é por isso que valoriza a delação premiada, um instrumento valioso para as polícias civis que têm que trabalhar com investigação.

No conjunto de postagens podemos observar a oposição /desonestidade/ versus /legalidade/ no nível fundamental. No entanto, vale destacar um enunciado interrogativo em que o narrador nos remete com os termos lealdade e deslealdade. Vejamos a sequencia de enunciados que fazem referência a isso: “A lealdade é uma virtude para os dois lados, polícia e bandido.

Contudo, pergunto: o crime merece lealdade?” (SOARES et al., 2010, p. 73, grifo no

original); “A deslealdade merece a lealdade? Acho que não.” (SOARES et al., 2010, p. 73). Quando há a pergunta na primeira postagem, “o crime merece lealdade?”, crime está se referindo às organizações criminosas, se elas, figurativizadas por seus integrantes, merecem lealdade. E a resposta, que vem logo em seguida na segunda postagem, é outra pergunta: a deslealdade merece lealdade? Deslealdade está atrelada à desonestidade e lealdade, vista como virtude pelo sujeito narrador, à legalidade. De forma que para ele somente a honestidade, merece lealdade, aqueles que são desonestos não merecem lealdade.

No capítulo VII do livro, com o título Tuíte-me, leoa, está o quarto conjunto de postagens que é composto por nove postagens. Mas essas postagens não tratam de histórias policiais até então narradas: no presente conjunto de postagens o narrador relata questões pessoais relacionadas a sua relação com a esposa, enunciada já no título do capítulo e, como veremos, figurativizada por um processo de animalização.

Constrói-se nessas postagens uma oposição entre dois universos: o universo da esposa, representando o real (simulacro do mundo real retratado na ficção), e o mundo do marido, representando o virtual onde ele busca e alcança a sua potencialização na dimensão passional. Assim, vale destacar a quarta postagem: “Já viram que ela está em outro mundo. Mostro artigos de gente séria. Ela despreza. E completa: só quero o seu bem; me preocupa sua saúde.” (SOARES et al., 2010, p. 79). Fica caracterizada a questão da preocupação da esposa com a saúde do marido, e sua vigilância. Ela o vigia porque deseja a sua saúde, já que Dracon1ano procura reconstruir discursivamente o percurso de suas atividades profissionais, mesmo que essas atividades tenham contribuído para o estado de enfermidade em que ele se encontra. A oposição do nível profundo permanece a mesma já apontada, sendo que se observam no nível discursivo os percursos temáticos da /saúde/ versus /doença/, na medida em que a insônia, e mesmo a sua prática de rememorar pelo Twitter seu tempo pregresso são moralizados pela esposa como hábitos doentios. Ela é a figura da saúde: felina, forte, líder, diurna. Ele é a figura da doença: insone, paralítico, imóvel, noturno. De um lado a agilidade da leoa, de outro a imobilidade de um leão já envelhecido e que não é mais majestade.

(6)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 18 Meio amargo é o título do capítulo XI, no qual é apresentado o quinto conjunto, composto

por seis postagens. O título faz menção à personalidade do narrador/, e ele afirma que essa é a impressão que as outras pessoas têm dele e por isso estão lhe criticando. Mas ele afirma que “quem gosta de doce é criança” e que o salário do policial “não adoça a vida de ninguém”, referência irônica ao baixo salário da polícia.). O amargor manifestado pelo narrador é a manifestação no texto da paixão do ressentimento. Amargo, no Dicionário Houaiss, assume o sentido de “cheio de mágoa, de amargura, ressentido, desgostoso” (2001, p. 179). O que causa o ressentimento em Dracon1ano é a omissão do Estado em relação aos salários e às condições de trabalho oferecidas aos policiais que de uma maneira geral no estado do Rio de Janeiro, como figurativizado no texto, não lhes são favoráveis. Os policiais honestos que dedicam e arriscam as suas vidas ao combate ao crime, e no caso do Dracon1ano ao crime organizado, esperam do Estado condições de trabalho representado no texto pela inexistência de celulares criptografados e carros blindados, e salários dignos “o salário do policial não adoça a vida de ninguém”, aquilo que não adoça pode causar o seu oposto que é o amargor, e no caso, faz com que o sujeito Dracon1ano se revele ressentido.

