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Mara Fornari/Lilian Araujo

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Academic year: 2021

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CAPA

S

egundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produção física bra-sileira do setor de embalagens, no ter-ceiro trimestre de 2005, recuou 3,39% em relação ao mesmo período de 2004. De janeiro a setembro, a produção re-cuou 0,1%. Enquanto os fabricantes brasileiros de embalagens estão preo-cupados com a demanda do mercado, a européia de embalagens cartonadas SIG Combibloc comemora a assinatura de contratos e prepara-se para instalar uma fábrica no País.

Presente em todos os países da Europa, China, Arábia Saudita, Estados

Unidos, Canadá, México, Argentina e Chile, bem como no Brasil, o grupo SIG Combibloc registrou vendas de 1,075 bilhão de euros, em 2004. Do mercado total de embalagem cartonada dos paí-ses sul-americanos, o Brasil representa aproximadamente 73%, seguido pela Argentina, com 16%, e pelo Chile, com 5%. A SIG Combibloc tem três fábricas na Alemanha, uma na Inglaterra e uma na Áustria,

A expressiva participação do Brasil na atuação da empresa na América Latina está motivando a mesma a pro-jetar investimentos que podem chegar

a US$ 85 milhões. O valor deverá ser aplicado até 2007, ano em que a primei-ra unidade bprimei-rasileiprimei-ra da SIG Combibloc deve entrar em operação.

A escolha do Brasil e da América do Sul como uma das prioridades para a atuação global da empresa está sustentada pelo desempenho de importantes segmentos de bebidas no País. O setor de lácteos brasileiro, por exemplo, equivale a cerca de 90% da produção comercializada em embalagens cartonadas, seguida pelo mer-cado de sucos e de atomatados. O mermer-cado brasileiro de embalagens cartonadas vende cerca de 10 bilhões de unidades por ano.

EMBALAGENS CARTONADAS

A estratégia da SIG Combibloc

para crescer na América Latina

Mara Fornari/Lilian Araujo

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a SIG Combibloc precisa antes atingir um volume mínimo necessário para jus-tificar o investimento. De acordo com a gerente de marketing da empresa para a América Latina, Luciana Galvão, há uma forte estratégia de crescimento para o Brasil. “Queremos atingir, em 2012, por volta de 12% do market share”, afirma. Atualmente, em termos de porcenta-gem a participação brasileira da SIG Combibloc é praticamente inexpressiva, o que deve mudar já em 2007, quando a participação de mercado pretendida pela companhia pode chegar a 5%.

A estratégia de crescimento da em-presa envolve os países em desenvol-vimento. Controlada pelo grupo suíço SIG, a SIG Combibloc inaugurou, em no-vembro, uma unidade no Oriente Médio. A fábrica, que ocupa 45 mil m², recebeu investimento de US$ 37 milhões e em-prega 140 pessoas.

O anúncio do projeto brasileiro ocorreu em novembro, quando o presi-dente mundial do grupo deu a notícia.

Segundo o diretor geral para América Latina, Achim Lubbe, o Brasil é um potencial mercado. “Nossa intenção é fabricar essas embalagens aqui”, afirma. Nos últimos dez anos, a SIG cresceu acima de 10%. Em 1994, chegou a 5 bilhões de embalagens, alcançando 13 bilhões em 2004. “Em 2005 fecharemos acima dos 14 bilhões”, conta Lubbe. Segundo o diretor, a meta é, em médio

prazo (próximos 6 ou 7 anos), atin-gir 15% do mercado de embalagens cartonadas e, a longo prazo (10 a 12 anos), chegar a 30% de participação no mercado mundial de cartonadas. “Para nós é muito mais estratégico estar com clientes de porte, que são fortes e que estão crescendo. Um grande mercado que se expandindo é a América Latina. O mercado brasileiro hoje em dia está

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18 BRASIL ALIMENTOS - nº 31 - Janeiro/Fevereiro de 2006 BRASIL ALIMENTOS - nº 31 - Janeiro/Fevereiro de 2006 19 um pouco acima de 6

bilhões de litros de embalagens cartona-das assépticas. Este último ano tem tido um crescimento um pouco menor, mas cresce em torno de 3% a 4% ao ano. A nossa expectativa é que cresça acima de 5%”, conta Lubbe.

