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Seminário Aspectos Éticos Do Fim Da Vida E O Principialismo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE GUARULHOS

Curso de Psicologia

CAMILA DOS SANTOS DANIELA PIRES DE SOUZA DIANE REQUENA LOPES PEREIRA

GLAUCIA DE OLIVEIRA INGRIDY DE FARIAS NECKEL

TALITA ROBERTO MACIEL THAÍS PESSÔA

ASPECTOS ÉTICOS DO FIM DA VIDA E O PRINCIPIALISMO

Guarulhos

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CAMILA DOS SANTOS DANIELA PIRES DE SOUZA DIANE REQUENA LOPES PEREIRA

GLAUCIA DE OLIVEIRA INGRIDY DE FARIAS NECKEL

TALITA ROBERTO MACIEL THAÍS PESSÔA

ASPECTOS ÉTICOS DO FIM DA VIDA E O PRINCIPIALISMO

Trabalho realizado como parte das exigências da disciplina Bioética e Exercício Profissional do Psicólogo sob a responsabilidade da Profª Jumara Van de Velde.

Guarulhos

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INTRODUÇÃO

A bioética surgiu a partir de avanços científicos e tecnológicos na área da saúde, para que se tornasse viável a solução de conflitos de fundo ético visando melhorar a qualidade de vida e estudar a moralidade da conduta humana na área das ciências da vida. Defende a melhoria das condições de vida, tendo como finalidade indicar o agir corretamente do homem para assegurar o bem-estar e a sobrevivência da humanidade, tendo como base os seguintes princípios fundamentais: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça.

Em relação ao paciente terminal, criou-se situações que envolvem dilemas éticos, portanto, transformou-se a fase final da vida em um sofrido processo de morrer, como, por exemplo, situações que podem ser denominadas obstinação, futilidade e encarniçamento terapêutico. Embora a possibilidade de cura da doença não seja mais possível, o paciente é submetido a procedimentos desnecessários, incapazes de beneficiá-lo ou a seus familiares.

PACIENTE TERMINAL

O paciente terminal é um doente que tem enfermidade progressiva e incurável, com evidências de deterioração clínica, que inclui anorexia, perda de peso, xerostomia, dificuldade respiratória, deterioração comportamental, comprometimento da mobilidade, continência e higiene, o que causa impacto emocional no doente e em sua família. No processo de vivenciar a terminalidade da vida, o ser doente encontra-se vulnerável, porém, muitas vezes, consciente e orientado, o que lhe dá o direito de tomar decisões relacionadas ao seu tratamento e certifica-lhe o respeito pelo princípio da autonomia. Os profissionais de saúde devem avaliar, juntamente com ele, as vantagens e os riscos do tratamento, que se configuram no princípio da beneficência, é necessário avaliar os riscos de cada decisão clínica tomada em equipe, com o paciente e seus familiares, e provê-los com o princípio da não maleficência, para lhes assegurar os recursos disponíveis e garantir uma assistência digna - princípio da justiça.

O MOVIMENTO HOSPICE

O moderno movimento hospice é um movimento social voltado para a assistência de pacientes com doenças avançadas e terminais e que se encontra em franca expansão em nosso meio. O St Christopher foi fundado em 1967, Dame Cicely

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Saunders e fez uma contribuição extraordinária para aliviar o sofrimento humano, marcou um novo começo, não só para os cuidados dos moribundos, mas para prática da medicina como um todo. Atualmente a influência de São Cristovam abrange cinco bairros Londres de Croydon, Bromley, Lambeth, Lewisham e Southwark com 1,5 de milhões de pessoas, todos atendidos gratuitamente familiares e pacientes, com uma equipe multiprofissional.

No Brasil não há registros seguros de qual teria sido o primeiro hospice, porém podemos definir que em 1944, na cidade do Rio de Janeiro, fundada pelo então diretor do Serviço Nacional de Cancerologia, Mario Croeff, o chamado Asilo da Penha que tinha por função assistir pacientes pobres com câncer avançado que não conseguiam vagas nos hospitais gerais. Somente em 1980 foi surgindo centros de cuidados paliativos, a maior parte vinculada ao tratamento de câncer ou centros de tratamento de dor crônica, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1997 foi fundada a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP), entidade sem fins lucrativos. Em 2002 a Organização Mundial de Saúde definiu o tratamento para os cuidados paliativos e 2005 criou-se a Academia Nacional de Cuidados Paliativos com objetivos semelhantes à ABCP, porém com o intuito de divulgação, ensino e pesquisa da medicina paliativa.