No nível discursivo o conjunto de postagens apresenta as figuras “amargo” e “doce”, que recobrem o tema do amargor e da doçura. O primeiro remete ao estado de alma do sujeito Dracon1ano. No nível narrativo não há perda ou aquisição de objetos a transformação é de estado de alma do sujeito Dracon1ano que se mostra um sujeito ressentido. Vale ressaltar, no entanto, o termo “meio”, que, somado a “amargo” indica uma possibilidade de humanidade no sujeito: “uma palavra amena e amiga aos meus vinte e poucos seguidores” Dracon1ano, embora amargo, possui ainda alguma vivacidade, alguma doçura, o que remete ao estado de esperança que persiste no sujeito obstinado.

Na página 121, inicia-se o capítulo XIV, com o título Do condomínio Deus é fiel ao

Inferno. Esse capítulo apresenta uma característica peculiar em relação a todos os outros

capítulos da obra. Apesar de iniciar na página 121, o sexto conjunto de postagens tem início na página 126 e não há qualquer vínculo direto (coesivo) entre a narrativa do capítulo em tela e as dezenove postagens nele inseridas. Desse modo, o enunciador se utiliza dos dois gêneros textuais que compõem o livro (narrativa em prosa e postagens do

Twitter). É como se o narrador fizesse uma pausa na narrativa afirmando que irá adiantar

o que será postado mais tarde, “Hoje, mais tarde, vou postar o seguinte” (SOARES et al., 2010, p. 126), o que indica uma saída possível da linearidade do texto. Revela assim tanto a prática da escrita de um texto em prosa, um romance, com sua linearidade, quanto a prática do gênero Twitter, com as pausas da prática de escrita da rede social que é, ao contrário do romance, momentânea e irrompe em meio à prática anterior .

No nível discursivo encontramos as figuras e temas que dão concretude ao discurso no presente conjunto de postagens, as figuras: “é policial”, “tem arma”, “usa a força”, “expulsando” remetem ao tema da desonestidade das milícias e do poder que esse sujeito coletivo possui (objeto modal), para entrar em conjunção com os seus objetos valores construindo um sujeito regido pela desonestidade. O sujeito coletivo milícia se caracteriza como “sujeito conflitual da transgressão” , ou seja, aquele modalizado pelo /dever não fazer/ /querer fazer/ /poder fazer/. Do ponto de vista da carga modal que define o sujeito milícia como aquele que quer, sabe e pode, mas não deve, o querer é mais intenso, o que que fica evidenciado nas postagens: a milícia deseja o poder, o dinheiro, o domínio dos territórios utilizando-se para isso de condutas criminosas, sobrepondo-se até ao poder do Estado.

(7)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 19

O poder é uma manifestação inerente às milícias e a DRACO; o poder da milícia é segundo o narrador, desonesto e ilegítimo, o poder legítimo é o poder da DRACO representativo do Estado ou do lado honesto do Estado. Na página 128 chega a haver uma comparação: “O Estado não usa a força para cobrar impostos? Por que não fazer o mesmo [...]”. Mas a força do Estado só pode ser comparável à da milícia em poder não há como comparar as duas forças em legitimidade.

O último conjunto de postagens é o de maior carga figurativa, construído desde o título em que se nota a intertextualidade com a música Polícia de autoria de Tony Bellotto gravada pelo grupo Titãs no álbum Cabeça de Dinossauro (1986):

/Dizem que ela existe pra ajudar/Dizem que ela existe pra proteger/Eu sei que ela pode te parar/Eu sei que ela pode te prender/Polícia para quem

precisa/Polícia para quem precisa de polícia/Dizem pra você

obedecer/Dizem pra você responder/Dizem pra você cooperar/Dizem pra você respeitar/Polícia para quem precisa/Polícia para quem precisa de polícia/ (BELLOTTO, 1986, grifo nosso)1.