A nova unidade de-ve atender ao Brasil, com 70% dos volumes fabricados, e ainda mercados externos, como Europa e EUA. Uma das possibilida-des de local para a instalação da fábrica é o Paraná, onde es-tão duas importantes clientes da SIG, a Batávia e a Frimesa (que atua nos

segmen-tos de carnes e produsegmen-tos à base de leite). Clientes como este é que sustentam o argumento da SIG de construir uma uni-dade no País. Uma fábrica local, além de aproximar a fornecedora de embalagens aos clientes de bebidas aqui instalados, reduz custos, entre os quais de impor-tação. “Enquanto a fábrica vai sendo construída, vamos crescendo, conquis-tando clientes e criando experiências coletivas para esse mercado”, ressalta Luciana. O diretor da SIG na América Latina complementa dizendo que “o imposto sobre máquinas no Brasil é re-lativamente baixo, enquanto o imposto sobre embalagem é altíssimo”.

A estratégia de apostar fortemente no Brasil começou a ser colocada em prática em abril, quando a SIG assi-nou contrato com a Frimesa. Porém, a mais recente parceria da SIG é com a Batávia, dona de 13,3% do mercado de refrigerados e que acaba de ingressar no segmento de sucos prontos.

As embalagens são importadas da Europa. Já no Brasil, ficam armaze-nadas em um centro de distribuição contratado, localizado em Barueri (SP). Antes da estratégia de fortalecer a par-ticipação no Brasil e, por conseqüência, nos países da região, os clientes bra-sileiros tinham contrato com a SIG na

Alemanha, de onde os pedidos partiam para o Brasil. Hoje, com o CD, a empre-sa mantém estoques que empre-satisfazem a necessidade dos clientes. “Atualmente, temos uma fábrica virtual, ou seja, tra-zemos as embalagens, que são mantidas em estoque local. Então, os clientes compram da SIG como se estivessem comprando de um produtor nacional”, explica a gerente de marketing.

Inovação

Além de novas parcerias, a SIG Combibloc quer se destacar no Brasil

e na América Latina oferecendo embala-gens cartonadas que apresentem inovações tecnológicas e com novos designs. É por isso que a multinacio-nal traz para o Brasil a embalagem

combi-fit, adequada tanto

para os segmentos de bebidas (sucos pron-tos) como para o de produtos lácteos.

Lançada na Europa em 2001, a combifit tem conquistado mer-cados. Naquele ano, foram lançados sete produtos utilizando esta embalagem. Em 2002, chegaram a 60, passando a 210 em 2003 e a 378 em 2004. Em número, em 2001 foram comercia-lizadas 5 milhões de embalagens; 39 milhões em 2002; 143 milhões no ano seguinte; e 425 milhões em 2004.

A diversidade de formatos e ta-manhos, opções de abertura e o di-ferencial de impressão destacam as características da combifit. “Este tipo de embalagem que destaca os produtos nas gôndolas, com alta funcionalidade (praticidade) para o consumidor. O for-mato longilíneo confere à embalagem um caráter premium, a tampa garante um manuseio mais higiênico e sem des-perdício”, explica Achim Lubbe, Diretor Geral da SIG Combibloc para a América Latina.

Conforme a gerente de marketing da SIG Combibloc, o combifit é inédito na América Latina. “Na Europa foi um sucesso. Quando olhamos o mercado eu-ropeu de embalagens cartonadas, vemos que é um mercado bastante estável e com esta embalagem conseguimos cres-cer 500 milhões de litros de envases”, comenta Luciana.

