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Autor(es): Vilaça, José Luís da Cruz
Publicado por: Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
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persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/25939 Accessed : 1-Feb-2021 00:49:13
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SUPLEMENTO AO BOLETIM DA FACULDADE DE DIREITO
VOLUME XllI 1 9 7 O
FACULDADE DE DIREITO
SUPLEMENTO AO BOLETIM DA FACULDADE DE DIREITO OE COIMBRA
VOLUl\m
xm
A E,nprc a Coop rativa
(*)B. REGRA COOPERATIVA DE DISTRmUIçAo DOS EXCEDENTES
SHlllário: 17. Situação do capital na empresa cooperativa; 18. A cooperativa face à empresa capitalista; 19. A cooperativa como empresa de serviço; 20. A regra cooperativa de distri-buição dos excedentes na cooperativa de consumo; 21. Distri-buição dos lucros na cooperativa de produção; 22. Idem, na cooperativa de venda; 23. Situação das reservas cooperativas.
17. Satisfeitos todos os custos com a produção coope-rativa, pode restar um excedente das receitas sobre as despesas, atribuível a quem detém a propriedade da empresa. A distribuição faz-se, como acabámos de ver, proporcional-mente à contribuição de cada sócio para a obra comum, isto é, proporcionalmente às operações efectuadas por cada um com a cooperativa em razão do seu escopo particular e da qualidade em que ela a todos reuniu.
É este outro dos traços definidores da empresa coope-rativa como tal, sem o que a natureza cooperativa não pode ser reconhecida a nenhum organismo produtivo.
Por ele se nega ao capital qualquer direito a participar na distribuição dos lucros. Este, sendo-lhe também retirada a soberania na empresa, é - na expressão dos coopera
-tivistas - reduzido ao papel de simples assalariado, mero elemento da produção ao serviço da empresa. Como reconhecia já P. LEROy-BEAULIEU
(1),
«a subalternização(*) Conto do vol. xu.
(1) Traité d' Éconolllie PolitiqHe, II, Félix Alcan, Paris, 1910, pág. 606.
2
do capital é, p r excel Aneia, grande princípio coope-rati
A determinaçao da remWleraça atribuível ao capital e capa de re t , à r gras co perativa .
Nas primeiras c perati as de pr dução, a sub criçã de capital pel ass ciados era c n id rada com uma
obrigação estrita que nã se tomava necessári compensar;
e ainda hoj em certas c perativas, as atribuições de
capital do s ' ci ao rdadeiras quotizações «à fonds
perdu», nã dand lugar a qualquer rendimento
(1)
(2).
É normal no entanto, que a cooperativas atribuam ao capital ubscrito pelos seus associados uma remuneraçã ,geralmente b a forma de um juro, a conceder quando
houver receitas e'c dentárias que tal permitam. Essa
prática já não se e triba em qualquer princípio cooperativo
concreto, representando na expressão de LAMBERT
(3),
Ulllaconcessão ao meio ambiente», provocada muitas vezes
por uma carência de capitais, que justiflca seja incentivado
o aforro dos membros e o seu emprego na compra de
(1) É o que sucede. egundo nos informa LAMBERT. La Doctrille ...•
cit .• pág. 63. nas cooperativas alemãs de consumo. Por outro lado. pode estabelecer-e. como condição de adnússão dos novos sócios. o pagamento de uma jóia. para além do pagamento - escalonado ou não - das acçõe de capital. A licitude de tal e tipulação é. entre nós. reconhecida pelo art. 211.0 do Cód. Comercial.
(2) Como nota UUS E GOBBI. LA Cooperaziolle-DaU' Economia Capitalista ali' Ecollomia Corporativa. cito págs. 28 e 35. a subscrição do capital é sempre compensada pela po sibilidade que oferece de dispo-sição de uma empresa que presta aos seus membros o melhor serviço. Nomeadamente nas cooperativas de produção. o capital «é simplesmente o meio para fazer valer na empresa a própria força de trabalho: a compen-sação do sacrifício requerido para o fornecimento do capital encontra-se no facto de poder utilizar-se da melhor maneira a própria força de trabalho.. as cooperativas de consumo. a subscrição do capital é compensada .com a faculdade de usufruir dos serviços que a sociedade presta aos seus membros: é uma despesa feita para se poder dispor de uma sociedade que compre os produtos e os distribua aos seus componentest.
partes SOClal. Assim faziam já os Pioneiros de Rochdale, movidos pelo seu «cspirito prático», pela «sua arte de encontrar f6rmulas capazes de triwlfar no real»
(1) (
2
).
Para evitar então que seja subvertida a natureza coope-rativa da sociedade, através da aplicaçã preponderante dc regras capitalistas de distribuição das receitas liquidas, deve impor-se restrições à remwleração atribuível ao capital dos s6cios, confl11ando-a dentro de limites compa-tíveis com as raz-es e a natureza de tal remuneração. As pr6prias legislações se encarregam por vezes de velar por que o capital não assuma a preponderância no seio da empresa cooperativa. Assirn, em França, a lei limita o juro atribuido às acções cooperativas a um máximo de 6%, a pagar apenas se e na medida em que os lucros da sociedade o permitirem; entre n6s, o art. 1.0 do Decreto n.O 14080, de 11 de Agosto de 1927, (alterando o art. 212.° do C6digo Comercial) fixa em 10000 00 o máximo de
(1) LAMBERT. loco cito
(2) O problema aqui posto. note-se. é o da remuneração atribuível
ao capital subscrito pelos associados sob a forma de partes sociais. Quanto ao capital que as cooperativas necessitem de obter a título de empréstimo, em virtude da exiguidade daquelas subscrições para
prover ao seu estabelecimento e desenvolvimento. é claro que elas se verão adstritas a conceder-lhe um juro «cuja taxa dependerá das
condições do mercado dos capitais e da segurança oferecida aos credores.
Mas trata-se aí de uma obrigação de facto que a cooperativa assume como qualquer devedor- (FAUQUET. Le Sectellr ...• cit .• pág. 79).
Desse lado. a cooperativa está numa posição meramente passiva. inserta num meio cujas regras tem de aceitar. sem que possa pretender
formular prmcípios próprios (o que. como vimos. é. 110 fundo. mais um reflexo da unilateralidade da realização dos princípios cooperativos nas diversas espécies de empresas cooperativas).
Do próprio ponto de vista da cooperação. a necessidade do juro
é afirmada pela sua aceitação da legitimidade da propriedade privada
e pelo reconhecimento da contribuição do capital como factor produtivo
(cfr. LAVERGNB. La Théorie de I'Intérêt de l' Éparglle. in «R. E.
c.
•.
1958. pág. 173), elementos por assim dizer de carácter não relativo, que portanto jogariam mesmo em regime cooperativo integral.4
capital que cada ass ciad
~ode
subscrev~r, ~ão po~en~o
em caso algum rec ber diVIdendo por maIor lmportanCla. De qualquer modo, como escreve FAUQUllT
(1),
«a regra cooperativa não impõe que, pelas contribuições a cargo do associado, seja pago um juro: ela implica somente que, se um qualquer interesse é c nc dido, ste interesse deve ser limitado. Todo o seu alcance e o seu único alcance é o de excluir a repartiçao capitalista dos exce-dent . Quer dizer: a concess - o de interesses ao capital não deve pr ~udicar a realização da verdadeira propor-cionalidade cooperativa, a estabelecer entre os lucros distribtÚveis e o valor das operações efectuadas entre os sócios e a empresa comum(2).
A razao profunda de tal proporcionalidade - a razão sociológica, se assim o quisermos - está em que, residindo a força económica dos que em geral recorrem à cooperação na sua capacidade para colaborar, de uma maneira ou de outra, num certo e determinado empreendimento produtivo, é essa colaboração - a renovar permanente-mente - que há que valorizar e recompensar.