No título “Twets”, o produto do ato de tuitar, postar seus textos no ambiente da rede social

Twitter é o que faz Dracon1ano rememorar o policial. Houve a combinação do termo

“Twets” substituindo e representando intencionalmente o termo polícia utilizado originariamente no refrão da música que é “Polícia para quem precisa/ Polícia para quem precisa de polícia”. O título, no nível discursivo, pode ser considerado um conector de isotopias (GREIMAS; COURTÉS, 2011, p.86), pois apresenta mais de uma leitura.

Em seguida há a seguinte epígrafe “As memórias de Lima Neto me inspiram alguns tweets” (SOARES et al., 2010, p. 273). Lima neto é um ator do livro, que até então não havia figurado ou sido mencionado nas postagens. É um ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro que, segundo o narrador da obra em análise, teria inspirado a criação do personagem Capitão Nascimento (protagonista dos dois filmes Tropa de elite) representando o diálogo entre filme e literatura. O uso da expressão “memória” na epígrafe: “As memórias de Lima Neto me inspiram alguns twets” está implicado com os estados de alma do sujeito, a confiança e desconfiança. A confiança é representada pelo enunciado “Lealdades cruzadas também existem” (SOARES et al., 2010, p. 273). Lealdade cruzada seria uma lealdade correspondida, quando se é leal é-se leal a alguém e espera-se que essa pessoa também seja leal conosco assim se estabelece uma relação de confiança.

Dracon1ano finaliza a última postagem com o que denomina um poema, “Vestida com trapos das velhas bandeiras, você parece uma falsa blitz, querida.” O conjunto de postagem em análise usa isotopias e figuratividade para se reportar ao universo da polícia que também está implícito na figura da “falsa blitz”, no título, e explicitamente na epígrafe. E o que o narrador chamou de poema apresenta determinados figuras que nos remetem novamente ao universo da polícia. Inicialmente destacamos que o poema é dirigido a um narratário, sujeito feminino, que pode ser observado nas figuras “vestida” e “querida”. Metaforicamente, o narratário é a polícia. A vestimenta “com trapos das velhas bandeiras” bandeira representa o Estado (uma nação) e policial, em geral, usa farda que também é representação do Estado na forma de agente público. Os “trapos” se referem metaforicamente à falta de investimento em segurança

1 BELLOTTO, T. "Polícia". In: Cabeça Dinossauro, 1986. Disponível em: http://titas.net/ discografia/ index.php?interface=0&acao=disco&disco_id=3. Acesso em: 20 jul 2013.

(8)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 20

pública, apresentada no córpus em passagens recorrentes quando Dracon1ano menciona a falta de equipamentos e os baixos salários pagos aos policiais. A falsa blitz, se relaciona, à honestidade, ao nível do parecer e à desonestidade, ao nível do ser, dos policiais.

O policial sempre parecerá honesto, mas na narrativa nem sempre será honesto, e falsa blitz é uma prática dos criminosos na cidade do Rio de Janeiro de se vestir como policiais, descer do morro para as vias da cidade (que na gíria recebe o nome de asfalto) onde se comportam como se policiais fossem, porém quando param os veículos cometem crimes contra seus ocupantes.

O percurso do sujeito

Analisando o percurso narrativo do sujeito do fazer Dracon1ano, em relação à aquisição da competência (poder combater milicianos), ao longo do percurso narrativo. Para Barros (2005, p. 26) o percurso narrativo é: “uma sequência de programas narrativos relacionados por pressuposição. [...] O encadeamento lógico de um programa de competência com um programa de performance constitui, por exemplo, um percurso narrativo, denominado

percurso do sujeito.”

