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OTIMIZAÇÃO DE LOGÍSTICA NOVA ETAPA NA COLETA SELETIVA EM SANTO ANDRÉ

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Academic year: 2021

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Título do Trabalho:

OTIMIZAÇÃO DE LOGÍSTICA

NOVA ETAPA NA COLETA SELETIVA EM SANTO ANDRÉ

Tema III: Resíduos Sólidos

Nome dos autores: Fernando Arlei Cruseiro Ivana Marson

Pedro Henrique Milani

Apresentação:

Fernando Arlei Cruseiro

Biólogo, formado pelo Centro Universitário Fundação Santo André, Encarregado de Coleta de Resíduos Sólidos do Departamento de Resíduos Sólidos do SEMASA - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André – SP.

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Descrição do objetivo do trabalho:

Relatar a experiência do SEMASA na otimização da prestação dos serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos secos, atendendo às necessidades de sustentabilidade aos programas sociais já beneficiados pela coleta seletiva.

Metodologia

Santo André tem hoje 188231 domicílios, sendo 159 mil em área urbana e 27392 habitações em núcleos de assentamento informal (favelas), a grande maioria deles em áreas de difícil acesso para a coleta regular de resíduos sólidos. Com aproximadamente 659294 habitantes (Projeção realizada pelo IBGE, 2003), dos quais 2,6 % residem na área de proteção dos mananciais.

Como projeto piloto, em maio de 1998, foi dado início ao programa de coleta seletiva porta em porta no bairro Vila Pires, o que permitiu mensurar a adesão da população à proposta de separar os resíduos gerados. A sensibilização dos moradores foi feita porta em porta por equipes de monitores, trabalho este que resultou na participação da população do bairro considerada até hoje a melhor dentre os diversos bairros da cidade.

A sistemática de coleta de resíduos domiciliares nesta etapa deu-se a partir da substituição de um dia da coleta regular, que ocorria três vezes por semana, por um dia de coleta de resíduos secos. As duas coletas foram realizadas com caminhões compactadores. Este sistema foi apoiado pela coleta especial, feita por um caminhão baú, em alguns pontos específicos da cidade como por exemplo, escolas municipais, condomínios, órgãos públicos, restaurantes, especialmente em pontos que estavam fora do bairro atingido pelo piloto.

Progressivamente, outros bairros foram incorporados ao programa, atingindo cerca de 7% dos domicílios da cidade até junho de 1999. Os resultados positivos destes pilotos permitiram a ampliação do programa de coleta seletiva porta em porta para toda a cidade, desta vez, com um aumento da freqüência de coleta, com coleta diária de resíduos úmidos e, coleta de resíduos secos duas vezes por semana, em horários diferentes, criando-se a coleta diferenciada.

A expansão da coleta foi implementada em duas etapas: a primeira, atingindo cerca de 100 mil domicílios da cidade, ou seja, 60% do total dos domicílios, que teve início no dia 6 de outubro de 1999.

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A segunda etapa de expansão da coleta diferenciada iniciou-se em abril de 2000, com freqüência 3x2, assim passou atender todos os domicílios, ampliando a abrangência do serviço e possibilitando o acesso de toda a população ao programa. Verificou-se a partir de 2002, uma constante queda na quantidade de resíduos secos coletados, fato que compromete a sustentabilidade dos 5 projetos sócio-ambientais favorecidos pelo sistema, são eles:

COOPCICLA - Realiza a triagem de resíduos secos e exerce atividades de comercialização dos materiais recicláveis (vidro, plástico, papel, alumínio etc.), vendendo para grandes empresas de transformação de material. Atualmente conta com 78 sócios-cooperados.

Desenvolve suas atividades no aterro sanitário do município, onde está localizada a antiga usina de compostagem que hoje é utilizada pela cooperativa como sede de suas atividades.

Esta cooperativa caracteriza-se por absorver pessoas excluídas ou precarizadas em outras áreas de atividades profissionais, promovendo geração de renda para esse público. A maioria mora em núcleos habitacionais.