De um ponto de vista lógico, a distribuição dos excedentes proporcionalmente à contribuição de cada sócio como
tal para a empresa comum deriva directamente
daquele outro traço que vimos caracterizar estruturalmente a empresa cooperativa: reunião na pessoa do empresário de qualidades antagónicas que a empresa capitalista separa(3).
Sendo numa dessas qualidades - comocom-(1) Ob. e loco cits. na nota anterior.
(2) Daí que possa estabelecer-se, por exemplo nas cooperativas de consumo, que, uma vez distribuída a título de bónus certa percen-tagem do preço dos produtos, o restante - se algo ainda subsistir-seja atribuído aos sócios em proporção do capital subscrito.
(3) Co~binadas estas duas notas, resulta que, tendo-se reunido pela cooperauva duas qualidades antagónicas, assim se eliminando o
prado r, como trabalhador, como produtor-vendedor-que ele se reuniu, assumindo a outra para obter uma satisfação mais cabal dos interesses ligados à primeira, lógico é que proporcionalmente às operações a esse titulo efectuadas com a cooperativa lhe sejam distribuídos os excedentes obtidos por esta com base nas suas respectivas contribuições, e como correspectivo do risco por cada um suportado em proporção de tais contribuições
(1) (2).
anterior intermediário como entidade autónoma, tal facto não
corres-ponde à ocupação pura e simples da posição econóoúca deste último por outras pessoas - os membros da cooperativa - , tudo se mantendo como dantes, mas pelo contrário, ele envolve uma alteração profunda, substancial do status quo.
(I) O reconhecimento da existência de um sistema cooperativo
de distribuição dos excedentes único e comum a todas as formas coope-rativas é negado pelos autores que afirmam a inexistência de qualquer
unidade própria do sector cooperativo.
Assim, para B. LAVBRGNE, La Révolt4tion Coopérative, Paris, P. U. F., 1949, págs. 53 e segs., «as diversas variedades cooperativas, que se opõem nos factos, opõem-se também do ponto de vista doutrinal,
quando as consideramos sob o ângulo do princípio de repartição que aplicam aos seus lucros anuais.. Esse princípio não seria o mesmo em todas as espécies cooperativas, aplicando umas o «princípio coope-rativo distributivo» (as cooperativas de consumo), outras o epríncípio corporativo operário. ou «princípio cooperativo operário. (as coopera-tivas de produção), outras ainda o «princípio cooperativo patronal
ou profissional» (todas as cooperativas constituídas entre agricultores ou artesanos, sejam elas de compra, de abastecimento, de seguros, de produção, de crédito ou de venda).
É claro que podemos denominar de modo diferente a forma de repartir os lucros em cada uma das espécies de cooperativas. Não se nos afigura já legítima - em face do que temos defendido em texto - a afirmação de uma divergência substancial de princípios sotoposta
a essa diversidade de designações. À primeira vista, tal divergência
poderá parecer coisa evidente: o caminho percorrido pelos excedentes
a distribuir entre os participantes na produção é diferente num e noutro tipo de cooperativas. Situações distintas se apresentam então à obser-vação superficial. Mas isso assim acontece porque têm de ser natural-mente diferentes as conseqHêllcias da aplicação do mesmo princípio a situações diversas, embora redutfveis ao mesmo esquema formal. O princípio é que
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1. Ne te m ment c ntud uma bjecção fWlda-mental p d rá c mpr meter a afirmação de uma qualquer especificidade da empre a c operati a cm face da emprc a s cietária apitali ta, à qual ela é n rmalmente contraposta. P is afirmand - que o element pr' prios da estrutura co p rati a ã a rewua na pe s a do empresário de qualidade ec n' nucas antag' lucas e a di tribuição d s e.xcedente da empr sa pr p rci nalmente à contribuição de cada ass ciad nada de e pccífico se diria em relação a que no patenteia a empre a capitalista. O princípio de rganizaçã da mpre a capitali ta seria pura e simples
-mente me mo qu d qualquer empresa cooperativa.
erá o mesmo, destacando-e a suas linhas por detrás das aparentes
divergências; e ta ão, portanto, fruto da aplica ão desse princípio em circunstânaas diver . A consequências de tal facto revelam-se
nomea-damente no donúni do problema do lucro, re olvido - como vere-mo - em tervere-mo dtferente p r umas ou outras cooperativas.
A esu crítica acre ce ainda um2 outra relativa às ituações
enqua-dradas por LAVERGNE naquilo a que ele chama «princípio cooperativo
profi ional ou patronalt. Nelas cabem, efectivamente, cooperativas
onde a própria aplicação dcs e princípio conduz preci amente ao mesmo r u]udo que o obndo nas cooperativas de consumo. É o caso das cooperativa agrícolas ou arte anais de crédito ou de compra de máquinas, adubos, sementes, etc. I o me mo reconhece o próprio LAVERG E, quando aftrma, no eu trabalho Les Sociétés Coopératives,
in cTraité d'Éconornie Politiquet dirigido por L. BAUDIN, II, Paris,
Dalloz, 1953, pág. 65, que .elas aplicam exactamente o princípio
técnico da devolução do lucro, no fim do exercício, proporcional-mente às compras efectuadas por cada societáriot. O facto, pelo mesmo Autor acentuado em seguida, de se tratar de compras feitas com um ftm profISsional e não para um uso pessoal ou fanúliar nada implica com a verificação do princípio como tal. Apenas poderá servir
como base a uma ceru dassilicação de cooperativas e não para dene-gar tal quahdade a algumas delas.
(2) (Da pág. anterior) Salientando expre samente, como defini-o
dores da empre a cooperativa, os dois traços que de tacámos cite-se a título de exemplo, Prof TEIXEIRA RIBEIRO, Lições, ci/s,
pá~s.
213~
segs., e PIROU e BYÉ, Traité. .. , cit., tomo I, vol I, pág. 293, e voi. II, pág. 194.A única diferença residiria na natureza da contribuição de cada membro (numa cooperativa de produção, o tra-balho; numa cooperativa de venda, certas mercadorias provindas das explorações individuais dos associados; numa sociedade anónima, um capital monetário) e portanto na qualidade económica dos sujeitos associados.
Mas a lógica estrutural seria precisamente a mesma: Os capitalistas, não se satisfazendo com o estatuto de credores, vão assumir eles próprios a propriedade da empresa, rewúndo em si mesmos as qualidades, antes separadas, de fornecedor e de adquirente de capitais, de capitalista e de empresário. Logicamente, sendo como capitalistas que eles assumem a empresa, nessa mesma qualidade lhes serão distribuídos os lucros - proporcional-mente portanto ao capital fornecido (que neste caso funciona como a mercadoria vendida pelo sócio à empresa em que se associou com o objectivo de maximizar o respectivo preço de venda) (1).
Teríamos portanto a mesma estrutura objectiva encon-trada em qualquer empresa cooperativa. Haverá por isso que reconhecer aplicável às sociedades capitalistas o estatuto de cooperativas, defmido pelos traços formais objectivos acabados de citar? Serão então aquelas sociedades verda-deiras cooperativas de capitalistas?
A resposta a tais perguntas está, de certo modo, implí-cita no que temos vindo a escrever.
Os grandes princípios que destacámos como infor-mando na sua totalidade as realizações cooperativas não as defmirão concretamente, não demarcarão os seus limites precisos; os traços formais a que reduzimos o esqueleto das diversas empresas cooperativas poderiam porventura
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não as e.m-emar de outras empre as em que pudessemos
enc ntrá-I .