A Associação Húngara de Hospices e Cuidados Paliativos, preconiza-se em termos de princípios éticos em cuidados paliativos (Apud. Council Of Europe, 2003):

 Os membros da equipe de cuidados devem respeitar a autonomia dos pacientes, ao concordar com suas prioridades e objetivos, bem como conversar sobre as opções de tratamento;

 A equipe de cuidados deve avaliar os benefícios e riscos do tratamento (beneficência), avaliar os riscos em relação aos benefícios de cada decisão clínica (não-maleficência);

 Os direitos fundamentais dos pacientes que estão no final da vida são os de: receber cuidados médicos necessários, ser respeitados em sua dignidade.

 O paciente tem o direito de receber informações detalhadas a respeito de seu estado de saúde. Inclui-se aqui qualquer avaliação médica, exames e intervenções propostas para considerar vantagens potenciais e riscos, bem como decisão sobre tais exames e intervenções.

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Conforme Passini (2006) caso o paciente sofra de uma doença considerada incurável e terminal, que segundo o conhecimento médico atual provavelmente levará á morte num curto período de tempo, intervenções de suporte podem ser eticamente recusadas, deixando a doença seguir seu caminho natural. O que se deseja evitar é a distanásia.

MORTE

Segundo a declaração de Sidney sobre a morte (Assembleia Médica Mundial), a determinação do momento da morte é responsabilidade do médico. Esta determinação do ponto de vista ético possibilita a suspensão das tentativas de ressuscitação. Segundo a Pontifícia Academia das Ciências, uma pessoa está morta quando perdeu irreversivelmente toda capacidade de integrar e coordenar as funções físicas e mentais do corpo.

No inicio do século XX a média de vida das pessoas eram de 40 a 50 anos e as causas mais comum eram epidemias, acidentes e problemas no coração. A morte era uma cerimônia pública, morria-se em casa na presença dos familiares e amigos. O tempo entre o diagnostico e a morte era de 5 dias. Hoje a média de vida das pessoas é em torno de 60 a 75 anos e as causas mais frequentes de morte são câncer, doenças crônicas do coração e cérebro. Não se morre mais em casa, mas sim sozinho no hospital e o tempo médio de vida entre o diagnostico e a morte é de 5 anos.

Segundo Kovács (1992) apud Kubler-Ross durante este processo o paciente enfrenta 5 estágios, são eles a negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Lembrando que nem todos os estágios ocorrem na mesma sequência e nem todos os pacientes chegam a aceitação.

MORTE ENCEFÁLICA

Morte encefálica é a morte do cérebro e tronco encefálico. É uma condição necessária e suficiente para se atestar a morte, já que define um ponto sem retorno no processo de morrer, no qual a perda de integração do corpo é definitiva. A morte encefálica é a ausência total das funções cerebrais, um coma irreversível. Daí a necessidade de se esperar pelo menos 72 horas para concluir o diagnóstico, e não apressar a morte, mesmo que seja para fins de transplante. O problema é que os instrumentos para avaliar a morte encefálica ainda não são tão precisos. Então, o dilema se coloca: é válido realizar um exame para saber se ocorreu morte encefálica,

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e aí poder causar uma lesão que pode ser o motivo da morte? A compreensão sobre vida e morte no caso da morte encefálica é complexa, embora os critérios estejam definidos. Podemos observar esta ambiguidade, quando os médicos pensam em anestesiar os pacientes com morte encefálica, ao retirar os órgãos, para que não sintam dor. O reconhecimento da morte encefálica afirma que o paciente está morto, e não que está para morrer e que ainda pode se recuperar.

A definição pode ter vários contornos, mas os critérios têm de ser objetivos, portanto, morte encefálica não é um conceito novo e sim, um critério. O encéfalo é um órgão crítico para o que chamamos de vida, e que não pode ser substituído; neste caso, não importa que outros sistemas estejam funcionando por meios artificiais, pois sabe-se que, após a morte encefálica, os outros sistemas, como o circulatório e respiratório, cessam também, após algumas horas ou dias. De qualquer forma, o conceito de morte encefálica deve ser mais bem explicitado para a sociedade, a fim de que esta possa se tornar participante na discussão.