O sujeito do fazer Dracon1ano inicia relatando a sua situação física que lhe faz estar disjunto da competência poder combater milicianos (objeto modal), dessa forma ele é modalizado pelo /dever fazer/, /querer fazer/ /não poder fazer/ ficando impedido de realizar o seu programa de performance por não possuir habilidade em seu programa de competência. Ele explica o que é milícia, o seu modo de agir, os negócios que interessam e são lucrativos aos milicianos, mas assume o seu destino de cadeirante a admite estar para sempre “fora do jogo” uma moralização (automoralização) por encontra-se disjunto do objeto modal , o poder, a “capacidade física” para combater milicianos.

O programa narrativo inicial do sujeito Dracon1ano, manifestado no primeiro conjunto de simulacros de postagens é um programa de perda, de disjunção com a competência combater milicianos (objeto modal).

No segundo conjunto de postagens o sujeito Dracon1ano marca a sua conjunção com a rede social Twitter concretizada no texto por meio da epígrafe: “Sigo no Twitter. Noite 2. Vão ficar faltando 998. Chego lá”; “Nem preciso, Twitter blinda. São vinte malucos me seguindo noite a dentro”; “Gostou das minhas frases com 140 caracteres?” (SOARES et al., 2010, p. 41). O sujeito Dracon1ano que anteriormente se apresentara no pel temático de policial, no presente, assume o papel temático de ex-policial, aposentado. Inicia a construção de sua nova identidade, no papel temático de twiteiro. É a maneira que encontra de sentir-se não disjunto de seus objetos-valores.

O sujeito Dracon1ano no primeiro conjunto de postagens, onde apresenta o seu programa narrativo de perda, narrou acontecimentos ocorridos em sua casa onde se encontrava com amigos policiais. No segundo conjunto de postagens utiliza-se de elementos narrativos que caracterizam o seu local de enunciação como o Twitter (mundo virtual onde ele crê estar não disjunto de sua competência verbal ). Assim, apartado do espaço “real”, no universo do virtual representado pela rede social Twitter, ele se insere em um espaço paratópico (uma subdivisão do tópico), lugar de aquisição da competência (GREIMAS; COURTÉS, 2011, p. 265), ou seja, onde ele crê poder adquirie qualificação para atingir seu objetivo o de entrar em conjunção com o objeto valor “combater milicianos”, agora por meio do verbo da palavra, da

(9)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 21

denúncia contra o crime. A aquisição desse poder (objeto modal) acontece com a reconstrução do sujeito no universo virtual.

Observa-se assim um programa narrativo secundário de aquisição de competência para entrar em conjunção com o objeto modal, poder, por meio da figura do Twitter, onde ocorre um outro programa de aquisição e é representado por figuras como “Sigo no Twitter” início do segundo conjunto de postagens; “Tuitando” início do terceiro conjunto de postagens; “Tuíte-me” início do quarto conjunto de postagens; “Tweets” início do sétimo conjunto de postagens, observa-se assim a caracterização do sujeito Dracon1ano no Twitter local onde ele narra na primeira pessoa do presente, crendo, desse modo, adquirir uma outra competência, a de denunciar milicianos por meio de suas postagens.

As figuras utilizadas para a manifestação combativa desse sujeito Dracon1ano que, por meio da rede social crê-se não disjunto da competência para combater milicianos pode ser exemplificada nos excertos: “Twitter blinda”. Sabe-se que a blindagem não é uma característica do microblog e sim de viaturas e equipamentos utilizados por policiais, que aqui ele associa à rede social em um processo metonímico; “Ela tem sido um instrumento formidável para nós, policiais civis, que trabalhamos com investigação” (SOARES et al., 2010, p. 73). Antes de assumir o Twitter como local de enunciação o sujeito Dracon1ano já havia informado que não estava mais trabalhando que estava “fora do jogo” e após essa assunção do espaço paratópico utiliza a primeira pessoa do presente do indicativo, crendo, assim poder colocar-se novamente na mesma condição de seus colegas integrantes da DRACO.

