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Obesidade e publicidade de alimentos

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Academic year: 2021

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Obesidade e publicidade de alimentos

Carlos A. Monteiro (carlosam@usp.br)

Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde

Universidade de São Paulo

“Nutrição e Publicidade de Alimentos: essa relação pode influenciar a atuação profissional?”

Mesa-Redonda organizada pelo CAER

(2)

Obesidade e publicidade de alimentos no Brasil

• Tendência secular da obesidade

• Mudanças no padrão de alimentação

• Alimentos ultraprocessados e obesidade

• Publicidade e alimentos ultra-processados

• Implicações políticas

(3)

18,6 20,5 41,0 50,3 0 10 20 30 40 50 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Evolução da obesidade e do excesso de peso Brasil: 1975-2009

Homens adultos

(> = 20 anos)

OBESOS COM EXCESSO DE PESO % (IMC >= 30) (IMC >= 25)

(4)

3,7 7,7 16,7 21,7 0 10 20 30 40 50 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Evolução da obesidade e do excesso de peso* Brasil: 1975-2009

Adolescentes

(10-19 anos)

do sexo masculino

OBESOS % COM EXCESSO DE PESO

(5)

10,9 15,0 34,8 0 10 20 30 40 50 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Evolução da obesidade e do excesso de peso* Brasil: 1975-2009 OBESOS % COM EXCESSO DE PESO

*: IMC-para-idade, critérios OMS

Crianças

(5-9 anos)

(6)

47,2 52,1 14,4 11,4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030 %

Fontes: VIGITEL para Brazil (http://portal.saude.gov.br/) e BRFSS para EUA

27.1 64.2

Obesidade e excesso de peso em homens adultos nas 26 capitais de estados e DF

(7)

• Mudanças nos padrões de alimentação:

– Quantidade de alimentos consumida – Qualidade dos alimentos consumidos

(8)

DISPONIBILIDADE (QUANTIDADE) DE ALIMENTOS Brasil: 1961-2001 2248 3002 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 1961-63 1969-71 1979-81 1989-91 1999-01

KCAL DIÁRIAS PER CAPITA

(9)

Alimentos com variação significativa no total de calorias adquiridas. Áreas metropolitanas: 1987-2009.

ARROZ FEIJÃO LEITE

OVOS PÃES REFRIGERANTES E DOCES BISCOITOS -6 -4 -2 0 2 4 6 PONTOS PERCENTUAIS

Fontes: POF 1987-8 e POF 2008-9

COMIDA PRONTA EMBUTIDOS E QUEIJOS ÓLEOS/AÇÚCAR/FARINHAS G1: Alimentos não ou minimamente processados G2: Ingredientes culinários G3: Alimentos ultra-processados

(10)
(11)

Alimentos com variação significativa no total de calorias adquiridas. Áreas metropolitanas: 1987-2009.

ARROZ FEIJÃO LEITE

OVOS PÃES REFRIGERANTES E DOCES BISCOITOS -6 -4 -2 0 2 4 6 PONTOS PERCENTUAIS COMIDA PRONTA EMBUTIDOS E QUEIJOS ÓLEOS/AÇÚCAR/FARINHAS G1: Alimentos não ou minimamente processados G2: Ingredientes culinários G3: Alimentos ultra-processados

(prontos para consumo)

Alimentação ‘fast-food’

(12)

1.6 kcal/g 2.6 kcal/g/

O que há de errado com alimentos

(13)

O que há de errado com alimentos

ultraprocessados (AUP)?

 Em seu conjunto, quando comparados com alimentos minimamente processados +

ingredientes culinários, AUP têm mais açúcar, mais gordura saturada, mais sódio e menos fibra, características que aumentam o risco de várias doenças crônicas.

 AUP induzem ao consumo excessivo de calorias

e ao aumento do risco de obesidade por meio de vários mecanismos.

(14)

Mecanismos

que ligam

AUP

ao excesso de

consumo de calorias e à obesidade *

 Densidade energética (todos AUP)  Calorias líquidas (refrigerantes)

 Hiper-palatabilidade (todos AUP)  Porções gigantes (vários AUP)  Conveniência (todos AUP)

Marketing agressivo (a maioria dos AUP)

* Monteiro et al. (2011) Increasing consumption of ultra-processed foods

(15)

O

marketing

agressivo dos

AUP

promove o

(16)

http://www.nestle.com.br/site/marcas/sem_parar.aspx

É um depois do outro!