Desde I g , no entanto, nos permitem compreender por que razã , a um sub-c njwlto h m géneo onde se inclui apenas a empresa capitali ta, se contrapõe um outro sub-conjunto onde se faz caber uma éri de instituiç-es, caracterizadas p r urna di er idade m rfc 16gica reveladora de uma diferenciação de intere
e
e qualidades econ6micas em cada urna d minantes. É que, para além dessasirreduti-bilidades aparent s, algo c nfere - corno vimos - uma
unidade ubstancial ao sector cooperativo, levando coope-radores, ec no mistas e. em geral, qualquer observador sem qualificação e pecial a aceitá-lo corno um conjunto mar-eado por denominadores comuns. O sector cooperativo oferece-se as irn à contemplação corno uma realidade
multifacetada centrada sobre uma estruturação comum.
Mas, para além disso, porquê representar o sector capitalista como algo apenas conftnante com o sector cooperativo (I)? Não será realmente possível encontrar nele a mesma estrutura?
{'}
Assim, no universo K das empresas, podemos distinguir o conjunto das empresas capitalistas (A) e o das empresas cooperativas (B), nestas se compreendendo as cooperativas de consumo (IX), de produção (~)
e de venda (y). De modo que: AcK A#B 1\ BcK IXcB ~cB ycB AnlX= 0 An~=0:- AnB=0 Any= 0
Neste ponto, MARIANI
(1) -
a temperar a identidade de estruturas que afirmava nos termos já conhecidos - via nas empresas societárias capitalistas «um primeiro passo na actuação daquele princípio que tem aplicação ulterior nas cooperativas de vendedores de mercadorias e nas cooperativas de trabalhadores». Para ele, «a sociedade capitalista representa lógica e lústàricamente o primeiro passo na actuação do processo cooperativo, é a primeira forma de associação que, visando ao aumento de uma quota distributiva, assume como meio a produção».Numa perspectiva histórica, o nascimento da empresa capitalista tal poderá representar, na verdade. Mas logo nesse plano haverá que reconhecer que o subsequente passo cooperativo vai representar algo de novo, algo que traduzirá - independentemente da estrutura utilizada para o fazer - a criação de um sistema diferente, inspirado, sob um ponto de vista fundamental, por um espírito peculiar relativamente ao que se plasma na empresa capita-lista. Enquanto nesta os sócios se reunem como capitalistas, isso não sucederá na empresa cooperativa. Esta última irá associá-los ou como compradores ou como trabalhadores ou como vendedores de mercadorias diversas, mas sempre
em qualquer qualidade que não a de capitalistas - o que tudo irá constituir o sector da cooperação em frente única, embora diferenciada.
Já deste ponto de vista, a empresa cooperativa repre-sentará pois uma via de superação da empresa capitalista. Com efeito, ela é algo que parte da empresa capitalista seguindo várias direcções, mas em qualquer delas a trans-cende sob este aspecto.
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P r i falaya LA ERRE em interesses /Ião-capitalistas; p r 1 t.1111bém LEROy-BEAULIEU c n idera a a sllbalter-l/iZclÇiio do cI/pitaI c m princípi ful ral d i tema c opc-rati
(I).
pr' pri plano hi tóric já teríamos poi esta n ta de entid ncgati a c 11 iderar.
Ma há que ir mai I ng'. A análi e da c operativa
e da mpr a capitalista como fact ec nómicos contem-porine talvez n le e a c ncluir que entre uma e outra medeia mai que uma imple di~ r nça de grau: uma
erdadeira d~rcret/ç,l de estmttlra.
m feit, apenas p deria afirmar-se com rigor
aquela identidade de e truturas e s capitalistas se reunissem
em empre a p r acharem inferiol ao que deveria ser a
remu-neraçã d capital no mercado financeir. Só então teríamos realizad s aqueles princípios de superação de dependência p r parte de indivíduos colocados numa ituaçã de in~ ri ridade em face doutr s que disso tiravam
proveit para além do que os primeiros consideravam razoável- que gerava entre e tes uma verdadeira
comu-nidade de intere es, capaz de os impelir a assumir a
quali-dade opo ta com o fim de elevar aquela remuneração
às proporções que achavam justas.
Mas não é isso que sucede, na realidade. Os
capita-listas acorrem à sub crição de acções com o objectivo da
obtenção das melhores condiç-es para o seu capital,
independentemente porém de qualquer juízo valorativo
obre a taxa de juro no mercado financeiro. Subsistem,
(I) a mesma ordem de ideias, LAMBERT, ob. cit., pág. 61, escreve
mes.mo" refenndo-e às cooperativas de consumo, que o conteúdo o?~gatono do princíplO da risloume é o seu aspecto negativo: a inter-diçao . de repartlI o benefício líquido proporcionalmente ao capital
a par, duas alternativas, a opção entre elas se resolvendo de uma maneira ou de outra consoante as preferências dos capitalistas (1).
P rque assim é, e desde logo também porque a qualidade de associados é nestas empresas assumida na veste de capitalistas, é que encontramos as especificidades das cooperativas em relação as sociedades capitalistas no que toca à estrutura do empresário, à distinção entre associação e empresa, à classificação da cooperativa como empresa de serviço e à atribuição do poder de voto (estes três últimos problemas mtimamente ligados), à cotação dos títulos de associado, à assunção e suporte do risco e finalmente à repartição dos lucros.
Podemos assim continuar a reconhecer a em presa capitalista como ponto de referência para a afirmação do carácter inovador comum a todas as formas coopera-tivas. O que logo se revela no simples enunciado dos traços estruturais que identificam o empresário cooperativo: assunção da empresa na veste de não-capitalista e reunião na mesma pessoa de qualidades antagónicas que a empresa capitalista separa.
Com tudo isto nos parece justificada a dicotomia afirmada entre a empresa capitalista e a empresa coope-rativa.
Certo que da empresa capitalista muito ficará de pé (como melhor iremos vendo nas devidas alturas): a
supe-(I) De resto, no seio da mesma empresa coexistem correntemente a duas situaç-es alternativas - a de accionista e a de obrigacionista-,
o que desde logo obrigaria a reconhecer que a aptidão da moderna
empre a societária capitali ta para reunir na mesma pessoa as qualidades de capitali ta e de empresário é pràticamentc irrealizável na sua
pleni-tude. Teríamos pois uma situação em tudo idêntica à que nos patenteia uma cooperativa de produção que aceita, a título permanente, trabalha-dores assalariados.
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raçã c perati a da mpr a capital i ta não é absoluta,
nem podia er s b pena de negar o qu há de essencial na ec nomia da empre a. Regras d rganizaçã interna,
norm de eficiencia, técnicas de pr dução e d minaçã
de mercad ,r laç-e c m
fi
me ed r ,etc., etc., serão,em tud que a feição pecífic da empre a cooperativa não determinar m dificaç-e de pormenor, substancial-mente d minad pel m mo princlplos que regem a
organizaçã e o funcionamento da empresa capitalista
(1).
(I) orno nota B. LAVERGNE, Le ocinlisl/le Coopérntif, in «R.E.C..,
n.O 101, 1955, pág. 209, a cooperativa prova-nos que «pode modificar-se a repartição ocia1 do rendimento da actividade económica, sem ter de repudiar-e a trutura anatómica da empre a modema», «que pode d olidarizar-se da repartição oeial dos rendimentos a organização técnica da produção e do crédito».
Em sentido idêntico, GIOV NN1 LORE ZONI, La Coopernzione,
at., pág . 46 e eg., afumando a nece idade de um critério económico para definir a cooperativa, nota que e e critério não pode ir buscar-se à noção de empre a. endo esta uma organização de meios de produção com vista a alcançar, com o menor custo possível, os fins propostos, e sendo teoricamente, em igualdade de circunstâncias, uma s6 a orga-nização óptima do factores, qualquer que seja a designação a dar à empresa, não pode haver .duas organizações diversas que conduzam igualmente bem ao escopo em vista, uma das quais possa dizer-se coope-rativa e a outra não.. O comportamento económico será o mesmo, quer e trate de uma empresa capitalista, quer de uma cooperativa, de um director da primelIa ou de um desta última. .A empresa econ6-mica, em suma, tem as suas leis próprias, às quais qualquer empresa, seja singular ou colectiva, cooperativa ou não, deve conformar-se, se quer triunfar economicamente».