No mesmo conjunto de postagem utiliza o verbo começar no mesmo tempo verbal, como se nota no enunciado “por isso começamos a virar o jogo.” (SOARES et al., 2010, p. 74), referindo-se a vitórias que a DRACO tem obtido em combate com os milicianos. A DRACO aparece aqui como sujeito coletivo, realizado na dimensão pragmática, em uma condição ativa. e a utilização do tempo verbal na primeira pessoa do presente do indicativo ocorre no terceiro conjunto de postagens criando o efeito de sentido de proximidade temporal O sujeito/narrador Dracon1ano busca a potencialização, na dimensão passional, no mundo virtual, na medida em que crê poder combater o crime por meio de suas postagens.

No quarto conjunto o narrador/personagem afirma abster-se de narrar histórias policiais e passa a relatos pessoais que representam o “choque” entre os dois mundos: o “real” e o virtual; a sua esposa Maria vive em outro universo que não o do sujeito Dracon1ano, “Já viram que ela está em outro mundo.” (SOARES et al., 2010, p. 74) ela representa o mundo real que para ele se associa a seu percurso pretérito marcado pela disforia. O sujeito Draco1ano precisa do mundo virtual, onde constrói um percurso eufórico, para poder continuar vivendo, o que se nota quando afirmando que deve ao Twitter as noites mais saudáveis desde o episódio de seu acidente, e que a sua saúde (vida no mundo “real”) era um disfarce e a patologia (vida no mundo virtual) um destino inevitável.

Em “Meio amargo”, o quinto conjunto de postagens, não há aquisição ou perda de objetos, o sujeito Dracon1ano passa por mudança de estado assumindo o estado patêmico de sujeito ressentido que não é a única paixão manifesta, se levarmos em consideração todo conjunto de postagens encontramos também a sua obstinação em combater milicianos como a paixão que prevalece em suas postagens.

(10)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 22

O sexto conjunto de postagens constrói um percurso narrativo voltado para aquisições de objetos modais do sujeito coletivo milícia. Principalmente a aquisição do poder como objeto modal que possibilita a conjunção com o objeto valor, dinheiro, poder e domínio (que se apresenta de duas formas: o político e o territorial). A construção do percurso do sujeito coletivo milícia se relaciona ao estado de alma de ressentimento que o narrador Dracon1ano tem em relação ao Estado o que pode ser observado já na primeira postagem: “Estamos na

merda porque policiais malpagos sobrevivem graças à insegurança” (SOARES et al.,

2010, p. 126, grifo no original).

No último conjunto de postagens o narrador Dracon1ano usa recursos como a pluri-isotopia para produzir enunciados com mais de um sentido, todos com traços sêmicos relacionados à atividade policial. Os estados de alma da confiança e da desconfiança retomam toda produção do sentido criada pelo sujeito Dracon1ano para produzir o efeito de sentido de verdade das postagens em que reconstrói sua identidade combativa, potencializando-se na dimensão passional, como sujeito obstinado que crê poder manter-se não disjunto de seu objeto-valor ao denunciar através das postagens o crime organizado.

Considerações finais

O objeto de análise, os sete capítulos da obra, foi considerado tendo em vista o contexto em que se insere, o conjunto da obra da qual faz parte. A partir do objetivo proposto, aplicar, tendo como base a teoria semiótica francesa, elementos do percurso gerativo de sentido. Levando em consideração a inclusão do simulacro do gênero emergente microblog e estudamos a sua implicação na produção dos efeitos de sentido de realidade e de subjetividade que se disseminam nos textos em análise e na (re)construção da identidade do narrador Dracon1ano.

Dracon1ano inicia suas postagens relatando estar em sua casa recebendo amigos das polícias civil e militar para um jantar, procurando dessa forma uma proximidade com os policiais. Assim, observamos que ele não poderia mais exercer o papel temático de policial por ter sofrido um acidente que o tornou paraplégico, incompetente, portanto, – não poder fazer – para combater o crime organizado, mas ainda no seu imaginário passional, sentia-se um policial.

Draconiano é aquele que faz parte da DRACO (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado). Assim, como observamos nos textos analisados, combater milicianos era seu objetivo principal. Além do percurso de disjunção do sujeito Draconiano com o objeto modal: poder lutar fisicamente pela justiça e pela legalidade no meio policial, analisamos também a reconstrução de sua identidade como sujeito Dracon1ano, no presente, através do simulacro de suas postagens no microblog Twitter, em que se manifesta incialmente no papel patêmico de sujeito nostálgico em relação à conjunção terminada.

