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PONTO 1: Responsabilização Ambiental 1. RESPONSABILIZAÇÃO AMBIENTAL. Art. 225 da CF Tríplice responsabilização.

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DIREITO AMBIENTAL DIREITO

AMBIENTAL

PONTO 1: Responsabilização Ambiental

1. RESPONSABILIZAÇÃO AMBIENTAL Art. 225 da CF – Tríplice responsabilização.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

O termo de compromisso não anula outras esferas. São esferas concomitantes de responsabilidade.

Dentro da esfera administrativa é possível a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta, visando a reparação do dano e a adequação da atividade.

Como o auto (de constatação do dano ou de apreensão) também constitui crime ambiental, a esfera administrativa encaminha o mesmo ao Ministério Público, afim de apurar a responsabilidade penal. Promotor também instaura inquérito civil público com o fim de buscar a responsabilização civil.

Multas administrativas não afastam a possibilidade do processamento na esfera penal.

RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA AMBIENTAL

Art. 23 da CF – Competência comum da União, Estados e Municípios. Trata-se de competência para o exercício do poder de polícia, é competência da Administração Pública.

A responsabilização administrativa ambiental caracteriza-se pela auto executoriedade, não necessita de autorização judicial. Judiciário faz apenas o controle de legalidade do poder de polícia da administração pública, sendo que essa ilegalidade deve ser explícita.

Lei 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais e Infrações Administrativas.

Decreto 6.514/08 – Regulamenta as infrações administrativas ambientais. Art. 55 – previu como ilícito administrativo deixar de averbar a reserva legal, estipulando sanções.

Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal:

Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área de reserva legal. Conceito de infração administrativa ambiental: Art. 70 da Lei 9.605/98.

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DIREITO AMBIENTAL

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

Características do conceito de infração ambiental:

a) Ato ilícito. Ilicitude, violação de norma ambiental, através de ação ou omissão.

No âmbito da responsabilidade civil ambiental, esta responsabilidade pode ser imputada mesmo que seja lícita, desde que seja lesiva. Parte da doutrina defende a teoria do risco integral.

b) Tipicidade aberta: integração com outras normas administrativas para saber qual conduta foi violada. Constrói a tipicidade à luz do caso concreto.

Autoridade é obrigada, no auto de infração, a descrever a conduta ilícita do agente – dever de motivação.

c) Imputação fundada no risco. A imputação da responsabilidade administrativa independe de culpa. Entendimento do STJ: responsabilidade objetiva.

Art. 70, § 3º - Havia a referência à negligência e ao dolo, por isso alguns doutrinadores defendiam que a responsabilidade administrativa seria subjetiva. Mas essa tese não prosperou no STJ. Entendimento do STJ é de que a negligência e o dolo devem ser entendidos em situações restritas.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:

I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

Precedente:

ADMINISTRATIVO. DANO AMBIENTAL. SANÇÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. DERRAMAMENTO DE ÓLEO DE EMBARCAÇÃO ESTRANGEIRA CONTRATADA PELA PETROBRÁS. COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE PARA IMPOR SANÇÕES.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA. LEGITIMIDADE DA EXAÇÃO.

1."(...)O meio ambiente, ecologicamente equilibrado, é direito de todos, protegido pela própria Constituição Federal, cujo art. 225 o considera "bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida". (...) Além das medidas protetivas e preservativas previstas no § 1º, incs. I-VII do art. 225 da Constituição Federal, em seu § 3º ela trata da responsabilidade penal, administrativa e civil dos causadores de dano ao meio ambiente, ao dispor: "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados".

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DIREITO AMBIENTAL

Neste ponto a Constituição recepcionou o já citado art. 14, § 1º da Lei n. 6.938/81, que estabeleceu responsabilidade objetiva para os causadores de dano ao meio ambiente, nos seguintes termos: "sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade." " [grifos nossos] (Sergio Cavalieri Filho, in "Programa de Responsabilidade Civil") 2. As penalidades da Lei n.° 6.938/81 incidem sem prejuízo de outras previstas na legislação federal, estadual ou municipal (art.

14, caput) e somente podem ser aplicadas por órgão federal de proteção ao meio ambiente quando omissa a autoridade estadual ou municipal (art. 14, § 2°). A ratio do dispositivo está em que a ofensa ao meio ambiente pode ser bifronte atingindo as diversas unidades da federação 3. À Capitania dos Portos, consoante o disposto no § 4°, do art. 14, da Lei n.° 6.938/81, então vigente à época do evento, competia aplicar outras penalidades, previstas na Lei n.° 5.357/67, às embarcações estrangeiras ou nacionais que ocasionassem derramamento de óleo em águas brasileiras.

