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As Américas podem ser o primeiro continente

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Academic year: 2021

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Esta foi a conclusão da

recente reunião da COSALFA

- Comissão Sul-Americana de

Luta contra a Febre Aftosa,

realizada em Quito, Equador.

Nesta, setores oficiais e

privados discutiram aspectos

epidemiológicos dos diferentes

países e as perspectivas para

eliminar a vacinação.

va (UNICARNES), pelo conselheiro Josaphat Pa-ranhos de Azevedo Filho (FAEP/SBMV).

Ficou caracterizado que o continente fez no-táveis progressos tanto na área andina como também no cone Sul e região amazônica na luta contra a aftosa.

Peru

Nos países andinos, o Peru está com mais de 98% de seu território livre sem vacinação. Vacina apenas na área fronteiriça com o Equador.

O Equador teve uma evolução excelente, com a eliminação total dos focos e com exitoso programa de erradicação da doença delineado com o PANAFTOSA.

Equador

O Equador na última assembleia geral da OIE, Organização Mundial de Saúde Animal, foi certificado como país livre com vacinação. O Equador já tem o arquipélago Galápagos como área livre sem vacinação.

Colômbia

A Colômbia continua com seu eficiente pro-grama, embora tenha um ônus substancial

As Américas podem ser

o primeiro continente

no mundo, livre de

aftosa

sem vacinação

Por: Sebastião Costa Guedes - Vice-Presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte - CNPC .

Presidente do Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa - GIEFA.

A

participação das delegações foi muito intensa, sendo a Venezuela o único país sem representação de seu setor agro-pecuário privado. O Brasil foi representado no setor público por Guilherme Henrique Figueiredo Marques, diretor de sanidade animal do MAPA e no setor privado por Luis Alberto Pitta Pinheiro, indicado pela CNA. O CNPC foi representado pelos vice-presidentes Sebastião Costa Guedes (GIEFA/ABRAMVET) e Francisco Everton da

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Sil-para manter a vigilância na sua área fronteiriça com a Venezuela.

Venezuela

A Venezuela é hoje o país mais atrasado na erradicação da doença em nosso continente. O setor privado venezuelano nem compareceu na COSALFA e o representante governamental ape-nas prometeu melhorias para o futuro. No ano passado, a Venezuela não aceitou missões inter-nacionais para verificar a situação da enfermidade no país. Ao final da COSALFA, a Venezuela disse autorizar uma missão do PANAFTOSA para visitar o país e discutir o programa de erradicação.

O presidente do GIEFA em uma de suas apre-sentações sugeriu que o país se desligasse do MERCOSUL se persistisse com a conduta de isolamento e falta de colaboração.

Agora, durante a Assembleia Geral da OIE, foi confirmado que a missão do PANAFTOSA já ocorreu e segundo o Dr. José Arnaldo Ayala Pares, delegado do governo venezuelano, ha-verá prosseguimento do diálogo para dinami-zar o programa. Enfim, uma boa notícia para o continente, pois a integração da Venezuela ao Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa-PHEFA permitirá a possível erradicação continental até 2020.

Guiana Francesa

A Guiana Francesa abriu-se para o diálogo continental, embora não tenha a doença há dé-cadas. O Suriname também trabalha para ser certificado como país livre sem vacinação e tem estreita cooperação com o PANAFTOSA. Seu rebanho, da ordem de 80.000 cabeças, segun-do o PANAFTOSA, já não tem a segun-doença há dé-cadas, mas estão confirmando os dados com provas sorológicas.

Guiana Inglesa

A Guiana Inglesa, embora não presente na última COSALFA, já é livre e sempre teve como preocupação maior sua fronteira com a Vene-zuela, onde até hoje não tiveram problemas.

Bolívia

A Bolívia melhorou bastante sua transparên-cia nos fóruns internacionais, mas sua situação exige um aprofundamento de auditoria principal-mente nas províncias de Santa Cruz de la Sierra e no Beni, que fazem fronteira com o Brasil e são importantes para a prevenção de focos desde o Mato Grosso do Sul até o Acre.