Outro diferencial é solução de aber-tura do tipo combiTwist. De acordo com a fabricante, com um único movimento abre-se a rosca e rompe-se o lacre in-terno da embalagem. A tecnologia pode ser aplicada em diversos alimentos líquidos, entre os quais sucos, leite,

SIG oferece dois tipos de contratos: compra ou permuta de equipamentos

Luciana: "SIG tem forte estratégia para o Brasil"

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Durante o processo, as máquinas de envase asséptico, aplicadores de tampas e sistemas para embalagem secundária garantem, conforme a empresa, alta capacidade de produção, ajuste flexível e rápido. Desta forma, é possível o en-vase de vários volumes e formatos em um mesmo equipamento, diminuindo espaço e otimizando investimentos. De acordo com a SIG, a perda de material durante a operação geralmente é redu-zida a menos de 1%.

Parceria

Para atender ao contrato com a Batávia, a SIG Combibloc investiu R$ 12 milhões, aplicados no incremento da linha combifit no mercado nacional. O valor inclui a linha de envase instala-da na Batavo, que conta com máquina de envase, aplicador de tampa e down line. O contrato entre SIG e Batávia é de cinco anos, podendo se estender por mais tempo. Além da Batávia, a SIG Combibloc está negociando novos con-tratos no País, mas não revela nomes.

A parceria entre as empresas marca ainda a entrada da Batávia no mercado de néctares de frutas. A empresa inves-tiu R$ 4 milhões no desenvolvimento de 17 novas bebidas e na instalação indus-trial, em Carambeí (PR).

A linha de envase foi instalada em setembro, com capacidade para 6 mil embalagens/hora. A eficiência do equi-pamento, conforme a SIG, é de 90%, com perdas inferiores a 1%. Segundo a gerente de marketing da SIG Combibloc, foi criada uma nova estrutura de traba-lho para a Batávia. “Funcionamos como uma fábrica virtual, ou seja, importa-mos as embalagens e manteimporta-mos um es-toque local de segurança para atender à demanda com agilidade e segurança”.

Segundo Luciana, o sistema de traba-lho da SIG é diferente da concorrente, que vende bobinas. A SIG fornece a embalagem praticamente toda monta-da e com a impressão. “Nosso cliente compra a embalagem já impressa, pré-cortada, e com a dobra e o corte a laser para a tampa. Por isso que falamos que a tampa tem vedação única: quando vira a tampa, rompe o lacre”, explica Luciana. A Batávia, por sua vez, tem o

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20 BRASIL ALIMENTOS - nº 31 - Janeiro/Fevereiro de 2006 BRASIL ALIMENTOS - nº 31 - Janeiro/Fevereiro de 2006 21 trabalho de soldar o fundo

da embalagem. O produto, que já foi esterilizado, é envasado dentro de uma área asséptica e a parte de cima da embalagem é sela-da. Da máquina de envase o produto vai para o aplica-dor de tampa. “As máquinas são da SIG. Existem dois ti-pos de contrato. A primeira opção é o cliente comprar a máquina. A segunda é fazer um contrato de comodato, que é o modelo escolhido pela Batávia. Na verdade, o nosso negócio vai ser sempre vender embalagem e tampa, mas para com-prar embalagens e tampas é preciso uma máquina de envase”, detalha a gerente.

Luciana Galvão explica que a Batávia sempre foi um target da empresa, “Por ter uma marca consolidada e por tra-balhar de forma agressiva no ponto-de-venda. Além disso, a Batavo é uma empresa que busca inovação, o que permite a utilização inteligente do por-tfólio de embalagens da SIG Combibloc, que abrange desde produtos standard a soluções premium como a linha

combi-fit”, argumenta.

Para a Batávia, há detalhes impor-tantes nesta integração com a SIG Combibloc. “Buscamos alternativas para nos diferenciarmos da concorrência não só no produto, mas também na emba-lagem. Por isso, a opção por combifit vem agregar valor à linha que estamos lançando, por seu formato ergonômico e atraente, tampa com rosca e qualidade de impressão,”, explica José Antônio Fay, diretor geral da Batávia. A emba-lagem apresenta uma tampa abre fácil, diferente das encontradas atualmente, pois ao girar a tampa um lacre interno também é rompido, impedindo que o consumidor tenha contato com a parte interna da embalagem. O tamanho tam-bém é diferenciado, sendo mais alto e mais fino que os tradicionais, se desta-cando nas gôndolas dos supermercados. Com a nova embalagem, a Batávia aposta numa acirrada disputa no mer-cado de sucos prontos. Conforme dados AC Nielsen do ano passado, somente com os sucos prontos para consumo

