DESAFIOS DA NUTRIÇÃO DA
TILÁPIA
PECNORDESTE 2014 Marcelo Sá
Departamento de Engenharia de Pesca Universidade Federal do Ceará
Desafios da nutrição da tilápia -
SUMÁRIO
1. Energia e proteína 2. Lipídios 3. Carboidratos 4. Minerais 5. Vitaminas 6. Aditivos 7. Fatores antinutricionaisDesafios da nutrição da tilápia -
SUMÁRIO
• DESAFIO:
– Qual é o problema a ser vencido ou superado?
• JUSTIFICATIVA:
– Por que se deve gastar tempo e dinheiro na solução desse problema?
– O que se perde, ou se deixa de ganhar, por não solucionar o problema em questão?
• OBJETIVO:
– Qual a meta final a ser alcançada?
1. ENERGIA E PROTEÍNA
• DESAFIO:
– Desenvolver rações de máximo desempenho para as linhagens de tilápia do Nilo melhoradas
geneticamente (Chitralada, GIFT e Supreme).
• JUSTIFICATIVA:
– Existem diferenças nas
exigências energéticas,
proteicas e para AAEs:
• Entre as linhagens
melhoradas geneticamente; • Entre as linhagens
melhoradas e as linhagens antigas (Bouaké).
• JUSTIFICATIVA:
– A expressão do potencial genético do peixe para
crescimento máximo poderá não ser alcançada por inadequações nutricionais.
• OBJETIVO:
– Produzir rações balanceadas específicas
(ED, PD e AAEs) para as diferentes linhagens de tilápia existentes no mercado:
• Bouaké (Costa do Marfim; Pentecoste - CE, 1971);
• Chitralada (Tailândia; Londrina - PR, 1996);
• GST – Supreme (Noruega; Maringá – PR, 2002).
• GIFT (Malásia; Maringá – PR; 2005);
• Vermelha (híbrido de O. mossambicus x O.
Alexandra Santos et al., UEM (2014)
TILÁPIA PESO INICIAL (g) % PB DA RAÇÃO VARIAÇÃO (%) 28 34 Peso corporal final(g)
Controle 2 - 5 126,2 125,4 - 0,6
GIFT 2 - 5 166,0* 170,3* + 2,6
Vermelha 2 - 5 122,1 136,0 + 11,4
2. LIPÍDIOS
• DESAFIO:
– Aumentar as concentrações de ácidos graxos poliinsaturados da
família -3 na carne da tilápia
• JUSTIFICATIVA:
– O consumo de ácidos graxos
poliinsaturados da família -3 (EPA e DHA) diminui os riscos de
doenças cardiovasculares (combate à depressão).
• JUSTIFICATIVA:
– Os ingredientes usuais das rações para tilápia (óleo de soja) são
pobres em ácidos graxos
poliinsaturados da família -3. – O filé da tilápia apresenta níveis
muito baixos de ácidos graxos da família -3.
• OBJETIVO:
– Aumentar as concentrações de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa da família -3 (EPA, DHA), no filé da tilápia do Nilo cultivada.
Carolina Costa et al., UFRPE (2012)
Variável 0% SCCF 4% SCCF 8% SCCF 12% SCCF 16% SCCF EPA/DHA na dieta -/- 38/32 51/44 70/54 70/68 EPA no filé - - - 0,95 1,34* DHA no filé 11,1 19,4 16,2 25,9 40,5*SCCF: silagem de cabeça de camarão fermentada (moagem; ácidos fórmico e propiônico; BHT; 30 dias de ferm.; mg/100 g
3. CARBOIDRATOS
• DESAFIO:
– Aumentar o nível de amido nas rações para tilápia do Nilo sem causar prejuízo zootécnico.
• JUSTIFICATIVA:
– Bom aproveitamento da energia do amido pela tilápia;
– Amidos são fontes energéticas mais baratas que os óleos;
– Efeito poupador da proteína da dieta pela energia do amido.
• JUSTIFICATIVA:
– Níveis de amido das atuais rações para tilápia podem estar abaixo do ideal (gelatinização total).
– Níveis excessivos de amido na dieta causam hipertrofia e degeneração do fígado dos peixes (“hepatite”).
• OBJETIVO:
– Determinar a relação amido: proteína ótima das rações
balanceadas para tilápia do Nilo que possibilita crescimento
Mohamed Azaza et al., Tunísia (2013) Variável D0 D1 D2 D3 Inclusão de amido de milho (%) 25 30 35 40 Amido (%) 16,3 24,3 32,2 40,1 PB (%) 34,4 31,0 25,8 21,4 RELAÇÃO AMIDO: PB (g/g) 0,48 0,78 1,25 1,87 TCE (% dia -1) 5,4 5,3 5,2 4,7*
4. MINERAIS
• DESAFIO:
– Formular dietas de máximo
desempenho para tilápia do Nilo que levem a mínima liberação de fósforo para o meio.
• JUSTIFICATIVA:
– Os ingredientes vegetais apresentam fósforo pouco disponível à absorção intestinal dos peixes;
– Há grande desperdício de fósforo
presente nas rações para as fezes dos peixes cultivados.
• JUSTIFICATIVA:
– A criação da tilápia também deve ser ambientalmente sustentável;
– Deve-se buscar diminuir o lançamento de fósforo das rações para a água de cultivo e nos efluentes (<
• OBJETIVO:
– Desenvolver rações completas para a alimentação da tilápia do Nilo que
propiciem máximo desempenho e mínima liberação de fósforo para o meio.