4. A competência da Capitania dos Portos não exclui, mas complementa, a legitimidade fiscalizatória e sancionadora dos órgãos estaduais de proteção ao meio ambiente.

5. Para fins da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art 3º, qualifica-se como poluidor a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.

6.Sob essa ótica, o fretador de embarcação que causa dano objetivo ao meio ambiente é responsável pelo mesmo, sem prejuízo de preservar o seu direito regressivo e em demanda infensa à administração, inter partes, discutir a culpa e o regresso pelo evento.

7. O poluidor (responsável direto ou indireto), por seu turno, com base na mesma legislação, art. 14 - "sem obstar a aplicação das penalidades administrativas" é obrigado, "independentemente da existência de culpa", a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, "afetados por sua atividade".

8. Merecem tratamento diverso os danos ambientais provocados por embarcação de bandeira estrangeira contratada por empresa nacional cuja atividade, ainda que de forma indireta, seja a causadora do derramamento de óleo, daqueles danos perpetrados por navio estrangeiro a serviço de empresa estrangeira, quando então resta irretorquível a aplicação do art. 2°, do Decreto n.° 83.540/79 9.De toda sorte, em ambos os casos há garantia de regresso, porquanto, mesmo na responsabilidade objetiva, o imputado, após suportar o impacto indenizatório não está inibido de regredir contra o culpado.

10. In casu, discute-se tão-somente a aplicação da multa, vedada a incursão na questão da responsabilidade fática por força da Súmula 07/STJ.

11. Recurso especial improvido.

(REsp 467212/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/10/2003, DJ 15/12/2003 p. 193)

Decreto 6.514, art. 3º, § 2º - caracterização de negligência ou dolo somente é exigida nos incisos I e II.

d) COMPETÊNCIA: Art. 70, § 1º - Característica da não exclusividade. STJ entende que a fiscalização pode ser feita por qualquer dos órgãos do SISNAMA, independentemente de quem licenciou.

Lei 9.605 quando trata da multa simples, no art. 76, reforça a competência comum. Objetivo é evitar o bis in idem.

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DIREITO AMBIENTAL

Art. 70, § 2º - Direito de Petição: qualquer pessoa tem o direito de provocar o órgão ambiental requerendo providências.

O § 3º do art. 72 gera um dever para a autoridade ambiental, sob pena de co-responsabilidade, co-responsabilização do servidor público.

PROCESSO ADMINISTRATIVO PRÓPRIO – Art. 70 § 4º da Lei 9.605. § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.

PRESCRIÇÃO – art. 21 do Dec. 6.514/08. O prazo para deflagrar o processo administrativo ambiental é de 5 anos. O prazo prescricional é interrompido com a lavratura do auto de infração.

Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: Art. 21, § 2º, quando o processo administrativo ficar parado por mais de 3 anos, sem impulso da Administração Pública.

§ 2º Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação.

Art. 22 – Causas que interrompem a prescrição administrativa. Art. 22. Interrompe-se a prescrição:

I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro meio, inclusive por edital;

II - por qualquer ato inequívoco da administração que importe apuração do fato; e

III - pela decisão condenatória recorrível.

Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da administração, para o efeito do que dispõe o inciso II, aqueles que impliquem instrução do processo.

Art. 94 e seguintes do Decreto 6.514 trata do Processo Administrativo Ambiental.

Art. 105 do Dec. 6.514 – Permite a indenização na via administrativa.

Art. 105. Os bens apreendidos deverão ficar sob a guarda do órgão ou entidade responsável pela fiscalização, podendo, excepcionalmente, ser confiados a fiel depositário, até o julgamento do processo administrativo.

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DIREITO AMBIENTAL

Parágrafo único. Nos casos de anulação, cancelamento ou revogação da apreensão, o órgão ou a entidade ambiental responsável pela apreensão restituirá o bem no estado em que se encontra ou, na impossibilidade de fazê-lo, indenizará o proprietário pelo valor de avaliação consignado no termo de apreensão.

DEFESA – art. 113 e seguintes do Dec. 6.514/08.

JULGAMENTO – art. 118 e seguintes do Dec. 6.514/08.

TAC: Termo de Ajustamento Conduta – art. 79-A da Lei 9.605/98.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores.