Confirmando estas palavras, temos o depoimento de F. BLOCH--LAlNÉ, UI/e Écol/ol/lie de I' Inqlliétllde: I' E"treprise tOlljoHrs ell Ql4estioll,
in «L'Entreprise et l'Économie du XX.ente Siecle», págs. 27 e segs., para quem «a problemática das empresas é cada vez mais homogénea ao mesmo tempo no sentido vertical (quaisquer que sejam as suas dJInensões) e no sentido horizontal (sejam quais forem a sua localização e o seu estatuto)>> .• Pode assim perguntar-se qual é o melhor empresário, que a resposta não dependerá da personalidade a quem se atribui o poder, da estrutura da empresa: todas as soluções são igualmente
suscepn-Isto independentemente do tipo especial de cooperativa considerado (1).
veis de sucesso ou de inêxito. consoante forem bem ou mal postas em prática. Não basta. com efeito. entregar o leadership na empresa
aos fornecedores de capitais. aos trabalhadores. aos consumidores ou às colectividades públicas para ter eliminado as dificuldades de todo o 'governo'.. «Nada está a priori resolvido ... pelo simples facto de se
ter optado por um sistema: sociedade capitalistas. cooperativas ou explorações do Estado •.
A sujeição aos mesmos processos de qualquer outro tipo de sistema de economia de mercado. nomeadamente no que toca à determinação dos preços dos produtos e elementos produtivos. é salientada também por MAFFEo PANTALEONl. cErotemi ...•• cit .• págs. 180 e segs.
(I) De resto. e como se depreende do enunciado. por nós feito logo de princípio. dos grandes traços que caracterizam a essência do fenómeno cooperativo. a empresa cooperativa é. positivamente. algo mais que o simples resultado de um informe movimento de reacção anti-capitalista. Certo que a sua génese assim poderia levar a defmi-la: ela surgiu. como tivemos oportUIÚdade de salientar. animada do objectivo de pôr (lobro aos abusos gerados pela feição de que se revestiu o capita-lismo do séc. XIX.
No entanto. a verdade é que a cooperação transcende a mera contingência histórica do seu aparecimento. E isso porque detém a seu favor. como ideias-força. estruturadoras e dinâmicas. uma soma de realidades positivas. universais e humanas. capazes de se mani-festarem e buscarem realização em qualquer forma de sistema econó-mico ou social. tA cooperação não é essencialmente» - escreve o DR. SÉRVULO CORREIA. Cooperação. Cooperativismo e Doutrina Cooperativa.
in cE. S.
c.».
n.O 15. 1965. pág. 23 - «urna arttítese. mas u'ma afmnação. como ideia. da necessidade da sociabilidade no âmbito das relações económicas».Compreendendo isto. é que a moderna doutrina cooperativa vem progressivamente a renunciar à ideia de «reacção. contra o capitalismo como sua pedra angular. substituindo-a essencialmente pela do valor do «associacionismot como potenciador da realização de certas finali-dades e da afirmação da pessoa humana. E tal concepção não deixaria de abranger o fenómeno cooperativo no seu aparecimento histórico. na medida em que a reacção que este pretendeu traduzir se dirigiu precisamente contra um capitalismo individualista e liberal (ru. Autor e ob. cits.. págs. 21 e segs.).
Partindo dessas premissas - não só da que traduz a realização do fenómeno associativo. o que não seria. por si. suficientemente identificador da cooperação. mas de todo o conjunto de bases que
14
Quant a cada uma das e pé ie de c pcrativa,
também já imo que a upcraçã da empr~ a capitali ta
(para além d c mum r púdi . da supremacla do capital) é m ramente wlilateral, r f( rmdo- e apena a um do
a pect m que ela e de dobra.e empre tand uma fci~ão
diferente apenas a wn detern1lllado género de relaç cs
entre que n u io e de env lvem. I so porque cada
cip de c perati a visa imple mellt a rewliã ,na pe oa
do eu empr ário, de duas pécie de p siç - es
antagóni-cas-com exclus5 de todas as outras, cm relação às quais
tudo e proce a c mo dant . D te p nto de vista,
p deríanlo diz r que também os diversos tipos de empresas cooperati e superam W1S aos outros, resolvendo llilS
pr blemas que outros deixam subsistir. Melhor o
ver mo quando tratarmo e pecmcarnente da capacidade
das di ersas formas cooperativas para resolução dos
pro-blemas do lucro e do salariado.
Mas o que e passa entre elas é irrelevante no sentido
de confirmar ou negar a especificidade pretendida por
todas face à empresa capitalista - a reW1Íão dos indivíduos
de acordo com uma certa qualidade económica (mas
sem-enunciámos-, o cooperativismo cOllStruiu a sua própria realidade, nos termo determinado que conhecemos.
o plano da intuição do espírito que anima a sua essência, não
se questiona a identidade própria desse termos em relação àqueles
em que se estrutura a empresa capitalista. Mas de um ponto de vista
analíoco pode er-nos solicitado um particular e forço de diversificação.
É esse que procuramos fazer, apelando, como ponto de referência, para a estrutura da empresa capitalista. Não como simples recurso
à ideia de reacção, mas porque aquela via subsiste o instrumento mais
adequado para auxiliar a construção de um conceito tmificador das várias
marufestações do. er Cooperativo •. Conceito que, mau grado a ligação
do ponto referencial a um sistema determinado (o sistema capitalista),
se manterá válido no seio de qualquer outro isterna dominante, seja
ele sooalista, de tipo agrícola e artesanal ou (lúpoteticamente)
pre a título de nã -capitalistas), para assumir uma outra da qual a empresa capitalista os separa - , porque essa especifi-cidade, assim entendida, todas a apresentam.
19. É vulgar encontrar-se ainda contraposta a empresa
cooperativa à empresa capitalista com base na distinção entre empresas de serviço e empresas de ganho ou rendimento
(entreprises de rapport). Outras espécies de empresas de
serviço e de ganho se conheceriam, além, respectivamente,
das empresas cooperativas e das capitalistas; mas estas seriam as mais características de cada um desses conjuntos
(I).
Como entender, porém, a atribuição às cooperativas dessa natureza de emplesas de serviço, querendo com isso
extremá-las de outros tipos de empresas, nomeadamente
as capitalistas:
Não certamente - como a tomam alguns dos
prosé-litos mais inflamados da fórmula cooperativa
(2) -
com o sentido de ernpresas funcionando sinmltáneamel1te ao serviçodos seus membros e da comunidade, isto é, servindo aqueles somente na medida em que o seu interesse é legítimo e compatível com o interesse geral.
Desde logo pode notar-se que esta afumação, embora apresentada com foros de enunciado de princípio científico, construído sobre a realidade e dotado de validade geral (de tal forma que teria de excluir-se do conceito de
coope-rativa qualquer empresa que não obedecesse ao requisito
assim explicitado), não pode deixar de tomar-se com o
conteúdo que realmente tem: como afirmação de carácter
doutrinário, indicadora de uma directriz a seguir num plano deontológico.
(I) Sobre este número, nomeadamente a parte [mal, efr. FAUQUET, Le Secteur ... , cit., págs. 71 e segs.
16
A ua inc n i tência como eventual afirmação de ciência, e a seria patente.
móbil da empresa cooperativa - o objectiv económico que lhe é assinad p r fi rma a dar sati façã
aos móbeis individuais dos que a ela recorrem - e o
proces e pecial de funcionament que, nomeadamente no capítulo da devoluçã d s e. cedentes da empresa, repr enta a ua traduçao ~oncr ta n~o colocam p~r si, li priori, a cooperati a maIS ao servIço da comumdade
do que está qualquer empresa capitalista. A razão da
con tituiçã da cooperativa e das regras do seu
funciona-mento e o motivo por que os associados se lhe agregaram identificam- e fundamentalmente com uma espectativa de obtenção de maior vantagem económica
(1).