Paraguai

O Paraguai tem sido muito profissional com seu programa e apresenta ótima integração en-tre seus setores público e privado. Exporta carne para cerca de meia centena de países e tem sido junto com o Brasil um parceiro forte no apoio ao programa equatoriano.

Argentina

A Argentina mostrou uma pequena evolução de sua área livre sem vacinação com a incorpo-ração da chamada Patagônia Norte.

Uruguai

O Uruguai continua com o total de seu reba-nho livre com vacinação e não deseja retirar a mesma a não ser que esta medida seja tomada concomitantemente por todos os países do Cone Sul, consenso difícil no momento. O Uruguai, al-tamente dependente de sua exportação pecuária,

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não se esquece dos focos de 2000/2001, originá-rios da Argentina, quando o país amargou pre-juízos da ordem de US$ 720 milhões, conforme relatado pelo seu então ministro da agricultura na Conferência de Houston de 2004.

Brasil

O Brasil mostra com orgulho o recente avan-ço de seu PNEFA englobando os estados nor-destinos e parte do Pará como livres com vacina-ção e os trabalhos atuais de sorologia que estão ocorrendo no Amapá, Roraima e Amazonas para possivelmente serem considerados livres com vacinação até 2016.

No Brasil, o estado do Paraná deseja retirar a vacinação ainda em 2015, medida pleiteada pela ADAPAR e Secretaria da Agricultura com forte apoio da Federação da Agricultura e Pe-cuária daquele estado. Este avanço permitirá que sua suinocultura desfrute dos mercados mais remuneradores em escala global, inician-do pelo Japão, a exemplo inician-do que já ocorre com Santa Catarina.

Este desejo paranaense já foi aceito pelo Go-vernador Richa, que autorizou o contrato de 169 técnicos para a ADAPAR e pediu uma auditoria do governo federal para retirar a vacinação até novembro próximo, pois assim terá condições de ser certificado internacionalmente pela Orga-nização Mundial de Saúde Animal, OIE em fran-cês até 2017.

O Paraná deverá nesta auditoria comprovar que atende aos pré-requisitos da mesma OIE e aproveitará o esforço para também ser declarado livre da peste suína clássica, status já alcançado pelo RS e SC na recente assembleia da OIE.

Como as barreiras para controle do trânsito de animais poderão ser aproveitadas tanto para afto-sa como para peste suína clássica, o estado de-seja usar estes recursos de maneira conjugada.

O desejo paranaense tem total apoio de SC e começa a influenciar setores produtivos do RS e de SP, que iniciam debates sobre as vantagens e riscos de se retirar a vacinação.

Eventual retirada em S.Paulo provocará dis-cussão sobre idêntica medida em MG, GO, DF, TO, BA, SE, ES e RJ, podendo reduzir em 155 milhões de doses anuais a demanda da vacina contra aftosa. O quadro ao lado mostra a

ocor-e o tocor-empo docor-ecorrido ocor-entrocor-e ocor-esta época até o mês de maio deste ano.

Resumo das Últimas Ocorrências e Tempos decorridos até Maio de 2015

UF TEMPO DECORRIDO

Distrito Federal Maio 1993 - 21 anos e 11 meses Santa Catarina Dezembro 1993 - 21 anos e 4 meses Acre Junho 1995 - 19 anos e 10 meses Goiás Agosto 1995 - 19 anos e 8 meses Sergipe Setembro 1995 - 19 anos e 7 meses Mato Grosso Janeiro 1996 - 19 anos e 3 meses São Paulo Março 1996 - 19 anos e 1 mês Espírito Santo Abril 1996 - 19 anos

Minas Gerais Maio 1996 - 18 anos e 11 meses Piauí Fevereiro 1997 - 18 anos e 3 meses Rio de Janeiro Março 1997 - 18 anos e 2 meses Ceará Abril 1997 - 18 anos e 1 mês Bahia Maio 1997 - 18 anos Tocantins Maio 1997 - 18 anos