Art. 5º, § 6º da Lei de Ação Civil Pública – União, Estados e Municípios podem ingressar com Ação Civil Pública, assim, podem também realizar o TAC.

§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.

A celebração do termo garante a redução da multa, art. 143, § 3º do Dec. 6.514/08.

Art. 143. O valor dos custos dos serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente não poderá ser inferior ao valor da multa convertida.

§ 3º - A autoridade ambiental aplicará o desconto de quarenta por cento sobre o valor da multa consolidada.

O TAC vale como título executivo extrajudicial. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Art. 6º da Lei 9.605/98.

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;

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DIREITO AMBIENTAL

Judiciário pode anular a multa considerada abusiva, desproporcional.

Regra do concurso material de infrações: art. 71, § 1º da Lei 9.605, na esfera administrativa as sanções são cumulativas (somadas), não há concurso formal.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

1. ADVERTÊNCIA: art. 72, I, § 2º da Lei 9.605: pode ser aplica isolada ou cumulativamente com outra providência.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.

Dec. 6.514 criou o conceito de infrações de menor lesividade, aduzindo que advertência pode ser aplicada em situações de irregularidades e infrações de menor lesividade, art. 5º do referido decreto.

Infração de menor lesividade: quando a multa máxima culminada não ultrapassar R$1.000,00, ou por unidade de medida, no mesmo valor.

Art. 5º A sanção de advertência poderá ser aplicada, mediante a lavratura de auto de infração, para as infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, garantidos a ampla defesa e o contraditório.

§ 1º Consideram-se infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente aquelas em que a multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de multa por unidade de medida, a multa aplicável não exceda o valor referido.

A pena de advertência, uma vez aplicada, fica vedada no período de 3 anos, art. 7º do Dec. 6.514.

Art. 7º Fica vedada a aplicação de nova sanção de advertência no período de três anos contados do julgamento da defesa da última advertência ou de outra penalidade aplicada.

2. MULTA SIMPLES: art. 75 da Lei 9.605/98. Decreto faz a individualização. O critério é proporcional a coisa degradada, art. 74 da Lei 9.605:

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

3. FUNDOS – art. 73 da Lei 9.605.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº

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DIREITO AMBIENTAL

20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

4. POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA MULTA – Art. 72, § 4º da Lei 9.605.

§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

Art. 139 do Dec. 6.514 – É necessária a celebração do termo de ajustamento de conduta para haver a conversão da multa em serviços de melhoria.

Art. 139. A autoridade ambiental poderá, nos termos do que dispõe o § 4o do art. 72 da Lei no 9.605, de 1998, converter a multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

5. MULTA DIÁRIA: Limites estabelecidos no art. 10, § 2º do Dec. 6.514/08. 6. APREENSÃO: art. 72, IV da Lei 9.605. Providência acautelatória. Art. 25 da mesma lei. Procedimento no dec. 6.514, art. 102 e seguintes.

7. DESTRUIÇÃO

8. SUSPENSÃO: Art. 72, VI, IX. É acautelatória e não vem acompanhada de prazo. Hipóteses não estão definidas na legislação.

9. EMBARGO: Medida acautelatória. O efeito é o mesmo da suspensão da atividade. Decreto 6.514, art. 15-A, art. 17, art. 108, art. 79 (infração de violar o embargo).

10. DEMOLIÇÃO DE OBRA: Na lei não há critérios para a demolição. Art. 19 do Dec. 6.514. Inovação do § 3º: a demolição da obra pode ocasionar prejuízos ambientais piores do que a própria obra, deve ser analisado o caso concreto.

11. SANÇÕES RESTRITIVAS DE DIREITOS: § 8º do art. 72. Prazo de um ano criado pelo decreto, a lei não dizia nada a respeito, art. 20, § 1º.

RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL Art. 225 § 3º da CF:

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Deve ser analisada sob dois aspectos:

a) PREVENÇÃO – O risco do dano ambiental futuro é um fator relevante, verifica se há a probabilidade da atividade oferecer riscos ambientais.

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DIREITO AMBIENTAL

As tutelas deferidas nesse momento visam evitar que o dano ambiental ocorra. Conceito de gestão ambiental.

Fundamento: art. 225, caput da CF. Preocupação com as gerações futuras. Art. 187 do CC (ato ilícito – na possibilidade de ocorrência do abuso de direito). Art. 84 do CDC.