(I) Como repetidamente afirmava PANTALBONl (cfr., p. ex., cErotem..i ..• , cit, pág. 132), as cooperativas, quaisquer que sejam, revestem
o carácter de empresas económicas, não de obras de beneficência ou
instituiçõ caritaovas. A adesão a qualquer delas apresentar-se-á como um problema de valor, a resolver por meio de uma comparação
de utilidades: co sujeito confronta a utilidade que espera retirar da cooperativa com a utilidade dos bens que deve sacrificar para a formar
ou nela entrart (MARIANo MAluANI, oh. cit., pág. 21, citando LORENZONl,
lA Coopuazione Agraria "ella CWI/allia Modema, pág. 61), decidindo-se
pela Iúpótese que lhe fornecer uma maior utilidade.
Põem-se em presença uma da outra duas alternativas - entrar e não entrar para a cooperativa-, envolvendo a escolha da primeira
uma renúncia às utilidades extraídas da outra, um correspondente sacrifício ou alSto de oportwlidade. Essa necessidade de escolha renovar-se-á constantemente, na medida em que tem de pôr-se periodicamente o
problema da fidelidade à acção cooperativa.
Aqueles custos de oportunidade é que a utilidade que se espera tirar da cooperativa deve exceder para que quemquer se decida a
recorrer à cooperação e a prosseguir nela. A margem diferencial entre os resultados da acção cooperativa e os que seriam imputados a outros tipos de organização capazes de satisfazer idênticas necessidades
pode-remos chamar, com FAUQUET, Le Secteur ... , dt, pág. 99, renda de coope -ração. A positividade da margem traduzirá precisamente a va/ltagem
E nada garante que a procura de tal vantagem seja levada a cabo pelos membros de cada cooperativa
perspecti-cooperativa, capaz de inflectir no sentido da cooperação as decisões dos ujeitos económicos.
Para o cálculo do sentido e da amplitude dessa margem (que se apresenta com urna natureza subjectiva, individual) concorrem elementos de ordem vária, integrando todos um «parâ//le/ro de COl/lporta//lellto>
ou «parâ//letro de acção. que não é um parâmetro simples mas um «pa râ-//Ietro (olec/ivo, sUl/lário ou cul/lula/ivo. (cfr. GutiLFAT, La Coopératioll deIJallt ... , ci/, pág. 129).
Em primeiro lugar, é de considerar especliicamente a ituação das reservas da sociedade, constituindo com frequência um patrimórúo impartilhável entre os sócios, deixando assim de funcionar como vanta-gem individual para só poderem ser vistas como mera valltage//l colectiva (GUBLFAT, ide/II, pág. 122).
Para a concreta estruturação das decisões individuai, a variável de mais significativa influência, no que re peita às cooperativas de C0/15111110, é, sem dúvida, a variável-preços, para cuja configuração concorrem, de um lado, a importância do lucro das empresas privadas e, do outro, o cu to do funcionamento da cooperativa, incluindo as somas consa-gradas às obras sociais e ao auto-fmanciamento. Considerável nos fms do séc. XIX e princípios do actual (altura em que o ponto de referência
era dado por um comércio privado arcaico, desorgaIÚzado e praticando margens diferenciais elevadíssima - chegavam a conceder-se então bónus de 10%, 15%, 20% e mais dos preços dos produtos), a vantagem cooperativa nos preços tende a diminuir, sendo hoje mais baixa a média das «ristournest Gá entre as duas guerras, inquéritos realizados em França indicavam uma taxa média de «ristournet de cerca de 4%,
sendo ainda de 8% a diferença entre os preços cooperativos e os preços privados; esta diferença veio posteriormente a revelar-se radicalmente menor: O, 2 e 3% - cfr. LASSERRB, Le MOllvel/lclI1 Coopératif el les Proble//les Actueis, in «R. E. c.», n.O 123, 1961, pág. 17, e FAuQuET,
Regards ... , cit, pág. 220). O próprio suces o da acção cooperativa pode fazer evoluir nesse sentido as condições da economia, contri-buindo, por efeito da concorrência, para a redução dos preços privados e das re pectivas margens beneficiárias, o que permite a G. LORENZONI, La Cooperazione, ci/., pág. 473, falar então de um gallho i//lp lícito , uma vez que o preço do mercado é inferior àquele que e estabeleceria se
a cooperativa não existisse (embora com i so diminua a própria renda efectiva dos consumidores).
Mas outros factores podem tomar positiva a preferência coope-rativa. Nesse sentido, a variável-qualidade, cuja importância aumentou
com a diminuição da vantagem cooperativa nos preços. Compreen-dendo-o é que as cooperativas se orientam cada vez mais no sentido
vand
intcrc
devidamente, a par dos impul
parti ular, a e.-igência d
d
seu pr' priintere e geral da
d.l leV.lÇlO da quahdade d p,r. duto ,criand lab .ral.6rio de análi e,
dIflmdmd re ultad de anali ~ c mparatlva e IdeIas e acta obre
,'ai r mtríruC da mercad na .
. nível do rf//di/llc/ltlls mdI iduais é utr factor a ter em c nt.
n3 anah da pr pel ã à o pera ii de con umo. om a elevação
do nh'cl d VIda, a P rcent3gem da de pe a em bens de primeira
ne Idade Il r a.ll1Cllto fanuhare dI mi I1lI1 , a im e tornand
meno patente a ancagem c operati a no preç (factor anotad
p r L ERRE, Trcll'cli/lc!/lrs t'f ... , dI, pág. 616).
utrO elemento de men r relevância pe .Irã ainda na decisõe
do mdlviduo. É a da qUI1ti:::rl(ões a ub crever (podendo atenuar-se
oeu p n or amem de pequen recur o atravé do si temas de
paganlenco gradual), bem c mo, e encualmente, de factore de arácter
t \·lr,l-t((I/ltl/lllCt).
Por úlum ,é de nocar que nem empre a preferência cooperativa é,
me"m ó no e cnt plano ec n6mico, UI1'la fWlção livre. Não o será
no caso, que FAüQUET, Lê ('((('/Ir ... , cit., pág. 9, aponta como exemplo,
de wna c operanva de consumo que, tendo eliminado de uma loca-lidade eu concorrentes, disponha de um monopólio de facto.
Quanto à ade ão a uma cOOparltil/rl d(' produção, ela envolverá
empre, de m do mai ou meno defmido, a comparação entre a
utili-dade que e espera retirar da as ociação na cooperativa e aquela que se
perde pelo facto do abandono da actividade não-cooperativa. A escolha
da pnmctra é também função de um conjunto variável de factores: nível
da rC/II/lucra(ão esperada (os lucro eventuais da cooperativa), cm con-fronto com a remuneração actual do trabalho; diferente estabilidade
das Ituaçõe (o ri co da situação futura de cooperador - para cuja
dehnutação concorrem factores ligados não só à natureza da actividade a desempenhar e ao eu contexto económico-sociológico, como também à problemátIca e peaal da cooperativa de produção no que toca ao apetrechamento adequado a enfrentá-lo - é posto em confronto com a SItuação presente, a qual, obretudo em e tratando de trabalhadores
assalanado, apresentará um carácter mais definido, objectivo e por
ISSO revesndo de maior egurança); eventual preferência por um trabalho
",dependente, embora de resultado mais incertos; co/Jdições gerais de
prestação de trabalho e regalias SOciaIS dos tra ballladores; factores de ordem cxtra-ccotló/IIica.