A ARTE DE CUIDAR NA DESPEDIDA

O cuidar consiste em vários aspectos importantes que são muito eficazes no trato a pacientes que estão em estado terminal e um deles é a comunicação, pois através dela o profissional pode adquirir conhecimento sobre a vida da pessoa, suas experiências, sonhos e expectativas. Outro aspecto importante é a escuta, pois é preciso acolher a palavra do outro.

Cuidar envolve relacionamento interpessoal que é originado no sentimento de ajuda e de confiança, de empatia mútua e desenvolve-se com base em valores humanísticos e em conhecimento técnico-científico, ou seja, o profissional da saúde deve colocar-se no lugar do paciente, procurando ajudá-lo no que for necessário e visando seu bem estar, podendo-se aliar a competência técnica à qualidade de assistência mais humanizada.

A arte de cuidar é uma atitude de compromisso humanitário, que se baseia em tratar o paciente, não como mais um que passou por ali e sim como alguém que merece cuidados especiais, pois pequenas ações provocam mudanças comportamentais significativas nos pacientes que estão vivenciando uma condição crônico-degenerativa. É importante que o paciente seja incentivado a lutar, não tratá-lo como moribundo, porém, permitindo-lhe entrar vivo em sua própria morte.

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Os cuidadores devem atentar-se às necessidades dos pacientes de uma forma geral, principalmente daqueles que estão no estado terminal, demonstrando afetividade, tratamento humanitário e compaixão, para que dessa forma possam descansar em paz.

MORRER EM PAZ E COM DIGNIDADE

É natural que um paciente não esteja de acordo com alguma cirurgia que o resultado possa levar a uma prolongação quantitativa da vida, e isso traria o resultado de seguir vivendo em condições precárias ou então uma existência biológica.

No Catolicismo, existe a obrigação de utilizar todos os meios terapêuticos ordinários, porém, não existe a obrigação ética de recorrer a meios extraordinários (Pio XII, 1957).

O tema morrer com dignidade engloba muitos fatores, como por exemplo, a eutanásia, que daria ao sujeito a opção de pôr fim à vida. Uma contraposição à eutanásia, pode ser o prolongamento artificial da vida além do que seria o processo biológico comum, esse é visto como “encarniçamento terapêutico” que dá-se o nome de distanásia, morte adiada, distanciada. E por último a ortotanásia, que é uma morte no seu tempo certo, sem adiar e nem antecipar, e sem nenhuma interferência científica, utilizando somente os métodos ordinários.

Alguns insistem em saber o verdadeiro motivo pelo qual o enfermo solicita o fim da vida, pois a base desses pedidos de eutanásia existe um sentimento de solidão e abandono.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antigamente a morte era aceita com mais naturalidade, ou se morria ou se curava. Hoje o tempo entre o diagnostico desfavorável e a morte aumentou de 5 dias para 5 anos, por esse motivo houve a necessidade de estudar o que ocorre neste período que não ocorria antes.

Não é permitido que um paciente terminal sofra com a sua dor, seja ela física ou psicológica, por esse motivo foi criado centros de cuidados paliativos, com uma equipe multiprofissional, a fim de cuidar com dignidade e respeito, tanto os pacientes, quanto os familiares, além de ampliar e divulgar o ensino e pesquisa dos cuidados paliativos, atendendo desta forma os princípios fundamentais do Principialismo.

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REFERÊNCIAS

PESSINI, L.; BARCHIFONTAINE, C. P. Bioética e Longevidade Humana. São Paulo: Centro Universitário São Camilo: Ed Loyola, 2006.

POKLADEK, D.D. A Fenomenologia do Cuidar. São Paulo: Ed. Vetor, 2004.

KOVÁCS, M.J. Morte e Desenvolvimento Humano. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 1992.

PESSINI, L.; BARCHIFONTAINE, C. P. Problemas Atuais de Bioética. São Paulo: Ed. Loyola, 2002. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642003000200008 http://www.cremeb.org.br/data/site/uploads/arquivos/AVALIACAO_DO_PACIENTE_C OM_SUSPEITA_DE_MORTE_ENCEFALICA.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702010000500010&script=sci_arttext http://www.stchristophers.org.u/kabout/facts

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