Analisamos ainda o processo de reconstrução da identidade cindida do ator protagonista da história que se transforma de sujeito no papel temático de policial da DRACO em sujeito Dracon1ano, ao se utilizar do simulacro do microblog Twitter como forma de tornar-se sujeito não disjunto de seus valores. Seu combate, que antes era de um policial contra o crime por meio da ação, passa a ser a de um twitteiro que, por meio do verbo, da palavra, denuncia a corrupção em nome da justiça e da legalidade, valores que deseja imperem no meio policial.

(11)

Periódico Científico Outras Palavras | v.11 | n.1 23

Quanto a seu estado passional, foram observadas a manifestação das paixões – da nostalgia, em relação a seu pretérito, quando exercia o papel patêmico de policial – do ressentimento, em relação ao Estado, que ele, como sujeito dracon1ano, ironiza no texto pela sua omissão tendo em vista a corrupção policial – e da obstinação, que predomina no texto, na medida em que Dracon1ano persiste, ao longo de todos os textos analisados, na luta por seus ideais relacionados a uma polícia que ele deseja honesta, apesar dos obstáculos encontrados em seu percurso tanto no papel temático de policial, como no papel temático de twitteiro.

Desse modo, apesar dos obstáculos, ele sente que não deve ser disjunto de seus ideais e se caracteriza por um querer-ser intenso, em termos de conjunção a eles. Assim, a partir do momento em que se encontra incompetente para lutar por eles fisicamente, no papel temático de policial da ativa, reconstrói-se como sujeito Dracon1ano, que, no papel temático de twitteiro, continua a lutar por esses ideais por meio da palavra, do verbo, que dispara nos 140 caracteres do simulacro do microblog, microuniverso construído na obra Elite da Tropa 2, que foi objeto de nossa analise.

Referências

BARROS, D. L. P. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2005

BELLOTTO, T. "Polícia". In: Cabeça Dinossauro, 1986. Disponível em :

http://titas.net/discografia/index.php?interface=0&acao=disco&disco_id=3. Acesso em: 20 jul 2013.

GREIMAS, A. J.; FONTANILLE, J. Semiótica das paixões: dos estados de coisas aos estados de alma. Tradução de Maria José Rodrigues Coracini. São Paulo: Ática, 1993.

GREIMAS, A. J.; COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. Tradução de Alceu Dias Lima et al. 2ª. ed São Paulo: Contexto, 2011.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

SOARES, L. E.; FERRAZ, C.; BATISTA, A.; PIMENTEL, R. Elite da tropa 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

Referências

Documentos relacionados

Seu legado, reinventado pelos que, à feição de Sor Juana, Larbaud, Bressane, Greenaway e o próprio Haroldo, elegem-no como precursor (ou santo protetor), será sempre uma

Entretanto, a onisciência de Mandrake, construída a partir de textos, não nos leva a crer no seu relato como revelador de uma verdade última, ao contrário, sua narrativa é vista,

A favela do novo Orfeu , adaptada às condições e à música contemporâneas, vai ser, neste primeiro momento, mostrada em planos picotados, em ritmo de videoclipe, acompanhando a

Ao analisar quatro exemplares atuais de livros didáticos do Ensino Fundamental, isto se torna perceptível: os autores, ao iniciarem a discussão sobre o tema, sempre

[r]

O Planejamento de Cenários é uma metodologia que teve sua origem na década de setenta, a partir dos trabalhos pioneiros de Pierre Wack no grupo Shell. Desde então tem sido utilizado

Com o objetivo de analisar como as organizações compatibilizam suas ações com impacto sobre o meio ambiente natural, foram entrevistados os gestores de três organizações com

Desta maneira, a Responsabilidade Social Empresarial estará refletida nos vários relacionamentos da empresa, na transparência com que ela lida com suas obrigações, na