Das cooperatil'as de penda, por outro lado, o que e espera
funda-mentalmente é - através da ehmmação de intermedIários - um a~mento do produto líqwdo obtido da venda das mercadorias prove -ruentes das explorações autónomas dos associados.
comunidade e dos interesse pr6prio dos diversos e trato será igual à da empresa ou da soma de empresas que em seu lugar e estabeleceriam, se a diferença nela registada entre as receitas totais e os cu tos totai (atribuído um preço normal ou corrente aos factores
f, rnecidos pelo pr6prio empresário) for igual à diferença entre os me mos valores na empresa sub tituída ou à soma dos valores liquidos acre centado pela diversas empresa ubstituída. Para além di o, a produtividade cooperativa é superior (supcnoridade que pode advir não s6 da condiçõe de produtividade <11 pr6pria cooperativa, mas também do desenvolvimento da produtividade das empresas associadas, propiciado pela natureza especial da ua relaçõe com a cooperativa). No entanto, não é sequer imprescindível que a produti-vidade seja igual, para incitar à adesão à cooperativa. Pois aqueles que assumem agora a tarefa da distribuição dos produto estavam antes dela afastado e a re pectivas margens beneficiárias eram-lhes e tranhas. De modo que, tudo aquilo que a cooperativa lhe proporcIOne além do que antes recebiam pela venda da produção ao comerciante que ocupava o primeiro estádio do circuito distributivo constituirá um excedente relativamente ao rendimento que tirariam da sua empresa se e ta não e tivesse ligada à cooperativa. om isto, temos esquema-tizada a variável-produtividade, dependente, sob o ponto de vista do valor, dos preços e dos custos (neste ponto, contudo, poderá dar-se o caso de a vantagem cooperativa no sentido da diminuição dos custos das empre as aderente ser compensada total ou parcialmente por uma elevação das despesa des as mesmas empre as, p. ex., em tran porte do produtos para as instalações da cooperativa, porventura relativa-mente afastadas; essa despesa entrará no cálculo do benefício fmal prestado pela cooperativa aos aderentes, não se tratando p rém de um acréscimo de custo em termos absolutos, ma de uma simples de locação da entidade obre que em primeira linha incidirão).
Outros elementos contribuirão para definir concretamente a propen ão à cooperação neste donúnio: a posição adquirida pelo produtor em face dos mercados de consumo (po ição de que não lhe convém abdicar para passar a utilizar a via cooperativa); a especificidade e eventual
Superioridade dos eus produtos que podem nã se compadecer com a uniformização qualitativa a que visa a transformação cooperativa; a dilllensão e tipo das empresas (por exemplo, como nota GUI!LFAT,
La Coopératioll deva/If ... , cit., pág. 43, a importância da cooperação na agricultura é submetida a o cilações conformes ao tipo s6cio-ec n6-mico das empresas agrícolas); a prol/tidão dos pagalllel/tos da cooperativa ou o eu atraso em face das entregas dos as ociados; etc.
A pr6pria atitude dos cooperadores em relação à sua empresa
é susceptível de influir positivamente na determinação da concreta fisionomia dos factores de que depende a renda de cooperação. Nesse
20
que a c mp-em
(I).
Dúvida e ta que é claramente r fir-çada quand e c ntempla, nã apenas a e entualidade,
cnn do, o ta FA QUEr, (lb. cil., pág. 9 ,que o c~ peradore não l~c itam I t '01 andar mal uns pass para e erVlrem d estabele lmento
gera men e c d ' .
-O· 'o que e traduz em reD rç a re pectlva po lçao; numa
o pera \ , d' ' - d " , , ,
ratlva de pr duçã, e [. rç e a I p Iça OClOS ao acriflclo
c ,_ pe t"undan1ental no arranque uucla " I ' ; c m Igu mente sera al " lmpre
-cr.l d C. - d ' d
di '~l ao di az de empenh as [Unç e a c operatlva e
tran-cm \. d c . . d 6 '
forma :io e euda a regularidade o II rneClffient? o s CIO. A maior
men r Imp rtância de te element dependera do grau de «educação
ou c. - " d I
c operan a- do ociado ,da ua II rmaça econ0n:'ca, o e ,c
:re~l-ment obre negócio da empre a, da c mpreensao da eXlgenclas
p os pc! eu de en olvimento - f~damentalmente da sua
persts-tênaa e do mter e directo no funCionamento da empre a, o quai
mwt dependem da confiança nas po ibilidade efectivas da cooperativa.
(1) Quanco às coopcrati as de consumo, é <:=erto que a sua
parti-cular natureza econórruca - como empre a d mmadas pelos próprios
clIent ,tendo em vista o abai..xamento do preço, comportando além dtss a po ibilidade de estender as con equência da sua actividade para além do restrito ector que directamente dominam - permitirá uma conJunção normal entre os objectiv particulares dos sócios e relevantes mteres e económico da colectividade.
Ma di o - que aliá apenas se afirma em relação às cooperativas de consumo - não pode deduzir-se simplista e genericamente a confusão do mteresse do con umidor (e em particular do consumidor associado cooperanvamente) com o intere se geral da economia (que, de resto, -não e re olve na orna do intere es particulares dos indivíduos ou
do organt mo que no seio dela funcionam),
Além do po ível conflito, que a seguir em texto referimos, entre as categorias cooperativizadas em cada tipo cooperativo e aquelas
que são excluídas de tal forma de cooperativização, pense-se desde logo em que - sendo embora do interesse da empresa, e exigido mesmo pelo progresso da econorrua em geral, um amplo recurso ao
auto--finanaamento com a consequente diminuição dos bónus concedidos
-a estreitez-a da visão económica da generalidade dos consuuúdores
asSOCIados é capaz de os impelir a reclamar, ciosos da satisfação dos seus interes es a curto prazo, a distribuição de bónus mais elevados,
em detnmento da capacidade de desenvolvimento futuro da sociedade.
Por outro lado, pondere-se na possibilidade de conflituarem os interesses dos ruver os estratos integrantes da própria categoria econó-mica cUJa defesa a cooperativa de consumo visa assegurar (e quem fala da cooperanva de consumo poderia falar da cooperativa de
complemen-mas a existência de conflitos efectivos entre os interesses
econ6micos que as cooperativa visam especificamente
promover ( s d s seus membros) e os interesses daquelas
entidades que nelas não têm assento. A análise dos pro-blemas ligados ao lucro e à situação de assalariado em face das respostas fornecidas pela cooperação elucidar-nos-á sobre o assunto.
O elemento que poderá atribuir às cooperativas uma
instrumentalidade mais directa em face do serviço de
outros interesses que não os dos seus membros será con -tituído pela aplicação da já conhecida regra da adesão livre
ou da porta-aberta. Referindo-se especificamente às
coope-rativas de consumo, escrevia JAMES
(1)
que, «pelo sistemada ristourne, consegue-se sàmente que a empresa seja
explo-rada no interesse de certos consumidores. Para que a
cooperativa sirva verdadeiramente, como o pretende,
tares. como no exemplo de JEAN MARCHAL. COlm ...• cito pág. 496. que põe em destaque a oposição de perspectivas entre os participantes na produção de uma mina de carvão. a quem interessa vender mais
caro. e de um alto-fomo. a quem intere sa comprar mais barato).
O interesse do consumidor não é homogéneo; nem é encabeçado
em qualquer entidade dotada de unidade. Ele representa antes o justapôr dos interesses individuais dos diversos consumidores e das vária
cate-gorias de consumidores. Ora. esses interes es podem conflituar. É
possí-vel. por exemplo. que. em determinada altura. os consumidores mais
abastados prefiram bens de luxo em detrimento da produção de outros bens. reclamados por diversas camadas de consumidores (é o próprio
LAMBERT. Ln Doetrille .... cit .• pág. 163. quem no-lo recorda).
Além disso. os próprios consumidores. explorando empresas de produção e distribuição de bens. podem ter reacções de produtore • o que se verificaria. por exemplo. no caso de o Governo tabelar o preço do pão tão baixo que a sua produção não se tornasse rentável (cfr. LAMBERT. oh. cit .• pág. 164).
