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A Construção de Instrumentos de Avaliação de Motivação para a Aprendizagem Helena Isabel Gil Educadora de Infância

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Academic year: 2021

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INVESTIGAÇÃO

A Construção de Instrumentos de Avaliação de Motivação para a Aprendizagem

Helena Isabel Gil Educadora de Infância

O trabalho agora apresentado faz parte da metodologia seguida na realização de uma Tese de Mestrado no âmbito da Psicologia Educacional, com o tema: A motivação para a aprendizagem em crianças que entram para o 1º ano do 1º ciclo do ensino básico.

Este estudo tinha como objectivo a comparação de níveis de motivação para a aprendizagem em crianças que frequentaram diferentes currículos e que ingressaram e frequentavam o 1º ano do 1º ciclo do ensino básico.

O referencial teórico em que assentou este estudo/investigação teve como pontos principais os estudos efectuados por Stipek (1997), de quem foram utilizadas as Provas agora apresentadas, Fontaine (1995, 1998) e de Matta e Peixoto (1993). Devido à inexistência de provas que permitissem “medir” a motivação para a aprendizagem em crianças desta faixa etária (5/6 anos), optou-se pela construção de uma Escala de Motivação com base nas Provas de Motivação utilizadas por Deborah Stipek nos seus estudos sobre esta temática (Stipek, 1999).

Para que a linguagem e as provas pudessem ser niveladas e percebidas pela população infantil a que se destinavam, optou-se pela realização de um pré-teste. Tendo em conta que se tratava de um trabalho exploratório, o pré-teste foi aplicado a um número não muito grande de crianças, tendo metade delas já completado os 6 anos e os restantes tendo ainda os 5 anos de idade. Todos tinham frequentado jardim-de-infância no ano anterior, não havendo, nesta fase, a preocupação de se saber qual o currículo ministrado.

Como resultado da aplicação das provas no pré-teste e verificadas as dificuldades sentidas pelas crianças, estas sofreram alguns ajustamentos antes de serem aplicadas no estudo final.

As Provas de Motivação agora apresentadas foram consideradas e construídas para serem usadas como um instrumento composto por um conjunto de actividades divertidas e não como um teste no sentido clássico do termo.

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Assim, as Provas de Motivação dividem-se em várias categorias ou sub-escalas: *Percepção de Competências

*Atitude Face à Escola *Emoções

*Expectativa de sucesso *Preferência pelo Desafio *Dependência

A primeira categoria referida – Percepção de Competências – é uma sub-escala de medição de Young Children’s Feelings About School (FAS), adaptada pela autora para os seus estudos (Stipek et al., 1995), serve para avaliar por parte das crianças da percepção das suas competências.

Para esta sub-escala foram utilizados cinco círculos, de diâmetros diferentes e de cor azul, que representavam as “competências”, da muito bom (a maior) ao nada bom (o mais pequeno). As crianças responderiam a perguntas como “De que modo (como) os colegas são bons a trabalhar com letras” apontando para um dos círculos de modo a representar os seus sentimentos em relação às competências dos colegas.

Muito espertos Nada espertos

Utilizou-se o mesmo instrumento (círculos azuis) na categoria - Atitude Face à Escola – modificando assim o proposto por Stipek que utilizou nos seus estudos cinco caras representando expressões (emoções) que iam do mais alegre ao mais triste. Esta mudança no instrumento proposto foi realizada após a realização do

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pré-e construídas dpré-e uma forma simplpré-es dpré-e modo a facilitar a comprpré-epré-ensão das crianças das emoções representadas. Nesta categoria, as perguntas utilizadas procuravam definir qual o grau de emoção sentido pela criança na escola e foram formuladas do seguinte modo: “Mostra como te sentes quando fazes coisas certas na escola”.

Contente

Triste

Na quarta categoria pertencente a estas Provas – Expectativa de Sucesso – é composta por duas tarefas com grau de dificuldade diferente em cada uma delas e constam de seis labirintos (do mais fácil ao mais difícil) e de seis desenhos (do mais simples ao mais complexo.)

Desenhos

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Estas tarefas foram aproveitadas por Stipek dos trabalhos de Randall e Linn (1989). Tanto os labirintos como os desenhos são dispostos por ordem de dificuldade e de modo a que a criança os possa comparar, antes de escolher aquele que considera de maior grau de dificuldade de execução (no caso dos labirintos) ou de cópia (no caso dos desenhos).

Preferência pelo Desafio – esta categoria tem como objectivo verificar se a criança tem ou não motivação para procurar e aceitar situações em que pode “provar” a si própria que se consegue superar e que esse desafio lhe provoca prazer.

Também nesta sub-escala foi feita, a partir do pré-teste, uma adaptação ao proposto por Stipek, passando deste modo a constar de duas cartas iguais contendo cada uma dez filas de desenhos iguais que iam aumentando de fila para fila, sendo que na primeira fila haveria um desenho e a última conteria dez.

Era então pedido à criança que contasse os bonecos da quinta fila que seriam 5 e seguidamente que na outra carta escolhesse a “fila” mais difícil que ele/a achava que conseguia contar.

A última tarefa solicitada às crianças faz parte da categoria – Dependência – em que se pediu para que a criança montasse, copiando por um modelo, uma estrutura com 7 peças geométricas (pertencentes aos Blocos Lógicos). Esta cópia era realizada em simultâneo com o experimentador (sentado à frente da criança) que deveria verificar se a criança olhava (ou não) para ele, se era autónoma a escolher as peças sem perguntar nada, etc.

Esta última sub-escala também sofreu modificações em relação à referida pela autora, a partir dos trabalhos de Ternure e Zigler (1964), pois verificou-se que as crianças a partir das tarefas pedidas na preferência pelo desafio começavam a evidenciar algum cansaço e desinteresse.

A construção destas Provas de Motivação tornou-se bastante interessante, pois parece-nos poderem vir a constituir um instrumento muito acessível aos experimentadores e fácil de utilizar com crianças que ainda não saibam ler, ou seja, que frequentem a educação pré-escolar ou o 1º ano do ensino básico. Por ser apresentado de uma forma bastante aliciante, as crianças demonstraram prazer em

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tratou-se de um trabalho exploratório que tenderá a ser melhorado e deverá ser validado antes de poder ser utilizado na população infantil portuguesa.

Bibliografia

Lima, I. (1987). Escala de avaliação do ambiente em educação infantil – contributos

para o estudo da qualidade de vida das crianças. Porto: Apport.

Serra, V. (1988). O auto conceito. Análise Psicológica. 2 (VI): 101-110.

Stipek, D. (1986). Reserch on early childrenhood and elementary school teaching

programs. New York: MacMillan Publishing Company.

Stipek, D. (1989). Investing in children. American Psychology (44) 416-423.

Stipek, D. (1989).Learned helpeness in task-orienting versus performance-orienting testing condition. Journal Ed. Psychology (81) 384-391.

Stipek, D., Feiler, R., Daniels, D. (1995). Effects of different institucional approches on young children’s achivement and motivations. Child Developement (66)

nº1, 209-224.

Stipek, D., Ryan, R. (1997). Economically desadvanged preschoolers ready to learn but further to go. Developement Psychology (33) nº4 711-722.

Referências

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