COOP CIDADE LIMPA - Realiza a triagem de resíduos secos e exerce atividades de comercialização dos materiais recicláveis (vidro, plástico, papel, alumínio etc.), vendendo para grandes empresas de transformação de material. Realiza ainda a coleta de resíduos nas comunidades de difícil acesso que fazem parte do Programa de Coleta Seletiva do município de Santo André (onde os caminhões da coleta não entram). Sua sede fica na R. Espírito Santo, s/n.º, na Cidade São Jorge, em Santo André, em galpão ao lado da usina de triagem onde a Coopcicla realiza suas atividades.

Atualmente, a cooperativa é formada por 128 cooperados e separam por semana uma média de 34 toneladas de resíduos secos. A coleta comunitária é feita pelos cooperados, moradores do núcleo por meio de carrinhos, coletando porta a porta o lixo que os moradores depositam.

BOSQUE - Iniciado em dezembro de 2002, é fruto de um esforço conjunto do Departamento de Geração Trabalho e Renda, do Departamento de Assistência Social, do Semasa, da Cooperativa Mútua Ação (psicólogos), e da Cooperativa

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Girassol (de assistentes sociais), do Grupo de Sinergia da Av. Industrial (formado por sete empresas), da Cooperativa Cidade Limpa e da CoopCicla (cooperativas de reciclagem que atuam no Aterro Sanitário).

O Projeto Bosque, busca resgatar a auto estima e incluir os catadores informais no mercado de trabalho. Atualmente o Bosque está em fase piloto com 03 ex-carrinheiros, que triam cerca de 1 tonelada de resíduos por semana.

REFAZER - O Núcleo de Projetos Especiais surge em 1997, fazendo parte da Rede de Atenção Psicossocial do município de Santo André. Um de seus objetivos é o trabalho com materiais recicláveis, visando complementar as ações clínico - terapêuticas por meio das experiências concretas de inclusão, recuperando e/ou favorecendo a autonomia, possibilitando geração de renda para portadores de sofrimento psíquico.

Os usuários beneficiados pelo projeto são encaminhados pelas unidades NAPSI (Núcleo de Atenção Psicossocial I ) NAPS II ( Núcleo de Atenção Psicossocial II) , CAPS-DQ ( Centro de Atenção Psicossocial em Dependência Química ) e Residências Terapêuticas.

Em 1999 iniciaram o trabalho com materiais recicláveis fazendo parte do projeto Recicla Santo André, onde passaram a ser uma estação de coleta.

Atualmente existem 35 usuários freqüentando a Unidade e com a ampliação da coleta terão condições de abranger mais pessoas que se beneficiariam diretamente do projeto.

USINA DE PAPEL - O Projeto Usina de Triagem e Reciclagem de Papel desenvolve atividades educacionais e de aprendizagem com jovens na faixa etária entre 14 e 18 anos incompletos, utilizando a arte-reciclagem como ferramenta para a inclusão sócio-ambiental e resgate da auto-estima.

Atualmente são atendidos 35 jovens em situação de risco social. O desenvolvimento de atividades relacionadas à produção artesanal de papel, garantiu a sustentabilidade do projeto, gerando renda para os adolescentes através dos valores obtidos com a venda de produtos confeccionados a partir de papel reciclado.

A primeira tomada de ação para reverter quadro de queda constante na quantidade de resíduos coletados foi contatar-se grandes geradores, como supermercados,

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industrias, hospitais, dentre outros. Com esta iniciativa o SEMASA passa a gerir um programa de educação voltado aos funcionários do local, afim de apresentar o programa de coleta seletiva e a segregação adequada, disponibilizando big bags para acondicionamento dos resíduos secos e contêineres para os úmidos. Uma das cooperativas, beneficiária da coleta seletiva, disponibiliza pessoas para organizar a segregação nos abrigos internos dos grandes geradores, com o propósito de garantir maior qualidade no material.