Como continuar assim a su tentar que o interesse do consumidor
se confunde com o interesse geral. axioma e te que presidiu a toda
a construção gideana e dos seus seguidores 1 (I) Les Forllles .... cit .• pág. 311.
22
mterc e de t da a c lecti idade, é nece n também
que eh re pelte e rupul
~m.elltc
a r gra dapor~(/ ~bcrtm}.
Ma que ta ignifica realm nte e 1l1111taç-a que ujeita, vim. -lo já. A P rta-aberta, par além d a de carácter extra-cc n' mi , s' fWlci na enquant apaz d pr piciar a eventuais ader ntein trumcnt nece ári para ati fazer eus mtere e tã abalmente c m ram ati {; it até então o intc-re e d já ciad
(I):
a p rta fecha- e na altura emndi -e técnica da empre a nao permitirem que a
manter me m IÚ
el
de ati fação dos interesses d s mem.br para além d uce ivo alargamentos da sua dimen ão. que pro a que, n binómio illteressegeral
_ iI/Messe próprio dos sócios, e te último assume claramente a primazia n objectivos da c perativa; de modo que tem de c ncluir- e que é aquele (no e pecíflco entido
que dele e pode falar quando se p -em em equação as virtualidade da livre adesão) que só será satisfeito na medida em que a ua prossecução for compatível com os intere e do membro da cooperativa, e não o contrá-rio
(2).
(I) A abertura da cooperativa a todo quantos dela possam
fazer parte - reAectIndo, como di emo, um espírito próprio da
economia cooperativa - vi a unpedir que o cooperadores guardem
ó para I o benefíao que outro podem igualmente auferir.
(1) O facto de as cooperativas dedicarem por vezes parte dos
seus lucros não di tribtÚdos ao estabelecimento e desenvolvimento de
obras de carácter sOCIal e cultural, su ceptíveis de elevar o nível
educa-CIOnal, moral e soa ai do eus membros e reflexamente do conjunto
da colectiVidade, não pode servir de base para o reconhecimento à
empresa cooperativa de uma natureza económica específica em face
da empresa capitalista.
Para além de que a introdução de tais ingredientes nas coo
pera-tivas é, quando levada a cabo, orientada duectamente para a elevação
Mas há ainda que reconhecer que a classificação pr po ta e a afirmação de que a cooperativa tende sempre ao «serviço», de pida de precisões su ceptíveis de lhe atribuir um conteúdo aceitável, podem redundar num equívoco. Com efeito, também os sócios de uma empresa capitalista buscam nela um serviç de carácter económico; tendo-se retmido como capitalista, traduzindo-se a sua contribuição para a empresa comum num fornecimento de capital, o erviço a e perar dessa empresa será o de uma remuneração mais conveniente para esse capital. (I). Tud está em não se perder de vista, como friza PANTALEONI
(2),
«aquilo que deve considerar-se como o serviço de qualquer empresa», prestado aos seus titulares. Para o~ accionistas, o serviço que a sua empresa presta é o dividendo que entre si repartem em fim de exercício.Uma diferença há, no entanto, entre a natureza do
serviço prestado pela empresa capitalista aos seus accionistas
e a do serviço prestado pela empresa cooperativa aos seus membros.
Com efeito, atenta a especial natureza das relações que - de acordo com a qualidade em que aqueles se reuniram - se estabelecem entre uma cooperativa e os
seus associados, o conteúdo da posição destes em face da empresa comum está intimamente dependente da
a especial maneira de ser da cooperativa como empresa, acresce n-tando-se-Ihe como elemento vindo de fora, característico do plano da associação, de modo a determinar a aplicação de correctivos no desenrolar do jogo que lhe é próprio.
De resto, esses elementos podem igualmente e tar presentes na
empre a capitalista, corrigindo no mesmo sentido a actuação da regras de ftmcionamento que são próprias da sua natureza económica.
(I) Neste sentido, LAVERGNE, La R((1I0["tioll Coopératillc, cit.,
pág. 51, nota l.
24
natUf za pe ífica d bject ec n' mic da actividade
de c perati a, a tal bj ct s referindo o conteúdo d
erVl que p r ela lh
é
pre tad . Em qualquer péciede c perati a, v rw.ca- e c m n ta FAUQUET
(1),
«umaC rre p ndên ia dir cta c ncreta entre object
parti-cular da em presa e a natureza particular das nec ssidade »
daquele qu a ela rec rrem
(2).
A uma dona de casa nãintere a t mar- e ' cia de qualquer cooperativa d
ma daquela que nde produtos de que
nece ita para eu aba tecimento quotidian (mercearia,
padaria, etc., etc.); assim c m a um produtor agrícola
interc a a ciar- e naquelas co perativas que lhe
permi-tam pr ceder ao e coamento da sua produção, precedid , e fc r cas dis da sua tran formação (tratando-se de
um vinicull r, ervir-lhe-á apena uma adega cooperativa;
dedicando-e ele à criação de gado ou à cultilla cerealífela,
ap nas erv o eus intelesses uma cooperativa leiteira,
por exempl , ou uma moagem cooperativa); assim como
a um operário ó serve o trabalho que lhe é oferecido
por uma cooperativa de produção que se dedique a
activi-dades indu triai ou arte anais em que é especializado ou
pensa e pecializar-se
(3).
Toda a empre a tem um objectoparticular que re ponde a certa categoria de necessidades
pré-exi tente; ora, no caso da empresa cooperativa,
a natureza económica da sua actividade é determinada por
aquele que, «tendo-a criado pelos seus próprios esforços
(I) Ob. cit., pág. 71.
(2) As mesmas Ideias expnme M. COLOMBAIN, Aspects et Pro -b/mles Part~cl//icrs ... , cit., in .R. E. C.t, n.O 145-146, 1966, págs. 249
c 250. a 1m como I AAC GUELFAT, La Coopémtio/l devallt ... , cit., pág. 31.
(3) Também aqUl M. MARIANI deixava já entrever ideias
a seu pr6prio ri co, lhe assinaram o object particular que corresponde às sua necessidades»
(1) (2).
(I) FAUQUET, ob. cit., pág. 73. Por isso poder' falar-se de um
cert ;/Itu;tus perso/mae na con tituição e no alargamento do elemento pessoal de quaisquer ociedades cooperativas. Nesse sentid - e Ó
nesse - p derá falar- e, el11 relação a estas, de sociedades de pessoas; coi a aqui bem diferente do que e pretende exprimir quando e fala de sociedades de pes oas a propósito, p. ex., das sOCIedades em n me colectivo, poi, alvo sentido referido, as cooperativas (pelo meno as de consumo) serão quase empre, mais pr' priamente, sociedades de //lassa
(cfr., a propó ito, ÉRVULO CORREIA, Ele//lentos de U//I Regi//le jllrfd;(Q da Cooperação, cit., pág. 161-162).
(2) PERROUX, Cours ... , n, cit., págs. 143 e 144, adere
expres-samente à classificação de FAUQUET, fazendo notar que a empre a cooperativa «não visa prosseguir ela mesma ou repartir entre s seus membros o maior ganho monetário possível por diferença entre doi preços. Ela visa assegurar essencialmente aos seus membros, eventual-mente a elementos estranhos, o serviço melhor e mais regular ao mais baixo preço.. Traço este que quadra perfeitamente às cooperativas de consumo (cujo serviço é o da distribuição de produtos de boa qualidade ao mais baixo preço, assim se conseguindo, como nota G. LORENZONI,
La Cooperaz;o/le, in .Studi ... ~, II, cit., pág. 472, «obter a máxima valori-zação do elemento específico que os consumidores fornecem, i to é, da sua própria capacidade de comprar.) e que o mesmo PERROUX
afirma reconhecível nas outras espécies de cooperativas.