Yao et al., China (2013)
Variável D0 D1 D2 D3 D4 D5 P disp. (%) 0,00 0,29 0,48 0,76 0,91 1,09 TCE (% dia-1) 1,37 1,96 2,01 2,12 2,16* 2,10Caseína, gelatina, dextrina; fosfato de potássio; juvenil de 46 g; 8
semanas de cultivo; Exigência de P disponível da tilápia Chitralada: 0,48% (Furuya et al. 2008)
Menor impacto ambiental
5. VITAMINAS
• DESAFIO:
– Aumentar a imunocompetência da tilápia do Nilo através da nutrição vitamínica.
• JUSTIFICATIVA:
– Megasuplementações de rações para peixes com vitaminas
antioxidantes (C e E) podem aumentar a imunidade dos animais cultivados.
• OBJETIVO:
– Determinar os efeitos de
megasuplementações das rações para tilápia com vitaminas
antioxidantes (C e E) sobre a
imunocompetência dos animais cultivados.
Mai Ibrahem et al., Egito (2010)
Variável Dieta Controle (50 mg vit. C/kg) Experimental (500 mg vit. C/kg) Sobrevivência (%) 68,3 81,3* TCE (% dia-1) 1,25 1,63* Atividade da lisozima 8,97 9,27*6. ADITIVOS PREBIÓTICOS E
PROBIÓTICOS
• DESAFIO:
– Melhorar a conversão alimentar e aumentar a resistência da tilápia às doenças pela inclusão de
prebióticos e probióticos nas rações.
• JUSTIFICATIVA:
– Bactérias probióticas beneficiam o
hospedeiro (tilápia) por manter íntegro e funcional seu trato gastrointestinal (melhor FCA);
– Trato gastrointestinal dos peixes é porta de entrada de várias bactérias
patogênicas (maior resistência a
• OBJETIVOS:
– Determinar quais são os melhores prebióticos e probióticos para uso em rações para tilápia;
– Determinar as melhores formas de incorporação de pré e probióticos nas rações durante o seu
Daniele Albuquerque et al., UEM (2013)
Variável
Probiótico adicionado à ração em 1%
Ausente Bacillus subtilis Bacillus cereus TCE (% dia-1) 8,10 7,50* 8,09
Tilápia do Nilo GIFT na fase de reversão sexual; Não houve desafio sanitário;
7. FATORES ANTINUTRICIONAIS
• DESAFIO:
– Diminuir a ação dos fatores antinutricionais sobre o
desempenho zootécnico da tilápia do Nilo.
• JUSTIFICATIVA:
– Os ingredientes vegetais contêm vários
fatores antinutricionais que diminuem o valor
nutricional do alimento (queda na
digestibilidade).
– As tecnologias tradicionalmente empregadas na fabricação de rações para tilápia
(peletização e extrusão) não destroem
• OBJETIVO:
– Desenvolver tratamentos físicos, químicos e biológicos de
ingredientes e dietas para tilápia do Nilo que sejam eficientes e práticos na remoção de fatores antinutricionais.
Giovani Bergamin et al., UFSM (2013)
FAN
FARELO DE SOJA
Variação (%)
NÃO-TRATADO TRATADO (AE)
Fenóis totais 0,70% 0,11% - 84%
Taninos totais 0,500% 0,025% - 95%
8. INGREDIENTES ALTERNATIVOS
• DESAFIO:
– Utilizar, de modo regular e em larga escala, ingredientes
alternativos e regionais nas
rações balanceadas para tilápia do Nilo.
• JUSTIFICATIVA:
– SOJA: 70% do grão, óleo e farelo são exportados; MT, PR, RS, GO, MS.
– MILHO: MT, PR, MS, RS, MG.
– Uso de ingredientes alternativos e regionais pode diminuir os preços das rações para tilapicultura.
• OBJETIVO:
– Determinar a digestibilidade de
ingredientes alternativos e regionais para uso em larga escala em rações balanceadas para o cultivo da
Pedro Carvalho et al., UNESP-Botucatu (2012) Alimento ED (kcal/kg) PD (%) Variação (%) ED PD Raiz da mandioca 3806 2,9 + 15 - 63 Folha da mandioca 3104 13,3 - 6 + 68 Milho 3316 7,9 - -
Dieta de referência (DR): farelo de soja + milho; 0,1% Cr2O3; juvenil de 100 g. Dieta RM: 50% DR + 50% raiz de mandioca (RM)
Desafios da nutrição da tilápia -
RESUMO
1. Energia e proteína:
– Desenvolver rações de máximo desempenho específicas para
as linhagens de tilápia do Nilo melhoradas geneticamente (Chitralada, GIFT e Supreme).
2. Lipídios:
– Aumentar as concentrações de ácidos graxos poliinsaturados da
família -3 na carne da tilápia cultivada.
3. Carboidratos:
– Aumentar o nível de amido nas rações para tilápia do Nilo sem causar prejuízo zootécnico.
4. Minerais:
Desafios da nutrição da tilápia -
RESUMO
5. Vitaminas:
– Aumentar a imunocompetência da tilápia do Nilo através da
nutrição vitamínica.
6. Aditivos:
– Melhorar a conversão alimentar dos animais cultivados e
diminuir a susceptibilidade dos mesmos às doenças através da inclusão de prebióticos e probióticos nas rações.
7. Fatores antinutricionais:
– Diminuir a ação dos fatores antinutricionais sobre o desempenho zootécnico da tilápia do Nilo.
8. Ingredientes alternativos:
– Utilizar, de modo regular e em larga escala, ingredientes
alternativos e regionais nas rações balanceadas para tilápia do Nilo.
Muito obrigado!!
Marcelo Sá
(85) 3366-9729