O foco é inibir a ocorrência do dano, do risco. O risco é entendido no sentido de ilícito. Analisa a potencialidade lesiva.

b) REPARAÇÃO: art. 225, § § 2º e 3º da CF; art. 4º, VII e 14 § 7º da Lei 6.938/81 (responsabilidade objetiva, fundada no risco da atividade).

Na reparação o risco é entendido como fator de imputação, risco foi criado, podendo ou não causar danos.

Direito ambiental utiliza o regime objetivo para a imputação da responsabilidade.

REGIME SUBJETIVO REGIME OBJETIVO

Ação, omissão Ação, omissão

Nexo causal Nexo causal

Dano Dano

Culpa/dolo – análise do comportamento do indivíduo.

Não analisa o comportamento do indivíduo. Só interessa o risco produzido pelo agente.

O nexo de causalidade é o elemento mais importante dentro da caracterização objetiva.

Há duas abordagens teóricas envolvendo o risco que interpretam o nexo causal de forma diversa:

a) Teoria do Risco Integral: não admite excludentes de causalidade. Força maior, fato de terceiro não são admitidos.

Doutrina predominante e parte da jurisprudência defendem a teoria do risco integral em matéria ambiental.

Nessa hipótese, a demonstração do nexo causal fica atenuada, não precisa demonstrar que a atividade foi a causadora direta do dano, desde que a atividade poluidora seja uma das concausas. Ocorre uma valoração jurídica do que é causa.

b) Teoria do Risco Criado: Formula o juízo de causalidade a partir da Teoria da Causalidade Adequada. Verifica qual a causa mais idônea para a produção do dano.

Ex: Verificado que terceiro tem menos idoneidade do que a indústria na ocorrência do dano, ela não será responsabilizada – causa excludente de culpabilidade.

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DIREITO AMBIENTAL a) Fato externo;

b) Irresistível; c) Anormal. Precedente:

Responsabilidade civil. Dano ambiental. Princípio da concausa. O ponto nodal reside em se detectar qual foi a causa determinante para o alegado desaparecimento do pescado e de mariscos na região da Baía de Sepetiba. É do conhecimento público o problema da poluição da Baía de Sepetiba, que vem de longa data, devido ao vazamento de esgotos e de dejetos industriais de diversas empresas. O problema não decorre de um fato simples, isolado, ao contrário, origina-se de uma sucessão de situações que concorrem para aquele fim, não podendo a ré responder pelos prejuízos se foi apenas o agente da última condição e se esta não contribuiu efetivamente para o dano ambiental. Desprovimento do recurso. (TJRJ, Apelação Cível nº 6392/2002, 2ª CC, Rel. Des. Gustavo Adolpho Kuhl Leite, j. em 21.10.2002).

Ônus da prova na área ambiental é sempre invertido.

QUESTÃO DO CONCURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL - 1998

A)

Na teoria do risco integral:

 A poluição pré-existente não é fator de exclusão da culpabilidade;

 Não necessariamente a licitude da empresa acarreta a exclusão da culpabilidade, pois se ela contribui, mesmo que minimamente, responde.  Sabotagem: não exclui a culpabilidade, pois é de funcionário da própria

empresa, falta o requisito da externalidade.

 Falta de dolo e recursos econômicos não exclui a culpabilidade, pois se trata de responsabilidade objetiva.

Na teoria do risco criado:

 A poluição pré-existente é considerada, pode vir a excluir a culpabilidade.  A licitude pode ser um fator excludente da culpabilidade, pois a empresa

não teria idoneidade lesiva.

 Sabotagem não exclui a culpabilidade, falta a externalidade.

 Falta de dolo e recursos econômicos não exclui, pois se trata de responsabilidade objetiva.

B)

Pelo risco criado, pode ser excluída a empresa A do pólo passivo.

Pelo risco integral pode ser incluída todas as empresas. Importante é que há responsabilidade solidária dos que configurarem no pólo passivo do processo.

Há controvérsias, se é objetivo ou subjetiva, a responsabilidade dos órgãos de fiscalização.

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DIREITO AMBIENTAL

D) Sim, pois o objetivo da ACP não induz litispendência com ações individuais (vítimas podem até pedir suspensão destas uma vez ajuizada a ACP). Na ACP o regime de responsabilidade é objetivo. Prazos prescricionais: ACP é imprescritível; as ações individuais prescrevem em 3 anos a partir dos efeitos da degradação na vítima.

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