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(Tradução) Interpelação. Quanto ao aumento das tarifas dos táxis, no passado dia 21 de Abril do

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Academic year: 2021

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(Tradução)

Interpelação

Quanto ao aumento das tarifas dos táxis, no passado dia 21 de Abril do corrente ano apresentei uma interpelação escrita ao Governo, com as seguintes três perguntas:

1. Sendo o transporte por táxi um serviço público, porque é que a Administração auscultou apenas as opiniões do sector envolvido, no que respeita ao aumento das tarifas? Porque é que os residentes de Macau, enquanto consumidores, foram afastados desse processo de auscultação? Antes de tomar a decisão de aumentar as tarifas dos táxis, a Administração auscultou o Conselho de Consumidores (CC)? Quais foram as opiniões desse Conselho? A Administração não pensa criar mecanismos para fiscalizar a fixação das tarifas dos serviços públicos?

2. O sector dos táxis justificou o pedido de aumento das tarifas

alegando os elevadíssimos custos de exploração do negócio. A Administração sabe ao certo qual foi o factor que levou a esse aumento dos custos? Terá sido o aumento do preço dos combustíveis? Ou terá sido o brusco aumento do preço do aluguer dos táxis? Qual é a proporção dessas despesas nos custos totais? Antes de autorizar o pedido de aumento das tarifas, a Administração pensou, em termos globais, acerca de como resolver o problema do aumento dos custos do negócio?

3. O problema que mais se destaca é a dificuldade em apanhar táxi. Porque é que o Governo da RAEM dá apenas resposta às exigências do sector e concordou com o aumento das tarifas, ignorando as dificuldades sentidas

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pelos residentes? Isso não contraria o princípio de “servir melhor os cidadãos”, preconizado pelo Governo da RAEM?

Em cumprimento da orientação de Sua Excelência o Chefe do Executivo, o Presidente do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Lau Si Io, respondeu à minha interpelação em 14 de Junho. As respostas resumem-se em 3 pontos: 1. O último ajustamento das tarifas dos táxis teve lugar em 1998, ou seja, há já oito anos. Perante o aumento significativo do índice de preços no consumidor, registado nos últimos anos, têm-se verificado grandes dificuldades na exploração do negócio; 2. Quanto à proposta de aumento das tarifas dos táxis, para além das opiniões do sector, o IACM ouviu as opiniões do Conselho Consultivo do IACM, dos diversos serviços públicos e das associações; 3. É de crer que a proposta de aumento das tarifas dos táxis seja acolhida pela população, e certamente que o referido aumento contribuirá para um saudável desenvolvimento do sector.

Na minha opinião, estas respostas demonstram que os serviços competentes não respondem directamente às questões levantadas, evitando o importante para discorrer sobre o insignificante. Os táxis de Macau prestam um serviço público, sujeito à regulação imposta pelo Governo. É inevitável que as tarifas dos táxis sofram ajustamentos quando aumentam os custos de exploração do negócio, todavia, são indispensáveis mecanismos para fiscalização do aumento dessas tarifas, a fim de evitar que esse aumento dependa apenas da decisão dos dirigentes dos serviços competentes. Contudo, a exemplo do que aconteceu com as tarifas doutros serviços públicos, o aumento das tarifas dos táxis foi autorizado sem ter sido sujeito à apreciação

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de um organismo especializado, com alta transparência e credibilidade pública, responsável pela fiscalização da fixação das tarifas. Baseando-se apenas no aumento do índice de preços no consumidor dos últimos 8 anos, os serviços competentes chegaram logo à conclusão de que o aumento proposto seria acolhido pela população em geral. O pior é que quando o pedido de aumento das tarifas foi autorizado, as autoridades nem sabiam quais os factores que originavam o aumento dos custos de exploração do referido negócio nos últimos 8 anos – se o aumento do preço dos combustíveis se o brusco aumento do preço do aluguer dos táxis – nem sabiam qual a proporção das despesas do combustível e do preço do aluguer dos táxis nos custos totais, e, mesmo assim, chegaram à conclusão de que o aumento proposto contribuirá para um saudável desenvolvimento do sector. Ficamos deveras admirados! É que esse aumento foi autorizado sem qualquer fundamento concreto.

Se o aumento do preço do combustível for o factor principal para o aumento dos custos de exploração, então, o problema não é complicado de resolver e o aumento das tarifas não é a única solução. O Governo deve incentivar a população a utilizar os meios de transporte públicos, podendo ainda considerar isentar os taxistas do pagamento do imposto de combustível, por forma a apoiar o sector e a aliviar as dificuldades. Se o aumento do preço do aluguer dos táxis for o factor principal para o aumento das tarifas, a autorização do referido aumento poderá levar a um outro aumento do preço do aluguer dos táxis. Caso tal situação se verifique, serão maiores os custos de exploração e as dificuldades, dando-se assim origem a um ciclo vicioso, ou seja, tudo se repete, voltam a aumentar as tarifas e o preço do aluguer.

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Portanto, o aumento das tarifas não contribuirá absolutamente em nada para um saudável desenvolvimento do sector.

Assim, para acompanhamento do assunto, interpelo a Administração sobre o seguinte:

1. Antes de autorizar o aumento das tarifas dos táxis, a Administração sabia qual o factor que levou ao aumento dos custos de exploração do negócio nos últimos 8 anos? Terá sido o aumento do preço dos combustíveis? Ou terá sido o brusco aumento do preço do aluguer dos táxis? Qual é a proporção dessas despesas nos custos totais?

2. O problema que mais se destaca actualmente é a dificuldade em arranjar táxi, sentida tanto por turistas como por residentes. Nos últimos anos, o IACM tem adoptado medidas administrativas para reprimir o aumento do número de táxis, o que resultou na sua escassez. Assim, os táxis transformaram-se em produtos preciosos, verificando-se um aumento constante do preço da sua aquisição e, consequentemente, elevadíssimos preços do aluguer e dos serviços de táxis. Para subsistirem, os taxistas precisam de recorrer a vários meios ilegais, como por exemplo recusar o transporte de residentes e concentrarem-se na prestação de serviços aos turistas. Por forma a assegurarem receitas extraordinárias, alguns taxistas enganam os clientes para conseguirem levá-los a determinados recintos de diversões, lojas negras, etc., tudo por causa das comissões. Todos estes actos ilegais devem-se à escassez de táxis que é, por sua vez, resultante das medidas administrativas adoptadas pelo Governo. A Administração já procedeu a um estudo sério sobre o actual regime relativo à emissão de licenças de táxi?

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Presidente do Conselho de Administração do IACM refere que, para além das opiniões do sector envolvido, o IACM tinha auscultado as opiniões do Conselho Consultivo do IACM, dos diversos serviços públicos e das associações. A Administração entende que o Conselho Consultivo do IACM pode representar as opiniões de todos os consumidores de Macau? Entende ainda a Administração que esse Conselho pode substituir o Conselho de Consumidores (CC)? Refere-se na mesma resposta que foram também auscultadas as opiniões de outros serviços públicos e associações. Quais foram as associações e serviços públicos auscultados? O Conselho de Consumidores faz parte desses serviços públicos? Quais foram as opiniões dos referidos serviços públicos e associações em relação ao aumento das tarifas dos táxis?

O Deputado à Assembleia Legislativa da RAEM

Au Kam San

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