A outra ação teve início em julho de 2004, quando fez-se uma nova experiência na coleta seletiva. Após estudos de dados dos 15 setores de coleta, foi escolhido o setor 01 para este programa piloto. Os parâmetros para escolha foram, menor quantidade de resíduos coletados, menor participação popular na segregação dos resíduos e coleta realizada no período noturno.

Após os resultados bastante positivos alcançados com o piloto e, toda a campanha de divulgação através da imprensa, internet e panfletos, entre outros, a nova logística foi expandida para toda a cidade à partir de Abril de 2005.

A nova logística consiste em estimular a população à dispor seus resíduos recicláveis em Postos de Entrega Voluntária (PEVs), que são dispositivos de coleta constituídos por uma estrutura metálica leve, desmontável e identificada com lonas que sustenta um big bag de ráfia (Fig.01).

Como veículos para divulgar a nova etapa da coleta seletiva além dos já usados anteriormente, foram usados a URA (Unidade de Resposta Audível), que consiste em um sistema de telefonemas com mensagens gravadas; Outdoors nas principais vias do município (Fig.02); panfletos setorizados, distribuídos para todas as residências em duas etapas, uma antes da implantação da nova logística e, outra dois meses após sua implantação; panfletos sociais, distribuídos juntamente com os setorizados na segunda etapa da divulgação, estes por sua vez tratam de elucidar à população o destino dado aos resíduos secos dispostos para a coleta.

Além desta ação, a frota de caminhões foi reorganizada e recebeu um novo lay-out, mais atrativo. A coleta seletiva em diversos bairros que era realizada no período noturno foi transferida para o diurno, afim de otimizar a logística de coleta, readequando um dos dias, subutilizado, da coleta porta em porta, para a coleta em PEVs.

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A instalação dos PEVs foi realizada por meio de parcerias firmadas entre o SEMASA, outros departamentos públicos e algumas associações e empresas privadas, tais como redes de supermercados, sindicato dos postos de gasolina, parques públicos, Secretaria de Educação, etc. Desta forma instalou-se até o momento um total de 176 pontos nos 15 setores de coleta.

De maneira gradual, o projeto visa que o número de PEVs estenda-se a ponto de todos os domicílios contarem com um ponto a uma distância aproximada de 300 metros.

Resultados e Conclusões

Na etapa inicial, piloto no setor de coleta Nº. 1, 16 PEVs foram instalados, principalmente em postos de combustível e escolas municipais.

Os levantamentos feitos nas primeiras coletas deste setor apresentaram uma manutenção nas quantidades coletadas, entretanto a qualidade do material mostrou-se significativamente superior, tanto no material proveniente da coleta porta em porta, quanto no material coletado nos PEVs.

O rejeito (material sujo ou não comercializável ) que antes do piloto era em da ordem de 70%, neste setor da cidade caiu para 30%. Em diversos PEVs o rejeito existente era de apenas 5%.

Prosseguindo com o acompanhamento dos resultados, obteve-se a confirmação de pouco aumento na quantidade total coletada, no entanto a quantidade líquida comercializável aumentou de 4,72 ton/mês para 5,37 ton/mês, isto é, um incremento de 15% de material comercializável.

Com a participação de todos garante-se maior vida útil do aterro sanitário municipal, melhor saúde pública, sustentabilidade dos projetos sócio-ambientais existentes e, principalmente, preservação do ambiente com melhor qualidade de vida para toda a população.

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Anexos

Figura 1 - PEV - Posto de Entrega Voluntária

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Mês Recebido (Ton) Rejeito (Ton) Rejeito/Recebido Abril 179,39 102,87 57% CoopCicla Maio 177,23 83,77 47% Abril 73,94 24,75 33% Cidade Limpa Maio 64,2 19,87 31% Abril 253,33 127,62 50% Total Maio 241,43 103,64 43%

Tabela 1 – Quantitativos de resíduos secos após a reestruturação

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Referências Bibliográficas

o Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental - lei 7733/98. Santo André: SEMASA, 1998.

o www.santoandre.sp.gov.br

Referências

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