Pernambuco Fevereiro 1998 - 17 anos e 3 meses Rondônia Fevereiro 1999 - 16 anos e 3 meses Alagoas Setembro 1999 - 15 anos e 8 meses Amapá Outubro 1999 - 15 anos e 7 meses Paraíba Fevereiro 2000 - 15 anos e 3 meses Rio Grande

do Norte Agosto 2000 - 14 anos e 9 meses Rio Grande

do Sul Maio 2001 - 14 anos

Roraima Junho 2001 - 13 anos e 11 meses Maranhão Agosto 2001 - 13 anos e 9 meses Pará Junho 2004 - 10 anos e 11 meses Amazonas Setembro 2004 - 10 anos e 8 meses Paraná Fevereiro 2006 - 9 anos e 3 meses Mato Grosso

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Mapa - Status de Aftosa Rebanho Total: 212.125,000 Bovinos e Bubalinos AM RO AP TO BA AL SE PE PB RN RR PA MT MS GO MG PR SC RS SP RJ ES MA PI CE AC Percentual do Rebanho 2% 21,4% 45,5% 17,3% 13,8% Área sem vacinação

De 10 a 15 anos com vacinação

De 15 a 18 anos com vacinação Acima de 18 anos com vacinação

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Defesa Animal

No Encontro de Defesa Animal - ENDESA- ocorrido no fim de 2013 em Foz do Iguaçu, pela primeira vez um veterinário da SDA do MAPA externou a possibilidade de acelerar a retirada da vacinação nos estados nordestinos. Se tal vier a ocorrer, teremos uma redução da deman-da de vacina deman-da ordem de mais 75 milhões de doses anuais.

Desta forma, o Brasil deverá consumir ape-nas 104 milhões de doses anuais na fase final do programa para serem usadas nas fronteiras centro-oeste e norte do país, ou seja, nos esta-dos de MS, MT, RO, AC, AM, RR e AP, embora o Amazonas e o Amapá possam eliminar logo a vacinação em seus estados.

COSALFA

Na COSALFA de Quito, ficou claro que líde-res dos setolíde-res privados brasileiros, principal-mente do Sul, desejam retirar a vacinação, mas representantes públicos estão em dúvida, o que demonstra insegurança. O Uruguai que não tem laboratório e depende de importação da vacina é contrário à retirada da vacina, desejando que esta medida deva envolver todos os estados e países do Cone Sul.

Em Quito reestruturamos o GIEFA, que agora tem em sua nova composição especialistas em banco de reserva de vacina, de antígenos e tam-bém de Biosseguranca de laboratórios.

As questões como banco de reserva de vaci-nas e a manipulação de cepas não prevalentes na região são temas que precisam ser melhor definidos nesta fase final da vacinação. São itens que exigem especialistas e não autodida-tas. O Dr.Hernando Duque, diretor do Labora-tório americano de Plum Island, já faz parte do novo GIEFA e será importante fonte de conhe-cimento para o grupo. Aliás, sobre banco de reserva, devemos levar em conta que já temos dois no continente e talvez possamos nos asso-ciar a eles principalmente para evitar a manipu-lação de cepas não prevalentes.

Prazo final

Estamos nos aproximando de 2020, prazo fi-nal para erradicar a aftosa na América do Sul, prazo estabelecido pelo Plano Hemisférico, por-tanto já está na hora de discutir e planejar a evo-lução do PNEFA dentro da realidade epidemio-lógica de cada estado ou região.

Entre as prioridades para retirar a vacinação, a adequada estrutura de vigilância sanitária é a mais preocupante para que se tenha uma resposta rápida em caso de emergência com a recidiva da doença. E a necessidade de uma estrutura boa ou ótima pode ser o principal pro-blema no momento, pois a realidade econômi-ca com cortes de investimentos públicos que o governo terá que fazer, vai nos deixar mais vul-neráveis. A vacina ajuda a encobrir outras ca-rências de estrutura e, além disso, é paga pelo produtor. Com a retirada da vacina as despesas do governo aumentarão.

Devemos colocar em discussão com lideran-ças privadas e autoridades de defesa as pre-missas de um plano para a criteriosa retirada da vacina, pois levantamentos mostram que a circulação viral não está ocorrendo, mas definir e planejar a evolução do status já está passan-do da hora.

Estamos nos

aproximando de

2020, prazo final

para erradicar

a Aftosa na

América do Sul.

Referências

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