as empresas movimentaram R$ 707 milhões, enquanto o faturamento do segmento de bebidas à base de soja (suco + soja) atingiu R$ 223 milhões, com aumento de receita de 27% e 28%, respectivamente. “O mix de sucos da Batávia inclui néctares, smoothies (Suco + Leite) e bebidas com soja e suco de frutas (soja + suco)”, detalha Regina Boschini, gerente executiva de marketing da Batávia. Além dessas três linhas, a marca Batavo em embalagem

combifit tem ainda os leites especiais,

nas versões Ferro, Cálcio light, Sensy, Soja e Soja Light.

Os Néctares Batavo são enriquecidos com vitaminas A, C, D e E, estando disponíveis nos pontos-de-venda em embalagens combifit de 1 litro nos sa-bores uva, manga e pêssego. As bebidas com soja e suco de frutas Batavo (soja + suco) são encontradas nos sabores abacaxi, manga e maracujá, pêssego e maçã, todos em embalagem combifit de 1 litro e com 0% de colesterol, 0% de lactose e adição de cálcio.

Além da versão 1 litro, a combifit sur-ge na versão 750ml, lançando a Kissy Smoothie, uma bebida que mistura suco de frutas e leite Batavo. Enriquecido com cálcio, com 35kcal, 0% de gordura e sabores uvas verdes e roxas; abacaxi, laranja e manga.

A lista de lançamentos traz ainda a linha de leites especiais em combifit de 1 litro, que apresenta a versão à base de soja, com 40% a menos de calorias.

Combifit “veste”, ainda,

o Leite Integral Batavo Ferro, o Leite Desnatado Batavo Cálcio Light, o Leite Semidesnatado Batavo Sensy (que con-tém 90% menos lactose, rico em proteínas de origem animal e oferece um volume concentrado de cálcio – 26% do valor diário na porção de 200 ml) e Choco Milk.

A categoria de refrige-rados da Batávia é com-posta por quatro segmen-tos: sobremesas, petit suice, iogurte, leite fer-mentado. De acordo com a gerente de marketing da empresa, Regina Boschini, este é um mercado que movimenta R$ 2,9 bilhões. “É uma categoria que tem uma penetração na casa do consumidor de 63%. O mercado de refrigerados de 2004/2005 cresceu em torno de 10% e a Batávia cresceu 14%. A marca Batavo cresce mais ainda: 20%”, acrescenta. Regina informou, também, que o obje-tivo da Batávia “não é ser apenas mais uma empresa de sucos. Por isso estamos lançando esta categoria em embalagens diferentes, a primeira desse tipo na América Latina”, conta Regina.

A Batávia S. A. tem no portfolio 219 produtos, abrangendo leites (inclusive saborizados), iogurtes, queijos, mantei-gas, molhos e sobremesas com a marca Batavo e, para os produtos refrigerados, também com a marca Parmalat. Em 2004, a empresa obteve faturamento de R$ 562 milhões. Para 2005, a pers-pectiva é de faturar R$ 600 milhões. De janeiro a outubro de 2005, em compa-ração ao mesmo período em 2004, o vo-lume de vendas em refrigerados cresceu 12%. Neste mesmo período, também em refrigerados, houve um incremento de 21% no faturamento.

A meta agora é agregar valor aos produtos da companhia. “Com isso, queremos crescer ainda mais em refri-gerados, que é um mercado com maiores margens”, explica José Antônio Fay, di-retor geral da Batávia. Além da fábrica em Carambeí (PR), a empresa tem outra unidade produtiva em Concórdia (SC) e uma área comercial em São Paulo.

José Antônio Fay, diretor geral da Batávia e Achim Lubbe, diretor da SIG AL

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Referências

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