O nome já diz tudo. Sem Parar é simplesmente irresistivel.

O

marketing

agressivo reforça a

(17)

http://www.nestle.com.br/site/marcas/sem_parar.aspx

É um depois do outro!

O nome já diz tudo. Sem Parar é simplesmente irresistível.

As informações nos rótulos dos produtos Nestlé ajudam você a fazer escolhas mais

(18)

O

marketing

agressivo (publicidade, preços,

ofertas especiais etc) aumentou

progressivamente as normas sociais relativas ao

(19)

O

marketing

agressivo dos

AUP

reforça

modos de comer que determinam o consumo

excessivo de calorias !

(20)

O

marketing

agressivo (e anti-ético) dos

AUP

chega às crianças misturando diversão e comida

(21)

AUP:

usando diversão pare vender! *

* Marketing foods to kids: using fun to sell; the appeal of crazy colors, flavors, and more. Consumer Research Magazine 01 March 2002

(22)

O

marketing

agressivo dos AUP agora

prioriza os países emergentes com

produtos desenhados especialmente

(23)

O marketing agressivo dos AUP alcança famílias de baixa renda em economias emergentes usando vendedoras

ambulantes recrutadas na própria comunidade

oferecendo produtos em embalagens menores (“mais acessíveis”) e “fortificados” com micro-nutrientes micronutrients (“popularly

(24)
(25)

All Aboard for Ice Cream: Nestle Peddling Junk Food on Amazon River to Reach Brazil’s Slums

(26)
(27)
(28)

De um press release da Nestlé: Vevey, February 21, 2008

“Popularly positioned products (PPPs). Products aimed at lower income consumers in the developing world, will continue to grow strongly in 2008 and beyond. Nestlé PPPs, which mostly consist of dairy products, Nescafé and Maggi culinary products,

grew by over 25% to reach around CHF 6 billion in

sales in 2007. The overall market for such products in Asia, Africa and Latin America is estimated at over CHF 80 billion.”

(29)

Investimentos no marketing de alimentos

estão concentrados em

AUP

não por acaso!

• AUP são ou parecem “únicos”, tornando-se

assim “produtos de marca”.

• AUP permitem grande margem de lucro

(ingredientes baratos)

• AUP são controlados por poucas corporações

transnacionais com presença mundial.

(30)

A reformulação de produtos é

solução para os

AUP

?

• Algumas características desfavoráveis – excesso de sódio e

presença de gorduras trans – podem e devem ser

eliminadas pela indústria de alimentos.

• Outras – excesso de açúcar livre e gordura em geral – são mais problemáticas e os produtos reformulados (versões

“premium” ou “light”) são usualmente ainda nao saudáveis. • As características que os ligam ao “comer demais” e à

obesidade – alta densidade energética,

hiper-palatabilidade, presença ubíqua, conveniência e

marketing agressivo– são intrínsecas a esses produtos,

(31)

A reformulação de produtos é

solução para os

AUP

?

Pelo menos no que concerne à

prevenção da obesidade, a única

solução são ações públicas efetivas

para deter ou reverter o crescimento

(32)

Políticas públicas para deter a substituição

de alimentos tradicionais por AUP

• Ações de informação/comunicação

• Ações de regulação

– Restrição da publicidade de AUP – Impostos e subsídios

– Compras preferenciais de alimentos tradicionais por programas que têm financiamento público.

(33)

Para saber mais sobre alimentos ultra-processados:

• Monteiro (2009). Nutrition and health. The issue is not food, nor nutrients, so much as processing. Public Health Nutr 12: 729-31.

• Monteiro et al (2010). A new classification of foods based on the extent and purpose of their processing. Cad. Saúde Pública 26:2039-2049.

• Monteiro et al. (2011) Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence from Brazil.. Public Health Nutr 14: 5-13.

Monteiro C. The big issue is ultra-processing.World Nutrition, Nov 2010; 1, 6: 237-269. Obtainable at: www.wphna.org

Para saber mais sobre a luta para regular a publicidade de alimentos ultra-processados:

Referências

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