Assim, na cooperativas de produção (cooperativas de trabalho lhes chama preferentemente PERROUX), o objectivo «não é directa-mente o maior ganho monetário possível a todo o preço, ma antes a melhor repartição do máximo de vantagens entre os membros atravé do ganho realizado»; nas cooperativas agrícolas de venda, visa-se também «o melhor e mais perfeito serviço» de venda e - sendo caso disso-de transformação dos produtos entregues pelos membros, de uma maneira indirecta e secundária resultando para este o maior ganho. Não é que este maior ganho não seja visado por aqueles que se reunem cooperativamente: precisamente, a cooperativa, eliminando um intermediário, permite-lhes apropriar-se da margem que a este cabia na di tribuição do produto da actividade económica. E a obtenção desse ganho é por assim dizer inerente à e trutura da empre a. De te ponto de vista da propiciação de um maior proveito económico ao
eus associados, a cooperativa preenche a sua fmalidade dentro do eus próprio quadros estruturais.
Ma , como frizámos já, a natureza cooperativa de tas empresas é unilateral, sendo de carácter especulativo as uas relaçõe com aquelas entidades que estão colocadas «do lado de lá. relativamente aos as
ocia-26
[\. pr tad pela c perati a a
ciad ~,de re to, lltraparnda d c
lltribuiç:-p r la c mede. ra, c ta c ntribuiçã rclaci n - c,
c m Vim, m e c p particular da empresa:
tra-ba1h ~ rncad pel 1 da c perativa operan de pr du à terá a natureza que c rr p nder a tip de
pr du à a que a empre a e d di a; as im c m a c
ntri-bw ã de cada a ciado nWl1 c pcrati a de c n um
c rr p nde, p r im dizer, àquela m rcad ria c ncreta
que de e r pre enta antecipadamente c mo capaze de
ati fazer, u ne e idade c u ceptíveis de lhe serem
~ meCld pela c perativ, p rque sas mesmas ela
\'rnde; as illl c m uma c p rativa de transformação e
venda de pr duto agrícolas ó poderá aceitar d s seu
membr ~ meClmento daquelas matérias primas que
forem c IlC rde c m a índole da ua actividade. I so
p rque membro fundadores da cooperativa a criaram
c m uma e trutura tal que lhe permitisse satisfazer aquela
u c ncreta nece sidades que se reflectirão nas
contri-buições c m que mais tarde para ela hão-de concorrer.
ra, a ituação do ócio de uma qualquer empresa
capltali ta é bem outra: a ua contribuição para a empresa
traduz- e na ubscrição de um capital e a natureza deste
é independente do objectivo particular da empresa. Como
igualmente será dele independente o serviço que por esta
lhes é pre tado. A sim sendo, nada lhes interessa, em
pnncípio, o e copo económico particular da empresa a que
se a sociam: a considerações que poderão levá-los a ela do. As un - embora tal não eJa o objectivo com que se constituiram - o funaonamento das diversas empresa cooperativas levá-las-á a procurar vender ao melhor preço po ível as mercadorias que recebem ou produzem (cooperaovas de venda e cooperativas de produção), como a comprar o malS barato possível as mercadorias que venderão aos seus
as entam exclusivamente obre a rentabilidade e a segu-rança que a empresa possa oferecer à c I cação do seus
apitais.
20.
n)
ebatido e tes pr blemas ligados à eventuale pecificidade da empresa cooperativa no capítul das
vantagens econ ' mica a distribuir pelos associado , cumpre--nos fazer uma referência à maneira como, em cada tipo de cooperativas, é nplicnda a regra da devolução dos
exce-dentes proporcionalmente à contribuição de cada sócio
para a obra comum.
Comecemos pela cooperntil1a de COIISU//lO.
OS indivíduos reunem-se aqui como compradores de
certas mercadorias, nomeadamente aquelas que destinam ao seu consumo corrente (cooperativas de consumo clássicas). Mas podemos assimilar a estas - como aliás temos vind a fazer - outras cooperativas cujo princípio de organização é essencialmente o mesmo: cooperativas profissionai e agrí-colas de compra de máquinas e matérias primas, cooperativas de crédito, cooperativas de prestação de serviços diversos. Em todas elas, os excedentes - os «trop perçus» do autores de língua francesa - são devolvidos aos associados em proporção dns cO//lprns jeitns à cooperativa, quer dizer, dos serviços a esta solicitados 01/ dn sua colltribuição CO//lO consumidores para a empresa de que são proprietários, numa palavra, em proporção das operações efectuadas por
cndn //lembro com a cooperntivn
(1)
(2).
(1) Temos, na expressão dos franceses, a ris/o/lme 0/1 ristome C/I
fll/ d' exercice au prorata des achats.
(2) A aplicação do princípio da «ristourne. na cooperativa formada entre agricultore , arte anos e pequenos comerciante para a compra de máquina, adubo, sementes e outras matéria prima, in trumemos de trabalho, etc. não oferece qualquer especialIdade em relação ao que se pa sa na cooperativas de con umo propriamente
2
b)
A di tribuiçã P deári. 111 dalidade. T mand
a c perati as de c 11 um
c rrentemente utilizad
cr
fê
ita de ac rd com111
p
nt de refer"'n iaclá
ica, s sist m maio da ntrcga de dilllleiro,
dicas, I C é, eu membr ben de tina dos a
Cl nsum rrente. dI tnbUl ã d excedente é feita proporeional-ompra ctt: tuad p r cada ócio - c mpras também aqui de ben maten.u, ~ rneCld a preço c rrente u a um preço pouco infenor. peraova de crédIto, me m princípio de devoluçã prop reI nal' pera -e é, em ub tância, apliea?o. Nelas, o capital entr gue - quer pd oaado, quer por terceIro - vence apenas um Jur fu' {crrt banc c operatlv que façam participar os depo i-tante c mo tal da di tribui ão do lucro de virtuam-e na sua natureza c opera ova, unUndo uma feiçã Iúbrida}. O excedentes repartido em fim de cercía pd a oeiado ão-n proporcionalmente aos
cr~dIt uohzad - e p rcanto ao m ntante do juro pago por cada um. Por vez ,c ntudo, nomeadamente nas cooperativas rurais de aforr e cr dito mútuo ,o i tema da «ristournet não é praticado
-im o determinando não ó a neces idade de di ponibilidades extensa , como também a dl.ficuldades do cálculo do bónu de cada associado
(VarIável com o montante do empré timos recebidos, a sua
dura ão, etc.), meompatí ei com as exigência de um funcionamento Impl e quase em despe as. Quando a cooperativa atinja um certo de envolv1mento, poderão então utilizar-e os excedentes acumulados
para perrrunr a bai.."\:a futura da taxa de juro.
Ji aqui e Ultroduz um certo desvio da regra cooperativa normal,
p is o po teriores beneficiário do crédito, podendo ser pessoas diversas daquelas que o utilizaram primeiramente, irão tirar vantagens do que por outrem foi pago amai. De qualquer maneira, sempre o benefício
é proPOrCIOna! às perações com a cooperativa, poi dos empréstinlOs
recebIdo depende o montante dos juros a pagar, endo meramente mchrecta a rdação entre o que uns pagam a mai e outros a menos. Algo de emelhante sucede nas cooperativas de seguros (como os
seguro agrícolas contra incêndio, granizo, mortalidade do gado, etc.).
Em princíPIO, o excedentes da receitas sobre o montante das
indemni-zaçõe são restiruídos em proporção da importância dos prémios
pago. Podem no entanto ser afectados às reservas, permitindo reduzir, no futuro, o montante dos prémios a pagar pelo segurados.
Outras cooperativas que prestam aos eus associado serviços de
ordem dIver a (unlização de máquinas, transporte, etc.) seguem também,
em geral, o illtema cooperaovo de consumo da devolução dos excedentes
proporaonalmente às operações efectuadas pelos sócios com a empresa